Cinema IMS-RJ - Folheto Agosto/2015

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JEAN-LUC GODARD: ADEUS À LINGUAGEM A RENOVACÃO DA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA INSTITUTO MOREIRA SALLES CINEMA AGOSTO 2015


Um quase noivo de Baleia, o cachorro Roxy, e uma quase mariée de Marcel Duchamp mise à nu por Jean-Luc Godard, même. ADEUS À LINGUAGEM A NOIVA DE DUCHAMP E O NOIVO DE BALEIA

A ideia de Adieu au langage (Adeus à linguagem) é simples, esclarece o diretor num breve texto à maneira de sinopse no livreto distribuído no festival de Cannes, “uma mulher casada e um homem solteiro se encontram, se amam, se desentendem, os corpos choram. Um cachorro vaga entre a cidade e o campo. As estações passam. O homem e a mulher se reencontram, o cachorro se encontra entre eles. O outro está dentro de um, o um está dentro do outro, essas são as três pessoas”. Na verdade, nenhuma direta relação entre a personagem de Vidas secas e seu quase noivo de Adeus à linguagem. Mas a presença do cachorro como um dos protagonistas do filme traz à memória a inclusão de Vidas secas na lista dos melhores do ano feita para o Cahiers du Cinéma em 1965. Roxy traz ainda à memória que, em 2004, também, em Cannes indagado sobre os novos cinemas da década de 1960, Godard apontouVidas secas como um filme que permanecia novo – um dos raros, sublinhou. Nenhuma direta relação, nenhuma referência direta, mas Roxy, como Baleia, é um cachorro que pensa. Tal como no livro de Graciliano, o narrador do filme de Godard entra na cabeça do cachorro para traduzir seus pensamentos. Roxy pensa que não se pode pensar livremente se os olhos não vêem em liberdade. Que não se pode ver em liberdade se pensamos enquanto vemos. Que as pessoas saem de si mesmas e da realidade em que se encontram enquanto pensam e assim se dividem em duas: uma pessoa que é e uma pessoa que é só pensamento. Nenhuma relação direta com a noiva de Roxy, mas uma estreita relação com a noiva de Marcel Duchamp, a Mariée despida por seus celibatários, mesmo ou O grande vidro. Quando aparece despida pela primeira vez por Godard, a mariée de Adeus à linguagem desce aquela mesma escada do nu de Duchamp.

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Para compor os diálogos de Adieu au langage, Godard se serve uma outra vez de um procedimento ao mesmo tempo próximo da ideia do ready made de Duchamp e do natural processo de compor e montar imagens cinematograficas – enquadramento e montagem. As falas são recortadas de livros tal como as imagens são recortadas de cenários reais ou dos corpos dos atores. Na montagem, aqui como em tudo quanto é filme, falas e imagens ganham novos sentidos sem deixar de se referir à realidade objetiva ou subjetiva de


Adeus à linguagem: Godard, Duchamp e o nu descendo uma escada (Nu descendant un escalier)

onde foram extraídas. Por isso mesmo, em dois ou tres momentos o narrador se pergunta onde começa a metáfora e termina a realidade. Relação direta com O grande vidro de Duchamp também pelas muitas transparências das imagens em 3D. Adeus à linguagem tem pouco a ver com os habituais efeitos de profundidade dos filmes em terceira dimensão. Não se serve dos pequenos truques visuais em que algo atirado na direção da câmera tenta provocar ilusão semelhante à que, no nascimento do cinema, desabou sobre a plateia que viu o trem de Lumière saltar da estação para dentro da sala de projeção. Na tela, de fato, um adeus à prática corrente do 3D e um estreito diálogo com o quadro em três dimensões de Duchamp, vidro e não tela, ao mesmo tempo o que está nele e o que se pode ver através dele. A câmera por trás do vidro do carro, o olhar é solicitado a um permanente deslocamento da paisagem no fundo da imagem para a água no para-brisa, espécie de cortina ou biombo que encobre as árvores ao fundo, ou da estrada para o limpador de para-brisa, um segundo biombo correndo de um lado para outro do quadro. Nas fusões, uma idêntica sensação de vertigem visual, pois a vista se acomoda pouco à vontade sobre as duas superpostas e conflitantes ilusões de profundidade. Fusões de imagens e também nos letreiros, como os que reescrevem o título original colando em primeiro plano duas letras grandes e vermelhas. Adieu transforma-se então em AH Dieux (Ah! Deus), e au langage transforma-se então em OH langage (Oh! linguagem). Vidro, fusões,

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Duchamp e mais a lembrança de Claude Monet: “em lugar de pintar o que se vê, pois de fato não vemos nada, pintemos o que não se vê”. Na imagem, frases visuais. Nas falas, imagens verbais. Filmar o que não se vê: o azul no céu, mas não como o azul do céu, o vermelho na flor mas não como o vermelho da flor, o amarelo das folhas de outono, mas com um brilho e calor diferente das folhas de outono. Enquadrar as palavras para inseri-las numa outra ordem, pela montagem: Deus não pode nos fazer humildes, ou não soube nos fazer humildes, por isso nos fez humilhados. Ah! Deus, hoje todo mundo tem medo. Renuncie à liberdade e conseguirá tudo. Essa manhã é um sonho e cada um pensa que o sonhador é o outro. Não direi quase nada, procuro a pobreza da linguagem. Daqui a pouco vamos precisar de intérpretes para compreendermos o que sai das nossas próprias bocas. Os que não têm imaginação refugiam-se na realidade. Devemos amar a vida a qualquer preço… Mas estou aqui por outro motivo. Estou aqui para dizer não. E depois morrer. Assim como aqui e ali um realizador adapta um livro ou numa peça de teatro para cinema, quase é posivel dizer que em Adeus à linguagem Godard faz uma adaptação da Mariée mise à nu par ses celibataires même para o cinema. Uma ideia simples, uma mulher casada, um homem solteiro, o reencontro e o encontro com um cachorro, para compor um filme em que o 3D passa na tela como uma imagem no vidro dianteiro de um carro em movimento num dia de chuva. Nuns tantos filmes, os realizadores dedicam-se especialmente aos problemas contemporâneos. Godard trouxe para o centro da discussão, a luta comum a todos esses em busca da imagem capaz de expressar o sentimento de cada um. Tal luta se revela melhor quando em lugar do título original usamos as duas exclamações e trocadilhos montados pelo diretor no meio da narrativa: Ah! Deus, oh! a linguagem.

