Arte e Estética dos Media

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EAD – Educação à Distância Departamento de Ciências e Tecnologia Taguspark Campus Edificio Inovação I 2740-122 PORTO SALVO

MEGA – MESTRADO EM EXPRESSÃO GRÁFICA E AUDIOVISUAL

Arte e Estética dos Media Docente: Professor José Bidarra

TAREFA 1 Ponderação sobre a ideia de modernidade Seu relacionamento com a Revolução Industrial e início da Cultura de Massas “O Homem da Multidão “de Edgar Allan Poe e “A Rebelião das Massas" de José Ortega y Gasset

ILDA MARIA DE OLIVEIRA COSTA SILVÉRIO


Aluna Nº 1303009 Novembro de 2013

“Tudo o que vemos ou parecemos Não passa de um sonho dentro de um sonho.” ―Edgar Allan Poe1 1 Frases - http://kdfrases.com

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INTRODUÇÃO

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2 http://4.bp.blogspot.com/-iPLS_wEhZBg/Uho_GyiK85I/AAAAAAAALbo/e84-KimiVEU/s1600/0.png, (13/11/2013)

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Em primeiro proponho-me ponderar resumidamente sobre duas temáticas, ou porque não dizer sobre dois conceitos: -A Revolução Industrial e a Cultura de Massas.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL No Portal de Formação Intermediária/História/A Revolução Industrial3 lê-se que a Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII e expandiuse pelo mundo a partir do século XIX. Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações internacionais e relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos. Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente. Provocou mudanças profundas nos centros urbanos. O êxodo rural e a consequente explosão demográfica das cidades associados à expansão da economia reflectiram-se em novas formas de percepção e representação desse espaço urbano, alterando drasticamente a relação dos homens com o seu trabalho, a forma de produzir as mercadorias, a relação com os espaços públicos e privados e até a relação com a própria temporalidade.

3http://pt.wikiversity.org/wiki/Portal:Forma%C3%A7%C3%A3o_Intermedi%C3%A1ria/Hist%C3%B3ria/A_Revolu %C3%A7%C3%A3o_Industrial, (13/11/2013)

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Abaixo um cartoon que ilustra com precisão o princípio da divisão técnica do trabalho, defendido por Adam Smith

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CULTURA DE MASSAS Todas as sociedades possuem a sua forma de sentir, pensar, expressar e agir, todas têm sua própria cultura. As culturas são diferentes. Nem piores nem melhores, nem superiores nem inferiores. Cultura de massas é o produto da indústria cultural das sociedades capitalistas e refere-se a aspectos superficiais de lazer, gosto artístico e vestuário. O conceito de cultura de massa pode ser definido como padrões que são compartilhados pela maioria dos indivíduos, independentemente dos rendimentos, da instrução, da ocupação, etc. A indústria cultural desenvolve constantemente novas modas e gostos, e esta cultura de massa só é viável em razão da invenção da comunicação em massa. A

explosão

demográfica

no séc.XIX, o

surgimento do

telégrafo,

fotografia e do

jornal

linguagem

híbrida

também se

as

criaram

relações entre

da

como e que o

4 http://limamf.blogspot.com.br/2013/01/1-ano-ensino-medio-exercicios.html, (13/11/2013)

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jornalismo e a literatura deram início às transformações culturais nos processos de comunicação radiofônicas e televisivas durante o sec. XX. Com os novos meios de comunicação, estas modalidades culturais ficaram sob o domínio da cultura de massa. O cinema, o rádio e a televisão, ganharam notório destaque e se dedicaram, em grande parte, a homogeneizar os padrões da cultura. Abaixo um cartoon ilustra muito bem o significado de Cultura de Massas.

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"O verdadeiro artista cria mesmo copiando.” Gustave Le Bon6 CAPÍTULO

I

Edgar

Allan

Poe

(1809 – 1849,

autor,

poeta,

editor

crítico literário

e

americano).7

Escreveu sobre

o efeito das

multidões

nova

realidade

na

5http://eltonvaletavares.blogspot.com.br/2013/09/charges-de-hoje_16.html, (13/11/2013) 6 http://kdfrases.com/autor/gustave-le-bon/3, (13/11/2013) 7 http://educacao.uol.com.br/biografias/edgar-allan-poe.jhtm, 24/11/2013

