HIV/Aids - Material didático 2011

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Projeto Imunologia nas Escolas Instituto de Investigação em Imunologia - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia

HIV/AIDS (atividade #4)

São Paulo, 2011


Sumário Roteiro da atividade, Introdução: Três Décadas de AIDS Fichas de discussão: Caminhos da descoberta da causa da AIDS, Epidemiologia da AIDS no Brasil, Transmissão do HIV, O Sistema imune na infecção pelo HIV, Material para a dinâmica de grupo: Notícias para a dinâmica, Fichas de sintomas para a dinâmica, Sintomas da AIDS, Sugestão de vídeos


Projeto Imunologia nas Escolas Atividade #4 – HIV AIDS Roteiro do professor SETEMBRO 2011 Estrutura da atividade: 1) Dinâmica de grupo sobre início da epidemia da AIDS e descoberta do HIV: (30min) Objetivo: ♦ Discutir a estrutura do pensamento de investigação científica durante o início da epidemia da AIDS e a descoberta do vírus HIV. ♦ Discutir conceitos estruturantes relacionados ao tema e identificar questões de interesse do estudante. Dinâmica: Receberemos os alunos na porta da sala. Quando os alunos entrarem na sala, receberão os colares de cores diferentes que terão diferentes significados e uma folha de papel para anotar os nomes. No início, apenas um aluno vai receber um colar vermelho no pescoço. A metade da sala receberá um colar azul e a outra metade um colar branco. Os professores e monitores responsáveis ainda ficarão com alguns colares vermelhos nas mãos. A cor vermelha representa a pessoa HIV positiva, a cor azul representa o uso de preservativo em uma relação sexual e a cor branca a falta da camisinha. Os alunos não sabem da simbologia no começo da dinâmica. Explicar a estrutura da dinâmica. ♦ Vamos desenvolver uma dinâmica de grupo e depois vamos nos dividir em 4 grupos para discutir o que aconteceu. ♦ Colocaremos uma música para tocar (alguma música que tenha significado para eles). Eles devem caminhar pela sala. ♦ Quando a música parar, os alunos devem conversar com quem estiver perto sobre alguma coisa que aquela pessoa aprendeu sobre o sistema imune, até agora, e deve anotar o seu nome. ♦ Os professores seguirão de perto as pessoas com colar vermelho (HIV+) de forma a distribuir novos colares vermelhos para quem conversou com uma pessoa com colar vermelho, e distribuir os sintomas após a conversa. Toda vez que alguém de colar vermelho conversar com alguém com colar branco, devemos colocar um colar vermelho em quem tinha o branco. Este ficará agora com dois colares. Os que não tiverem com camisinha (colar branco) poderão desenvolver a doença. Essas pessoas receberão fichas com sinais e sintomas e o tempo em que eles surgiram (em meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos). Quatro indivíduos não desenvolverão a doença, mesmo sem camisinha (devemos definir antes quem será). Cada um desses deverá ficar em um grupo de discussão para permitir esta discussão. ♦ De vez em quando, pararemos a música e teremos notícias jornalísticas sobre o que está acontecendo no mundo e também pediremos para quem recebeu fichas com sintomas, as lerem em voz alta. O que será que está acontecendo? Quando tivermos terminado as fichas e as notícias, iremos para os grupos para discutir o que aconteceu.


Material:

- Colares: (vermelho: HIV+; branco: sem camisinha; azul: com camisinha). - fichas de sintomas e sinais - papel para anotação de nomes das pessoas com quem conversaram

As notícias:

