V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

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Lisboa, 1 e 2 de julho de 2014


1 e 2 de julho de 2014 Instituto de Educação, Universidade de Lisboa Promover a reflexão e discussão dos projetos de investigação em curso no âmbito do Doutoramento, nas diversas áreas de especialidade. 2


Maria João Mogarro Ana Bruno Ana Luísa Rodrigues Ana Naia Ana Nascimento Ana Sofia Pinho

Mónica Baptista Natália Alves Paula Guimarães Pedro Reis Sofia Viseu

Carla Matoso Carla Menitra Carlos Henriques Cília Silva Cláudia Gonçalves

Ana Bruno

Dulce Martins

Ana Gama

Elisabete Cruz

Ana Luísa Rodrigues

Elvira Tristão

Ana Nascimento

Inês Félix

António Quaresma

Joana Marques

Carla Matoso

Joana Viana

Carla Menitra

João Pedro da Ponte

Carlos Henriques

Marcelo Marques

Cília Silva

Marisa Quaresma

Dulce Martins

Marta Tagarro

Elisabete Cruz

Mónica Baptista

Elvira Tristão

Paula Guimarães

Inês Felix

Renata Carvalho

Irene Santos

Sofia Viseu

Isabel Figueira

Vanessa de Andrade

Joana Viana Laura Marrocos Letícia Carvalho Luísa Lourenço Lina Brunheira

Ana Henriques Ana Naia Ana Paula Caetano Ana Sofia Pinho Benedita Portugal e Melo Carmen Cavaco

Marcelo Marques Maria Tagarro Mariana Feio Marisa Quaresma Renata Carvalho Tatiana Sanches

Carolina Carvalho Cecília Galvão Domingos Fernandes Feliciano Veiga Fernando Albuquerque Costa Guilhermina Lobato Miranda Isabel Chagas Isabel Freire João Pedro da Ponte Joaquim Pintassilgo Jorge Ramos do Ó Leonor Santos Luísa Cerdeira Luís Miguel Carvalho

Ana Garcia Ana Raquel Simões Andreia Alves Andreia Roupeta Andreia Santos Rute Alves Sérgio Fernandes Susana Orfão Vanessa Antão


1 de julho de 2014 (terça-feira) 09h30 – 12h30

[sala 9] A Entrevista na Investigação Qualitativa | HÉLIA OLIVEIRA [sala 8] Potencialidades do NVIVO na análise de dados qualitativos | JOANA MATA-PEREIRA, MARISA QUARESMA, RENATA CARVALHO E SOFIA FREIRE [sala Tecnologias 2] Publicação em revistas científicas | PEDRO REIS [sala Universia] Questionários e Escalas: como construir e adaptar? | GUILHERMINA LOBATO MIRANDA E PEDRO BRÁS

14h00 – 17h00

[sala 9] Construção de teoria a partir do estudo de caso | ANA NAIA [sala 10] Análise de políticas educativas públicas a partir dos níveis macro, meso e micro | PAULA GUIMARÃES E ANA BRUNO

2 de julho de 2014 (quarta-feira)) 08h30 – 09h00

Receção [átrio do IE]

09h00 – 09h30

Sessão de Abertura [anfiteatro] JOÃO PEDRO DA PONTE | ROGÉRIO GASPAR |

09h30 – 10h30

Comunicação Plenária [anfiteatro] Um Percurso Especial na Construção do Conhecimento em Educação | TERESA S. LEITE

10h30 – 11h00

Intervalo

11h00 – 13h00

Sessões paralelas I

13h00 – 14h30

Intervalo para almoço

14h30 – 16h30

Sessões paralelas II

16h30 – 17h00

Sessão de Encerramento [anfiteatro] Nova licenciatura em Educação e Formação Prémios aos Melhores Alunos


Apresentação ....................................................................................................................... 1 Comunicação Plenária ....................................................................................................... 3 Resumos ............................................................................................................................... 4 ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL ...................................................................... 5 AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO............................................................................................... 18 DIDÁTICA DA MATEMÁTICA.............................................................................................. 20 DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS ................................................................................................... 37 FORMAÇÃO DE ADULTOS .................................................................................................. 47 FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................................................................................ 53 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO .................................................................................................. 66 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO .............................................................................................. 72 SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO .............................................................................................. 80 SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ................................................. 83 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO ................................... 86 TEORIA E DESENVOLVIMENTO CURRICULAR...................................................................... 99 Workshops .......................................................................................................................103


Apresentação O V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação, a decorrer nos dias 1 e 2 de julho de 2014, tem como objetivo promover a reflexão e discussão dos projetos de investigação em curso no âmbito do Doutoramento, nas diversas áreas de especialidade. A participação, neste evento, assume três modalidades: 

Apresentação do trabalho: modalidade de participação destinada exclusivamente aos doutorandos do IE.

Assistência aos trabalhos: modalidade de participação destinada a todos os interessados em conhecer e discutir os projetos de doutoramento em curso.

Participação em de investigação: modalidade destinada exclusivamente aos doutorandos e mestrandos do IE.

O presente volume recolhe os resumos das comunicações apresentadas no Fórum para promover uma reflexão, o mais alargada possível, em torno das problemáticas nele tratadas, oferecendo ao leitor mais um momento para aprofundar o espaço de partilha que se pretende proporcionar, neste caso, a partir de leituras mais rigorosas, sobre a complexidade dos desafios que os projetos de investigação em curso colocam à área da Educação. Além dos resumos das comunicações, integra os resumos da comunicação plenária, a proferir na abertura do evento, e dos , a realizar no dia 1 de julho. Esperamos, pois, que a leitura dos resumos aqui reunidos venha a suscitar um novo espaço e um novo tempo de reflexão e, por essa via, contribuir para a partilha de conhecimentos.

Lisboa, 2 de julho de 2014

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criando âncoras que contribuíram não apenas para o seu desenvolvimento enquanto campo conceptual e prático, mas também para a produção e evolução do conhecimento educacional em geral e, simultaneamente, para a construção de processos e dispositivos de investigação que conseguiram captar a especificidade dos fenómenos em estudo, sem perder o rigor e as condições de validade. A referenciação de estudos recentes levados a efeito ou em curso nesta área ilustrará algumas das afirmações anteriores.

Comunicao Plenária

Comunicação Plenári

TERESA S. LEITE Professora Coordenador: ESELX— Instituto Politécnico de Lisboa Investigadora: UIDEF— Instituto de Educação da Universidade de Lisboa Resumo: O conhecimento em Educação tem vindo a ser construído a partir de diferentes disciplinas, diferentes perspetivas científicas, diferentes abordagens investigativas, diferentes posições ideológicas. O caráter multirreferencial deste conhecimento é uma condição sine qua non para a legibilidade das situações educativas, que não podem ser compreendidas à luz de visões disciplinares fragmentadas. Para a construção do conhecimento em educação tem concorrido (e em algumas épocas de forma determinante) a investigação em educação especial. Com efeito, o estudo da diferença, do desvio, do disfuncionamento foi percursor e impulsionador de muito do que hoje sabemos sobre processos de desenvolvimento e sobre processos de aprendizagem e, consequentemente, do conhecimento que fomos construindo sobre ensino, currículo e pedagogia. Da pedagogia experimental na abordagem de casos excecionais ao estudo de situações problemáticas na vivência escolar e à individualização e diferenciação pedagógica, a investigação em educação especial foi 3


Resumos


Atendendo à complexidade destes processos, o estudo da RICD será desenvolvido em três planos analíticos. O primeiro centra-se numa análise dos paradigmas de regulação da educação e paradigmas da profissão docente presentes nas orientações imanadas das autoridades públicas. Este plano analítico é suportado num quadro conceptual de análise cognitiva das políticas públicas, no qual a noção de paradigma tem sido mobilizada para conhecer as principais crenças e valores que fundamentam as escolhas políticas, bem como as metodologias e dispositivos utilizados.

Administração e Política Educacional

O segundo centra-se numa análise dos atores estatais e não estatais envolvidos na definição das orientações sobre a RICD. Para esse efeito, recorrese às contribuições teóricas das redes políticas para a compreensão das ligações entre os atores e das suas interdependências.

RUTE AMADEU Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL Esta proposta de trabalho faz parte do processo de elaboração de um projeto de investigação que será submetido a discussão em outubro de 2014, no quadro de um programa doutoral que equaciona as relações entre conhecimento, política e ação pública.

Estes dois planos analíticos são cruzados por um terceiro que se refere aos conhecimentos mobilizados, produzidos e difundidos no âmbito dos processos de regulação da carreira docente.

Esta investigação visa estudar a regulação institucional da carreira docente (RICD), do ensino não superior, no período compreendido entre a década de 90, do século XX, e o presente.

Na primeira parte do trabalho empírico perspetiva-se a realização de um mapeamento das principais intervenções estatais relativas à carreira docente, no período considerado. Este mapeamento será determinado por uma definição ‘jurídico-administrativa’ da carreira docente e permitirá identificar as principais medidas, instrumentos e atores envolvidos nos processos de RICD.

A RICD é tomada como um indicador da reconfiguração dos processos de regulação das políticas públicas em Portugal, de modo a ilustrar as tensões e efeitos de hibridismo que resultam da coexistência de modos de regulação burocráticos e pós-burocráticos.

Na segunda fase do trabalho empírico perspetiva-se um estudo intensivo centrado em áreas que se antecipam como nucleares na RICD (e.g., no âmbito da avaliação dos professores, do recrutamento, da formação dos professores,...). Este estudo, guiado pelos conceitos de paradigma e redes

O estudo conceptualiza as políticas numa perspetiva de ação pública, pelo que as entende como processo e resultado da interação de uma série de atores, estatais e não estatais, que se encontram em múltiplos contextos.

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políticas, concretizará a tripla análise da RICD (ideias, atores, conhecimentos).

O debate público em torno da escolha de escola é tomado como analisador de um processo mais amplo relativo à mudança nos modos de regulação da escola pública, no qual a questão da escolha da escola surge associado à emergência de uma lógica mercantil e de modos de regulação de quasemercado.

Regulação, carreira docente, paradigma, rede política.

Assim, a construção do objeto de estudo faz-se problematizando o papel do conhecimento num debate, mais amplo, sobre os modos legítimos de regulação da escola pública e sobre a sua missão e função.

MARIA DE FÁTIMA MAGALHÃES Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

O quadro teórico da pesquisa inscrevese na abordagem das políticas sob o prisma da acção pública, dando por isso atenção aos atores, aos contextos de ação e às ideias.

Esta proposta de trabalho faz parte do processo de elaboração de um projeto de investigação que será submetido a discussão em Outubro de 2014, no quadro de um programa doutoral que equaciona as relações entre conhecimento, política e ação pública.

Assim, pretende-se fazer uma entrada analítica pelos atores, fazendo a sua caracterização, identificando o modo como participam no debate bem como as consequências dessa participação.

O debate público em torno da educação e da escola surge em meados dos anos 80, do século XX, como consequência de um debate mais alargado sobre a reforma e reestruturação do Estado.

O estudo pretende identificar espaços comunicacionais da política, nos quais se problematizam e preconizam lógicas interpretativas e orientações para a ação pública em matéria de escolha de escola.

O tema da escolha da escola tem estado presente, no debate público sobre a educação, desde o início do século XXI, devido à implementação de medidas políticas e administrativas que alteraram os modos de regulação estatal no sistema escolar, no sentido de substituírem os poderes públicos por entidades privadas, naquele que anteriormente era um campo de intervenção privilegiada do Estado.

Finalmente pretende-se também olhar para o problema através da dinâmica das ideias, analisando crenças e conhecimentos mobilizados nos debates, mormente acerca do papel da escola e sobre os modos apropriados de regular os sistemas educativos. Antevê-se um estudo centrado na análise de documentos produzidos em múltiplas arenas da política e da acção pública: média, blogosfera, debates na Assembleia da República, e documentação oficial. A análise do discurso presente nos diversos contextos permitirá olhar para o debate público em torno desta questão como expressão da mobilização (ou não) do conhecimento por diferentes atores, deixando de lado a ideia de que as

O objetivo do estudo é compreender como é que o debate em torno da escolha de escola emerge na agenda política, durante a última década, quais os atores participantes neste debate e que crenças e conhecimentos são mobilizados e difundidos em momentos de problematização e de proposição.

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políticas são da responsabilidade do Estado, sendo assim perspetivadas como ação pública.

EF2020 da UE e no Projeto Metas Educativas 2021 da OEI. Como referido, o alargamento da EO pode, pois, ser tomado como um analisador das mudanças nas políticas e dos processos de difusão e apropriação de modelos educativos. De igual modo, os debates que se travam em torno do alargamento da EO são um lugar privilegiado para a observação das mudanças e continuidades relativas aos sentidos e às missões atribuídas à Escola. É nestes dois planos de análise que pretendemos desenvolver o nosso trabalho.

Regulação, escolha de escola, conhecimento, ação pública.

FÁTIMA GASPARINHO Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

O quadro teórico da pesquisa mobiliza a abordagem cognitiva das políticas públicas dando relevo à noção de referencial, nomeadamente no plano de interpretação global de uma sociedade, o referencial global, e no plano da atuação dos diferentes atores, o referencial sectorial. Pretende-se estudar as relações que se estabelecem entre os dois planos e analisar em que espaços sociais - fóruns – e que mediadores participam na construção de esquemas interpretativos e de regras que conduziram ao alargamento da EO. No quadro das abordagens cognitivas dá-se destaque ao conhecimento como componente central das políticas públicas. Assim, iremos investigar o conhecimento que foi produzido, como circulou e a sua relação com o processo decisional.

Esta proposta de trabalho faz parte do processo de elaboração de um projeto de investigação que será submetido a discussão em outubro de 2014, no quadro de um programa doutoral que equaciona as relações entre conhecimento, política e ação pública. Seguindo os institucionalistas de Standford, a educação moderna tende a ser um empreendimento mundial e universal. É uma parte central e causal do modelo cultural da sociedade moderna, ou Estado-nação. A adopção mundial da regra da escolaridade obrigatória (EO) e a expansão progressiva da sua duração, são frequentemente usadas como indicadores seguros daquela visão. Isto faz da EO e das medidas associadas ao seu alargamento um lugar privilegiado para a análise das mudanças nas políticas educativas.

A política educativa nacional não reside exclusivamente no «aparelho do Estado», fazendo parte de modalidades de governação que envolvem uma multiplicidade de atores situados a diferentes níveis, e estando sujeita a processos de regulação transnacional. Pretende-se analisar os discursos que ocorrem nos vários pontos de produção e ancoragem do debate político, de forma a apreender as representações dos diferentes atores sobre a problemática em estudo. As representações destes atores estão relacionadas com os fundamentos da

O nosso projeto centra-se no alargamento ocorrido em Portugal (2009), o qual emerge do objectivo de referência da política educativa do XVIII Governo constitucional - elevar as competências básicas e os níveis de formação e qualificação dos portugueses, mas também surge em linha com alguns princípios e metas definidas no Quadro Estratégico

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política em análise, i.e., as suas finalidades e o que motiva a sua existência.

O estudo trabalha a hipótese segundo a qual a criação do EEES concorre para o estabelecimento de uma instância de governação supranacional e para a emergência de um setor de ES que estabelece uma nova relação do , em que quer o global quer o setorial se situam para além do Estado. Isto significa que também os e os , que constroem e veiculam uma nova visão do mundo, atuam através de estruturas supranacionais, recorrendo a novos instrumentos de regulação do tipo . A natureza transnacional desta política evidencia a importância dos nacionais, ou seja, os atores que interpretaram e este novo referencial para a situação portuguesa. O estudo pretende pois identificar os fóruns e os atores que de 2000 a 2010 foram, respetivamente, palco e geraram esquemas interpretativos e orientações para a ação pública em matéria de «reorganização do ESP». Paralelamente, visa descrever e analisar os referenciais cognitivos para o ES, em presença ao longo destes anos, e os modos como coexistiram (seja pela confrontação seja pela consensualização) na ação pública.

Conhecer os fundamentos cognitivos do alargamento da escolaridade é o objetivo deste trabalho. Alargamento da escolaridade obrigatória, referencial, regulação transnacional.

ALBERTINA PEREIRA CAVACO DA PALMA Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

O objetivo do estudo é compreender os processos de reestruturação do ensino superior português (ESP) durante a primeira década do século XXI, no decurso do designado «Processo de Bolonha» (PB) e no contexto marcado também pelos processos de construção de um «Espaço Europeu de Ensino Superior» (EEES).

Trata-se de um estudo naturalista de base predominantemente documental. O vasto corpus documental em análise permitiu, em primeiro lugar, fazer o mapeamento das iniciativas legislativas nacionais, os registos de intervenções e debates em fóruns políticos, científicos, profissionais, e as publicações de atores individuais ou coletivos sobre a matéria em análise. Numa segunda fase, o conteúdo das várias intervenções será analisado com vista a estabelecer os respetivos esquemas interpretativos do ES e os objetivos de mudança do ESP associados à implementação do PB.

O quadro teórico da pesquisa, inscrito na perspetiva de análise da ação pública, mobiliza uma abordagem cognitiva na análise de políticas públicas e em particular a noção de procurando assim captar os sistemas de valores, conhecimentos e teorias de ação que vêm sendo mobilizados para dar sentido às transformações a operar no setor do Ensino Superior (ES). Ademais, esta abordagem não se fixa apenas na dimensão das “ideias” e permite, também, analisar em que espaços sociais – e que participam na construção de esquemas interpretativos e de regras para a reestruturação do ES.

Pela análise até agora realizada foi possível identificar um conjunto de atores chave e de em que se desenvolveram interpretações do ES e do significado do PB no espaço português. Alguns desses atores 8


tiveram em vários momentos relações muito próximas com os centros de decisão política, por via da multiplicidade de cargos e funções que desempenharam ao longo do processo, o que poderá explicar a sua influência e legitimação enquanto .

(

), presente nos atores, o ( ), presente nos objetos e, o ( ), interpretado ou representado para ganhar significado. Antecipamos desenvolver a pesquisa segundo dois eixos de análise. O primeiro centrado na dimensão normativa e cognitiva do instrumento atendendo a duas subcategorias: as normas e cognições que estão presentes no modelo da AEE e, as normas e cognições que estão presentes no contexto que faz o seu acolhimento e interpretação. O segundo eixo de análise pretende descrever, analisar e conhecer a rede de atores que participam nos processos de receção e tradução do instrumento aos quais o conhecimento é um constructo transversal.

Espaço Europeu de Ensino Superior, Ensino Superior, Processo de Bolonha, referencial.

MARIA DULCE CAMPOS NISA PEREIRA

Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL Esta proposta de trabalho faz parte do processo de elaboração de um projeto de investigação que será submetido a discussão em Outubro de 2014, no quadro do programa doutoral que equaciona as relações entre conhecimento, política e ação pública.

Constituindo-se como um estudo de caso múltiplo de cariz interpretativo, pretende realizar-se num conjunto de escolas/agrupamento de escolas objeto de avaliação externa pela Inspeção Geral de Educação e Ciência (IGEC) durante o segundo ciclo de AEE. A investigação basear-se-á na análise documental e em entrevistas formais e/ou informais, coletivas e/ou individuais aos diferentes atores envolvidos ao nível micro e meso.

Neste quadro, o projeto tem como objeto os processos de recontextualização da Avaliação Externa de Escolas (AEE) na sua condição de instrumento de regulação nacional e local, baseado e gerador de conhecimento (IRBC). Enquanto IRBC, a AEE constitui-se como uma tecnologia do governo, que se baseia e se orienta para o conhecimento moldando o comportamento dos atores num determinado domínio político.

Ação Pública, conhecimento, instrumento de regulação baseado no conhecimento, avaliação externa de escolas.

Pretendemos perceber qual é o papel que o conhecimento desempenha na receção, tradução e adaptação do instrumento no contexto de regulação local. Perfilhando a perspetiva sociológica da ação pública o estudo centra-se no conceito referencial como um dispositivo de cognições e normas da ação na escola. Recorre, também, à tipologia de conhecimento de Freeman e Sturdy: o

FILOMENA SOUSA Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

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Esta proposta de trabalho faz parte do processo de elaboração de um projeto de investigação que será submetido a discussão em outubro de 2014, no quadro do programa doutoral que equaciona as relações entre conhecimento, política e ação pública.

disseminação de políticas transnacionais e alinhou a política do sistema educativo nacional com os padrões internacionais; (2) a orientação supranacional da UE na política nacional indiciou a influência de quadros cognitivos de outros lugares, modelos de boas-práticas e modelos baseados na experiência que hibridaram com experiências nacionais de iniciativas TIC anteriores ao PTE, o que poderá mostrar o carácter complexo do processo e de “bricolagem” da política nacional; (3) a tensão entre a convergência política e a recontextualização local acarretou possíveis efeitos nos atores; resistências, disputas sociais e reformulação de significados sobre o que significa “aprender e educar” e, (4) os formadores e os professores são, localmente, atores mediadores da mudança no processo político com a capacidade de estabelecer a “ponte” entre campos de ação e de produção de sentidos diferentes.

Desde os finais do século XX têm-se assistido a algumas iniciativas políticas TIC, na expetativa de modernizar o sistema educativo em Portugal através da utilização das TIC nas escolas, que estão associadas à influência de um conjunto de ideias, crenças e valores sobre novas formas de “pensar, falar e agir” em educação e que foram disseminadas no espaço global por organizações mundiais de referência. Estas influências transmitem conceções de problemas educacionais e de princípios de ação e estabelecem a ligação da educação ao emprego, à inovação, à produtividade, à competitividade e ao desenvolvimento de uma economia baseada em conhecimento.

O estudo deste processo político multinível socorre-se também de outras ferramentas conceptuais utilizadas (1) na análise cognitiva das políticas públicas (referenciais, fóruns e mediadores) e (2) na análise dos processos de difusão, circulação e apropriação de conhecimento (policy transfer e policy learning). No plano metodológico antecipa-se um estudo multinível adequado ao instrumento formação e certificação de competências TIC como analisador dos processos de transnacionalização e de hibridação (nacional e local) da regulação da educação.

Este fenómeno verificou-se também na União Europeia (UE) através dos diversos documentos elaboradas com o propósito de desenvolver as TIC nos países do espaço europeu. Em Portugal, a solução política concebida em 2007, o Plano Tecnológico da Educação (PTE), inscreve-se nesta linha de orientação. O PTE estrutura-se em quatro eixostecnologia, conteúdos, formação e investimento e financiamento e, o objeto de estudo do trabalho empírico insere-se num dos eixos, a formação e certificação de professores em competências TIC, por nós estudado enquanto instrumento de regulação e abordado na perspetiva sociológica de ação pública.

Formação e certificação de professores em competências TIC, instrumento de regulação, conhecimento e ação pública.

Pretende-se investigar a conceção, produção e a trajetória do instrumento orientada em torno de quatro ideias fundamentais: (1) a inclusão de políticas baseadas em conhecimento no Espaço Europeu de Educação, como pilar das políticas da UE, diligenciou a 10


inquérito por questionário a um conjunto restrito de gestores escolares. A razão desta inquirição deveu-se à constatação da existência de um padrão que nos interessou: a utilização do modelo de autoavaliação CAF (Common Assessment Framework).

ELVIRA TRISTÃO Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

Na segunda parte da investigação, desenvolvemos um estudo de caso múltiplo, nas escolas e agrupamentos de dois concelhos do Médio Tejo, tendo como fontes os professores que – em funções de gestão de topo ou de coordenação de equipas – foram responsáveis pelos processos de autoavaliação institucional. Utilizamos a entrevista semiestruturada, procurando reconstituir historicamente os processos de autoavaliação institucional, saber que sentidos lhes atribuem os seus promotores e que perceções têm sobre os seus efeitos.

Objectivos: O presente estudo tem como objetivo compreender de que forma a autoavaliação institucional tem contribuído para a alteração dos modos de regulação da escola. Neste sentido, propomo-nos descrever, em múltiplos níveis, o modo como se produzem e reproduzem conhecimentos que influenciam o trabalho dos gestores escolares e dos professores no processo de implementação de dispositivos de autoavaliação das escolas. Procurando contextualizar a autoavaliação das escolas enquanto processo plural que constrói e reconstrói mutuamente conhecimento e política, pretendemos estudar os processos de implementação desta política pública a partir das atividades desenvolvidas pelos gestores escolares e pelos professores, nas escolas. Assim, é nosso objetivo compreender e interpretar essa ação pública que, através de “dispositivos sociotécnicos”, participa na alteração dos modos de regulação da escola.

Eixos de análise: No primeiro eixo de análise, procuramos conhecer as circunstâncias que motivaram o início dos processos de autoavaliação institucional; quais os atores envolvidos e qual o seu papel; que estratégias desenvolveram para mobilizar conhecimentos para a tarefa; que modelos utilizaram; que aspetos valorizaram; como planearam e executaram as tarefas; que constrangimentos sentiram e a que alterações foram sensíveis. No segundo eixo de análise, quisemos saber que sentidos atribuem à autoavaliação institucional; como concebem esta atividade no âmbito das suas funções profissionais; e que importância lhe atribuem. Finalmente, no terceiro eixo, pretendemos conhecer os efeitos que, decorrentes dos processos, são percecionados por estes atores.

Desenho metodológico: Desenvolvemos um estudo naturalista, de teor descritivo e interpretativo, composto por duas partes. Numa primeira parte, recorremos a uma abordagem extensiva, fazendo a caracterização dos dispositivos de autoavaliação das escolas e agrupamentos de escolas da região de Lisboa e Vale do Tejo a partir dos relatórios de avaliação externa produzidos entre 2006/2007 e 2010/2011. Complementamos esta abordagem extensiva, com recurso à análise documental, aplicando um

Resultados (provisórios): Uma análise provisória dos dados sugere-nos algumas regularidades: a pressão pelos resultados escolares como motor de mudança das práticas educativas; a ressignificação de lógicas burocráticas com recurso à estatística; a 11


subordinação da autoavaliação à avaliação externa; a prevalência de lógicas gerencialistas e de controlo em detrimento do seu potencial de aprendizagem; a adoção de modelos estruturados de autoavaliação e as atividades de bricolagem por parte dos docentes que os transformam em práticas de avaliação interna híbridas e justapostas. Todavia, nem todas as organizações escolares acumulam estas tendências. A ausência de algumas ou a valorização de outras poderão deixar pistas para outras leituras possíveis.

desenvolvidos no campo da análise das políticas públicas, a crescente utilização de instrumentos de regulação baseados no conhecimento, sendo o recurso aos “peritos” e ao conhecimento pericial exemplo disso. Na nossa pesquisa recorremos à perspetiva da análise de ação pública para estudar este fenómeno. A partir desse referencial, focamos a intervenção dos ‘peritos’ na trajectória de políticas de educação que identificamos como de intervenção prioritária, interessando-nos descrever e analisar, quer a dimensão estratégica, quer a dimensão institucional (crenças, valores) das interações múltiplas e multidirecionais, que os ‘peritos’ mantêm com outros participantes nesses processos (e.g., atores do Ministério, das escolas,…).

Autoavaliação, regulação, dispositivo, conhecimento.

Seguindo uma metodologia com carácter qualitativo, combinamos neste estudo duas aproximações que se complementam: uma natureza extensiva e histórica; outra de natureza intensiva.

ANA CRISTINA B. BERNARDO GAMA Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

A primeira assenta, essencialmente, na análise dos principais textos legislativos que suportaram as medidas políticas de educação identificadas como de ‘educação prioritária’ (entre 1995-2012). Esta aproximação permitiunos, entre outras funções, mapear os vários atores (convocados individualmente ou integrando comissões/grupos de trabalho) que foram envolvidos nas políticas públicas em causa.

A investigação que está a ser desenvolvida tem como objetivos descrever, analisar e discutir a ação dos “peritos” e do conhecimento pericial – - nas «Políticas de Educação Prioritária» postas em marcha em Portugal, no período compreendido entre 1995 e 2012. Nos últimos anos, no âmbito de processos associáveis à recomposição do papel do Estado, têm-se observado alterações nos modos de intervenção governativa, resultantes da necessidade que o Estado tem de assegurar o seu papel na definição, pilotagem e execução das políticas e de, paralelamente, ter de partilhar este papel com outros atores e entidades.

A segunda aproximação centra-se no cenário do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária de “segunda geração” (TEIP2). Com uma primeira geração iniciada em 1996, o TEIP é retomado em 2006 para escolas e agrupamentos de escolas da área metropolitana de Lisboa e do Porto e alargado, a todo o território

É perante estes desafios que tem sido evidenciada, pelos trabalhos 12


continental, com a publicação do despacho normativo nº55/2008, de 23 de outubro. Para assegurar a coordenação do projeto nas escolas/agrupamentos de escolas foram criadas equipas multidisciplinares. Estas equipas, para além de professores, deveriam integrar técnicos, representantes da comunidade e “peritos externos”. No âmbito do nosso estudo e após o mapeamento destes “peritos” foi constituída uma amostra de 12 “peritos” a quem foram realizadas entrevistas semiestruturadas.

número de países, tem mobilizado a atenção de numerosos investigadores e atores da educação, para quem a centralidade que tem sido conferida a tais instrumentos apresenta consequências não negligenciáveis a vários níveis no processo educativo. Com efeito, para numerosos autores, o designação adotada para tal fenómeno - tem revelado impactos ao nível das políticas educativas nacionais, das práticas docentes, da redefinição dos da organização e gestão das escolas e dos próprios objetivos da educação. Outros estudos têm referido os exames – expressão mais notória do no contexto nacional – como instrumentos de uma nova forma de regulação do Estado, firmada nos resultados em detrimento dos processos.

Esta comunicação visa apresentar e discutir alguns dados preliminares da análise que foi realizada a quatro entrevistas, considerando as seguintes dimensões de análise: formas de recrutamento, modelos prescritivos, perceções descritivas da sua ação e as interações com os outros “peritos”.

Uma vez objeto de divulgação descontextualizada, tais resultados acabam por endossar às escolas a quase exclusiva responsabilidade pelo sucesso/insucesso dos seus alunos, induzindo mecanismos de e de no quadro da livre escolha parental, ao mesmo tempo que desoneram o Estado das suas responsabilidades pelas condições de contexto.

“Perito externo”, , ação pública, regulação (novos modos de).

Do que fica dito, pode concluir-se que os exames constituem uma poderosa tecnologia política de mudança (Antunes, F., & Sá, V., 2010) uma metapolítica (Bob Lingard, Wayne Martino & Goli Rezai-Rashti, 2013), no quadro da política de avaliação, com repercussões demonstradas a diversos níveis no campo educativo.

CARLOS SANT’OVAIA Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL A presente proposta de trabalho faz parte de um processo de elaboração de um projeto de investigação que será submetido a discussão em Outubro de 2014, no quadro de um programa doutoral que equaciona as relações entre conhecimento, política e ação pública.

Não obstante, permanece um insuficiente esclarecimento acerca deste instrumento de regulação e ação pública no campo educativo, dotado de inusitada autonomia e portador de um invulgar potencial catalisador de apropriações diversas que o tornam um pluripotente no contexto das políticas de educação.

A crescente importância conferida aos testes estandardizados como instrumentos privilegiados de avaliação no campo educativo num alargado 13


É objetivo deste trabalho compreender o poder e a dimensão organizadora que os exames adquiriram no campo da educação.

análise cognitiva das políticas públicas, procura estudar as políticas da educação para a cidadania para os ensinos básico e secundário desenvolvidas entre 1986 e 2011. O estudo limita-se ao nível da preparação dessas políticas uma vez que a sua implementação ocorreu de uma forma muito incompleta e recorre fundamentalmente aos textos produzidos nos fóruns de produção de ideias já que é impossível reconstituir as interações verbais dos intervenientes nesse processo.

