revista Ano 8 | nº 38 | Agosto/Setembro de 2011
Sérgio Cavalieri
Presidente do Conselho Administrativo da ALE Combustíveis e acionista do Grupo Asamar.
Diversificação e Inovação: receita de sucesso do Grupo Asamar
14º Seminário Nacional de Gestão de Projetos: Falta Profissional Qualificado no Mercado Inovação como peça-chave para a segurança energética da AL por Rafael Santana Sustentabilidade: Adjetivo ou Substantivo? por Leonardo Boff
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Opinião
Capa
Curtas
Cenário
Agenda
• Falta mão de obra qualificada no mercado por José Ignácio Villela Júnior
5 • Inovação como peça-chave para a segurança energética da AL por Rafael Santana
• Guia prega “desconcentrar” verba ambiental
10 • Sustentabilidade: Adjetivo ou Substantivo? por Leonardo Boff
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• Aconteceu no Ietec • Diversificação e Inovação: receita de sucesso do Grupo Asamar
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• Capacitação e dedicação: Base para uma eficiente gestão de projetos
• Conhecimento aplicado
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Expediente PRESIDENTE | Ronaldo Gusmão / DIRETORIA | Diretor Geral: Mauri Fortes / Diretora de Pós-Graduação: Wanyr Romero Ferreira / Diretor de Marketing: Paulo Emílio Vaz / Diretor de Operações e Produto: José Ignácio Villela Jr. / COORDENAÇÕES | Financeiro: Sérgio Ferreira / Administrativo: Marcelo Pereira
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Ferreira / Gestão de Negócios: Wilson Leal / Responsabilidade Social: Helena
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Queiroz / Inovação e Criatividade: José Henrique Diniz e Terezinha Araújo G30 MKT e COM / Jornalista Responsável: Aline do E. Santo (09526/MG) /
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Impressão: Paulinelli / Foto capa: Daniel de Cerqueira
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/ Sustentabilidade: Antônio Claret Oliveira | REVISTA IETEC | Projeto Gráfico:
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Falta mão de obra qualificada no mercado José Ignácio Villela Júnior
Diretor de produtos e coordenador técnico da área de Gestão e Tecnologia Industrial do IETEC.
Muito se fala atualmente na falta de mão de obra qualificada, e não há como negar este fato. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em fevereiro de 2011, aponta que sete em cada dez empresas industriais brasileiras afirmam que a escassez de mão de obra qualificada prejudica a competitividade, uma vez que, devido à falta de qualificação, a busca de eficiência e a redução de desperdício acabam sendo as atividades mais prejudicadas nas empresas, o que resulta em potenciais problemas de qualidade, custos mais elevados e lucros menores.
que há mão de obra. As questões passam a ser então: • onde estão estas pessoas (pela dispersão geográfica elas podem estar em lugar diferente de onde há demanda)? • em que estas pessoas estão qualificadas?
Com o país em pleno crescimento, parece que este problema tende a aumentar. Pesquisa realizada no ano de 2010 com mais de 35 mil empregadores em 36 países, pela consultoria internacional de recursos humanos Manpower, mostra que a escassez de mão de obra qualificada no Brasil só não é maior do que a do Japão.
Em minha atividade de Consultor e de Professor em cursos de pós-graduação vivencio um grande desperdício cometido pelas empresas: o desperdício do direcionamento das pessoas certas para as atividades erradas e o desafio das pessoas erradas para as atividades certas.
Ainda segundo os dados da pesquisa do CNI, as empresas têm enfrentado o problema de diversas formas, por exemplo: 78% das empresas pesquisadas capacitam o profissional dentro da própria companhia, 40% delas fortalecem suas políticas de retenção de talentos, e 33% delas buscam a capacitação de seus profissionais fora da empresa, através de empresas de Educação e Treinamento Profissional. Este é um assunto presente na alta cúpula das empresas, fato que pode ser comprovado com os dados da pesquisa Global CEO Study 2010, realizada pela IBM, onde ficou constatado que 50% dos CEO’s brasileiros revelaram que a falta de mão de obra qualificada é ainda um grande obstáculo para o sucesso de suas empresas, e que o déficit de profissionais se dá tanto no nível estratégico quanto para funções operacionais dentro da organização. A taxa de desemprego no Brasil em junho caiu para 6,2% da população economicamente ativa, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isto significa que o número de desempregados em junho/2011 nas seis maiores regiões metropolitanas do país nas quais o índice nacional é calculado, foi de 1,5 milhão de pessoas, o que nos permite dizer
Esta última pergunta passa a ser pertinente a partir do momento que nos questionamos se as empresas que reclamam da falta de mão obra qualificada realmente tiram o máximo proveito da qualificação de seus funcionários.
O primeiro desperdício está ligado ao direcionamento de profissionais talentosos para atividades que não precisariam ser feitas, atividades que não agregam valor ao cliente ou ao negócio. O segundo desperdício, o do direcionamento das pessoas erradas às atividades certas, está ligado à alocação de profissionais com qualificações acima ou abaixo das necessárias para as atividades que realmente devem ser feitas. Atividades que poderiam eventualmente ser executadas por um dos 1,5 milhão de desempregados que temos no mercado e que muitas vezes, erroneamente, rotulamos de sem qualificação, mas que na verdade parte deles têm qualificação para outras atividades. Temos sim problema de qualificação de mão de obra no mercado, não há como negar, mas não podemos nos esquecer que existe também o problema de gestão na alocação da mão de obra qualificada. Se alocarmos as pessoas certas (qualificadas) para as tarefas certas (que exijam sua qualificação) certamente minimizaremos os impactos da falta de mão de obra qualificada no mercado.