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JOSÉ CARLOS AVELLAR


As cinco questões a seguir foram extraídas de uma entrevista de Heinz Emigholz a Aaron Cultler em fevereiro de 2013 para a revista Idiom Magazine. Nelas, uma apresentação resumida dos motivos e dos processo do trabalho usados pelo cineasta para documentar edifícios e espaços aquitetônicos

O que significa Arquitetura como autobiografia? Heinz Emigholz: Algumas pessoas escrevem autobiografias e outras as constroem. Acho que os próprios espaços, se olharmos para eles, dizem algo sobre a maneira como seus construtores pensavam o espaço e o que podiam conquistar nele. A maioria das pessoas acha que uma autobiografia deve ser escrita, mas ela pode ser representada através de edifícios, que podem ser lidos. É preciso ler o que se vê: o que o arquiteto fez com o espaço, e por que o fez naquele momento. Como você chegou em Perret na França e Argélia? Emigholz: Entre 1986 e 1990, produzi e dirigi um longa-metragem chamado O bando sagrado. O filme era sobre um grupo de artistas, sendo que um deles estava morrendo, e sobre um elaborado conjunto de edifícios. Ele foi planejado em um cenário e filmado em locações como a Catedral de Colônia e a Sagrada Família de Barcelona. Gosto de representar espaços complexos com múltiplas camadas. Quebrei financeiramente, fiquei cheio de dívidas porque eu mesmo produzi o filme. A partir daí, decidi descartar os atores e continuar com o que eu mais gostava. Continuei a filmar os espaços sem os atores. Elaborei uma lista de arquitetos e engenheiros civis que eu admirava: Louis Sullivan, Robert Maillart, Rudolph Schindler, Bruce Goff, Adolf Loos, Pier Luigi Nervi, Auguste Perret, entre outros. Em 1992, comecei a preparar um documentário com voz em off sobre eles, seus conceitos de espaço e meus pensamentos sobre tudo isso. Filmei e filmei sem saber como editaria o material e, por volta de 1997, decidi abandonar a abordagem panorâmica. Eu acreditava que o cinema havia perdido seu propósito como algo que pudesse explicar o mundo em qualquer nível. A internet surgiu para oferecer muitas informações, por isso eu já não precisava infestar meu filme com elas. Pude economizar este tempo e apresentar espaços em um ato de cinematografia. Não para dramatizar o material ou colocar música e outros efeitos sobre ele, mas para filmar e apresentar os espaços em uma sala de cinema adequada. Era evidente que eu tinha material demais para um único filme. Separei o projeto em diversos filmes e criei uma ordem cronológica para cada um – uma espécie de catálogo de edifícios. Eu editava os edifícios na ordem em que

EMIGHOLZ CINEMA E ARQUITETURA

Há mais de vinte e cinco anos o cineasta alemão Heinz Emigholz procura transmitir a passagem do tempo no cinema através da arquitetura. Seus filmes são passeios contemporâneos por edifícios e outros espaços arquitetônicos, mostrando como são habitados e como foram transformados por seus usuários ao longo de sua história. Emigholz já realizou mais de cem filmes, dos quais um conjunto de dez compõe a programação da retrospectiva, A arquitetura como autobiografia. No sábado dia 8 o cineasta estará presente para uma conversa aberta ao público após a exibição de A pista de pouso

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haviam sido construídos para que fosse possível observar a evolução do trabalho de cada arquiteto. Eu filmava os espaços e, entre as imagens dos edifícios, incluía text frames com informações básicas, como nome, localização, ano de construção e a data em que foi filmado. Minha ideia parecia tão simples que pensei que havia centenas de filmes similares, mas fiquei chocado quando descobri que não havia nenhum. A nossa crença atual de que tudo está à disposição apenas com o clique de um botão é absolutamente falsa. É preciso fazer longas viagens para registrar esses espaços, e ninguém havia feito isso antes. Os primeiros três curtas-metragens da série Fotografia e além estrearam no Festival Internacional de Cinema de Berlim em 2001. Algumas pessoas disseram “Isto é apenas para arquitetos”, mas meu ponto de vista é outro. Nós todos temos que viver em algum tipo de moradia, então precisamos pensar sobre a arquitetura, ou sermos confrontados com o que ela é ou pode ser, mesmo que não se queira lidar com isso. Meu objetivo, desde o início, sempre foi usar as ferramentas do cinema para representar a arquitetura. Isto é subversivo, porque o cinema geralmente é elaborado para mostrar o que acontece em um espaço, mas também pode representar os próprios espaços da melhor maneira imaginável. Atualmente existem por volta de 80 filmes na série, incluindo 9 longas-metragens. Perret na França e Argélia é o penúltimo filme de um grupo que chamei de Decampamento do modernismo. O primeiro, Parabeton – Pier Luigi Nervi e o concreto romano, relaciona a arquitetura dos edifícios modernistas de Nervi com as estruturas da Roma antiga. Como você se prepara para filmar os edifícios?

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Emigholz: Começa comigo, acidentalmente, esbarrando em alguma coisa. Eu esbarrei nas casas de Schindler em Los Angeles nos anos 1980 e nem sabia o nome dele, mas me lembrei de um determinado espaço mais tarde. No caso de Goff também. Eu fui a uma de suas casas em Los Angeles, e não tinha ideia de quem ele era, mas me lembrei repentinamente da casa quando decidi fazer um filme sobre arquitetura. Lembrei também de outros espaços e comecei a pesquisar até que decidi viajar para suas localidades. Em 1991, fui a uma livraria no bairro de Venice, em Los Angeles, e encontrei um livro com fotos dos bancos de Louis Sullivan. Naquela época, eu pensava muito sobre a modernidade, sobre ornamento e a fachada de sustentação livre. Quando a fachada não tem o que sustentar, existe a possibilidade de desenhá-la livremente. Sullivan trabalhou muito com essas novas possibilidades. Eu tinha que ir até lá, não podia contar com essas fotografias. Precisava ver por mim mesmo. Não fiz uma viagem de pesquisa antes de rodar Os bancos de Sullivan. Fui com uma câmera 35 mm para ver os prédios pela pri-


meira vez. Foi então que tive um choque com os procedimentos da fotografia de arquitetura. Às vezes eu não reconhecia um edifício pelas fotografias, porque os fotógrafos – que possuem pouco espaço em suas publicações – usam a lente grande-angular para captar todo o edifício. Meus filmes usam lentes normais para se aproximar da perspectiva que temos ao caminhar por esses espaços. A preparação é importante, e a primeira etapa é perceber a relação entre seu próprio pensamento e o de outra pessoa ao lidar com espaços complexos. Eu me sinto gratificado com o trabalho desses arquitetos. Quanto mais a fundo eu fui na série, mais importante as redondezas dos edifícios se tornaram para mim. Perret e seu grupo de arquitetos reconstruíram todo o centro da cidade de Le Havre; então as cenas em Perret na França e Argélia contemplam tudo. Mas na Argélia muitas cenas não contêm nem sequer um prédio de Perret. Algumas sequências se estendem por sete ou oito planos antes de aparecer um prédio dele, porque a vida urbana das redondezas me interessou. A série maior de documentários que contém Arquitetura como autobiografia se chama Fotografia e além, o que significa que ela trata do que a sua mente lê através de sua retina. Por exemplo, quando um espaço que já foi desenhado é retratado, as imagens são construídas com algo que já estava lá. Meus filmes sobre arquitetura apresentam uma construção duplamente codificada, na qual cada filme cria uma composição no topo da composição de outra pessoa. Eu e minha equipe trabalhamos na trilha sonora tanto quanto nas imagens. Primeiro, nós gravamos o som sincronizado à imagem e depois gravamos também todos os ruídos presentes dentro e fora dos espaços. Então criamos a sequência sobrepondo o som, após as imagens serem editadas. Não queremos acrescentar sons artificiais ou música porque já tem muito ali. Até mesmo o silêncio possui características diferentes em cada ambiente. E assim o espaço que está fora do quadro entra na imagem através do som. Quando comecei a mostrar esses filmes, algumas pessoas disseram que eram slide-shows ou filmes mudos. Isto é uma bobagem. Quando você olha para algo de uma maneira muito profunda, também escuta. Além do mais, você descobre que existe um aspecto temporal em sua visão e audição. E não é a fotografia, pois ela representa apenas um curto momento, um centésimo de segundo, enquanto o cinema é um contêiner para um espaço maior de tempo. Algumas pessoas não enxergam movimento, mas em cada quadro eu vejo algo se movendo, mesmo que seja apenas o ar. O que mais o surpreendeu ao fazer filmes sobre arquitetura? Emigholz: Quando eu ainda pretendia fazer um único filme, me deparei com um bloqueio na edição. Fiquei satisfeito ao olhar o material bruto e não senti neces-