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urbana na obra “O Homem da Multidão“. 8 Ele refere que observa os transeuntes que circulam nas ruas mostrando indiferença uns para com os outros e analisa-os tipificando vários grupos sociais que formam a multidão urbana, descrevendo elementos que liguem os indivíduos, o grupo social a que pertencem, a profissão, a condição financeira, a cultura, a personalidade, a aparência, o comportamento, etc. onde nada se destaca naquela multidão: “Nada mais havia de distintivo sobre essas duas classes além do que já observei. (…) Não excitaram muito minha atenção.”9 José Ortega y Gasset (1883-1955, filósofo e escritor). Na sua obra “A Rebelião das Massas", ele debruça-se sobre as grandes transformações do séc. XX, destacando o crescimento das massas urbanas, as multidões e aglomerações, as questões relacionadas com a condição de vida das massas urbanas, da massificação da cultura e suas diversas implicações. Condena a homogeneidade e apelida o Homem que pertence à multidão anteriormente observada por Allan Poe de “homem-massa”, já que este deixou de se pensar, e passou a confundir-se na massa esquecendo-se que é mais do que isso. “Triunfa hoje sobre toda a área continental uma forma de homogeneidade (…) o homem-massa de que este volume se ocupa, um tipo de homem feito de pressa (...) é idêntico em qualquer parte da Europa.”10 Para ele o “homem-massa” encontra-se numa civilização já construída, onde apenas lhe resta usá-la, seguindo um caminho que alguém traçou por ele, deixando-se conduzir por ideais de outros, e limitando-se a agir com pressa. O “homem-massa” não tem um projecto de vida nem de sociedade, mas mesmo assim participa na vida política e pública sem qualquer esforço, que restringe o seu campo de actuação intelectual às matérias referentes à sua especialização, tendo uma visão rígida e estreita do mundo.

8 http://leituraseideiasdepcdigital.blogspot.com.br/2012/11/o-homem-da-multidao-de-edgar-allan-poe.html, 13/11/2013 9 http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/poe/index85.html, 15/11/2013 10 http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/ortega.html, 24/11/2013

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CONCLUSÃO Neste capítulo pretendo elaborar um pequeno texto com algumas ideias de modernidade e escrever algumas conclusões que podem ajudar a compreender este tema. José Ortega y Gasset, mais atual, com afinidades na obra de Edgar Allan Poe, divide a sociedade em duas classes, tratando-se de uma divisão cultural aonde se encontram exemplos de “massa” e de “minoria” na mesma classe social: a). A “massa” (que não é crítica e que vive sem o esforço de se aperfeiçoar), onde a igualdade cria uma padronização da vida humana, e o “homem-massa” pouco questiona os comportamentos e qualidades humanas; b). A “minoria” (que é cuidadosa de si mesma e responsável com seus deveres e obrigações) distinguindo-se pela integração de seres activos que adquiriram “saber” por meio da cultura e da virtude, e que estão sempre dispostos a superarem-se a si mesmos, numa permanente aprendizagem e exigentes consigo mesmos, assim constituindo o que se conhece como elite cultural. Ele realça a importância do conhecimento histórico no correto desenvolvimento de uma civilização, onde sejam integradas as lições do passado, evitando erros no futuro. O “homem-massa” precisando alargar seu pensamento, seus princípios, metas e ideais. O ser humano a crescer intelectualmente, a desenvolver-se, encontrar-se e questionar-se por forma a adquirir um conhecimento estruturado, precisando interagir com os outros através da educação e da cultura pois na atualidade a técnica faz parte do dia-a-dia e o ensino é orientado em constante desenvolvimento científico e tecnológico. Ortega y Gasset não é contra o desenvolvimento da técnica mas crítica a forma como as pessoas vivem com a técnica, e realçando a necessidade de uma educação que promova uma sensibilidade para com o destino da ciência, da civilização, dos deveres históricos e que aprofunde as questões relacionadas com o sentido da vida, que aponte soluções para os problemas que as circunstâncias da vida possam apresentar. Uma formação que incentive e promova uma intervenção activa e consciente na sociedade e que realce as melhores qualidades intrínsecas de cada um.

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Na sua obra “A Rebelião das Massas" ele alerta o homem a tomar consciência da sua condição de “massa” e incentiva-o a um caminho de reflexão e construção de uma vida singular. Valorizar a cultura no quadro da sociedade contemporânea, compreender a transdisciplinaridade da Arte e dos Media permitindo o desenvolvimento do espírito de análise, síntese e avaliação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARGAN, Jiulio, “Arte Moderna”, PDF, http://www.tectonny.com/4shared/arte-moderna-giuliocarlo-argan, 13/ 11/ 2013

GASSET, José Artega y, “ A Rebelião das Massas”, www.jahr.org, 2005 http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/ortega.htm

BOM, Gustave Le, “As opiniões e as crenças”, PDF, 2005, http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/lebon.html

POE, Edgar Allan, “O Homem da Multidão“, UFRGS, 2000, http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/poe/index85.html, 13/ 11/ 2013

VIGOTSKI, L.S. “A formação social da mente”. Trad. José Cipolla, Luís Silveira, Solange Castro, São Paulo, Martins Fontes, 2000.

http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/pesquisador-conhecimento423330.shtml, José Ortega Y Gasset - Um pesquisador do conhecimento, 18/ 11/ 2013 9


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