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JULHO DE 2019. ANO X. NÚMERO 39
Arrocha
JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISMO DA UFMA, CAMPUS DE IMPERATRIZ
Cidades
que foram
Imperatriz ° Açailândia p.5 Cidelândia p.12 ° São Franscisco do Brejão p.13 °
° João Lisboa p.4 ° Senador La Roque p.14
° Davinópolis p.6 ° Governador Edison Lobão p.7
Imperatriz unida p.3
FOTO: TÁYRON SILVA
° Ribamar Fiquene p.8
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EDITORIAL
Charge
“Cidade recortada”
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ameleira, Ribeirãozinho, Sumaúma, Mucuíba, Entroncamento da Cida, Vila Davi. Estas e outras tantas denominações já foram alcunhas oficiais ou ainda são nomes alternativos para os municípios de João Lisboa, Governador Edson Lobão, Ribamar Fiquene, Senador La Roque, Cidelândia e Davinópolis. Árvores, pontos geográficos, marcos de desenvolvimento econômico, ou simplesmente nomes de políticos, alguns ainda vivos, estas localidades, acrescidas de outras, como Açailândia, São Francisco do Brejão e Montes Altos, têm como ponto comum terem feito parte, até recentemente, em termos históricos, do território de uma Imperatriz unificada, espraiada e vasta, como pode ser conferido no mapa abaixo. O desafio dos repórteres do Arrocha nesta edição especial, “Cidades que foram Imperatriz”, foi justamente o de tentar decifrar como está a situação atual desses municípios, que foram sendo emancipados, gradativa-
LORENA SILVA
mente, desde os anos 1950 até os anos 1990. Como é tradição no Arrocha, aqui interessa menos ouvir prefeitos, secretários, vereadores ou mergulhar em dados aprofundados e complexos de economia. Os repórteres partiram a campo decididos a desvendar como as pessoas comuns, do povo, pensam essas localidades, esses territórios culturais. E refletir, ainda, pela voz da memória dos mais antigos, como era viver em uma Imperatriz unificada, com vasta zona rural, lá nos idos dos anos 1970. Territórios e suas divisões, já nos ensinam os geógrafos, são abstrações culturais e surgem de determinações políticas bem claras, que podem ser resultado de um pedido legítimo da própria população ou mesmo de uma decisão mais centralizada. Mas basta separar para se tornar um novo município? Que relações persistem? Como os habitantes definem suas cidades? Estas foram perguntas que formaram a base para esta edição. Boa leitura.
Mapa das cidades que foram Imperatriz RUBEM RODRIGUES
Devido à distância e à dificuldade de transporte, algumas cidades não puderam ser visitadas pelos jornalistas do Jornal Arrocha. Foram elas: São Pedro da Água Branca, Vila Nova dos Martírios, Buritirana, Montes Altos e Lajeado Novo.
Expediente
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Publicação laboratorial interdiciplinar do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). As informações aqui contidas não representam a opinião da Universidade.
Jornal Arrocha. Ano X. Número 39. Julho de 2019 Reitora - Prof. Dra. Nair Portela | Diretor do Campus de Imperatriz - Prof. Dr. Daniel Duarte | Coordenador do Curso de Jornalismo - Prof. MSc. Carlos Alberto Claudino.
Professores: Dr, Alexandre Maciel (Jornalismo Impresso); Dr. Marcus Túlio Lavarda (Fotojornalismo), Dr. Marco Antônio Gehlen (Programação Visual) e Dr Marcos Fábio Belo Matos (Revisão)
Acessível em: imperatriznoticias.ufma.br
Alunos de Linguagem e Programação Visual
Alunos de Jornalismo Impresso e Fotojornalismo
Estagiário: Ilberty de Oliveira
Anna Luiza, Carlos Antonio, Eula Rebeca, Francisco Monteiro, Isabela De Oliveira, Joao Gabriel, Joao Pedro Kananda Araujo, Licia Gomes, Luana Araujo, Marcelo Oliveira, Nathielly Maria e Wanderson Rodrigues.
Antonio Rennan, Carlúcio Barbosa, Daniel Vasconcelos, Déborah Costa, Gabriella Figueiredo, Hérika de Almeida, Hugo Oliveira, Layana Barbosa, Lani Sousa, Maria Francineide, Mariana Muniz, Michely Alves, Nandara Melo, Rubem Rodrigues, Rutielle Barrozo e Tayron Silva.
Capa: Ilberty de Oliveira
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IMPERATRIZ UNIDA Ocupando 4,01% da área total do estado do Maranhão entre as décadas de 1970 e 1990, a divisão territorial do município provocou múltiplas mudanças políticas, econômicas e sociais
Separação dos municípios marca Imperatriz MICHELY ALVES MICHELY ALVES
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ara muitos, pode ser surpresa. Imperatriz, no ano de 1980, tinha um total de 13.352 km² de área. Após a emancipação de alguns municípios, como João Lisboa e Açailândia, foi reduzida para 6.075,1 km². E, a partir da metade da década de 1990, com a desintegração dos municípios de Cidelândia, Davinópolis, Governador Edson Lobão, São Pedro D’água Branca, Vila Nova dos Martírios e São Francisco do Brejão, Imperatriz passou a contar, hoje, com uma área aproximada de apenas 1.369 km². Quando os municípios mencionados ainda faziam parte do seu território, Imperatriz detinha em torno de 4,01% da área do estado, integrando-a demograficamente como a cidade da “modernização” econômica, devido a um expressivo crescimento na década de 1970. Já a partir de 1960, com os rendimentos de ciclos econômicos, como o de exploração de madeira e com a abertura e extensão da Rodovia BR-010 (Belém-Brasília), a cidade já se projetava economicamente. Como abastecedora de serviços e produtos para a região Tocantina, intensificou o processo de urbanização e migração. “Tem que trabalhar!” Essa é a frase mais mencionada por alguns dos moradores que residem desde a década de 1970 em Imperatriz. Na tentativa de ganhar um pouco mais de conforto e a busca incansável por emprego e estabilidade financeira, muitas pessoas que deixaram suas moradias para encontrar-se na cidade se depararam com a impulsão da economia local. Migrações - Nos anos de 1970, Imperatriz, ainda em transição econômica, recebia por dia cerca de 120 migrantes, tudo isso devido ao desenvolvimento simultâneo dos fluxos econômicos e o crescimento produtivo do mercado. Além de
Desde a década de 1970, a igreja de Fátima, uma das mais antigas da cidade, já era um dos principais palcos para os diversos encontros festivos de uma Imperatriz ainda unificada
contar com uma expansão territrial estratégica para conduzir boa parte dos aspectos socioeconômicos. A cidade crescia, mas faltava funcionalidade na administração pública da região. A união entre os municípios marcava um período promovido pela via extrativista, violência social no campo e busca de poder por parte das famílias mais abastadas. É o que conta o ex-serralheiro José Augusto Silva Neto, 73 anos: “Imperatriz foi para muitas pessoas um local de sobrevivência, principalmente no período da madeira e do ouro”. Ele afirma que o crescimento econômico proporcionado pelos garimpos influenciava a economia regional e MICHELY ALVES
Sebastiana Lima: “Cidade era marcada por três condutas: economia, política e religião”
resultou em constantes brigas de poder e alterações de povoados. Nessa época, seu José ainda morava na Vila Riacho Açailândia, como era conhecido o hoje município de Açailândia. Trabalhava dia e noite na região, com produtos feitos de metal, em um ponto que, na atualidade, é um dos maiores comércios siderúrgicos por conta da Estrada de Ferro Carajás
“Imperatriz foi para muitas pessoas um local de sobrevivência”
Obstáculos - Depois de escolher seguir a vida em outra cidade e ter recebido poucas oportunidades quando mais jovem, sair de Picos no Piauí atrás de emprego foi a decisão mais inesperada enfrentada pela aposentada Sebastiana Lima, 78 anos. Chegando em Imperatriz, em 1978, sem nada em vista, Sebastiana relata que o sistema de sobrevivência era regido por parte dos comércios, dos quais geralmente os próprios políticos da região eram donos. Foi em uma manhã de quinta-feira, do ano de 1994, às 8h10, que Sebastiana recebeu a notícia de que dois bairros da região iriam ser desmembrados do município de Imperatriz. “Bateu um desespero!” O bairro Vila Davi e Ribeirãozinho, separados no dia 10 de novembro de 1994, eram locais onde dona Sebastiana vendia comida para completar a renda e sustentar os cinco filhos, sozinha. Com o desligamento, a mobilidade iria ficar mais cara.
Sebastiana conta que, naquela época, o município de Imperatriz era movido por migrantes trabalhadores. Em todo lugar e em todos os momentos, as histórias eram as mesmas – a falta de emprego no resto do país e a luta por sobrevivência no interior do Maranhão. “Se me perguntar o que marcou Imperatriz em um período que ainda boa parte das regiões vizinhas estava presente, te direi que a cidade era marcada por três condutas: economia, política e religião”, ressalta Sebastiana Lima. A união entre as cidades,
que até então faziam parte da mesma localidade, ocasionava um processo de urbanização conturbado, devido à falta de traquejo dos poderes públicos para lidar com o crescimento populacional. Não é à toa que boa parte dos municípios que compunham Imperatriz foram batizados com nomes de políticos, como analisa o geógrafo e pesquisador Jailson de Macedo. “A divisão é pensada por agentes políticos, a população não é ouvida. Sempre com sentido hierárquico, complicando as alianças, por não dialogar os problemas”.