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sidade de acrescentar qualquer coisa. Queria apenas olhar para ele do jeito que estava. Gostei do que vi e tive que lidar com isso. Os próprios espaços me fizeram repensar como eu queria apresentá-los. Em todos os meus filmes sobre arquitetura, utilizo mais ou menos a mesma estratégia – vou para um lugar, filmo edifícios e depois edito. Mas cada filme desenvolve um estado de espírito diferente. Quando vejo Loos ornamental, tenho uma sensação depressiva sobre como tudo aquilo terminou com o Terceiro Reich na Áustria após 1933. Já em As casas de Schindler, mesmo que os dois arquitetos tenham sido contemporâneos e que eu use métodos similares para filmar os edifícios, o sentimento em relação a alguém que mora em outro país e é capaz de experimentar com maior liberdade provoca um efeito diferente. Acrescento certo tipo de fotografia sobre os edifícios, mas aprendi que, quando você deixa que eles falem por si, eles falam. A pista de pouso será o último longa-metragem sobre arquitetura. Está ficando cada vez mais complicado fazer esse tipo de filme. Eu queria filmar os edifícios do arquiteto mexicano Luis Barragán (1902-1988), mas não foi possível porque o direito de imagem deles pertence à empresa de design Vitra, detentora de 100% da Fundação Barragán na Suíça, que me cobrou 30 mil euros para filmá-los. Foi um choque, porque eu pensava que estava fazendo um serviço para o legado de Barragán. Mas eles querem lucrar com isso. Nós fomos para a Cidade do México e filmamos três de suas esculturas públicas, cujo direito de imagem a fundação não detém, mas em geral eu receio que estudos desse gênero sejam inviabilizados se as organizações capitalistas investirem em direitos de imagem em geral. Este é um tema novo e devemos pensar sobre ele. Você pode tirar milhões de fotografias de um ambiente tridimensional, mas, alguém repentinamente diz que detém o direito de imagem sobre esse ambiente. Se continuar assim, o mundo em breve não será mais documentável, já que todo palhaço endinheirado pode dizer: “Chamarei a polícia se você filmar isso.” Mais que repugnante, é uma atividade de censura perpetuada pelo capitalismo. Como seus filmes sobre arquitetura são autobiográficos? Emigholz: Quando olho para eles e leio que eu estava em um lugar especial em um dia especial, penso que fez sentido na minha vida estar lá fazendo aquele trabalho. É uma espécie de diário. No momento, existem tantos filmes realizados que eu gostaria de assisti-los um após o outro e me sentir saturado por esses espaços. Porque depois de um tempo esqueço por onde já passei na vida.​​

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OS FIMES DE AGOSTO

Na programa deste mês: os dois melhores filmes franceses de 2014 segundo o Cahiers du Cinéma: O pequeno Quinquin, de Bruno Dumont, e Adeus à linguagem, de Jean-Luc Godard; a mostra A arquitetura como autobiografia, do diretor alemão Heinz Emigholz, que estará presente na sessão de abertura, no sábado 8 para um debate com o público; quatro sucessos do recente cinema italiano: César deve morrer, de Paolo e Vittorio Taviani, Irmãs Jamais, de Marco Bellocchio, As quatro voltas, de Michelangelo Frammartino, e Terra firme, de Emanuele Crialese; e, na quinta dia 20, a sessão especial de lançamento do dvd A renovação da fotografia contemporânea, segundo volume da série Contatos em que fotógrafos discutem seu trabalho por meio da análise de folhas de contato

SÁBADO 1 14h00, 16h00, 18h00 e 20h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D “A ideia é simples”, esclareceu o diretor num breve texto à maneira de sinopse no livreto distribuído como material de divulgação no festival de Cannes: uma mulher casada conhece um homem solteiro, eles se amam, eles se disputam; os corpos choram; um cachorro vaga entre a cidade e o campo; as estações passam; o homem e a mulher se encontram novamente; o cachorro se encontra no meio dos dois; o outro está em um; um está no outro; e são três pessoas; o ex-marido explode tudo; um segundo filme começa; igual ao primeiro; e no entanto, não; da espécie humana passamos à metáfora; isto vai terminar com latidos; e choro de um bebê”. Seis diferentes câmeras (a fotografia é de Fabrice Aragno, o mesmo fotógrafo de Filme Socialismo) de uma Canon profissional a uma GoPro. A imagem digital aparece aqui modo completamente diferente, o 3D destrói a noção de espaço, duplica, triplica os planos enquadrados e dá ao espectador um papel ativo: tomando o filme como uma espécie de roteiro de cinema, ele deve recompor numa outra ordem o mundo a que se descompõe no filme. Um processo de trabalho arriscado, mas ideal para as colagens que compõem o filme: a filosofia, a literatura, a pintura, noções históricas sobre as contradições do século 20. Esta intencional falta de unidade permite que Adeus à linguagem estabeleça uma linguagem própria e viva: “Viver ou narrar?”, pergunta-se a personagem central. Diretor de 118 filmes, entre curtos e longos, Godard, 85 anos, já realizou depois de Adeus à linguagem, um outro filme longo, As pontes de Sarajevo (Ponts de Sarajevo, 2014) e um curta-metragem, Agradecimentos pelo Prix d’honneur do cinema suiço (Remerciements de Jean-Luc Godard à son Prix d’honneur du cinéma suisse, 2015).

DOMINGO 2 14h00, 16h00, 18h00 e 20h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D O experimentador, aos oitenta e cinco anos, continua vigoroso e como há cinquenta e quatro anos. Dar adeus à linguagem é também um modo de redescobrir a importância da imagem. Não compreender o sentido de alguns diálogos, piadas ou questões de todos os gêneros jogadas a revelia no centro do debate, não é um problema. Como anuncia a certa altura, o realizador aqui procura a pobreza da linguagem, e reitera: não direi quase nada. Não se trata da ação de um intelectual que exige um pedestal, não se trata do capricho de alguém que constrói o próprio ego às custas da ingenuidade de seus espectadores. Ao contrário, a escolha da incompreensão é quase didática, possui um propósito: levar o espectador a dar-se conta de que a compreensão se faz por meio das imagens. Prêmio Especial do Juri no Festival de Cannes. Melhor filme de 2014 para a National Society of Film Critics dos Estados Unidos, Melhor Filme do ano para revista francesa Cahiers du Cinéma.