(ver lista de notícias) No fim da dinâmica teremos: (i) Indivíduos HIV +, doentes com AIDS (colar vermelho e sem camisinha – colar branco). (ii) Indivíduos HIV + sem AIDS (colar vermelho e quase todos com camisinha, colar azul – teremos apenas 4 indivíduos sem camisinha – colar branco). . (iii) Indivíduos HIV negativos (todos com camisinha, colar azul) 2) Discussão das fichas - (50 min) Dividir a turma em 4 grupos. Cada grupo terá um professor do projeto. Devemos discutir com eles sobre o que aconteceu e refazer a cadeia (i) Refazer os caminhos das interações entre as pessoas e discutir por que alguns contraíram o HIV e outros não. Por que alguns levaram mais tempo para adoecer e outros não adoeceram? Ler ficha #1 - descoberta causa AIDS. (ii) Ler as outras fichas (#2 Epidemiologia, #3 Transmissão, #4 Sistema imune e HIV) e discutir os conceitos estruturantes. Algum aluno deve ler a ficha. Recomenda-se ir parando e perguntando aos alunos, envolvendo todo o grupo. Conceitos de palavras marcadas em negrito devem ser discutidos no grupo. Principais conceitos estruturantes da atividade de HIV: (i) Estratégias epidemiológicas para a investigação de novas doenças. (ii) Estrutura do pensamento científico na descoberta do HIV. (iii) Sistema imune na infecção pelo HIV: (i) infecção de células T CD4+ e outras células do sistema imune, levando à imunodeficiência adquirida, (ii) sistema imune debilitado  infecções oportunistas; (iii) ativação do sistema imune de forma descontrolada piora doença, (iv) alguns indivíduos mais resistentes à infecção e não ficam doentes; (v) hoje doença crônica 3) Filme “ E a vida continua” (35 minutos) Pedir a eles para: (i) Identificar os primeiros acontecimentos da epidemia – quais foram as primeiras observações? (ii) Quais foram as estratégias dos cientistas para descobrir o que estava acontecendo e o que estava causando esta nova doença? (iii) Como os cientistas chegaram à conclusão que era um agente infeccioso? E um vírus? (iv) O que achou mais interessante na descoberta da cauda da AIDS? (podem escrever em casa e trazer texto no dia seguinte) 4) Avaliação da atividade (5-10min.) Alunos devem responder ao questionário e dar sugestões.


Paulo Cunha

Três décadas de Aids Sob certas condições uma pessoa pode apresentar um estado de imunodeficiência que se traduz por: — maior suscetibilidade a infecções; — fenômenos de autoimunidade; — surgimento de doenças malignas, tumores e cânceres de pele; — processos alérgicos graves e recorrentes. Existem vários fatores que podem levar a um estado de imunodeficiência. Alguns desses fatores são congênitos, ou seja, a pessoa já nasce com o problema. Outro é o fator nutricional, motivado pela falta de certas vitaminas e nutrientes (isso acontece frequentemente com crianças, por motivos sociais ou culturais). Existem também os casos de imunodeficiência decorrentes de viroses. Normalmente, esses estados são transitórios, como ocorre com o sarampo. No entanto, o caso mais conhecido, a Aids, não é transitório. Aids é a sigla para a expressão inglesa acquired immunodeficiency syndrome. Em português: “síndrome de imunodeficiência adquirida”. Síndrome quer dizer “conjunto de sintomas”. Imunodeficiência adquirida tem significado mais ou menos evidente: deficiência adquirida da capacidade de reagir a agentes invasores do organismo. Boa parte dos sintomas relacionados à Aids devese às doenças oportunistas. Essas moléstias são assim chamadas porque são desencadeadas por microrganismos que só conseguem parasitar o organismo quando o sistema imunológico está muito debilitado. Ou seja, uma pessoa com esta síndrome pode morrer, de tuberculose, pneumonia, tumores e outras doenças, todas causadas pelos agentes oportunistas.

Esquema do vírus HIV. Nessa doença, a debilitação do sistema imunológico deve-se a alterações na taxa ou no comportamento de diferentes células do sistema imunológico, entre elas os linfócitos T4, as células supressoras e as células fagocitárias (por exemplo, os macrófagos). Em muitos casos, uma das principais características relacionadas ao desenvolvimento da doença é justamente a queda progressiva do número de linfócitos T4 na corrente sanguínea. A causa é um vírus chamado HIV (de human immunodeficiency virus, ou vírus da imunodeficiência humana). Esse vírus foi identificado pela primeira vez em 1983, pelo cientista francês Luc Montagnier, que o isolou de um paciente aidético. O HIV é transmitido por contato entre o sangue (ou secreções) de uma pessoa contaminada e o sangue (ou secreções) de uma pessoa sadia. As vias de transmissão

