Análise e Avaliação de uma Unidade Curricular

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UCDB - UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO Instituição Salesiana de Educação Superior em colaboração com o PORTAL EDUCAÇÃO, LDA

Análise e Avaliação de Unidade Escolar Ilda Maria de Oliveira Costa Silvério, RA: 812069

2014

CAMPO GRANDE MATO GROSSO DO SUL - MS


Universidade do Algarve

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História das Artes Visuais I

Prof. Doutor Francisco Manuel de Almeida Correia Teixeira

DESCRIÇÃO: No âmbito de uma licenciatura em Artes Visuais, uma primeira disciplina de História das Artes Visuais permite estudar as manifestaçġes artísticas do homem, no mundo Ocidental, desde o período de estudo da época que se convencionou chamar a Idade Média até ao fim da Época Moderna. Da vasta criação artística, destes séculos, analisam-se nesta unidade curricular as duas realidades artísticas correspondendo ao Românico e ao Gótico, continuando o estudo, num segundo momento, pela complexa realidade artística do Renascimento. Por fim, colocam-se em destaque as grandes questões levantadas pela Arte Barroca, exemplo paradigmático dos problemas que a religião, a sensibilidade e o gosto, bem como a encomenda, colocam à produção artística.

OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS: O aluno deve compreender a existência, nas diferentes manifestações artísticas, da capacidade expressiva e simbólica da arte, mesmo em sociedades em que a cultura material é bastante simples e a cultura escrita limitada. O aluno deve desenvolver a capacidade de avaliar a importância do espaço para a realização de programas de imagens. Pretende-se que desenvolva a capacidade de analisar imagens e objectos em diferentes suportes, compreendendo-os à luz da diversidade social da encomenda e da multiplicidade de públicos


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: PROGRAMA 1. Introdução 1.1. A Arte Paleocristã 1.2. A abordagem das Artes Visuais da época Medieval e Moderna. 2. A Arte Românica 2.1. Os começos da escultura monumental; tipologias do trabalho escultórico. 2.2. A evolução da arte do marfim e dos metais preciosos. 2.3. As artes da cor: pinturas murais, iluminura e têxtil. 3. A Arte Gótica 3.1. Geografia e cronologia: o estilo gótico e a primeira escultura gótica. 3.2. A produção escultórica: modelos, valores e encomendas. 3.3. A pintura: as tradiçġes e a originalidade de Itália. 4. A Arte do Renascimento e o Maneirismo 4.1. O modelo clássico: formas, funçġes e significados. 4.2. O sistema de representação flamengo e um novo sistema figurativo. 4.3. Florença e a escultura renascentista. 4.4.O Maneirismo e a crise do Renascimento. 5. A Arte Barroca 5.1. A arquitectura e a cidade barroca. 5.2. A retórica das imagens. 5.3. Os géneros na pintura. 6. Empreendedorismo


APRECIAÇÃO As pessoas envolvidas a que me refiro neste trabalho eram e acredito que ainda sejam, alunos do primeiro ano da licenciatura do Curso de Artes Visuais da FCHS – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve em Portugal, e reporta-se ao ano de 2009 em que eu também frequentei essa disciplina. No planejamentoii da disciplina, deve ser dado ênfase a qual tipo de informação histórica é privilegiada pelos alunos usando por exemplo, a Internet na resolução de tarefas de natureza explicativa, interpretativa e de apreciação estética ou por outro lado a fazer intervenções livremente no espaço/tempo da aula expositiva? Mas como será isso possível quando um professor impõe uma disciplina rigorosa expositiva e interfere no modo como o aluno se veste e até no simples fato de uma aluna ou aluno usar gorro ou boné da cabeça, sendo que é imediatamente “convidado” a tirar o mesmo, caso contrário terá que se retirar da aula? (sem comentários…) Observei que os alunos privilegiavam a expressão de sentimentos ou emoções suscitadas pelas obras que estudavam e o impacto causado por elas, acentuando o diálogo com as obras, permitindo que fossem produzidas apreciações estéticas simultaneamente mais detalhadas e mais divergentes, criando diálogos com as obras mais apreciadas, tentando estabelecer relações entre as emoções, crenças, ideias, o quotidiano pessoal, profissional, social do artista ou na interpretação de conceitos, metáforas e símbolos presentes na obra. Ao contrário, quando os alunos não gostavam de uma obra, limitavam o seu diálogo com a obra e com o seu autor. Nos trabalhos que eram escolhidos pelos alunos para a análise e estudo de obra ou autor, a apresentar no final do semestre, os alunos faziam a descrição da obra ou obras, focalizando em um ou outro aspeto específico.