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Os filmes de agosto Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500

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TERÇA 4 14h00, 16h00, 18h00 e 20h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D Tal como o narrador de Vidas secas de Graciliano, o narrador do filme de Godard entra na cabeça do cachorro para traduzir seus pensamentos. Roxy pensa que não se pode pensar livremente se os olhos não vêem em liberdade. Que não se pode ver em liberdade se pensamos enquanto vemos. Que as pessoas saem de si mesmas e da realidade em que se encontram enquanto pensam e assim se dividem em duas: uma pessoa que é e uma pessoa que é só pensamento. Realizador de 118 filmes, entre curtos e longos, Godard, 85 anos, já dirigiu depois de Adeus à linguagem, um outro filme longo, As pontes de Sarajevo (Ponts de Sarajevo, 2014) e um curta-metragem, Agradecimentos pelo Prix d’honneur do cinema suiço (Remerciements de Jean-Luc Godard à son Prix d’honneur du cinéma suisse, 2015).

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Jean-Luc Godard: Adeus à linguagem

QUARTA 5 14h00, 16h00, 18h00 e 20h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D Seis diferentes câmeras (a fotografia é de Fabrice Aragno, o mesmo fotógrafo de Filme Socialismo) de uma Canon profissional a uma GoPro. A imagem digital aparee aqui modo completamente diferente, o 3D destrói a noção de espaço, duplica, triplica os planos enquadrados e dá ao espectador um papel ativo: tomando o filme como roteiro de cinema, ele deve recompor o mundo a que o filme se refere. Um processo de trabalho arriscado, mas ideal para as colagens que compõem o filme: a filosofia, a literatura, a pintura, noções históricas sobre as contradições do século 20. Esta intencional falta de unidade permite que Adeus à linguagem estabeleça uma linguagem própria e viva: “Viver ou narrar?”, pergunta-se a personagem central.

QUINTA 6 14h00, 16h00, 18h00 e 20h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D Nas falas, imagens verbais: a pobreza da linguagem para a palavra transformar-se no que nela é só imagem. Na imagem, frases visuais. Filmar o que não se vê: o azul no céu, mas não como o azul do céu, o vermelho na flor mas não como o vermelho da flor, o amarelo das folhas de outono, mas sem o brilho e o calor particular das folhas de outono. Em lugar da realidade como ela é, ou como aparece ao olhos, com suas cores e formas tridimensionais, uma outra livremente imaginada. O mundo colorido como numa pintura, o espaço entre as coisas ordenado de um modo irreal. O que Adeus à linguagem nos diz é que os que não tem imaginação refugiam-se na realidade. Prêmio especial do Juri no Festival de Cannes. Melhor filme de 2014 para a National Society of Film Critics dos Estados Unidos


SEXTA 7 14h00,16h00 e 18h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D Cinco décadas e meia após seu primeiro longa-metragem, Acossado (À bout de souffle), Godard prova ser capaz de revolucionar o cinema em meio a tantas obras semelhantes, regulares e medíocres do cinema atual. Em 1960, Godard inovou ao introduzir os jump-cuts de Acossado, precedendo décadas inteiras em que seu estilo geraria tantos imitadores; aqui, Godard relembra que, embora as palavras não sejam mais tão vivas e significativas como outrora, a imagem permanece presente. Para ele, os espectadores de cinema tornaram-se mal acostumados após o aparecimento dos filmes sonoros, passando a exigir que palavras fossem ditas com muita precisão e clareza – caso contrário, o filme parecia sem sentido. Contra esta ideia, Godard relembra em Adeus à linguagem que o cinema possui imagem e som, mas não necessariamente palavras. Antes de Adeus à linguagem, Godard filmou em 3D o episódio Os três desastres (The Three Disasters) para o projeto 3x3D (2013).

> Os filmes de agosto Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500

SÁBADO 8 14h00,16h00 e 18h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D Diretor de 118 filmes, entre curtos e longos, Godard, 85 anos, já realizou depois de Adeus à linguagem, um outro filme longo, As pontes de Sarajevo (Ponts de Sarajevo, 2014) e um curta-metragem, Agradecimentos pelo Prix d’honneur do cinema suiço (Remerciements de Jean-Luc Godard à son Prix d’honneur du cinéma suisse, 2015). Também em 3D, antes de Adeus à linguagem, realizou para o projeto 3x3D o episódio Os três desastres (The Three Disasters (2013).

19h30: arquitetura como autobiografia A pista de pouso (The Airstrip - Teil der Moderne, Teil III) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 2013. 112’) Vigésima primeira parte de Fotografia e além e terceira parte da trilogia Decampamento do modernismo. O filme apresenta 30 localidades no mundo afora, filmadas por Emigholz entre 2011 e 2012, e traça um percurso da arquitetura moderna após o lançamento das bombas atômicas ao final da Segunda Guerra Mundial. A história, evoca de forma confessional o fardo de ser alemão. O filme visita o Panteão, o monumento a Gustave Eiffel por August Perret na base da Torre Eiffel, La Bombonera, de Viktor Sulčič e José Luis Delpini, um armazém de Eladio Dieste, em Montevideo, Las Arboledas, de Luis Barragán, na Cidade do México, a embaixada italiana, de Pier Luigi Nervi, em Brasília, o Northfield Memorial, em Tinian, nas Ilhas Marianas do Norte, de onde partiram as bombas atômicas para Hiroshima e Nagasaki, um ponto de ônibus, de Ulrich Müther, em Binz, entre outros. Após a sessão, conversa aberta ao público entre o cineasta Heinz Emigholz e o curador da mostra Aaron Cutler.

DOMINGO 9 14h00,16h00 e 18h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D Dar adeus à linguagem é também um modo de redescobrir a importância da imagem. Não compreender o sentido de alguns diálogos, piadas ou questões de todos os gêneros jogadas a revelia no centro do debate, não é um problema. Ao contrário, a escolha da incompreensão é quase didática, possui um propósito: levar o espectador a dar-se conta de que a compreensão se faz por meio das imagens. 20h00: arquitetura como autobiografia Perret na França e Argélia (Perret in Frankreich und Algerien) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 110’) Vigésima parte de Fotografia e além, segunda parte da trilogia Decampamento do modernismo e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta 30 construções dos irmãos franceses Auguste Perret (1874-1954) e Gustave Perret (1876-1952), realizadas na França e Argélia entre 1904 e 1954 e filmadas por Emigholz, em 2011. Os arquitetos trabalharam durante um período em que a Argélia ainda era uma colônia francesa e faleceram pouco tempo antes do início da Guerra de Independência Argelina que resultou no fim da colonização. No filme, a evolução da história nos dois países é naturalmente sugerida pela atual condição e uso dos edifícios locais. Na Argélia, espaços anteriormente ocupados pela aristocracia foram convertidos em espaços abertos ao público em geral. Em contraste, na França a jornada revela a preocupação em conservar e manter o uso original dos edifícios.

