Salvador, 7 de janeiro de 2015. Exmo. Sr. Rui Costa D.D. Governador do Estado da Bahia Senhor Governador, É notório o avanço dos serviços de saneamento básico na Bahia nos últimos oito anos, quando o Estado passou a assumir o protagonismo no desenvolvimento de ações que atendiam aos anseios e reivindicações da sociedade. Tais avanços também foram possíveis graças à atuação consistente, engajada e afinada com as diretrizes e princípios do saneamento público por parte da Direção da Embasa. Esse trabalho foi responsável pela melhoria da qualidade e ampliação da cobertura dos serviços no estado, com grande ênfase na população de baixa renda, especialmente a rural, além dos benefícios assegurados para os trabalhadores da Empresa. As entidades que subscrevem esse documento mostram-se extremamente preocupadas com as propostas em curso para a Embasa, as quais vão distanciá-la da sua tarefa de garantir e ampliar o direito ao saneamento básico aos baianos. A possibilidade de abertura do capital da Empresa, as propostas de parcerias público-privadas, ou, ainda, outras modalidades de privatização, representaria um grande retrocesso da ação do Governo na área do saneamento básico no Estado, segmento incompatível com os mecanismos de mercado. Diante dos desafios para a universalização dos serviços é fundamental consolidar e ampliar o projeto que levou a Empresa a qualificar a sua atuação e elevar a sua condição de prestar serviços de qualidade à população. Inegavelmente, tal tarefa deve ser realizada por profissionais com compromissos claros quanto ao caráter público e social dos serviços, além de conhecimento técnico, probidade administrativa, ética, história vinculada ao campo do saneamento básico e legitimidade suficiente para assumir a liderança dessa importante instituição pública. Portanto, é extremamente preocupante a indicação de alguns nomes que vêm sendo cogitados para assumir a direção da Empresa, principalmente a sua presidência. Reiteramos a necessidade de se garantir a composição da diretoria dessa importante Empresa com nomes capazes de consolidar a sua atuação na direção da universalização de serviços de qualidade para os baianos. O desafio da Embasa, como uma empresa pública que presta serviços relevantes para a população, é de assegurar os avanços da sua atuação recente, não só garantindo e ampliando a sua capacidade de realizar obras, mas também a sustentabilidade dos serviços, qualificando as ações no campo da operação, da manutenção e do monitoramento, e, ainda, ampliando o diálogo com os titulares dos serviços e a sociedade civil organizada.
Dessa forma, as entidades que subscrevem o presente documento, fiéis a história de luta dos movimentos sociais, vêm registrar a decisão coletiva de defesa firme e permanente dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário na Bahia, e para tanto estarão atentos, mobilizados e decididos a lutar contra qualquer ameaça de privatização dos serviços e de uso político inapropriado da Empresa que a conduza a interesses alheios aos do saneamento público. Na certeza de que V.Exa., ao assumir o governo do Estado da Bahia, garantirá os avanços recentes do saneamento básico, dando prosseguimento ao projeto implementado na Embasa e realizando uma indicação para a direção da Empresa que esteja filiada a tal projeto, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Seção Bahia Associação Movimento Paulo Jackson Federação Nacional dos Urbanitários Grupo Ambientalista da Bahia Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado da Bahia SANEAMENTO BÁSICO É SAÚDE, É VIDA, NÃO SE CONJUGA COM AMBIENTE DE NEGÓCIOS.
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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia
Ano XXIX – Nº 04 – 9 de fevereiro de 2015 ALOÍSIO ROCHA
Sindicato entrega documento ao governador repudiando PPP e abertura de capital da Embasa A abertura do capital da Embasa e a contratação de uma nova parceria público-privada (PPP) no saneamento, conforme rumores que circulam nos meios políticos, terão reação contrária do Sindae, conforme documento entregue ao governador Rui Costa na quinta (5), durante a assinatura da ordem de serviço da linha 2 do metrô de Salvador. O governador prometeu analisar o conjunto de propostas feitas pelo Sindicato. PÁGINA 2
Na segunda-feira (16) de carnaval, vamos colocar o bloco na rua. Levaremos nossas bandeiras de luta para a tradicional “Mudança do Garcia”.
