Cinema IMS-RJ - Folheto Novembro/2012

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BRASIL : um relato de tortura • hÉrcules 56 cinema e literatura • curta cINEMA onde a coruja dorme • o manuscrito perdido

instituto moreira salles • cinema • novembro 2012


JORGE SEGUNDO NELSON

Tenda dos milagres é um grande depoimento sobre a cultura brasileira. A história se passa na Bahia, mas ao tratar da questão da formação da sociedade baiana, trata da realidade de todo o país. Uma sociedade gerada pelo povo em termos culturais, étnicos e que será a sociedade dominante. Na verdade, essa sociedade já é dominante, mesmo sem ter força econômica, jurídica. É o poder do futuro. A história de Pedro Arcanjo é uma síntese disso. A obra de Jorge Amado abre um panorama humano, original, com uma linguagem generosa, favorável a seus personagens. A grandeza do comportamento brasileiro. Isso vem ao encontro do que pretendo: um cinema ligado ao povo, que libere o povo brasileiro no sentido de apurar o seu comportamento não dependente de um modelo prescrito por uma outra sociedade. O povo como modelo dele mesmo – é o segredo de Jorge, é o que o cinema brasileiro precisa encontrar.

Quando escrevi meu primeiro filme a literatura do Jorge estava por trás. Rio 40 graus, tem o roteiro assinado por mim, mas, ao ver o filme, sente-se a presença e a influência fortíssima de Capitães da areia e até mesmo do Jubiabá. Estava convivendo com a favela carioca, mas por trás estava Jorge Amado. O garoto vendendo amendoim é um personagem dele. Gente pobre, o povo, a riqueza cultural do povo, a música, o samba, a escola de samba, a luta para realizar a escola de samba, a falta de grana, a relação com os outros, os ricos, os turistas, tudo isso é bem Jorge Amado. Volto a essas coisas porque este livro foi importante na minha juventude. Montagem de depoimentos de Nelson Pereira dos Santos para os folhetos de divulgação de Tenda dos milagres e de Jubiabá. Os dois filmes serão exibidos no dia 15 (em sessão seguida de debate ) e em seguida

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lançados em dvd.

Como todo cineasta brasileiro da minha geração, sempre tive uma vontade enorme de fazer um filme a partir do Jorge Amado. Vivia repetindo: “agora chegou a vez de fazer um filme com o Jorge”. Tinha feito O amuleto de Ogum, estava abrindo a cabeça para as religiões populares, e Tenda dos milagres não é só a questão da religiosidade popular, é um resumo da história da Bahia no século 20. Chegou mesmo a vez, e foi um grande prazer trabalhar com Jorge. Ele visitava a Tenda todo dia. E naquele momento, eu estava fazendo o Tenda, o Bruno Barreto filmava Dona Flor e seus dois maridos e o francês Marcel Camus estava fazendo Os pastores da noite. Cada filme tinha a sua produção num canto da


Laurence Wilson e Sônia Dias: Tenda dos milagres de Nelson Pereira dos Santos

Bahia e o Jorge visitava todo mundo, todo dia. O Jorge era apaixonado por cinema. Ele sempre incentivou o cinema brasileiro.

Tenda dos milagres: é um livro bem complexo. a parte que se passava em 67/69 foi adaptada para 1975. As discussões de então são as de agora. Os temas de 69 estão ultrapassados porque há uma mudança na visão política, uma expectativa ante a realidade, uma necessidade básica de reformular o conceito de cultura brasileira. As discussões giram em torno disso. No tempo do livro, as discussões eram dependentes de conceitos já formulados, de respostas já prontas. Hoje estamos aprendendo com a própria realidade, abandonando receitas e bulas de comportamentos.

No plano do passado, a síntese do personagem do povo que emerge da cultura baiana, do universo africano – em que se situa o candomblé –, está em confronto com a classe dos senhores da terra que produziam uma teoria de subestimação do ex-escravo. Tenda dos milagres situa o negro a partir daí: quando ele deixou de ser objeto de propriedade e o modelo ainda era o da sociedade branca, europeia.

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NELSON SEGUNDO JORGE

Tenda dos milagres é um livro que para mim tem uma enorme importância. Porque eu creio que nele se discute o problema do povo brasileiro, o problema da cultura brasileira e da originalidade do brasileiro. Quando eu era muito jovem, em 1935, escrevi um livro em que a minha preocupação já era a mesma. O livro se chamava Jubiabá e o problema era colocado apenas por um jovem de 23 anos, cuja experiência humana, literária e política era ainda muito limitada. Vinte e cinco anos depois escrevi Tenda dos milagres, quando eu já era um homem maduro, com bastante mais experiência, sob todos os aspectos.

O filme Tenda dos milagres é fiel ao livro, no que é fundamental. Aquilo que o livro tenta expressar a cada um dos leitores, o filme de Nelson tenta levar a cada um dos espectadores, ou seja, uma visão de como o povo brasileiro soube lutar contra os preconceitos, contra uma falsa ciência, contra tudo o que significava a negação de uma condição humana e de uma condição brasileira, tudo o que significava fazer de nossa face uma face estrangeira. Esta luta que continua até hoje, que não parou. Nada do que está no livro, do que está no filme é inventado. São coisas que se passaram e que foram recriadas por mim e depois por Nelson. Eu recriei no livro dentro das minhas limitações, e Nelson recriou no filme com seu imenso talento e sua grande qualidade de cineasta.

Depoimento de Jorge Amado para o folheto de divulgação de Tenda dos

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milagres, 1975.

Nossa relação durante a adaptação de Tenda foi ótima. Porque Nelson não briga. Nelson concorda e depois faz aquilo que ele quer. A relação foi inteiramente diferente. Porque eu nunca me meto em adaptação de livro meu, para nenhuma forma de comunicação diferente da literatura. Nem para teatro, nem para televisão, nem para rádio, nem para cinema, eu nunca dei o menor palpite. Mas com Nelson, não. Com ele eu discuti muito, conversei muito, palpitei muito. Mas o Nelson fez uma coisa muito inteligente: me botou para trabalhar e enquanto isso ele foi filmar. Quando eu terminei de fazer as coisas, ele tinha acabado de filmar. Ele fez exatamente o que ele devia ter feito – fez a sua adaptação. Ele, naturalmente, conversou muito comigo, discutiu muito comigo. Eu disse tudo o que pensava e como pensava, e ele fez exatamente o que achou que devia fazer. Sequer me passou pela cabeça a ideia de querer levar Nelson a modificar sua maneira de trabalhar, de fazer isso ou


Charles Baiano: Jubiabá de Nelson Pereira dos Santos

aquilo no filme que é dele, da mesma maneira que Nelson, se eu fosse escrever um livro, não iria me impor seus pontos de vista no romance que eu fosse escrever.