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TERÇA 11 14h00, 16h00 e 18h00 Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D Realizador de 118 filmes, entre curtos e longos, Godard, 85 anos, já dirigiu depois de Adeus à linguagem, um outro filme longo, As pontes de Sarajevo (Ponts de Sarajevo, 2014) e um curta-metragem, Agradecimentos pelo Prix d’honneur do cinema suiço (Remerciements de Jean-Luc Godard à son Prix d’honneur du cinéma suisse, 2015). Também em 3D, antes de Adeus à linguagem, realizou para o projeto 3x3D o episódio Os três desastres (The Three Disasters (2013). 20h00: arquitetura como autobiografia Parabeton – Pier Luigi Nervi e o concreto romano (Parabeton – Pier Luigi Nervi und Römischer Beton) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 100’) Décima nona parte de Fotografia e além, primeira parte da trilogia Decampamento do modernismo e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme justapõe 17 construções do engenheiro civil italiano Pier Luigi Nervi (1891-1979) realizadas na Itália e na França entre 1932 e 1971 e 10 ruínas do Império Romano, todas filmadas por Emigholz, em 2011. Inspirado na resistência e maleabilidade das construções romanas antigas (as primeiras em concreto), Nervi ampliou o uso de um tipo de concreto armado mais leve chamado ferrocimento. O filme conduz consistentemente o olhar para o alto, seguindo o movimento ondular dos dois grupos de construções. As imagens são acompanhadas pela riqueza e variedade de sons que ecoam em cada local.

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QUARTA 12 14h00, 16h00 e 18h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D 20h00: arquitetura como autobiografia Dois museus (Zwei Museen) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 18’) Vigésima segunda parte de Fotografia e além. O filme justapõe o museu Coleção Menil, em Houston, construído pelo arquiteto italiano Renzo Piano entre 1982 e 1986, e o Museu de Arte Ein Harod, em Israel, construído pelo arquiteto polonês Samuel Bickels, em 1948, ambos filmados por Emigholz, em 2012. A iluminação natural suave dos ambientes da Coleção Menil reflete a qualidade tranquila do bairro em que o variado acervo está localizado. Na mesma latitude e em uma área de kibutz, o primeiro edifício construído para abrigar um museu de arte no Estado de Israel detém qualidades similares. O prado das coisas (Die Wiese der Sachen) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 1974-1987. 88’) Longa-metragem de ficção e terceira parte da Trilogia dos anos 70. É a primeira tentativa de Emigholz de explorar, através do cinema, espaços arquitetônicos como indícios de histórias humanas. A ação acontece na cidade de Clonetown, entre 1974 e 1979. Charon, um terrorista desiludido e pouco confiável, narra, às margens do esquecimento, sua decadência eminente a um negociante de carros sequestrado. Em suas memórias ele traz à tona seu segundo e terceiro ego – um artista megalomaníaco e um perverso vendedor de tapetes.

QUINTA 13 14h00, 16h00 e18h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D “A ideia é simples”, esclareceu o diretor num breve texto à maneira de sinopse no livreto distribuído como material de divulgação no festival de Cannes: uma mulher casada conhece um homem solteiro, eles se amam, eles se disputam; os corpos choram; um cachorro vaga entre a cidade e o campo; as estações passam; o homem e a mulher se encontram novamente; o cachorro se encontra no meio dos dois; o outro está em um; um está no outro; e são três pessoas; o ex-marido explode tudo; um segundo filme começa; igual ao primeiro; e no entanto, não; da espécie humana passamos a metáfora; isto vai terminar com latidos; e choro de um bebê”. 20h00: arquitetura como autobiografia O bando sagrado (Der Zynische Körper) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 1986-1990. 89’) O percurso de um grupo de amigos que partem em busca de autoconhecimento é envolvido por edifícios emblemáticos, como A Sagrada Família, em Barcelona, e a Catedral de Colônia. Último longametragem de ficção de Emigholz. Roy, um editor de livros, está morrendo e, junto com ele, a República Democrática da Alemanha. Seus amigos reúnem o que para Roy são apenas os dejetos de uma vida que já não existe mais – seu dinheiro, suas fotografias, seus últimos desejos, como a destruição de seus diários. O grupo, que se dissolve com a morte de um membro, é composto por um desenhista, um escritor, um arquiteto, uma fotógrafa e uma tradutora. Seus papéis impregnam-se uns aos outros enquanto eles são conduzidos em uma jornada, em busca de autoconhecimento.


SEXTA 14

SÁBADO 15

14h00, 16h00 e18h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. (França, 2014. 70’) Exibição em 3D

14h00, 16h00 e18h00 : Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. (França, 2014. 70’) Exibição em 3D

20h00: arquitetura como autobiografia Loos ornamental (Loos ornamental) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 2012. 72’) A arquitetura se torna um elemento da paisagem e da história do Século 20. A paisagem é também é simbólica e espelha os pensamentos e estudos de Emigholz, contando uma história que, além de ser mundial, também é pessoal. Décima terceira parte de Fotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta 27 construções do arquiteto austríaco Adolf Loos (1870-1933), realizadas na Áustria, República Checa (boa parte durante o Império Austro-Húngaro) e França, entre 1899 e 1931, e filmadas por Emigholz, em 2006. Influenciado por Louis Sullivan, Loos revolucionou a arquitetura de seu tempo ao eliminar a ornamentação florida típica europeia. No filme, as construções existem intactas e muitos dos interiores aparentam ter perdido sua função original para se tornarem objetos de museu, preservando, assim, uma era passada no contexto de uma cidade moderna.

20h00: arquitetura como autobiografia As casas de Schindler (Schindlers Häuser) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 2006-2007. 99’) O filme conduz o espectador a uma reflexão sobre a sociedade de hoje, frente àquela em que os arquitetos austríacos Rudolph Schindler e Adolf Loos viveram. Décima segunda parte de Fotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. Quarenta construções do arquiteto austríaco naturalizado norte-americano Rudolph M. Schindler (1887-1953), todas realizadas em Los Angeles entre 1921 e 1952 e filmadas por Emigholz, em 2006. Logo no início, um narrador declara que “não há sentido em separar a construção do ambiente ao seu redor”. As cenas seguintes mostram como Schindler trabalhou seus interiores, desenhando o espaço de forma que o olhar pudesse passear sem obstruções, criou janelas com vidros, de tamanhos, formas e tonalidades variadas para a entrada de luz natural e acomodou, assim, a natureza exterior no ambiente doméstico.