Compareça! Maiores informações: (71) 3111-1700 ou pelo e-mail secretaria@sindae-ba.org.br
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NOVOS (AS) REPRESENTANTES SINDICAIS TOMAM POSSE
PÁGINA 2
CUT COBRA, NO CONGRESSO, A DERRUBADA DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS
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CARAVANA DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO VAI MAPEAR EMPRESAS E AUTARQUIAS
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COLEGIADO 2015: É HORA DE TOMAR AS RUAS
PÁGINAS 3 e 4
Entidade entrega documento a Rui Costa repudiando PPP e abertura de capital da Embasa ALOÍSIO ROCHA
O documento, entregue pelo coordenador do Sindicato, Danillo Assunção, também cobra a manutenção da atual política de saneamento do estado, com a Embasa e a Cerb continuando como empresas públicas e tendo seus diretores indicados por critérios técnicos e não meramente políticos, especialmente com técnicos do quadro próprio das empresas. Cópias do documento também foram entregues a alguns secretários estaduais e deputados da base aliada do governo.
Diretoria empossa representantes sindicais eleitos pela categoria Eleitos no final do ano passado, os (as) novos (as) representantes sindicais da Embasa, Emasa e Saae’s, de diferentes regiões do estado, foram empossados na última quinta (5), pela direção do Sindicato, durante o Colegiado 2015. Eles (elas) terão, durante o mandato de três anos, a importante missão de representar os (as) companheiros (as) em seus locais de trabalho, melhorando a interlocução com a direção da nossa entidade.
Saae de Pindobaçu também aprova pauta de reivindicações
Os empossados foram: EMPRESA EMBASA
EMASA
SAAE
NOME Adriano Lopes da Silva Gonçalves Jorge Nascimento Magalhães Júnior Mário Sabino dos Santos Júnior Neryvaldo Pereira dos Santos Adriano Rodrigues Teixeira Emerson Ramos Almeida Jorge Souza Barros Júnior Antônio Marcos da Costa Xavier Fernando Péricles da Silva Santos José Antônio Leão de Souza Raimundo Conceição Silva Rosa Angélica Pereira
LOCALIDADE
EMBASA SAAE
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NOME Marcos Vinicius da Rocha Conceição Jadilton Cabral dos Santos Availson Dias dos Santos Katilene Maria Carneiro
IVAN AQUINO
Camaçari CAB Eunápolis Itaberaba Itabuna Remanso
Casa Nova Sento Sé Juazeiro Macaúbas
Também eleitos, mas que tomarão posse em outra oportunidade: EMPRESA
Entidades ligadas ao saneamento contribuíram com a elaboração do documento, diante de informações oriundas da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), apontando para estudos sobre uma nova PPP e abertura de capital na Embasa. “Iremos pra cima do governo se necessário. A Embasa é uma empresa sustentável e capta recursos do governo federal. Quando você abre capital, é claro que acionistas vão querer lucro, desprezando o social, não investindo para garantir os serviços de água e esgoto para a população de baixa renda. A visão é lucro, apenas lucro”, afirmou Danillo. (Para ler na íntegra o documento acesse o site do Sindae)
LOCALIDADE Candeias CAB
Carinhanha São Feliz do Coribe
Grupo mais recente do interior filiado ao Sindae, no final do ano passado, os (as) trabalhadores (as) do Saae de Pindobaçu, região de Campo Formoso, aprovaram a pauta de reivindicações na última segunda (2). Agora vão aguardar o início das negociações com a direção da autarquia visando o fechamento do primeiro acordo coletivo da categoria.