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Opinião
Falta mão de obra qualificada no mercado e as empresas não tiram proveito da qualificação dos seus profissionais
Guia prega “desconcentrar” verba ambiental
Opinião
Documento explica como países em desenvolvimento podem obter recursos para custear atividades de combate a mudanças climáticas do PNUD O investimento em “tecnologias verdes” ainda é bastante concentrado em países de renda alta ou média, mas existem 6 mil fontes de financiamento ativas, como fundos públicos internacionais e mercados de crédito de carbono, que podem ser buscadas por nações de baixo desenvolvimento, aponta o guia Catalysing Climate Finance (Catalisando o Financiamento do Clima), publicado pelo PNUD. O ponto de partida do documento é que os recursos para controlar as mudanças climáticas devem ser bem distribuídos. Apenas estabelecer metas para os maiores emissores de carbono não vai resolver os desafios ambientais, argumenta o texto. É preciso obter recursos para adaptar tecnologias, mas também para mitigar (diminuir o impacto das atividades que agravam o aquecimento global). “O fracasso em promover acesso justo para recursos de combate às mudanças climáticas para todos os países em desenvolvimento traria sérias consequências políticas, climáticas e econômicas”, afirma o guia. O texto avalia que “é uma prioridade chave” capacitar países de baixa renda para obtenção de “investimentos públicos e privados para resolver os problemas ambientais, que são cada vez mais urgentes”. Os recursos investidos em energia limpa passaram de US$ 22 bilhões, em 2002, para mais de US$ 200 bilhões, em 2010, mas 90% deste valor foi aplicado pelos países do G-20. Uma das mais importantes fontes de financiamento ambiental, o MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), também é direcionada a poucas nações. Estabelecido pelo Protocolo de Quioto em 2007, ele permite a venda de créditos de carbono para nações industrializadas. Porém, apenas Brasil, China, Índia, Coreia do Sul e México devem concentrar 80% desses créditos até 2012, prevê a publicação do PNUD. Uma das fontes alternativas de recursos são fundos de países desenvolvidos — que se comprometeram a destinar US$ 100 bilhões por ano, até 2020, para ajudar as nações em desenvolvimento a responderem às mudanças climáticas. Mas, adverte o guia, “mesmo se esse nível de financiamento for atingido, os gastos públicos serão insuficientes para transformar as economias”.
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Entre os motivos para o baixo aproveitamento das oportunidades está o fato de que os mercados dos países de baixa renda não conseguem atrair muitos investimentos nessas áreas. Por isso, é preciso estimular o fluxo de dinheiro público e privado para questões ambientais. Outra recomendação do guia é aproveitar melhor os recursos públicos, sempre limitados. É possível, por exemplo, usá-los para atrair financiamentos privados, por meio da elevação dos impostos de atividades que prejudicam o meio ambiente — segundo a publicação, essa medida costuma ser mais eficiente que dar subsídios para atividades sustentáveis. O documento do PNUD também contém um passo a passo com quatro etapas: 1) identificar tecnologias prioritárias de mitigação das mudanças climáticas e adaptação a elas; 2) avaliar quais são as principais barreiras para a difusão dessas tecnologias; 3) determinar políticas tanto para iniciativa pública quanto privada; 4) selecionar opções de financiamento. As dicas têm como base a experiência do PNUD, que já gerenciou mais de mil projetos climáticos em cerca de 140 países. O relatório é baseado na premissa de que é possível reverter alterações no meio ambiente e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento — afinal, o combate às mudanças climáticas pode trazer benefícios econômicos e sociais, como redução da pobreza, criação de empregos verdes e manejo sustentável da água. O documento está disponível em www.techoje.com.br O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é a rede global de desenvolvimento da ONU, presente em mais de 170 países e territórios. Ao lado de governos, iniciativa privada e sociedade civil, o PNUD trabalha para melhorar a vida das pessoas, construindo nações mais preparadas e proporcionando condições que empoderem as vidas de seus povos. Em conjunto com pessoas de todas as esferas da sociedade, o PNUD ajuda a construir nações que possam resistir a crises e a criar as condições necessárias para promover uma forma de crescimento que melhore a qualidade de vida de todos. O papel do PNUD é o de oferecer uma perspectiva global aliada a uma visão local, ajudando a empoderar vidas e a construir nações mais resilientes.
Aconteceu no IETEC
Depois de 24 anos atuando como professor do IETEC, o engenheiro de minas Antônio Carlos Girodo, está reduzindo suas atividades em sala de aula. Durante os anos que atuou como professor, Girodo teve a oportunidade de ministrar vários cursos no IETEC, entre eles: Estatística Aplicada à Mineração, Geoestatística, Teoria da Amostragem, Planejamento Mineiro, Bombeamento de Polpas, Lavra Subterrânea, Beneficiamento Mineral, além de vários cursos fechados para empresas. A última turma em que deu aula foi sobre Amostragem e Controle de qualidade na Mineração, com término em junho de 2011. Durante esse tempo como professor, Girodo recorda com carinho das aulas, da participação dos alunos e da enorme vontade deles em aprender e progredir em suas profissões. Do IETEC fica a admiração. “Gosto muito do IETEC sob todos os aspectos. É uma instituição Educacional séria, voltada para transmitir conhecimentos aos alunos. As pessoas que trabalham no IETEC, desde o mais
simples funcionário até a alta direção, são muito agradáveis e colaborativas. Com certeza o IETEC está desempenhando um papel muito relevante na capacitação de diversos tipos de profissionais, sobretudo nas áreas das Engenharias e Gerenciamento. Não é preciso mencionar que é impossível desenvolver qualquer país sem se praticar engenharias de ponta e sem gerenciamento competente de tudo quanto é tipo de recursos”, finaliza Girodo. “Uma figura humana, exemplar. A mineração brasileira deve muito ao Girodo, pois ele educou centenas de profissionais”, destaca Ronaldo Gusmão, presidente do IETEC. Em 2002, esse engenheiro de minas, profissão que abraça há 46 anos com muito orgulho, foi agraciado pelo CREA-MG/CONFEA com a medalha do Mérito de Engenharia, por seus feitos na profissão, prêmio que Girodo recebeu com humildade e carinho. Atualmente, Girodo dedica-se à família, consultoria na área mineral, música e esportes, seus grandes prazeres.