Heinz Emigholz: O prado das coisas

DOMINGO 16 14h00, 16h00 e18h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. Com Heloise Godet, Zoe Bruneau, Kamel Abdelli, Richard Chevallier, Jessica Erickson, Christian Gregori (França, 2014. 70’) Exibição em 3D 20h00: arquitetura como autobiografia Os bancos de Sullivan (Sullivans Banken) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 1993-2000. 38’) Segunda parte de Fotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta os oito últimos edifícios construídos pelo arquiteto norte-americano Louis H. Sullivan (1856-1924) para instituições bancárias do centro-oeste dos Estados Unidos. Construções intactas em tijolo aparente, elegantes ornamentos em cerâmica, vidro e mosaico e luxuosas decorações de interiores sustentam uma era passada que coexiste com a modernidade já obsoleta de 1995, ano em que foram filmados. A sessão também contará com a projeção de As pontes de Maillart. As pontes de Maillart (Maillarts Brücken) de Heinz Hemigholz (Alemanha, 1995-2000. 24’) Terceira parte de Fotografia e além e incluído na subsérie Arquitetura como autobiografia. O filme apresenta 13 construções do engenheiro civil sueco Robert Maillart (1872-1940), todas realizadas na Suíça e filmadas por Emigholz, em 1996. Maillart levou para a engenharia civil a beleza do desenho, mantendo a economia de materiais e eficiência nas construções através da simplificação da forma. O filme revela a comunhão entre as estruturas de Maillart e o meio ambiente ao seu redor, com a mesma simplicidade e serenidade que a caracteriza.

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TERÇA 18 14h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. (França, 2014. 70’) Exibição em 3D

14h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. (França, 2014. 70’) Exibição em 3D

16h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal)

16h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal)

Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França, 2014. 102’)

Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França, 2014.102’)

Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema. O capitão de polícia Van der Weyden e seu parceiro Carpentier investigam a descoberta de uma vaca morta preenchida com restos humanos dentro de um galpão alemão abandonado após a Segunda Guerra. Enquanto buscam respostas, eles são seguidos pelo pequeno Quinquin, um menino que cria confusão por onde passa junto com seus amigos e a namorada que toca trombeta.

Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

18h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. Com Alane Delhaye, Lucy Caron, Bernard Pruvost e Philippe Jore. (França 2014. 100”) Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema. 20h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. (França, 2014. 70’) Exibição em 3D

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QUARTA 19

18h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França 2014. 100’) Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema. 20h00: Adeus à linguagem (Adieu au langage) Direção, roteiro e montagem: Jean-Luc Godard. Fotografia: Fabrice Aragno. (França, 2014. 70’) Exibição em 3D “A ideia é simples”, esclareceu o diretor num texto à maneira de sinopse distribuído no festival de Cannes: uma mulher casada conhece um homem solteiro eles se amam, eles se disputam; os corpos choram; um cachorro vaga entre a cidade e o campo; as estações passam; o homem e a mulher se encontram novamente; o cachorro se encontra no meio dos dois; o outro está em um; um está no outro; e são três pessoas; o ex-marido explode tudo; um segundo filme começa; igual ao primeiro; e no entanto, não; da espécie humana passamos a metáfora; isto vai terminar com latidos; e choro de um bebê”.

QUINTA 20 14h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal) Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França, 2014. 102’) Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema. 16h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França 2014. 100’) Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema. 18h30: lançamento de dvd Contatos 2: A renovação da fotografia contemporânea Henri Cartier-Bresson de Robert Delpire (França, 1994. 12’) Sophie Calle de Jean-Pierre Krief (França, 1997. 13’) Nan Goldin de Jean-Pierre Krief (França, 1997. 13’) Duane Michals de Dominic Dubosc (França, 1993.13‘) Photo Assis de Jorge Bodanzky (Brasil, 2015. 25’) No lançamento do segundo volume da série Contatos, em que fotógrafos discutem seu trabalho por meio de análises de folhas de contato, um filme do primeiro volume, Cartier-Bresson e três do segundo, Sophie Calle, Nan Goldin e Duane Michals, e um documentário sobre o fotógrafo mineiro Assis Horta, em sessão seguida de debate com a presença de Walter Carvalho, José Carlos Avellar e Sergio Burgi


SEXTA 21

SÁBADO 22

DOMINGO 23

14h00 e 18h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal)

14h00 e 18h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal)

14h00 e 18h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal)

Direção e roteiro: Bruno Dumont. Montagem : Bruno Dumont e Basile Belkhiri. Fotografia: Guillaume Deffontaines. (França, 2014. 102’) Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

Direção e roteiro: Bruno Dumont. Montagem : Bruno Dumont e Basile Belkhiri. Fotografia: Guillaume Deffontaines. (França, 2014. 102‘) Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

16h00 e 20h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. Com Alane Delhaye, Lucy Caron, Bernard Pruvost e Philippe Jore. (França 2014.100’) Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

16h00 e 20h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. Com Alane Delhaye, Lucy Caron, Bernard Pruvost e Philippe Jore. (França 2014.100’) Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

Direção e roteiro: Bruno Dumont. Montagem : Bruno Dumont e Basile Belkhiri. Fotografia: Guillaume Deffontaines. Som: Philippe Lecoeur, Olivier Walczak, Emmanuel Crose. Figurinos: Cyril Pavaux. Com Alane Delhaye Lucy Caron, Bernard Pruvost, Philippe Jore, Philippe Peuvion e Céline Sauvage. (França, 2014. 102’) Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema. O capitão de polícia Van der Weyden e seu parceiro Carpentier investigam a descoberta de uma vaca morta preenchida com restos humanos dentro de um galpão alemão abandonado após a Segunda Guerra. Enquanto buscam respostas, eles são seguidos pelo pequeno Quinquin, um menino que cria confusão por onde passa junto com seus amigos e a namorada que toca trombeta. 16h00 e 20h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. Com Alane Delhaye, Lucy Caron, Bernard Pruvost e Philippe Jore. (França 2014.100”) Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

> Os filmes de agosto

Bruno Dumont: O pequeno Quinquin

Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500

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TERÇA 25

QUARTA 26

14h00 e 18h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal) Direção e roteiro: Bruno Dumont. . (França, 2014.102’)

14h00 e 18h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 1. A besta humana (L‘ bêt humaine) 2. No coração do mal (Au couer du mal) Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França, 2014.102’)

Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

Primeiro e segundo capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

16h00 e 20h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França 2014.100’)

16h00 e 20h00 : O pequeno Quinquin (P’tit Quinquin) 3. O diabo encarnado (Le diable in perchonne) 4. Deus é grande (Allah Akbar) Direção e roteiro: Bruno Dumont. (França 2014.100’)

Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

Terceiro e quartos capítulos da série originalmente feita para televisão e exibida depois em salas de cinema.