reconhecidas são o contato sexual, as transfusões de sangue e a utilização de agulhas contaminadas. O vírus possui em sua composição uma proteína com uma forte afinidade por células do sistema imunológico. Uma vez ligado a essas células, o HIV pode entrar no interior delas e aí permanecer livre da ação do sistema imunológico. Dessa forma, o vírus pode reproduzir-se à vontade, destruindo as células e assim prejudicando o sistema imunológico. Em outros casos isso não ocorre, e o vírus permanece latente, adormecido no interior das células por longos períodos, dividindo-se somente quando as células se dividem. Com a descoberta do vírus, a Aids foi reconhecida como uma doença infecciosa. E o HIV, seu agente etiológico. Conhecendo o agente etiológico da doença, o próximo passo dos cientistas foi tentar elaborar uma vacina eficaz contra ele, que barrasse a propagação da doença na população. Um aspecto que dificulta o trabalho dos cientistas é a existência de muitas variedades do mesmo vírus, o que dificulta a elaboração de uma vacina única contra a moléstia. Isso ocorre devido ao fato do material genético do vírus sofrer inúmeras mutações. Por outro lado, nos últimos anos desenvolveu-se uma terapia a base de diversas drogas que, em conjunto, permitem controlar a reprodução do vírus e sua ação sobre o sistema imune. O coquetel, como é chamado, é a combinação de diferentes drogas que em conjunto bloqueiam a entrada do vírus nas células, inibem sua proliferação e evitam duplicação do vírus.

Aids não se pega com abraços, beijos, carinhos e apertos de mão.


As atuais perspectivas Por tudo o que foi dito, descobrir uma vacina contra a doença deixou de ser o único objetivo no estudo da Aids. Antes, é preciso saber exatamente qual vacina produzir e contra o quê imunizar. A indústria farmacêutica também se deu conta de que a coisa não é simples e atualmente estão sendo testadas novas drogas que, utilizadas de maneira combinada, parecem obter melhores resultados do que quando administradas isoladamente. Outro aspecto bastante discutido é a falta de conhecimento sobre os mecanismos que desencadeiam a deficiência imunológica e a instalação da doença. Falta entender melhor como atua o sistema imunológico nessa doença. Citando a abertura de um artigo publicado na Science, uma conceituada revista científica americana, podemos dizer que agora “a pesquisa sobre a Aids está abandonando o vírus para estudar o sistema imunológico”. Talvez somente a partir de uma maior compreensão desse sistema vamos entender realmente o que é a síndrome da imunodeficiência adquirida. Por enquanto, o melhor a fazer é se prevenir.

Aids em números Até o final de 2007, 33,2 milhões de casos de aids e 2,1 milhões de mortes entre pessoas com Aids tinham sido relatados à Organização Mundial de Saúde (OMS). Aproximadamente 15,4 milhões desses casos ocorreram em mulheres e cerca de 68% (22,5 milhões) de todas as pessoas infectadas com o HIV estavam vivendo na África. De acordo com a agencia de notícias da AIDS, de 1980 a junho de 2009, foram registrados 544.846 casos de Aids no Brasil. Durante esse período, 217.091 mortes ocorreram em decorrência da doença. Por ano, são notificados entre 33 mil e 35 mil novos casos de Aids. Em relação ao HIV, a estimativa é de que existam 630 mil pessoas infectadas no país. Dos casos de Aids acumulados de 1980 até junho de 2009, a região Sudeste é a que tem o maior percentual do total de notificações, 59,3%. O Sul concentra 19,2% dos casos; Nordeste 11,9%, Centro-Oeste 5,7%, e Norte 3,9%. Dos 5.564 municípios brasileiros, 87,5% (4.867) registram, pelo menos, um caso da doença.