Violência ainda permanece na memória MICHELY ALVES
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arcada por acontecimentos históricos, tanto de vínculo religioso quanto de alta marginalidade, Imperatriz foi considerada a “Capital da pistolagem” entre os anos 1970 e 1990. Sendo fundada pelo Frei Manoel Procópio em 1852, a lutas de terras contribuíram, anos mais tarde, para os inúmeros casos de bandidagem e divergências políticas. Mesmo em meio à tanta violência, há espaço para o amor. Entre conversas paralelas, cafés em copos de cerâmica e reunião na porta de casa com os vizinhos, nasceu a paixão de Clara Macedo Ferreira e Francisco Neto Ferreira. Ele gosta de ser chamado de Chico pela brevidade das palavras. Casados há 30 anos, compartilham uma vastidão de histórias que marcaram a religiosidade e um dos momentos mais tristes de Imperatriz, que perdeu importantes figuras políticas e religiosas, por conta dos
crimes relacionados à pistolagem. Chico lembra que Imperatriz, nas décadas de 1970 e 1980, fez muitas vítimas e, a seu ver, este foi um dos motivos da separação das demais regiões. “Era angustiante acordar cedo, jogar milho para as galinhas e, a caminho do trabalho, encontrar um corpo jogado nas esquinas. Encontrei três corpos à luz do dia”. Em referência ao padre Josimo Tavares, assassinado no dia 10 de maio de 1986, Chico acredita que se trata da pior morte que pode recordar. “Ele lutava pelos nossos direitos, os de lavradores, muito triste mesmo”, lamentou o aposentando e ex-agricultor. Conhecida pelos habitantes, principalmente os mais antigos, como Farra Velha, a região que abrigava muitos bordéis costumava reunir garimpeiros de Serra Pelada e também alimentou a fama da violência. Alguns antigos moradores se atrevem a comentar que um dos donos tinha ligação com a pistolagem e utilizava o local para esconder os crimes.
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JOÃO LISBOA Apesar do crescente desenvolvimento após sua emancipação no ano de 1961, João Lisboa, com seus mais de 20 mil habitantes, ainda apresenta resquícios do antigo vínculo com Imperatriz
“Gameleira” em busca de desenvolvimento DÉBORAH COSTA DÉBORAH COSTA
“E
ra tudo sossegado”, lembra a dona de casa Balbina Diniz de Sousa, com 82 anos de idade, moradora da cidade de João Lisboa. O município, conhecido antigamente como Gameleira, foi criado no dia 15 de dezembro de 1961. Denominada desta forma após a chegada de Joaquim Alves da Silva, no ano de 1925, naquela época havia muito mato para caça, e muitos moradores de Imperatriz vinham até o povoado com esse intuito. Balbina conta que, para chegar de uma residência à outra, era necessário caminhar por quase um quilômetro. “E as casas eram todas de palha e as portas de esteiras de tábua”, lembra a aposentada. Outra moradora da cidade, Raimunda Silva Santos, 77 anos, conhecida como Dona Mundica, recorda-se de que o povoado era conhecido pelo nome de Gameleira, porque onde hoje é a praça da cidade havia uma árvore enorme desta espécie. “Cheguei aqui em 1973, e só tinha uma rua principal, que hoje é a avenida Imperatriz. Depois foi crescendo e aumentando aos poucos”. Para se chegar à cidade naquela época, era necessário ir de cavalo, pois o transporte de ônibus ou carro era mais difícil. O mercado municipal ficava centralizado, bem na rua principal, e todo sábaado a concentração era na feira, que reunia pessoas de vários assentamentos e povoados para troca e venda das mercadorias.
Grande movimentação na avenida Imperatriz, principal rua do município de João Lisboa
“Só tinha uma rua principal, que hoje é a avenida Imperatriz. Depois foi crescendo e aumentando aos poucos” Atualidade - O nome é uma homenagem a João Francisco Lisboa, escritor, jornalista e historiador brasileiro. Hoje, de acordo com o Estatuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada da cidade de João Lisboa é de 23.696 habitantes.
DÉBORAH COSTA
A rua central do município continua sendo a mesma desde quando foi fundada, e ela se divide em três nomes de avenida: Simplício Moreira, Imperatriz e Pedro Neiva de Santana. De acordo com alguns moradores, a região vem se desenvolvendo, conquistando mais espaços e mobilizando as pessoas com as conquistas diárias de cada morador. “Eu acredito que a cidade está se desenvolvendo. Se olharmos para as bordas da cidade veremos muitas casas novas e conjuntos habitacionais”, aponta Jeremy Guimarães, de 22 anos, filho de João Lisboa.
menta muito o setor econômico. “Tem muitas lojas, e isto já ajuda no sentido de empregar pessoas”, confirma o funcionário público. Cultura - Há tempos as festividades da cidade eram diferentes das de hoje. Dona Balbina Diniz, que vivenciou aquela época, lembra que elas eram anuais. “Era diferente de agora, era festa boa, de casamento, muitos convidados”. Hoje, muita coisa mudou. As festas populares anualmente são realizadas ou pela prefeitura ou pelas instituições religiosas, sendo as mais conhecidas: Lava Prato, Festejo da Matriz, Festa Junina e Bumba Meu Boi. E não se esquecendo do aniversário da cidade, comemorado dia 22 de dezembro, que costuma atrair, além da população de João Lisboa, várias pessoas de cidades vizinhas. DÉBORAH COSTA
Forte comércio do município de João Lisboa serve de combustível para a economia local
Ligação com Imperatriz ainda é um fator considerável DÉBORAH COSTA
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Todos os dias, várias pessoas precisam se deslocar de João Lisboa até a cidade de Imperatriz
Com um território de 1.135,211 km², de acordo com IBGE, João Lisboa tem sua concentração de pessoas durante o dia na avenida principal, e é nela que se encontra o maior número de lojas, farmácias, pontos de ônibus que acabam, assim, movimentando a economia. Segundo o IBGE, a fonte de renda está no comércio, agricultura e pecuária. No caso da feira da cidade, é necessário que os feirantes se dirijam ao município vizinho para mantê-la. “A gente sempre precisa ir até Imperatriz, pois a mercadoria não para aqui. Lá é o coração da cidade”, relata o lavrador José Nonato Gomes da Silva. O morador José Sousa Silva Sobrinho, 55 anos, também confirma que a cidade depende muito da prefeitura. Porém, ressalta que é o comércio que movi-
município de João Lisboa fica a 12 km de Imperatriz e sua emancipação aconteceu seis dias após a sua criação, no dia 22 de dezembro de 1961. Como João Lisboa sempre foi muito próxima a Imperatriz, muitas pessoas buscavam ir a esta cidade para fazer compras e resolver demandas. Lucas Gonçalo é morador de João Lisboa há 10 anos e trabalha em Imperatriz. Segundo ele, o município em que mora, por mais que tenha se desenvolvido nos últimos anos, ainda precisa de muito tempo para se tornar totalmente independente. “Muitas pessoas aqui ainda dependem de Imperatriz para trabalhar. Muitas vão e voltam todos os dias. A maioria faz compras lá, e acredito que ainda vai demorar em ter essa independência”, afirma o estudante de contabilidade. Uma outra questão da dependência de João Lisboa está ligada
ao entretenimento da cidade. Nos finais de semana, a busca por um lugar para sair com os amigos acaba se tornando monótona. É o que diz o estudante Lucas Gonçalo: “Aqui é bem pequeno nessa questão de entretenimento. A gente vai pra igreja quase todo domingo e também a galera se reúne para ir a Imperatriz, comer, ir à Beira Rio ou pizzaria”. Outro fator interligado é a questão da saúde, já que as pessoas que precisam de algo mais específico para realização de exames, consultas e até mesmo parto, também precisam se dirigir a Imperatriz, como conta o estudante de doutorado Tarcisio Ribeiro de 26 anos. “Ainda depende uns 40% de Imperatriz. Aqui é muito pacato. Tudo ainda é dispendioso, até para a mulher ganhar. Creio que de 10 mulheres que ganham bebê, oito ganham em Imperatriz”. O músico José da Cruz Rodrigues, que vive há 46 anos na cidade, afirma que no município
ainda não houve mudanças significativas que pudessem representar um fator importante para que João Lisboa fosse considerada como tal, devido à sua forte dependência econômica para com a cidade-mãe. “Sempre dependeu e não mudou nada. João Lisboa, na verdade, deveria ser um bairro de Imperatriz. Não uma cidade desligada. A verdade é essa. Todas as pessoas daqui, a não ser as que fazem parte do meio político, ou as que conseguem emprego, trabalham em Imperatriz ou fora do Maranhão. Ou seja, João Lisboa, queira ou não, se tornou um bairro de Imperatriz”, afirma Rodrigues. No entanto, é notável que as mudanças aconteçam na cidade diariamente, como relata uma das moradoras mais antigas. “Melhorou um pouco, porque hoje já tem mais movimento, mais comércio, mais moradores. Antigamente vivia da roça, da lavoura. Hoje não, tem um emprego aqui, uma loja ali, facilitou mais”.