Conheço o Nelson há muito tempo. Quando ele fez o Rio, 40 graus eu já o conhecia. Depois estive muito misturado com a vida dele. Temos uma ligação muito profunda, vital, na maneira de pensar, de ver e sentir as coisas. Somos amigos de muitos anos. Uma amizade que se construiu na base de um trabalho e de uma luta que fizemos juntos. Creio que acompanhei muito de perto a carreira de cineasta jovem e desconhecido, quando ainda não era o grande mestre do cinema brasileiro. O filme Tenda dos milagres é uma obra de Nelson, pensado, criado e concebido por ele. Mas não deixa de ser meu. Afinal, no sangue de Nelson que corre ali dentro, há um pouco do meu sangue.

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EDUARDO ESCOREL | DE 15 A 70 - TESTEMUNHOS FILMADOS DA TORTURA

Tudo mudou entre setembro de 1969 e janeiro de 1971, período que, em retrospecto, parece extraordinariamente curto. Foram 17 meses, durante os quais três embaixadores foram sequestrados, no Rio, e um cônsul, em São Paulo. Soltos em troca da libertação de 130 prisioneiros, seguiu-se um endurecimento brutal da repressão. Entre a chegada ao México dos 15 militantes soltos em troca da libertação do embaixador americano, e a chegada ao Chile dos 70 libertados em troca do embaixador suíço, as organizações políticas, armadas ou não, sofreram severas perdas. Dirigentes e militantes foram assassinados e a tortura continuou a ser praticada, depois de institucionalizada como instrumento do regime a partir do Ato Institucional 5, de dezembro de 1968. Nesse sentido, a avaliação do então líder estudantil Vladimir Palmeira, um dos 15 libertados em troca do embaixador americano, Charles Elbrick, em depoimento a Silvio Da-Rin incluído no documentário Hércules 56, de 2006, parece exemplar: “Tá na cara que foi uma ação politicamente errada. Entendeu? Por quê? Porque nós não tínhamos força suficiente para fazer uma ação daquele tipo. A repressão que se segue mata o Marighella. Entendeu? Dá uma paulada na aln [Aliança Libertadora Nacional], depois termina dando uma paulada no mr8 [Movimento Revolucionário 8 de outubro] também. E jogou, definitivamente, a esquerda na defensiva. Eu acho que foi um passo errado desse ponto de vista, embora, pessoalmente [sorri] muito agradável para mim [riso]. Entendeu? Mas acho que, politicamente, o pessoal não tinha força para fazer aquele tipo de ato.”

Originalmente publicado no blog Questões cinematográgicas da revista Piauí em

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29 de agosto de 2012

A alegria de Vladimir, e a gratidão de Maria Augusta Carneiro Ribeiro, militante do mr8, por ter sido incluída na lista, ambas registradas em Hércules 56, exprimem bem a ambiguidade da situação vivida em setembro de 1969. Houve quem não quisesse ir. Outros não admitiam perder a oportunidade de se livrar da prisão. Foi “agradável”, não só para os libertados, como Vladimir, mas para um espectro amplo que ia dos que tinham engajamento político, aos que participavam da euforia inconsequente simplesmente por afinidade com a derrota imposta à ditadura. Naquele momento, poucos terão sabido avaliar a violência


Os documentários Hércules 56, de Silvio Da-Rin, sobre os 15 presos soltos em troca do embaixador norte-americano em setembro de 1969, e Brasil: um relato de tortura, de Haskell Wexler e Saul Landau, sobre os 70 presos soltos em troca do embaixador suíço em janeiro de 1971, serão exibidos na terça 20, quarta 21 e na quinta 22 – na quarta 21, a sessão das 19h00 será seguida de um debate. O filme de Da-Rin foi realizado em 2006 e parte do sequestro do embaixador norte-americano para “trazer à tona uma série de episódios relacionados ao enfrentamento desigual entre pequenos grupos de esquerda e as Forças Armadas”. O filme de Wexler e Landau foi realizado em 1971, imediatamente após a chegada dos presos políticos brasileiros ao Chile, e se compõe de entrevistas – entre outras, com Frei Tito (dominicano que suicidou-se em 1974, na França, aos 28 anos), Maria Auxiliadora Barcelos (acadêmica de medicina que também se matou em 1976, na Alemanha, aos 31 anos), Jean Marc Van der Weid (ex-presidente da UNE) e Nancy Mangabeira Unger. Além das entrevistas, encenações das torturas sofridas em que os próprios presos recém-liberados servem de modelos.

Brasil: um relatório de tortura de Haskel Wexler e Saul Landau

Hércules 56 vai ao passado recente em busca do espectador brasileiro de hoje: “acima de tudo,sempre tive clareza de que a construção de versões sobre um período histórico é um gesto político. Iluminar o passado contribui para entender o presente e melhor projetar o futuro da sociedade em que vivemos”. Brazil: A Report on Torture é quase um cine-jornal, feito de acordo com o modelo de cinema militante da década de 1970 e especialmente voltado para o espectador norte-americano. Wexler acabara de receber o Oscar de melhor documentário com Interviews with My Lai Veterans (1970), estava no Chile para realizar An interview with President Allende (1971). Faria sem seguida uma extensa série de cine-jornais políticos – Introduction to the Enemy, (1974, co-dirigido por Jane Fonda), Paul Jacobs and the Nuclear Gang (1979), e o recente Who Needs Sleep? (2006) são alguns exemplos. Todos eles, filmes especialmente dirigidos a um espectador norte-americano. “Nós sabemos que essa entrevista vai para o povo americano”, comenta um entrevistado no início de Brasil: um relatório de tortura, para sublinhar “a responsabilidade do povo americano frente ao povo brasileiro”. Os letreiros que encerram o filme. Na primeira, lê-se: “as this film is released, Brazil’s military government continues to torture prisoners and to deny basic human rights”. Na segunda: “The United States government supplies more policy and military aid to Brazil than to any other Latin American country”.

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que atingiria as organizações políticas clandestinas logo a seguir. Gregório Bezerra, outro dos 15 libertados, foi dos poucos a se pronunciar com clareza, na época, nesse sentido. O veterano militante do Partido Comunista, em declaração publicada na semana seguinte ao sequestro, declarou discordar “das ações isoladas que nada adiantarão ao desenvolvimento do processo revolucionário e somente servirão para agravar, ainda mais, a vida do povo brasileiro e de motivação para maiores crimes contra todos os patriotas” (Resistência, 13 de setembro de 1969. Citado por Elio Gaspari em A ditadura escancarada). Como é natural, há poucos registros filmados desses eventos. Mas entre os hoje conhecidos, dois se destacam. Um, até onde é possível saber inédito no Brasil, foi localizado pelo príncipe dos pesquisadores, Antônio Venâncio. O outro é o filme de Chris Marker, On vous parle de Brésil: Tortures (Vos falamos do Brasil: torturas), de 1969, editado a partir de filmagens feitas em Cuba, nas quais alguns dos 15 libertados em troca do embaixador americano descrevem e denunciam as torturas sofridas por eles e que continuavam a ocorrer nas prisões brasileiras.