Números da AIDS no mundo entre 1981 e 2008

AIDS & HIV information from AVERT.org




Epidemiologia da AIDS no Brasil As prevalências de infecção pelo HIV no Brasil se apresentam da seguinte maneira, em relação à faixa etária:  0,6% na população de 15 a 49 anos de idade (0,4% nas mulheres e 0,8% nos homens),  0,12% nos jovens do sexo masculino de 17 a 20 anos de idade  0,28% em mulheres jovens de 15 a 24 anos.

Populações vulneráveis: - usuários de drogas ilícitas (5,9%), - homens homossexuais (10,5%) - mulheres profissionais do sexo (5,1%)

Entre menores de 19 anos temos mais casos de aids entre a população do sexo feminino:  Feminino: 3,1+1,4+3,2 = 7,7  Masculino: 2,4+1,0+2,8 = 6,2

Boletim Epidemiológico Aids • DST 2010


Epidemiologia da AIDS entre jovens no Brasil Aids em jovens de 13 a 24 anos de idade em 2009 A    

8,3 casos por 100.000 habitantes

razão de sexos: 1990 - 37 homens para cada 10 mulheres 1998 - 11 homens para cada 10 mulheres 2000 - 9 homens para cada 10 mulheres Entre 2007 e 2009, os jovens do sexo masculino voltaram a ter maior participação nos casos de aids

HSH: homens que fazem sexo com homens; UDI: usuários de drogas injetáveis

 Boletim Epidemiológico Aids • DST 2010


Transmissão – HIV Como se contrai o HIV? O HIV poder ser encontrado em fluidos do organismo, como sangue, sêmen (esperma), secreções vaginais e leite materno. Qualquer prática que permita o contato desses fluidos com as mucosas e a corrente sanguínea de outra pessoa pode causar a infecção pelo HIV. Quais são as formas mais importantes de transmissão do HIV? 1. O HIV é transmitido de pessoa para pessoa de três maneiras importantes:

Quando o sêmen ou fluido vaginal de uma pessoa infectada entra em contato com a mucosa (membrana) da vagina, do pênis ou do reto e o vírus penetra na corrente sanguínea. 2. Quando a pele é perfurada por uma agulha ou outro objeto cortante (lâmina de barbear, instrumento de tatuagem) em que há restos de sangue de uma pessoa infectada pelo HIV É muito arriscado compartilhar a mesma agulha e a mesma seringa com usuários de drogas. Quaisquer seringa e agulha não esterilizadas podem transmitir o vírus. Recomenda-se a utilização de seringas descartáveis. 3. Quando a gestante está infectada, pois o HIV pode ser transmitido por meio da placenta antes de o bebê nascer, na hora do parto ou durante o aleitamento materno após o nascimento.

Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde


Quanto tempo o vírus sobrevive no meio ambiente? O HIV resiste pouco tempo no meio externo. Ele é inativado por agentes físicos (calor) e químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído, entre outros). O HIV pode penetrar pela pele? Não. A pele serve normalmente como barreira para a penetração, porém essa barreira poderá ser quebrada quando acontecerem cortes, escoriações, úlceras, feridas, sangramento ou surgirem situações em que possa haver a absorção de fluidos contaminados pelo HIV. O HIV pode ser transmitido pela tosse ou espirro? O HIV não é transmitido por tosse, espirro, copos, xícaras e alimentos, piscinas, toalhas, assentos sanitários, animais caseiros, mosquitos e outros insetos. Tomar água no copo ou comer com os mesmos talheres de um portador do HIV é perigoso? Não há problema algum em comer com os mesmos talheres e pratos de uma pessoa HIV+.

Há risco em dormir (sem transar) com uma pessoa que esteja com o vírus? Não. Dormir na mesma cama, compartilhar os mesmos lençóis de uma pessoa HIV+ não contamina porque o vírus não é passado por meio de objetos. Quais são os riscos de viver perto de alguém que tem AIDS? Viver perto de alguém que tem AIDS, ou de alguém infectado pelo HIV, não fará com que você tenha HIV Você pode viver absolutamente seguro, na mesma casa, com alguém que tem AIDS. É perigoso usar a mesma escova de dentes de um portador? Todos os objetos que ocasionem algum sangramento durante o uso podem transmitir o HIV se não tiverem sido esterilizados. Recomenda-se que não se compartilhe escova de dentes com ninguém, independentemente de ser ou não portador do HIV. Mosquitos e insetos transmitem o HIV? Há provas evidentes de que o HIV não é transmitido por mosquitos ou demais insetos, como pulgas, piolhos, percevejos e outros que possam estar presentes na residência de doentes com AIDS; eles não transmitem o vírus a outras pessoas.

Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde


Sistema Imune – HIV/AIDS

O que acontece com o nosso organismo quando na infecção pelo HIV?


O que acontece com nosso organismo na infecção pelo HIV Todos os vírus, incluindo o HIV, precisam infectar as células para sobreviver, sendo que cada um tem “afinidade” por um tipo de célula. Assim que um vírus infecta uma célula, usa-a para reproduzir mais vírus que são liberados e passam a infectar outras células, estabelecendo um ciclo vicioso de infecção e destruição. O HIV sente uma "atração" especial por células que têm na sua superfície uma proteína chamada CD4, como os linfócitos T (tipo de leucócito do sangue que tem importante papel na resposta imune adquirida), os macrófagos e as células dendríticas. Para se reproduzir, o HIV entra no linfócito T, auxiliado pela proteína CD4, que se encontra em volta da célula. Após penetrar no linfócito, o HIV se transforma em fábrica de novos vírus. O sistema imune se defende do HIV tanto com a produção de anticorpos como com a ativação das células T CD4 (auxiliares) e T CD8 (citotóxicas), mas esta defesa é limitada e na grande maioria das vezes não consegue impedir que a infecção progrida. Como muitos linfócitos são destruídos com a multiplicação dos vírus, o sistema de defesa se desequilibra e enfraquece, deixando o organismo imunodeficiente, sem condição de reconhecer os agentes invasores.


Material para a din창mica de grupo


“Projeto Imunologia nas Escolas” Atividade #4 - HIV/ AIDS Setembro 2011

Notícias “Nos Estados Unidos e na Europa, cresce o número de pessoas que procuram os hospitais se queixando de febre por causa desconhecida.” “Cresce o número de internações por doença ainda não diagnosticada pelos médicos. Os pacientes se queixam de muita fraqueza e cansaço e desenvolvem infecções por microorganismos oportunistas, que geralmente não causariam doenças. Muitos pacientes têm disenteria aguda, encefalite, meningite, um tipo de tuberculose que não tem cura, pneumonia e herpes e tem diminuição acentuada no número de linfócitos.” “Médicos americanos e franceses acreditam que haja uma nova doença infecciosa, da qual desconhecem a forma de transmissão e o agente causador. Até o momento, sabe-se apenas que esta nova doença praticamente destrói as defesas naturais do organismo, deixando-o vulnerável a uma série de doenças oportunistas que levam o paciente a morte.”

“Uma doença misteriosa, totalmente desconhecida pelas autoridades médicas, transformou-se, nos últimos meses, na epidemia mais violenta do século. Nos últimos 18 meses, cerca de 1.000 pessoas nos Estados Unidos contraíram esta doença e dessas, mais de 500 já morreram.” “Aumenta o número de casos de um tipo de câncer raro chamado Sarcoma de Kaposi. Este câncer começa com pequenas manchas e depois se alastra por todo o corpo”. “Autoridades alertam para o fato de muitas pessoas que receberam transfusão de sangue terem contraído a nova doença. Entre as vítimas, estão crianças hemofílicas. Só nos Estados Unidos, 10 milhões de