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AÇAILÂNDIA Antes promissora no setor industrial, atualmente a cidade convive com alta taxa de desemprego, com o descaso por parte do poder público e com a falta de investimento do setor privado
Município da criação, projeção e regressão CARLÚCIO BARBOSA
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esmembrado há 37 anos, em 6 de junho de 1981, o município de Açailândia, também conhecido como Cidade do Aço e Cidade Progresso, vivenciou uma alavancada econômica em virtude de conseguir aglomerar vários fatores que influenciaram no desenvolvimento da cidade, mas nos últimos anos vem sofrendo o revés da crise econômica nacional. De 2001 a 2008, Açailândia se tornou o terceiro produto interno bruto (PIB) do Maranhão e passou a ocupar o posto de terceira cidade mais CA
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Bairro de Açailândia mostra um pouco da cidade
rica e próspera do estado. A cidade é estrategicamente localizada, com uma área de 5.806,44 km2 e distante 67 km de Imperatriz e 565,998 km da capital do estado. É cortada por duas rodovias, a BR-010 e BR-222, além de duas ferrovias: a Estrada de Ferro Carajás, onde se localiza uma estação para embarque e desembarque de passageiros e a Norte Sul, que liga estas regiões do país. Ambas têm um papel importante de fazer o escoamento da produção do minério de ferro do polo industrial de ferro gusa, localizado em Pequiá. Neste local, também se encontra a empresa multinacional Vale.
“Fazia era escolher a empresa de ferro gusa que queria trabalhar”
Com potencial de crescimento por vários fatores, como um dos maiores rebanhos de gado, comércio e serviços, Açailândia ficou conhecida nacionalmente
CARLÚCIO BARBOSA
Marcas do tempo de vila ainda permanecem presentes em Açailândia, mesmo com o progresso
como umas das “metrópoles do futuro” e foi até matéria jornalística na Revista Veja, em 2010, por ser expressiva exportadora de ferro gusa. Nesse sentido, chegou a empregar seis mil trabalhadores nas cinco indústrias desse gênero que se instalaram na cidade. O resultado foi desenvolvimento econômico e social para a região, que há pouco tempo era só uma vila de Imperatriz. O soldador Henrique Albuquerque
de Oliveira, de 35 anos, que hoje se encontra desempregado, conta que no período da expansão do emprego, “fazia era escolher” a empresa de ferro gusa que queria trabalhar, de acordo com a remuneração e horário. Crescimento - Açailândia conseguiu obter um patamar de crescimento sustentável na ordem de 23% em sete anos e se tornou uma cidade de oportunidades em várias áre-
Festas alcançaram renome nacional
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Serviço público de saúde: longa espera
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A tradicional Expo Açailândia é voltada para os pequenos, médios e grandes produtores
Outros carnavais - Na temporada da fartura, dos meados dos anos 1990 até o final de 2013, Açailândia esteve no circuito dos carnavais fora de época como a maior festividade deste tipo da região Tocantina. Denominada Açaí Folia, a festa, que não existe mais, durava três dias da semana, sexta-feira, sábado e domingo, e ocorria no início de junho, perto do aniversário de emancipação da cidade. O evento chegou a reunir 40 mil pessoas por noite, de vários lugares do Brasil, para conferir atrações como os blocos Leva Eu e Sede Zero. A ambulante Maria de Sousa, 48 anos, doméstica, moradora do bairro Jardim de Alá, que nessa época se transformava em vendedora de cerveja e similares, relata que, no período dos três dias de folia, conseguia faturar o equivalente a R$ 1,5 mil por dia, que considerava uma boa renda extra para o sustento de sua família.
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tualmente, em sua conjuntura, Açailândia vive um descaso devido à crise econômica que se prolonga desde 2008 no mundo e também no Brasil. Assim, sem a presença efetiva de políticas públicas municipais, estaduais ou federais que possam ajudar a melhorar a vida do morador da cidade, o progresso já não é mais o mesmo. O desemprego aumentou devido às três industrias de ferro gusa que fecharam as portas, uma em 2010 e outras duas em 2017. Desde então, a economia anda estagnada, sem perspectiva de crescimento no médio e longo prazo. E, nesse meio tempo, a população de 111.757 mil habitantes, segundo dados do IBGE, anda apreensiva com o caos desse momento. Açailândia ainda depende de Imperatriz, por exemplo, para alguns serviços básicos, como a saúde. Mesmo assim, possui 37 estabelecimentos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) como o Hospital Municipal de Açailândia (HMA) e a Unidade de
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Açai Folia chegou a receber 45 mil pessoas no sábado, dia que registrava o maior movimento
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çailândia concentra o maior número de cabeças de gado do estado, cerca de 700 mil e apresenta muito potencial para o agronegócio. A Expo Açailândia, a Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Açailândia, é o principal evento da cidade e visa a atrair investimento no ramo da pecuária e agricultura. Promovida no mês de junho e com a duração de uma semana, no Parque de Exposição José Egídio Quintal Filho, também tem por objetivo buscar métodos inovadores na lavoura e no rebanho bovino. O espaço também é procurado para os grandes eventos e shows. O mototaxista Antonio Carlos Amorim, de 51 anos, relata que nesse período o movimento de passageiros é alto e, de acordo com a programação do evento, chega a faturar R$ 200 por noite. A corrida varia entre R$ 5 e R$ 8, dependendo da localidade.
Crise mundial abalou a cidade
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as. Dessa forma, ela se consolidava com uma das seis cidades do Maranhão onde se concentram mais da metade da riqueza do estado, juntamente com Balsas, Imperatriz, Caxias, Timon e a capital São Luís. Nesse quesito, Açailândia ainda ocupa o terceiro lugar, ficando atrás da capital e Imperatriz. Foram basicamente três atributos para elevar o IDH do município de Açailândia: renda, educação e longevidade da população. No período de auge econômico, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) aumentou, passando de 0,498 para 0,672, alavancando Açailândia para a nona posição do estado. Também segue expressiva a 11ª colocação em renda per capita: cerca de R$ 18 mil por pessoa de acordo com o que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou em 2018. Seguindo nesse mesmo prisma, Açailândia ficou próspera nos serviços mais básicos para a população, como a educação, que ganhou várias escolas de ensino fundamental, do setor público do município e outras de ensino médio, por parte dos governos do estado e federal.
Ambulantes dividem os pequenos espaços Pronto Atendimento (UPA), onde são atendidos os pacientes de urgência e emergência. Porém, só o HMA faz internação de pequena complexidade. Os de média e alta precisam ser transferidos para Imperatriz, por meio do serviço de regulação do município, tornando a vida do paciente mais dificultosa devido ao transporte e custo de manutenção. Para complicar a situação, Açailândia não possui uma unidade de terapia intensiva (UTI). A infraestrutura de Açailândia, devido à falta de serviços públicos, está em desacordo com os padrões necessários estabelecidos por lei para a locomoção de veículos e pedestres, tanto em ruas esburacadas e sem asfalto quanto calçadas fora do padrão e prédios públicos antigos e sem acessibilidade. A costureira e dona de casa Raimunda Soares de Azevedo, de 42 anos, moradora da Vila Ildemar, conta que, quando precisa fazer uma consulta no HMA ou na UPA, chega a ficar duas horas na espera para o atendimento. Muitas vezes nem é medicada por falta de remédios básicos, que deveriam estar disponíveis para a população, como o Benzetacil.
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DAVINÓPOLIS Ao longo dos anos, a cidade evoluiu de vila de Imperatriz a município, graças às industrias de produtos de concreto e às atividades de piscicultura, que contribuíram para sua economia
Cidade com esperança de um dia ser grande LAYANA BARBOSA
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avinópolis é uma cidade que nasceu no meio do cerrado maranhense. Fica localizada no sul do estado, na região próxima de Imperatriz, a cerca de 652 km da capital São Luís. É lugar de gente simples, que guarda na memória muitas histórias e lembranças, como a da própria povoação da cidade, em 1983. Antes conhecida como Vila Davi, nome dado em homenagem ao prefeito de Imperatriz da época, Davi Alves Silva, o povoamento surgiu quando o prefeito fez doações de terras a cerca de 10 mil famílias que receberam um lote de 6x10 metros das mãos do próprio gestor para construir suas casas. Durante 13 anos, ficou conhecida como Vila Davi, sendo um povoado de Imperatriz, mas em 10 de novembro de 1994 foi elevada à categoria de município. Devido ao crescimento populacional na região, o prefeito precisou pleitear a emancipação político-administrativa da vila. O aniversário de Davinópolis, como passou a ser chamado o município, é celebrado pela população, todos os anos, em 25 de julho. Hoje o atual prefeito de Davinópolis é o presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Raimundo Nonato Martins, do PRB. Ele assumiu a prefeitura de Davinópolis após a prisão do atual prefeito, Rubem Firmo, do PCdoB, acusado de ser o mandante do assassinato do prefeito Ivanildo Paiva, do PRB, em 11 de novembro de 2018. Morador - Pedro Ferreira, aposentado, pai de cinco filhos adultos e já casados, hoje mora só. Seu Nena, como é conhecido pelos vizinhos, tem 72 anos e é morador de Davinópolis desde o início da povoação da cidade. Ele explica que Davinópolis se desenvolveu muito após a emancipação de Imperatriz, e que a cidade “só teve a ganhar recebendo recursos e investimentos do governo para a cidade crescer”.