Para o efeito procurar-se-á desconstruir e analisar este instrumento, evidenciando a sua génese e percurso; as representações que encerra; o conhecimento que mobiliza e produz; os atores e ideias que lhe dão forma e através dele agem; e as ferramentas que o suportam e operacionalizam. O quadro teórico da pesquisa inscrevese na abordagem das políticas sob o prisma da ação pública e da regulação como multirregulação, elegendo a instrumentação como dimensão primeira da problemática.

Neste contexto, as noções de fóruns e de arenas parecem ser os recursos adequados para essa análise na medida em que permitem articular as ideias, os atores e as instituições, facilitando assim a captação das ideias produzidas e a sua circulação no processo de fabricação das políticas. Com efeito a noção de fórum como “espaço” interativo, mais ou menos institucionalizado de discussão, de debate e de negociação permite à abordagem cognitiva das políticas públicas recuperar o papel dos atores e a função das instituições.

Exames nacionais, instrumentos de ação pública, regulação da educação, política de avaliação na educação.

De momento trabalha-se com a hipótese da existência de quatro principais tipos ideais de fóruns que, articulando os contributos do neoinstitucionalismo discursivo com a teoria do discurso, podem ser caracterizados como: 1) os “fóruns políticos” onde predomina a retórica e visam a conquista, a legitimação ou a manutenção do poder; 2) os “fóruns das políticas públicas” (que podem ter a configuração de arena) onde prevalece a negociação dirigida à procura de equilíbrios entre os vários fóruns e à tomada de decisão; 3) os “fóruns científicos/especializados”, que são fóruns de produção de ideias onde impera a argumentação e a correspondente fundamentação e 4) a “crítica”, isto é, os “espaços” de reflexão e análise das ideias sistematizadas nos fóruns

JÚLIO GONZAGA VAZ DE MEDEIROS ANDRADE Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

Esta apresentação visa dar conta das diferenças de constituição, de mandato e das ideias (que se plasmaram em textos) elaboradas por dois fóruns de produção de ideias constituídos no âmbito das políticas de educação para a cidadania: o “Relatório da Comissão Executiva do Grupo Coordenador para o Estudo da Formação Pessoal e Social” (de 1990) e o “Fórum Educação para a Cidadania” (de 2008). A comunicação faz parte de um projeto de investigação que, da perspetiva da 14


científicos/especializados (de produção de ideias) e nos fóruns de políticas públicas. Nos dois primeiros fóruns prevalece a racionalidade estratégica que visa o sucesso, e nos seguintes, a racionalidade comunicativa que visa o entendimento.

No contexto das políticas de educação em Portugal, a presença e relevância deste tipo de atores tem vindo a aumentar desde a integração do país na União Europeia (1986), com a contínua reestruturação dos serviços do aparelho do Estado e sofisticação dos meios de controlo. O recurso a especialistas e académicos, a criação de grupos de trabalho e comissões de especialistas, são alguns elementos que sinalizam a presença destes atores nas políticas públicas. O tema tem sido pouco estudado entre nós, contudo, os trabalhos existentes fazem alusão ao incremento dos peritos (Barroso, 1997, Canário & Alves, 2002, Lima, 2011), à grande diversidade de atores que participa na fabricação das políticas públicas e a intensificação das atividades entre espaços e níveis da ação pública (Afonso & Costa, 2010; Barroso et al 2008; Barroso & Menitra, 2009; Carvalho, 2007; Figueiredo, Barroso & Carvalho 2010; Carvalho & Menitra, 2011).

A atual apresentação situa-se no âmbito do terceiro tipo de fóruns. Educação para a cidadania, políticas públicas, análise cognitiva, fóruns

CARLA MENITRA Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

A presente proposta de investigação centra-se na análise das relações entre conhecimento e política educativa, a partir do olhar sobre um conjunto heterogéneo de atores cuja atividade parece adquirir cada vez mais centralidade e relevância na fabricação das políticas públicas. Trata-se de atores oriundos de mundos cognitivos e sociais distintos – académicos, altos funcionários da administração, profissionais da educação –, que são portadores de trajetórias profissionais, crenças, ideias e motivações distintas, e cujos repertórios de ação resultam da sua interação com outros atores e instâncias envolvidos na confeção das políticas públicas. Na literatura sobre o tema, eles vêm sendo categorizados diferenciadamente, de acordo com os papéis e práticas que desempenham – ‘experts’, ‘mediators’, ‘brokers’, ‘policy entrepreuneurs’, ‘policy advisors’, ‘boundary persons’, …

A investigação apoia-se na análise cognitiva das políticas, subjacente à Sociologia da Ação Pública, que valoriza o papel dos atores na sua dimensão estratégica e cognitiva (Haussentaufel, 2008; Surel, 2004). Nesta perspetiva, o conhecimento resulta da interação dos diferentes atores, em diferentes espaços e níveis de ação, e as políticas públicas são vistas como uma atividade multiregulada por dispositivos, normas, discursos e instrumentos que são gerados, apropriados e transformados pelos atores (Barroso, 2005). Trata-se de um estudo qualitativo e interpretativo, que cruza a análise documental com a de narrativas de atores identificados. A investigação sustenta-se com base em dois estudos, presentemente em curso: 1) identificação e análise dos grupos de trabalho criados no âmbito da atividade do Ministério da Educação (2005-2013); 15


2) entrevistas a ‘peritos’ que integraram alguns desses grupos de trabalho.

mandato do órgão (2007-2010) são considerados como interlocutores privilegiados para se perceber o modo como (1) exercem o seu cargo; (2) analisam as políticas de gestão escolar desenvolvidas desde o 25 de abril de 1974; (3) percecionam o seu papel na Escola e (4) como analisam o papel e o funcionamento do CE, assim como o impacto que ele tem sobre o modo como olham para a função que exercem e o impacto que todo o desenvolvimento de todo este processo regulatório tem sobre a sua identidade profissional.

Na minha apresentação darei conta de alguns resultados preliminares sobre o trabalho em curso. Políticas de educação; grupos de trabalho; , regulação, conhecimento.

ANTÓNIO QUARESMA COELHO

A usou o estudo naturalista, tendo a estratégia de investigação um estudo extensivo desenvolvido através de entrevistas em profundidade a cada um dos 60 diretores do CE, seguidas da respetiva análise de conteúdo (uso do software NVivo). Previamente a cada entrevista foi realizado um pequeno questionário.

Área de Especialidade: ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL

O final século XX é marcado pelo desenvolvimento de novos modos de regulação (NMR) das políticas públicas, com influência também na área educativa. Trata-se de um fenómeno iniciado em países do norte da Europa e com a sua expressão também em Portugal, principalmente a partir dos anos 90 do século XIX. Na gestão escolar, a expressão o de NMR é visível no “quadro legal” desenvolvido pelo Estado (regulação institucional) em quatro áreas essenciais: (1) natureza colegial ou unipessoal do cargo de gestão; (2) constituição de um órgão de direção da Escola; (3) acesso ao cargo de gestão; (4) promoção da autonomia da Escola. Estas modificações têm provocado uma alteração não só nas funções e nas competências que do Diretor, como também no modo como ele exerce o seu cargo.

O Diretor de Escola é um ator que atua na interface entre dois modos de regulação: uma externa, de controlo, e outra interna, autónoma e com caraterísticas novas. O Conselho das Escolas é um exemplo deste campo de interface, funcionando como um revelador institucional de um papel que os diretores hoje assumem: serem atores de equilíbrio entre esses dois modos de regulação e, ao mesmo tempo, consumidores e promotores dessas novas formas de coordenação da ação pública. Esta realidade torna bastante mais exigente a função de Diretor de Escola (anteriormente o jogo era essencialmente entre o interpares e o representante da administração), fazendo dele uma figura complexa, híbrida e plástica, que se tenta moldar e adaptar às várias circunstâncias que se lhe deparam.

De acordo com este “pano de fundo” a constituição do Conselho das Escolas (CE), definido como um órgão consultivo do Ministério da Educação, formado por 60 diretores de Escolas é considerado um bom analisador da expressão de NMR na Educação. Assim, os diretores que integraram o 1.º

Não é possível afirmar, como aliás seria de prever, que existe uma identidade do Diretor de Escola em Portugal (apesar do discurso oficial colocar muito a tónica na imagem da liderança 16


e do líder da Escola), mas sim um jogo identitário que mostra uma espécie de caleidoscópio de identidades com colorações diferentes à medida dos contextos, das histórias e do modo de receção e integração das políticas educativas. Políticas públicas, novos modos de regulação, gestão escolar, identidade profissional.

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estudo nas práticas do professor, perspectivadas do seu ponto de vista, integrando pensamento e ação. Trata-se de um estudo de natureza interpretativa, concretizado através da realização de estudos de caso de dois professores. A combinação da entrevista com a observação de aulas permitiu ver e ouvir o professor, e a análise documental confirmou a sua ação. A análise e interpretação dos dados obtidos permitem-nos afirmar que os dois professores têm um conhecimento profundo do programa instituído, refletido quer nas planificações que elaboram, quer nas suas respetivas operacionalizações. Ambos manifestam empenho em cumprir o programa e as tarefas que selecionam e implementam vão, no geral, ao encontro das sugeridas nas atuais tendências nacionais e internacionais para o ensino das ciências. A interpretação dos professores, relativamente à avaliação, parece ir ao encontro do paradigma atual e sugerido pelo Ministério da Educação e Ciência. Apesar de a reconhecerem como uma tarefa didática de gestão, registam-se dificuldades na sua operacionalização, relacionadas com a atitude passiva dos alunos, o excessivo número de alunos em sala de aula ou a extensão dos programas, impelindo os professores para uma avaliação tradicional, baseada essencialmente nos testes e relatórios dos trabalhos. Apesar de estarem constantemente a questionar, observar e comparar situações/exemplos, demonstrando um esforço no sentido de ajudar o aluno a fazer previsões e a justificar a tomada de decisões, a avaliação das competências processuais tem pouco impacto na classificação final, sendo referenciada como fator de erro na avaliação do alunos e conduzindo a desvios entre a classificação interna e a externa. A avaliação externa parece ter importância na construção do processo

Avaliação em Educação

ISABEL MARIA ROSA AFONSO Área de Especialidade: AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO

O desenvolvimento da educação científica em sala de aula e a sua avaliação, baseados num processo de ação e reflexão, de pesquisa e experimentação sistemática, são dois vetores que aparecem claramente enfatizados no Programa de Física e Química A, os quais visam contribuir para a melhoria das aprendizagens. Neste contexto, delineou-se o presente estudo com os seguintes objetivos: identificar o entendimento que os professores de Física e Química A têm acerca do currículo e a forma como o implementam; conhecer as suas conceções e práticas avaliativas e a relação que existe entre estas e as atividades de aprendizagem; e perceber de que modo os instrumentos de avaliação externa, exames e testes intermédios, estão a ser utilizados como indicadores de desempenho e autorregulação das aprendizagens. Na busca de conhecimento de configurações contextuais em tempos de mudança, que potenciam ou inibem a atuação do professor na avaliação das aprendizagens, inscreveu-se este 18


de ensino. Estando implícita a sua influência nas práticas de ensino e de avaliação em sala de aula, pode assumir-se formativa na medida em que está a ser utilizada para orientar professores e alunos, desempenhando um papel fundamental na autorregulação das aprendizagens. Currículo, ensino das ciencias, prática avaliava das aprendizagens, avaliação externa.

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desenvolvimento do sentido de número a partir da resolução de tarefas que envolvem as operações de multiplicação e divisão e ii) identificar as características das tarefas que contribuam para que os alunos desenvolvam a flexibilidade do cálculo mental nas operações de multiplicação e divisão. Para o primeiro objetivo apresento as questões: Quais estratégias de cálculo mental os alunos, em atividade matemática, utilizam para resolver tarefas de multiplicação e divisão? Como evolui a flexibilidade do cálculo mental dos alunos, em atividade matemática, a partir da resolução de tarefas que envolvem as operações de multiplicação e divisão? E para o segundo: Quais características podemse identificar nas tarefas que proporcionam o desenvolvimento da flexibilidade do cálculo mental.

Didática da Matem ática

CÍLIA CARDOSO R. DA SILVA Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

A palavra flexibilidade associada ao cálculo mental é usada com vários significados – pode estar relacionada com os números envolvidos, com as características individuais ou com variáveis de contexto (a variável mais referida é o meio sociocultural) – e envolve o uso de estratégias que pressupõem o conhecimento dos números e das operações aritméticas (Threlfall, 2009). O desenvolvimento da flexibilidade no cálculo mental não está em ensinar estratégias flexíveis, mas considera as condições que devem ser proporcionadas, na sala de aula, para o

O estudo será baseado na perspectiva de educação matemática em que se aprende e ensina com compreensão e significado a partir da resolução de problemas. A investigação será a partir de uma experiência de ensino numa escola pública de Brasília, Distrito Federal, no Brasil. Para construir e desenhar a trajetória de aprendizagem utilizarei os pressupostos teóricos baseados no cujo caminho metodológico se dá pelo fato de apresentar características que permitam compreender e melhorar a realidade educativa através da consideração de contextos naturais em toda sua complexidade e do desenvolvimento e análise de um desenho instrucional específico.

seu crescimento em contexto real

de cálculo. A flexibilidade do cálculo mental relaciona-se a pensar com os números para construir uma teia de relações que envolve números e operações. Desta forma os objetivos para esta

Neste percurso pretendo desenvolver uma teoria acerca do processo de aprendizagem da multiplicação e divisão a fim de perceber em que medida a flexibilidade do cálculo mental, que suporta esse processo, evolui.

investigação são: i) compreender o modo como alunos dos anos iniciais, em atividade matemática, evoluem a flexibilidade do cálculo mental no 20


O cenário será numa sala de aula, em que os estudantes serão os protagonistas junto com a professora e investigadora. Os dados serão recolhidos a partir de julho quando retorno à Brasília para selecionar a escola, o ano de escolaridade e a professora a partir dos critérios: número de alunos em sala, tempo de serviço da professora e participação em formação continuada.

informação dada e na conceção e concretização de estratégias de resolução que devem depois saber apresentar e justificar. A investigação que pretendo desenvolver tem como objetivo saber, em que medida um estudo de aula focado na preparação da aula observada; na análise de tarefas e resoluções de alunos; nos processos de raciocínio; no diagnóstico dos conhecimentos dos alunos e que valoriza a comunicação/discussão coletiva (tanto na sala de aula como nas sessões de trabalho do estudo de aula) e o trabalho colaborativo e reflexivo, é promotor de desenvolvimento profissional, nomeadamente no campo do conhecimento didático, no que respeita à seleção de tarefas, uso de diversas representações, processos de raciocínio dos alunos e comunicação em sala de aula. Deste modo, o quadro teórico apresenta o estudo de aula com as suas características gerais e particulares. As suas potencialidades enquanto processo de desenvolvimento profissional dos professores. Discute também o que se entende por desenvolvimento profissional, particularmente no que respeita ao conhecimento didático do professor de Matemática. Dentro do conhecimento didático discute-se a abordagem exploratória no ensino da Matemática com enfoque na natureza das tarefas, nos processos de raciocínio dos alunos e na comunicação na sala de aula.

Flexibilidade do cálculo mental, sentido de número, multiplicação e divisão.

MARISA QUARESMA Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

O estudo de aula é um processo de desenvolvimento profissional de professores de cunho colaborativo e centrado na prática letiva. Nesta atividade formativa, os professores trabalham em conjunto identificando dificuldades dos alunos, documentando-se sobre alternativas curriculares e preparando o que esperam vir a ser uma aula bemsucedida. Observam, depois, essa aula e analisam em que medida atinge os objetivos pretendidos e as dificuldades que se manifestam. Trata-se, portanto, de um processo muito próximo de uma pequena investigação sobre a própria prática profissional. Um estudo de aula pode proporcionar oportunidades para os professores refletirem sobre as possibilidades de uma abordagem exploratória no ensino da Matemática. Nesta abordagem, os alunos são chamados a desempenhar um papel ativo na interpretação das questões propostas, na representação da

A metodologia de investigação é qualitativa, com dados recolhidos através de um diário de bordo, gravação áudio e vídeo das sessões, reflexões escritas dos participantes e entrevistas. Os participantes do estudo piloto são 5 professoras do 2.º ciclo que participaram num estudo de aula Os resultados preliminares mostram que os professores desenvolveram a sua capacidade de analisar dificuldades dos alunos e começaram a valorizar aspetos interessantes do trabalho 21


destes. Os professores mostraram também começar a compreender como se pode analisar e promover o raciocínio dos alunos, nomeadamente durante as discussões coletivas. Estes resultados sugerem que este processo de desenvolvimento profissional pode promover a aprendizagem dos professores em vários campos, em especial sobre os processos de pensamento dos seus alunos.

na sala de aula, nomeadamente as discussões coletivas, desempenham um papel essencial neste processo. No âmbito do cálculo mental com números racionais a investigação realça a importância de perceber a relação entre várias representações de um número racional e considera que os alunos podem usar estratégias instrumentais (aplicando factos e regras) ou conceptuais (usando estratégias que envolvem conhecimento sobre números e operações). Realça ainda que a aprendizagem dos números racionais deve contemplar diversos contextos, representações e números de referência antes dos alunos desenvolverem estratégias formais e de manipularem os números simbolicamente. Esta abordagem permite desenvolver nos alunos o sentido de número contribuindo para minimizar os seus erros. É com base nestes resultados e num estudo preliminar realizado em 2010, que foi planeada a experiência de ensino.

Desenvolvimento profissional, formação de professores, estudo de aula, números racionais

RENATA CARVALHO Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

Este estudo pretende valorizar o desenvolvimento do cálculo mental com números racionais no 2.º ciclo do ensino básico. O seu objetivo é criar uma experiência de ensino para o 6.º ano centrada em tarefas de cálculo mental (exercícios e problemas) com números racionais e as quatro operações e discussão coletiva na sala de aula, que permita compreender as estratégias, erros e dificuldades dos alunos de modo a promover a desenvolvimento desta capacidade.

Este é um estudo qualitativo e interpretativo com design research como abordagem metodológica. A recolha de dados foi realizada em 2012 e 2013, com recurso a observação direta e gravações áudio e vídeo de episódios de aula, gravações áudio das reuniões de preparação e reflexão sobre a realização da experiência de ensino, recolha documental, notas de campo e entrevistas. A análise de dados é realizada tendo em conta diversas categorias para estratégias (factos numéricos, regras memorizadas, relações numéricas e modelos mentais) e erros (processuais ou concetuais).

O quadro concetual centra-se no uso de: (i) factos numéricos, regras memorizadas e relações numéricas e (ii) modelos mentais como suporte ao uso destes factos, regras e relações no desenvolvimento do cálculo mental. As tarefas foram construídas segundo diversos princípios relativos ao contexto, representações dos números racionais e números de referência, estratégias e erros dos alunos e nível cognitivo das tarefas. A comunicação

Uma análise preliminar dos dados permite perceber que existe uma relação entre as estratégias de cálculo mental dos alunos e a representação do número racional, embora estas estratégias evoluam ao longo da experiência de ensino. Na representação facionária os alunos recorrem essencialmente a factos 22


numéricos e a regras memorizadas, na representação decimal a relações numéricas, incluindo a conversão entre representações e as propriedades das operações e, na representação em percentagem, a relações numéricas, apoiando-se no uso de factos numéricos. Os erros dos alunos têm subjacentes aspetos conceptuais de compreensão dos números e das operações ou a aplicação inadequada de regras e pequenos lapsos de cálculo.

por matematização, os modelos assumem grande importância. Para que esta evolução ocorra, é necessário promover um ambiente de aprendizagem que valorize a partilha e discussão de ideias matemáticas e onde os alunos têm um papel ativo na aprendizagem. No 1.º ciclo, as dificuldades na aprendizagem dos números racionais são notórias, pois os alunos confrontam-se com um domínio numérico com características diferentes do conjunto dos números naturais que ainda procuram dominar. Assim, é natural que transponham para este novo domínio os seus conhecimentos dos números naturais, bem como o conhecimento construído por si próprios, resultante das experiências dentro e fora da sala de aula, designado por conhecimento informal.

Cálculo mental, números racionais, estratégias dos alunos, erros dos alunos.

Apesar de os números racionais serem abordados nos primeiros anos, nomeadamente na sua representação em fração, é no 3.º ano que são aprofundados e é abordada a sua representação decimal. A sua compreensão levanta grandes dificuldades aos alunos, por vezes entendidas pelos professores como inevitáveis.

CRISTINA MORAIS Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

O ensino e aprendizagem dos números racionais envolvem várias dificuldades resultantes da complexidade que os caracteriza como as suas diferentes representações, os vários significados, a natureza das grandezas envolvidas, o reconhecimento da unidade, e a densidade deste conjunto numérico.

Como preparação deste estudo, realizei um estudo diagnóstico com os objetivos de: a) identificar que conhecimentos de números racionais, em diferentes representações, revelavam os alunos (quando frequentavam o 2.º ano); e b) compreender quais os conhecimentos dos alunos relativamente ao sistema de numeração decimal, envolvendo números naturais (realizado no 3.º ano, no ano letivo de 2013/2014).

O presente estudo tem por objetivo conhecer de que modo os alunos do 3.º ano, desenvolvem a compreensão de número racional e que de que modo o conhecimento dos números racionais na representação decimal contribui para essa compreensão.

O estudo mais amplo segue uma metodologia de design research, na modalidade de experiência de ensino. Os participantes são os 24 alunos de uma turma de 3.º ano, tendo sido selecionados quatro alunos para a realização de um estudo mais aprofundado, e a professora titular.

Compreender como ocorre este desenvolvimento, significa compreender como é que os alunos desenvolvem as suas ideias matemáticas partindo de um contexto para o mundo simbólico e como é que estas se tornam progressivamente mais complexas. Neste processo, designado 23


A experiência de ensino será constituída por dois ciclos de tarefas, o primeiro focado na passagem dos números naturais para os números racionais, especificamente na sua representação decimal (já realizado), e o segundo com ênfase na relação entre a representação decimal e outras (a ser realizado no início do 4.º ano). As gravações vídeo e áudio das aulas, os registos realizados pelos alunos e as minhas notas de campo são as principais fontes de dados.

procurando explorar as tarefas anteriormente selecionadas, apoiando os alunos na construção de ideias matemáticas. Durante a prática, enquanto age, vai “observando” e refletindo. Depois da prática avalia as aprendizagens dos alunos e a forma como geriu o processo de ensinoaprendizagem, refletindo e reestruturando criticamente o trabalho realizado acrescentando explicações ao seu reportório. Assim, num quadro onde se considera a prática letiva como um contexto onde se pode desenvolver o conhecimento para ensinar Matemática, o professor pode criar uma nova compreensão dos propósitos de ensino, do conteúdo, dos alunos, e do ensino e aprendizagem.

Números naturais, números racionais, representações.

Na investigação são estudados três casos de futuros professores de duas escolas superiores de educação. No cenário da formação inicial consideramos os diversos intervenientes e os contextos e experiências proporcionadas. Para a recolha de dados utilizo entrevistas, observação de três aulas (que posteriormente são alvo de reflexão) e analiso documentos produzidos pelos futuros professores. Os dados são analisados através de análise de conteúdo depois de definidas as categorias que emergiram da literatura e dos dados recolhidos. Antes de se iniciar a recolha de dados do estudo, decorreu um estudo piloto tendo em vista testar os instrumentos de recolha de dados. Os dados a apresentar são do estudo piloto. Maria teve 9 anos de aprendizagem de Matemática. Reflete com facilidade, sem receio de explicitar as suas dificuldades que pretende ultrapassar lendo sobre o ensino e aprendizagem dos números racionais. Refere que as experiências vividas na formação inicial contribuíram para o seu conhecimento da Matemática e da sua didática. Acredita num ensinoaprendizagem por compreensão. Os resultados evidenciam que a futura professora mobilizou conhecimento do conteúdo (nem sempre de natureza

NADIA FERREIRA Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

O conhecimento matemático e didático a desenvolver pelos futuros professores, de modo a realizar um ensino de qualidade para todos, é um campo de muitas dúvidas e controvérsias. O ensino e aprendizagem dos números racionais é um tema matemático que levanta dificuldades na aprendizagem dos seus conceitos fundamentais e desafia os professores a constituírem uma prática de cariz exploratório promovendo uma aprendizagem significativa e de natureza conceptual. Assim, esta investigação pretende compreender o conhecimento que futuros professores de 2.º ciclo mobilizam e desenvolvem quando ensinam os números racionais no âmbito da sua prática supervisionada. O conhecimento matemático e didático do professor estão relacionados. Quando parte para a prática letiva, gerindo a aprendizagem, interage com os alunos, ouvindo e questionando, 24


concetual) e conhecimento didático, nomeadamente sobre os alunos (dificuldades e estratégias possíveis na resolução de tarefas), as tarefas a propor e as questões a colocar. Também, reconhece que melhorou a gestão da dinâmica pretendida nas aulas, em função do visionamento dos vídeos das suas aulas e pelo apoio prestado pelos seus docentes.

ligados ao cálculo e os aspetos técnicos, aponta-se hoje para um ensino da estatística «orientado para os dados», seguindo o ciclo investigativo a partir de situações do quotidiano dos alunos. A segunda componente engloba aspetos que vão desde o conhecimento profissional às práticas do professor. Discutem-se várias perspetivas de conhecimento profissional, aborda-se a importância da reflexão e da colaboração nas práticas dos professores e confere-se particular atenção à seleção, preparação e condução de tarefas.

formação inicial; conhecimento; prática; Números racionais

O estudo segue uma metodologia de investigação qualitativa de natureza interpretativa que se concretiza através da realização de três estudos de caso. A recolha de dados recorre a entrevistas semiestruturadas, observação de aulas e sessões de trabalho, a registos e notas de campo e recolha documental.

LUCIANO JOSÉ DOURADO VEIA Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

Os dados são analisados a partir de categorias previamente estabelecidas, de acordo com o enquadramento teórico e o objetivo e questões de investigação. Uma primeira análise do caso de Ana Maria aponta para a exploração de tarefas de acordo com as fases do ciclo investigativo estatístico em situações do quotidiano dos alunos.

Este estudo tem como objetivo analisar as práticas profissionais de professores relativamente ao ensino da organização e tratamento de dados no 1.º ciclo.

Na seleção de tarefas a professora valoriza a adequação às vivências dos alunos, a diversidade e o grau de complexidade com que foram apresentadas. Nas práticas de preparação das tarefas refere o trabalho desenvolvido no seio do grupo colaborativo salientando a antecipação de possíveis estratégias dos alunos como importante recurso para prever possíveis dificuldades. Na condução das tarefas é visível a sua intenção em «dar voz» aos alunos para tomadas de decisão sobre os procedimentos a seguir, revelando particular atenção com a participação nos vários momentos de discussão. Nas suas reflexões, identifica os principais momentos de cada aula e valoriza as decisões tomadas quando teve que enfrentar situações inesperadas. A

A investigação desenvolve-se num contexto de trabalho de natureza colaborativa envolvendo três professores que lecionam o 3.º e 4.º anos. As questões definidas para a realização da investigação integram aspetos relacionados com a seleção, preparação e condução de tarefas assim como a reflexão sobre as práticas e o contributo do trabalho de natureza colaborativa na seleção, preparação, condução e reflexão sobre as práticas. O enquadramento teórico integra duas grandes componentes. A primeira, , analisa o modo como evoluiu esta área de conhecimento. Como alternativa às abordagens tradicionais do ensino da estatística que valorizam essencialmente os procedimentos 25


realização de tarefas, seguindo o ciclo investigativo, é apontada como uma evolução importante relativamente às suas práticas anteriores destacando a fase da recolha de dados como aspeto mais significativo e inovador da sua prática.

necessário ir além da rotina de modo a refletir sobre problemas que emergem durante projetos e investigações estatísticos. Neste estudo sigo uma perspetiva de ensino da Estatística através de investigações estatísticas e do desenvolvimento de conceitos em contexto e de literacia estatística a partir dessas investigações. Também assumo que para ensinar um tópico é fundamental que o professor, para além de conhecer o conteúdo, também precisa de saber como ensiná-lo (conhecimento didático), o que inclui o conhecimento dos alunos e dos processos de aprendizagem (Ponte, Oliveira, Cunha & Segurado, 1998; Shulman, 1986).

Práticas profissionais, organização e tratamento de dados, tarefas, comunicação.

RAQUEL SANTOS Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

Utilizo uma metodologia mista, usando estudos de caso. Os principais instrumentos de recolha de dados são um relatório escrito de uma investigação estatística de todos os alunos quando estes estavam no 2.º ano do seu curso de formação inicial, um questionário do seu 3.º e último ano do curso e entrevistas e observação de aulas, gravadas em vídeo, de três desses alunos quando estavam no seu primeiro ano do mestrado que habilita para a docência. A análise dos dados é maioritariamente descritiva e interpretativa tendo por base o discurso e a prática dos futuros professores.

A partir do momento em que a Estatística foi incorporada no currículo matemático dos primeiros anos (ME, 2007), torna-se necessário compreender de que forma podemos ensinar futuros professores e educadores acerca deste tópico, de modo a que eles sejam capazes de educar alunos a tornarem-se cidadãos críticos sobre a informação que os rodeia. Assim, este estudo procura compreender o conhecimento e as capacidades que os futuros professores do 1.º e 2.º ciclos e educadores de infância possuem sobre Estatística e a sua didática no final da sua formação inicial.

A análise de dados de dois estudos de caso, relativamente ao ensino e aprendizagem de investigações estatísticas, revela que estes participantes demonstram uma perspetiva vinculada à experiência que tiveram na formação inicial. Para além disso, possivelmente devido à sua insegurança e inexperiência, estes participantes, na condução de uma investigação estatística em sala de aula, dão ênfase à recolha de dados e construção de representações como técnicas obrigatórias, assumindo o controlo do trabalho dos alunos em

Esta investigação é baseada numa perspetiva sobre o ensino da Estatística e sobre o conhecimento didático de futuros professores neste domínio, que assume que o ensino da Estatística não deve ser só visto como uma coleção de ferramentas mas também como um processo de pensar acerca do mundo (Scheaffer, 2000). Esta perspetiva assume que os procedimentos técnicos são úteis como ponto de partida, mas é

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praticamente todas as fases da investigação.

passa a ter um papel central e em que o professor assume, sobretudo, a responsabilidade de construir e propor contextos favoráveis e adequados de aprendizagem e de gerir e orientar o aluno no desenvolvimento de tais contextos. A avaliação reguladora passa a englobar todas as atividades realizadas pelos professores e/ou pelos alunos, que fornecem informações a serem usadas como para modificar a atividade de ensino e de aprendizagem em que estão envolvidos. Assim, o objetivo é compreender o funcionamento cognitivo do aluno perante uma situação proposta para se intervir de forma adequada com enfoque tanto nos resultados como nos processos, e desenvolver uma postura reflexiva a partir dos dados recolhidos de modo a que todos compreendam não só o que estão a fazer mas também como alterar em direção ao sucesso.