O tempo que cada aluno dispunha para apresentação do seu trabalho, no fim do semestre, era de pouco mais de quinze minutos, o que inviabilizava todo o processo de transmissão de conhecimento de uns e de aprendizagem de outros, porque o tempo disponibilizado para a apresentação de todos os trabalhos dos alunos, reduzia-se a uma ou duas aulas de duas horas, no máximo, sendo que a turma teria aproximadamente 40 alunos.

AVALIAÇÃO Após esta apresentação parcelada de alguns dos meus pontos de vista posso apresentar algumas conclusões para o debate sobre o papel desta disciplina na formação de uma literacia artística que permita aos alunos o desencadear de uma permanente interação da história da arte com os objetos artísticos nos quais, no decurso do tempo, se foram materializando as sucessivas formas de entender e questionar o mundo. A presença reduzida de enunciados de tipo interpretativo mostra que existe ainda um caminho a percorrer, pois é defendido que uma obra gera múltiplos significados oriundos dos criadores, dos seus contemporâneos e os sujeitos fruidores que neste caso, são os alunos. Os resultados obtidos evidenciaram que os alunos foram capazes de analisar cada obra no seu tempo e espaço histórico e cultural, fato a que não é estranho o tipo de abordagem didática que o professor privilegiava, que se traduzia predominantemente numa contextualização histórica mais factual do que na valorização dos modos de pensar e agir das épocas onde os artistas e as obras se inserem. Suponho que existiu falta de indagação sobre as principais dificuldades que os alunos encontraram na construção das suas aprendizagens, nessa disciplina. Ainda senti que havia uma valorização sacralizada de análise formal das obras, contextualizando-as num interminável número de estilos, escolas, etc. e isso foi acentuado no segundo semestre na disciplina de História das


Artes Visuais II, ministrada pelo professor Fernando Amaro, apesar de serem apresentados slides e explicações, as centenas de obras e artistas apresentados e a rapidez com que era feita a sua exposição em aula, conduziam

naturalmente

a

uma

dispersão

e

incapacidade

de

acompanhamento e de aprendizagem, devido, a meu ver, à valorização da quantificação o que levava a uma redução da parte qualitativa da aprendizagem. Como fui aluna de intercâmbio durante um ano na USP - Universidade de São Paulo, através da oportunidade que me foi dada com a obtenção do primeiro lugar de uma Bolsa Santander atribuída pela minha universidade, tive a oportunidade de vivenciar uma outra forma de ministrar o ensino. As aulas com didática teórica, por exemplo (ao contrário na minha universidade), tinham uma duração média de 3 a 4 horas com um intervalo a meio. Consistindo a primeira parte, de uma aula expositiva do professor e a segunda parte na apresentação de trabalhos com powerpoint pelos alunos, individualmente ou formando grupos, onde eram apresentadas propostas que estavam préviamente combinadas no início do semestre, que reforçavam a aprendizagem e discussão da matéria exposta pelo professor na primeira parte da aula. O resultado óbvio era a interação, a aprendizagem e consequente a memorização facilitada por esse método.

SUGESTÃO Concluindo sobre a importância da História da Arte Visual como disciplina indispensável para a construção de uma cidadania artística critica e pró-ativa, deve ser um espaço vivencial de situações de aprendizagem que estimulem o desenvolvimento do pensamento crítico, reflexivo e de apreciação estética que coloque

os alunos a questionar os seus

conhecimentos prévios, tácitos e estereótipos culturais.


É muito importante que o papel do professor como transmissor ou explicador de significados das obras de arte ou de artefactos da cultura visual seja adaptado a uma nova realidade atual e que para além de a considerar e exercer como uma disciplina do currículo, ela seja também um pretexto para muitos desafios emocionais, cognitivos e relacionais. Na minha perspetiva é importante perceber como se constrói o conhecimento ou seja a teoria, para que este seja efetivo e acompanhado pela prática, como atividade vinculada às práticas docentes da disciplina. iii

Na escola esse diagnóstico equivale a uma análise de todos os

processos em andamento a fim de verificar até que ponto eles são adequados para realizar as idéias que constaram no projeto pedagógico.

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http://www.fchs.ualg.pt/detalhe-curso.asp?codcurso=235&coddisciplina=1279#1279

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TAKADA Paula. Planejamento: a engrenagem da boa educação. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/planejamento-escolar-427804.shtml \Acesso em: 09 Set. 2014. iii

GANDIN, Danilo. Planejamento Participativo. Disponível em: http://danilogandin.blogspot.com.br/2011/07/planejamento-participativo.html Acesso em 09 Set. 2014.


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