Entrada de Davinópolis: com população estimada de pouco mais de 12 mil habitantes e extensão de 337 mil quilômetros quadrados, município aposta no desenvolvimento de três setores econômicos
Seu Nena considera o município simples, mas mesmo assim alega que não preferia morar em outro lugar. “Gosto daqui. É calmo e conheço todo mundo”. Desenvolvimento - Segundo dados coletados no ano de 2018 pelo IBGE, o município de Davinópolis tem uma população estimada em 12.901 habitantes e uma extensão local aproximada de 337 mil quilômetros quadrados. O davinopolitano é um povo que vive do crescente comércio, pois Davinópolis tem uma das indústrias de maior potencial de fabricação de postes de concreto da região tocantina. São fabricados cerca de sete mil postes por mês, visando ao atendi-
mento, principalmente, do programa Luz para Todos nos estados do Tocantins, Maranhão e Piauí. Também é grande fabricante de bloquetes, tijolos e telhas. Além da indústria de produtos em concreto, Davinópolis se destaca, ainda, na piscicultura e na criação de tambaquis, caranhas e tilápias. Na condição de um dos maiores produtores do Maranhão, chega a produzir, por ano, uma média de três milhões de alevinos, que são comercializados entre Maranhão, Pará e Tocantins. Os habitantes da cidade também vivem do comércio de produtos das lavouras e da criação de gado na região. As atividades de desenvolvimento econômico do município LAYANA BARBOSA
Tradição de todos os domingos para os moradores de Davinópolis: a feira livre da cidade costuma ser ponto de encontro da população local
estão enquadradas nos três setores da economia: primário, secundário e terciário. A agricultura e pecuária da cidade são voltadas para a subsistência das famílias. O setor de transformação, ou seja, secundário, por sua vez, está presente nas fábricas de móveis de utensílios, bolsas e cerâmicas. Também existe o trabalho de beneficiamento da castanha do caju, produzido de forma artesanal e caseira, porém uma fonte importante na geração da renda local. No setor terciário, destaca-se o comércio local, que conta com supermercados, açougues, padarias, farmácias, papelarias e lojas de roupas, móveis, eletrodomésticos, materiais
“Não sei se conseguiria viver em outro lugar, vivi os melhores anos da minha vida aqui, foi onde criei os meus filhos”, diz dona Helena de construção, além de lava jato e postos de combustível. Destaque, ainda, para os vendedores ambulantes de frutas e verduras. Dona Helena Pereira, viúva, aposentada e mãe de quatro filhos, hoje todos adultos, é moradora de Davinópolis desde os anos 1980. Ela destaca que a cidade cresceu bastante desde a sua fundação e que boa parte dos moradores não precisa mais sair do município para procurar emprego em locais vizinhos, pois Davinópolis, segundo a sua visão, tem desenvolvido muito seu comércio. Dona Helena afirma, no entanto, que um dos maiores problemas da cidade é a falta de escolas. O fato de ainda não haver nenhuma universidade faz com que os jovens recémsaídos do ensino médio tenham que
procurar o nível superior em Imperatriz ou em outras regiões. Ângelo Pereira, 11 anos, neto de Dona Helena e estudante da escola Davi Alves Silva, é uma criança simpática e cheia de saúde. Depois da aula, sempre se reúne com os colegas pra jogar futebol no campinho próximo à escola. “Quando a gente se reune pra jogar, muitas vezes perdermos a hora de voltar pra casa. Minha mãe fica louca e vem atrás de mim. Ela sempre sabe onde me encontrar, depois da aula é pra lá que eu gosto de ir”. Ângelo diz que o seu sonho quando crescer é ser jogador de futebol pra dar uma condição de vida melhor para mãe e os irmãos, como seus ídolos no esporte, Neymar e Cristiano Ronaldo. Mas por enquanto diz estar focado nos estudos. “Minha mãe sempre fala: ‘Estuda. Sem estudo você não tem um futuro bom. Com estudo tudo fica mais acessível. Olha pra mim: não estudei, aí ralo pra caramba pra gente ter o que comer e o que vestir’”. Feira - Na cidade de Davinópolis também ocorre a tradicional feira livre, que é comum em pequenos municípios. A feira é realizada todos os domingos pela manhã, na rua João Lisboa, no Centro da cidade. Davinópolis, ainda em desenvolvimento, possui transporte público e serviços prestados por uma empresa estadual e transporte alternativo com as vans. Fé - O povo de Davinópolis é forte, simples e cheio de fé, preservando a devoção a Santo Antônio de Pádua, que é o padroeiro da cidade. A igreja dedicada ao santo é a matriz e um dos símbolos da comunidade davinopolitana. O festejo em homenagem ao santo padroeiro acontece todos os anos, tendo início no dia 1º e terminando em 3 de junho, quando cerca de quatro mil fiéis se reúnem para festejar e renovar a fé.
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EDISON LOBÃO Tudo começou com as oportunidades econômicas dos pioneiros da “maloca”. E hoje o município de Ribeirãozinho continua a evoluir com os incentivos econômicos e industriais mais recentes
Ribeirãozinho das indústrias e córregos naturais LANI SOUSA LANI SOUSA
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nteriormente conhecida como Vila Ribeirãozinho, e hoje, “oficialmente” como o município de Governador Edison Lobão, a cidade tem como principal potencial econômico o curtimento de couros e peles, já que o município é atualmente considerado um dos maiores polos coureiros do Norte/Nordeste. Com o passar do tempo, a cidade tem crescido de forma significativa, graças às indústrias que se alojaram nas proximidades da BR-010, desencadeando oportunidades de emprego aos que vivem em Ribeirãozinho. Antes de tudo, quando era apenas uma “maloca” na região, os pioneiros foram trazidos a partir do período de desmatamento, em 1958, em busca das oportunidades de emprego que eram oferecidas na construção da ponte do Trecho Seco, no percurso da BR-010, de acesso à estrada de ligação entre Belém e Brasília. Origem - Um dos moradores mais antigos da cidade, Antônio Francisco de Andrade, 65 anos, pedreiro, afirma que chegou à localidade aos cinco anos de idade, em 1959. Na ocasião, só se encontravam três famílias alojadas, entre elas, a do lavrador Manoel Rocha. Além disso, havia um posto de gasolina na avenida. Ele informa que somente a partir da abertura da via as pessoas começaram a migrar para o vilarejo. “Quando viemos, meus avôs trouxeram todos os filhos, meus pais, meus tios. Eles vieram com objetivo de montar uma pensão e morar no local”, declara Antônio Francisco de Andrade. Desta forma, a sua família iniciou a vida por ali, em consequência
Rodovia BR-010 dá entrada à cidade de Governador Edison Lobão, onde o entrevistado Francisco de Andrade é conhecido pela população local como um dos moradores pioneiros do município
das movimentações de pessoas que iriam trabalhar na construção da ponte. A primeira pensão da cidade se chamava São Francisco. A avó de Antônio, a senhora Maria Ferreira Lima, conhecida pelo nome de “dona do O”, ou ”Maria do O”, foi também a mulher que nomeou o local com o nome de Ribeirãozinho. Ela observava os córregos próximos à sua casa e, como as nascentes de águas eram cristalinas, e o local onde as pessoas se alojaram ficava entre estas nascentes, Ribeirãozinho seria o nome adequado. Logo, o
nome terminou sendo bem aceito e adotado pelos demais pioneiros da época. “Eu cresci indo na Cacho-
“Economia local desencadeia o interesse e a permanência dos moradores” erinha. Todos os que moram aqui têm os banhos como melhor local de lazer para toda família”, afirma
Antônio Francisco de Andrade. Os balneários, chácaras e a Cachoerinha são, de acordo com os moradores locais, os ambientes que atraem e agradam os habitantes da localidade e as pessoas de fora, como de Imperatriz e arredores. Assim, a economia da cidade é estimulada pelas atrações naturais. Antonio Francisco conta que, como forma de coleta de impostos, o governo colocava uma corrente impedindo o acesso de caminhões com mercadorias, de animais e alimentos na rodovia sem que pagasse a quantia da taxa. Isso prejudicava
os donos de lavouras e animas do local, conforme menciona. Com o passar do tempo, o número de famílias foi crescendo, e logo se tornou uma vila localizada a 34 quilômetros, no interior da cidade de Imperatriz-MA. A Vila Ribeirãozinho tinha a sua economia voltada para a agricultura e principalmente a pecuária até então. Ainda dependente de Imperatriz, foram implantados alguns dos edifícios de necessidade básica da população, como uma escola, uma unidade de saúde pequena, torre de rádio e TV, entre outros.
Cidade de Ribeirãozinho ou de Governador Edison Lobão? LANI SOUSA
Governador Edison Lobão, em homenagem ao Edison Lobão, ainda vivo, e isso foi errado, pois não temos apoio dele pra nada na cidade. O nome daqui deveria ter continuado a ser chamado de Ribeirãozinho”, defende o aposentado Raimundo de Sousa Oliveira.