COLEGIADO 2015 Palestrantes deixam recado: é preciso ir pra rua em defesa dos direitos da classe trabalhadora ALOÍSIO ROCHA
Quem passou pelos três dias do Colegiado realizado pelo Sindae de quarta (4) até sexta última (6), em nosso auditório, ouviu um só recado: “é preciso arregaçar as mangas e ir pra rua”, conforme sintetizou Rogério Matos, secretário da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU-CUT). Todos os palestrantes repetiram esse conselho, ou alerta, como forma de enfrentar um cenário político, econômico e social dos mais adversos, que vem tirando conquistas históricas da classe trabalhadora e articula o desmonte do setor de saneamento para favorecer o avanço da privatização. Perdas e ameaças foram listadas facilmente, configurando um cenário de horror a ser enfrentado o quanto antes: de um lado temos o governo federal editando medidas provisórias retirando conquistas históricas, crise de água no Sul e Sudeste ameaçando o setor de energia, e de outro o governo estadual com ameaças de parcerias público-privadas e abertura de capital na Embasa, além da escolha de dirigentes das empresas públicas mediante uma tenebrosa e injustificável barganha política, tendendo ao desmonte da
política de saneamento. Para completar esse cenário, a crise econômica ampliando seus efeitos no país e muitas dificuldades políticas em todo do governo federal. O primeiro a indicar o caminho da rua para a classe trabalhadora, durante o Colegiado, foi o ex-deputado, escritor, jornalista e professor Emiliano José. Disse que o Congresso Nacional ficou mais conservador nas últimas eleições, que o novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o ápice da direita e que seu mandato vai se refletir de forma dolorosa sobre a classe trabalhadora: “Já tivemos o veto ao projeto de participação popular. Ele é a favor do financiamento privado de campanhas, nada fará pela reforma política, que é essencial para a nossa vida. E a flexibilização de direitos está por vir aí. O movimento sindical tem de colocar a luta política no centro das prioridades. Esse projeto político que está aí não é de um partido, foi plasmado pelos trabalhadores brasileiros”.
é preciso arregaçar as mangas e ir pra rua. Rogério Matos, secretário da FNU-CUT
Disse ainda que o ex-presidente FHC se transformou num golpista contumaz e que “o processo de corrupção
Encarte da edição de nº 04/2015
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na Petrobras vem desde o governo dele, talvez antes até”. Alertou que desejam eliminar o regime de partilha do petróleo e privatizar a empresa, que apesar dos escândalos, vem batendo recordes seguidos.“Queriam acabar com Getúlio Vargas por causa da criação da Petrobras, agora está em nossa cara a mesma disposição, o mesmo argumento. A direita é poderosa, mas a mídia é hoje o maior partido de oposição. Bate tambor o tempo inteiro, desde o primeiro mandato de Lula, para desestabilizar o governo”, acrescentou. O presidente da CUT Bahia, Cedro Silva, disse que “estamos enfrentando uma elite raivosa porque chegamos lá com um projeto de inclusão social". Em relação à Petrobras, disse que “a mídia, as elites e alguns juízes, todos estão em cima para tentar destruir uma empresa que tem 78 mil empregados próprios e 350 mil terceirizados. Esse pessoal se articula para tomar o país de assalto”. Para esse enfrentamento, diz que os trabalhadores precisam se organizar mais e ir pra rua. Além disso, fez duras críticas às medidas provisórias 664 e 665 e afirmou que é necessária uma grande luta para manter as conquistas. A economista Ana Georgina, supervisora técnica do Dieese, ao se referir às recentes medidas provisórias do governo, disse que são um paradoxo, pois “parece que estamos numa conjunta das mais adversas e não estamos. O desemprego chegou ao menor nível da história, a infla-
É preciso travar uma luta na rua, na justiça, na política. Luiz Roberto MoraeS professor
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ção está dentro da meta, dívida pública no menor patamar histórico e reservas monetárias de R$ 380 bilhões, dentre outros fatores positivos”. Advertiu que as medidas econômicas (a exemplo do aumento dos juros) colocam em risco conquistas históricas, e que são as “mesmas medidas de austeridade que fazem estragos na Europa. O governo desonera o capital e a gente paga a conta”.
não criam tarifa nem fazem hidrometração, tudo por interesses políticos”. Disse ainda não entender porque o modelo de gestão compartilhada, adotado pioneiramente em Seabra e depois em Jacobina, não é incentivado na Bahia, embora seja cada vez mais adotado no Ceará e em outros estados, já despertando interesse também em países como o México, Equador, Colômbia, Índia e Etiópia.