O tom desses depoimentos, retomados por Silvio Da-Rin em Hércules 56, utilizando imagens filmadas no México e o acervo cubano original, diferem de maneira nítida dos que foram filmados, em 1971, no Chile, por Haskell Wexler e Saul Landau para o documentário Brasil: um relato de tortura, comentado neste blog há algumas semanas.1 Os jornalistas Jacques Grignon-Dumoulin (1929-2001) e Tony Halick (1921-1998), correspondentes da televisão francesa e da rede americana NBC, também cobriram o sequestro, Halick com uma câmera Paillard-Bolex pendurada na cintura, mas não se tem notícia das filmagens que devem ter feito.

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1. O comentário sobre Brasil: um relato de tortura está reproduzido na página 21

Dada a situação política na Argentina, surpreende que a televisão possa ter veiculado reportagem sobre o sequestro do embaixador americano. Com o poder executivo e legislativo concentrados na Presidência, o general Juan Carlos Ongania estava à frente de uma ditadura militar desde o golpe de estado ocorrido em 1966, que teria sido inspirado no regime implantado, no Brasil, em abril de 1964.

Os partidos políticos estavam proibidos. O estado de sítio era quase permanente. Professores e estudantes universitários eram perseguidos.


Estabelecimentos militares assaltados por grupos guerrilheiros. E uma intervenção militar decretada em Rosario liquidara a mobilização estudantil – contexto no qual não pareceria ser do interesse dos generais argentinos que o sequestro fosse divulgado com estardalhaço em seu país, a não ser como pretexto para justificar novas ações repressivas.

A reportagem da tevê argentina começa com entrevista dada em inglês pelo embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Mario Gibson Barbosa, que no mês seguinte substituiria Magalhães Pinto no ministério das Relações Exteriores, e seria o ministro durante o governo do general Médici (1969-74). Coerente com o vocabulário oficial do governo, o ministro trata os sequestradores como “terroristas” e o sequestro como “ato criminoso contra a inviolabilidade do chefe da missão de uma nação amiga [que] causará, com certeza, total e completa repulsa por parte dos brasileiros.” O embaixador declara ainda não acreditar que “os terroristas tenham qualquer ganho com isso. Eles se expuseram, se mostraram como são e é um fato, com certeza, que essa ação não lhes trará absolutamente nenhum ganho.” A suposta “repulsa” generalizada não parece ter ocorrido, e algum “ganho”, ao menos momentâneo, houve. O manifesto dos responsáveis pelo sequestro do embaixador americano, denunciando o regime e a tortura praticada nas prisões, foi lido na televisão e publicado nos jornais. E 15 presos, de diferentes organizações, foram soltos. A condenação formal, em termos inequívocos, por parte do diplomata brasileiro, contrasta com a excitação meio gaiata do repórter nas filmagens que se seguem. Mais notável que isso, porém, é a diferença de tom e o comedimento do embaixador americano, Charles Elbrick, na entrevista coletiva dada pouco depois de ter sido libertado. Elbrick declara ter dito “a eles [seus sequestradores] que deplorava qualquer forma de violência e que estava particularmente amargurado por ter sido feito prisioneiro”. “Dei a entender”, diz Elbrick, “que a maneira de viver que tinham escolhido não era muito agradável, e era, além disso, muito arriscada. Eles não concordaram comigo. Disseram que, na verdade, qualquer outra forma de ação política, neste país, estaria condenada ao fracasso. E por essa razão tinham que recorrer à violência. É claro que também não

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concordei com eles. E dei a entender também que há outros modos de alcançar objetivos políticos, em vez da violência.” Embora não use as mesmas expressões do embaixador brasileiro, diz que “eram todos jovens, e muito determinados, não sendo o tipo de pessoa com a qual alguém gostaria de discutir. Isso não quer dizer que parecessem gângsteres, porque não pareciam, de jeito algum”, completa Elbrick. As imagens filmadas para a reportagem da televisão argentina mostram ainda a urna da igreja onde foi encontrada a primeira mensagem dos sequestradores, na qual estabeleciam as condições para soltar o embaixador, e uma carta dele dirigida à esposa. A filmagem inclui ainda entrevistas rápidas de Ramaiana Vaz Vargens e Paulo César – pc – Araújo, repórteres do Jornal do Brasil que encontraram a primeira e a mensagem seguinte, contendo os nomes dos 15 prisioneiros a serem libertados.

Às 16h15 de domingo, 7 de setembro, segundo o repórter argentino, “os jornalistas do mundo” estavam em frente à embaixada americana, no centro do Rio, aguardando a confirmação da chegada ao México dos 15 brasileiros libertados, da qual dependia o embaixador americano para ser solto. O Hércules 56, da Força Aérea Brasileira, aterrissara na Cidade do México uma hora antes. Ao saírem da embaixada americana, duas jornalistas brasileiras, do Correio da Manhã e da Notícia, informam que está sendo esperada a divulgação pela upi da radiofoto [comprovando a chegada ao México dos brasileiros em liberdade] “para depois os raptores decidirem a que horas vão soltar o embaixador”. Enquanto isso, no México, depois de saírem do avião sem as algemas – por ordem do ministro do Interior, Luis Echeverría – com as quais foram obrigados a viajar desde o Brasil, os libertados, mesmo deixando transparecer satisfação se mantém bastante circunspectos, dando declarações prudentes à imprensa, pelo que se pode ver em Hércules 56. Echeverría, que reprimira com violência as manifestações estudantis, em 1968, culminando no chamado massacre de Tlatelolco, e ordenara o combate aos grupos guerrilheiros no estado de Guerrero, seria eleito presidente da República no ano seguinte. 10

Ao desembarcar, Maria Augusta Carneiro Ribeiro declara a um repórter não saber nada sobre a organização responsável pelo sequestro do


Hércules 56 de Sílvio Da-Rin

embaixador americano. No seu depoimento 4 décadas depois, incluído em Hércules 56, tendo visto a filmagem de 1969, ela esclarece que declarou pertencer apenas ao movimento estudantil por que não sabia com quem estava falando.

Naquela mesma noite, no Rio, a reportagem da televisão argentina registra a confusão em frente à residência do embaixador americano. O táxi Volkswagen no qual o ele acabara de chegar é visto indo embora a toda velocidade. Depois, o ministro Magalhães Pinto sai da visita feita ao diplomata americano, acompanhado do chefe do Departamento das Américas do Itamaraty. No dia seguinte, a reportagem argentina mostra a casa onde o embaixador ficou detido durante o sequestro, filmada inicialmente de longe, na rua Barão de Petrópolis, no Rio Comprido. Na favela próxima, moradores aparentando indiferença observam o movimento de militares e jornalistas. E numa curiosa entrevista, um vizinho recusa dar seu nome, mas concorda em ser filmado. Segundo sua declaração, haviam notado algo estranho por que depois da casa ter ficado vazia durante muito tempo, fora alugada há um mês e os “inquilinos alegavam que não podiam morar nela por que tinham colocado