Primeira torre construída na cidade é destaque da principal rua de acesso ao município, que continua gerando muita controvérsia quanto ao seu nome LANI SOUSA
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m consequência dos movimentos políticos dos anos 1990, o povoado de Ribeirãozinho veio a ser emancipado da cidade de Imperatriz, em 1994. Portanto, deixou de
ser a Vila Ribeirãozinho para se tornar a cidade de Governador Edison Lobão, atualmente com cerca de 18 mil habitantes, segundo o IBGE. Contudo, o nome é contraditório com as circunstâncias. De acordo com os habitantes locais, trata-se de
uma homenagem ao político Edison Lobão, que se encontra vivo até hoje. “A nomeação foi uma jogada política. Foi realizado um sorteio com os nomes dos membros do governo da Roseana Sarney. Desta forma, após o desmembramento, foi nomeada de
Melhorias - Contudo, a respeito do desenvolvimento da cidade, os moradores confirmam melhorias, que são realizadas principalmente em períodos pré-eleições. “Antes, aqui era pouco desenvolvido, pois existia apenas um posto de gasolina, uma unidade de saúde e um pequeno posto, onde hoje é o local do hospital da cidade. Veio se desenvolvendo, e hoje temos quatro unidades distribuídas em Governador Edison Lobão”, declara o servidor público Reginaldo Santos Silva. Mesmo que a cidade tenha avançado de forma significativa, entre os anos de 1994 e 2019, continua dependente de Imperatriz nas questões da saúde, economia e educação.“A educação daqui é a mesma dos outros locais do Brasil. O ensino é o básico, contudo os desfiles da cidade e gincanas escolares são bem mais trabalhados que em Imperatriz. Aqui, esses
tipos de evento envolvem toda a cidade durante uma semana de programação”, explica Raimundo de Sousa Oliveira. Já Reginaldo Santos informa que a infraestrutura melhorou bastante, após a inauguração do município. “Logo as ruas principais foram asfaltadas, as iluminações foram instaladas de forma adequada no decorrer de outros mandatos e os demais locais foram sendo arrumados, como o Centro”, afirma. Os assuntos voltados para o saneamento básico da cidade são de total reponsabilidade da Prefeitura. A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura e a equipe do Serviço Autônomo de Água e Esgotos do Município (SAAE), segundo muitos moradores, vêm buscando aprimorar as necessidades da população, recuperando algumas ruas do município. De acordo com alguns habitantes, as melhorias realizadas até hoje tiveram a contribuição de cada prefeito que assumiu o município. Desta forma, a cidade vem se desenvolvendo com o passar do tempo, ganhando, por exemplo, piçarramento, nivelamento e limpeza, além da distribuição de água potável nas casas.
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RIBAMAR FIQUENE Na década de 1960, região era considerada território para os garimpeiros, mas ao longo do tempo, o comércio se tornou o grande gerador de emprego e renda para os habitantes do município
“Sumaúma” é sinônimo de tranquilidade FOTOS: HÉRIKA DE ALMEIDA
Fundado em 1955, o município foi desmembrado de Montes Altos e recebeu seu nome em homenagem ao ex-governador do Maranhão, José de Ribamar Fiquene. Sumaúma era o nome original
HÉRIKA DE ALMEIDA
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município de Ribamar Fiquene, localizado no sudoeste maranhense, a 750 km da capital São Luís, originou-se em 1955, a partir de um povoado conhecido como Sumaúma. Instituído em 10 de novembro de 1994, por meio da Lei nº 6.131, que determina o desmembramento do município de Montes Altos, o extinto povoado recebeu esse nome por causa de uma árvore típica da região amazônica. Um aspecto relevante se refere ao nome da cidade, que faz uma homenagem ao ex-governador do Maranhão, José de Ribamar Fiquene. Atualmente, a população está estimada em oito mil habitantes. Por volta dos anos 1960, a região era considerada um território para os garimpeiros. Mas a vida de garimpo não durou muito, pois logo a agricultura e a pecuária transformaram o ciclo econômico local. Com o passar do tempo, o comércio se tornou o grande gerador de emprego e renda no município, entretanto, as atividades agropecuárias continuam movimentando a economia de Ribamar Fiquene. Personagens - O técnico administrativo de uma escola estadual, Arinaldo Vieira Marinho, é natural de Su-
“O perfil de Ribamar Fiquene é composto pela tranquilidade do lugar, a riqueza do rio Tocantins, que oferece uma praia belíssima, além da rodovia Belém-Brasília, que concede muito suporte a quem precisa se deslocar com rapidez” maúma, e nasceu em 1979, época em que o município ainda era povoado de Montes Altos. Em 2012, foi aprovado no curso de Letras/Inglês da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, e, por isso, decidiu residir em Imperatriz para facilitar os estudos. Por causa do trabalho, Arinaldo precisa se deslocar diariamente para a cidade natal. Mas, apesar das dificuldades, não se arrepende. Ele declara que, após concluir a graduação e também uma especialização, pretende retornar às suas origens. Arinaldo assegura que Ribamar Fiquene é um município seguro e bem tranquilo. Ele acredita que este é o motivo pelo qual muitos moradores não deixam a cidade, que possui pessoas amigáveis e trabalhadoras.
O lavrador Antônio José Santana chegou à cidade em 1983. Ele comprou uma casinha em Ribamar Fiquene e escolheu morar na região para sair da casa dos parentes. Ele conta que, na época, havia apenas a via principal e uma pequena estrada. A maior parte do cenário era constituída por mato. Poucos moradores habitavam no povoado conhecido como Sumaúma. Das poucas recordações, seu Antônio
Em 1983, Delzuita e Antonio saíram de Imperatriz em busca de um lugar mais sossegado
Diversas programações fazem parte da cultura fiquenense HÉRIKA DE ALMEIDA
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os finais de semana, a agitação dos eventos, festas e bares faz parte da cultura de lazer e diversão de Ribamar Fiquene. A praia é o grande atrativo do município, pois o período de veraneio é marcado pela presença de turistas de diversas localidades da região. Entre maio e outubro, tanto os visitantes quanto a população local aproveitam a programação oferecida na Praia da Ilha de Sumaúma, às margens do rio Tocantins, para relaxar e se refrescar. Em comemoração ao aniversário da cidade, 10 de novembro, várias programações são realizadas, durante uma semana completa. Atrações como Mastruz com Leite, Catuaba com Amendoim e Washington Brasileiro já fizeram apre-
sentações na praça para celebrar o aniversário da cidade, que recebe inúmeros visitantes dos municípios vizinhos. A festa junina também representa uma temporada de grande festividade popular. Anualmente é realizado o “Arraiá do Povo”, um evento tradicional e bem conhecido na região. Outra programação de destaque é a Cavalgada, que promoveu a sua 13ª edição este ano. Dia 20 de janeiro também é considerada uma data comemorativa no município. Na ocasião, todas as homenagens são direcionadas a São Sebastião, padroeiro de Ribamar Fiquene.
Fatos locais - Ao contrário do que se imagina, Ribamar Fiquene não é um município que está totalmente no anonimato. Sua existência já foi divulgada em nível na-
destaca a existência de um postinho de combustível e um restaurante de características simples. A esposa, Delzuita Silva Santana, define Ribamar Fiquene como um local tranquilo, de pessoas legais e revela que na cidade gosta de tudo. Geralmente todos se conhecem e não têm atrito com ninguém. Ela comenta que sua família residia em Imperatriz, mas por serem envolvidos com a roça,
preferiram sair em busca de um lugar mais sossegado. A ex-vereadora Nilda Lucena Boueres mudou para Ribamar Fiquene em 1981. O esposo, João Jacob Boueres Filho, que era funcionário público da Secretaria Estadual da Fazenda em Imperatriz decidiu deixar o emprego e investir em outra atividade: o comércio. Nilda declara que seu pai tinha fazenda em uma localidade próxima do município. Então, sempre que passavam pela cidade, ela simpatizava com o lugar, pois o considerava ‘bem quietinho’, pequeno e com poucas casas, visto que ainda era município de Montes Altos. A ex-vereadora descreve que começou fazendo trabalho social com a comunidade, que era bem carente. Ela conta que levava as grávidas para terem neném em Imperatriz, e enquanto comerciante, realizava ações sociais, pois a população era bem pobre. Em 1988, Nilda recebeu o convite de um candidato de Montes Altos para ingressar na política com ele. Apesar do receio, ela aceitou o desafio e se tornou vereadora, sendo muito bem votada na região. Na eleição seguinte, Nilda foi reeleita e fez um compromisso de desmembrar Sumaúma de Montes Altos. Fez o projeto, convocou a população e o resultado foi positivo. Em 1994, ocorreu a emancipação, sendo o projeto aprovado e regulamentado por lei, a qual determinava que o município seria instalado com a eleição do primeiro prefeito, em 1997. Além da emancipação da cidade, entre outros feitos da parlamentar estão a construção da Câmara Municipal e a fundação da Vila Mariana. De acordo com Nilda, o perfil de Ribamar Fiquene é composto pela tranquilidade do lugar, a riqueza do rio Tocantins que oferece uma praia belíssima, a rodovia Belém-Brasília, que “concede muito suporte a quem precisa se deslocar com rapidez”, a pecuária, “que é muito boa”, além da produção local de hortifrutis, “responsável pelo sustento de muitas famílias”. Ela acrescenta que, aos finais de semana, ocorrem várias festinhas na cidade, o que é uma cultura bem tradicional. HÉRIKA DE ALMEIDA
cional, por um programa de TV. Durante um show no período de praia, em 2017, a dupla Monique e Mariane estava se apresentando quando Icaro Kauã Nunes, um garotinho, de cinco anos, filho de uma cabeleireira da cidade, subiu ao palco e começou a dançar com as artistas. A população filmou o episódio e publicou na internet. Logo, o vídeo viralizou. Assim, o pequeno protagonista conquistou seus minutos de fama, elevando também o nome da sua cidade. A produção do programa Domingo Show - Canal Record se deslocou até Ribamar Fiquene e fez uma reportagem com Ícaro e sua família. A equipe de TV levou o garoto para São Paulo com o intuito de realizar o sonho do pequeno: conhecer o cantor Produção local de hortifrutis movimenta a economia e ajuda a promover o sustento de muitas famílias Léo Santana.