Ameaças diretas ao saneamento foram apontadas pelo professor Luiz Roberto Moraes, que vê um desmonte completo do setor, tanto na Bahia como no país, com “o capital entrando no ambiente de negócio”. No plano federal, com a entrega do Ministério das Cidades para Gilberto Kassab, aponta para uma disputa ferrenha por recursos, com uma clara mudança de rumo para uma política neoliberal. Lembrou ainda que o Banco Mundial emprestou dinheiro ao Unibanco para financiar PPP’s no Brasil. A nível estadual, afirmou que há um leilão sobre a Embasa e que o governo contratou consultoria para estudar a estrutura organizacional da empresa e promover a abertura do capital. “Não temos nada implementado da Política Estadual de Saneamento, não temos um plano de saneamento e a Agersa não regula nem fiscaliza nada. É preciso travar uma luta na rua, na justiça, na política”, sintetiza ele.
Rogério Matos, secretário da Federação Nacional dos Urbanitários, centrou sua palestra no momento político do Brasil. “No fim da eleição foi dito que haveria terceiro turno. Depois o Congresso derrubou a proposta de participação social, o governo perdeu na eleição da Câmara dos Deputados e a elite não dá descanso. Temos de ir pra rua, do contrário nosso espaço ficará ainda mais apertado”.
Mais uma vez presente no Colegiado, o presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho, disse que é necessário regulamentar o quanto antes a Política Estadual de Saneamento e criar um fundo para o setor, pois “sem dinheiro do Tesouro é difícil avançar mais na ampliação dos serviços em prol da população mais necessitada”. Fez um balanço de sua passagem na empresa, dizendo que foram executadas 1.256 ações em 343 municípios, ampliando de 494 mil para 999 mil as ligações na rede de esgotamento, e saindo de 2.304.972 para 3.270.569 de ligações de água. Sobre a crise da água em São Paulo, criticou o governo paulista por não investir no setor, se preocupando em distribuir dividendo aos acionistas da Sabesp. Assessor da Diretoria de Recursos Hídricos da Cerb, João Lopes falou sobre saneamento no meio rural, onde a Bahia tem um déficit muito grande, especialmente no semiárido, devido à problemas de gestão. “Os gestores manipulam,
Encarte da edição de nº 04/2015
Afirmou que a crise hídrica no sul e sudeste é uma abertura de porta para privatizar o setor. “São Paulo tinha projetos há mais de 10 anos e nada fez, Minas Gerais há mais de 20 anos. Nenhuma providência tomaram para evitar a calamidade que aí está. E há muita irresponsabilidade com a água. De Minas partem 9 aquedutos para São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santos transportando minério através da água. De tudo o que passa por eles, apenas 10% é de minério. E toda a água, tratada, é despejada no mar”. Rogério também anunciou a criação do Coletivo de Luta pela Água, do trabalho para a criação de um observatório latino-americano do saneamento e da Rede de Saneamento do Dieese. Afirmou ainda que a FNU estará à frente, junto com o Sindae e a ISP, de um seminário internacional a ser promovido em Salvador no dia 19 de março, véspera do Grito da Água. O vereador Gilmar Santiago advertiu a categoria para a ocupação conservadora de espaço nas empresas do setor, que vai resultar numa política conservadora. Outro parlamentar presente no Colegiado foi o deputado federal Jorge Solla, ex-secretário de Saúde. Ele prometeu apoio ao Sindicato e abertura de canais no governo para evitar retrocessos na política de saneamento.
Movimentos exigem plebiscito para reforma do sistema político A reforma do sistema político do Brasil voltou a ser cobrada pelo movimento sindical, pastorais sociais, partidos, organizações e ativistas durante ato realizado na Câmara dos Deputados, na última quarta (4). As entidades manifestaram apoio ao Decreto Legislativo 1508/2014, que propõe a realização de plebiscito oficial com a mesma pergunta do plebiscito popular, realizado no ano passado: “Você é a favor de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político?”.
“Além de ser eleitor, o cidadão tem que ter direitos políticos para construir uma democracia radical, direta, participativa e não apenas representativa, porque isso ainda é muito pouco. Estamos cientes que se formos depender apenas desta Casa, as mudanças não serão feitas. É a rua que trás a essa Casa a força do enfrentamento. É a reforma política que vai propiciar a democratização da mídia e as demais reformas”, afirmou a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), presidente da Frente Parlamentar pela Reforma Política.