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sinteco no chão e havia um odor, e a criança [sic] não podia morar lá.” O vizinho nomeia ainda a mulher que alugou a casa, cujo nome havia sido divulgado pelos jornais pouco depois do desfecho do sequestro. Passados três dias da libertação do embaixador, o repórter argentino tem acesso à casa onde entrevista o proprietário, “senhor Vladimir Pinheiro da Fonseca” e filma um quarto com um colchão de casal, o banheiro e a sala de estar. O senhor da Fonseca, como é chamado pelo repórter, declara que alugou a casa a “um casal jovem, de boa aparência, com vinte e poucos anos, ambos em processo de desquite”. Segundo ele, a casa estava sendo observada por que “a polícia já tinha conhecimento do caso. […] Sabia que o embaixador estava lá, mas não poderia tomar nenhuma providência para não por em risco a vida dele”. Os sequestradores, declara, teriam sido filmados “por teleobjetiva a mais ou menos uns 400 metros de distância”. Três semanas depois, embora nem todos quisessem ir, 14 dos 15 libertados desembarcam em Cuba, atendendo convite, ou pedido, de Fidel Castro, que os recebe no aeroporto de Havana. Embora não houvesse unidade de posição no grupo sequer com relação à ida para Cuba, apenas Flávio Tavares, empregado como jornalista, ficou no México. Os demais, com expressões variadas, ora transbordando satisfação, ora sérios, podem ser vistos em torno de Fidel Castro nos filmes de Chris Marker e de Sílvio Da-Rin, ambos usando as imagens feitas pelos cubanos. Nem todos parecem ter dado depoimentos filmados, mas os que o fizeram relatam, compenetrados, o que sofreram e o que companheiros de militância continuavam a sofrer. Visivelmente, estão cumprindo a tarefa de denunciar e tornar público o que ocorria no Brasil, ainda inverossímil para muitos àquela altura.

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Da maneira que Silvio Da-Rin edita esses depoimentos, colocando-os no início do filme, adquirem a função narrativa de justificar o sequestro do embaixador. Chris Marker é mais sóbrio, dando ao seu filme a forma de um panfleto de denúncia. Na atitude dos que depõem e na filmagem feita pelos cubanos, por outro lado, não há o menor vislumbre de algo parecido às constrangedoras encenações feitas um ano e meio depois, no Chile, por Haskell Wexler e Saul Landau, além de alguns dos 70 brasileiros libertados, para o filme Brasil : um relato de tortura.


OS FILMES DE NOVEMBRO

Shoah de Claude Lanzmann

QUINTA 1

16h00 : O relatório Karski (Le Rapport Karski) de Claude Lanzmann (França, 2010. 48’) Em 1978 Claude Lanzmann filmou um longo depoimento do então mensageiro do governo polonês no exílio, Jan Karski, cerca de oito horas, para o documentário Shoah. Em março de 2010 Lanzmann retornou ao testemunho de Karski para extrair novas informações e montar um outro documentário, para televisão, para ampliar a informação contida no depoimento incluído quase ao final da Segunda Época de Shoah sobre o que ele viu no gueto: “Ruas imundas. Agitação. Tensão. Loucura. De tempos em tempos ele me parava: Olhe aquele judeu. Ou então: Olhe ali, uma mulher. Inúmeras vezes eu lhe perguntei: O que acontece com eles? A resposta: Morrem. De tempos em tempos ele murmurava: Lembre-se disto. Lembre-se disto”. 17h30: Shoah - 2 (Shoah. Deuxième Époque) de Claude Lanzmann (França, 1985. 282’) Documentário inteiramente feito de testemunhos de sobreviventes de Chelmno, dos campos de Auschwitz, Treblinka e Sobibor, e do Gueto de Varsóvia e de entrevistas com ex-oficiais da SS e maquinistas que conduziam os trens da morte. Os relatos foram registrados com a colaboração de três intérpretes – Barbara Janicka, Francine Kaufman e a senhora Apfelbaum – presentes na filmagem para a tradução simultânea dos depoimentos em línguas que o realizador não dominava. Depoimentos como o de Abraham Bomba, sobrevivente de Treblinka:“Sabe, sentir, ali... Era muito duro sentir o que quer que fosse: imagine, trabalhar dia e noite entre os mortos, os cadáveres, seus sentimentos desapareciam, você estava morto para o sentimento, morto para tudo”. Ou o de Filip Müller, sobrevivente de Auschwitz: “Os desinfetadores chegavam em um veículo marcado com uma cruz vermelha e escoltavam as colunas para fazê-las crer que as acompanhavam ao banho. Mas, na realidade, a cruz vermelha era apenas uma máscara: camuflava as caixa de Zyklon e os martelos para abri-las. A morte pelo gás durava de dez a quinze minutos”.

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FESTIVAL CURTA CINEMA SEXTA 2 14h00 : Curta Cinema | Competição Nacional Dizem que os cães vêem coisas de Guto Parente (2012. 13’) Nem a mim, nem a ti de Tomás Mancino (2012. 14’) Animador de Cainan Baladez e Fernanda Chicolet. (2012. 20’) Os barcos de Caetano Gotardo e Thaís de Almeida Prado (2012. 23’) Vestido de Laerte de Claudia Priscilla e Pedro Marques (2012.13’) 16h00 : Curta Cinema | Competição Internacional Os animais (Los Animales) de Paola Buontempo (Argentina, 2012. 9’) Apanhador de almas (Sielunsieppaaja) de PV Lehtinen. (Finlândia, 2011. 14’) Amanhã viveremos de novo (Morgen Leben Wir Wieder) de Corinna Giesen. (Alemanha, 2012. 20’) Toyokoro de Maki Satake (Japão, 2012.14’) Alvorada vermelha de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra. (Portugal, 2011. 27’) 18h00 Curta Cinema | Foco EUA 1 Rolling on the floor laughing de Russell Harbaugh (2011. 20’) A Tight Spot de Sudhanshu Saria (2012. 8’) I am John Wayne de Christina Choe (2012.17’) The Chair de Grainger David (2012. 12’) Jenny mi amor de Abigail Severance (201. 8’) Miguel Alvarez wears a wing de Araceli Lemos (2012. 16’) Flyer Boy de Simon Liu (2012. 11’)

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20h00 : Curta Cinema | Carta branca Cine Maison 1 Guernica (Guernica) de Alain Resnais e Robert Hessens (1950. 13’) As estátuas também morrem (Les Statues Meurent Aussi) de Alain Resnais e Chris Marker (1953. 29’) Toda a memória do mundo (Toute la Mémoire du Monde) de Alain Resnais (1956. 22’) Noite e neblina (Nuit et Brouillard) de Alain Resnais (1955. 32’) O canto do estireno (Le Chant du Styrène) de Alain Resnais (1958. 14’)