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Curtas
Girodo, Muito obrigado
Grupo Asamar
aposta na diversificação
Atuação em segmentos variados reduz riscos e aumenta as demandas em investimentos, inovação tecnológica e sustentabilidade. Por Aline do E. Santo
Entrevista com Sérgio Cavalieri, presidente do Conselho Administrativo da ALE Combustíveis e acionista do Grupo Asamar.
Codeme Engenharia, MetForm Produtos de Aço, Ativas Data Center e Alvorada Petróleo.Todas as empresas do Grupo Asamar estão expandindo suas atividades. O total a ser investido por estas empresas em 2011 supera R$ 300 milhões.
Em um cenário mundial em que a economia brasileira cresce e aparece como um mercado atrativo para investimentos, as empresas nacionais precisam se adaptar para conseguirem se destacar no mercado e ao mesmo tempo se manterem sustentáveis. Fruto dessa situação, a demanda por investimentos, principalmente em inovação, tecnologia e práticas sustentáveis, bem como a conhecida falta de mão de obra qualificada no Brasil, se apresentam como desafios para as empresas que desejam crescer e se manter competitivas.
Na sua opinião, qual a importância da inovação para a melhoria dos processos produtivos e para o aumento da competitividade?
Nesse cenário, o Grupo Asamar se destaca pela diversificação de nichos de atuação como estratégia para minimizar os riscos. Fundada em 1932 pelos engenheiros Alberto Woods Soares, Amynthas Jacques de Moraes e Antônio Faria Ribeiro e atualmente sob comando da terceira geração da família, o Grupo Asamar atua nas áreas de distribuição de combustíveis líquidos, construção em aço, reflorestamento e produtos florestais, biocombustíveis e tecnologia da informação. ` Nesta entrevista, o presidente do Conselho Administrativo da ALE Combustíveis S.A., e acionista do Grupo Asamar, Sérgio Cavalieri, fala de investimentos, inovação, sustentabilidade, mão de obra qualificada, governança e responsabilidade social.
Quais são os planos de investimentos do Grupo Asamar para este ano? Os investimentos serão feitos por meio das empresas das quais somos acionistas, sendo as principais: ALE Combustíveis, MASB,
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Se uma empresa não se atualiza tecnologicamente, desenvolve novos produtos ou processos, aumenta sua produtividade, dificilmente sobreviverá ao mundo atual. A competição é cada vez mais acirrada e os consumidores são mais exigentes e seletivos.
As empresas do Grupo Asamar estão prontas para inovar? O Grupo Asamar sempre teve o pioneirismo nas veias e a inovação faz parte da sua cultura. Estas características vêm dos seus fundadores, que foram pioneiros em várias áreas: mineração, siderurgia e construção. Investimos nestas áreas e incentivamos nossos gestores e equipes a terem esta postura também. “Preferimos os erros dos que procuram inovar do que a mesmice dos acomodados”. Quando o erro ocorre por uma tentativa de se melhorar algo, fruto da inovação ou ousadia, entendemos como algo saudável e não há punição. A empresa que para no tempo está fadada à morte. A Ativas é um bom exemplo do espírito de inovar do Grupo Asamar. Implantamos em 2011 em, Belo Horizonte, o Data Center mais moderno da América do Sul, que adota as tecnologias mais avançadas e inéditas até então no país.
A palavra sustentabilidade deixou de ser um modismo e entrou para o dia a dia da gestão das empresas. Acionistas, gestores e gerentes não só falam de sustentabilidade, mas começam a praticar como rotina, procurando novos processos que reduzam os impactos ambientais e sociais dos seus produtos. Analisam toda a cadeia, ou seja, todo o ciclo do produto, fornecedores, fabricação, consumo e pós consumo. A inovação é essencial para que se possa avançar e encontrar novas formas de produzir e para que a economia seja verde e humanizada. “Tudo começa no design do produto. É preciso que a sua concepção siga as novas exigências da sociedade.” É uma mudança de paradigma, pois a preocupação sempre foi de redução de custos, que muitas vezes significava um dano ambiental maior ou um impacto social negativo.
Quais são as ações sustentáveis da companhia? E os resultados?
Com quase 80 anos de atividades empresariais ininterruptas, a preocupação sócio-ambiental sempre veio em primeiro lugar, antes mesmo do lucro. A Asamar é orientada para pessoas, sejam elas os funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, a sociedade em geral. Logicamente isto não exclui a busca por resultados econômico-financeiros. O nosso diferencial é que colocamos as pessoas em primeiro lugar. Trabalhamos de forma a criar riqueza social e ao mesmo tempo econômica. Buscamos o lucro, mas não é de qualquer forma. Deve ser um lucro qualificado, saudável, que resulta depois de se remunerar bem os funcionários, preservar o meio ambiente, cumprir as obrigações com fornecedores, governo, propiciar condições dignas de trabalho, possibilidade de desenvolvimento das pessoas, tudo com extremo cuidado e zelo pelo ser humano.