QUINTA 27 14h00 : César deve morrer (Cesare deve morire) de Paolo e Vittorio Taviani. Com Antonio Frasca no papel de Marco Antonio, Cosimo Rega como Cassius, Salvatore Striano como Brutus e Giovanni Arcuri como Júlio César. (Itália, 2012. 76’) Adaptação de Júlio César de William Shakespeare inteiramente filmado na prisão, contam os Taviani: “Nos deram liberdade para filmar em todos os lugares – nos corredores, nas escadas, nos cubículos, no pátio, nas celas, na biblioteca. Optamos por imagens fortes e violentas em preto e branco. No final, elas ganham cores mágicas no palco. Para a música, como sempre, nós começamos enviando o roteiro para os músicos. Um dia eles foram ao presídio, durante as filmagens. Foram num dia em que o trabalho seguia bem, suave, todos os presos cheios de energia, concentrados. Mas, ainda assim, os músicos puderam ver as sombras do passado nos rostos e nos olhos dos prisioneiros. A partir daquele dia tomaram uma decisão: a música deveria ser esparsa, mas muito poderosa. Poucos instrumentos: o saxofone com sua doce melancolia; o oboé carregado de presságios. Sons ríspidos, crus, primitivos. Por fim, uma orquestra com instrumentos elétricos e sintetizadores”. 16h00: Irmãs Jamais (Sorelle Mai) direção e roteiro de Marco Bellochio. Com Pier Giorgio Bellochio, Elena Bellochio e Donatella Finocchiaro (Itália, 2010. 110’) 18h00: Terra firme (Terra ferma) de Emanuele Crialese. (Itália,2011. 88’) 20h00 : As quatro voltas (Le Quattro Volte) direção e roteiro: Michelangelo Frammartino. Com Giuseppe Fuda, Bruno Timpano e Nazareno Timpano. (Itália, Alemanha, Suiça, 2010. 89‘)

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Paolo e Vittorio Taviani: César deve morrer


SEXTA 28 14h00 : César deve morrer (Cesare deve morire) de Paolo e Vittorio Taviani. (Itália, 2012. 76’) 16h00: Irmãs Jamais (Sorelle Mai) direção e roteiro de Marco Bellochio. Com Pier Giorgio Bellochio, Elena Bellochio e Donatella Finocchiaro (Itália, 2010. 110’) Para Consuelo Lins, em O Globo, “uma prova da vitalidade desse cineasta livre o suficiente para realizar, em meio a filmes de grande produção (Vincere, de 2009, e A bela que dorme, de 2012) em torno de temas nobres (o fascismo no primeiro, a eutanásia no segundo), um projeto pequeno, experimental, envolvendo amigos, família e alunos das seis oficinas de cinema que realizou em Bobbio, sua cidade natal, entre 1999 e 2008. O título em italiano (Sorelle Mai) joga de saída com as ambiguidades produzidas pelo sobrenome das irmãs – Mai significa jamais – e evoca as tensões familiares que constituem as micronarrativas do filme. É em torno da casa da família de Bellocchio, uma bela construção antiga, austera e escura, que as histórias acontecem, ano após ano, envolvendo os filhos do cineasta – Elena, filmada a partir dos 5 anos, e Pier Giorgio, em cena a partir dos 25 –, as irmãs do diretor e a atriz Donatella Finocchiaro (...) Se há claramente uma dimensão biográfica e documental no filme, Bellocchio extrai dela uma ficção, transformando o que lhe é familiar em uma questão maior. Realiza um filme de família em torno da vida cotidiana sem deixar de abordar nas entrelinhas os problemas da Itália contemporânea em meio a uma crise generalizada”. 18h00: Terra firme (Terra ferma) de Emanuele Crialese. (Itália,2011. 88’) 20h00 : As quatro voltas (Le Quattro Volte) direção e roteiro: Michelangelo Frammartino. (Itália, Alemanha, Suiça, 2010. 89‘)

SÁBADO 29 14h00 : César deve morrer (Cesare deve morire) de Paolo e Vittorio Taviani. Com Antonio Frasca no papel de Marco Antonio, Cosimo Rega como Cassius, Salvatore Striano como Brutus e Giovanni Arcuri como Júlio César. (Itália, 2012. 76’) 16h00: Irmãs Jamais (Sorelle Mai) direção e roteiro de Marco Bellochio. Com Pier Giorgio Bellochio, Elena Bellochio e Donatella Finocchiaro (Itália, 2010. 110’) 18h00: Terra firme (Terra ferma) de Emanuele Crialese. Com Filippo Pucillo, Donatella Finochiaro, Beppe Fiorello, Mimmo Cuticchio. (Itália,2011. 88’) A família Pucillo vive numa ilha remota no sul da Itália que se divide entre a tradição (a pesca) e a modernidade (o turismo). Ernesto, o patriarca da família, mantém seu barco de pesca mais por razões sentimentais do que pela renda que consegue obter através dele. Já Nino desistiu de vez da pescaria e agora se dedica a entreter turistas. Um dia, Ernesto e o neto Filippo estão no mar e, ao perceberem que um barco naufragou, ajudam algumas pessoas. O problema é que o barco estava repleto de imigrantes ilegais e ajudá-los, mesmo nestas condições, é considerado crime. Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza. 20h00 : As quatro voltas (Le Quattro Volte) direção e roteiro: Michelangelo Frammartino. Com Giuseppe Fuda, Bruno Timpano e Nazareno Timpano. (Itália, Alemanha, Suiça, 2010. 89‘)

> Os filmes de agosto Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500

DOMINGO 30 14h00 : César deve morrer (Cesare deve morire) de Paolo e Vittorio Taviani. (Itália, 2012. 76’) 16h00: Irmãs Jamais (Sorelle Mai) direção e roteiro de Marco Bellochio. (Itália, 2010. 110’) 18h00: Terra firme (Terra ferma) de Emanuele Crialese. (Itália,2011. 88’) 20h00: As quatro voltas (Le Quattro Volte) direção e roteiro: Michelangelo Frammartino. Com Giuseppe Fuda, Bruno Timpano e Nazareno Timpano. (Itália, Alemanha, Suiça, 2010. 89‘) Para Eduardo Escorel (em Questões cinematográficas, da revista Piauí) “uma particularidade notável de As quatro voltas – tradução infeliz de Le quattro volte, que deveria ter sido traduzido por As quatro vezes –, é a sintonia perfeita entre tema e estrutura narrativa. Registro acurado da vida em um vilarejo isolado no alto de uma montanha, só identificado nos créditos finais como sendo Caulonia, na Calábria, o filme dirigido por Michelangelo Frammartino trata de ciclos vitais narrados de forma cíclica. Inspirado na proposição de Pitágoras segundo a qual o homem passa do estado mineral ao vegetal, deste ao animal e, finalmente, ao racional, As quatro voltas não traz em si mesmo, salvo falha grave de memória, a explicitação dessa premissa, que serve, no entanto, de narração ao trailer: “Temos em nós quatro vidas sucessivas: cada uma contida dentro da outra. O homem é um mineral, por que é formado de sal, água e matéria orgânica. O homem é um vegetal, por que como as plantas se nutre, respira e se reproduz. É um animal, enquanto dotado de consciência do mundo externo, de imaginação e de memória. Enfim, é um ser racional por que tem vontade e razão. Temos em nós quatro vidas distintas e então devemos nos conhecer quatro vezes.”