SÁBADO 3 14h00 : Curta Cinema | Competição Nacional Porcos raivosos de Isabel Penoni e Leonardo Sette (2012. 10’) Serra Mar de Iris Junges (2012. 15’) Canção para minha irmã de Pedro Severin (2012. 18’) La Ultima Frontera de Diogo Faggiano (2012. 14’) Quem tem medo de Cris Negão? de Rene Guerra (2012. 25’) 16h00 : Curta Cinema | Competição Internacional Matar as galinhas para assustar os macacos (Killing the chicken to scare the monkeys) de Jens Assur (Suécia. 2011. 25’) Bagong Silang, de Zena Merton (Inglaterra, 2011. 10’) Falta de Provas (Manque de Preuves) de Hayoun Kwon (França, 2011. 9’) De A a A (Kreis Wr. Neustadt) de Johann Lurf (Áustria. 2011. 5’) Mediterrâneos (Méditerranées) de Olivier Py (França. 2011. 30’) 18h00 : Curta Cinema: Foco EUA 2 A Change in the Weather de Adam Welz (2011. 3’) Dog de Jonathan Johnson (2012. 15’) Dying and Dinner Parties de Lily Frances Henderson (2012. 7’) Hangin’ Out de Veena Rao e Ben Campbell (2011. 6’) The Last Colorful Note de Alex Mallis (2012. 5’) Nose Job de Desiree Akhavan (2010. 9’) Oda de Beoña Colomar (2010. 11’) Teebs “Moments” de Paul Trillo (2011. 3’) Thread de Iva Radivojevich (2011. 8’) You’re Only What I See Sometimes de Donal Foreman (2008. 9’) The Working Life: Sammy Glinn at post Office de Jen Goma, Luisa Conlon (2012. 5’) 20h00: Curta Cinema | Cinefondation Derrière Moi Les Oliviers de Pascalle Abou Jamra (Líbano, 2012. 20’) Resen – Dog Leash de Eti Tsicko (Israel. 2012. 26’) Los Anfitriones de Miguel Angel Moulet (Cuba/Peru, 2011. 16’) Doroga Na de Taisia Igumentseva (Rússia, 2011. 32’)


Porcos raivosos de Isabel Penoni e Leonardo Sette

Pitstop de Melanie McGraw

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FESTIVAL CURTA CINEMA DOMINGO 4 14h00 : Curta Cinema | Competição Nacional Câmera escura de Marcelo Pedroso (2012. 23’) Mauro em Caiena de Leonardo Mouramateus. (2012. 19’) Adorável criatura de Dellani Lima (2012. 9’) Piove, Il Film di Pio de Thiago Mendonça (2012.15’) A mão que afaga de Gabriela Amaral Almeida (2011. 19’) 16h00 : Curta Cinema | Competição Internacional Como é bonita a manhã japonesa (How Beautiful Japanese Morning Is) de Yuichi Suita (Japão. 2011. 15’) Aqui, lá e Lisboa (Ici, Là-Bas et Lisboa) de João Torres (França. 2012. 18’) A redoma e o cone do silêncio (The dome & the cone of silence) de Eliane Bots (Holanda, 2012. 17’) Nós morremos (Wir Sterben) de Josephine Links (Alemanha. 2011. 14’) O Inconsolável (L’inconsolabe) de Jean-Marie Straub (França. 2012. 15’) 18h00 : Curta Cinema | Foco EUA Wunderkammer de Andrea Pallaoro (2008. 13’) The Orphans de Cy Kuckenbaker (2006. 24’) Dol – First Birthday de Andrew Ahn (2011. 11’) Storm Tiger Mountain de Scott Cummings (2008. 9’) Circa 1995 de Nick Flessa (2012. 3’) Caterwaul de Ian Samuels (2012. 14’) Homebody de Kate Marks (2012. 12’)

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20h00 : Curta Cinema | Cinco documentários, cinco diretores, cinco continentes O Jardim do meu avô (My Grandpa’s Garden) de Ognjen Isailovic (Suíça, 2012. 13’) Mängisch Gaht – Mängisch Nöd de Aidos Toktobayev (Suíça. 2012. 11’) Dar, Receber, Retornar (To Give to Receive to Return) de Gabriela Yepes (Suíça. 2012. 11’) Qual direção seguir? (Wich Direction to Go?), de Dirbdil Assefa Akriso (Suíça. 2012. 11’) A floresta das coisas não ditas (The Forest of Things Left Unsaid) de Adrian Francis (Suíça. 2012. 8’)

TERÇA 6 14h00: Curta Cinema | Competição Nacional Na sua companhia de Marcelo Caetano (2011. 12’) A onda traz, o vento leva de Gabriel Mascaro (2012. 25’) Sendai de Cláudia Nunes e Erico Rassi (2012. 6’) Mãos mortas de Arthur Tuoto (2012. 6’) Amores passageiros de Augusto Canini (2012. 23’) 16h00 : Curta Cinema | Competição Internacional Como queimei Simon Bolívar (Kako Sam Zapalio Simona Bolivar) de Igor Drljaca (Bósnia-Herzegovina, 2011. 9’) Shkurta de Arzana Kraja (Kosovo, 2012. 20’) Kaatal de Vikrant Pawar (Índia, 2012. 22’) Beirut 2012 (Beyrouth 2012) de Bane Saleh (Líbano. 2011. 3’) 41 dias (41 Youm) de Ahmed Abdelaziz (Egito, 2012. 21’) 18h00 : Curta Cinema | Foco EUA Beijo de sal de Fellipe Gamarano Barbosa (2006. 18’) MAN de Myna Joseph (2007. 14’) PAL/SECAM de Dmitry Povolotsky (2008. 14’) Your Dark Hair Ihsan de Tala Hadid (2005. 13’) Pop Foul de Moon Molson (2006. 17’) Security de Matthew Linnell (2007. 22’) 20h00: Curta Cinema | Panorama Latino Resistente de Salla Sorri e Renate Costa (Paraguai. 2012. 20’) Do outro lado de Hervé Pennequin (República Dominicana, 2011. 15’) Kendo Monogatari de Fabián Suárez (Cuba, 2012. 15’) Noelia de María Aché (Argentina, 2012. 15’) Estonia de Lucas Bonolo (Cuba, 2012. 29’)


QUARTA 7 14h00 : Curta Cinema | Competição Nacional Os mortos-vivos de Anita Rocha da Silveira (2012. 20’) Orwo foma de Karen Black e Lia Letícia (2012. 4’) Uma, duas semanas de Fernando Texeira. (2012. 17’) Menino peixe de Eva Randolph (2012. 17’) O duplo de Juliana Rojas (2012. 25’) 16h00: Curta Cinema | Competição Internacional Viraremos Petróleo (We’ll become oil) de Mihai Grecu (Romênia, 2011. 8’) Felix de Anselm Belser (Alemanha. 2011. 1’) Olá, meu nome é Olga (Hello, My Name is Olga) de Tatiana Korol (Inglaterra, 2012. 38’) Apnoe de Harald Hund, Paul Horn (Áustria. 2011. 10’) É um dia tão bonito (It’s such a beautiful day) de Don Hertzfeldt (EUA. 2011. 23’) 18h00: Curta Cinema | Foco U.S.A A Days Work de Rajeev Dassani (2008. 17’) Wentworth de R. Stephen Suettinger (2007. 17’) Pitstop de Melanie McGraw (2007. 14’) Viola – The Traveling Rooms of a Little Giants de Shih-Ting Hung (2008. 9’) Bean Cake de David Greenspan (2001. 16’) Field of Honor de Robert Zemeckis(1973. 14’) 20h00: Curta Cinema | Panorama Latino Estréia e despedida (Debut y Despedida) de Julian Reboratti (Argentina. 2011. 28’) Silvia de Ana Micenmacher e Javier Estrada (Uruguai, 2011. 15’) Reality 2.0 de Orozco Victor (México, 2012. 11’) A Nuvem (La Nube) de Paulo Pécora (Argentina. 2011. 12’) Nostalgia de Gustavo Rondón Córdova (Venezuela. 2012. 30’)