Como vem acontecendo em outros setores, o Grupo Asamar sofre com a carência de mão de obra qualificada? Sim, temos tido dificuldades de preencher quadros, além de constatarmos um aumento constante nos salários. Diria que em todas as empresas e áreas, com maiores dificuldades nas profissões mais especializadas, como a área de TI, na qual a Ativas Data Center atua.
Uma das empresas do grupo, a ALE, foi eleita uma das melhores empresas para começar a carreira de acordo com a Você S/A. Na sua avaliação, que fatores foram decisivos para isso? A ALE tem uma excelente gestão de recursos humanos, tanto é que já fomos premiados várias vezes como melhor empresa para se trabalhar no Brasil e América Latina. Recentemente fomos listados entre as melhores empresas para começar a carreira. Sempre tivemos uma atenção muito grande com os estagiários e com a
prata da casa, ou seja, dar prioridade para os que já trabalham na empresa. Mais recentemente, em função da dificuldade de mão de obra, este cuidado aumentou e lançamos o programa de trainee. Em 2010 abrimos 10 vagas para profissionais com até dois anos de graduação. Tivemos mais de 12 mil inscrições.
Qual a importância da governança corporativa no grupo? Considero a governança muito importante, pois não é possível construir uma casa se a fundação não for sólida, e a governança é a base de uma empresa. O Grupo Asamar zela pela boa governança, pratica a transparência, presta contas e é fiel ao tratamento equânime entre os seus sócios. Temos sócios externos à família em praticamente todos os negócios e isto demanda ferramentas aprimoradas de governança. Todas as empresas são sociedades anônimas, muitas delas com Conselheiros externos nos seus Conselhos. As Diretorias e Gerências Executivas são ocupadas por profissionais de mercado. Trabalhamos planejadamente com diretrizes e metas bem conhecidas por toda a organização, e os funcionários são recompensados quando superam os objetivos traçados. Recentemente, a ALE Combustíveis conquistou o prêmio como a melhor empresa do Brasil em Governança Corporativa, entre as companhias de capital fechado, o que comprova as boas práticas de governança do Grupo.
O tema responsabilidade social está avançando e ganhou a norma ISO 26.000. O que culminou sua criação? A ISO 26.000 é a primeira norma internacional que trata do tema da Responsabilidade Social. Sua conclusão e divulgação, em setembro de 2010, é um importante marco no cenário empresarial. Acredito que terá um efeito semelhante a ISO 9.000, que revolucionou a forma das empresas lidarem com a qualidade na década de 90. Em pouco tempo, os consumidores e as próprias empresas passarão a exigir que os seus fornecedores atuem em sintonia com a ISO 26.000, o que traz importantes ganhos sociais e ambientais para a economia e para toda a sociedade. A entrevista na íntegra está disponível em www.techoje.com.br
Quem é Sérgio Cavalieri? Engenheiro civil pela Universidade Mackenzie, pós-graduado em finanças pela FGV, com o curso de Gestão Avançada no INSEAD - Fundação Dom Cabral em Fontainebleau na França. Presidente do Conselho Administrativo da ALE Combustíveis e acionista do Grupo Asamar. Vice-presidente da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), Presidente da ADCE Regional Belo Horizonte e da ADCE Brasil, Membro do Conselho Temático Permanente de Responsabilidade Social da CNI Confederação Nacional da Indústria e Conselho Consultivo Internacional da FDC - Fundação Dom Cabral.
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Capa
Como a inovação pode contribuir para que as práticas sustentáveis sejam mais assertivas e constantes?
Inovação como peça-chave para a segurança energética da AL Rafael Santana
Opinião
é Presidente e CEO Global da GE Energy América Latina e assumirá o posto de Presidente Global da GE Power & Water, na divisão de motores a gás.
Com inovação é possível melhorar as tecnologias por energias mais limpas e eficientes
A demanda energética global, segundo previsões, deverá crescer pelo menos um terço até 2035. E, ao se pensar em segurança e eficiência energética na América Latina, fala-se de uma relação muito estreita entre rápido crescimento econômico e capacidade de suprir a demanda de energia que esse crescimento exige.
caso do etanol - e até mesmo do lixo ou de matéria orgânica em decomposição. Todos esses processos vêm ganhando mais espaço como potenciais soluções de eficiência energética e deixando de ser “fontes alternativas”, para juntos contribuírem com parcelas importantes de energia limpa ou renovável para o consumo.
Dessa forma, uma política energética imbuída de inovação é essencial para que novas opções surjam e o potencial de crescimento na região não seja barrado por gargalos de infraestrutura. Com atitudes inovadoras é possível melhorar as tecnologias existentes e desenvolver novidades para atender os problemas mais complexos.
Com diversas fontes e tipos de energia, pode-se também limitar o impacto potencial que sempre existe por conta da utilização de apenas um tipo de recurso. Dessa forma, a segurança é fortalecida evitando-se uma dependência demasiada de uma só fonte ou região geradora de energia.
Há em curso uma corrida tecnológica global por energias mais limpas, inteligentes e eficientes, preocupação vital para o crescimento econômico de qualquer país em desenvolvimento, como os da América Latina. Esse pode ser também o maior motor de geração de empregos deste século, e empresas e governos que atentarem rapidamente para esta necessidade, produzindo soluções inovadoras para suprimento da demanda, irão colher os frutos dessa conquista.
É certo que a adoção de tecnologias mais limpas vai ao encontro da crescente demanda mundial por energia. Isso inclui a maior utilização de fontes renováveis, mas não se pode esquecer que um portfolio completo de soluções energéticas é necessário, contemplando também o uso mais eficiente de combustíveis fósseis. Neste sentido, as expectativas também são enormes para a região latino-americana, tendo em vista as recentes descobertas de jazidas com grandioso potencial de exploração na costa do Atlântico.