transfusões de sangue são feitas todos os anos e não existe nenhum exame capaz de mostrar se o sangue está contaminado.” “A prefeitura de Nova York criou um sistema de emergência para atender as pessoas que acham que estão com a doença. O serviço está recebendo em média 100 chamadas por dia.” “90% dos casos dessa nova doença foram constatados em Nova York, São Francisco e cinco outras cidades dos Estados Unidos. Mas segundo as informações mais recentes, a doença já chegou a 29 estados americanos e a 15 países.” “Aumenta o número de casos da doença também em outros países, sobretudo na Europa Ocidental, Inglaterra, Alemanha, Suíça e França. Canadá, Haiti, Ilhas do Caribe e América do Sul também já relataram os primeiros casos.” “No Centro de Controle de Doenças de Attlanta, na Georgia, dezenas de cientistas trabalham procurando entender a doença e como ela se manifesta e é transmitida.Até agora, não conseguiram resultados satisfatórios. As únicas pistas que os cientistas conseguiram para o combate da epidemia está nos tipos das pessoas atingidas. De cada 10 pessoas que contraíram a doença, 9 são homens. Alguns são hemofílicos e outros são refugiados haitianos. 25% são viciados em drogas e certamente usam agulhas de injeção contaminadas. 70% das vitimas são homossexuais.” “Acredita-se, até o momento, que a doença seja fatal. Segundo o Centro de Controle de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, 75% das pessoas atingidas pela doença morrem em 3 anos. A varíola, no auge da epidemia mundial, matava em media 25% de suas vitimas.” “Dois Cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, acabam de fazer uma grande descoberta. Eles descobriram que a morte inexplicável de vários macacos tem as mesmas características das mortes provocadas por essa implacável e misteriosa doença em pessoas em Nova York.” “Ainda não foi descoberta uma forma de diagnosticar esta doença , mas os cientistas desconfiam que ela seja causada por um tipo desconhecido de


vírus que que provoca uma grave infecção. O tempo de incubação dessa nova doença parece ser de 2 anos. Só depois desse tempo a pessoa começa a sentir que está doente e podemos então detectar a doença.” “Infelizmente, parece não haver cura para essa doença. Segundo os cientistas, ela é mais implacável do que a leucemia e mais contagiosa que a hepatite. Embora no Brasil os casos sejam poucos, as soluções adotadas nos Estados Unidos também devem ser adotadas por aqui pelas autoridades médicas e sanitárias. Fazer uma triagem dos doadores de sangue e não usar agulhas contaminadas parece ser essencial.”


FICHAS COM SINTOMAS:

Tenho tido febre e dores nas juntas e dor de garganta e malestar Tempo: 2 meses

Tenho perdido muito peso nos últimos meses e também tenho diarréia constantemente Tempo: 1 ano

Frequentemente tenho dores de cabeça fortes, sinto que meus nervos estão inflamados, não suporto a claridade da luz, ando irritado e deprimido, e meu médico acha que estou com alterações cerebrais. Tempo: 1 ano


De um tempo pra cá tenho tido febre, calafrios, dores nas articulações e musculares. Também vivo com mal-estar, sonolento, náuseas, não consigo comer mais. Pra piorar tenho diarréias constantes, faringite e estou cheio de gânglios e minha pele fica vermelha por qualquer coisa. Tempo: 5 anos

Gente, tenho febre enquanto durmo e suo muito. Ando com diarréia e perdendo peso, também não consigo mais comer bem!!! Tempo: 1 ano

De um tempo pra cá vivo tendo infecção grave por Herpes zoster, antes eu tinha umas fraquinhas de vez em quando, mas agora!!!! Também qualquer gripinha me dá pneumonia. Da última vez, tive pneumonia por um fungo que geralmente não causa doença, chamado de Pneumocystis carinii. Tempo: 2 anos.


Nossa! Sabe aquela infecção oral que a gente tem a vida inteira e que alguns chamam de sapinho, de um tempo prá cá não me livro disso, o médico falou que é candidíase. É um horror! Pega minha boca inteira, garganta, não consigo comer, nem engolir! Tempo: 10 anos

Comecei a perceber umas manchas estranhas na pele, fui ao médico e ele disse que é um câncer de pele, que se chama sarcoma de Kaposi. Que nome estranho, não é? Além disso, meu hemograma mostrou diminuição dos meus linfócitos. Tempo: 5 anos