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CONTATOS 2: A RENOVAÇÃO DA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

DVD | IMS Contatos 2 - a renovação da fotografia contemporânea, e A tristeza e a piedade são os mais recentes lançamentos da coleção dvd | ims que reúne os seguintes filmes: Shoah, de Claude Lanzmann. La Luna, de Bernardo Bertolucci. Cerimonia de casamento, de Robert Altman. Conterrâneos velhos de guerra, de Vladimir Carvalho. Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos. Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos. São Bernardo, de Leon Hirszman. O emprego, de Ermanno Olmi. Cerimônia secreta, de Joseph Losey. As praias de Agnès, de Agnès Varda. A pirâmide humana e Cocorico! Mr. Poulet, de Jean Rouch. Diário, de David Perlov. Elena, de Petra Costa. Sudoeste, de Eduardo Nunes. A batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo. Libertários, de Lauro Escorel, e Chapeleiros, de Adrian Cooper. Seis lições de desenho com William Kentridge. Memórias do subdesenvolvimento, de Tomas Gutiérrez Alea. Contatos 1. A grande tradição do fotojornalismo. E três edições de poesias: Poema sujo, dedicado a Ferreira Gullar; Vida e verso e Consideração do poema, dedicados a Carlos Drummond de Andrade. À venda nas principais livrarias, na loja e no site do Instituto Moreira Salles: 18 www.ims.com.

Nobuyoshi Araki: “Nasci e cresci em Tóquio, natural portanto que me dedique a fotografar a cidade, ou melhor a me fotografar em meio à gente, aos edifícios e às luzes da cidade, para compor uma espécie de diário. Cada foto é uma nota sobre um preciso dia e hora”.

Duane Michals: “Olhar as minhas fotografias é olhar os meus pensamentos. Tudo é matéria para a fotografia, sobretudo as coisas difíceis da nossa vida: a ansiedade, os grandes sofrimentos da infância, o desejo, os pesadelos. As coisas que não podemos ver são as que têm mais sentido”.

Os livros de fotografia de Sophie Calle contam uma história. O primeiro, Suíte veneziana, é uma aventura de espionagem. O segundo, Hotel, é sobre um rato que saqueia as malas dos viajantes para fotografar seus segredos – comenta Hervé Guibert no livreto que acompanha A renovação da fotografia contemporânea

Um livreto com dois textos do crítico de historiador Hervé Guibert acompanha o segundo volume da série Contatos, A renovação da fotografia contemporânea, com dez documentários em que fotógrafos discutem seus métodos de trabalho comentando suas folhas de contato como quem consulta um bloco de notas. Os textos de Guibert analisam livros de fotografia de Sophie Calle (“uma das raras artistas que faz uso da fotografia de modo objetivo para contar uma história”) e a produção do americano Duane Michals (“algumas de suas fotos são marcadas pelo sobrenatural. Os temas da visita do ressurgimento dos mortos, da reencarnação, da existência de um céu o comprovam”). A renovação da fotografia contemporânea reúne dez filmes. Além de Sophie Calle e de Duane Michals, temos no dvd depoimentos de Nobuyoshi Araki, Nan Goldin, Sarah Moon, Andreas Gurski, Hiroshi Sugimoto, Thomas Ruff, Jeff Wall, Lewis Baltz e JeanMarc Bustamante. O primeiro volume da série Contatos, A grande tradição da fotografia jornalística, traz filmes sobre Henri Catier-Bresson, William Klein, Raymond Depardon, Josef Koudelka, Robert Doisneau, Edouard Boubat, Elliot Erwitt, Marc Riboud, Leonard Freed, Mario Giacomelli, Helmut Newton e Don McCullin.


Instituto Moreira Salles Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3206-2500 www.ims.com.br Aberto ao público de terça a domingo das 11h00 às 20h00. Guarda-volumes aberto até às 20h00 Acesso a portadores de necessidades especiais. Estacionamento gratuito no local. Café wifi Fundado em 1992, o ims é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. A sede do Rio de Janeiro abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria, loja de arte e ateliê infantil. O Instituto possui também centros culturais em São Paulo e em Poços de Caldas O ims conta com um acervo de fotografia (mais de 550 mil imagens), de música (cerca de 28 mil gravações), de literatura e de artes plásticas, instalados em reservas técnicas para conservação e restauração. Entre as coleções, fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot, Augusto Malta, José Medeiros, Thomaz Farkas, David Zing, Haruo Ohara, Jorge Bodanzky e Maureen Bisilliat, desenhos de J. Carlos, Millôr Fernandes e Glauber Rocha, as discotecas de Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão, os arquivos pessoais de Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso, Baden Powell, Hekel Tavares e Mário Reis, e originais dos escritores Ana Cristina Cesar, Rachel de Queiroz, Otto Lara Resende, Clarice Lispector, Paulo Mendes Campos e Carlos Drummond de Andrade. No site do ims está hospedada a Rádio Batuta, ponto de seleção, entretenimento e análise da música popular brasileira. O Instituto edita uma revista quadrimestral de ensaios, Serrote, uma revista semestral de fotografia, Zum, e uma coleção de dvds. Superintendente Executivo: Flávio Pinheiro Coordenação do ims - rj: Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema: José Carlos Avellar Produção de cinema e dvd: Bárbara Alves Rangel

Ingressos Na primeira semana de setembro, a exibição do documentário Jia Zhangke, o homem de Fenyang, de Walter Salles, será acompanhado de uma seleção de filmes do diretor chinês, que em maio último lançou em Cannes seu novo filme, Mountains May Depart). Serão exibidos: Plataforma (2000) Em busca da vida (2006) Memórias de Xangai (2010) Um toque de pecado (2013)

O pequeno Quinquin, Irmãs Jamais, César deve morrer, As quatro voltas e Terra firme Terça, quarta e quinta: R$ 22,00 (inteira) e R$11,00 (meia) Sexta, sábado, domingo e feriados: R$26,00 (inteira) e R$ 13,00 (meia). Adeus à linguagem, exibição em 3D Terça, quarta e quinta: R$ 26,00 (inteira) e R$13,00 (meia) Sexta, sábado, domingo e feriados: R$28,00 (inteira) e R$ 14,00 (meia). Demais sessões, de terça a domingo: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia) Meia entrada com apresentação de documentos comprobatórios para professor da rede pública municipal, estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos, portador de HIV e aposentados por invalidez. Cliente Itaú: desconto apenas para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Passaporte no valor de R$ 40,00 com validade para 10 sessões das mostras organizadas pelo IMS. A renda das mostras organizadas é revertida para projetos de ação social do IMS. Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com

O programa de agosto tem o apoio da Cinemateca do MAM do Rio de Janeiro, do Goethe Institut, da Vitrine Filmes, da Cinemateca da Embaixada da França, Filmes da Mostra, Vitrine Filmes, Europa Mares Filmes, Esfera Filmes, Imovision, Videofilmes e do Espaço Itaú de Cinema.

Devolução de ingressos : os ingressos serão devolvidos em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site. Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7400 ou pelo e-mail cinema@ims.com.br As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao ims: 143 (antigo 158) Central - Gávea (via Flamengo e São Clemente) 170 – Rodoviária - Gávea (via Largo do Machado e São Clemente) 537 – Rocinha - Gávea 538 – Rocinha - Botafogo 539 – Rocinha - Leme Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea

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HEINZ EMIGHOLZ: A ARQUITETURA COMO AUTOBIOGRAFIA MARCO BELLOCHIO: IRMÃS JAMAIS

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