Formação inicial de professores, estatística, didática da estatística

ELVIRA SANTOS Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

Este estudo em curso tem por objetivo compreender como, num contexto de trabalho colaborativo, os professores do 2.º ciclo desenvolvem práticas avaliativas reguladoras e as usam no aperfeiçoamento do processo de ensino com as TIC.

O interesse neste estudo pela utilização da tecnologia vem do facto dela ser vista, pela investigação, como uma mais-valia para a avaliação, pois possibilita que os professores analisem os processos que os alunos utilizam durante as suas investigações matemáticas, bem como os resultados obtidos, aumentando a quantidade de informação disponível para que os professores tomem decisões respeitantes ao ensino.

Para a concretização deste objetivo, definiram-se as seguintes questões: • Como se caracteriza a planificação de uma prática avaliativa reguladora? Em particular, como professores de Matemática do 2.º ciclo selecionam, adaptam e/ou constroem tarefas com as TIC e concebem estratégias avaliativas? • Como esses professores concretizam essa prática avaliativa na sala de aula? Em particular como recolhem informação sobre a aprendizagem dos alunos em aulas com as TIC?

O estudo é de natureza interpretativa, qualitativo, e a modalidade é de estudo de caso. Num contexto de trabalho colaborativo entre a investigadora e dois professores de Matemática a lecionar o 5.º ano de escolaridade. Irão ser selecionadas, adaptadas e/ou construídas tarefas, cuja realização compreende o uso de tecnologias, e concebidas estratégias de avaliação. Depois da sua concretização em sala de aula, na planificação seguinte, procurarse-á integrar informação recolhida nas aulas com tecnologia. A recolha de dados irá recorrer à observação das reuniões de trabalho colaborativo e de aulas, entrevistas às professoras e recolha documental.

• De que modo esses professores procuram integrar essa prática na regulação do seu processo de ensino? Em particular, como interpretam, refletem e usam a informação recolhida ainda na sala de aula e na planificação consequente? Com a evolução do conceito de avaliação formativa deixa-se de lado uma abordagem comportamental, que serve de suporte à pedagogia por objetivos, para se adotar uma abordagem construtivista onde o aluno 27


Ensino da Matemática, práticas reguladoras, avaliação reguladora, Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

acompanha o trabalho dos alunos, como explora e relaciona as distintas resoluções apresentadas pelos alunos e como envolve os alunos no processo de negociação de significados matemáticos. Este estudo procura, assim, compreender como um grupo de professores de Matemática do 3.º ciclo do ensino básico, implicados num trabalho colaborativo, mobiliza e desenvolve o seu conhecimento relativo à preparação, dinamização e reflexão de discussões matemáticas no ensino da Álgebra, tendo em vista o desenvolvimento do pensamento algébrico dos seus alunos.

CÁTIA SOFIA NUNES RODRIGUES Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

A aprendizagem da Matemática com compreensão pressupõe a participação ativa dos alunos na construção do seu conhecimento, através do trabalho com tarefas matematicamente significativas e da apresentação e discussão das suas estratégias de resolução.

A metodologia é qualitativa e interpretativa, com estudos de caso de três professores do 3.º ciclo do ensino básico. O estudo decorre num contexto de trabalho colaborativo porque este propicia o estudo das práticas e conhecimento do professor na condução de discussões, com vista à promoção da aprendizagem dos alunos, favorecendo igualmente a reflexão sobre essas práticas e conhecimentos. Os dados são recolhidos através de entrevista, de observação e gravação de aulas e sessões de trabalho colaborativo e de análise documental. A análise de dados assenta na análise de conteúdo.

As discussões matemáticas contribuem fortemente para a aprendizagem ao colocarem em jogo interações sociais e negociação de significados matemáticos. Os alunos quando são incentivados a partilhar as suas ideias, a justificá-las e a argumentar sobre as ideias dos seus colegas, constroem novo conhecimento ou ampliam o conhecimento matemático existente, estabelecendo conexões entre as ideias partilhadas e as suas ideias iniciais. No trabalho com a Álgebra, as discussões matemáticas contribuem para o desenvolvimento da simbolização e da generalização, através da negociação de significados algébricos e de formas de representação adequadas para as ideias algébricas.

Os resultados preliminares, de um caso, mostram que o professor mobiliza diversos aspetos do seu conhecimento didático na preparação e condução de discussões coletivas, em particular, da prática letiva, e que é influenciado pelo seu conhecimento da Matemática, do currículo, dos seus alunos e de como eles aprendem. Evidenciam, também, que o professor privilegia as ações de apoio e de ampliação na condução de discussões coletivas.

Na condução de uma discussão coletiva, o professor é chamado a desempenhar diversas ações que são influenciadas e influenciam o seu conhecimento didático. Este conhecimento revela-se, também, na forma como o professor prepara o momento da discussão, como

Discussão Matemática, práticas e conhecimento didático, colaboração, Álgebra.

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futuros professores, na temática da Álgebra, conduziu à realização desta investigação. O seu objetivo é analisar como é que os futuros educadores e professores do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico desenvolvem o seu conhecimento matemático em Álgebra e o conhecimento didático adequado ao ensino desta temática nos primeiros anos, ao longo de uma experiência de ensino, em regime de ensino a distância (EaD), na modalidade b-Learning.

ELSA INÁCIO DE OLIVEIRA Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

A formação inicial de professores constitui uma base fundamental para o desenvolvimento do conhecimento para ensinar do futuro professor (NCTM, 2000). No domínio da Álgebra, o trabalho que anteriormente se encontrava focado no cálculo algébrico, assenta agora numa perspetiva alargada que promove o trabalho com a generalização, com relações e com símbolos, preparando os alunos para posterior formalização. Os futuros professores deverão, por isso, ter a oportunidade de conhecer os aspetos fundamentais respeitantes ao ensino desta temática, para que os possam mobilizar na sua prática futura com vista ao desenvolvimento do pensamento algébrico dos seus alunos. No entanto, o futuro da aprendizagem não se centra apenas nos conteúdos, mas principalmente nos contextos, ou seja, na utilização de ambientes sociais ricos em oportunidades de participação, promovendo atividade significativa imersa na cultura dos participantes (Figueiredo & Afonso, 2005).As potencialidades do contexto de ensino a distância estão relacionadas com a flexibilidade do tempo e do espaço, a acessibilidade, a centralidade do estudante, a interatividade e o ritmo personalizado de aprendizagem (Paiva, 2004).

A metodologia de estudo é qualitativa e interpretativa (Bogdan & Biklen, 1994), integrando uma vertente de experiência de ensino. Os participantes são os alunos que frequentam a unidade curricular Tópicos de Álgebra e Funções, do 1.º ano, 2.º semestre do curso de licenciatura em Educação Básica, em regime EaD, de uma Escola Superior de Educação da região centro, no ano letivo 2013-14. A experiência de ensino, que constitui o ponto de referência central deste estudo,contempla atividades ,a decorrer num ambiente virtual de aprendizagem, seguindo uma abordagem exploratória com base na realização de tarefas que abordam os tópicos programáticos previstos para a UC e que visam fomentar a discussão em torno do ensino e aprendizagem da Álgebra nos primeiros anos de escolaridade. É privilegiada a comunicação assíncrona com recurso ao fórum de discussão, havendo ainda momentos síncronos para discussão e reflexão em pequeno grupo. Inclui também duas sessões presenciais, de caráter obrigatório. A recolha de dados inclui as resoluções dos alunos das tarefas propostas, os registos das sessões síncronas e entrevistas a alguns alunos.

O meu interesse profissional por esta modalidade de ensino e a preocupação em reformular aspetos particulares da minha prática, adaptando-a às novas realidades e dificuldades com que me deparo, e de refletir sobre o impacto de uma experiência de ensino, que concretizo, na aprendizagem dos

Álgebra, pensamento algébrico, formação inicial, ensino à distância.

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utilizem nas suas práticas, valorizando o ensino exploratório, e dando relevo a uma componente reflexiva. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, seguindo a metodologia na modalidade de experiência de formação em que a investigadora assume o papel de professora. Já neste ano letivo realizei um estudo piloto cujos dados já foram parcialmente analisados. Os resultados preliminares mostram que os futuros professores iniciaram a unidade com um conhecimento sobre as figuras geométricas muito limitado e assente em imagens protótipo que constituem um obstáculo ao raciocínio e à visualização. No entanto, registou-se uma evolução muito positiva para a qual foram determinantes as tarefas que os envolveram na análise de propriedades invariantes e na produção de generalizações em ambientes de geometria dinâmica que, pelas suas características, promovem a análise de figuras que não se fixam nos seus protótipos, quer no que respeita à posição no espaço, quer nas relações entre os seus elementos. A atividade de definir parece ser potenciadora da construção do conhecimento sobre figuras, a investigação sobre os seus elementos e relações, implicando a mobilização do raciocínio e da capacidade de visualização. O processo de justificar constitui um desafio para a maioria dos alunos que é potenciado pela necessidade de construir um discurso com um encadeamento lógico e com recurso a linguagem matemática. Identificam-se, ainda fatores que podem aumentar o grau de dificuldade deste processo, nomeadamente a natureza dos dados das tarefas e as representações que lhe estão associadas.

LINA BRUNHEIRA Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

O presente estudo tem por objetivo investigar a forma como os futuros professores que frequentam a Licenciatura em Educação Básica desenvolvem o seu raciocínio geométrico, a visualização espacial e o seu conhecimento didático, no contexto de um currículo assente numa abordagem exploratória. O quadro conceptual assenta em dois eixos fundamentais: o raciocínio geométrico e a visualização e os processos de aprendizagem na formação inicial. Assim, identifico as especificidades do raciocínio geométrico através do seu objeto de estudo – as figuras geométricas – e de processos matemáticos que assumem particular destaque neste tipo de raciocínio – definição, classificação, generalização e justificação. Sendo os objetos geométricos inerentemente visuais, encaro a visualização espacial como uma componente fundamental do raciocínio geométrico e analiso-a enquanto capacidade de “criação, interpretação, uso e reflexão sobre desenhos, imagens, diagramas, na nossa mente, no papel ou com ferramentas tecnológicas”, (Arcavi, 2003, p. 217). Recorro ainda às categorias de perceção de relações espaciais e discriminação visual, para estudar os futuros professores. Relativamente à formação inicial, assumo a existência de uma estreita ligação entre o conhecimento matemático e didático, procurando interligar estas duas dimensões, usando os mesmos métodos que se preconiza que os futuros professores

Raciocínio geométrico, visualização, conhecimento didático, formação inicial.

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disponibilizados pelo programa. Em TGD uma “ ”é definida como a forma intencional e sistemática do professor em organizar e utilizar os vários artefactos disponíveis em um ambiente de aprendizagem (Trouche, 2008). Uma pode ser entendida como um processo que pode levar o professor ao desenvolvimento de um documento de ensino, caracterizando uma (Trouche, 2004). Para entender e explicar o conceito de no âmbito de um programa de formação continuada, a aprendizagem do professor também será vista como um processo que está relacionado: (i) ao engajamento do professor no programa de formação, (ii) às suas ações relativas aos objetivos do programa, (iii) às reflexões referentes às suas ações, e (iv) à concepção do professor gerindo seu próprio conhecimento.

MARIA SOLANGE DA SILVA Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

O estudo baseia-se em uma análise aprofundada das concepções, das expectativas e das ações observáveis dos professores ao participarem de um programa de formação. O foco são os processos de de documentos de ensino de Matemática, no quadro de um programa de formação continuada. O objetivo é compreender como os professores envolvidos no programa adquirem e como desenvolvem as habilidades necessárias para a construção destes documentos. Estabeleci as seguintes questões: (i) Que aprendizagens o professor desenvolve, a partir dos recursos proporcionados pelo programa de formação em ambiente de trabalho de documentação coletiva, para a elaboração de documentos de ensino? (ii) Como se caracterizam as “orquestrações instrumentais” desenvolvidas pelo professor, no que se refere às habilidades envolvidas, tendo em vista a elaboração de um documento de ensino? (iii) Como se caracterizam as estratégias que o professor utiliza no processo de elaboração de um documento de ensino?

O estudo é de natureza empírica, não experimental e segue uma perspectiva interpretativa, tendo como design um estudo de caso, onde a coleta dos dados e a análise dos dados serão decorrentes de observações diretas com registros em um diário, entrevistas (informais e semiestruturadas) e vídeo gravações. O ambiente natural do estudo é um Programa de formação de professores desenvolvido pelo Ministério de Educação da Holanda, onde será estabelecido um acordo com três professores (voluntários) de Matemática, com o propósito de: (i) acompanhar o trabalho dos professores fora das sessões de treinamento, (ii) acompanhar o trabalho dos professores durante as sessões de treinamento (iii) acompanhar o trabalho dos professores após as sessões de treinamento.

A Teoria da Gênese Documental (TGD) de Trouche é a base principal do estudo. Esta teoria fornecerá elementos que permita serem analisados os “ ” para a elaboração de um documento de ensino e a forma como os professores interpretam e usam os recursos

: Orquestração instrumental, gênese documental, documentos de ensino, formação de professores de Matemática.

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sentido de partir dessas vivências, para desencadear a construção da rede de conhecimentos que se pretendia criar. A parte empírica desta investigação centrou-se no desenvolvimento de um percurso conjunto, construído com a turma, enquanto comunidade em permanente interação. Este percurso, desenvolvido ao longo do 3º e 4º anos de escolaridade, apoiou-se numa sequência progressiva de tarefas, que definiu o seu caminho de aprendizagem, através da construção compartilhada das aprendizagens, relativas aos números racionais. Foi possível arrumar esse percurso em três fases distintas: iniciou-se com a exploração da percentagem; seguiu-se o estudo da representação decimal, na sua relação com a percentagem. E, por fim, o trabalho em torno do estudo das frações, em articulação com as restantes representações.

HELENA GIL MONTEIRO GUERREIRO Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

Segundo a investigação, é esperado que os alunos interajam na construção da aprendizagem matemática. É desejado que pensem em conjunto e que coconstruam o conhecimento. É proposto que o professor promova o diálogo e a negociação de significados. Numa perspetiva do desenvolvimento do sentido de número, as orientações curriculares apontam os números racionais, como um tópico crítico do currículo. O alerta surge no sentido de investir na compreensão dos conceitos, contrariando a tendência de sobrevalorizar o ensino de procedimentos e de regras.

Enquanto professora investigadora da minha prática, pretendo descrever e compreender, por um lado, o desenvolvimento do sentido de número racional dos alunos, segundo o modelo curricular proposto e, por outro, a evolução da aprendizagem deste tópico, observando a utilização que fazem das suas diferentes representações simbólicas. Esta análise dos acontecimentos, tendo por base as interações e produções dos alunos, vai permitir-me uma maior compreensão da minha prática de sala, nomeadamente da relação entre a dimensão do conteúdo matemático e a dimensão pedagógica da prática. Estes procedimentos metodológicos encontram entendimento na modalidade de tendo por base uma experiência de ensino orientada por uma conjetura.

Diferentes correntes de investigação determinam diferentes caminhos no trabalho com os números racionais, nos primeiros anos. Um desses caminhos privilegiou a percentagem, atribuindolhe o papel principal na fase inicial. Resultou um desenho curricular experimental, baseado em contextos quotidianos e nos conhecimentos que os alunos já possuíam. Os pressupostos deste modelo curricular foram inspiradores do trabalho que decidi desenvolver com a turma em torno da construção dos conceitos relativos aos números racionais. É este trabalho que, constitui o centro da investigação que estou a desenvolver. O estudo exploratório que realizei na turma, pareceu revelar alguma intuição relativa à percentagem. Esta surge, de algum modo, associada às vivências dos alunos, dentro e fora da escola. A análise dos dados veio apontar no

ensino, aprendizagem, interação, números racionais, sentido de número

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environment as well as the generation of learning protocols can be described. In a first intervention study with three conditions in a pre, post, follow-up-test design with 200 6th grade students, the effects of different instruction levels of prompts on the learning outcome as well as the development of the ability to generate learning protocols got investigated. To measure the learning success on fractions a questionnaire on fractions was used. To measure the ability to generate learning protocols a new instrument, so called video-items, got developed. The idea behind videoitems is to present a short video in which a content related to fractions gets explained. The task for the students after seeing the video is to represent the video-content externally in form of a learning protocol. These learning protocols got rated with a coding scheme.

STEFAN SCHUMACHER Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

In the case of the presented project, learning protocols are defined as explications of a learning process and its outcome by using multiple external representations. Generating learning protocols is often considered to have positive effects on the learning success in inquiry based learningenvironments. Since students are not likely to generate learning protocols spontaneously prompts can be implemented in the learning environment. In the presented project prompts are defined as short hints that ask the students to report results or the way they got to the results externally.

In the study two groups of students learned using the designed learning environment and a control-group got taught the same content over the same amount of time in school.

The aim of the presented project is to get deeper inside of the positive effects of prompting students to generate learning protocols as well as new inside of how prompts should be designed.

First results show no significant differences between the both prompt conditions and the control group. But all groups show a significant increase on the knowledge of fractions as well as on the ability to generate learning protocols between the pre and the posttest. These results indicate that students can learn successfully in an inquiry based learning environment. To proof that the positive effects on learning success and the ability to generate learning protocols is caused by prompting students to generate learning protocols a new study is planned in which a group of students with prompts on a medium instructional level is compared to a group of students with no prompts.

To investigate this topic a multirepresentational learning environment on fractions got developed. The learning environment combines various static and dynamic representations as well as enactive representations. The theory of “representational competence” builds the overall theoretical background from a cognition psychology point of view. Representational competence can be defined by two aspects that are one side of the same coin. One aspect is the ability to interpret given external representations. The other aspect is the ability to generate or construct external representations.

Fraction concepts, representational competence, prompts, learning protocols.

With this theory the fraction-learning from the multirepresentational learning

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multimídia construído no Brasil pelo Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formação de Professores que Ensinam Matemática ao reunir vídeos de aulas na perspectiva do ensino exploratório, tarefas matemáticas, resoluções dos alunos, vídeos de entrevistas às professoras, textos de enquadramento teórico pode contribuir para o desenvolvimento de conhecimentos acerca do ensino exploratório na aula de matemática. Tal perspectiva exige formas de ensino centradas no trabalho autônomo do aluno em tarefas cognitivamente exigentes (Smith & Stein, 1998). Além disso, investigações acerca do ensino exploratório indicam a importância de práticas comunicativas em sala de aula (Menezes et al., 2013) ao desenvolvimento de interações dialógicas à aprendizagem Matemática por meio da dinamização de discussões coletivas e sistematização das aprendizagens. (Oliveira, Menezes & Canavarro, 2013).

RENATA VIVIANE RAFFA RODRIGUES Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

O projeto de pesquisa tem por objetivo investigar como os alunos de Prática e Laboratório de Ensino de Matemática no Ensino Fundamental da Universidade Federal da Grande Dourados, no Brasil, desenvolvem conhecimentos acerca do ensino da matemática na perspectiva do ensino exploratório, especialmente relacionados com as características das tarefas matemáticas e com a comunicação, no contexto de exploração de um caso multimídia.

Esta é uma investigação qualitativa com orientação interpretativa em que a pesquisadora assume também o papel de formadora. Para organização e encaminhamento das ações de formação seguimos a espiral que combina quatro momentos do processo de construção do conhecimento em uma perspectiva sociocultural que perpassam experiência pessoal; informações; construção de conhecimento e compreensão (Wells, 2002). Nesse contexto metodológico pretendemos recolher os dados referentes às respostas às questões do caso multimídia, às interações dialógicas dos sujeitos na discussão coletiva, à reflexão individual escrita, à planificação de uma aula de ensino exploratório e à entrevista semiestruturada a cada participante no encerramento da formação.

O interesse por essa investigação no campo de uma componente curricular da formação inicial de professores de Matemática a partir da exploração de um caso multimídia decorre da confluência de resultados de pesquisas da área. O contato com teorias desarticuladas da prática profissional não tem garantido os conhecimentos profissionais necessários aos futuros professores de matemática (Oliveira & Hannula, 2008; Ponte & Oliveira, 2002). Diversas pesquisas têm salientado o uso do vídeo como um recurso potencialmente relevante para prática ou aproximação com a prática no desenvolvimento de conhecimentos profissionais. Contudo, no Brasil, não foram encontradas pesquisas com essa intencionalidade para o uso do vídeo no campo da Educação Matemática (Rodrigues, Rodrigues, Cyrino & Oliveira, 2014). Dessa forma, conjecturamos que o recurso

Ensino exploratório, caso multimídia, formação inicial de professores de matemática,

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conhecimentos sobre ensino de matemática.

A metodologia de investigação é qualitativa, seguindo o paradigma interpretativo. A investigação segue um na modalidade de experiência de ensino, com recurso a estudos de caso. Neste trabalho assumo o papel de professora e investigadora. Os participantes são 22 alunos de uma turma do 9.º ano; destes foram selecionadas duas alunas, com diferentes desempenhos, que se constituem como casos.

SANDRA NOBRE Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

A recolha e análise de dados tiveram por base a observação participante. Procedi à recolha das produções das alunas, à captura dos ecrãs dos computadores, à gravação áudio dos diálogos e realizei entrevistas no final do estudo de cada um dos tópicos. A análise de dados envolve essencialmente análise de conteúdo das produções escritas das alunas, das transcrições das gravações áudio de episódios das aulas, da sequência de na folha de cálculo e das entrevistas realizadas.

Esta investigação desenvolvese num quadro de experiência de ensino com alunos do 9.º ano, no estudo de tópicos algébricos (sistemas de duas equações do 1.º grau a duas incógnitas, proporcionalidade inversa e equações do 2.º grau). O principal objectivo deste estudo é analisar o contributo da realização da experiência de ensino no desenvolvimento do pensamento algébrico dos alunos. Em particular, pretendo analisar (i) a evolução nas representações matemáticas e (ii) a aprendizagem de métodos formais.

Apresento alguns resultados relativos aos dois casos, Ana e Carolina, destacando semelhanças e contrastes no que respeita à evolução das alunas na utilização de representações matemáticas e na aprendizagem dos métodos formais. As tarefas propostas, em particular a resolução de problemas, incentivaram o estabelecimento de conexões e a conversão entre diferentes representações, em particular para a simbologia algébrica, sustentando o desenvolvimento do pensamento algébrico das alunas. Este aspeto foi importante para a aprendizagem formal, evitando a aplicação de procedimentos sem compreensão. No final da experiência de ensino, ambas as alunas sabem utilizar os diferentes métodos formais, no entanto Carolina por vezes usa ainda a folha de cálculo por ser uma ferramenta inspiradora e que lhe permite libertar-se dos cálculos.

O enquadramento teórico envolve o estudo do desenvolvimento do pensamento algébrico, em particular a aprendizagem de métodos formais e as representações matemáticas. Na experiência de ensino, a resolução de problemas é a atividade privilegiada e alguns dos problemas são propostos para resolver na folha de cálculo, uma ferramenta que pode ajudar os alunos na transição para a Álgebra. No início do estudo de cada tópico foi realizada uma ficha de diagnóstico. Em cada tarefa foram criados momentos de discussão e de síntese, procurando promover a construção de uma ponte entre o trabalho realizado na folha de cálculo e o trabalho com lápis e papel, recorrendo ao simbolismo algébrico.

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Pensamento algébrico, representações matemáticas, resolução de problemas, folha de cálculo.

Learning Styles) de Vermunt (1998), mas adaptado pelo investigador para ser respondido por alunos do ensino secundário, no contexto específico da aprendizagem da Matemática. Os dados serão tratados através de análise correlacional, nomeadamente análise fatorial. Os resultados preliminares no estudo piloto realizado revelaram uma boa fiabilidade do questionário e apontam para a confirmação dos estilos de aprendizagem definidos por Vermunt e para a pertinência da sua caracterização em função das quatro componentes do modelo de regulação dos processos de aprendizagem, conforme referido. O estilo de aprendizagem orientado para o significado, com uma forte associação ao gosto pela Matemática, é o que surge melhor definido em termos das quatro componentes do modelo de regulação da aprendizagem e o que mais transparece da variabilidade dos dados obtidos no estudo piloto. Dos referidos resultados ressalta ainda um papel central da autoestima dos alunos na aprendizagem da Matemática. Quanto à distribuição dos estilos de aprendizagem pela amostra, da análise de efetuada, resulta que 20% da amostra se tende a enquadrar no estilo não-orientado. Os restantes 80% dividem-se equitativamente pelos estilos orientado para o significado e orientado para a reprodução.

MIGUEL FIGUEIREDO Área de Especialidade: DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

Esta comunicação apresenta um projeto de investigação em desenvolvimento no âmbito do doutoramento em Educação, na especialidade da Didática da Matemática, com os elementos principais do seu quadro teórico, a metodologia e os resultados preliminares de um estudo piloto já efectuado. O objetivo do estudo consiste na identificação das componentes que formam os estilos de aprendizagem da Matemática numa amostra de estudantes portugueses do 10.º ano e a sua relação com o desempenho escolar nesta disciplina. As componentes a considerar na composição de cada estilo de aprendizagem são definidas por quatro variáveis: estratégias de processamento, estratégias de regulação da aprendizagem, orientações motivacionais e crenças sobre a aprendizagem, de acordo com o modelo de regulação dos processos de aprendizagem proposto por Vermunt e Van Rijswijk (1988). Estas variáveis, de acordo com o modelo, combinam entre si de forma a definirem quatro tipos de estilos de aprendizagem: orientação da aprendizagem para o significado, para a reprodução, para a aplicação e não orientado. O estudo, de natureza quantitativa, incidirá sobre uma amostra de alunos do 10.º ano, aos quais será submetido um questionário fechado, baseado no ILS (Inventory of

Estilos de aprendizagem, Matemática, 10.º ano.

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ciclos de planeamento, lecionação de aula e reflexão pós-aula. Para isso, é necessário que recolham evidências sobre as aprendizagens e as dificuldades dos seus alunos, tornando a sua reflexão fundamentada, de modo a construir conhecimento a partir da sua prática. Assim, este estudo pretende dar resposta ao problema: como é que a reflexão sobre a prática, o trabalho colaborativo e a investigação sobre a prática contribuem para o desenvolvimento do conhecimento pedagógico de conteúdo de cinco futuros professores?

Didática das Ciências

Trata-se de uma investigação qualitativa, com orientação interpretativa. Participam cinco futuros professores de Física e Química. Utilizam-se vários instrumentos de recolha de dados: gravação, em registo vídeo, das sessões de preparação e de reflexão pós-aulas; notas de campo da investigadora; documentos escritos; e entrevistas semiestruturadas a cada um dos professores participantes.

CARLA MATOSO Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

O professor é um profissional que mobiliza conhecimentos múltiplos ao fazer juízos de valor sobre o que e como ensina, a quem ensina e com que finalidades, condições e recursos. Dos vários domínios que integram o conhecimento profissional do professor, destaca-se o conhecimento pedagógico de conteúdo como o conhecimento que o professor possui acerca de como ensinar um determinado tópico da sua disciplina, de forma a ser apreendido pelos seus alunos. Este tipo de conhecimento depende do conteúdo e do contexto em que é ensinado e do modo como o professor reflete sobre a sua experiência. Na verdade, a reflexão, em conjunção com o ato de ensinar e a colaboração, contribuem para transformar o conhecimento do professor e desenvolver o seu conhecimento pedagógico de conteúdo. No Mestrado em Ensino da Física e da Química do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, incentiva-se uma aprendizagem colaborativa, entre os futuros professores, presente nos

Os resultados obtidos evidenciam que a reflexão sobre a prática e o trabalho colaborativo contribuem para o desenvolvimento do conhecimento pedagógico de conteúdo dos futuros professores, nomeadamente no que se refere ao planeamento das aulas e ao conhecimento das dificuldades dos alunos. Conhecimento pedagógico de conteúdo, formação inicial de professores, colaboração, reflexão sobre a prática.

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Naturais do 3.º CEB e que integrem aplicações da Web 2.0. Propõem-se as seguintes questões de investigação: 1) Que competências do Currículo Nacional do Ensino Básico das ciências podem ser atingidas com a implementação da abordagem IBSE?; 2) Como se poderá conjugar a reflexão sobre a investigação e inovação responsáveis com a abordagem IBSE?; 3) Que aplicações da Web 2.0 poderão auxiliar na concretização das diferentes fases desta abordagem?; 4) Que possibilidades e dificuldades experimentam alunos e professores durante a realização destas estratégias?; 5) Qual o impacte destas estratégias no desenvolvimento de conhecimentos e competências necessários ao exercício de uma cidadania ativa, fundamentada e crítica no âmbito da investigação e inovação responsáveis em áreas científicas de ponta?

CARLA MANUELA DE PACÍFICO DIAS Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

No atual contexto científico, tecnológico e social, marcado por controvérsias sócio-científicas e sócioambientais, uma educação em ciências que se restrinja à transmissão de conhecimento científico substantivo revela-se insuficiente para a capacitação dos alunos como cidadãos ativos. A metodologia de ensino-aprendizagem “Inquiry-Based Science Education” (IBSE) pretende envolver os alunos em atividades de natureza investigativa sobre problemas socialmente relevantes de forma a desenvolverem competências de identificação de problemas, de planeamento e realização de investigações, de recolha e análise de dados e de resolução de problemas. Estas competências, associadas ao conhecimento da natureza do empreendimento científico e das suas interações com a tecnologia, a sociedade e o ambiente, são decisivas à construção de uma literacia científica indispensável ao exercício de uma cidadania crítica. Cabe ao professor conceber situações de aprendizagem que envolvam os alunos em atividades investigativas que capacitem os alunos como construtores críticos de conhecimento e como parceiros responsáveis em processos de investigação e inovação.

De forma a operacionalizar este estudo, opta-se pela metodologia “Design-Based Research” (DBR), por se tratar de uma abordagem: (1) intervencionista, procurando atuar num contexto real; (2) iterativa, integrando ciclos de análise, desenvolvimento, avaliação e reformulação/melhoramento; (3) inclusiva, permitindo o envolvimento e a contribuição ativa na investigação dos alunos e de especialistas das áreas educativa e científica em várias fases da sua implementação; (4) orientada para os processos; (5) orientada para a utilidade, desenvolvimento de estratégias adequadas a contextos reais; e (6) orientada para e pela teoria, conceção de protótipos cuja aplicação e avaliação sucessiva também contribui para a (re) construção de teoria.

Com o presente estudo pretende-se construir conhecimento sobre como conceber e realizar estratégias educativas de natureza investigativa (de tipo IBSE) sobre investigação e inovação responsáveis em áreas científicas de ponta (atuais e controversas), adequadas ao programa de Ciências

Educação em ciências, IBSE, investigação e inovação responsáveis, Web 2.0.

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forma a Educação não-formal pode contribuir não só para a aprendizagem de conteúdos científicos mas, sobretudo, para a compreensão da natureza e funcionamento da Ciência numa perspetiva de Aprendizagem ao Longo da Vida.

ANA MARGARIDA VICÊNCIO Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

A natureza das questões e objetivos de investigação convidam-nos a privilegiar um olhar compreensivo para perscrutar a realidade, em condições de podermos obter informações diversificadas mas fiáveis, pertinentes e credíveis, emergindo pertinência duma abordagem metodológica de caráter hermenêutico/dialético. A escolha da melhor metodologia requer, igualmente, a escolha de técnicas e instrumentos de recolha de dados que se mostrem adequados a reunir os dados necessários e pertinentes para a compreensão e interpretação da complexidade do contexto em que a investigação se desenvolve. Assim, os métodos devem ser coerentes e complementar-se. A opção pela realização de um Estudo de Caso Múltiplo e a advinda seleção de entre quatro a cinco contextos de Educação Não Formal em Ciência na Cidade de Lisboa tem-se mostrado verdadeiramente desafiante. É, pois, sobre este percurso que pretendemos desenvolver a nossa apresentação.