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ENTREVISTA: PROFESSOR JAILSON DE MACEDO SOUSA
“Essas relações são muito provincianas” HUGO OLIVEIRA
Em entrevista para o Jornal Arrocha, Jailson Macedo explica que o processo de criação de novos municípios está inserido no contexto de interesses políticos e administrativos externos às cidades que um dia fizeram parte de Imperatriz
HUGO OLIVEIRA
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professor de educação básica e do curso de Geografia da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul), Jailson de Macedo Sousa, 43 anos, estuda os papéis e funções que Imperatriz desenvolve no contexto regional, assunto tratado principalmente na sua dissertação de mestrado, publicada em forma de livro em 2009: “A cidade na região e a região na cidade: a dinâmica de Imperatriz (MA) e suas implicações na região Tocantina”. Durante o seu mestrado, Jailson desenvolveu estudos que mostram como Imperatriz cresce no contexto da região Tocantina, que, na sua opinião, “faz parte do nosso imaginário, mas não é uma região institucionalizada e não oficial”. Ele continua orientando trabalhos com essa temática, resultando em três livros com essa pesquisa. Na entrevista a seguir, o professor Jailson conta o antes, durante e o depois da separação territorial de Imperatriz, da qual foram emancipados vários municípios. Depois da abertura da estrada que ligou Imperatriz com o Nordeste, houve um crescimento populacional da cidade e na zona rural. Como era esta cidade ainda “unida”? Bem, essa estrada [envolvia] Grajaú, Carolina e Barra do Corda, cidades que vão ter, inclusive, uma maior importância econômica e social do que Imperatriz, por volta da década de [19]40.Os rios, como bússolas que permitiam contato com extremo norte do estado e com o Pará, eram o nosso principal caminho de ligação. E aí essa estrada vai contribuir bastante pra aproximar pessoas e para a distribuição de mercadorias e serviços. Isso, de fato, contribuiu para que se saísse realmente do
isolamento, mas também não podemos pegar Imperatriz como algo isolado. Existem vários processos geopolíticos que vão se desencadear a partir de 1950. Quais as características políticas e econômicas de Imperatriz nesse período? Na minha tese, faço uma comparação do crescimento dessas cidades da década de 1950 à 1980, e essas políticas eram parcas. Assim, havia pouca atenção, o governo demonstrava virar as costas. Do ponto de vista político e econômico, era uma cidade invisível, ela não vai ter essa mesma notoriedade de Grajaú e Carolina, sendo que somente na década de [19]60 ela conhece o “boom” no crescimento econômico e demográfico.
“ A cidade não perde o seu potencial econômico e político no seu papel de comando no contexto regional.”
A partir de 1955 começou uma grande transformação na região de Imperatriz, com as separações territoriais e elevando em condições de municípios. Quais motivos geraram as divisões? Esse dado eu trato muito como um processo de fragmentação territorial. Temos alguns municípios, como o caso de Montes Altos e João Lisboa, que passam a ser criados, mas isso ainda não vai ser uma perda significativa em termos tanto de população como também de área. Essas perdas só se acentuam na década de 1990, quando Imperatriz vai ceder cer-
ca de sete municípios, entre os quais está Açailândia, que hoje já tem um patamar de mais de 110 mil habitantes. Esse processo de fragmentação territorial foi muito tímido até década de 1980. A cidade [Imperatriz] não perde o seu potencial econômico e político no seu papel de comando no contexto regional. Embora estabeleça relações de complemento de que Imperatriz dependa, por exemplo, das hortaliças que vêm de João Lisboa. Mas há mais dependência do que complementaridade, como educação de ensino superior, serviço público de saúde, que acaba atraindo as pessoas dos municípios próximos para Imperatriz. Na época e até hoje as pessoas contam várias versões sobre o motivo das separações. As divisões das cidades foram pelo mesmo motivo? Só se cria novos municípios por interesse político administrativo, e tem todo aquele discurso do tipo: “Ah, foi emancipação”; “A gente vai ter autonomia”; “Vamos receber recursos próprios pra educação, saúde, etc.”. Porém, no ponto de vista prático, essa autonomia é muito relativa, não é uma autonomia que permita independência nesses núcleos urbanos. Em sua opinião como geógrafo, esta divisão dos territórios que eram Imperatriz realmente foi produtiva? Dividiu o espaço visando a autonomia. Eu penso que sim, em um país de extensões continentais como é o nosso, nesse sentido, valeu a pena, por entender que todo espaço reconhece uma divisão territorial pra você agir. Então, toda assistência política e administrativa que a gente depende é da capital. Mas as ações de planejamento são muito dependentes, provincianas, como se ainda estivéssemos no período colonial e já nesse sentido não valeu a pena.
Comparando a Imperatriz de antes com a de hoje, quais as mudanças visíveis e benéficas que o município teve com esta separação? Eu vou usar a expressão da minha orientadora do doutorado, que estava na minha banca há 14 anos: “Como é que pode uma cidade na selva, sem relação nenhuma com a indústria, ter um vínculo de crescimento tão for-
“E essa dependência econômica social é muito latente.”
te? Sair de 1634 pessoas e ir para quase 84 mil habitantes?”. Então esse crescimento de Imperatriz é fenomenal, mas ao mesmo tempo é caótico, porque não é acompanhado de ações de planejamento. As mudanças são, sem sombra de dúvida, significativas. Nós temos uma cidade cujas áreas centrais, não apenas o centro principal, se tornaram preenchidas. Já está numa fase bem acentuada de um processo de verticalização, com o encontro de cidades com o mesmo patamar de benefícios. A cidade atrai muita gente por conta dela assumir esse papel de um grande núcleo terciário, no qual 70% da população tem vínculos diretos com o comércio e serviços. Ela vai atender uma gama de mais de 100 municípios e isso é positivo. Ao mesmo tempo, foi negativo também, porque não temos uma mobilidade urbana eficiente, não temos planejamento para essa população para estacionar, por
exemplo, nas áreas centrais e aí estão as mudanças maléficas de um crescimento que não é acompanhado de ações de planejamento. O que mudou para as cidades que foram separadas do município de Imperatriz? Eu falo dessa autonomia relativa, eu acho importante esclarecer: o que mudou gera algumas exigências, principalmente para essas cidades, que estão mais próximas, melhorar as vias de ligação, como João Lisboa e Davinópolis. Então melhora a mobilidade de certa forma, porque constroem rodovias pavimentadas que permitem agilidade e maior conexão. A instalação de equipamentos públicos, como a UFMA do Bom Jesus, cria uma expansão pro lado leste da cidade e do hospital macrorregional. São mudanças que, de certa forma, favorecem, mas que ainda demonstram com muita clareza esse estado de dependência. Não é pensado nos consórcios intermunicipais. Você acha que essas cidades que foram separadas, mas que ainda dependem de Imperatriz, como educação, saúde e transporte seja de certa forma uma consequência negativa com a divisão deste território? É uma consequência negativa, porque a divisão é pensada por agentes políticos. Nessa divisão, a população não é ouvida e ela não participa desses processos. Vendo no Atlas vai mostrar melhorias na saúde pública, educação e no saneamento básico. Naquele ponto de vista prático, tem que desconfiar e ir a fundo pra descobrir essa verdade, pra ver se houve avanços ou não. E essa dependência econômica social é muito latente. Essas alianças, essas gestões municipais, não dialogam sobre os problemas e aí aparecem os discursos vitimistas.