A América Latina vem registrando uma forte ampliação da demanda por energia, tanto da indústria quanto dos usuários domésticos. O Brasil, por exemplo, já é o 10º maior consumidor de energia do mundo e o primeiro da América Latina, com previsões de crescimento de seu PIB. Por outro lado, sua meta de redução da intensidade energética chega a 25% até 2030. É um grande desafio de perspectivas tão positivas que necessitam de inovação como pilar de sustentação para que efetivamente se tornem realidade.
Outro ponto importante é a emissão de CO2, que por questões climáticas e ambientais está no topo das discussões internacionais e na agenda de estabelecimento de marcos regulatórios. Nesse caso, a inovação deve ser percebida como parceria para maximizar o uso do óleo da camada pré-sal como fonte de energia e minimizar, na outra ponta, os impactos ao meio ambiente.
A solução para essa equação – de um lado, a crescente demanda por energia, e do outro, fontes limitadas de geração e transmissão – pode estar na diversificação da matriz energética dos países latino-americanos. Hoje, grande parte deles se apoia em fontes não renováveis, como o petróleo, ou que exigem o alagamento de grandes áreas, como as hidrelétricas. Muito já se avançou nessa diversificação, e atualmente é possível obter energia a partir do vento, do calor, de fontes vegetais -
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A fim de que a América Latina consiga contornar todas essas questões, é necessário investimento pesado em pesquisa e desenvolvimento de soluções que possam resultar em ganhos cada vez maiores no tocante à quantidade de energia gerada, ao rendimento possibilitado por ela e ao impacto ambiental. Já existe no mercado um número considerável de mecanismos voltados para este fim, mas os esforços por uma evolução ainda maior, tanto da parte dos governos como da iniciativa, tornam-se cada vez mais imperativos para que o caminho em prol da segurança energética e de uma matriz latino-americana cada vez mais diversificada seja trilhado.
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27 Out.
28 Out.
Diurno
Cursos corporativos IETEC: o mercado reconhece. Grandes empresas já aprovaram os Cursos Corporativos IETEC para capacitar seus colaboradores. Isso mostra a confiança e credibilidade que o IETEC possui no mercado. Com aulas voltadas para a realidade do seu negócio, os Cursos Corporativos podem ser customizados de acordo com a necessidade da sua empresa.
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Cenário
Capacitação e dedicação:
Apresentação durante o 14º Seminário Nacional de Gestão de Projetos
Base para uma eficiente gestão de projetos
Por Harley Pinto
Esta foi a principal constatação do Seminário que reuniu 230 profissionais focados no desenvolvimento e na expansão do setor no país Nos dias 13 e 14 de julho, Belo Horizonte recebeu o 14º Seminário Nacional de Gestão de Projetos, uma realização do Instituto de Educação Tecnológica (IETEC). Durante esse período, profissionais de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Pará e Brasília discutiram os rumos da profissão e os principais desafios das empresas. Duas foram as principais conclusões. Primeira: um bom gerente de projetos precisa de qualificação constante. A segunda: faltam profissionais qualificados no mercado brasileiro. “Atualmente não há, no mercado, profissionais com a qualificação e disponibilidade que as empresas demandam. Para suprir essa lacuna, muitas têm formado seus próprios quadros. Mas a necessidade é latente e, pelo que vemos, deve permanecer pelos próximos anos, se mantida o mesmo ritmo de crescimento da economia”, observa Manoel Vitor de Mendonça Filho, vice-presidente da Gerdau-Açominas, que abriu os trabalhos do encontro analisando as oportunidades e ameaças dos projetos de investimento no Brasil. O evento inovou ao realizar transmissões ao vivo diretamente do site da Rede Minas de Televisão. Assim, foi possível disseminar em larga escala as melhores práticas entre os profissionais, além de permitir a troca de experiências entre as organizações participantes. “Eventos como este são importantes para conhecermos as formas de gestão
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dos grandes grupos empresariais. Aprende-se muito mais com a troca de experiências do que na simples aplicação da metodologia.”, analisa Ronaldo Gusmão, presidente do IETEC. Luiz Fernando Pires, presidente da Mascarenhas Barbosa Roscoe Construções e do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), e palestrante do evento, afirma que o gerenciamento de projetos é imprescindível em uma organização, seja ela pequena ou de grande porte. “Com a concorrência cada vez mais intensa entre as empresas, o setor se tornou estratégico e fundamental para a elaboração de técnicas de planejamento realmente eficientes. Com a prática de uma boa gestão, os diferenciais aparecem e o sucesso se torna ainda mais presente nos projetos e planos” comenta. Durante os dois dias do Seminário, estiveram presentes mais de 230 profissionais, que assistiram a 24 apresentações, ministradas por especialistas renomados das seguintes organizações: Comau, Concremat, Construtora Even, CPLAN, De Paula Assessores e Consultores, Devex, Energ Power, Fiat, Gerdau-Açominas, IPMA Brasil, INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), M2 Consultoria, Mascarenhas Barbosa Roscoe Construções, Rede Metrológica de Minas Gerais, Reta Engenharia, Siemens, V & M do BRASIL e Véli Soluções em RH.
A transmissão do evento obteve visibilidade em 97 cidades de 10 países.