O aparente entre os currículos escolares, os resultados escolares obtidos em disciplinas de ciências e tecnologia; e os resultados alcançados em estudos acerca da cultura científica das populações bem como a consolidação de um paradigma de Educação que coloca a Aprendizagem ao Longo da Vida no seu cerne, tem feito emergir a pertinência de abordagens de Educação em Ciência que não se restrinjam à Escola. De facto, o início do nosso século tem sido marcado pelo crescente interesse no aprofundamento do conhecimento acerca dos espaços e dinâmicas de Educação não-formal em Ciência. Contemporaneamente, na Museologia Internacional, vem emergindo a ideia de que os Museus se devem assumir como instituições educativas de referência. Estudos levados a cabo em museus, centros de ciência, jardins botânicos, aquários, planetários mostram que as visitas a estes locais se podem assumir como experiências de envolvimento e participação na Ciência, mesmo que esta não seja apresentada, nesses locais, de uma forma linear e didática.

Aprendizagem ao Longo da Vida, Educação Não Formal em Ciência, Estudo de Caso Múltiplo.

O projeto que temos vindo a desenvolver tem por objetivos caraterizar a proporcionada por ambientes nãoformais de Educação em Ciência na cidade de Lisboa (espaços, temáticas, perspetivas educativas e atores envolvidos nos processos e dinâmicas); e identificar os seus e os aspetos a transformar por forma a ampliar o seu potencial educativo. De facto, procuramos compreender de que

VANESSA DE ANDRADE Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

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Atualmente é reconhecida a importância de uma educação em ciência que promova possibilidades para que aconteça o diálogo sustentado entre a sala de aula, a escola, a ciência, a tecnologia e a sociedade civil. Neste sentido, tem vindo a ser salientada a exploração de questões sociocientíficas controversas (QSC) com o objetivo de melhor preparar os alunos para a participação ativa e fundamentada na sociedade. As QSC diferem de outros assuntos da ciência pelo facto de serem abertas e por constituírem problemas discutíveis, sujeitos a múltiplas perspetivas e soluções. O envolvimento na exploração destas problemáticas requer que os alunos adquiram um conhecimento científico; capacidade de raciocinar sobre as ligações entre evidências, inferências e conclusões de modo a serem capazes de explicar e avaliar os resultados da ciência; e competências para usar o conhecimento científico na avaliação de alternativas, argumentando as opções tomadas. O desenvolvimento de tais competências possibilita que os alunos compreendam os fenómenos naturais numa perspetiva de análise crítica e de valores em relação ao mundo que os rodeia, promove o interesse dos alunos e o sentido de capacidade para ação. No entanto, é também evidenciado que os alunos perspetivam os conceitos da ciência como difíceis e que predominantemente recorrem às ideias do senso comum para explicarem os fenómenos naturais e elaborarem argumentos.

fundamentada, tendo em vista a resolução de questões sociocientíficas controversas. O estudo desenvolve-se no âmbito do projeto europeu IRRESISTEBLE-ALL que visa o envolvimento de professores e alunos, do ensino básico e secundário, na promoção da investigação e inovação responsáveis. Participam neste estudo várias turmas do 8.º ano. A sequência de tarefas a realizar nestas turmas é perspetivada em três eixos: (i) o envolvimento dos alunos em QSC; (ii) o recurso a representações visuais (i.e. animações, simulações, gráficos, desenhos, etc.) para promover a compreensão dos conceitos científicos relevantes e a sua utilização nos processos argumentativos que permitam a exploração de problemas; e (iii) por fim a construção de uma exposição interativa, sobre as problemáticas investigadas e o envolvimento dos alunos em ações coletivas. Neste trabalho opta-se por uma metodologia de investigação mista. Usam-se vários instrumentos de recolha de dados como: a) pré e pós teste; b) entrevistas em grupo focado, c) documentos escritos pelos alunos; e d) observação naturalista em sala de aula. Representações visuais, questões sociocientíficas, conceitos científicos, argumentação e ação coletiva.

As representações visuais têm vindo a tomar relevância, nomeadamente pelo seu potencial em promover a compreensão de conceitos científicos. Neste sentido, com este estudo pretende-se conhecer o impacte das representações visuais no desenvolvimento de conhecimento científico e competências de argumentação que permitam capacitar os alunos para uma ação

LETÍCIA CARVALHO Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

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Na atual conjuntura de mudanças tecnológicas, de globalização da economia e da reestruturação social, estudos voltados para a formação docente têm crescido e recebido destaque como um dos eixos centrais no campo educacional.

Na procura de respostas às questões de investigação, direciona-se a análise para dois contextos formativos centrados na escola. Um deles é o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e o outro é o Mestrado em Ensino de Física e Química, mais especificamente as unidades curriculares Iniciação à Prática Profissional III e IV. Ambos os contextos formativos procuram promover a colaboração, a reflexão centrada na prática e um trabalho de cariz investigativo.

Considerando-se a importância da iniciação à prática para os futuros professores se implicarem na cultura profissional, assumimos que esse processo necessita ser ancorado pela reflexão e pela colaboração. Essas são características basilares do desenvolvimento profissional que possibilitam o diálogo reflexivo, o trabalho conjunto, a discussão de ideias e a reestruturação do pensamento. Contudo, as investigações indicam que as experiências em sala de aula na formação inicial não alteram o modelo de ensino transmissivo. Estudos evidenciam que essa forma de atuação docente ocorre devido à ausência da reflexão, a partir de um trabalho colaborativo, sobre essas práticas. Tais dimensões do desenvolvimento profissional têm sido inviabilizadas por uma cultura profissional dos professores, fortemente marcada pelo isolamento.

Os participantes são 22 alunos do curso de Física e dezanove alunos do curso de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, todos integrantes do PIBID no ano de 2013 e cinco alunos do Mestrado em Ensino de Física e Química que frequentam as unidades curriculares IPP III e IV, na Universidade de Lisboa. A metodologia usada tem as suas raízes na investigação qualitativa com orientação interpretativa. Para a recolha de dados, optamos pelos seguintes instrumentos: observação, questionário entrevista semiestruturada em grupo focado e documentos escritos. Os dados serão analisados de forma indutiva, recorrendo ao método do questionamento e comparação constantes.

Essa problemática suscita-nos o problema de investigação: Como os contextos formativos centrados na escola contribuem para o desenvolvimento profissional de futuros professores? Esse problema será desenvolvido a partir da resposta às questões: i) Que características dos contextos formativos centrados na escola contribuem para o desenvolvimento profissional de professores em formação inicial? ii) Quais as potencialidades que os professores atribuem aos contextos formativos para a sua prática profissional? iii) Que dificuldades sentem os professores quando estão envolvidos em contextos formativos centrados na escola?

Desenvolvimento profissional, formação inicial, iniciação à prática profissional, ensino de Ciências.

LUÍSA MARIA GERALDES LOURENÇO Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

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Numa época em que a sociedade procura incessantemente novos conhecimentos são exigidas mudanças na educação ao nível do trabalho dos professores, o que leva a reconhecer a necessidade de se promover o seu desenvolvimento profissional, permitindo-lhes acompanhar a mudança, rever e renovar os seus conhecimentos e conceções. Desta forma, o grande desafio que se coloca aos professores é o desenvolvimento da capacidade de se organizarem e de enfrentarem os problemas que vão surgindo, no contexto de uma escola, catalisadores do desenvolvimento profissional dos professores e de um processo de ensino-aprendizagem com qualidade. O trabalho colaborativo desenvolvido de forma reflexiva, segundo o ritmo, necessidades e interesses dos professores no contexto natural do trabalho da escola permite a aquisição de novas aprendizagens e a resolução de problemas com que os professores se confrontam todos os dias. A concretização desta perspetiva implica que os professores introduzam inovações na sua prática, como a investigação sobre a sua própria prática, o trabalho colaborativo, a reflexão centrada na prática e a formação centrada na escola. Neste quadro, pretende-se criar um grupo colaborativo, dentro da própria escola, com um projeto de intervenção que assente nos eixos atrás referidos. Neste grupo pretende-se que, os professores que lecionam a disciplina de Ciências Físico Químicas, numa escola da área da Grande Lisboa, construam e realizem tarefas de investigação, para o 7.º ano, e que promovam a reflexão sobre as mudanças introduzidas na sala de aula e sobre a qualidade do processo de ensino-aprendizagem dos seus alunos. Neste sentido, este estudo pretende conhecer qual é o contributo do trabalho desenvolvido pelos professores de Física e Química neste

grupo colaborativo para o seu desenvolvimento profissional e para a qualidade do processo de ensinoaprendizagem dos seus alunos. A investigação deste estudo insere-se no paradigma qualitativo de cunho interpretativo, assumindo o design de investigação-ação que constitui uma forma de questionamento colaborativo, critico e autocritico da parte dos professores relativamente a um problema ou a uma questão relevante da sua própria prática. Como instrumentos de recolha de dados recorreu-se a notas de campo, registos vídeos das sessões de trabalho em grupo e entrevistas semiestruturadas realizadas aos professores de Física e Química em estudo. Os resultados mostram que os professores consideram que o trabalho colaborativo assente no ensino por investigação, na investigação sobre a própria prática e na reflexão centrada na prática promoveu a realização de aprendizagens relacionadas com a aplicabilidade da teoria à prática, a reflexão sobre os processos de raciocínio utilizados pelos alunos ao realizarem tarefas de investigação e o aprofundamento do conhecimento didático da Química, contribuindo para o seu desenvolvimento profissional e para a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Desenvolvimento profissional, trabalho colaborativo, reflexão centrada na prática e investigação sobre a própria prática.

JOSÉ FANICA Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS 42


Dadas as características e os objetivos do estudo, optou-se por uma metodologia de investigação-acção que pretende, entre outros aspectos: estimular a vontade de agir, inovar e mudar; resolver problemas em contextos escolares.

A utilização das redes sociais (RS) no ensino secundário (ES) permite tirar partido das suas múltiplas potencialidades enquanto espaço de interação e de partilha, ir ao encontro dos interesses dos alunos e construir conhecimento. A análise das potencialidades das RS para a melhoria de processos de intervenção social e ativismo nas aulas de ciências do ES, bem como a sua utilização nos processos de educação e formação constitui o objeto do presente estudo.

Um desafio deste estudo será a promoção de processos de intervenção social e ativismo no âmbito das atividades de diferentes disciplinas do ES e de diferentes escolas. Assim, a equipa desta investigação integra participantes unidos pelo interesse comum em QSC e QSA e partilhando uma concepção de escola como espaço de transformação da sociedade. Todos eles serão participantes ativos do estudo e pretende-se que consigam: incrementar nos alunos a capacidade de agir de modo a resolver problemas sociais e ambientais que afetam a sociedade; partilhar entre si as suas experiências, metodologias e materiais implementados; promover a aprendizagem com base em ações fundamentadas de forma a combater as ações baseadas exclusivamente no conhecimento de senso comum.

Esta investigação pretende construir conhecimento sobre o recurso às redes sociais na realização de iniciativas de ativismo coletivo tendo em vista a resolução democrática de problemas socais de base científica e tecnológica. As controvérsias sociocientíficas (CSC) e sócio-ambientais (CSA) que afetam a nossa sociedade exigem uma cidadania informada e capacitada para agir sobre essas questões. A ação comunitária fundamentada é considerada uma das principais dimensões da literacia científica e uma forma de capacitar os alunos como críticos e produtores de conhecimento.

Esta investigação, de caráter misto, irá envolver cerca de 300 alunos do ES. Como procedimentos qualitativos de recolha de dados serão efectuadas entrevistas semiestruturadas e analisados os materiais produzidos pelos participantes. Os dados quantitativos serão recolhidos através da análise estatística de respostas dos alunos a pré e pós-testes e da análise das interações nas redes sociais através da utilização de software específico.

O estudo envolve 3 aspetos distintos: a discussão de QSC (a promoção de uma aprendizagem ativa baseada na investigação de situações reais); a estimulação da participação dos alunos em ações coletivas de resolução democrática de problemas; a estimulação dos 2 aspectos anteriores através de iniciativas envolvendo as redes sociais. O objetivo principal deste estudo é a construção de conhecimento sobre: as potencialidades e as limitações da realização de iniciativas de ativismo fundamentado sobre CSC e CSA, de caráter interdisciplinar, através das redes sociais; e como apoiar professores e alunos na realização deste tipo de iniciativas.

Controvérsias sociocientíficas; ação sociopolítica; cidadania; educação em Ciências.

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relação com contextos pessoais, locais, nacionais e até globais. Este trabalho sustentar-se-á nas ideias fundamentais disciplinares propostas pelo NGSS (2013) para a faixa etária do pré-escolar nos três tópicos definidos: ciências da vida; ciências da terra e do espaço e ciência física; numa perspetiva de desenvolvimento sequencial e articulado de conceitos e habilidades. Para isso, serão criadas situações de aprendizagem em ciências, de modo a levantar questões, e desta forma estimular as aprendizagens de ciências, e fazer emergir e progredir os saberes.

SUSANA DIOGO MEIRINHO Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

A educação em ciências tem sido reconhecida internacionalmente como promotora de aprendizagens essenciais para o sucesso educacional, e também numa preparação enquanto cidadãos e participação cívica ao longo da vida.

Com este trabalho pretende-se responder à seguinte questão geral de investigação: Que saberes de ciências revelam as crianças de cinco e seis anos no seu discurso, quando envolvidas em atividades de ciências Físicas e Naturais? Nesta questão considera-se, também, uma perspetiva de progressão desses saberes. Na escuta destas ideias centrais da ciência, o foco será na explicação científica que as crianças fazem, sendo uma das competências essenciais para a literacia científica. Assim como subquestões: 1) Que explicações científicas fazem as crianças? 2) Que saberes acerca de ciências Físicas e Naturais as crianças revelam no seu discurso? 3) Que progressão dessas ideias disciplinares são evidenciadas no discurso das crianças?

Esta é uma visão que permite uma imagem de criança possuidora e construtora de conhecimento, capaz de desenvolver práticas científicas e consequentemente construir significados acerca do que vai observando e pensando. Acreditar nestas capacidades e conhecimentos permite criar oportunidades para desenvolver pensamento crítico e habilidades de comunicação desses saberes. No entanto, esses conhecimentos surgem de forma pouco clara nas orientações curriculares para a educação pré-escolar (ME/DEB, 1997). Deste modo irei complementar com as normas propostas pelo documento Next Generation Science StandardsNGSS (2013), visto ajudarem a clarificar o documento normativo português. Assim, fará sentido reconhecer o jardim-de-infância como um contexto com propósito educacional e com elevado potencial no desenvolvimento do pensamento e conhecimento em ciência.

De modo ao tentar responder a estas questões proponho um estudo de cariz qualitativo/descritivo. Os instrumentos de recolha de dados são a observação com notas de campo e registo áudio; entrevistas às crianças; produções variadas das crianças (desenhos e outros), bem como a construção de documentos de avaliação (progressão dos saberes).

Neste resumo de intenções proponho como objetivo de investigação escutar as crianças de cinco e seis anos, em contexto de jardim-de-infância, no que respeita a ideias da ciência, valorizando a linguagem como forma de expressar esses saberes, bem como compreender a progressão dessas ideias científicas, as relações com outros assuntos e a

Educação em ciências, jardim-de-infância, discurso, progressão de aprendizagem.

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associação lógica que merece investigação. Os objetivos deste estudo são investigar: a) as ferramentas da Web 2.0 mais adequadas ao apoio a cada uma das fases das investigações “IBSE”; b) as mais-valias educativas resultantes da integração destas ferramentas na realização e divulgação das investigações.

ÂNGELA MARIA CLEMENTE PARRO VALÉRIO Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

A investigação terá uma abordagem construtivista, utilizando uma metodologia de investigação qualitativa com orientação interpretativa, onde o investigador investiga a própria prática através da aplicação de experiências de aprendizagem em contexto de sala de aula.

Este projeto pretende estudar as potencialidades da integração de ferramentas da Web 2.0 no apoio à realização e divulgação de investigações (segundo uma abordagem “IBSE – Inquiry-based science education”) centradas em possíveis soluções para problemas sociais de base científica e tecnológica.

Está prevista a participação, na investigação, de quatro turmas do 9.º ano do 3.º ciclo do ensino básico. Está prevista a utilização de diferentes técnicas de recolha de dados: observação naturalista de aulas, aplicação de questionários, análise de documentos e entrevista em grupo focal.

Integra três fases: uma primeira, de conceção de atividades “IBSE” centradas em problemas sociais de base científica e tecnológica adequados ao programa de CFQ do 9.º ano e que os alunos considerem interessantes e socialmente relevantes; uma segunda, de identificação das ferramentas Web 2.0 mais adequadas ao apoio às diferentes fases deste tipo de abordagem; uma terceira, de investigação das mais-valias resultantes da integração destas ferramentas nas atividades.

, , ferramentas Web 2.0, ensino da química, ensino da física, literacia científica.

A utilização de ferramentas da Web 2.0 tem tido importância crescente no processo de ensino e aprendizagem, permitindo ao aluno um papel não passivo no uso de competências, com o objetivo de produzir conhecimento próprio e passível de ser partilhado com os outros. A aprendizagem através de atividades de investigação ou “Inquiry” também envolve uma abordagem centrada no aluno, pretendendo que o mesmo se envolva nas investigações de questões ou problemáticas do mundo real. Logo, o enriquecimento da abordagem “IBSE” com ferramentas Web 2.0 constitui uma

RICARDO PIRES Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS

O sucesso escolar é algo que preocupa toda a comunidade educativa e o seu estudo é, e sempre foi, parte essencial da investigação em educação. Na realidade existem diversos modelos 45


educativos/pedagógicos ditos “não tradicionais” que tentam de algum modo ultrapassar as dificuldades relativas ao insucesso escolar. Neste contexto apresenta-se aqui um modelo educativo que pretende ser inovador na perspetiva dos seus proponentes, olhando-se em especial a aplicação deste modelo ao nível das Ciências Naturais. Trata-se de um modelo diferente do ponto de vista organizacional que assenta no aumento da autonomia dos alunos através do cumprimento de guiões nas diferentes disciplinas.

e face ao problema formulado adequase a adoção de uma estratégia de estudo de caso. Este estudo pretende representar um passo no sentido da fundamentação empírica, metodológica e conceptual sobre o impacto que o novo modelo educativo tem na aprendizagem das ciências e consequentemente no rendimento académico dos alunos. Compreender deste modo o que está na base desta relação entre o novo modelo educativo e a aprendizagem das ciências, os seus pontos fortes e fracos, bem como a sua verdadeira importância no processo ensinoaprendizagem. Pretende-se desta forma proporcionar um contributo global e fundamentado no sentido de consciencializar os professores e toda a comunidade educativa da importância no surgimento de novos modelos educativos válidos como uma possível resposta ao insucesso escolar.

A génese desta ideia parte de um caso concreto de uma escola TEIP que, à semelhança de tantas outras, apresentou dificuldades crescentes ao nível do seu sucesso educativo. Foi esta autoanálise crítica e necessidade de mudança que levou a repensar todo o processo pedagógico existente e potenciou o aparecimento de um novo modelo, construído especificamente a partir dessa mesma realidade.

Modelo educativo, Ciências naturais, aprendizagem, rendimento académico.

A temática, a aprendizagem em Ciências Naturais, pretende ser o mote para levar a cabo o estudo profundo de um modelo educativo e as suas implicações no processo ensino aprendizagem ao nível das ciências. Neste contexto o presente estudo apresenta como principal questão de investigação: Quais as Implicações na Aprendizagem das Ciências do Modelo Inovador de Atividades Educativas? Através desta questão principal de investigação definiram-se outras subquestões: (1) Que condições existem nesta escola que permitem concretizar o modelo em análise?; (2) Quais as potencialidades e dificuldades associadas à implementação do modelo educativo?; e (3) Que impacto teve o novo modelo educativo no rendimento académico dos alunos em Ciências Naturais?. Para desenvolver este estudo a metodologia de investigação insere-se sobretudo numa abordagem qualitativa 46


novos contextos de educação que não estejam necessariamente confinadas à escola tradicional. A partir desta compreensão teórica, pretendemos com este estudo, para além do objetivo global referido anteriormente, procurar identificar e compreender a adesão e o envolvimento dos adultos e as mudanças intrínsecas (aqui assumidas como ‘dinâmicas endógenas’) observadas por estes atores educativos, nomeadamente os adultos envolvidos, bem como analisar como outros atores educativos (diretor executivo, psicólogo, técnico de intervenção, etc.) e perceber como interpretam e os significados que atribuem às práticas de educação não escolar de adultos no contexto do desenvolvimento local.

Formação de Adultos

LAURA MARROCOS

Tendo em vista desenvolver uma investigação empírica realista e concretizável, a metodologia será exclusivamente de natureza qualitativa. Por ser um estudo de caso, na sua variante multicasos, e entre as técnicas de recolhas de dados que este método possibilita-nos utilizar, escolhemos a análise documental: que será realizada em documentos primários, onde buscaremos informações que sirvam de base para a caracterização das associações, dando ênfase a sua natureza jurídica, as suas especificidades, diversidades e multifuncionalidades; também utilizaremos o inquérito por entrevistas semiestruturadas, que serão realizadas aos diversos atores envolvidos – adultos e responsáveis – nas duas associações.

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE ADULTOS

Pretendemos com esta comunicação apresentar uma investigação que está a ser desenvolvida no âmbito do doutoramento em educação, na especialidade Formação de Adultos. A nossa investigação centra-se em identificar, analisar e compreender as relações entre educação não formal (entendida na senda da conceção de educação permanente promovida pela UNESCO) e de desenvolvimento local, no âmbito de ações levadas a cabo por organizações da sociedade civil (nomeadamente associações de desenvolvimento local sedeadas em dois países – Portugal e Brasil). Por entendermos que a educação assumida como uma dimensão social deverá facultar às pessoas os instrumentos cognitivos e as capacidades necessárias para que possam mudar a realidade e melhorar as suas condições de vida, torna-se cada vez mais indispensável pensar e repensar em novas formas e

Educação de adultos: educação não formal; práticas educativas; desenvolvimento local.

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profissional no tempo biográfico (Dubar, 2003). A problemática em estudo enquadra-se nos contributos teóricos dos campos da educação e formação de adultos, da sociologia da educação e da sociologia das profissões.

CATARINA PAULOS Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE ADULTOS

A investigação pretende responder às questões seguintes: Como se carateriza o percurso escolar e profissional de educadores de adultos que intervêm no processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais? Que funções desempenham neste processo? Como aprenderam a desempenhar as suas funções? Que saberes mobilizaram no desempenho da sua atividade profissional? Que formas identitárias construíram ao longo do desempenho da sua atividade profissional?

A investigação visa analisar o percurso e a atividade profissional de educadores de adultos que intervêm no processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais. A última década, em Portugal, foi caraterizada pela reconfiguração do campo profissional da educação de adultos, devido à alteração de funções de profissionais de educação e à emergência de novas atividades profissionais. Na tentativa de compreender a dinâmica subjacente a este processo de reconfiguração do campo profissional da educação de adultos, a investigação centra-se em torno de quatro eixos: o primeiro diz respeito à análise dos percursos escolar e profissional (Pais, 2005; Dominicé, 2006) de educadores de adultos que intervêm no processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais; o segundo é referente à identificação da especificidade da atividade destes educadores, em termos de tarefas, responsabilidades, saberes e competências que mobilizam (Cavaco, 2007); o terceiro centra-se na formação e nos saberes que possuem, no sentido de compreender o modo como estes educadores de adultos aprendem a desempenhar a sua atividade profissional, e como ocorre o seu processo de formação (Pineau, 1991; Josso, 1991); por último, o quarto eixo, centra-se nas formas identitárias, procura-se analisar as formas identitárias construídas por estes educadores de adultos (Dubar, 1994, 1997; Alves, 2009), a forma como vivem o trabalho e concebem a vida

Do ponto de vista epistemológico, a investigação fundamenta-se numa perspetiva compreensiva, que visa a descrição, interpretação e análise crítica (Gonçalves, 2010) do percurso e da atividade profissional de educadores de adultos responsáveis pelo processo de reconhecimento de adquiridos experienciais, optando-se, do ponto de vista metodológico, pela abordagem qualitativa. A técnica de recolha de dados utilizada é a entrevista biográfica (Pineau & Le Grand, 2002), uma vez que este tipo de entrevista permite “perceber a relação singular que o indivíduo mantém com sua atividade biográfica e com o mundo histórico e social, e estudar as formas que ele dá à sua experiência” (Delory-Momberger, 2012: 524). Os dados empíricos desta investigação consistem em trinta e duas entrevistas biográficas a Profissionais de RVC. A análise de conteúdo temática (Bardin, 1995; Vala, 2003) é a técnica privilegiada no tratamento da informação proveniente das entrevistas. Com a presente investigação espera-se contribuir para o aprofundamento do

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conhecimento científico sobre os educadores de adultos, especialmente os que intervêm no processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais Nesse sentido, poderá ser um contributo para o apoio de tomadas de decisão relacionadas com estas práticas, nomeadamente no que respeita à sua formação e condições de trabalho.

número de estudantes, provocando uma pressão orçamental sobre o Estado. Perante este aumento, sucessivos governos procuraram introduzir novas formas de financiamento e, simultaneamente, solicitaram, em crescendo, a participação dos estudantes nesse financiamento desde 1992, com a introdução de propinas no ensino superior público (Lei n.º 20 de 92, de 14/8, com alterações e nova legislação posteriores) e que fundamenta a actual a participação directa dos estudantes no financiamento das instituições públicas de ensino superior, ao pagarem uma propina que ascende a cerca de 1000 euros/ano. Até meados da década de 1990, as IES eram financiadas pelo Estado em cerca de 97%, numa situação de quase exclusividade de fundos estatais. Actualmente, o financiamento privado corresponde a cerca de 38%, a maior parte oriunda das propinas dos estudantes. Comparativamente às médias da União Europeia e da OCDE, esta situação é reveladora do processo de privatização do ensino superior em Portugal: em cerca de 15 anos, a participação pública no financiamento das IES decresceu cerca de 7% na UE e de 8% na OCDE e de 35% em Portugal. Face a esta situação, as IES têm vindo a desenvolver processos de captação de receitas ligados ao que se costuma designar de terceiro sector e que Jonhstone (2002, 2004) intitula de Fundraising e que abrange: mecenato, investigação a pedido empresarial, venda de produtos e aluguer de espaços. Tendo estes factores em conta, a investigação que agora se apresenta partiu da seguinte questão de partida: Qual o papel que a diversificação das fontes de financiamento poderá desempenhar no futuro do ensino superior português? A partir desta pergunta, traçaram-se os seguintes

Educadores de adultos, formação, percurso profissional, formas identitárias

ANA MARGARIDA DA SILVA DO NASCIMENTO Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE ADULTOS

Este estudo pretende identificar os modelos de financiamento das instituições públicas de ensino superior (IES) português e analisar a estrutura das respectivas fontes de financiamento, baseando-se na teoria da partilha de custos desenvolvida por Johnstone (2004). Pretende também analisar a dicotomia educação bem público – bem privado e a tendência mundial crescente de mercantilização do ensino superior. Acompanhando uma tendência mundial, descrita por autores como Johnstone, Easterman e Pruvot e no EURYDICE (2011), as questões do financiamento do ensino superior começaram a ser cruciais em Portugal a partir de 1980, tendo o debate emergido a partir dos estudos de Cabrito (2002) e Cerdeira (2009). As políticas de acesso ao ensino superior assumidas conduziram ao aumento do 49


objectivos: a) identificar as políticas de financiamento do ensino superior público português nas últimas décadas; b) Analisar o contributo de cada fonte de financiamento no orçamento total das instituições; c) analisar a distribuição do financiamento pelas actividades de formação e de ensino; d) identificar as condições propostas pelos patrocinadores às instituições e e) analisar como gerem as instituições a sua autonomia num quadro de “abertura” ao financiamento externo.

edificavam, em regime de autoconstrução, o bairro da Cova da Moura (Amadora). As pessoas organizaram-se, então, para estabelecer os arruamentos, obter o saneamento básico, promover actividades para as crianças e apoiar no acesso ao mercado de trabalho. A Associação cresceu, consolidou o seu trabalho e conta atualmente com quase cem pessoas remuneradas, uma multiplicidade de trabalhos desenvolvidos, e o carácter inovador de diversos. Várias pessoas que frequentaram, enquanto crianças, aquele espaço, hoje ocupam ali cargos profissionais e associativos.

A metodologia utilizada é o estudo de caso múltiplo (Yin, 1994), onde cada IES é um caso. Na pesquisa são utilizadas diversas fontes nomeadamente documentos das IES e entrevistas que estão a ser realizadas a todos os directores, reitores e presidentes das IES da área de Lisboa, num total de 53 entrevistados e ainda a alguns patrocinadores das IES públicas portuguesas (6). Após análise de conteúdo das entrevistas e análise documental a informação recolhida será objecto de triangulação. Nesta comunicação serão apresentados alguns resultados das entrevistas realizadas.

O trabalho centra-se no carácter formativo do Moinho da Juventude através de um estudo de caso, naturalista e descritivo. Procurei conhecer a formação que acontece no contexto da sua actividade e as articulações entre modalidades de formação, bem como as dimensões individuais e colectivas. A recolha empírica recorreu a: inquérito, observação e análise documental. A pesquisa permite concluir que: – o período longo de tempo de existência da Associação, que atravessa já mais do que uma geração, a realização em grupos marcados pela diversidade dos integrantes, e o lugar à iniciativa, tornam o Moinho um espaço de oportunidade e um dos principais processos formativos pauta-se pela disponibilização das pessoas (de si mesmo) para novos/outros ‘poder-ser no mundo’; – evidenciou-se a introdução de lógicas de funcionamento comunitário, mesmo que frequentemente sujeitas a pressões por parte de outras organizações. Notase uma significativa relação da Associação com entidades estatais, que ocupam um lugar determinante no seu desenvolvimento em termos de enquadramento financeiro e institucional, mas igualmente de legitimação. No entanto, o seu caráter inovador e de autonomia encontram-se

Ensino superior, financiamento, partilha de custos, fundraising.

IRENE SANTOS Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE ADULTOS

A Associação Cultural Moinho da Juventude foi criada pelos moradores nos anos 80 enquanto 50


na afirmação e na legitimação da lógica comunitária (endógena) em todo o trabalho que ali se efetua; – uma gramática própria parece constituir-se como matriz instituinte daquela que as pessoas que fazem a Associação nomearam como a ‘maneira de trabalhar do Moinho’, que passa pelo estabelecimento de uma relação: com o tempo, com o outro, com o fazer, com a linguagem e com o saber.

Os eixos conceptuais que suportam o quadro teórico fundam as suas bases no campo da educação de adultos, da educação não formal e informal e da educação popular. O interesse pelo aprofundamento destas questões coloca-se na centralidade do bairro como território-palco das dinâmicas de educação não formal e informal, onde acontecem e se cruzam práticas, actores ou contextos, mais, ou menos, visíveis. Estas dinâmicas são inseparáveis e interdependentes das dinâmicas e tensões geradas entre o local e o global no território.