QUINTA 8 14h00: Curta Cinema | Competição Nacional O afinador de Fernando Camargo e Matheus Parizi Carvalho. (2012. 15’) Odete de Clarissa Campolina, Ivo Lopes e Luiz Pretti (2012.19’) Desterro de Claudio Marques e Marília Huges (2012.14’) A barra de Lucas Weglinski (2012.8’) Filme para poeta cego de Gustavo Vinagre (2012. 25’) 16h00 : Curta Cinema | Competição Internacional Luz da manhã de Cláudia Varejão (Portugal, 2012. 18’) A canção do peixe mecânico (La Chanson Du Poisson Mécanique) de Philipp Yuryev (Rússia, 2011. 19’) Musta de Seppo Renvall (Finlândia, 2011. 3’) Átomos (Atomes) de Arnaud Dufeys (Bélgica, 2012. 18’) Sete da Sorte (Lucky Seven) de Claudia Heindel (Alemanha, 2011. 25’) 18h00: Curta Cinema | Cineclube LGBT Sepultus de Jonathas Pope Evans (EUA. 2012. 13’) Homem completo de Rui Calvo (Brasil. 2012. 15’) Dança de gato (Die Katze Tanzr) de Esther Bialas (Alemanha, 2011. 7’) Fala comigo agora de Joaquim Lino, Karina Ades (Brasil, 2012. 17’) Indícios 2 – dois de Dannon Lacerda (Brasil, 2012. 11’) Se você deixar seu coração bater sem medo de Tamíris Spinelli (Brasil. 2012. 7’) 20h00: Curta Cinema | Carta Branca Cine Maison A brecha (La Brèche) de Abdoul Aziz Cissé (Bélgica/Senegal. 2007.32’) Oumy e eu (Oumy et Moi) de Adams Sie (Bélgica/Senegal. 2006. 27’) Papa... de Aïcha Thiam (Bélgica/Senegal, 2006. 6’) Atlânticos (Atlantiques) de Mati Diop (França. 2009. 15’)

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CINEMA E LITERATURA SEXTA 9 14h30 : Festival adaptação: A última canção do beco de João Velho (Brasil, 1984. 10’); Infinita tropicália de Adilson Ruiz (Brasil, 1985.35’); Não me condenes antes que me explique de Cristina Leal (Brasil, 1998. 17’); Eh Pagu, eh! de Ivo Branco (Brasil, 1982. 15’)

TERÇA 13 14h30 : Festival adaptação: Febre do rato de Claudio Assis (Brasil, 2011. 90’)

16h00 : Festival adaptação: Os doces bárbaros de Jom Tob Azulay (Brasil, 1978. 104’)

20h00 : Festival adaptação: Os inconfidentes de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil, 1972. 100’)

18h00 : Festival adaptação: Pan Cinema permanente de Carlos Nader (Brasil, 2007. 83’): 19h30: Festival adaptação: Debate Ninho Moraes e Luiz Caldas

SÁBADO 10 14h30 : Festival adaptação: Corisco e Dadá de Rosemberg Cariry (Brasil. 1996. 96’)

16h30 : Festival adaptação: Modernismo: anos 20 de Roberto Moreira (Brasil 1992. 18’) Ex-isto de Cao Guimarães (Brasil, 2010. 86’)

QUARTA 14 14h30 : Festival adaptação: Um lugar ao sol de Gabriel Mascaro (Brasil, 2009. 71’) 16h30 : Festival adaptação: Pacific de Marcelo Pedroso (Brasil, 2009. 72’) 18h00 : Festival adaptação: A cidade é uma só de Adirley Queirós (Brasil, 2011. 73’)

16h30 : Festival adaptação: Girimunho de Helvécio Marins e Clarissa Campolina (Brasil, 2011. 90’)

19h30 : Festival adaptação: Debate Adirley Queirós e Ilana Feldman

18h00 : Festival adaptação: Crede-mi de Bia Lessa e Danny Roland (Brasil, 1996. 75’)

QUINTA 15 14h00 : Festival adaptação: Tenda dos milagres de Nelson Pereira dos Santos (Brasil, 1976. 142’)

19h30 : Festival adaptação: Debate Clarissa Campolina, Felipe Bragança e Bia Lessa

16h30 : Festival adaptação: Jubiabá de Nelson Pereira dos Santos (Brasil, 1986. 100’)

DOMINGO 11 14h30 : Festival adaptação: Estradeiros de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro (Brasil, 2011. 79’)

18h30 : Debate Nelson Pereira dos Santos e José Carlos Avellar Apresentação dos dvds de Tenda dos milagres e Jubiabá

16h30 : Festival adaptação: Djalioh de Ricardo Miranda (Brasil, 2011. 76’)

20h00 : Festival adaptação: Jorge Amado de João Moreira Salles (Brasil, 1997. 46’)

18H00 : Festival adaptação: Debate Ricardo Miranda e Rodrigo Fonseca 20h00: Festival adaptação : Um lugar ao sol de Gabriel Mascaro (Brasil 2009. 71’)

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Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500


Claudio Marzo Os condenados de Zelito Viana

SEXTA 16 14h30 : Festival adaptação: Garrincha, alegria do povo de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil, 1962. 58’) 16h00 : Festival adaptação: Oswaldianas (filme em cinco episódios, Brasil, 1992. 130’) 1. Quem seria o feliz conviva de Isadora Duncan de Julio Bressane (28’); 2. Daisy das almas desse mundo de Lúcia Murat (30’); 3. A princesa Radar de Roberto Moreira ( 15’); 4. Uma noite com Oswald de Ricardo Dias e Inácio Zatz (29’); 5. Perigo negro de Rogério Sganzerla (28’)

SÁBADO 17 14h30 : Festival adaptação: O padre e a moça de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil, 1965. 90’) 16h30 : Festival adaptação: Os condenados de Zelito Viana (Brasil, 1974. 80’) 18h00 : Festival adaptação: Lição de amor de Eduardo Escorel (Brasil, 1975. 81’) 19h30 : Festival adaptação: Miramar de Júlio Bressane (Brasil, 1997. 82’)

DOMINGO 18 14h30 : Festival adaptação: Baile perfumado de Paulo Caldas e Lírio Ferreira (Braail 1998. 93’)

18h30 : Festival adaptação: Chico Antônio: o herói com caráter de Eduardo Escorel (Brasil, 1983. 40’)

16h30 : Festival adaptação: O baixio das bestas de Claudio Assis (Brasil, 2007. 80’)

19h30 : Festival adaptação: Tabu de Júlio Bressane (Brasil, 1982. 85’)

18h15 : Festival adaptação: Febre do rato de Claudio Assis (Brasil, 2011. 90’) 20h00 : Festival adaptação: Prata Palomares de André Faria (Brasil, 1972. 110’)