Qualificação é imprescindível Um dos maiores diferenciais para se tornar um gerente de projetos de destaque é a busca permanente por qualificação. Um bom exemplo é a Samarco, onde há a divisão dos projetos rotineiros dos megaprojetos, responsáveis pela expansão das atividades da empresa. Quem explica é a coordenadora técnica de Recursos Humanos da empresa, Vânia Ferreira. “Já possuímos estabelecido um PMO e temos uma classificação interna de projetos, que vai de A a D. Eu trabalho num projeto de expansão, um megaprojeto de expansão, que é trabalhado separadamente do PMO corporativo, que se encarrega dos projetos mais rotineiros, digamos. Para esse megaprojeto, temos uma equipe específica pré-estabelecida e full time neste empreendimento, que já tem toda uma metodologia implementada. Nele, trabalham nossos mais qualificados gerentes de projetos”, afirma. Segundo Murilo de Mello Campos, diretor regional da Concremat, é fundamental ter um gerente de projetos na empresa. “Fizemos uma análise criteriosa, dentro do nosso Planejamento Estratégico, e enxergamos que uma metodologia com um escritório qualificado de PMO faz com que a empresa tenha uma redução de custos na operação, ao mesmo tempo em que se melhora a qualidade dos serviços oferecidos. Investimos fortemente na qualificação dos nossos profissionais – inclusive com a realização de um MBA in company – pois vemos isso como um diferencial de mercado”, analisa. Para Ivo Michalick, presidente do Project Management Institute Minas Gerais (PMI-MG) e sócio-diretor da M2 Consultoria, um gerente de projetos deve apresentar competências interpessoais que garantam o sucesso durante a condução de um empreendimento. “Para listar somente as principais, diria capacidade de liderança, de negociação e de comunicação. Sem esse tripé, todas as outras habilidades se tornam supérfluas. Elas são fundamentais para a formação de um bom gestor, que tem a função de integrar as diferentes áreas da empresa”, comenta o profissional, que traz sua vivência de mercado para o IETEC, como coordenador dos cursos de gerenciamento de projetos do Instituto. Essa opinião é também compartilhada pelo líder do Comitê Estratégico do IPMA Brasil (International Project Management Association), Wilson Guilherme Ramalho da Silva. Para ele, um profissional preparado deve ter competência técnica, comportamental e contextual – critérios de avaliação do processo de certificação da IPMA - e estar em constante aperfeiçoamento, caso contrário, se torna um obstáculo para o mercado. Wilson convive com esta situação na prática. Como gerente geral para implantação da Refinaria do Nordeste na área de negócios de abastecimento da Petrobras, ele lida diariamente com a falta de mão de obra especializada em gerenciamento de projetos. “A falta de profissionais pode acarretar problemas graves como atrasos
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Abertura do Seminário com o vice-presidente da Gerdau-Açominas e representantes do PMIMG e IPMA Brasil
nos prazos de entrega, queda na qualidade, aumento dos custos e insatisfação dos envolvidos, fatores que elevam a rotatividade e fazem com que a empresa volte a uma das fases mais difíceis do projeto: encontrar o profissional adequado para a função”, enfatiza.
Escassez de mão de obra Em uma pesquisa realizada pelo PMI Brasil com diversas empresas nacionais, foi diagnosticado que o déficit em gestores de projetos chegará a 50 mil gerentes de projetos qualificados em cinco anos. “Atualmente, o país investe em diferentes empreendimentos e desfruta de uma economia local que nunca criou tantos empregos, em contrapartida, não consegue manter um quadro de profissionais capacitados o suficiente”, analisa Ivo Michalick. “Mesmo diante desta escassez, não basta se formar, ou ser PMO para ter a certeza do sucesso profissional. É preciso ir além, se diferenciar, visto que a concorrência no mercado é grande, principalmente no que se refere aos grandes projetos empresariais, onde está a maior parte dos recursos e onde os melhores se destacam”, analisa o diretor de Negócios da Siemens, Wilson Leal, que participou do painel de encerramento do Seminário.
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Maturidade dos projetos Um dos temas que gerou maior interesse durante o Seminário foi a pesquisa “Maturidade Brasil 2010”, coordenada por Darci Prado, consultor-sócio do Instituto de Desenvolvimento Gerencial. O levantamento apresentou resultados no que se refere à maturidade em gerenciamento de projetos e demonstrou de que forma este parâmetro contribui diretamente para a obtenção de sucesso nos resultados do negócio. A partir de uma escala de um a cinco, os pesquisadores verificaram que as empresas nacionais detêm nota 2,61 como maturidade média. “Isso mostra que as instituições empresariais brasileiras ainda têm muito a evoluir, principalmente se quiserem vir a ser relevantes num cenário de internacionalização das economias. O nível ideal é atingido por somente 1% das entrevistadas, o que é muito pouco para um país com o potencial de crescimento como o nosso”, analisa Prado. O coordenador do MBA de Gestão de Projetos do IETEC, João Carlos Boyadjian, afirma que “para se fazer uma boa gestão de um projeto, entre outras coisas, é necessário que se visualize qual será o ciclo de vida do projeto. Sob a ótica desse ciclo
é que conseguiremos extrair quais serão os pontos a serem desenvolvidos no âmbito técnico e gerencial do empreendimento. É por meio do ciclo de vida que definiremos como os gestores aplicarão os processos e utilizarão as ferramentas adequadas de gestão”. A pesquisa “Maturidade Brasil 2010” está disponível para consulta no site: www.techoje.com.br
• Todas as apresentações do 14º Seminário Nacional de Gestão de Projetos estão disponíveis no Gestão de Projetos Brasil: www.gestaodeprojetosbrasil.com.br • Os vídeos das palestras de abertura e encerramento do Encontro estão disponíveis no canal do IETEC no You Tube: www.youtube.com/IETECtv
Cenário
Serviço
Encerramento do Seminário com os diretores da Siemens e Energ Power, CEO da Devex, Presidente e Coordenador da área de projetos do IETEC
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Conhecimento Aplicado
Aplicabilidade que leva a resultados positivos
José Ambrósio
Curtas
Por Aline do E. Santo
Aperfeiçoamento, especialização e MBA Executivo como forma de crescer profissionalmente e adquirir conhecimento. Assim aconteceu com o Gerente de Compras da Egesa Engenharia S/A, José Ambrósio Sobrinho, e com César Augusto Castanheira Santos, líder de Projetos na Net Service, ao estudarem no IETEC. José Ambrósio era supervisor de compras da Egesa Engenharia S/A, quando começou seu curso de aperfeiçoamento no IETEC e assim trilhou seu caminho rumo ao sucesso. Atualmente como Gerente de Compras, ele afirma que o conhecimento adquirido no curso foi fundamental para rever, aprofundar conceitos e aplicar no trabalho tudo que aprendeu nos estudos. “Eu já trabalhava na área. Porém, no IETEC, pude ampliar minha visão sobre a área de compras. Hoje tenho uma visão empreendedora e aplico no meu dia a dia tudo que aprendi nos estudos”, comenta.