Formação, associação, bairro, imigrantes.

A metodologia de natureza qualitativa é fortemente marcada pela observação participante e pelo recurso a instrumentos como as notas de campo, as entrevistas e as conversas informais. No entanto, será igualmente privilegiada a recolha e análise documental em diversos formatos. A análise de conteúdo será utilizada na leitura e interpretação dos dados recolhidos e do material produzido no decurso da investigação empírica. A perspectiva etnográfica reforça a presença do investigador no terreno, na medida em que procura um entendimento e uma compreensão construídos numa relação e dinâmicas permanentes com o objecto de estudo.

ANA BRUNO Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE ADULTOS

O projecto de investigação no domínio da educação de adultos consiste numa pesquisa qualitativa de cariz etnográfico. A investigação pretende contribuir para a compreensão das dinâmicas de educação não formal e informal e educação popular que se estabelecem entre práticas, contextos e actores no bairro da Mouraria em Lisboa.

Educação de adultos, educação não formal e informal, educação popular, território.

A trajectória da pesquisa segue uma linha de compreensão do fenómeno global das dinâmicas de educação não formal e informal de adultos, com enfoque nos níveis meso (organizações) e micro (práticas e actores). A partir da análise destes processos educativos e da observação das relações que se estabelecem, conexões que se criam e redes que surgem entre práticas, actores e contextos do bairro, poderá ser possível identificar práticas resistentes, resilientes ou emergentes de educação de adultos, associadas à educação popular.

JESSIKA MATOS PAES DE BARROS Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE ADULTOS

O presente artigo trata de apresentar o resultado de um estudo 51


sobre o perfil socioprofissional dos alunos diplomados em PROEJAPrograma de Integração da Educação Profissional Integrada à Educação Básica, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos da rede estadual de um colegio no estado e Mato Grosso (Brasil). A escolha do Proeja decorre do fato de que este programa tem dentre seus objetivos a qualificação profissional para inserção ao mercado laboral de jovens adultos trabalhadores, sob a bandeira de uma proposta de ensino integrado, humanizadora e emancipadora. Embora se reconheça a existência de um avanço enquanto políticas públicas destinadas a esse público a partir do ano de 2003, há que se destacar, partindo de um pressuposto crítico às políticas implementadas pelo governo federal, que o Proeja, na prática, passou a exercer uma função tensionadora entre: realidade e a retórica. Para este estudo optamos por realizar entrevista biográfica sob enfoque etnossociológico de Bertaux (2005;2010), com 21 alunos dos 33 diplomados numa primeira turma em Proeja técnico em administração. Especificamente essa turma, de 2009 a 2011, obteve um total de 114 alunos inscritos com 33 concluintes, equivalente a 28%. Dentre os finalistas 63% mulheres e 37% homens. Com relação ao estado civil, 80% declaram-se casados e apresentaram uma média de idade entre: 18 de 39 anos (30%); 40 a 50 anos (36 %), e entre de 50 a 60 anos (33%).Dentre os entrevistados, obtevese as seguintes informações: quanto a condição laboral, 76 % se declaram como exercentes de alguma atividade laboral antes da realização do Proeja, que subiu para número de 80% após o curso, sendo destes, apenas 20% na área de formação do curso, 40% com negócio próprio e 20% no mesmo emprego. Com relação ao percurso escolar, a maioria é oriunda da zona rural (71%), e cujos pais eram

analfabetos (80%). Dentre a profissão dos pais, 80% declararam que estes eram e são ainda lavradores/aposentados. Quanto ao percurso escolar descontínuo a maioria, (86%) alegam a ausência de escola na zona rural, a distância da escola da casa, o casamento ou/e gravidez precoce e necessidade de trabalhar. Dentre as motivações de retorno à escola, a maioria, (87%) declaram por ordem de prioridade, a busca da mobilidade socioeconômica, emprego/função melhor, ter diploma, e ainda a busca de uma profissão determinada. As maiores dificuldades em estudar apontadas foram: conciliar estudos, trabalho e família, ademais do cansaço e horário do curso. A maioria declarou que uma das principais realizações foi aprender organizar os próprios gastos financeiros e as novas amizades. Dentre os diplomados, 30% seguiram os estudos técnico superior ou universitário, 18% realizaram concurso público, e 40% abriram negócio próprio. Os alunos indicaram a necessidade de mais aulas técnicas, informática e estágio. Entrevista biográfica, formação de adultos, percursos socioprofisisonais.

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perspectiva Bakhtiniana da linguagem, para dialogar com os discursos advindos de um dos desdobramentos da pesquisa mater: “As (im)possíveis alfabetizações de alunos de classes populares pela visão de docentes na escola pública”. Os Encontros de Professores de Estudos sobre Letramento, Leitura e Escrita (EPELLE). Busca-se compreender, a partir de uma metodologia qualitativa, os processos interdiscursivos dos pesquisadoresformadores e professores alfabetizadores de alunos de classes populares das redes públicas que participam da (Lucio, 2014). Partindo da principal questão: “quais os saberes dos formadores de professores de leitura e escrita?”, apresentam-se alguns aspectos relacionados com as características e papéis de formadores de professores. E procura-se, por meio dos objetivos específicos: (a) descrever a constituição geral do grupo participante do EPELLE; (b) analisar os dois primeiros anos dos eventos de formação; (c) retratar as perspectivas linguístico-discursivas adotadas por professores-formadores da universidade e por professores de leitura e escrita inicial de uma grande metrópole brasileira; (d) investigar estratégias didáticas de formação de professores de ensino inicial de leitura e escrita; (c) expor a concepção de formação de professores e de formadores presentes no EPELLE; (e) identificar os modos de articulação entre formação inicial e continuada de professores do ensino inicial de leitura e escrita. Com esse arcabouço teórico, a autora problematiza, sob uma perspectiva dialógica constitutiva dos sujeitos, os saberes dos formadores na rede discursiva: universidade brasileira contemporânea e formação continuada de professores, apontando os saberes que emergem entre formadores universitários e docentes de leitura e escrita. As conclusões iniciais do

Formação de Professores

ELIZABETH OROFINO LÚCIO Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE FORMADORES DE PROFESSORES

Evidenciam-se atualmente, no cenário brasileiro, investimentos quanto à elaboração, implementação e acompanhamento de políticas públicas educacionais voltadas para formação de professores. Destaca-se, igualmente, a ênfase em propostas e experiências focalizadas no processo de formação inicial e continuada de professores do ensino fundamental, especificamente os professores ensino inicial de leitura e escrita. Verifica-se que, no contexto nacional, a docência no ensino superior é ainda território a ser desvendado, principalmente quanto aos aspectos relacionados aos saberes dos formadores de professores. Situando-se entre estudos do campo da Educação e da Filosofia Linguístico-Discursiva Bakhtiniana, esta tese discute os saberes docentes (Tardif, 2007) dos formadores de professores de ensino inicial da leitura e escrita. O estudo toma como pilares as contribuições da 53


estudo em andamento indicam contribuições a serem consideradas por políticas públicas educacionais, a saber: a) a importância de uma base de conhecimento sólida e flexível, implicado e imprescindível para que o formador desempenhe suas funções, viabilizando situações e experiências que levem o futuro professor a ensinar de diferentes formas para diferentes tipos de clientelas e contextos, principalmente as classes populares; b) a necessidade de construção de estratégias de desenvolvimento profissional que não sejam invasivas e que permitam a objetivação de crenças, valores, teorias pessoais; c) a importância de construção do elo universidade e escola pública, envolvendo professores e formadores universitários de forma a propiciar processos de desenvolvimento profissional mais apropriados à profissão docente, considerando a perspectiva da formação de adultos; e d) a consideração da pesquisaformação, como eixo da formação do formador.

interpretativo. Tem como foco levantar subsídios teóricos preliminares e refletir sobre três aspectos relevantes acerca da problemática que envolve a formação ética profissional do pedagogo no Brasil: a) o perfil do pedagogo, cuja construção oscilou temporalmente entre o bacharelado e a docência, sendo nos dias atuais constatada a abrangência da formação nos espaços não escolares, sendo construídas reflexões a partir das leituras realizadas em Libâneo (1999,2003,2010), Frison (2004) e parte da legislação educacional brasileira.; b) a formação ética profissional, com base na revisão bibliográfica dos autores: Caetano & Silva (2009), Estrela (2010), Estrela & Caetano (2010), Severino (2010), Paulo Freire (2002) e Reis Monteiro (2005) ; c) a visão de alunos (as) egressos do curso de Pedagogia, e que se encontram vivenciando na prática os dilemas éticos da profissão, configurando-se este terceiro momento da pesquisa de campo realizada com alunos (as) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte(UERN), por meio da técnica do questionário e análise de dados realizada a partir dos conteúdos. A relevância da pesquisa assenta na discussão de que a ética profissional nos cursos de Pedagogia no Brasil é ainda “mata epistemológica virgem” a ser investigada. Na apresentação buscar-se-á apresentar a síntese dos conteúdos “encerrados” na trama que envolve a questão da ética profissional do pedagogo, assim como revelar as principais concepções de alunos (as) egressos sobre a temática experimentada na prática.

SHEYLA MARIA FONTENELE MACEDO Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Ética profissional, formação inicial, pedagogo.

O trabalho em questão é parte das reflexões teórico-práticas da tese em construção intitulada “A ética profissional na formação do pedagogo: retratos da experiência no curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) – Brasil”. O trabalho é de cunho qualitativo, assente no paradigma 54


com as estratégias de desenvolvimento profissional dos docentes, com os processos de trabalho implementados no terreno e, enfim, com os resultados escolares dos alunos. Em termos metodológicos, parece-nos fazer sentido basear o estudo na representação dos diferentes atores educativos, de uma determinada escola, sobre a relação existente entre a formação contínua e o desenvolvimento profissional docente, investigando-se eventuais mudanças nas suas práticas.

PEDRO RIBEIRO MUCHARREIRA Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

O presente programa de trabalho propõe-se estudar o papel que as políticas de formação de uma organização escolar desempenham na (re)definição de um projeto educativo e sua relevância no desenvolvimento profissional e pessoal docente.

A investigação será, pois, qualitativa na sua essência, na linha de um paradigma interpretativo/fenomenológico, perspetivando-se a aplicação de entrevistas, a par da elaboração de narrativas por diferentes informanteschave, entre eles, docentes, formadores, diretores de topo e intermédios, bem como a análise documental de todos os elementos produzidos na escola e que de alguma forma estejam relacionados com o objeto de estudo.

O estudo situa-se numa linha de investigação atual, em que se procura articular o papel da formação de professores e do professor em si mesmo na construção de identidades, desenvolvimento profissional e profissionalidade docentes, bem como os eventuais impactos, dessa articulação, nas aprendizagens dos alunos.

Em termos de resultados, espera-se caracterizar as estratégias de formação desenvolvidas dentro daquilo que designámos de formação de natureza institucional, identificando como são diagnosticadas, planificadas, implementadas e avaliadas as ações de formação, sendo nossa pretensão procurar compreender se promovem impactos na prática escolar. Com o presente estudo esperamos obter, também, resultados que evidenciem as relações que podem estabelecer-se entre a formação contínua de natureza institucional e as outras dimensões em estudo - o projeto educativo e o desenvolvimento profissional dos professores. Esperamos obter ainda elementos que nos permitam compreender em que medida a organização escolar estudada poderá enquadrar-se na lógica do que costuma designar-se por organizações escolares aprendentes.

Centrado num contexto particular de uma instituição escolar privada, procura-se compreender a importância dada à formação contínua institucional, ou seja, a formação que é realizada fora dos programas oferecidos pelos Centros de Formação das Associações de Escola, e a importância dessa formação contínua institucional nas práticas dos professores, nos diferentes ciclos e áreas científicas e, de forma indireta, nas aprendizagens dos alunos. Esta investigação justifica-se pela observação de uma realidade ainda pouco estudada, sobre a forma como são diagnosticadas, implementadas e avaliadas as ações de formação de natureza institucional. E como as políticas internas de formação interagem com o projeto educativo, 55


Formação contínua, projeto educativo, desenvolvimento profissional docente, organizações escolares aprendentes.

assume-se que decorre de um sistema de interações, das quais resulta um “plano de aprendizagem” (Taba, 1962, citado por Gaspar & Roldão, 2007, p.22), que pressupõe um equilíbrio entre aprendizagem teórica e prática. Entende-se ainda que a componente curricular prática (prática de ensino) se baseia num conceito de , englobando a ideia de “aprender na prática e a partir da prática” (DarlingHammond et al, 2005, p. 401).

FILOMENA ALVES RODRIGUES

Assume-se também que a identidade docente resulta de um processo de construção dinâmico e permanente, que implica a (re)interpretação dos valores e das experiências pessoais que ocorrem dentro e fora do contexto escolar, partindo das crenças e dos valores dos indivíduos (Flores & Day, 2006). Segundo Timoštšuk e Ugaste (2010), as conceções de identidade dos futuros professores são importantes alicerces para o seu futuro desempenho profissional.

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Com este estudo pretende-se compreender, através de uma análise comparativa, a realizar em quatro instituições de ensino superior europeias, de quatro países diferentes, de que forma, na área das ciências físicas e naturais, os currículos de formação inicial de professores (do terceiro ciclo do ensino básico e do ensino secundário), em geral, e a prática de ensino supervisionada, em particular, influenciam as conceções de identidade profissional dos futuros professores.

Este estudo insere-se no paradigma interpretativo (Shwandt, 1994, 2000) e seguirá uma metodologia qualitativa de estudo de caso múltiplo (Yin, 2003, 2011). Será privilegiada uma abordagem narrativa (Clandinin & Connelly, 2000; Riessman, 2008; Creswell, 2013), baseada na recolha de dados a partir de narrativas escritas e orais (sob a forma de entrevistas semiestruturadas), produzidas pelos futuros professores (e pela própria investigadora – Yin, 2011). Serão ainda entrevistados os Coordenadores dos programas de formação inicial e os Supervisores da prática de ensino. Também serão recolhidos dados a partir da observação de aulas lecionadas pelos futuros professores, e através da análise de documentos oficiais internos e de comunicação externa das instituições, e outras fontes primárias relevantes.

Foram definidos quatro objetivos gerais de investigação: 1) Caracterizar os currículos de formação inicial das instituições em estudo; 2) Comparar os currículos de formação inicial das instituições em estudo; 3) Caracterizar as relações que se estabelecem entre o currículo dos programas de formação inicial em estudo e as conceções de identidade docente dos futuros professores; 4) Caracterizar as perceções dos futuros professores relativamente às relações que estabelecem com os seus supervisores, valorizando a compreensão da influência destas relações na construção da primeira identidade profissional dos (futuros) professores.

Para garantir o rigor e a cientificidade do estudo, será explicitado todo o processo de construção e planeamento

Currículo é um termo polissémico, no entanto, no contexto deste trabalho 56


da investigação (Tuckman, 1994/2000; Yin, 2003, 2011) e todos os procedimentos de investigação serão descritos e documentados, privilegiando-se a linguagem própria dos participantes e o contexto em que ocorreu a sua expressão (Yin, 2011). As preocupações éticas estarão presentes em todas as fases da investigação (Preissle em Given, 2008, p. 274).

“critical events”, ou experiências críticas – críticas no sentido de cruciais, chave e circunscritas no tempo, mas não por serem problemáticas. De acordo com Woods (1999) os “ são formas excecionais de atividade que ocorrem, de vez em quando, nas escolas e que produzem mudanças radicais nos alunos e, por vezes, nos professores. Alguns professores dizem que a experiência ‘mudou as suas vidas’ e que ‘nunca mais voltarão a ser os mesmos’. Outros sentem que as suas mais queridas crenças e valores encontraram, uma vez nas suas vidas, uma combinação de circunstâncias em que funcionaram extremamente bem” (p.139).

Este estudo encontra-se em fase de construção e planeamento, pelo que ainda não foi elaborada qualquer recolha de dados. Formação inicial de professores, currículo, prática de ensino, identidade docente.

É neste âmbito que se podem inserir os projetos inovadores e alternativos, “que tentam modificar atitudes, ideias, culturas, conteúdos, modelos e práticas pedagógicas e, por sua vez, introduzir, seguindo uma linha inovadora, novos projetos e programas, materiais curriculares, estratégias de ensino e aprendizagem, modelos didáticos e uma outra forma de organizar e gerir o currículo, a escola e a dinâmica da aula” (Sebarroja, 2001, p.16).

CARINA SEQUEIRA GÓIS Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Concluímos que investigar experiências críticas de inovação pedagógica é muito importante nos tempos atuais. Estas podem ser, de facto, um contributo para uma efetiva mudança nas nossas escolas. É importante perceber como funcionam, que consequências trazem aos intervenientes, que mudanças e, quem sabe, melhorias provocam naqueles que nelas participam.

Este trabalho tem como principal objetivo estudar o papel que as experiências críticas têm nas escolas e no desenvolvimento profissional dos professores. Para tal, irei proceder a uma análise de projetos de inovação pedagógica em escolas do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. Por vezes, acontecem situações bastante interessantes nas escolas. Há projetos muito ambiciosos, produtivos, radicais, catárticos, que provocam profundas mudanças nos alunos, nos professores, nas organizações e na comunidade envolvente. Muitas destas situações representam o ponto de viragem para os vários intervenientes. Peter Woods (2012) denominou-os de

Procuramos, em primeiro lugar, identificar projetos inovadores em escolas do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; depois, saber se esses projetos poderão ser considerados “experiências críticas”; posteriormente, analisaremos as várias características dessas experiências baseando-nos nos indicadores propostos por Woods; e,

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por fim, aprofundá-las-emos para compreender as suas dinâmicas e o modo como foram vividas pelos vários participantes. Os objetivos do estudo passam por: 1)identificar projetos de inovação pedagógica que tenham assumido as características de experiências críticas; 2)estudar o papel que os ‘agentes críticos’ e os ‘outros críticos’ tiveram nas experiências críticas; compreender de que forma as experiências críticas contribuem para a aprendizagem dos alunos; 3)perceber como as experiências críticas integraram a vida da comunidade escolar avaliando quais as mudanças mais significativas produzidas nas pessoas e nos contextos; 4)estudar o contributo que as experiências identificadas tiveram para o desenvolvimento das organizações escolares, (5)analisar se as experiências críticas estão ligadas a uma efetiva melhoria.

ELSA MARIA BISCAIA DA SILVEIRA MACHADO Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A revisão de literatura nesta temática mostra que o contacto da criança com a filosofia, desde tenra idade, e a preparação de professores neste campo, têm recebido uma atenção crescente em vários países espalhados por diferentes continentes. (Rolla, 2004; Roberts, A. 2006; Unesco, 2007) Existem indícios de potenciais efeitos benéficos tanto para as crianças como para os professores que trabalham com o programa criado por Lipman.(1990)

O quadro teórico que irei desenvolver neste projeto incide no desenvolvimento profissional dos professores, docência e conhecimento profissional, comunidades de aprendizagem, formação experiencial, experiências críticas, inovação pedagógica e mudança.

A formação que pretendemos estudar tem por base o programa de “treino de professores” de Lipman e o “modelo de questionamento” de Brenifier (2005), é dirigida a professores de diferentes grupos disciplinares e o desafio é o mesmo para todos, reside essencialmente em introduzir a discussão, para que os professores estejam preparados para criar ambientes e processos de aprendizagem que promovam a reflexão, a capacidade de argumentação, o diálogo e a escuta.

O presente estudo irá ser inspirado na etnografia histórica, uma metodologia de investigação que o próprio Woods ajudou a desenvolver dentro do âmbito educativo (Woods, 1998) e que aplicou no caso dos acontecimentos críticos. experiências críticas, inovação pedagógica, formação de professores, mudança.

O modelo de formação de professores assenta no princípio do isomorfismo, ou seja, o professor em formação experiencia o mesmo tipo de situações que se pretende que venha a criar com os seus alunos. Neste âmbito assinalamos como objetivos do estudo: - Analisar o programa de formação de professores em filosofia com crianças e jovens à luz dos diferentes modelos e 58


do perfil de profissional que se pretende formar;

da importância e pertinência do programa de filosofia para crianças (1977) proposto por Lipman.

- Problematizar o trabalho desenvolvido na formação de professores em filosofia com crianças;

Recorreremos a técnicas de carácter qualitativo e quantitativo. Situar-nosemos no paradigma interpretativo e da complexidade. Procuraremos que este estudo tenha um alcance analítico, interrogando os formandos e as formadoras, triangulando as suas perceções e conceções com outras já conhecidas e com as teorias existentes, acautelando as questões éticas.

- Perceber o impacto que este tipo de formação tem nos professores, designadamente apreender os saberes que estes professores transferem para as suas práticas pedagógicas quotidianas e o modo como o fazem; - Caracterizar algumas práticas pedagógicas que visem a integração do programa na educação escolar;

Formação de professores, filosofia com crianças e jovens, desenvolvimento profissional.

- Identificar razões e motivações que poderão estar por detrás de práticas bem-sucedidas. A investigação será composta por duas etapas. Uma primeira extensiva, na qual iremos usar o inquérito através do questionário aplicado aos professores que frequentaram a formação no Centro “Diálogos Filosofia com crianças e outras idades”, desde o seu início em 2006 até ao presente, procurando recolher dados sobre eventuais mudanças nas suas práticas e identificar casos de implementação do programa nas escolas. Os resultados obtidos nesta primeira etapa serviram de base para planear a segunda etapa.

MONIQUE MONTENEGRO Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A migração internacional contemporânea faz parte de um movimento transnacional que está a remodelar as sociedades e a política ao redor do globo (Woodward, 2009), sendo objeto de estudo de diferentes áreas das Ciências Humanas.

Na segunda etapa optámos por realizar um estudo de caso de um grupo em formação, onde procuraremos compreender o “como” e os “porquês” desta formação, evidenciando a sua especificidade e características próprias.

Nas Ciências da Educação, a problemática da imigração surge dentro de investigações acerca do impacto da diversidade cultural, causada também pela imigração, no ambiente escolar (Canen 2000).

Temos como objeto de estudo a formação em filosofia com crianças e jovens. Iremos apoiar-nos na linha de investigação que defende que esta formação conduz os professores a repensarem as suas práticas e o sistema de ensino em geral. Pretendemos pesquisar a formação no Centro “Diálogos - Filosofia com crianças e outras idades”, com vista a contribuir para a compreensão global

Apesar de muitos serem os trabalhos sobre a diversidade cultural, a nível internacional e em Portugal, os estudos são focados, essencialmente, nos alunos imigrantes e descendentes de imigrantes ou nas interações entre sujeitos de culturas diversas no ambiente escolar (Silva, 2009). Porém,

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ao considerar que muitos são os sujeitos que fazem da escola um espaço de diversidade cultural, surgem, especialmente nos países com grande fluxo migratório, investigações centradas nos professores-imigrantes. Tais investigações focam-se, essencialmente, nos dilemas do desenvolvimento profissional destes professores ao ingressarem em um novo sistema de ensino (Faez, 2010).

marco teórico os estudos em história oral, no qual o sujeito da pesquisa é detentor de um conhecimento prático que forma concepções de vida e orientam suas ações e reconhece que o sujeito não está limitado à experiência do ‘aqui e agora’, mas que pode transpor-se no tempo (Horsdal, 2012). As narrativas permitirão explorar os aspectos mais variados das vivências dos agentes sociais no seu percurso formativo-profissional, através da realização de entrevistas com professores-imigrantes que atuam no 1º Ciclo de Ensino Básico Português, onde serão abordadas as suas experiências enquanto alunos, os episódios e os contextos da profissão, a sua cultura profissional, seus princípios éticos e deontológicos, sua identidade profissional, entre outros.

Em Portugal, são escassos os estudos sobre professores-imigrantes, talvez porque os professores são vistos, em geral, como representantes da cultura, responsáveis por transmiti-la e repassála a uma nova geração (Bourdieu, 2004), não se esperando que esta tarefa seja colocada nas mãos de recém-chegados à cultura (Elbaz-Luwisch, 2004). Em contrapartida à esta escassez de estudos, segundo dados do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, em 2012, Portugal contava com 1763 trabalhadores imigrantes ligados à educação, (cerca de 52% a mais do que em 2004), exceptuando os trabalhadores imigrantes que já possuem nacionalidade portuguesa, pré-requisito para grande parte dos professores-imigrantes lecionarem em Portugal. Estes dados mostram não só a presença destes profissionais, mas um crescimento destes no sistema de ensino português

O principal resultado deste estudo se materializará na tese de doutoramento, bem como na publicação de artigos científicos e de comunicações em encontros acadêmicos, podendo contribuir tanto para o conhecimento no campo da formação de professores, como para a educação intercultural. Educação intercultural, professores-imigrantes, identidade profissional, método biográfico.

Assim, a investigação sugere uma reflexão aprofundada em torno da problemática de inserção dos professores-imigrantes no sistema público de ensino português permitindo uma compreensão da (re)construção de suas identidades profissionais, bem como o desenvolvimento de suas experiências de vida, aspectos fundamentais na dinâmica da prática profissional (Goodson, 1995).

Nome: FLÁVIA WAGNER Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

O presente trabalho faz parte dos estudos de doutoramento e inserese na temática de formação de professores, especificamente na pedagogia universitária. O estudo está em processo e tem buscado identificar

Para tanto, optou-se por um método de investigação com caráter (auto) biográfico (Josso, 2004), que tem como

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as competências pedagógicas que são exigidas do docente universitário a partir das transformações curriculares da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) Brasil, a fim de conhecer e compreender as necessidades de formação contínua que emergem nesse contexto. Os principais objetivos que estamos alcançando são: 1) Caracterizar as principais mudanças curriculares em curso na UNISUL, a partir de 2009. 2) Conhecer as competências que os gestores e docentes julgam necessárias para implementar os novos currículos e desenvolver o trabalho docente. 3) Identificar e interpretar necessidades, expectativas e interesses de formação continuada dos docentes, segundo eles próprios e os gestores da instituição. A investigação inscreve-se no paradigma interpretativo e a metodologia foi de natureza qualitativa, com características de estudo de caso. Realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental, bem como, o questionário e a entrevista semiestruturada com os docentes e gestores que atuam nos diversos Cursos de Graduação da área da saúde da referida universidade. Trouxemos como pano de fundo a discussão sobre as reformas curriculares na pósmodernidade e a expansão do ensino superior (Fernandes, 2000; Pacheco, 2013) para se aproximar das competências docentes e das necessidades de formação contínua (Esteves, 2009; Le Boterf, 2003, Zabalza, 2007; Rodriguez, 1999;). Entendemos que a formação do professor universitário requer um movimento que respalde essas ações para que as instituições e professores tenham consciência de suas responsabilidades formativas. Até o momento atingimos o primeiro objetivo na elaboração de um texto que caracteriza as mudanças curriculares na Unisul; o segundo parcialmente, tendo em vista que já coletamos todas as entrevistas com os

gestores e 40% dos questionários junto aos docentes. O terceiro objetivo ainda encontra-se em aberto, o qual depende da totalidade da coleta dos dados. Os resultados obtidos até o momento apontam para a constatação que as competências são próximas entre o que dizem os documentos, os gestores e os professores. São dinâmicas e retratam a construção social e os desafios profissionais da época e do contexto vivido. Porém, não basta reconhecer as competências pedagógicas é preciso poencializá-las e desenvolvê-las e uma das formas dos docentes adquirirem tais competências é por meio da formação contínuada que deve ser planejada levando em conta as necessidades de formação do docente universitário. Para isso, pretendemos continuar essa pesquisa para reponder: quais necessidades de formação contínua emergem em associação as competências pedagógicas apontadas pela pesquisa (documentos, produção científica, gestores e professores)? Quais contribuições a pesquisa poderá trazer os programas de formação continuada da IES? Concluímos que a pesquisa fornece base para um desenvolvimento comum às Instituições do Ensino Superior que têm preocupações voltadas a estruturar programas de formação contínua atendendo as necessidades de formação dos docentes. Reflete a produção de conhecimento que amplia o quadro referencial e conceitual sobre a pedagogia universitária. pedagogia universitária, competências pedagógicas, formação continuada, necessidades de formação pedagógica.

NELSON DAVID FERREIRA SANTOS

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Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

preparados para atenderem à inclusão dos alunos com NEE. Em consonância com o anteriormente descrito, começámos por trabalhar em torno daquela que identificámos como a nossa questão central: A formação dos professores do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico responde às necessidades subjacentes à Inclusão de alunos com NEE nas escolas?

Nos dias de hoje o “caminho” deve ser trilhado pela construção de uma escola aberta à diversidade e capaz de receber e responder às necessidades de todos os alunos, respeitando as suas características.

Iniciámos a nossa investigação fazendo uma análise documental dos Planos de Estudo das ESE’s e das Universidades em Portugal que têm como oferta educativa cursos de Educação Básica e por elaborar uma entrevista semiestruturada junto de professores do ensino regular, atualmente em funções.

A Educação Inclusiva é um dos maiores desafios enfrentados pelos sistemas educativos, escolas, professores e por toda a comunidade. Esta é uma questão que continua na ordem do dia. A tónica é colocada na equidade e na qualidade do ensino para todos os alunos que frequentam a escola e à qual têm direito.

Depois desta análise fizemos a seleção daqueles que considerámos mais pertinentes, de forma a responder aos objetivos específicos da nossa investigação, de seguida pretendemos analisar os planos de estudo das UC de EI e/ou NEE.

É necessário mudar os modos de agir, os pensamentos e as práticas dos professores e das culturas organizacionais, assim como promover uma maior colaboração entre todos os intervenientes nas escolas. Consideramos ainda ser fundamental melhorar a qualidade da formação inicial e contínua dos professores.

Na próxima fase é nossa intenção elaborar e desenvolver um conjunto de entrevistas semiestruturadas dirigidas aos coordenadores dos cursos e ao(s) docentes das UC de EI/NEE. Por fim pretendemos realizar entrevistas semiestruturadas aos alunos do último ano do curso, sobre a formação que referem ter para atender à Inclusão de alunos com NEE, as conceções que têm sobre a EI e as práticas que dizem desenvolver a partir delas.

Com a presente investigação, procuramos dar o nosso contributo na área da formação inicial de professores, nomeadamente na área da formação de futuros professores para atenderem à Inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais. Com este trabalho, que nos propomos realizar, pretendemos: compreender se os cursos de formação inicial estão estruturados tendo em conta o paradigma supracitado (organização dos Planos de Estudo; componentes de formação; objetivos e conteúdos no âmbito das UC de EI/NEE); compreender como é encarada, pelos futuros professores e pelos professores (atualmente em funções) a sua formação. Com isto ambicionamos compreender se os mesmos são

Formação inicial de professores, educação inclusiva, necessidades educativas especiais.

MARIA HELENA PIRES RAMOS ALVES FONTINHA 62


Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

por terem sido bons professores ou por serem especialistas numa determinada área, sem terem qualquer formação formal. Contudo, a partir dos anos 90, os formadores de professores começaram a estudar sistematicamente os processos que desenvolviam para aperfeiçoar as suas práticas (Lunenberg e Willemse, 2006), emergindo a ideia de que ser formador de professores apela a conhecimentos e competências específicas (Swennen, Lunenberg e Korthagen, 2008; Appleby, 2009; Berry, 2009; Timmerman, 2009). Também em Portugal, a investigação, no campo da formação de formadores de professores e das políticas de formação de professores, é escassa, fragmentária e lacunar, necessitando de uma identificação mais precisa dos objetos que podem ser considerados e de uma maior pluralidade metodológica (Esteves e Rodrigues, 2002). É nossa intenção aprofundar não só a compreensão de situações formativas, em diversos contextos, procurando construir um conhecimento conceptualizador que não se limite à descrição de situações, mas também estabelecer e problematizar relações entre processos de formação e de mudança/aprendizagem dos formadores. Para a compreensão pretendida confluirá, portanto, o entrecruzar da descrição, da análise, da interpretação e da reflexão crítica (Caetano, 2004).