Dieese mostra balanço das negociações em 2014 Das 22 negociações de acordos coletivos realizadas no primeiro semestre ano passado, com as principais empresas de saneamento do país, 63,6% resultaram em aumentos acima do INPC (5,82%), e 31,8% tiveram reajuste igual a esse índice. Em apenas uma empresa, a Sabesp (São Paulo), o reajuste ficou abaixo (5,2%). Esse balanço foi apresentado pelo eco-
nomista da Subseção do Dieese no Sindae, Élder Arimatea, durante o nosso Colegiado, como forma de subsidiar estratégias para a campanha salarial deste ano. Ainda segundo ele, a nível nacional, entre várias categorias, de 340 negociações realizadas também no primeiro semestre do ano passado, 93,2% tiveram aumento salarial acima do INPC. No Nordeste, o aumento médio acima desse índice ficou em 1,49%.
Especialistas cobram mais investimento em saúde e segurança do trabalho Colocado em evidência no Colegiado 2015, o tema “Saúde e Segurança do Trabalho” foi abordado por três especialistas, um deles Alexandre Jacobina, coordenador de Vigilância da Saúde no Trabalho, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (CESAT), órgão estadual. Ele disse que a política nacional de saúde assegura a participação do trabalhador, mas que isso ocorre num patamar mínimo, por desinformação ou falta de interesse. Elogiou o Sindae, lembrando que o Sindicato foi um dos pioneiros na luta pela implantação da política de saúde do trabalho na Bahia, que resultou na criação do Cesat. A advogada Ísis Lélis, superintendente regional do Trabalho e Emprego, afirmou que saúde é um tema básico para todo trabalhador e que as entidades sindicais precisam investir mais nessa área, formar quadros para tratar do tema.“Nenhuma sociedade democrática sobrevive sem sindicatos fortes”, disse ela, lembrando que as demandas sobre saúde e segurança do trabalho cresceram muito, mas a
estrutura do Ministério do Trabalho permanece a mesma. O coordenador técnico da Fundacentro, Robson Rodrigues da Silva, reclamou da falta de importância do movimento sindical a esse tema. “Os sindicatos que tinham alguma coisa na área de saúde se desidrataram. É preciso investir. As empresas se profissionalizaram nessa área e os sindicatos precisam qualificar dirigentes. Defendeu as Cipas, dizendo que elas são escolas de lideranças. Bruno Simões, técnico de Segurança do Trabalho da Embasa, também reclamou de mais formação nessa área, até porque “é preciso preparar a pessoa para o mundo do trabalho. A escola não faz nada, a universidade também não e a empresa não tem cultura. O médico só procura o sintoma, não pesquisa o mundo do trabalho”. No final, a diretora do Sindicato, Nadilene Sales, informou que o Sindicato irá fazer uma Caravana de Saúde e Segurança do Trabalho, mapeando empresas e autarquias, e também criará um Coletivo para atuar nessa área.
CUT vai ao congresso, cobra a pauta dos trabalhadores e derrubada de medidas provisórias Em manifestação realizada na última quarta (4), no Congresso Nacional, dirigentes da CUT de todo o país, juntamente com representantes de organizações sociais e parlamentares, cobraram a aprovação da Pauta da Classe Trabalhadora e a derrubada das medidas provisórias editadas pelo governo e que retiram direitos trabalhistas. No caso, o repúdio é contra as MP’s 664 e 665, lançadas em dezembro último, atacando benefícios como o seguro-desemprego, auxílio doença, abono salarial etc. “Essas medidas prejudicam conquistas históricas da classe trabalhadora e acabaram rompendo um diálogo que estava iniciado com o movimento sindical. Nós não aceitamos isso. Não pode haver uma política de reduzir as despesas do governo cortando as conquistas dos trabalhadores. Nós temos que taxar as grandes fortunas, os rentistas que recebem rendimentos das suas ações e não pagam um centavo de Imposto de Renda. São os ricos que têm que pagar e resolver essa defasagem econômica”, avalia o secretário nacional da CUT, Jacy Afonso. Em relação à Pauta da Classe Trabalhadora, os principais pontos são a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário, fim do fator previdenciário, reformas agrária e agrícola, arquivamento do projeto de lei 4330, que precariza as relações de trabalho ao ampliar a terceirização, redução dos juros e do superávit primário e reforma política.