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BRASIL: UM RELATO DE TORTURA | HÉRCULES 56 TERÇA 20 14h00 : Hércules 56 de Silvio Da-Rin (Brasil, 2006. 93’) “Na época do lançamento do filme”, comenta o realizador, “havia uma pergunta recorrente: o que motivou a realização do documentário? Eu costumava responder que no filme há fortes ressonâncias das experiências da minha juventude. Mais do que isso, é um projeto que concerne à memória de uma geração. Tomei o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick como o fio de uma meada que traz à tona uma série de episódios relacionados ao enfrentamento desigual entre pequenos grupos de esquerda e as Forças Armadas. Não buscava respostas acabadas, muito menos respostas consensuais. Tampouco tinha qualquer ilusão a respeito da objetividade dos relatos. Tenho plena convicção de que o passado histórico não é um objeto disponível para análise laboratorial, objetiva e isenta. O discurso histórico é construído a partir de fabulações, produzidas por seres humanos e necessariamente impregnadas de emoção”. 15h45 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) 17h00 : Hércules 56 de Silvio Da-Rin (Brasil, 2006. 93’) 19h00 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) 20h00 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) QUARTA 21 14h00 : Hércules 56 de Silvio Da-Rin (Brasil, 2006. 93’) 15h45 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) 17h00 : Hercules 56 de Silvio Da-Rin (Brasil, 2006. 93’)

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19h00 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) Sessão seguida de Debate

Comentário de Carlos Alberto Mattos publicado em seu blog ...rastros de carmattos em 6 de agosto de 2012: “Em 1971, os cineastas americanos Haskell Wexler e Saul Landau estavam em Santiago do Chile aguardando a oportunidade de uma entrevista com o presidente Salvador Allende. Foi quando souberam da chegada do chamado Grupo dos 70, os presos políticos brasileiros trocados pelo embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, no que seria o último sequestro político do regime militar. Haskell e Saul foram até eles e os convenceram a contar para a TV americana o que haviam sofrido nas prisões brasileiras. Haskel Wexler é um dos maiores diretores de fotografia do cinema americano, responsável pelas imagens de filmes como Crown, o magnífico (o primeiro), Um estranho no ninho e Amargo regresso. Dirigiu também diversos docs sobre questões políticas e sociais, entre eles o clássico Medium cool (1969). Saul Landau é um documentarista, jornalista e escritor igualmente engajado na causa dos direitos humanos. Naquela ocasião, eles queriam divulgar internacionalmente o que se passava nos porões da ditadura brasileira. Em 60 densos minutos, o filme registra o relato das torturas pelas próprias vítimas e a encenação de procedimentos como o pau-de-arara, as sessões de choques elétricos, os afogamentos e outros tipos de suplício físico e psicológico. Há mesmo quem mencione explicitamente os nomes de quem os torturava. Entre os personagens, alguns não suportariam os anos subsequentes. Frei Tito, por exemplo, suicidou-se na França três anos depois. Maria Auxiliadora Lara Barcelos, que tem extensa participação no filme e foi amiga muito próxima da presidente Dilma Rousseff nos anos de ativismo na organização VAR Palmares, atirou-se debaixo de um trem do metrô em Berlim, em 1976. O rapaz que aparece diversas vezes no papel do torturado era Jorge Muller, um assistente chileno da equipe de filmagem. Ele não sabia que estava vivendo uma trágica antecipação de seu próprio destino. Dois anos depois, com o golpe de Pinochet no Chile, ele passou à clandestinidade, acabou preso, torturado e entrou para o rol dos desaparecidos. Numa entrevista recente, Saul Landau afirmou que, enquanto montava o filme, percebeu que aquilo não era uma história de tortura, mas uma história de coragem”.


QUINTA 22 14h00 : Hércules 56 de Silvio Da-Rin (Brasil, 2006. 93’) 15h45 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) 17h00 : Hércules 56 de Silvio Da-Rin (Brasil, 2006. 93’) 19h00 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) 20h00 : Brasil: um relato de tortura (Brazil: A Report on Torture) de Haskell Wexler e Saul Landau (EUA, 1971. 60’) Comentário de Eduardo Escorel publicado no blog Questões cinematográficas da revista Piauí em 9 de agosto de 2012: “Exibido pela primeira vez na televisão brasileira nessa terça-feira (7/8, 0h15min, no Canal Brasil), Brasil: um relato de tortura está disponível há mais de um ano na internet e pode ser comprado há algum tempo, em dvd. Sem deixar de ser um marco, ainda que de alcance restrito em função do horário e da audiência, essa exibição não foi, portanto, a primeira oportunidade de assistir o documentário dirigido por Haskell Wexler e Saul Landau. É verdade, por outro lado, que Brasil: um relato de tortura é pouco conhecido, mesmo estando acessível há algum tempo. Como explicar que findo o regime militar, e mais ainda a partir das facilidades surgidas com o dvd e a internet, na década de 1990, não tenha sido visto e debatido em âmbito maior? Haverá muitas explicações, entre as quais talvez se destaque a rejeição ao tema. A tendência dominante, no Brasil, de confundir anistia com esquecimento, responsável pela resistência à criação da Comissão da Verdade, não deve ser desconsiderada. Outra hipótese é que Brasil: um relato de tortura tenha em si mesmo algo que iniba sua exibição e o tenha mantido obscuro por mais de 40 anos. O que seria? Não cabe questionar Wexler e Landau por terem aproveitado a oportunidade de filmar, em janeiro de 1971, no Chile, depoimentos de valor jornalístico e documental indiscutível. Muito menos, o direito legítimo dos recém-chegados militantes brasileiros de darem seu testemunho sobre as torturas a que haviam sido submetidos na prisão, e que continuavam sendo praticadas em seus companheiros nas prisões brasileiras.

É possível supor, inclusive, que entre os integrantes do grupo houvesse quem tenha visto na filmagem a possibilidade de expiar sua culpa por estar em liberdade. Afinal, Eduardo Leite, o Bacuri, militante da luta armada, foi assassinado na prisão, por militares, no dia seguinte ao sequestro do embaixador suíço, para evitar que fosse libertado. O governo brasileiro se recusara, além do mais, a soltar treze integrantes da lista inicial apresentada, justamente os considerados mais importantes. E dezoito presos se recusaram a sair do Brasil. Os que chegaram ao Chile eram, portanto, sobreviventes, condição propícia ao sentimento de culpa. Passadas quatro décadas, o impacto dos relatos incluídos em Brasil: um relato de tortura perdeu parte da força que certamente tiveram na época, especialmente para seus poucos espectadores de então, em particular os desinformados ou incrédulos sobre o que ocorria no Brasil. Vistos hoje, depois de tudo que já foi relatado, publicado e exibido sobre a prática da tortura naquele período, é difícil imaginar que haja alguma novidade no que é dito no documentário de Wexler e Landau. Ainda assim, o valor documental do registro permanece. Questionável é o fato dos realizadores filmarem encenações de torturas, com um chileno da equipe e dois outros “atores” – uma moça e um rapaz não identificados, mas que parecem ser integrantes do grupo de militantes brasileiros – no papel de torturados, e alguns inclusive no papel de torturadores. Wexler e Landau revelam total falta de comedimento, decoro e pudor, ao transformar o sofrimento alheio em espetáculo – procedimento para o qual só há uma palavra – obsceno. A filmagem começou no dia 20 de janeiro, apenas uma semana depois do chamado Grupo dos 70 chegar a Santiago, após um mês de negociações com o governo brasileiro, iniciadas com a captura do embaixador suíço pela Vanguarda Popular Revolucionária. É possível imaginar o estado de espírito do grupo, apenas sete dias depois de estar em liberdade, e entender que os militantes que concordaram em participar do filme sentissem o dever de denunciar a repressão e o regime ditatorial, divulgando as atrocidades que cometia. Menos compreensível, em retrospecto, é terem concordado em atuar como torturados e torturadores, como se participassem de uma brincadeira no jardim. Essas constrangedoras sequências, resultantes da falta de discernimento dos participantes e da obscenidade de Wexler e Landau, talvez expliquem por que Brasil: um relato de tortura ficou tantos anos na obscuridade.”