A presente investigação pretende compreender o processo de formação de diversos patamares/categorias de formadores de professores, com base num Programa de Formação Contínua de Formadores de Professores de Português, e o seu impacte nas práticas de formação e de ensino dos intervenientes. Tem como objetivos fundamentais: (1) compreender a organização e a dinâmica dos processos de formação de formadores, tendo em conta o Programa, considerando os pressupostos e dispositivos da formação; (2) compreender como e se as conceções de profissionalidade e de profissionalismo docente são reequacionadas pela participação em processos de formação de formadores. O seu enfoque centra-se, assim, nas diferentes etapas de formação de formadores, visando especificamente: compreender o modo como se processa o aperfeiçoamento profissional do formador de professores e como é que o mesmo se apropria da sua função; verificar se se organizaram/ desenvolveram redes de formação mútua (entre formadores de cada etapa e entre formadores das diferentes etapas); analisar a importância da formação para o desenvolvimento profissional dos formadores; interpretar a simultaneidade de papéis do formador (formando, formador e professor).

Face ao exposto, o estudo insere-se no paradigma interpretativo e recorremos a um desenho metodológico, sobretudo, de natureza qualitativa, embora contemple análise quantitativa, de cariz descritivo. Para o efeito, procedemos a entrevistas semiestruturadas, a entrevistas à análise de dossiês de formadores e à aplicação de questionários que combinem questões de resposta aberta e fechada. Neste momento, estamos a proceder à análise de conteúdo das entrevistas piloto semi-estruturadas.

O presente estudo sustenta-se no facto de que até à última década do século XX, pouco se soube sobre o modo como os formadores de professores trabalhavam ou como deveriam trabalhar (Wilson, 1990; Zeichner; 1999; Cochran- Smith, 2004; Hamilton e McWilliam, 2001). Os formadores de professores iniciavam a sua profissão 63


Formação pedagógica de formadores de professores, contextos colaborativos, reflexividade docente, desenvolvimento profissional e mudança.

Português Língua Não Materna (PLNM); identificar as suas necessidades e desejos de formação contínua; compreender o modo como são implementadas as orientações legislativas regulamentadoras, as micropolíticas das escolas e as ações dos professores neste campo. Segundo Garcia (1999), o conceito de formação é complexo e diverso. Contudo, apresenta uma conceção abrangente de formação reforçando o seu carácter contínuo e integrado a formação de professores (...) estuda os processos através dos quais os professores - em formação ou em exercício - se implicam individualmente ou em equipa, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos, competências e disposições, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do ensino, do currículo e da escola, com o objectivo de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem" (1999: 26).

SANDRA RODRIGUES PEREIRA Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Ao longo das últimas décadas, a escola pública tem sofrido grandes alterações na população estudantil, devido aos fluxos migratórios registados por toda a parte em que Portugal não é exceção. Com a entrada permanente de alunos de outras nacionalidades e naturalmente com outras línguas maternas, que não o português, as escolas e os professores têm sido confrontados com uma nova realidade.

Uma formação contínua adequada requer o conhecimento da realidade profissional dos professores, designadamente o reconhecimento das necessidades de formação sentidas. Recorremos ao conceito de necessidade de formação de Rodrigues, que segundo a qual é “(…) resultante do confronto entre expectativas, desejos e aspirações, por um lado e, por outro, as dificuldades e problemas sentidos no quotidiano profissional (…)” (1991:476). Ao inquirirmos o públicoalvo sobre as reais necessidades estamos a contribuir para o aumento do conhecimento profissional eficaz ajustado a um contexto, uma vez que analisar as necessidades permite também relacionar a formação com a utilidade social.

Embora em 2001, com o Decreto-Lei 6/2001, se tivesse iniciado as primeiras preocupações legislativas com os alunos que não têm o português como língua materna, só em 2006 surge o Despacho Normativo 7/2006 que regula o ensino do PLNM no Ensino Básico, no qual fica estabelecido os princípios de atuação e as normas orientadoras nesta disciplina. Desde então, tem surgido nova legislação com a necessidade de redefinir normas e estratégias. Por isso, os professores sentem a necessidade quotidiana de atualizarem os seus conhecimentos e competências para dar uma resposta mais eficaz a esta situação.

Pretendemos realizar uma investigação que se enquadra no paradigma fenomenológico-interpretativo. Seguiremos uma investigação de

Com este estudo pretende-se dar voz aos professores que lecionam o 64


carácter qualitativo, pois é nossa intenção compreender os “fenómenos educativos a partir da indução dos significados particulares e complexos de cada contexto.” (Araújo, 2008:138). Este estudo terá um carácter intensivo, pois focar-se-á num agrupamento de escolas, a fim de estudar as suas dinâmicas, as conceções e práticas dos professores de PLNM. Para isso, utilizaremos uma metodologia apoiada na realização de entrevistas semidiretivas a diretores de escolas e professores e na observação naturalista de aulas de PLNM.

as suas representações sobre os saberes e competências considerados necessários aos futuros professores para o uso pedagógico e regular das TIC na sua prática educativa; (ii) evidenciar o trabalho pedagógico que é feito pelos formadores para formar os futuros professores neste domínio particular, bem como (iii) conhecer os fundamentos invocados para o justificar. É uma investigação qualitativa, ancorada numa perspetiva interpretativa, e estrutura-se em dois estudos de caso a realizar em duas instituições de formação inicial designadamente as Escolas Superiores de Educação de Santarém e de Setúbal. Serão recolhidas e cruzadas as opiniões de sujeitos chave, através de entrevistas semidiretivas individuais e/ou em grupo, em particular dos Diretores, dos Presidentes dos Conselhos Científicos, dos professores que lecionam as TIC como disciplina, de professores que (reconhecidamente) lecionam integrando as TIC, dos docentes que lecionam as Didáticas, dos Supervisores, dos Cooperantes e de alunos que se encontram no último ano de formação, de modo a permitir retratar a “cultura” de cada ESE relativamente à formação para a integração pedagógica das TIC no processo de ensino e de aprendizagem.

Formação contínua de professores, português língua não materna, diversidade cultural, necessidades de formação.

MARIA GORETE FONSECA Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A presente investigação tem como foco privilegiado o modo como são preparados profissionalmente os futuros professores do 1.º ciclo do ensino básico (CEB), durante a sua formação inicial, para integrarem as novas tecnologias de informação e de comunicação no processo de ensino e de aprendizagem.

Trata-se de uma competência consensualmente reconhecida como necessária, embora consensualmente também se considere que estamos longe de ter conseguido atingir. A pesquisa pretende disponibilizar conhecimento que possa apoiar o desenho e a implementação de melhores práticas de formação, capazes de dotar os professores de meios para uso pedagógico (e não apenas tecnológico) das TIC.

Embora considere o plano macro (o das políticas educativas) e o plano meso (o das instituições de formação inicial), privilegiará o «olhar» dos atores que intervêm diretamente na Formação Inicial (FI), mais especificamente os que intervêm durante o período de imersão na prática de sala de aula, os professores supervisores e os cooperantes, e pretende (i) desocultar

Formação inicial de professores, formação de professores do 1.º Ciclo, TIC - conceções dos

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formadores3; TIC - práticas de formação dos formadores.

conceptual distinto confundem-se, frequentemente, na ação. Em 1876 é inaugurado, o Asilo Montemorense de Infância Desvalida (A.M.I.D.), ocupando as instalações do antigo Convento da Saudação, como forma de dar resposta ao número crescente de meninas desamparadas. Partindo do pressuposto que o contrafactual não é histórico, este trabalho é suportado por evidências (acervo histórico e periódicos locais) fundamentando-se no estado da arte (Deusdado, Fernandes, Fonseca, Foucault, Goffman, Novoa, …). Dos periódicos locais (onze no final do século XIX) foram selecionados os títulos com maior tiragem, maior longevidade e que representassem fações beligerantes da vida politica local (Meridional, Democracia do Sul, Montemorense, Folha do Sul e Folha de Montemor). Procurando estudar como era a vida intramuros, a historiografia local torna-se indispensável.

História da Educação

MARIA DA GLÓRIA C.T.C.ALMEIDA FRANCO Área da especialidade: HISTÓRIA DA

Com o surgir de novos protagonistas sociais (maçons e membros do Partido Republicano), as diferentes direções da instituição foram mudando de mãos (1902/1918). Com estes nasce a figura do benemérito, que, por vezes, sob uma capa filantrópica (burguesa) fazem fortuna ou aumentam a que já possuíam.

EDUCAÇÃO

Com o terminar da guerra civil (1834) um novo ciclo histórico, com pretensões reformistas, mas muito pouco eficientes, surgiu procurando universalizar a educação/ensino e combater o analfabetismo.

Implantada a República, a educação feminina e o assistencialismo, apesar de tentadas algumas alterações, foramse mantendo estruturalmente estáveis.

O abandono e as difíceis condições de sobrevivência a que as crianças estavam sujeitas, tornaram-se um problema de ordem pública. Através de um assistencialismo assimilacionista, pretendeu-se responder a este flagelo, criando microcosmos (os asilos) onde a pobreza era camuflada e entaipada. Ao serem retiradas das ruas, a sua condição era escondida, não incomodando os restantes cidadãos.

Com o final da primeira Grande Guerra a miséria aumentava junto das populações mais pobres. Para além da escassez cerealífera, aumento galopante dos bens de primeira necessidade fizeram com que a vida dos montemorenses se tornasse um verdadeiro inferno. O mercado negro crescia e o contrabando com Espanha tomava proporções inigualáveis. Em 1918 estavam internadas 17 crianças.

Surge (finais do século XIX) uma onda filantrópica tentando responder, de modo mais eficiente, à caridade até então praticada. Sendo um par 66


Já durante o Estado Novo, com a depressão de 1929, o desemprego, o miserabilismo e a conflitualidade local, agravam-se, fazendo crescer o número de pedidos de internamento por parte das famílias. O número de internamentos passa, em três anos, de 23 para 54.

colónia, etapas e processos com os quais se possa entender melhor o que está em jogo na CPLP, a atual “comunidade transnacional da língua”. O arco-temporal desta pesquisa vai do final do século XIX – com os debates sobre a necessidade de uma “simplificação” ortográfica, que possibilitasse o ensino de um maior número de indivíduos -, até ao início do século XXI, em que a questão da ortografia e das literaturas numa língua comum voltam a provocar reflexões sobre soberania nacional, educação e identidade.

Se o quotidiano estava recheado de enormes dificuldades, a 2ª Guerra veio aumentar ainda mais a precariedade da vida intramuros. Em 1962, o A.M.I.D. é entregue a uma ordem religiosa, que a dirige, até ao seu encerramento, em 1975, por falta de apoios financeiros.

A partir das fontes, prioritariamente revistas e jornais (de Portugal, Brasil, Galiza e Angola), serão construídas séries documentais que ajudarão a problematizar a subjetivação de cidadãos em função de uma ou da correspondente ideia de , seja no campo ortográfico, literário ou cultural.

Ao cotejar o acervo e a imprensa periódica local, construirei uma narrativa histórica, consubstanciada pelo debate semântico entre caridade e filantropia e pela literatura de referência, procurando adquirir um conhecimento holístico desta casa asilar.

O enquadramento teórico será ancorado em Michel Foucault, Roland Brathes, Popkewitz e Jorge do Ó. Em última instância, esta pesquisa propõese desinstalar os discursos encráticos que fabricam cidadãos, nacionais ou “lusófonos”. Colocar-se-á a descoberto os estereótipos que compõem os discursos sobre a língua e seus sujeitos, aqueles das falas “desviadas” ou os autores de obras consagradas, para entender os embates identitários que, desde lá atrás, foram dando forma a este presente, o qual resulta mais de contingências que de intenções claras e determinadas.

Asilo, arquivo, infância desvalida.

ISABEL RODRIGUES FIGUEIRA Área de Especialidade: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

O trabalho tem como objetivo compreender como língua, literatura e identidade se equacionam no período pós-colonial, quer condicionando discursividades subjetivadoras, quer determinando as relações simbólicas entre os vários países de língua oficial portuguesa.

Lusofonia, língua portuguesa, escrita, subjetivação.

Ainda que privilegiando as relações entre Portugal e Brasil, será possível, encontrar, na história da afirmação identitária e cultural da primeira ex67


particularmente nos EUA, e que é apontado como modelo de biblioteca pública. Decorrente da problematização, formularam-se duas hipóteses que têm norteado o avanço da investigação:

MARIA DE FÁTIMA M. M. PINTO Área da especialidade: HISTÓRIA DA

Hipótese 1: a insistência num modelo dualista e segregador de biblioteca, poderá explicar-se com base na necessidade de orientar, condicionando, o acesso à leitura e ao conhecimento pelas camadas populacionais de alfabetização tardia. Esta preocupação sobrepunha-se à defesa da importância de “derramar” instrução e cultura nos meios “populares”.

EDUCAÇÃO

A Modernidade alicerçou-se sobre uma ideia de democratização da cultura e do saber mas o seu alargamento a um maior número de indivíduos fez-se de forma controlada, condicionada por razões políticas que conduziram a uma progressiva discriminação/segregação cultural, patente na coexistência de bibliotecas eruditas e populares, invocando a dualidade entre “legitimidade intelectual” e “legitimidade social”, evidenciada no desencontro entre representações e práticas da leitura pública.

Hipótese 2: a designação “bibliotecas populares” ter-se-á naturalizado mais pela força do discurso fundador, a exemplo de outros países europeus, do que pela natureza específica dos acervos ou pela origem social dos seus utilizadores/leitores. Privilegia-se uma abordagem metodológica plural, capaz de dar conta da trilogia estruturas/ práticas / representações. A produção científica resulta de uma persistente interrogação do material empírico, de proveniência muito diversa, recolhido nos arquivos locais/municipais e nacionais (ANTT e AHBN). Os dados são analisados e comparados, no sentido de conhecer representações e práticas das bibliotecas populares neste período, com recurso também ao cotejo da imprensa coeva.

As “bibliotecas populares”, criadas em 2 de agosto de 1870, integravam o conjunto de medidas tomadas por D. António da Costa para desenvolver a educação popular - um pilar que sustentou a edificação da sociedade liberal e republicana no séc. XIX. A relação existente entre política e educação tornou-se mais estreita durante a Primeira República e é neste período que são relançadas as bibliotecas populares, com a criação de bibliotecas móveis que se esperava que viessem a constituir «…o mais fecundo manancial de instrucção popular e do qual poderia o nosso paiz tirar os melhores proveitos.» (Bettencourt Athayde, 1919).

Este percurso tem permitido clarificar algumas ideias: - A preocupação manifestada com a orientação da leitura para as camadas de alfabetização tardia e/ou mais desfavorecidas (uma significativa percentagem da população), foi condicionada pela questão financeira, como se percebe quer pelo fraco investimento em fundos documentais específicos, quer pela falta de

Este trabalho visa compreender o sentido da dicotomia popular/erudita que marcou a existência das bibliotecas no período em estudo, tomando como referência um conceito mais livre de biblioteca, desenvolvido desde meados do século XIX nos países anglófonos, 68


preparação técnica dos profissionais ligados às bibliotecas.

como verificar a validade dos resultados a obter.

- A “missão” afeta às bibliotecas populares foi parcialmente cumprida por outras bibliotecas de caráter mais erudito como a BNL, com um acesso mais fácil do que algumas congéneres “populares”.

De forma a subsidiar o tema central da investigação houve a necessidade, neste particular, de formular a questão de pesquisa: Como caracterizar/descrever a paisagem sonora em função da análise da imagem tendo em vista o seu contributo para a narrativa histórica?

- Afiguram-se pouco expressivas as diferenças de utilização das bibliotecas: apesar da especificidade dos seus fundos, em ambas predomina a preferência pela literatura.

Ainda que o referencial teórico se baseie na Historia cultural (Chartier, 1988) e na História do presente (Chauveau & Tétart, 1992), e se assuma que a história das disciplinas e do currículo, juntamente com o conceito de cultura escolar (Frago, 2007; Chervel, 1998), constituam o espaço central da investigação, no âmbito da questão de estudo levantada, a imagem e o som na narrativa histórica, importa particularmente na construção da problemática o subsídio de autores como Leppert (1998, 1993), Marsh (2010), Grosvenor (1999), Burke (2001), Mietzner (2005) e Stanczak (2007).

Encontrar forma para o conceito “popular” mantém-se ainda um desafio. Popular/erudita, pública/popular, representações, práticas

CARLOS MANUEL ROMÃO HENRIQUES Área de Especialidade: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Na intenção de esclarecer um tema de História de Educação a pesquisa invoca um pensamento complexo (Morin, 1990) que articula o tríptico formado pelo escrito, pelo oral e pela imagem, e considera que a referência à música, que ocorre no campo da imagem, existe sobretudo pela sua significação sócio cultural.

No decurso do estudo sobre como as teorias contemporâneas da educação e a obra pedagógica dos autores de Educação Musical se relacionaram com o processo de ensino/aprendizagem instituído e protagonizado em Portugal, na segunda metade do século XX (1960-2000), surgiu a necessidade de reflectir, por um lado, sobre a relevância das imagens (fotografia e ilustração) como fonte de pesquisa na história de uma disciplina cujo aspecto sensorial – auditivo é determinante na sua organização e, por outro lado, sobre a legitimidade científica da apropriação de ferramentas conceptuais de outras áreas do conhecimento como, por exemplo, a Janela de Johari, no intuito de analisar as referidas imagens, assim

No todo, o desenho metodológico baseia-se numa abordagem qualitativa, seguindo a perspectiva de Mcgulloch e Richardson (2000), com base na revisão da literatura (Hart, 2008) e na análise de diferentes tipos de fontes, tais como legislação, manuais, artigos de imprensa. Também se consideram no âmbito da recolha de dados as entrevistas (Janesick, 2010) e as imagens: fotos, ilustrações, vídeos (Tinkler, 2013; Leoné, 2005; Rosa, 2013). Sendo que, neste último aspecto metodológico, a concepção, a precisão e a recolha de dados facultada pelo modelo de análise de imagens

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adoptado, de forma a responder à questão antes elaborada, é objecto de estudo.

Marcello Caetano na chefia do governo. A «Primavera Marcelista» prometia transformações que há muito se aguardavam, mas aconteceu a «evolução na continuidade».

Neste ponto, uma vez transcrita a ferramenta conceptual, ao serviço do modelo de análise, para uma linguagem e um formato que permita conduzir o trabalho sistemático de recolha e estudo dos dados de observação, é possível partilhar a implementação e a correspondência de alguns resultados observados. Fazendo ressaltar as primeiras evidências do estatuto, das expectativas sócio-culturais depositadas na disciplina e da influência das diferentes metodologias de educação musical.

O Externato Fernão Mendes Pinto, jardim-de-infância e escola do primeiro ciclo, ainda hoje está em funcionamento, rejeitou a pedagogia tradicional da escola oficial e pôs em prática propostas educativas inspiradas na pedagogia Freinet, seguindo o Movimento da Escola Moderna (MEM). Este colégio apresentou-se como uma alternativa às escolhas educativas oficiais e ensinar nesta escola privada foi uma oportunidade de viver uma experiência profissional envolvente para os professores e os educadores de infância que aceitaram o seu repto. Sentiam-se pioneiros e motivados, na medida em que o MEM valoriza os professores e educadores atentos e críticos ao meio que os rodeia, que procuram respostas em grupo e, desenvolvendo um trabalho colaborativo evoluem como profissionais e cidadãos. Estavam convictos do seu contributo para a construção de uma sociedade mais moderna e aberta, mas conscientes dos riscos implicados. As pesquisas nortearam-me no sentido de narrar memórias e experiências de antigos professores e educadores desta escola. As fontes serão essencialmente orais, sendo as entrevistas o instrumento escolhido para a recolha dos testemunhos orais.

Por fim, informa a investigação a consciência de que na educação, a imagética constitui uma herança documental, com histórias para contar que a palavra não contou. História das disciplinas, educação musical, som, imagem.

RITA SANTOS AGUDO DO AMARAL RÊGO Área de Especialidade: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

A questão central formulada para este estudo foi saber de que modo esta organização escolar implementou os pressupostos teóricos do Movimento da Escola Moderna no contexto educativo vigente em Portugal nas décadas de 60 a 90 do século XX. Os objetivos traçados foram: (1) Contar a história desta organização escolar tendo em conta o modo como reinterpretou os pressupostos teóricos do Movimento da Escola Moderna; (2) Conhecer a

Em 1967 é fundado o Externato Fernão Mendes Pinto (Lisboa). Em 1967 Portugal estava imerso no Estado Novo. A educação salazarista assentava numa ideologia que tinha por base o princípio «Deus, Pátria e Família», e mais do que «educar», tentava-se «modelar». Em 1968, Salazar é afastado do poder e toma posse 70


organização escolar e as suas práticas educativas de 1967 (fundação) a 1995; (3) Tentar recriar o ambiente escolar nesse período através dos testemunhos orais (de antigos fundadores, diretores, professores, alunos e pessoal não docente), do material escolar e didático, dos trabalhos realizados e das fotografias da época. Seguindo uma metodologia qualitativa, este estudo de caso histórico, segue um processo indutivo e exploratório, privilegiando o contexto da descoberta, com base em teorias interpretativas. Externato Fernão Mendes Pinto, Movimento da Escola Moderna, ensino privado em Portugal, história oral.

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relacionam, quer entre si, quer com fatores específicos? Assim, a presente investigação tem como objetivos: identificar fatores que explicam a variância do envolvimento de formandos neste sistema de formação profissional; estudar a influência do autoconceito e da autoestima no percurso de formação Aprendizagem em Alternância; caraterizar as relações entre o envolvimento de formandos no centro de formação e outras variáveis pessoais, como o autoconceito e a idade. A metodologia de investigação e sobretudo quantitativa, tendo como amostra 600 formandos, distribuídos por três distritos da zona norte do país (Braga, Porto e Aveiro). O inquérito a administrar e constituído por escalas específicas, como: Exploring student engagement in school internationally Scale (Lam et al., 2012; Robu, no prelo); Envolvimento dos alunos na escola: Uma escala quadri-dimensional (Veiga, 2013); Piers-Harris Children’s SelfConcept-Scale (Piers, 2002), incluindo, ainda, a recolha de dados sociodemográficos. O estudo procurara responder a questões de estudo específicas (naturalmente derivados do problema de investigação formulado), todas elas centradas em formandos do sistema Aprendizagem em Alternância. A análise dos resultados incluirá a sua consideração em função de variáveis pessoais e formativas (como o género, ano/período de formação e a satisfação com o curso), bem como outras variáveis do contexto familiar. Esperase encontrar implicações para a prática formativa, bem como sugestões de novos estudos.

Psicologia da Educação

ANTÓNIO AUGUSTO GOMES LEITE Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCACAO

O estudo das atitudes face a si próprio (autoconceito) e face à escola tem surgido como importante e atual na literatura científica, sobretudo nas teorias cognitivo-sociais, que referem a escassez de estudos e a necessidade de aprofundar os existentes. O envolvimento dos alunos na escola tem sido visto como elemento chave na diminuição do insucesso, do abandono escolar e da prevenção da delinquência. Contudo, uma abordagem com formandos do Sistema de Aprendizagem em Alternância merece atenção particular, dada a falta de investigação sobre este tema específico. Neste contexto, partindo de uma revisão da literatura sobre os referidos conceitos e o Sistema de Aprendizagem, foi formulado o seguinte problema de investigação: Como se carateriza o envolvimento e o autoconceito nos formandos do sistema Aprendizagem em Alternância, como e que estas variáveis se

Atitudes face a si mesmo, autoconceito, envolvimento na formação, aprendizagem em alternância.

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outros que lhe estão próximos e que formam um mundo figurado. A família tem passado por profundas mudanças na sua estrutura nas últimas décadas, resultando numa diversidade de tipos de família (Williams, 2010) e alteração de valores. Segundo os censos de 2011, as famílias portuguesas hoje são mais pequenas, as famílias de “casal com filhos” perderam importância relativa, os núcleos familiares monoparentais aumentaram e as famílias reconstruídas mais que duplicaram desde 2001 (Instituto Nacional de Estatística, 2012). Embora tenha vindo a diminuir em Portugal, a taxa de gravidez na adolescência é, ainda, muito significativa. Ser mãe numa idade precoce está associado a diversas desvantagens no contexto europeu (UNICEF, 2007). Quando a grávida não tem uma rede de apoio pode recorrer a associações que a acolhem e procuram orientá-la durante e após a gravidez. Como é que a vivência da maternidade (precoce ou não) e a participação em comunidades de prática nessas associações pode influenciar a (re)construção da identidade parental? Optando por um paradigma interpretativo de natureza qualitativa este estudo envolve mães da região de Lisboa que se encontram em residências de apoio a mulheres grávidas. Primeiro pede-se a estas mães e futuras mães para escreverem sobre situações onde consideram estar envolvidos valores familiares e sobre as suas expectativas da maternidade. Através duma imersão na realidade quotidiana dessas comunidades de prática (sendo o investigador um observador participante) serão realizadas observações e entrevistas procurando aprofundar a compreensão da identidade parental que estas mães apresentam. Concluída a análise dos dados procura-se desenvolver um programa parental sobre valores, prestação de cuidados e compromissos entre pais e crianças.

MARIA JOÃO PEREIRA GARCIA Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCACAO

Na perspectiva históricosocial, a aprendizagem é sempre situada num determinado momento, num contexto específico e pressupondo a existência de outros, isto é, considerase a aprendizagem como um processo social. Wenger (1998), pensa a identidade como um processo individual e colectivo. Assim, a identidade constrói-se tendo por base duas vertentes: por um lado atendendo ao self, por outro atendendo aos significados resultantes de experiências sociais em comunidades. Segundo Holland, Lachicotte Jr., Skinner e Cain (2001), ao tornar-se membro de determinada comunidade, a pessoa entra num mundo figurado, um local organizado socialmente e com valores próprios. Neste mundo figurado assumem-se certas posições e a vivência e partilha de novas formas de ver o mundo é consequente ao nível da identidade dos seus membros. (Holland et al, 2001). Consideramos que a parentalidade se (re)forma em comunidades de prática (Wenger, 1998), ou seja, um grupo de pessoas que partilham interesses comuns e que vão aprendendo como melhorar as suas práticas parentais, agindo e vivenciando-as em comunidades. Ao estarem inseridos nessas comunidades de prática, os pais estão, também, a conceber e experimentar os mundos figurados que contribuem para a (re)construção da sua identidade parental. É nestas comunidades e pelas vivências que lhes proporcionam que cada um lida com as mudanças que entram em conflito com os seus valores, que ponderam as suas experiências e compromissos com os 73


Identidade parental,

anos de idade), no sector privado e público de ensino, com diferente formação, tempo de experiência profissional, e com nacionalidade brasileira e portuguesa. Os de avaliação utilizados foram a (ECS), com 50 itens, na sua adaptação para Portugal (Veiga & Marques, 2001; Rosa, 2009; Al-Hadabi, 2011), e a (ECC), com 23 itens, adaptada de Morais e Azevedo (2008) e Pérez e Freitas (2012). Depois de se terem retirado os questionários inadequadamente preenchidos, procede-se, em primeiro lugar, ao estudo das qualidades psicométricas dos instrumentos de avaliação utilizados (fidelidade e validade). Depois, serão analisados os dados recolhidos nos 245 questionários restantes, numa abordagem quantitativa, com o programa estatístico SPSS (versão 21), determinando frequências, correlações, análises diferenciais (t de Student e ANOVAs), e regressão múltipla. Esperase que os resultados obtidos possibilitem encontrar respostas para questões de estudo derivadas do problema de investigação formulado. A interpretação dos resultados poderá recomendar a utilização de entrevistas complementares a sujeitos específicos, no sentido de encontrar respostas aprofundadas às questões de estudo. Espera-se que as conclusões permitidas pelos resultados contribuam para a elaboração de aplicações úteis à Educação, com sugestões, quer no Brasil, quer em Portugal.

valores, mães.

LETÍCIA FLEIG DAL FORNO Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCACAO

O estudo dos sobredotação e criatividade em crianças tem sido destacado como importante e atual, sobretudo pelas teorias cognitivo-sociais, que salientam a falta de investigações sobre o tema. Na sobre tais conceitos, as definições têm a ver com as teorias em que se inserem, e disto mesmo é feita uma sistematização, quer teórica, quer dos estudos empíricos. Neste enquadramento, esta tese surge com o objetivo de serem investigados os conceitos sobredotação e criatividade, atendendo ao reconhecimento de singularidades das crianças pelos educadores de infância. Mais especificamente, a investigação estuda as perceções dos educadores de infância acerca das características da sobredotação e da criatividade nas crianças. É definido como : Como se caracterizam as perceções dos educadores de infância acerca de indicadores de sobredotação e de criatividade, em crianças do préescolar no Brasil e em Portugal; e como se relacionam estas variáveis, quer entre si, quer com fatores pessoais e contextuais? No que respeita à metodologia, a foi constituída por 245 educadores de infância do nível pré-escolar (crianças dos 3 aos 5

Sobredotação, Criatividade, Educação Pré-escolar, Perceções dos Educadores de Infância

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(Equipas Locais de Intervenção) da subregião de Lisboa e Vale do Tejo, num total estimado de 400. Proceder-se-á à procura de atuais, fiáveis e válidos, que avaliem os conceitos em estudo (motivações laborais e intervenção precoce) e realizar-se-á a sua adaptação para Portugal; outros instrumentos de avaliação poderão ser construídos. O procedimento a planear incluirá a autorização superior (SNIPI), e procurar-se-á o preenchimento do inquérito on–line. Análise dos resultados recorrer-se-á a análises de natureza quantitativa, adequada ao tipo de dados recolhidos, com utilização de estatística descritiva, diferencial e correlacional, no sentido de encontrar respostas para o problema de investigação e para as questões de estudo que dele venham a derivar. Implicações para a prática educativa destes técnicos serão apresentadas, bem como sugestões de novos estudos.

ANA PAULA PEREIRA SIMÃO RODRIGUES CAEIRO Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

o estudo das motivações laborais dos técnicos de intervenção precoce tem surgido como importante e atual. A evolução ao longo do tempo das conceções e das práticas em intervenção precoce tem conduzido a uma nova perspetivação psicoeducacional da criança e a um modelo de intervenção centrado na família, o que implicou uma mudança nos papéis e nas responsabilidades dos profissionais de intervenção precoce, pondo em evidência a necessidade de investigação e de consequente formação nesta área.

intervenção precoce, motivações laborais dos técnicos de intervenção precoce, fatores pessoais, fatores contextuais.