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ENSAIO ANTONIO RENNAN
ANTONIO RENNAN
ANTONIO RENNAN TAYRON SILVA
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CIDELÂNDIA Acompanhando o desenvolvimento da cidade e a nova fase do ciclo econômico, antigas atividades, como a agricultura, foram perdendo lugar e os moradores precisam procurar por novas perspectivas de trabalho
Antigas e atuais fontes de renda da cidade RUTIELLE BARROZO
Praça José Sarney é um dos pontos principais de Cidelândia e conta com a presença de vários vendedores ambulantes. A cidade possui um centro comercial reduzido, mas que movimenta a economia do município de 14 mil habitantes
RUTIELLE BARROZO
A
s atividades econômicas que moviam o comércio de Cidelândia se modificaram muito desde a criação da cidade. Oficializada por lei como município em 10 de novembro de 1994, Cidelândia possui atualmente quase 14 mil habitantes, segundo o último Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com uma população que ansiava por independência e melhorias na cidade, os moradores trabalharam juntos para o crescimento do munícipio e o desenvolvimento local. Cidelândia reúne uma população pequena e com muitos moradores ainda na zona rural. A região, que antes contava como principais fontes de renda a extração de madeira, a pecuária e a lavoura, foi se modificando com o passar do tempo e passou a oferecer novas possibilidades de empregos. Rendas - No início do povoamento de Cidelândia, a população que chegava para residir na cidade vinha em busca de oportunidades de emprego e das novas chances que a região estava oferecendo. A extração de madeira foi, por muito tempo, a principal fonte de renda na época. Maria do Socorro, 56 anos, antiga moradora de Cidelândia, conta que acompanhou de perto essa fase. “Naquele tempo a cidade era muito rica, tinha muita madeira, mas aí veio a agricultura e a pecuária, então as coisas foram mudando”, explica a dona de casa. As empresas de extração de madeira foram sendo fechadas, dando fim a um ciclo para iniciar-se outro. A criação de gado e a produção de leite se tornaram a nova atividade local da região, junto com a lavoura, que, lado a lado, tornaram-se fonte de sustento de diversas famílias do município. João Rodrigues, 68 anos, cidelandense há 37, relata que a pecuária,
no início, era bastante lucrativa. “Antigamente rendia bem mais, trouxe novos moradores que queriam trabalhar na área. Mas, com os anos, a produção diminuiu muito, hoje os tempos são outros”, declara o aposentado. A lavoura acabou obtendo um desfecho diferente. “Essa daí tá praticamente extinta, a gente encontra uma coisa ali outra aqui, mas é muito difícil”. Das primeiras atividades econômicas, a pecuária foi a única que continuou gerando lucro. No entanto, a atuação no mercado de trabalho acabou caindo bastante. Segundo pesquisas feitas pelo IBGE, de 2004 até 2017, Cidelândia recuou 10 posições no ranking dos municípios responsáveis por criação de gado no Maranhão.
“Naquele tempo, a cidade era muito rica, tinha muita madeira, mas aí veio a agricultura e a pecuária, então as coisas foram mudando” Conforme a cidade se desenvolvia, o ciclo econômico da região acompanhou sua evolução e sofreu mudanças radicais, que transformaram o mercado de trabalho de Cidelândia. Nova fase - Com grande parte das atividades econômicas de Cidelândia alteradas, os moradores tiveram que buscar formas de se encaixar nesse novo modelo de trabalho da cidade. Tornar-se comerciantes, vendedores ambulantes, taxistas e funcionários públicos são algumas das alternativas com que os cidelandeses contam atualmente para trabalhar. O trajeto de 28 quilômetros da BR-010 até a cidade leva entre 10
a 15 minutos e os taxistas acabam sendo uma das opções mais procuradas para facilitar o deslocamento dos moradores. Abraão de Jesus Nascimento, 56 anos, conta um pouco da sua experiência diária como taxista. “Trabalho levando gente todos os dias até a beira da estrada e trazendo de volta os que tão chegando, tem mais ou menos 21 anos”, relembra. A cidade tem um centro comercial pequeno, mas o movimento de comerciantes na região gera bastante lucro e auxílio para a população. Carivaldo Pereira, 66 anos, dono de uma farmácia no Centro, e relata que não tem do que reclamar. “Me mudei para outro estado e voltei para Cidelândia e sempre fui farmacêutico. Essa é minha profissão e vivo bem disso aqui”, declara. Os funcionários públicos compõem uma grande parte dos moradores assalariados da cidade. Eudes Teixeira da Silva, de 49 anos, compara a situação dos trabalhadores do início de Cidelândia até o momento atual. “Antes, Cidelândia tinha muito mais riquezas, os trabalhos de mão de obra pesada eram muito mais predominantes. Porém, hoje, a principal fonte de renda vem da prefeitura, com seus funcionários e a questão da previdência social”, estima o funcionário público. Mesmo com as várias mudanças, os moradores afirmam não querer outro lugar pra morar. “Sou filho de Cidelândia, essa cidade é meu lar” confirma Eudes, ao falar sobre o munícipio. Mesmo não sendo a maior cidade do estado, ou o lugar mais acessível da região, os moradores são gratos pelo desenvolvimento local e pelas conquistas que Cidelândia alcançou até a situação atual. Assim como o morador Eudes Teixeira destacou, “a fonte de renda é muito importante, mas a gente lutou muito e ainda tem muita coisa pra conquistar”.
União da população foi crucial para o desenvolvimento do município IMAGEM DA INTERNET
Município está situado na Mesorregião do Oeste Maranhense e na Micro Região Tocantina RUTIELLE BARROZO
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história de Cidelândia começa a partir da chegada da atualmente extinta Companhia Industrial de Desenvolvimento da Amazônia (Cida). A empresa chegou à região para a exploração de madeira na área e, com o passar do tempo, o local onde a companhia se encontrava passou a ser chamado de Entroncamento da Cida, mais à frente batizada de Cidelândia. Os primeiros moradores chegaram em 1969. Trabalhadores da empresa e pessoas atraídas pelas oportunidades de emprego foram dinamizando cada vez mais o povoado. Os trabalhadores enfrentavam muitas dificuldades para se locomover até a rodovia Belém-Brasília (BR-010). A mata era fechada e era sempre possível notar a presença
de indígenas na área. A criação da estrada não só facilitou a vida dos moradores como foi crucial no crescimento de Cidelândia. O desenvolvimento da cidade e das fontes de renda como a agricultura, pecuária, lavoura e madeireira foram os fatores principais para explicar o aumento da população. Até então, apenas povoado de Imperatriz-MA, a locomoção até o Centro era muito difícil e exigia muito tempo. A população queria ser independente e emancipar Cidelândia, era um grande passo para melhorar o desenvolvimento do povoado. Após muitos abaixo-assinados e depois de uma votação, em 10 de novembro de 1994, Cidelândia passou a ser município independente e os moradores passaram a batalhar todos os dias, passo a passo, para melhorar a estrutura da cidade.
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SÃO FRANCISCO DO BREJÃO Mesmo em brejos e na zona rural, a educação ainda é o principal recurso para mudança de uma sociedade, como comprovam os índices do IBGE referentes ao município
Evolução em pequenos passos NANDARA MELO NANDARA MELO
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m 2015, os alunos dos anos iniciais da rede pública de São Francisco do Brejão tiveram nota média de 4 no Índice de Desenvolvimento Escolar Brasileiro (IDEB), o que denota o bom desempenho do município neste quesito. Dados do IBGE confirmam que cerca de 96% da população brejãoense de 6 a 14 anos é alfabetizada e tiram boas médias no IDEB. A aposentada Diana Reis Da Silva, de 56 anos, que mora há muitos anos na cidade, mantém um neto matriculado na rede municipal de ensino. Ela afirma que, comparando o atual momento com épocas passadas, pode-se considerar que a educação no município teve uma melhora. Antes, como relata Diana Reis, faltava merenda e até professores, fatores que geravam um sentimento de declínio na educação. Apesar de pacata, a cidade vem propiciando educação de qualidade às crianças, jovens e adultos, de acordo com pesquisas do governo federal No entanto, em sua visão, estas natural da cidade e desde os 12 cidade, sobretudo, mais urbaradas aos estabelecimentos de situações não ocorrem mais. reside, com os seus três irmãos, nizada, foi pela possibilidade ensino de Imperatriz, as desta Outros moradores preferiram, tanto em Imperatriz quanto de melhor educação e acesso a cidade possuem qualidade supeno entanto, procurar oportunidaem São Francisco do Brejão. De oportunidades de trabalho. rior, de acordo com a concepção des em Imperatriz, principalmenacordo com Caroline, o motivo Apesar de São Francisco do dos pais de Caroline, na época. te pelas perspectivas de emprego pelo qual seus pais optaram por Brejão oferecer escolas em comEla relatou que esta decisão mais evidentes após os estudos. manter seus filhos em uma outra pleto funcionamento, se compatrouxe, a ela e a seus irmãos, Caroline Patrocínio, 24 anos, é
“Capital do leite” garante fonte de renda com rebanho de 71 mil NANDARA MELO
diversos benefícios, como: conseguir cursar gratuitamente cursos técnicos, concluir graduações e trabalhar em grandes empresas. Situações que não seriam possibilitadas, em sua opinião, se tivessem permanecido no interior. Origem - A primeira pessoa a descobrir e explorar a localidade de São Francisco do Brejão foi o agricultor Clemente, vindo da Bahia, por volta de 1967. Ele criou uma lavoura de arroz a seis quilômetros da atual sede. O município fica situado entre o norte de Açailândia e o sul de Imperatriz. Estima-se que a população local seja de apenas 11 mil habitantes. Comenta-se bastante que a cidade se assemelha a uma ilha, pois está cercada de nascentes de água, popularmente conhecidos como “os brejos”. Uma cidade pacata, mas repleta de belezas naturais, como alguns locais para banho.Desde a entrada do município, pode-se perceber o clima. Há árvores do início ao coração da cidade, o que auxilia de maneira significativa no clima. Também existem algumas praças, que servem como recreação para as crianças.