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ONDE A CORUJA DORME | O MANUSCRITO PERDIDO

Onde a coruja dorme de Márcia Derraik e Simplício Neto

O manuscrito perdido de José Barahona

SEXTA 23 14h00, 15h30, 17h00, 18h30 e 20h00 : Onde a coruja dorme de Márcia Derraik e Simplício Neto (Brasil, 2010. 72’) Inicialmente um curta-metragem, premiado em 2001 no festival de Gramado e no Festival do Rio, o filme transformou-se num longa-metragem, com a inclusão de novos materiais, após a morte de seu protagonista, o cantor Bezerra da Silva em 2005. Grande intérprete do cotidiano dos morros cariocas, para os seus sambas, em geral reportagens irônicas do cotidiano das favelas, tinha como parceiros trabalhadores comuns, pedreiros, carteiros, motoristas e trocadores de ônibus, biscateiros em geral, sambistas dos morros cariocas.

QUARTA 28 14h00, 15h30, 17h00, 18h30 e 20h00 : Onde a coruja dorme de Márcia Derraik e Simplício Neto (Brasil, 2010. 72’)

SÁBADO 24 14h00, 15h30, 17h00, 18h30 e 20h00 : Onde a coruja dorme de Márcia Derraik e Simplício Neto (Brasil, 2010. 72’) DOMINGO 25 14h00, 15h30, 17h00, 18h30 e 20h00 : Onde a coruja dorme de Márcia Derraik e Simplício Neto (Brasil, 2010. 72’) TERÇA 27 14h00, 15h30, 17h00 e 18h30 : Onde a coruja dorme de Márcia Derraik e Simplício Neto (Brasil, 2010. 72’)

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20h00 : Debate – O sambandido de Bezerra da Silva

QUINTA 29 14h00, 15h30, 17h00, 18h30 e 20h00 : Onde a coruja dorme de Márcia Derraik e Simplício Neto (Brasil, 2010. 72’)

SEXTA 30 14h00, 15h30, 17h00, 18h30, 20h00 : O manuscrito perdido de José Barahona (Portugal, Brasil, 2011. 79’) Nem todas as histórias têm de ser reais para se tornarem verdadeiras – com essa frase se apresenta a história da busca de um manuscrito perdido por um poeta e aventureiro português que se instalara em uma pequena cidade ao sul de Salvador no final do século 19, Fradique Mendes. O filme, comenta o escritor José Eduardo Agualusa, “é um jogo inteligente e divertido sobre as trocas culturais no vasto mundo da língua portuguesa. Quase uma ficção disfarçada de documentário. Quase um documentário disfarçado de ficção. A jornada que se propõe talvez seja, afinal, uma das soluções, senão a única solução, para o futuro do cinema português: a redescoberta do Brasil pelos portugueses, a redescoberta de Portugal e das Áfricas, pelo Brasil. A possibilidade de um cinema comum”.


Ingressos Para as sessões de Shoah, Onde a coruja dorme e O manuscrito perdido: Terça, quarta e quinta R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia) Sexta, sábado e domingo R$ 18,00 (inteira) e R$ 9,00 (meia) Para todos os outros programas de novembro, de terça a domingo R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia) Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com O programa de cinema de novembro tem apoio da Cinemateca do mam do Rio de Janeiro, do Curta Cinema – Festival Internacional de filmes de curta-metragem do Festival Adaptação – Cinema e Literatura do Arquivo Nacional e da Cinemateca da Embaixada da França. O programa conta ainda com a parceria do Espaço Itaú de Cinema, da Videofilmes, da www.revistacinetica.com.br e da Associação Brasileira de Cineastas. Curadoria: José Carlos Avellar. Coordenação do IMS - RJ : Elizabeth Pessoa. Assessoria de coordenação : Laura Liuzzi. As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao IMS: 158 – Central-Gávea (via Praça Tiradentes, Flamengo, São Clemente) 170 – Rodoviária-Gávea (via Rio Branco, Largo do Machado, São Clemente) 592 – Leme-São Conrado (via Rio Sul, São Clemente) 593 – Leme-Gávea (via Prudente de Morais, Bartolomeu Mitre) Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea

Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3206-2500 Fundado em 1990, o ims é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. O ims possui um acervo de fotografia, com mais de 550 mil imagens, de música, com cerca de 28 mil gravações, de literatura e de artes plásticas, instalado em reservas técnicas com padrões e tecnologia para a conservação e a restauração. Entre as coleções destacam-se as fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot e José Medeiros, as discotecas de Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão, os arquivos pessoais de Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso e Mário Reis, e as bibliotecas dos escritores Ana Cristina César, Rachel de Queiroz, Otto Lara Rezende e Carlos Drummond de Andrade. Parte deste acervo está disponível para consulta em www.ims.com.br. No site, também está hospedada a rádio batuta, um ponto de seleção, análise entretenimento e análise da música popular brasileira. O Instituto edita uma revista quadrimestral de ensaios, serrote, uma revista semestral de fotografia, zum, e uma coleção de filmes de ficção, filmes documentários e de registros culturais em dvd. A sede do Instituto no Rio de Janeiro (o ims tem ainda centros culturais em São Paulo e Poços de Caldas) abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria, loja de arte e ateliê. Sua programação inclui mostras de artes plásticas e fotografia, ciclos de filmes, espetáculos musicais, palestras e cursos. O ims funciona de terça a domingo das 11h às 20h Acesso a portadores de necessidades especiais. Estacionamento gratuito no local. Café WiFi. O cinema do Instituto Moreira Salles recebeu o prêmio O Melhor do Rio de Janeiro 2012 / 2013 conferido pela revista Época Capa: Os inconfidentes de Joaquim Pedro de Andrade Quarta capa: Shoah de Claude Lanzmann

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SHOAH Primeiro título da coleção dvd do Instituto Moreira Salles: cinco discos – a íntegra do filme e o novo documentário de Claude Lanzmann, O relatório Karski – e um livreto com o ensaio de Gertrude Koch A transformação estética da imagem do inimaginável


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