O objetivo geral desta tese procurará respostas para o seguinte problema de investigação: como se caracteriza a intervenção precoce e as motivações laborais dos técnicos que a ela se dedicam, como se relacionam estas variáveis entre si, e quais os seus fatores, quer pessoais, quer contextuais. Especificando, procurar-seá saber como se posicionam os técnicos de intervenção precoce nas suas conceções e práticas, e quais as razões e os objetivos de tais posicionamentos. A produção científica, sobretudo a mais recente, sobre os conceitos referidos, será considerada, com especial atenção às conceções e práticas vistas como recomendadas e eficazes. Tais elementos poderão dar fundamento à interpretação dos dados recolhidos, em que as perspetivas cognitivo-social e ecológica poderão vir a ter especial contribuição explicativa.

MARTA TAGARRO Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCACAO

A Criatividade e o Autoconceito têm vindo a ser investigados por diferentes áreas de estudo e estes conceitos têm vindo a assumir cada vez maior relevância junto da comunidade científica. Na literatura revista, alguns autores definem a criatividade como o processo de produzir algo novo através da manipulação de elementos conhecidos, outros como um modo de resolver problemas, outros ainda como um meio

A amostra será constituída pelos técnicos que trabalham nas 36 ELIs 75


de expressão de impulsos específicos. Por seu lado, o autoconceito aparece como a ideia que o indivíduo tem de si próprio e na interação com o meio envolvente. A relação entre estes dois conceitos surge na presente tese como tema central, dando origem ao problema de investigação, definido nos seguintes termos: Como se caracteriza a criatividade e o autoconceito em estudantes do ensino superior, e como se relacionam, quer entre si, quer com fatores pessoais e contextuais? Tendo como base este problema de investigação, definiram-se vários objetivos, como: 1) caracterizar o autoconceito e a criatividade; 2) analisar a relação entre o autoconceito e a criatividade; 2) identificar a relação entre os estilos de pensar e criar e as barreiras à criatividade pessoal; 3) caracterizar a criatividade de jovens estudantes do ensino superior; 4) estudar as oscilações do autoconceito de jovens do ensino superior; 5) identificar factores específicos do autoconceito e da criatividade. Atendendo ao problema apresentado e aos objectivos definidos, são especificadas várias questões de estudo. Para encontrar respostas a tais questões, recorreu-se a uma metodologia quantitativa. A amostra foi recolhida junto de 13 faculdades ou escolas superiores, em 34 cursos distintos, obtendo-se um total de 588 estudantes entre os 17 e os 57 anos, depois de eliminados 39. Os instrumentos utilizados foram o Inventário de Barreiras à Criatividade Pessoal (Alencar, 1999), a Escala de Autoestima de Rosenberg (Rosenberg, 1979), a Escala de Estilos de Pensar e Criar (Wechsler, 1999; Garcês, 2011), a Escala Multidimensional de Autoconceito Forma 5 (Garcia & Musitu, 1999; Veiga & Roque, 2003) e o Teste 3 de linhas paralelas de Torrance (Torrance, 1987). As análises realizadas até ao momento permitiram validar os instrumentos utilizados, que

apresentaram boas qualidades psicométricas, nas suas várias dimensões. Assim, os instrumentos mostraram-se uteis no estudo da criatividade e do autoconceito, em estudantes do ensino superior, e poderão ser utilizados em futuras investigações. A análise dos dados e a sua interpretação poderão recomendar a utilização de entrevistas complementares a sujeitos específicos, no sentido de encontrar respostas aprofundadas às questões de estudo. Espera-se que as conclusões permitidas pelos resultados contribuam para a elaboração de aplicações úteis à Educação, com sugestões para novas investigações. Estilos de criar e pensar, barreiras à criatividade, autoconceito, estudantes do ensino superior.

CECÍLIA MARIA SARDINHA ABREU Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCACAO

A ideia-chave desta tese articula-se com duas variáveis fundamentais: o autoconceito e o envolvimento dos alunos na escola. Na o significado fenomenológico destes termos revela-se, em Psicologia da Educação, como uma “metáfora poderosa” capaz de se constituir como um "estímulo heurístico" para a compreensão de uma grande variedade de problemas dos comportamentos, sobretudo no modo como se medeiam com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento pessoal (Schaufeli ., 2002a e 2002b; Schaufeli & Salanova, 2007). Na revisão da literatura, o é investigado em 76


diferenciados domínios, por se constituir como um núcleo central na compreensão de outras dimensões da personalidade, como sentimentos e pensamentos que o indivíduo auto constrói sobre o valor de si próprio, facilitando outras dimensões da personalidade, como o relacionamento interpessoal e a satisfação do sujeito consigo mesmo. O dos alunos aparece também como importante na investigação educacional, dado que permite analisar e encontrar soluções integradoras para o baixo desempenho académico e abandono escolar (Fredrick, Blumenfeld, & Paris, 2004; Walker, Greene, & Mansell, 2006; Lam, & Jimerson, 2008; Veiga ., 2009). Considera-se neste estudo que a experiência escolar havida pode ter deixado marcas significativas no autoconceito e na capacidade de o sujeito adulto se considerar como um ser com competências de projeção pessoal no regresso à escola. Este posicionamento de estudar o autoconceito como variável mediadora conduziu à formulação do seguinte : Como se caracteriza o envolvimento e o autoconceito dos alunos adultos, que relação existe entre tais variáveis, e quais os seus fatores? De acordo com o problema geral de investigação, os objetivos da pesquisa visam encontrar respostas para perguntas específicas daí derivadas, em alunos adultos em contexto educativo/formativo. No que respeita à , este estudo está inserido, na perspetiva diferencial da psicologia e assenta numa análise quantitativa, descritiva e de variância. A amostra é constituída por alunos adultos inseridos em cursos (EFA) de duplacertificação e equivalência escolar. Foram utilizados instrumentos específicos como a a de Lam & Jimerson; e a

se ainda duas escalas no inquérito, que visam analisar na fase de escolaridade obrigatória e na atual formação. Proceder-se-á ao estudo das qualidades psicométricas das escalas e à posterior . Considera-se, por fim, que este estudo poderá contribuir para o conhecimento de novos elementos, ligados a fatores específicos e à mediação do autoconceito, a ter em conta em programas virados para dinâmicas propiciadoras de do aluno adulto no seu próprio processo educativo. A sua utilidade na formação de professores será considerada. Envolvimento dos alunos, autoconceito académico, fatores contextuais.

KÁTIA SILENE FERNANDES DE SOUZA Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCACAO

O presente estudo realizar-seá no âmbito da cidadania democrática. A Carta do Conselho da Europa sobre a Educação para a Cidadania Democrática e a Educação para os Direitos Humanos prevê tomadas de medidas no âmbito da disseminação de boas práticas e na elevação dos padrões de qualidade da educação na Europa. “Um dos objetivos fundamentais de toda a educação para a cidadania democrática e para os direitos humanos não é apenas dotar os aprendentes de conhecimentos, competências e compreensão, mas também reforçar a sua capacidade de ação no seio da sociedade para defender e promover os direitos humanos, a democracia e o primado do

de Dias & Fontaine. Conceberam77


Direito” (2010). É fundamental “adquirir conhecimentos, aptidões pessoais e sociais e a compreensão que permite reduzir os conflitos, apreciar e compreender melhor as diferenças entre as confissões religiosas e os grupos étnicos, estabelecer uma atitude de respeito mútuo pela dignidade humana e pelos valores partilhados, encorajar o diálogo e promover a nãoviolência na resolução de problemas e conflitos.” (2010).

Cidadania ativa, criança do 1º ciclo, formação de valores, desenvolvimento global.

Este trabalho procura responder à seguinte questão de estudo: “como é que o 1º ciclo de escolaridade pode contribuir na construção do cidadão democrático e ativo?”. O referencial teórico pautar-se-á nos autores e pesquisadores que compreendem o desenvolvimento infantil como resultante das inter-relações com o meio social, físico e humano, numa configuração indissociável do ser e do pertencer à cultura. Para Touraine “A cultura democrática define-se como um esforço de combinação entre unidade e diversidade, liberdade e integração”(2008)

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA EDUCACAO

ANA SÍLVIA BERNARDO VINHAS FRADE

Motivação, envolvimento e autoconceito são constructos que têm vindo a ganhar cada vez mais importância e atualidade no campo da Psicologia e da Educação. As teorias cognitivo-sociais referem a falta de estudos sobre estes constructos e a necessidade de aprofundamento dos poucos existentes. O desta investigação foi procurar respostas para o seguinte problema de investigação: Como se caracteriza a motivação, o envolvimento e o autoconceito dos militares dos “Cursos de Formação de Sargentos” da Marinha portuguesa, como se relacionam estas variáveis, quer entre si, quer com fatores pessoais e contextuais. No âmbito da , a amostra foi constituída por 149 formandos que integravam tais cursos, iniciados em 2011 e em 2012. Como instrumentos de avaliação, foram utilizados: a na sua adaptação portuguesa (Porto-Martins & Benevides-Pereira, 2008); a , criada no presente estudo (Frade e Veiga, no prelo); a

Estudo empírico, de natureza mista, abordagem qualitativa e quantitativa, incidindo sobre quatro professoras e seus respetivos alunos do 3º e 4º Ano do 1º Ciclo do Ensino Básico. A recolha de dados aconteceu em duas escolas pertencentes a rede pública de ensino, no concelho de Sintra; e duas professoras e seus respetivos alunos do 3º e 4º Ano, em duas escolas da rede particular de ensino no concelho de Cascais; todas as escolas situam-se no distrito de Lisboa. A recolha de dados aconteceu através da observação direta das aulas, uma vez por semana, durante o 2º e 3º período do ano letivo 2012/2013; realizou-se um inquérito através de entrevistas diretas, com gravação em áudio, a oitenta e um alunos e quatro professores, as mesmas foram transcritas. As análises dos dados encontram-se em processo.

(Frade e Veiga, no prelo), adaptada a partir da Escala de Motivação para a aprendizagem em Universitários (Zenorini & Santos, 2008); e a 78


(TSCES), de Villa e Calvete (2001), previamente adaptada (Veiga, Gonçalves, Caldeira e Zuniga, 2006). Os permitiram encontrar relações significativas entre motivação e envolvimento e fatores sociodemográficos e autoconceito. A análise dos resultados permitiu concluir que as variáveis sociodemográficas e o autoconceito funcionam como preditores da motivação e do envolvimento dos formandos. Motivação, envolvimento, autoconceito, jovens adultos em formação, militares da Marinha.

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com trajetórias de sucesso escolar nos cursos profissionais, isto é, alunos que ao longo do seu percurso escolar nunca reprovaram e que tiveram como média final do 9º ano, 4 ou 5 nas principais disciplinas. Sabendo que os cursos profissionais se apresentam como uma das medidas mais estigmatizadas no sistema educativo português, a tese de doutoramento em curso tem como questão de partida – Por que escolhem os jovens com trajetórias de sucesso escolar cursos profissionais e como vivem a experiência estudantil nas escolas secundárias de ensino público? Sociologia da Educação

Para responder a esta questão apresentamos como objetivos, i) conhecer as escolhas vocacionais dos jovens que apresentam trajetórias de sucesso escolar e que escolhem cursos profissionais nas escolas secundárias de ensino público e, por isso, são protagonistas de trajetórias improváveis; ii) compreender a experiência estudantil destes jovens, atendendo ao seu grau de subjetividade e racionalidade quanto às escolhas e à forma como vivem e experienciam a escola no seio de uma oferta profissionalizante; iii) identificar e compreender a pluralidade de contextos (agentes e estruturas) e disposições para agir e crer, que nos permitem inferir sobre as determinações da ação que estão na origem da sua trajetória improvável.

MARCELO MARQUES Área de Especialidade: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

A tese de doutoramento em curso tem como objetivo identificar e compreender as trajetórias improváveis nos cursos profissionais das escolas secundárias de ensino público. A introdução desta oferta no ensino secundário público veio permitir, a montante, uma maior estimulação da procura e, a jusante, a possibilidade de equacionar uma recomposição das caraterísticas socioeducativas associadas aos alunos que frequentam os cursos profissionais, respetivamente, a proveniência de famílias com baixo capital cultural e económico e os percursos educativos marcados por trajetórias de abandono e insucesso escolares. Através da análise estatística aos dados da DGEEC/MEC, OTES: Estudantes à Entrada do Secundário 2007/2008 e Estudantes à Entrada do Secundário 2010/2011 identificaram-se 1095 alunos (2007/2008) e 1714 alunos (2010/2011)

Para o desenvolvimento da nossa problemática de investigação ancoramos o nosso objeto de estudo no domínio da Sociologia da Educação, recebendo contributos da sociologia das desigualdades sociais, sociologia da experiência escolar e sociologia disposicionalista e contextualista. A opção pelo método recaiu no estudo de caso múltiplo. Recorrendo à narrativa biográfica/entrevista semiestruturada pretendemos inquirir um conjunto significativo de jovens com trajetórias improváveis e outros agentes educativos que se mostrem 80


influentes no seu percurso, sendo o critério de saturação da informação que irá delimitar o número da amostra. Como técnicas de análise de dados, pretendemos construir retratos sociológicos, atendendo às escolhas vocacionais, à experiência estudantil e aos fatores determinantes que estão na origem das suas trajetórias.

onde vivem, com ênfase nas expectativas da função da escolarização: se direcionada para sua realidade ou se os prepara para dela se retirarem; 2) A partir da representação que os jovens pesquisados definirem em um primeiro momento, investigar sua concepção de identidade territorial e se eles reproduzem ou não a identidade sertaneja; 3) Analisar se há uma relação entre modos de escolarização, o sentimento de identidade dos jovens rurais e a formação para atuarem em suas comunidades na perspectiva do desenvolvimento destas. No Alto Sertão Sergipano, o universo a ser pesquisado será constituído de jovens rurais de quatro municípios do território, estudantes do último ano do ensino médio regular em escolas públicas. Os municípios selecionados para a pesquisa de campo foram Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória, por serem os mais populosos da região e por possuírem maior número de jovens matriculados no ensino médio. Quanto à metodologia utilizada para a consecução dos objetivos, far-se-á uso de questionário para obtenção de dados preliminares fundamentais e entrevistas semiestruturadas para aprofundamento das questões de pesquisa. A coleta de dados será realizada em quatro escolas de ensino médio, com previsão de dois semestres para a execução do trabalho de campo e análise de dados. Pretende-se combinar os instrumentos de coletas de dados a fontes secundárias de pesquisa, como estatísticas oficiais e leis, com o fim de enriquecer a pesquisa. Porém, de forma complementar, busca-se ainda investigar políticas públicas para jovens agricultores em outros contextos. Por considerar que a região do Alentejo, em Portugal, apresenta similitudes com o Alto Sertão Sergipano quanto a questões geoeconômicas e

Trajetórias improváveis, cursos profissionais, escolhas vocacionais, experiência estudantil.

ISABELA GONÇALVES DE MENEZES Área de Especialidade: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Esta é uma pesquisa qualitativa e compreensiva que tem como objetivo geral investigar questões relacionadas com as representações de jovens rurais do Alto Sertão Sergipano, estudantes do último ano do ensino médio, sobre o papel da escola urbana em seu processo formativo e em seus projetos pessoais, buscando analisar possíveis interfaces de tais questões com identidades, políticas educativas para a juventude rural – especialmente os filhos de agricultores familiares e de assentados da reforma agrária – e o desenvolvimento local. Com base nesse objetivo geral, foram construídas questões norteadoras de pesquisa, diretamente relacionadas aos seguintes objetivos específicos: 1) Identificar qual a representação que os jovens rurais do Alto Sertão Sergipano têm em relação à escola e ao meio rural do território 81


socioculturais, pretende-se também, através de estágio intercalar na Universidade de Lisboa, investigar políticas públicas nessa região voltadas para os jovens agricultores – como por exemplo o Programa “Impulso Jovem” buscando relacioná-las às identidades territoriais e à inserção dos jovens no empreendedorismo e no mercado de produtos e serviços no meio rural. Ensino médio, identidades, juventude rural, políticas educativas, Sertão sergipano.

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como docente experiente que ensina e aprende simultaneamente, dentro da sua própria trajetória de formação continuada. Consideramos esta abordagem complementar da investigação na área da supervisão, a qual tem estado focalizada no formando e na sua aprendizagem, em cenários quer de formação inicial quer contínua. Com o estudo, pretendemos igualmente problematizar a importância da reflexão partilhada sobre problemas, desafios, exigências da sociedade atual e dos alunos, próprios da docência, entre outras condicionantes do real contexto do ensino e da aprendizagem, sempre em constante mudança.

Supervisão e Orientação da Pr ática Profissional

O estudo empírico que pretendemos levar a cabo envolve duas instituições de ensino superior e respetivos supervisores do Mestrado em Ensino do Português, bem como os professores cooperantes agregados a escolas do ensino básico e secundário. Os objetivos da investigação prendem-se com a orientação da prática pedagógica e supervisão, com a identificação, análise de problemas, atividades e estratégias de supervisão, colocando o enfoque na ação do orientador junto do formando, de modo a compreender o potencial formativo e formador da supervisão da prática pedagógica.

ELISA DE FÁTIMA OLEIRINHA VALÉRIO Área de Especialidade: SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

O presente trabalho centra-se na supervisão da prática pedagógica, na ação do orientador/supervisor, na sua função de mediador entre a escola, lugar da formação prática. Centra-se, igualmente, nos temas/assuntos da reflexão partilhada, na identificação e resolução de problemas com que os supervisores se confrontam no desempenho do seu papel.

O projeto encontra-se na fase de acesso aos dados empíricos com o acompanhamento, no terreno, do trabalho dos coordenadores e supervisores, consistindo na observação de reuniões de trabalho e realização de entrevistas. Consiste igualmente na recolha dos instrumentos para análise qualitativa: registos de aulas observadas, relatórios de autoavaliação (formandos) e de avaliação (supervisores) ao longo de 2013 e 2014. Gostaríamos de dar conta das potencialidades e das dificuldades que encontramos nesta abordagem e partilhá-la com outros investigadores.

Focalizamos a nossa abordagem na figura do orientador para compreender o potencial formativo e formador da supervisão, ou seja, das potencialidades da ação de “ensinar e aprender a profissão” de professor. Centramo-nos nas estratégias que integram o processo de supervisão configuradoras de percursos de ensino e de aprendizagem da docência para a construção do conhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional do supervisor. Olhamos o supervisor 83


Formação; reflexão; supervisão; desenvolvimento profissional

conceito de supervisão da educação, pelo que se definem como objetivos:

DORA MARQUES DOMINGUES

Apesar da discussão em torno das questões ontológicas, epistemológicas e metodológicas, os estudos de revisão, análise/síntese da investigação (qualitativa ou mista) têm-se revelado importantes para académicos, profissionais, decisores políticos e público em geral, uma vez que possibilitam a orientação da investigação, a acumulação e a disseminação de conhecimento.

- Constituir um corpus sistematizado da investigação académica portuguesa (dissertações e teses), de 1988 a 2013, em supervisão; - Estabelecer alicerces epistemológicos para a supervisão da educação; - Contribuir para a disseminação de estudos RASI em Portugal.

Área de Especialidade: SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

sociedade do conhecimento, da informação e da aprendizagem ao longo da vida (CIALV) poderá ser importante conceptualizar a supervisão da educação, projetando-se a evolução do conceito, em Portugal, e integrando, nesse percurso, a investigação académica portuguesa.

Em resposta à complexidade dos processos de revisão, análise/síntese da investigação e por necessidade de adequar as metodologias aos objetivos e questões de estudo, têm sido propostas diversas metodologias o que torna problemática a sua escolha.

A construção de uma metodologia de revisão, análise/síntese da investigação (RASI) clara, rigorosa e replicável, que seja compatível com a preservação da heterogeneidade do corpus em estudo é outro domínio a ser desenvolvido neste projeto.

No caso concreto deste projeto identificam-se as seguintes tensões: - O elevado número de investigações em causa implica uma metodologia orientada para a homogeneidade do corpus (metodológica, conceptual entre outras); - A preservação da heterogeneidade implica metodologias que têm sido aplicadas apenas a corpus muito menores; - As diferentes questões de estudo que procuram caracterizar a investigação em supervisão implicam a utilização de técnicas diferenciadas, sendo que algumas são partilhadas entre diferentes metodologias; - Nem todos os autores são explícitos a definir os seus procedimentos, coexistindo técnicas similares em métodos diferentes.

Numa sociedade CIALV os fenómenos de aprendizagem estendem-se para além da escola, mas a supervisão não foi ainda conceptualizada nesse enquadramento. Embora a evolução do conceito de supervisão, em Portugal, já tenha sido analisado, não foi, no entanto, efetuado nenhum estudo de revisão/síntese da investigação relativamente às publicações académicas (dissertações e teses). Estes estudos são raros em Portugal, principalmente no âmbito das investigações qualitativas. Entendendo-se que o reconhecimento do passado e a compreensão do presente são imprescindíveis à projeção estratégica do futuro, pretende-se alicerçar epistemologicamente o 84


Procurando-se a adequação de técnicas às características do corpus em análise, opta-se por organizar um conjunto de técnicas e procedimentos específicos, que serão caracterizados e protocolizados ao longo da investigação. Educação, investigação académica, metodologias de revisão, análise/síntese da investigação, supervisão da educação.

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medida em que se ambiciona contribuir para uma forma mais eficiente de gestão dos recursos e, em última instância, para a plena integração de todos os cidadãos na sociedade do conhecimento. Com este estudo pretende-se especificamente: analisar os fatores determinantes no desenho e implementação de uma estratégia de formação de professores e educadores numa perspetiva transdisciplinar de integração das tecnologias digitais; definir uma metodologia de ensino denominada formação ativa; observar o processo de construção e desenvolvimento de competências e o nível de reflexividade docente, numa perspetiva de desenvolvimento profissional e humano; e verificar a alteração de práticas dos professores e educadores na incorporação das tecnologias na sequência da implementação da formação ativa, numa determinada comunidade educativa.

Tecnologias de Informaç ão e Comunicação em Educação

ANA LUÍSA RODRIGUES Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

A formação ativa de professores distingue-se por uma orientação aberta e flexível do ensino e gestão do processo formativo, com utilização de estratégias de aprendizagem cooperativa que exigem um procedimento interativo de ação e reflexão sobre as atividades realizadas e em que se advoga que os estudantes são os construtores em interação social do seu próprio conhecimento, com base numa abordagem socio-construtivista.

O presente projeto de investigação pretende definir e analisar uma forma alternativa de impulsionar a integração das tecnologias digitais pelos professores e educadores, no quadro da Economia da Educação e da Formação. Esta investigação justifica-se pela observação da fraca integração das tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem por professores e educadores, assinalada em diversos estudos e autores de referência. Apesar do investimento que tem sido realizado na oferta de formação neste domínio, esta tem sido, contudo, constituída por ações pontuais e limitadas no tempo, sem profundo impacto em termos de desenvolvimento curricular nem na cultura e prática docente. Simultaneamente reveste-se de pertinência económica e social, na

Enquanto fator decisivo para indução da mudança e inovação nas escolas, a integração das tecnologias digitais pretende potenciar a construção e o desenvolvimento de competências dos professores e educadores, e em simultâneo, através de um processo de isomorfismo, a transferência de competências para os seus alunos. Numa perspetiva económica será efetuado um levantamento sobre a oferta de formação contínua de

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professores para a integração das tecnologias e uma análise sobre a gestão económica dos recursos do processo formativo examinando de que forma poderá este contribuir para um melhor desempenho e desenvolvimento profissional docente.

O estudo que aqui se apresenta tem por objetivo analisar a apropriação que a área científica da educação/formação pode fazer de um media digital. Falamos de revistas digitais temáticas e do acolhimento que este produto poderá exercer nos cidadãos da sociedade em rede. Conhecermos as práticas e motivação da leitura digital, percecionarmos o interesse pela leitura de revistas digitais e identificarmos necessidades de ligação a um media digital – direcionado para um determinado contexto de aprendizagem informal – tornam-se aspetos fundamentais na conceção de recursos educativos que contribuam para a aprendizagem /formação ao longo da vida. Com base neste quadro conceptual pretendemos saber: Como é que as revistas digitais temáticas se podem tornar um recurso educativo de mediação da comunicação/aquisição de conhecimentos e aprendizagem ao longo da vida? Para dar resposta a esta preocupação assume-se como objetivos da investigação: (i) Estimar o grau de literacia digital de uma comunidade profissional; (ii) Averiguar a motivação de uma determinada comunidade na procura de conhecimento (iii) Avaliar o interesse de atualização/descoberta de conteúdos técnicos em contexto de aprendizagem informal no ecrã; (iv) Obter informação sobre o uso de dispositivos móveis para leitura; (v) Indagar o interesse na leitura de revistas digitais temáticas na área de formação académica e profissional.

Com base numa abordagem predominantemente qualitativa será utilizada uma estratégia de investigação-ação, sendo adicionalmente realizadas entrevistas exploratórias e inquéritos por questionário aos professores e alunos de uma comunidade educativa, onde se propõe, ao longo de um ano letivo, implementar e analisar, com enfoque no processo, oficinas de formação contínua de professores de várias áreas disciplinares e ciclos de ensino, enquadradas nos níveis do Sistema de Formação e Certificação de Competências TIC. Este projeto de criação de uma escol@ digit@l para o desenvolvimento de competências dos professores e educadores servirá de base a uma proposta de modelo específico de formação – a Formação Ativa – como metodologia própria e adaptada ao desenvolvimento profissional, económico e humano. Economia da educação e da formação, integração das tecnologias digitais, formação de professores, formação ativa.

No caso concreto da problemática deste estudo, os procedimentos e técnicas adequados à recolha de dados, não se enquadram num só método, o que nos leva a desenvolver o projeto numa abordagem ao conhecimento que considera pontos de vista e análises múltiplas. Utilizaremos métodos qualitativos e quantitativos de acordo com a natureza da interrogação em causa, optando-se pela estratégia

ISABEL MANSO RIBEIRO Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

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exploratória sequencial que se inicia com a recolha e análise de dados qualitativos seguindo-se uma segunda fase de recolha e de análise de dados quantitativos. Por interesse e motivação profissional decidiu-se pela procura de respostas através de uma pesquisa a realizar no sector bancário português. A população a inquirir é adulta e com um nível de escolaridade superior. Na primeira etapa, designada de exploratória e em processo de conclusão, obtivemos informação com base na aplicação de um questionário presencial e de entrevistas semiestruturadas, junto dos estudantes do Instituto Superior de Gestão Bancária. Os elementos obtidos e analisados constituir-se-ão como um importante auxílio à realização de um inquérito por questionário ,a distribuir à população bancária e que se concretizará na segunda etapa do campo empírico do presente projeto.

LUCIANA KORNATZKI Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Esta pesquisa enquadra-se no contexto da formação de professores do 1.º Ciclo para o desenvolvimento de competências, voltadas ao uso das tecnologias digitais na educação sexual. Dentre as diversas possibilidades encontradas na 2.0, a narrativa digital tem sido compreendida como uma importante ferramenta para o desenvolvimento de diversas competências. Pesquisas no âmbito das narrativas digitais mostram que a sua produção permite o desenvolvimento, por exemplo, de competências digitais e comunicacionais e que podem ser trabalhadas com diferentes públicos, a partir de diferentes temáticas. A educação sexual de crianças do 1.º Ciclo é uma questão problemática no contexto escolar e muitos professores têm dificuldades em trabalhar esta temática. Portanto, a narrativa digital pode ser uma estratégia a ser utilizada pelos professores neste trabalho, promovendo o uso das tecnologias e a participação dos alunos ao serem produzidas em sala de aula. Para tanto, percebe-se a necessidade de processos de formação continuada de professores do 1.º Ciclo, voltados ao desenvolvimento de competências que os capacitem à utilização de narrativas digitais na educação sexual com seus alunos. Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo principal analisar e identificar o desenvolvimento de competências a partir da formação de professores do 1.º Ciclo para a utilização da narrativa digital na

Para finalizar destacamos que conhecer o tipo de leitores em que nos estamos a tornar é fundamental para que possamos desenhar produtos educativos direcionados a uma determinada população, produtos que possam contribuir para uma aprendizagem em contexto informal que vá de encontro ao desenvolvimento das competências profissionais daquela população. Revistas digitais temáticas, literacia digital, aprendizagem no ecrã, aprendizagem ao longo da vida

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educação sexual. Em especial, pretendese: 1) conceituar e apresentar os pressupostos teóricos para a educação sexual do 1.º Ciclo; 2) conceituar e definir os elementos da narrativa digital como estratégia pedagógica para a educação sexual; 3) levantar historicamente experiências com a utilização da narrativa digital, nomeadamente em classes do 1.º Ciclo, na formação de professores e na temática da educação sexual; 4) desenvolver uma proposta de formação continuada para professores do 1.º Ciclo para utilização da narrativa digital na educação sexual; e 5) descrever as mudanças nas competências dos professores formandos. Para a realização da pesquisa propõe-se a utilização da metodologia , por seu caráter flexível e voltado ao encontro de soluções para problemas práticos apoiadas na teoria. Além disso, porque contempla, de forma cíclica, as fases de análise, planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação, entendidas como adequadas à proposta de investigação que aqui se apresenta. Tem-se como público-alvo professores do 1.º Ciclo de escolas públicas do Município de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Os instrumentos de recolha de dados constituem-se na observação participante e em questionários e entrevistas a serem realizados ao longo do desenvolvimento da ação de formação. Pretende-se realizar também uma fase de ao final do trabalho, complementando os resultados observados. Este estudo pode oferecer um contributo prático e teórico aos professores participantes na utilização das tecnologias em sala de aula, nomeadamente no enfrentamento da educação sexual com seus alunos mediada pela produção de narrativas digitais.

Competências, formação de professores, narrativas digitais, educação sexual.

MARIA HELENA VIEIRA FELIZARDO Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Este estudo tem como propósito último contribuir para uma redefinição do perfil de competências dos formadores responsáveis pela formação contínua de professores na área das TIC. Resulta da constatação, por um lado, de que é uma área de ação de capital importância para levar os professores a utilizarem as tecnologias na sua prática letiva e, por outro, de que as estratégias de formação contínua realizadas neste domínio não parecem ter tido os resultados esperados em termos de maiores índices de uso do potencial que as tecnologias digitais hoje encerram. Na linha de diferentes estudos que apontam para a ineficácia da formação contínua na área das TIC e as dificuldades dos formadores em promover a integração das tecnologias nas atividades curriculares, a nossa proposta resulta também do questionamento que recentemente tivemos oportunidade de fazer sobre quem são e que preparação têm aqueles profissionais no nosso país. Esse estudo permitiu-nos perceber que os formadores não têm uma preparação específica para o exercício desta função, sendo o seu recrutamento efetuado, na maioria dos casos, com base nas competências informáticas 89


adquiridas ao nível da licenciatura. É por essa razão que nos propomos identificar as dimensões chave de um perfil de formador, que permitam potenciar o papel preponderante destes profissionais na construção de um novo perfil docente.

Formação contínua de professores, tecnologias digitais, formadores, perfil de competências.

Assim, nesta investigação, debruçarmo-emos sobre as competências que os formadores deverão ter para contribuir efetivamente para o desenvolvimento profissional dos professores na área das tecnologias digitais em contexto educativo, a fim de permitir aos professores prepararem os seus alunos para um mundo globalizado e em acelerado desenvolvimento tecnológico.