Das três etapas que cursou, José Ambrósio aplicou na empresa a avaliação de fornecedores e a centralização de compras, o que trouxe um grande resultado para a Egesa, acabou com o desperdício de material e perda de prazos. “As empresas hoje, principalmente da construção civil, precisam programar-se para a compra de material na data certa, cumprir prazos, evitar o desperdício e conscientizar os usuários na utilização do material nas construções. Como especialista em negociações, tive maior poder de decisão, obtive grandes resultados, melhorei minha remuneração e a empresa pode contar com um colaborador completo”, finaliza José Ambrósio. O reconhecimento veio agora no final de julho, quando foi elogiado pelo desempenho que teve na organização do departamento de compras e a aplicabilidade do que trouxe para a empresa. Com o líder de projetos da Net Service, César Augusto, não foi diferente. Ele resolveu fazer os três módulos de estudos que o IETEC oferece devido à própria demanda do mercado, necessidade de aprimoramento pessoal e plano de carreira. Ciente de que a qualidade de sua performance profissional estava atrelada à sua bagagem de conhecimentos, o líder de projetos apostou na qualificação. Ao longo do curso, César Augusto teve a oportunidade de aplicar os conceitos discutidos em sala de aula no desenvolvimento de soluções de TI na Net Service. “Ao fazer o MBA Executivo, ampliei meu network, troquei experiências e adquiri conhecimento. No dia a dia, por trabalhar numa empresa de TI e estar na área de projetos, os estudos foram de grande relevância para o meu trabalho e para aplicabilidade do que aprendi”, comenta César Augusto.
César Augusto
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Num mercado cada vez mais competitivo, onde o estudo acaba sendo o diferencial para ascensão profissional, José Ambrósio e César Augusto escolheram o IETEC, por ser uma das melhores instituições de ensino, pela seriedade do estabelecimento e sobretudo pelo corpo acadêmico.
CURSOS NA ÁREA DE MINERAÇÃO O SUCESSO DA SUA EMPRESA PASSA POR AQUI Carregamento e Transporte em Minas a Céu Aberto - Aplicações de Pesquisa Operacional 16 e 17 de Agosto - 8h30 às 17h30 - Belo Horizonte Operações de Carregamento e Transporte em Minas a Céu Aberto - Determinação do Ritmo de Lavra das Frentes - Introdução à Análise de Decisões Usando Técnicas de Pesquisa Operacional - Resolução de Problemas de Otimização Utilizando Planilhas Eletrônicas - Modelos de Otimização para Resolução de Problemas de Lavra - Simulação de Sistemas Aplicada à Lavra de Minas - Alocação Estática e Dinâmica de Caminhões - Sistemas de Despacho de Caminhões e Gerenciamento das Operações de Lavra Análise de Cenários de Produção em Minerações Usando Pesquisa Operacional
Gerenciamento de Projetos de Mina Subterrânea 20 e 21 de Setembro - 8h30 às 17h30 - Belo Horizonte Elementos de Planejamento Mineiro - Modelamento do Depósito Mineral - Considerações Práticas Sobre a Operacionalização de Projetos de Lavra - Programa de Lavra - Programa de Desenvolvimento da Mina – Dimensionamentos dos Equipamentos da Mina Infraestrutura na Mina Subterrânea - Quadro de Pessoal - Custo Operacional (OPEX) - Custo de Investimento (CAPEX) - Fechamento da Mina Subterrânea - Economia dos Projetos de Mineração - Comentários Finais
Legislação Mineral e Meio Ambiente 13 e 14 de Outubro - 8h30 às 17h30 - Belo Horizonte Introdução - Mineração, Meio Ambiente e Atividade Econômica na Constituição Federal - O Bem Mineral como Recurso Ambiental e a Necessidade de seu Aproveitamento - Evolução dos Regimes Jurídicos de Aproveitamento dos Recursos Minerais - O Atual Regime Jurídico para o Aproveitamento dos Recursos Minerais - A Compatibilização da Mineração com o Meio Ambiente pelo Direito - A Gestão Ambiental na Mineração
Desmonte de Rochas com Explosivos 27 e 28 de Outubro - 8h30 às 17h30 - Belo Horizonte Perfuração da Rocha - Tipos de Explosivos - Discussão da Velocidade e Pressão de Detonação, Energia, Densidade, Gases, Detonação por Simpatia e Parâmetros que afetam as Propriedades dos Explosivos - Como Desenvolver um Novo Explosivo - Cálculo da Porcentagem em Peso dos Componentes, Cálculo da Energia e Testes de Campo e, especialmente, a Velocidade de Detonação Acessórios de Iniciação - Cálculo de Plano de Fogo - Manual e Através de Software - Métodos de Avaliação do Desmonte de Rocha Medição, Simulação e Controle da Fragmentação da Rocha - Utilizando Software - Cálculo dos Parâmetros do Desmonte Escultural: Pré-Corte com Cargas Contínuas, Desacopladas e com o Sistema Air Deck - Técnicas de Desmonte Secundário de Rocha: Drop Ball, Martelo Hidráulico, Cimentos Expansivos, Plasma Blasting, Blocos Perfurados, João de Barro, Buraco de Cobra - Medidas e Controle dos Problemas Ambientais Gerados pelos Desmontes de Rocha: Velocidade e Frequência de Vibração dos Terrenos, Sobrepressão do Ar e Ultralançamento dos Fragmentos Rochosos - Demonstração da Medição da Velocidade e Frequência de Vibração e Pulso de Ar, através do Sismógrafo Blastemate Series III - Segurança e Manuseio dos Explosivos - Novos Recursos Aplicados aos Desmontes de Rochas - Navegando pela Internet
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Sustentabilidade: Adjetivo ou Substantivo?