A saúde pede socorro NANDARA MELO
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s dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre São Francisco do Brejão indicam que a taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 32.26 para mil nascidos vivos. As internações devido a diarréias são de 8.5 para cada mil habitantes. A cidade possui hospital local e mais seis unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS), que funcionam regularmente. A comerciante Maria Eunice Ferreira de Sousa, de 61 anos, relata problemas relacionados à saúde na cidade. “Nunca mais nasceu um brejãoense em São Francisco do Brejão!”, exclamou,
indignada com a situação. O centro cirúrgico encontra-se fechado, ela não se recorda há quantos anos, mas afirma ser tempo suficiente para ocorrerem diversas tragédias e gerar uma sensação de esquecimento por parte do poder público. A aposentada e também moradora da cidade Diana Reis, recentemente teve um acidente doméstico e necessitou de cirurgia. Como o hospital não dispunha deste serviço, ela teve de se deslocar para Imperatriz, a 68 quilômetros de distância e cerca de 1h30 de sua residência. Ela acredita que seu caso seja uma pequena ilustração das possibilidades de situações ainda mais graves que podem ocorrer por esta deficiência no setor da saúde.
A exportação do leite para consumo e fabricação de derivados é o orgulho e sustento da população local, sendo a principal fonte de renda NANDARA MELO
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município de São Francisco do Brejão tem sua economia centrada na pecuária leiteira, com um rebanho de 71.131 cabeças de gado. É conhecido como a capital do “Leite”. Muitas pessoas vivem da comercialização deste produto, mas há aqueles que criticam a falta de expansão econômica em outras áreas. Assim, o evento mais rentável da cidade é a “Vaquejada” que, em 2019, realizou, no mês de junho, a sua XV edição, reunindo milhares de pessoas, já que é uma
tradição no município. Caroline Patrocínio, que faz parte de uma família de comerciantes, relatou que o período de Vaquejada é um dos mais lucrativos para o Bar da Família. A cidade fica lotada, segundo ela, de pessoas de municípios vizinhos. Geralmente é um evento bem tranquilo, apesar do alto consumo de bebida alcoólica. Deficiências - Raimundo Borges de Almeida Filho, mais conhecido como “Netinho”, é office boy, tem 32 anos e presta serviços para a Prefeitura de Brejão. Ele é bem enfático e realista no que
se refere ao setor econômico da cidade. Explicou que a renda da localidade pode até vir de outros setores, mas a principal ocupação das pessoas que ali residem para alocar recursos para o sustento de suas famílias, “vem do Leite e da Prefeitura Municipal”. Maria Eunice também reside na localidade e é comerciante, mas seu estabelecimento é bem tímido e pequeno. “Não vale a pena investir, as coisas estragam aqui, vencem, o dinheiro não gira”, afirma. Porém, mesmo com as dificuldades, é de lá que ela tira o seu sustento.
Uma outra situação muito estressante para a também moradora da cidade Diana Reis é quando
“Não vale a pena investir, as coisas estragam aqui, vencem, o dinheiro não gira’’ tem de receber o dinheiro referente à sua aposentaria. A agência pela qual ela e diversos inúmeros
outros recebem os seus benefícios faliu. Desde então, tem de se dirigir a Açailândia, cidade mais próxima com caixa eletrônico disponível, para conseguir sacar sua aposentadoria. Em suma, a brejãoense de longa data diz que a vida por lá é simples, mas a economia é afetada muitas vezes por falta de dinheiro em mãos. Os comerciantes datam as compras, ou melhor, tem de vender “fiado” aos consumidores. O escambo ainda é praticado de forma intensa por lá, já que o dinheiro tem uma certa dificuldade para chegar.
Arrocha
Jornal
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ANO X. EDIÇÃO 39 IMPERATRIZ, JULHO DE 2019
SENADOR LA ROCQUE Após separação dos municípios, em 1994, população de Senador La Rocque investiu não só em mudanças no seu meio comercial, mas também na estrutura da nova instituição de ensino público
Nova Mucuíba expande seu comércio
GABRIELLA FIGUEIREDO
Graças aos incentivos econômicos do poder público, o reparo no antigo mercado de Senador La Rocque possibilitou a entrega de uma nova estrutura comercial. Já foram registradas, principalmente, melhorias em termos de segurança
GABRIELLA FIGUEIREDO
M
ucuíba, nome de origem indígena para uma árvore que lembra um guarda-chuva, com óleo de potencial antinflamatório extraído dos seus frutos, foi a primeira denominação para o atual município de Senador La Roque, emancipado, em 10 de novembro de 1994, da cidade de João Lisboa. A partir da emancipação, justificou-se o novo nome como forma de homenagem ao político maranhense Henrique de La Rocque. Como a população não foi consultada oficialmente para a escolha, muitos reivindicaram para que fosse retomada a antiga denominação. “Quando a Mucuíba passou a ser Senador La Rocque, a maioria das pessoas mais velhas não gostou muito. Até hoje eles chamam a cidade de Mucuíba. Já os mais novos, até que não deram muita importância para essa mudança”, comenta a coordenadora de limpeza da Prefeitura, Maria da Silva. Porém, nada foi resolvido até então, e o município ainda é conhecido pelos seus dois nomes. Quem chega a Senador La Rocque encontra uma cidade pequena de interior, com apenas 17.998 habitantes. Com isso, o que mais é recorrente na “Nova Mucuíba”, assim denominada por alguns moradores, são os comércios formais e informais, que são um dos seus maiores destaques econômicos, apesar do tamanho da cidade. Dentre os comércios, estão presentes desde ambulantes nas calçadas a pontos fixos, como açougues e as mercearias ao redor. Expansão - A cidade tem passado por mudanças na sua estrutura, principalmente no setor terciário, como contam os laroquenses. Uma das principais foi a construção do Mercado Municipal Julio Gomes de Aquino, en-
tregue pelo prefeito Dario Sampaio em 27 de setembro de 2018. A estrutura conta com 30 boxes, ao todo, e um estacionamento localizado ao lado. E, mesmo não tendo completado nem um ano de sua inauguração, nos sete meses em que está aberto já foram registradas melhorias em termos de segurança do local para aqueles que já trabalhavam lá e novas oportunidades de emprego. Parte dessa mudança está ligada ao modo como a cidade passou a ser vista pelos laroquences e também pelos visitantes. O local, antes da mudança, era repleto de bares, e música alta, segundo seus moradores, sendo até uma das características que o município era bem conhe-
“Antes de ter o mercado municipal aqui era uma bagunça, com muita bebida. E só tinha bares e folia, só era mais conhecido por causa dos bares. Mas agora está melhor, ficou mais organizado”
cido, mas que incomodava parte da vizinhança “Antes de ter o mercado municipal aqui era uma bagunça, com muita bebida e extravagância. E só tinha bares e folia, só era mais conhecido por causa dos bares. Mas agora está melhor, ficou mais organizado”, afirma a dona de casa Valenilde Batista. Como se trata de uma pequena cidade do interior, em Senador La Rocque não é muito difícil encontrar algum conhecido. Seja pelo próprio nome ou apelido, todos se conhecem.
“Aqui é só esse pedacinho que você está vendo mesmo: a feira, esses comércios, o açougue e o mercado, que antes não tinha”, conta Valenilde. Mas o que falta em tamanho tem-se investido em transformações para agregar na qualidade de vida e também aos visitantes, que frequentam os eventos que a cidade oferece. Assim, estão sempre mostrando aquilo que os caracteriza e a sua essência, mesmo após ser emancipada dos demais municípios. Eventos festivos - A população de Senador La Rocque costuma celebrar algumas datas comemorativas padrões, como o dia da cidade, que acontece em 10 de novembro, mas também existem festas bem características e que acontecem em estações específicas. Uma delas é o Rally de Motos, chamado de Endura. É um evento que ocorre em períodos de inverno, por conta das trilhas de lama que se formam após a chuva. São mantidas também comemorações como as vaquejadas, bem conhecidas pelas cidades vizinhas, além de quadrilhas, festejos de igreja e a Corrida de Jumentos, realizada pela primeira vez no dia 1º de maio deste ano. Também houve melhorias no campo da educação. Após receberem a nova escola, eventos como os Jogos Escolares (JELS’s) passaram a fazer parte da rotina dos estudantes. Antes, eles apenas participavam de gincanas oferecidas pelas demais escolas de estudantes do fundamental. Agora, os alunos têm oportunidades melhores, quando se refere à qualidade de estudo, com uma instituição própria e sem ter que esperar pela disponibilidade de salas. E ainda, podendo representar o seu município nos esportes, já que uma das marcas da cidade são os eventos que acabam atraindo visitantes das cidades próximas.
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Com apenas sete meses de inauguração, mercado já apresenta melhorias para os moradores GABRIELLA FIGUEIREDO
Reparo no antigo mercado possibilitou a entrega de 30 boxes que acomodam diferentes mercantes