SÍNDROME DE INFECÇÃO AGUDA PRIMÁRIA (de 2 a 6 semanas após a exposição ao vírus) Semelhantes à influenza ou mononucleose  Febre, calafrios, artralgias, mialgias, mal-estar, letargia, anorexia, náuseas, diarréias, faringite, linfoadenopatia e eritema  Dor de cabeça, neurites, fotofobia, irritabilidade, depressão e encefalopatia FASE LATENTE CLINICAMENTE (pode durar mais de 10 anos)  vírus extracelular desaparece dos fluidos corpóreos e a maioria das células T periféricas não carregam o vírus  há progressão da doença nos tecidos linfóides, com aumento no no de células T CD4+, macrófagos e células dendríticas foliculares  desenvolvimento de linfoadenopatia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS COMPLEXO RELACIONADO À AIDS (ARC)  Febre crônica noturna, suor noturno, diarréia, perda de peso, inflamações na pele e linfoadenopatia generalizada  pode persistir meses/anos antes da progressão da AIDS  indivíduos infectados que desenvolvem Herpes zoster, infecção oral por Candida e leucoplasia oral DIAGNÓSTICO DE AIDS: baseado em combinação de dados laboratoriais da infecção (diminuição do número de linfócitos, presença de anticorpos com HIV e carga viral positiva) e a presença de muitas combinações possíveis de infecções oportunistas, neoplasias, caquexia e degeneração do SNC INFECÇÕES OPORTUNISTAS •

por protozoários: Cryptosporidium e Toxoplasma

por bactérias: Mycobacterium (M. avis, M.kansasi), Nocardia, Salmonela

por fungos: Candida, Cryptococcus neoformans, Coccidioides immitis e

Hystoplasma capsulatum . pneumonia por Pneumocystis carinii (é a mais comum afetando 75% dos pacientes) (agora chamod de Pneumocystis jirovecii, pois só afeta humanos) •

SÍNDROME DA WASTING NA AIDS

progressiva perda de peso (caquexia) e diarréia

NEOPLASMAS MALIGNOS •

sarcoma de Kaposi: tumor mesenquimal caracterizado histologicamente por espaços vasculares e células malignas

linfomas malignos

tumores de células B

Cérebro é o principal sítio da infecção por HIV •

mais de 66% dos pacientes com AIDS sofrem de uma forma de demência chamada de encefalopatia, perda de memória e vários outros distúrbios neuropsiquiátricos não específicos


Vídeos 1. Sobre virgindade e adolescência: http://www.youtube.com/watch?v=lp53cHBVE3k 2. Reportagem recente do Fantástico, com o Dr. Dráuzio Varella: http://www.youtube.com/watch?v=Uy0qQvFxDWs&feature=related 3. Reportagem: Fantástico - primeira matéria sobre AIDS: http://www.youtube.com/watch?v=52dY7HTPgeI 4. Link para o filme “E a vida continua” (está em RMVB e legendado) http://www.megaupload.com/?d=XWY4LNAX


“Projeto Imunologia nas Escolas” Plataforma de Ensino e Interação com a Sociedade iii-INCT

Jorge Kalil Coordenador do Instituto de Investigação em Imunologia – iii-INCT Verônica Coelho Coordenadora da Plataforma de Ensino e Interação com a Sociedade do iii-INCT

Coordenadores do “Projeto Imunologia nas Escolas” Verônica Coelho Paulo Cunha Sandra Moraes Silvia Sampaio Equipe do “Projeto Imunologia nas Escolas” Ana Carolina Moutatlet Carla Sá Carlo de Oliveira Martins Carolina Lavini Ramos Carol Yuri Graziele Manin Karine Marafigo de Amicis Luiz Fernando Ferraz da Silva Maria Lúcia Carnevale Marin Matheus Costa


Nathália Moreira Santos Tárcio Braga Vinícius Santana Wesley Brandão Colaboradores do “Projeto Imunologia nas Escolas” Aluísio Segurado Edecio Cunha Neto Esper Kallas Nélio Bizzo Paulo Hilário Nascimento Parceiros do “Projeto Imunologia nas Escolas” na Escola Estadual Romeu de Moraes Rosângela Valim Francisco Cardoso Denise Ribeiro Flávia Cheloni Orlando Giarletti Sílvia Alencar Fernanda Palma Russiano Maria Alice N. Souto Jornalistas Responsáveis Cristiane Paião Márcio Derbli


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