SIMÃO ELIAS LOMBA Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Este projeto de investigação tem como principal objetivo criar um programa educativo de literacia da informação (PELI). A partir de uma proposta inicial, os professores participantes irão criar, de forma colaborativa, uma nova versão do PELI com a qual se identifiquem. Posteriormente estes professores irão aplicar o PELI nas suas aulas com os seus alunos. Com a aplicação do PELI pretende-se verificar qual é a relação entre a literacia informacional e os resultados escolares dos estudantes do ensino não superior em Portugal.

Tomando como base uma perspetiva interpretativa, caracterizada pela subjetividade inerente à sua dimensão social, o estudo incidirá na auscultação dos principais intervenientes do no processo de desenvolvimento profissional docente, de modo a integrar os vários ângulos de análise provenientes de diferentes pontos de vista. Os dados desta investigação serão recolhidos através de um questionário a professores do ensino básico e secundário, de todas as áreas curriculares, e de entrevistas a responsáveis pela formação de professores: uma entrevista coletiva a formadores da formação contínua ( ) e entrevistas individuais semiestruturadas junto de diretores de Centros de Formação de Associação de Escolas e de instituições responsáveis pela formação inicial de professores.

A literacia informacional consiste na adoção de um comportamento adequado perante a informação, com o objetivo de obter a informação bem filtrada para as necessidades de informação, através de qualquer canal ou meio, juntamente com o espírito crítico do uso sábio e ético da informação na sociedade. (Webber & Johnson, 2003, p.336). A literacia informacional é importante em todas as disciplinas e níveis de ensino e é melhor desenvolvida no contexto do currículo (Gaunt, Morgan, Somers, Soper & Swain, 2009, p.80), sendo que a integração eficaz exige esforços colaborativos dos professores e dos bibliotecários (Derakhashan & Sing, 2010, p.225).

Esperamos obter as dimensões chave de um perfil de formador que nos permita elaborar uma proposta de referencial de competências do formador da formação contínua de professores em TIC e contribuir para que se possam perspetivar estratégias adequadas de formação para estes profissionais.

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A metodologia é experimental com um design quase experimental com descrição do processo, utilizando multi-estratégias de investigação (Robson, 2011) também designadas por metodologias mistas (Creswell, 2009; Creswell & Plano Clark 2007).

participantes e dos seus alunos e testar a eficácia do PELI criado durante a investigação na melhoria dos resultados escolares dos alunos. Literacia informacional, resultados escolares, integração curricular, formação de professores.

Após a adaptação e validação de instrumentos de recolha de dados à realidade portuguesa, os professores, das escolas onde irá decorrer a investigação, irão responder a um questionário com a finalidade de criar quatro grupos de professores. Um destes grupos irá participar numa formação sobre literacia informacional (formação A), usando o (Kuhlthau, Caspary, Maniotes, 2007, 2012); outro grupo irá participar numa formação destinada ao desenho de uma unidade de ensino (formação B), numa lógica de um terceiro grupo participará nas duas formações e o último grupo não participará em nenhuma formação. Os professores que participarem nas formações irão aplicar posteriormente com os seus alunos o que aprenderam na formação.

JOANA DE MATOS CALDEIRA Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Com o desenvolvimento contínuo e acelerado dos meios de comunicação e informação registado nos últimos anos, as noções de reciclagem profissional e de formação contínua assumem cada vez mais importância, obrigando a que as pessoas tenham uma atitude pró-ativa na construção do seu conhecimento.

Os professores participantes irão responder ao questionário de avaliação de competências informacionais ILHUMASS (Lopes & Pinto, 2010) no início e no final da intervenção. Os alunos irão responder às questões de um teste de literacia informacional adaptado do projeto TRAILS, no início e no final da fase de aplicação. Durante a formação os professores irão criar documentos e fazer reflexões escritas cujo conteúdo será analisado. De modo análogo, durante a aplicação os alunos também irão criar documentos e reflexões escritas, para além de responderem em três momentos distintos ao questionário (Tood, Kuhlthau & Heinström, 2005).

Neste sentido, o é, hoje em dia, considerado um reconhecido meio de difusão de educação e formação, apresentando-se como uma modalidade que pretende dar resposta aos atuais desafios no ensino-aprendizagem, afirmando-se progressivamente como alternativa aos sistemas tradicionais de ensino e formação, e procurando dar resposta aos problemas que se colocam na i) melhoria das competências e qualificações académicas e profissionais dos indivíduos, e na ii) promoção da aprendizagem ao longo da vida, sem que seja necessário o afastamento temporário ou prolongado dos seus postos de trabalho.

Com esta investigação esperamos melhorar as competências de literacia informacional dos professores

Deste modo, e estando conscientes da importância da formação a distância e do nos diferentes contextos 91


profissionais, e numa perspetiva de otimização dos custos associados à atividade formativa dos magistrados portugueses, optámos por efetuar um estudo em torno desta temática, assumindo a nossa investigação, como propósito central, a análise, o desenvolvimento e a implementação de um modelo pedagógico orientado para formações em regime de para a classe profissional dos magistrados. A implementação de um modelo desta natureza reveste-se de grande utilidade e pertinência, numa perspetiva de inovação pedagógica e de garantia das práticas formativas adotadas.

implementação de um modelo pedagógico de formação a distância, bem como é que os agentes envolvidos (docentes e chefias diretas) neste processo o percecionam. Por outro lado, pretende-se perceber quais as características que um modelo pedagógico com estas especificidades deverá ter, tendo em conta o contexto da formação e os seus destinatários, de forma a dar resposta às necessidades identificadas. Posteriormente, e numa perspetiva de melhoria do modelo concebido, pretende-se avaliar, através de uma análise efetuada por reconhecidos especialistas na área, a adequação do modelo ao respetivo contexto e público-alvo, bem como avaliar a perceção do seu impacto ao nível dos diferentes agentes envolvidos.

Neste âmbito assume-se uma metodologia de investigação associada a um paradigma pragmático, privilegiando uma abordagem de natureza mista e optando-se em particular pela aplicação de um exploratório sequencial (Creswell, & Clark, 2011). Esta estratégia consiste na recolha e análise de dados qualitativos, seguida de uma fase de recolha e análise de dados quantitativos, sendo que numa fase posterior, os dados são integrados de forma conjunta.

Formação à distância, e-learning, b-learning, modelo pedagógico.

Os dados referentes a esta investigação serão obtidos através da aplicação dos seguintes instrumentos de recolha de dados e junto dos respetivos públicos: entrevista individual a efetuar ao diretor, diretores-adjuntos e coordenador do Departamento da Formação; entrevista colectiva a realizar com docentes pertencentes às várias áreas de jurisdição; entrevista a 7 especialistas de relevo na área da formação profissional a distância; e questionários, que serão aplicados a aproximadamente 100 formandos que participarão nas diferentes ações de formação integradas no respetivo plano de formação.

WANNISE DE SANTANA LIMA Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Este estudo tem como propósito a investigação da relação entre a interação e a colaboração, possíveis a partir do uso das Plataformas LMS como suporte ao Ensino Superior presencial, e a inovação pedagógica. Neste sentido, foram eleitos como objetos de estudo os estudantes, os professores e as interações construídas nos Fóruns de Discussão das Plataformas Moodle dos Cursos de Licenciatura e Mestrados Integrados da Universidade de Lisboa no ano letivo 2012/2013. O problema de investigação centra-se na procura de estratégias de

Assim, com esta investigação pretendese conhecer quais são as necessidades e interesses que estão associadas à 92


ensino pautadas na interação e colaboração nas Plataformas LMS que contribuam para uma melhor aprendizagem a partir da construção da autonomia, e para satisfação dos alunos. Pretende-se investigar o grau de satisfação com a aprendizagem dos estudantes e em que medida estes consideram que o uso do LMS contribui para a sua melhor aprendizagem; conhecer as estratégias de ensino dos professores que usam as ferramentas de interação das Plataformas LMS para construir diferentes formas de aprender pautadas na colaboração; e analisar as informações providas pelas ferramentas de monitoração de interação nos Fóruns de Discussão das plataformas LMS para compreender os níveis de interação. Com uma abordagem metodológica qualitativa, o estudo integra análise documental, análise das redes sociais, questionários e entrevistas com um universo de 41 professores e 3740 alunos nas 40 disciplinas que utilizaram o fórum de discussão no ano letivo 2012/2013.

grau de satisfação com a plataforma, reconhecendo que tais ferramentas melhoraram o seu estudo e que aprenderam mais com as disciplinas que utilizaram os LMS. Os resultados deste estudo poderão ser úteis para os responsáveis pela implementação de Plataformas LMS no Ensino Superior e também para professores que já fazem uso das tecnologias para ensinar, mas que carecem de orientações para a construção de estratégias de ensino que passem a ter como elemento fundamental a interação. Estratégias de ensino, LMS, Ensino Superior, interacção.

ELOÍSA BRANCO Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Foram analisadas 604 respostas dos questionários aplicados aos estudantes, que permitem conhecer o seu perfil, a opinião dos mesmos sobre o uso do pelos professores, o grau de satisfação com a plataforma de e em que medida eles consideram que o uso do LMS contribui para a sua melhor aprendizagem. Foram entrevistados 15 professores das diferentes Unidades Orgânicas da Universidade de Lisboa, sendo possível identificar a formação do docente para o uso das tecnologias; conhecer a opinião dos professores sobre a Plataforma LMS da Universidade de Lisboa; as estratégias de ensino utilizadas pelos docentes e as indicações dos mesmos sobre ensino inovador, construção da autonomia dos estudantes e construção de atividades de aprendizagem colaborativa. Os resultados preliminares do questionário aos estudantes evidenciaram que estes revelam elevado

Esta tese tem como objetivo compreender como é que as narrativas transmédia podem contribuir para a inovação das práticas pedagógicas. As narrativas transmédia são uma forma de criação de histórias através de múltiplos dispositivos, plataformas e ferramentas digitais onde existe um envolvimento dos alunos a nível de integração, participação e de colaboração na construção da experiência transmédia através da exploração de diferentes conteúdos curriculares. A componente de intervenção desta investigação tomou como referência uma metodologia de desenvolvimento (Design Based Research) que se materializa no desenho, implementação e análise de atividades escolares intencionalmente inovadoras e 93


desafiantes. Ou seja, no desenvolvimento de soluções para problemas práticos ancoradas num referencial teórico específico (narrativa transmédia).

uma estratégia inovadora pelo facto de ter utilizado simultaneamente diferentes tecnologias e disciplinas para contar uma mesma história, teve em consideração os vários estágios de aprendizagem dos alunos, bem como, as suas particularidades e interesses.

Um primeiro estudo, exploratório, foi desenvolvido com uma turma do 5º ano de escolaridade e três professores das disciplinas de Inglês, Português e Educação Musical. O objetivo do estudo foi o de caracterizar as representações e práticas de um conjunto de professores e respetivos alunos sobre a utilização das tecnologias digitais; criar atividades e oportunidades de aprendizagem desafiadoras e estimulantes com base no conceito transmédia; caracterizar o funcionamento e dinâmica das práticas educativas organizadas com base no conceito transmédia; e definir um conjunto de princípios orientadores da ação pedagógica que elucidem sobre: os tipos de aprendizagem, os conteúdos que melhor podem beneficiar da estratégia transmédia; as competências necessárias para a utilização desta estratégia; quais as combinações de transmédia mais produtivas (ex.: vídeos e histórias ou jogos e teatro) e que tipo de utilização pode ser feita dos diferentes dispositivos e ferramentas digitais.

A recolha de dados foi feita através de questionários aos professores e aos alunos (antes e depois da implementação das atividades); observação das aulas e dos recursos digitais utilizados dentro e fora das aulas e dos materiais produzidos pelos alunos. A análise de dados está a ser realizada tendo em conta as categorias de análise: utilização das tecnologias, atividades em sala de aula, motivação, participação, empenho e relação pedagógica. Uma análise preliminar dos dados permite perceber que os alunos nunca tinham utilizado nenhuma destas tecnologias em sala de aula e que o uso de ferramentas digitais, em simultâneo, para o desenvolvimento de um mesmo tema em diferentes disciplinas, promovem o empenho, a colaboração e a satisfação dos alunos. Narrativas transmédia; tecnologias digitais; cenários educativos

Na prática, foi arquitetada uma narrativa transmédia que levou os alunos a utilizarem, em contexto de sala de aula, tecnologias já utilizadas pelos mesmos no seu quotidiano fora da escola (computador, telemóvel e ) e as seguintes plataformas e programas - Facebook, Google, Google Maps, Youtube e Word. Durante a implementação desta experiência transmédia, os alunos produziram diferentes tipos de conteúdos digitais (gravações de vídeo e áudio, edição de fotografia), escrita de diferentes tipos de textos (poético, informativo, narrativo) e partilha de diferentes pesquisas e trabalhos curriculares num sítio comum, o Facebook. Além de ser

JOÃO JOSÉ PAIVA MONTEIRO Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

O âmbito do estudo centra-se na relevância da dimensão organizacional e institucional, no 94


desenvolvimento de projetos de no contexto do Ensino Superior (ES) em Portugal e tem como propósito, identificar e sistematizar princípios orientadores, recomendações, boas práticas e estratégias para a adoção do e-Learning no ES, considerando particularmente os fatores organizacionais (internos e externos) e institucionais que potenciam ou inibem o processo de adoção do no ES.

estratégica da cultura organizacional no ES, face à adoção do . Como quadro teórico principal para a abordagem metodológica, recorre-se a modelos de e . Com uma abordagem metodológica mista, o campo empírico é baseado na totalidade das instituições de ensino superior público portuguesas, às quais, será aplicado um processo de recolha de informação pelo método de , tendo como instrumentos de recolha de dados, questionários desenhados sobre a dimensão organizacional de um modelo híbrido de

Estabelece-se como principal questão, a identificação dos fatores e processos que estruturam a tomada de decisão institucional na adoção e desenvolvimento do no contexto do ensino superior, advindo os seguintes objetivos de investigação:

, em fase de desenvolvimento, sendo aplicados métodos de análise de conteúdo e análise estatística descritiva para tratamento dos dados.

(i) identificar as dimensões e fatores políticos e organizacionais que influenciam a adoção, implementação e utilização do no ES; (ii) caracterizar as grandes linhas de orientação estratégica do ES, e a preponderância destas na implementação de iniciativas de g no ES; (iii) identificar a forma como as Instituições de Ensino Superior em Portugal (IESP) entendem o na dimensão organizacional e institucional; (iv) identificar os fatores críticos de sucesso na adoção do nas IESP (na dimensão organizacional);

Como principais resultados a obter prevê-se, caracterizar a forma como o é integrado nas IESP, o reconhecimento de boas práticas de gestão institucional do e-Learning, e o desenvolvimento e cultura organizacionais associados ao nas IESP. e-Learning, ensino superior, cultura e mudança organizacional, estratégia.

(v) determinar o contributo do , como suporte às mudanças e necessidades de modernização do sistema de ensino superior português.

NUNO DOROTEA

O campo teórico do estudo fundamentase em modelos de organização e gestão universitária e na gestão para a mudança em processo de adoção de metodologias e tecnologias ( ) no ES. São igualmente fundamentais na contextualização teórica os modelos de adoção institucional de tecnologias em conjunção com uma compreensão de quadros de referência para a mudança

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

A avaliação formativa desempenha um papel fundamental no processo de ensino e de aprendizagem (Marzano, 2007). Boston (2002) refere que a avaliação formativa informa

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sobre o estado dos alunos em relação à aprendizagem, onde apresentam problemas e como estão a progredir. Um relevante e imediato promove a autonomia dos alunos e a autorregulação dos seus próprios processos de aprendizagem, e permite ao professor refletir e decidir sobre o processo de ensino (Earl, 2003), promovendo a adaptação das estratégias e metodologias de acordo com as necessidades dos alunos.

resposta adequada aos problemas do formato papel e caneta. Focando-se neste tema, o presente estudo pretende compreender se a utilização de provas na avaliação com propósitos formativos contribui para a melhoria do processo de ensino e de aprendizagem dos alunos, nomeadamente através da integração de elementos MM/SI e da geração de imediato e elaborado. No estudo participarão 2 turmas do ensino secundário e 1 professor. O estudo assume um sequencial explanatório numa abordagem multimetodológica de recolha e análise de dados. Esta abordagem implica a recolha e análise de dados quantitativos e qualitativos em duas etapas consecutivas (Creswell & Clark, 2011). Os dados quantitativos serão recolhidos através de questionários e os dados qualitativos através de entrevistas.

Para ser realmente eficaz, o deve ser cuidadosamente desenvolvido e individualizado; ser claro, detalhado, orientador e tão imediato quanto possível (Irving, 2007) permitindo uma intervenção atempada. No entanto, corrigir, classificar e produzir de qualidade, em provas em formato de papel, exige muito tempo aos professores e, por conseguinte, não fomenta a desejável eficiência e impacto preventivo sobre as atividades de aprendizagem dos alunos.

Numa primeira etapa, quantitativa, os questionários irão fornecer informações sobre os dados que necessitam de uma explicação mais detalhada e que questões abordarão as entrevistas, tanto para o professor como para os alunos, que se realizarão na etapa seguinte. Estes questionários vão ainda apoiar o processo de seleção dos alunos que serão convidados a participar numa entrevista de grupo.

Através da utilização de sistemas de provas ,o pode tornarse mais rápido e eficaz, por ser entregue instantaneamente e ao ritmo de cada aluno, permitindo-lhe compreender as suas fraquezas e lacunas no seu processo de aprendizagem e tomar medidas imediatas para as ultrapassar (Hattie & Timperley, 2007; Stobart, 2008). Além disso, estes sistemas podem corrigir, classificar e processar o de forma totalmente automática, dando ao professor mais tempo para analisar cuidadosamente o progresso de cada aluno. Entre muitas outras possibilidades, estes sistemas permitem a integração de elementos multimédia e simulações interativas (MM/SI) para enriquecer as questões e o , a criação de provas adaptáveis, bem como a partilha das questões em bases de dados que podem ser utilizadas e ampliadas por outros professores. Estes sistemas podem, assim, apresentar-se como uma

O estudo integra ainda, numa fase preliminar, a aplicação de um questionário a professores dos ensinos básico e secundário que recolherá dados acerca das suas perspetivas sobre as vantagens em utilizarem provas na avaliação formativa e, particularmente, sobre os seus efeitos na melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem por i) integrar elementos multimédia e simulações interativas e ii) fornecer imediato.

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Avaliação com propósitos formativos, provas digitais , , multimédia.

(ONG) associadas à resolução dos problemas debatidos. As metodologias de trabalho assentam no debate entre alunos, na seleção de questões sociais significativas e em respostas envolvendo as competências tecnológicas adquiridas nas aulas, potenciando a componente cívica das suas capacidades técnicas (Kellner e Kim, 2010). O trabalho desenvolvido no âmbito deste projeto, criou no autor uma necessidade de conhecer melhor a real influência da intervenção social como potenciadora de aprendizagens no domínio tecnológico e de até que ponto essa capacitação técnica é percecionada pelos estudantes como um fator de intervenção cívica ( Bencze e Carter, 2011; Roth e De'sautels 2002). As questões de investigação relacionam as motivações sociais e a aprendizagem de tecnologias:

NUNO ALBANO Área de Especialidade: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

No Curso Profissional de Técnico de Multimédia (PMUL) lecionado na Escola Secundária Marquês de Pombal (ESMP), procuramse desenvolver regularmente projetos que aproximem os alunos do seu contexto profissional futuro, sendo prioritário que os trabalhos realizados assentem em parcerias com entidades externas, desde universidades, que fornecem o enquadramento científico, até organizações de carácter social, as quais utilizam no contexto das suas atividades os materiais multimédia e audiovisuais produzidos pelos nossos alunos.

• Quais as potencialidades de um ensino de multimédia baseado em projetos de ação sociopolítica? • A utilização das TIC em projetos de cariz social contribui para o aumento da consciência cívica dos alunos? E melhora a sua competência tecnológica? • Os estudantes de multimédia adquirem a perceção que as suas capacidades tecnológicas potenciam a sua participação social?

Desde 2009, foram realizados diversos materiais multimédia, audiovisuais e gráficos, através de parcerias na área social. Posteriormente, estes produtos foram usados por esses parceiros, enquadrando-se este processo no projeto “"We Act - Promoting Collective Activism on Socio-Scientific Issues”, da Universidade de Lisboa.

• Os estudantes de multimédia desenvolvem a perceção que as suas capacidades tecnológicas são importantes para o exercício da cidadania e para a resolução democrática de problemas? Este estudo está ser desenvolvido com uma metodologia de estudo de casos múltiplos, com recolha de dados através de questionários de pré e pósteste, entrevistas individuais e . A partir de um grupo alargado de 21 alunos, pretende-se fazer uma análise do percurso dos alunos envolvidos, através de um estudo de caso geral – a turma, complementada

No âmbito deste projeto, adaptaram-se métodos de trabalho no Curso PMUL da ESMP, de forma a desenvolver um conjunto de ações em três aspetos distintos: a) discussão das questões sociais julgadas pertinentes pelos alunos; b) estimulação da participação destes na sua solução; e c) produção de materiais audiovisuais em conjugação com organizações não-governamentais 97


por uma análise particular mais aprofundada sobre os percursos de seis desses alunos numa metodologia de estudo de casos múltiplos. Adicionalmente, existirá um prólogo relativo a dois casos de alunos de multimédia que tenham concluído o curso e participado em projetos de cariz social em anos anteriores, de modo a demonstrar a motivação inicial do autor para o desenvolvimento da tese. Ativismo, multimédia, educação, cidadania.

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de formação contínua, entre outras), as aprendizagens realizadas ao longo da vida são, na sua maioria, de caráter informal, desenvolvidas em situações ou contextos informais. Com a evolução da Internet, surgem práticas de ensino paralelamente ao modelo formal de ensino presencial em classe. A utilização massiva das tecnologias digitais e as experiências de aprendizagem vividas em ambientes colocam desafios curriculares nas sociedades contemporâneas, uma vez que os ambientes virtuais de aprendizagem pressupõem alterações significativas na forma de organizar o trabalho pedagógico desenvolvido no ciberespaço. Nesses ambientes de aprendizagem, mais ou menos estruturados, mais do que um currículo formal e prescrito, mais do que intenções e planos definidos previamente, assume preponderância um currículo aberto e flexível, decorrente da ação.

Teoria e Desen volvim ento Curricular

JOANA VIANA Área de Especialidade: TEORIA E DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

Questionamo-nos, portanto, se ainda é possível falar de currículo nesses contextos e se é viável reconcetualizar o conceito de currículo. Parte-se da hipótese de que em contextos informais, desprovidos de estrutura ou orientações prévias para a aprendizagem, cada um de nós organiza o seu processo de aprendizagem, de acordo com os seus interesses, motivações, objetivos ou intenções, tomando decisões sobre o que aprender, como aprender, quando e com quem aprender, através da escolha dos recursos e das estratégias a utilizar, realizada na sua maioria no decorrer da ação, isto é, cada um constrói o seu currículo.

Apresenta-se o projeto de investigação em curso no âmbito do programa doutoral em Educação, na área de especialidade em Teoria e Desenvolvimento Curricular, que visa analisar, teórica e empiricamente, o pressuposto de um currículo que enquadra as aprendizagens realizadas em contextos informais e, nesse sentido, estudar como se caracteriza e configura esse currículo e o que o distingue do currículo formal. Nas suas diferentes definições e conceções, o currículo está, na sua esmagadora maioria, associado ao contexto escolar, à organização das aprendizagens que se promovem e realizam na escola, com caráter formal e predefinido. No entanto, é certo que o currículo não se reduz ao contexto escolar. Sabe-se hoje que independentemente de passarmos grande parte da nossa vida em contextos e situações formais de aprendizagem (escola, trabalho, ações

É com base neste pressuposto, na análise dos elementos constituintes do currículo e do impacto e mudanças que a massificação e uso das tecnologias digitais têm provocado na aprendizagem, que assenta a nossa convicção sobre a possibilidade, teórica e empírica, de um currículo que 99


enquadra as aprendizagens em contextos informais — currículo informal . Em termos metodológicos, a investigação segue uma abordagem de natureza qualitativa, complementada por dados quantitativos. Estrutura-se com base na triangulação de métodos e de técnicas para a recolha e análise de dados, nomeadamente do inquérito por questionário, da entrevista, da documentação e da análise de episódios de aprendizagem . Como principais resultados esperados, este trabalho pretende obter indicadores sobre os processos de decisão, organização e avaliação por parte dos em contextos informais e contribuir para a clarificação da conceção de . Desenvolvimento curricular, currículo, contextos informais , currículo informal, aprendizagem .

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Workshops

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HÉLIA OLIVEIRA

JOANA MATA-PEREIRA, MARISA QUARESMA, RENATA CARVALHO E SOFIA FREIRE

Com este workshop pretende-se promover uma reflexão sobre as principais potencialidades de diferentes tipos de entrevista na investigação qualitativa, assim como discutir aspetos críticos do papel do entrevistador no decurso da entrevista e do processo de análise de dados gerados nesse contexto.

Este tem por objetivos (i) introduzir o NVivo como software com potencial para apoiar a investigaçãoo qualitativa na área da Educação e (ii) habilitar os alunos para o uso NVivo em qualquer fase da sua investigação. • Breve introdução teórica sobre análise qualitativa e categorias de codificação;

Através deste workshop de natureza prática pretende-se promover: o conhecimento sobre diferentes tipos de entrevistas e os seus objetivos; a capacidade de condução de uma entrevista; o conhecimento sobre o processo de análise de dados a partir da realização de entrevistas.

• Breve introdução sobre o NVivo; • Familiarização com a estrutura geral; • Pressupostos e ferramentas de organização de dados; • Potencialidades para transcrições; • Pressupostos e ferramentas de codificação de dados;

Nesta sessão, para além da apresentação de elementos teóricos que enquadram o trabalho a realizar, serão disponibilizados para análise excertos de entrevistas transcritas e em formato digital. Nesta análise serão contempladas entrevista de tipo clínico (task-based interviews) e entrevistas de natureza aberta ou semi-aberta com um forte pendor narrativo. Através da discussão do material analisado procurar-se-á sistematizar um conjunto de orientações para a utilização deste método de recolha de dados em estudos qualitativos.

• Ferramentas de análise de dados. O workshop terá uma natureza predominantemente prática, onde a familiarização e experimentação do software são centrais. NVivo: o workshop será realizado na sala 8, que se encontra equipada com computadores com o software. Outros materiais de apoio: os restantes materiais de apoio ao serão disponibilizados no próprio dia.

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• Análise de: a) exemplos reais de propostas enviadas a revistas científicas; b) comentários dos avaliadores; e c) cartas de reposta dos autores.

PEDRO REIS

O Workshop “Publicação em Revistas Científicas” propõe um conjunto de discussões e de atividades práticas centradas na seleção de revistas, nas diferentes fases de planeamento e redação de um artigo científico, em estratégias para evitar plágio, em sugestões para a construção de diferentes secções de um artigo desta natureza, no processo de submissão e avaliação de artigos científicos e nas formas de atuar perante as avaliações dos revisores.

GUILHERMINA LOBATO MIRANDA E PEDRO BRÁS

• Abordar o problema da medida em Ciências Sociais e Humanas • Compreender a relação entre o que é realmente medido (as variáveis) e o que desejamos medir, os construtos ou variáveis latentes

• Capacitar os participantes para a seleção estratégica de revistas científicas para publicação;

• Saber responder à questão de quando se deve optar pelo uso de um questionário

• Promover a construção de conhecimentos sobre os requisitos necessários à construção de cada uma das secções de um artigo científico;

• Perceber como se constrói um questionário de raiz • Saber como se adapta um questionário já existente

• Esclarecer os participantes sobre as diferentes fases inerentes à submissão e avaliação de artigos científicos.

• Determinar as características psicométricas de um questionário: sensibilidade, validade e fiabilidade

• Utilização de bases bibliográficas online para a seleção estratégica de revistas científicas.

O workshop tem uma vertente concetual e outra prática.

• Análise e discussão de eventuais situações de plágio a partir de exemplos práticos.

Depois de uma breve apresentação dos principais conceitos, i.e., do quadro de referência, os participantes terão 105


oportunidade de levantar questões e de trabalhar com uma base de dados em PASW (SPSS versão 22.0) para determinar as características psicométricas de um questionário.

Segundo Riege (2003),existem várias formas de ultrapassar algumas das limitações apontadas ao estudo de caso, no que concerne à sua validade e fiabilidade, o que aumenta a sua credibilidade e potencial de utilização, nas mais diversas áreas, conjugando metodologias quantitativas com qualitativas, recorrendo ou não, a softwares específicos de análise.

Embora o workshop se realize numa sala de computadores, aconselham-se os participantes a trazerem os seus portáteis com o SPSS (versão 22.0) e o AMOS instalados.

Este tem como objetivo geral a reflexão crítica sobre a construção de teoria a partir do estudo de caso.

Introduzir o estudo de caso como estratégia de investigação na área da Educação, com especial enfoque nas perspetivas de Yin (2013) e Eisenheardt (1989); Caracterizar os diferentes tipos de estudos de caso; Caracterizar o processo de construção de teoria a partir do estudo de caso (adaptado de Eisenheardt, 1989); Caracterizar diferentes estratégias para assegurar a validade e fiabilidade dos estudos de caso; Identificar softwares específicos que poderão ser úteis neste âmbito; Analisar e discutir diferentes exemplos de estudos de caso.

ANA NAIA

Como estratégia de investigação, o estudo de caso é utilizado em várias situações e em várias áreas, contribuindo para o conhecimento de fenómenos individuais, de grupo, organizacionais, sociais e políticos (Eisenheardt, 1989; Yin, 2013), permitindo aos investigadores reter as características significativas e holísticas dos acontecimentos da vida real. Por outro lado Yin (2013) ainda refere que os estudos de caso envolvem dados quantitativos ou qualitativos, ou ambos, e quando o estudo de caso envolve a análise de mais do que um caso, estamos na presença de um estudo de caso múltiplo, aumentando a robustez e sustentabilidade da investigação. Cada vez mais se recorre a esta estratégia de investigação pelo fato de permitir uma abordagem holística e aprofundada da realidade.

O terá uma natureza teórico-prática, onde numa fase inicial se privilegiará a introdução teórica de alguns conceitos e posteriormente uma fase mais prática de análise e discussão de diferentes tipos de estudos de caso.

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O workshop terá uma natureza teórico-prática, no qual, numa fase inicial, se privilegiará a introdução teórica de alguns conceitos e, posteriormente, numa fase mais prática, a discussão de estudos em desenvolvimento pelos participantes a partir de diferentes níveis de análise (macro, mesmo e micro). .

PAULA GUIMARÃES E ANA BRUNO

Este workshop assenta na ideia de que as práticas estão situadas na estrutura social, estando condicionadas por esta, mas beneficiam da ação dos diversos sujeitos e organizações e por isso também dependem das características desta intervenção. Assim sendo, toda a ação social envolve sempre algo de novo, não podendo deixar de ser considerada a continuidade com o passado que ela inclui. A partir de contribuições que destacam a estrutura e a agência, a análise de objetos de estudo como as políticas educativas públicas revela diferentes níveis de complexidade e ganha novos contornos no que remete, por exemplo, para os significados que um programa e/ou uma medida pode/m envolver por entre atores educativos diversos, situados em contextos de decisão e de ação aos níveis macro, meso ou micro.

• apresentar a análise de objetos de estudo como as políticas educativas públicas a partir de diferentes níveis (macro, meso e micro); • discutir estudos realizados a partir de diferentes níveis de análise (macro, mesmo e micro).

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