Opinião
É preciso uma mentalidade aberta e saber a diferença entre a sustentabilidade como adjetivo e como substantivo, para assim, obter uma outra visão da realidade É de bom tom hoje falar de sustentabilidade. Ela serve de etiqueta de garantia de que a empresa, ao produzir, está respeitando o meio ambiente. Atrás dessa palavra se escondem algumas verdades, mas também muitos engodos. De modo geral, ela é usada como adjetivo e não como substantivo. Explico-me: como adjetivo é agregada a qualquer coisa sem mudar a natureza da coisa. Exemplo: posso diminuir a poluição química de uma fábrica, colocando filtros melhores em suas chaminés que vomitam gases. Mas a maneira com que a empresa se relaciona com a natureza de onde tira os materiais para a produção, não muda; ela continua devastando; a preocupação não é com o meio ambiente, mas com o lucro e com a competição que tem que ser garantida. Portanto, a sustentabilidade é apenas de acomodação e não de mudança; é adjetiva, não substantiva. Sustentabilidade, como substantivo, exige uma mudança da relação para com a natureza, a vida e a Terra. A primeira mudança começa com outra visão da realidade. A Terra está viva e nós somos sua porção consciente e inteligente. Não estamos fora e acima dela como quem domina, mas dentro como quem cuida, aproveitando de seus bens, mas respeitando seus limites. Há interação entre ser humano e natureza. Se poluo o ar, acabo adoecendo e reforço o Efeito Estufa donde se deriva o aquecimento global. Se recupero a mata ciliar do rio, preservo as águas, aumento seu volume e melhoro minha qualidade de vida, dos pássaros e dos insetos que polinizam as árvores frutíferas e as flores do jardim. Sustentabilidade, como substantivo, acontece quando nos fazemos responsáveis pela preservação da vitalidade e da integridade dos ecossistemas. Devido à abusiva exploração de seus bens e serviços, tocamos nos limites da Terra. Ela não consegue, na ordem de 30%, recompor o que lhe foi tirado e roubado. A Terra está ficando cada vez mais pobre: de florestas, de águas, de solos férteis, de ar limpo e de biodiversidade. E o que é mais grave: mais empobrecida de gente com solidariedade, com compaixão, com respeito, com cuidado e com amor para com os diferentes. Quando isso vai parar?
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Leonardo Boff
é doutor em Teologia e filosofia, escritor, professor, conferencista no Brasil e exterior e assessor de movimentos sociais de cunho popular libertador.
A sustentabilidade, como substantivo, é alcançada no dia em que mudarmos nossa maneira de habitar a terra, nossa Grande Mãe, de produzir, de distribuir, de consumir e de tratar os dejetos. Nosso sistema de vida está morrendo, sem capacidade de resolver os problemas que criou. Pior, ele nos está matando e ameaçando todo o sistema vital. Temos que reinventar um novo modo de estar no mundo com os outros, com a natureza, com a Terra e com a última realidade. Aprender a ser mais com menos e a satisfazer nossas necessidades com sentido de solidariedade para com os milhões que passam fome e com o futuro de nossos filhos e netos. Ou mudamos, ou vamos ao encontro de previsíveis tragédias ecológicas e humanitárias. Quando aqueles que controlam as finanças e os destinos dos povos reúnem, nunca é para discutir o futuro da vida humana e a preservação da Terra. Eles se encontram para tratar de dinheiro, de como salvar o sistema financeiro e especulativo, de como garantir as taxas de juros e os lucros dos bancos. Se falam de aquecimento global e de mudanças climáticas é quase sempre nesta ótica: quanto posso perder com estes fenômenos? Ou então, como posso ganhar comprando ou vendendo bônus de carbono (compro de outros países licença para continuar a poluir)? A sustentabilidade de que falam não é nem adjetiva, nem substantiva. É pura retórica. Esquecem que a Terra pode viver sem nós, como viveu por bilhões de anos. Nós não podemos viver sem ela. Não nos iludamos: as empresas, em sua grande maioria, só assumem a responsabilidade socioambiental na medida em que os ganhos não sejam prejudicados e a competição não seja ameaçada. Portanto, nada de mudanças de rumo, de relação diferente para com a natureza, nada de valores éticos e espirituais. Como disse muito bem o ecólogo social uruguaio Eduardo Gudynas: “a tarefa não é pensar em desenvolvimento alternativo, mas em alternativas de desenvolvimento”. Chegamos a um ponto em que não temos outra saída se não fazer uma revolução paradigmática, caso contrário, seremos vítimas da lógica férrea do capital que poderá nos levar a um fenomenal impasse civilizatório.
Consultoria Ambiental para projetos de um MUNDO melhor.
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