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TOMENota ELEIÇÃO NA CIPA
A partir desta terça (10) terá início o processo eleitoral para escolha dos novos integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) do Saae de Itapetinga. Os (as) trabalhadores (as) devem participar ativamente, sempre buscando identificar e optar por companheiros (as) que defendam os interesses da classe trabalhadora.
CLIMA DE DESERTO - I
E-mail: juridico@sindae-ba.org.br
Aumenta o número de conflitos pela água no Brasil
O calor desértico transformou num inferno a vida de dezenas de empregados (as) da Cerb em Salvador. Existem 16 aparelhos de ar condicionado quebrados em várias salas e a empresa vem alegando, repetidamente, que não tem dinheiro para consertá-los.Tem aparelhos com a ventoinha quebrada, outro o compressor e assim vai... O jeito tem sido lavar o rosto seguidas vezes ou se refrescar em algum lugar. O ambiente de trabalho é dos mais insalubres. Mas nas salas dos diretores tudo funciona direitinho.
CLIMA DE DESERTO - II
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16% entre 2012 e 2011. No ano passado, a Bahia foi o estado que mais teve disputas deste tipo, num total de 21. Em segundo lugar, ficou o Rio de Janeiro, com sete. Por regiões, o Nordeste foi a mais conflitante, com 37 casos registrados, seguido pelo Norte, com 27 casos. Muitas destas disputas ocorrem para evitar a apropriação de recursos hídricos por empresas, como mineradoras e fazendas, ou para impedir a construção de barragens ou açudes. O levantamento completo será divulgado no próximo mês. RECICLÁVEL
EXPEDIENTE
Em novo levantamento, a Comissão Pastoral da Terra informa que as disputas por recursos hídricos no Brasil atingiram um novo recorde histórico em 2013 e a Bahia figura no topo desses problemas.A Comissão identificou 93 conflitos por água em 19 estados, o maior número desde 2002, quando eles passaram a ser monitorados pelo órgão, que é ligado à Igreja Católica. Isso representa um conflito a cada quatro dias. Ainda segundo a Pastoral, o número tende a aumentar: a quantidade de brigas pela água subiu 17% em 2013, na relação a 2012, e houve aumento de
Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), filiado à FNU/CUT; UT Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfica do Sindae; Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – Bahia CEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913 Email: sindae@sindae-ba.org.br
SIGA-NOS:
Problema semelhante ao da Cerb ocorre numa enorme sala do FT (Embasa). O ar condicionado quebrou e dezenas de empregados (as) não sabem o que fazer contra o calor.Arranjaram um ventilador, mas a “solução” espalha mais calor do que refresca. O aparelho já quebrou outras vezes e voltou a funcionar através de “gambiarras”. O pessoal cobra uma solução urgente, pois ninguém aguenta mais tanto sufoco.
ALTA NOS ALIMENTOS
A cesta básica de alimentos teve alta de 11,71% de dezembro a janeiro últimos, segundo pesquisa do Dieese. Passou a custar R$ 299,17, contra os R$ 267,82 do mês anterior. Mesmo assim, ainda em janeiro, a cesta de Salvador foi a sexta mais barata dentre as 18 capitais pesquisadas. Nos últimos 12 meses, o custo dos alimentos básicos apresentou alta de 12,53% na capital baiana.
CONTATO
Os associados abaixo-relacionados devem entrar em contato com o setor jurídico do Sindicato, procurando por Elisabete: Pedro Machado, Euplio Portela de Lyra Neto, Constelatio de Jesus Araújo, Evandivaldo Manoel da Glória e Valdemiro Guilherme dos Santos.
FALECIMENTO
O ex-companheiro Paulo Sérgio de Castro Moreira, por muitos trabalhando nas Eta’s Principal e da Suburbana e também conhecido por Maicon, foi assassinado a tiros em Castelo Branco na última terça-feira (3), durante seu horário de folga. Seu enterro aconteceu dois dias depois, no Cemitério Bosque da Paz.