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Volume 28 n 5 Edição n Novembro-Dezembro 2014

TECNOLOGIA AUTOMÓVEL INDIANA PARA O MUNDO

PROGRESSO MAIOR PONTE FERROVIÁRIA

CELEBRAÇÕES IGREJAS DA ÍNDIA


EVENTOS VINDOUROS PELA ÍNDIA FESTIVAL DE CINEMA

Organizado pela Divisão de Cinema da Índia, o Festival Internacional de Cinema da Índia (International Film Festival of India - IFFI) é uma plataforma para realizadores e amantes de cinema assistirem, apreciarem e aprenderem a arte de realização de cinema. Este ano vai ser a 45ª edição do festival, com um ramalhete de exibição de filmes e discussões relacionadas. QUANDO: 20 a 30 de novembro ONDE: Goa

FOODTEC ÍNDIA

RANN UTSAV

QUANDO: 14 a 16 de novembro ONDE: Mumbai, Maharashtra

QUANDO: 2 de dezembro de 2014 até 7 de março de 2015 ONDE: Kutch, Gujarat

A nona edição do FoodTec Internacional da Índia é uma plataforma para a indústria de comida e bebida discutir as recentes tecnologias, know-how e opções de desenvolvimento de negócio. Mais de 11.500 expositores de 45 países irão participar este ano.

Celebra a beleza de Kutch, o deserto de areia branca em Gujarat, durante o Rann Utsav. Um carnaval de música e dança, o festival é organizado pelo Turismo de Gujarat com muitas atividades como dança tradicional, espetáculos de ato cultural, safaris de camelo e vida em tendas.

FESTIVAL DE ARTE DA ÍNDIA

O Festival de Arte da Índia é uma plataforma para promover as artes indianas. Mais de 70 galerias de arte e 1000 artistas individuais irão participar. O objetivo é trazer para a ribalta a importância e o valor de arte moderna, das belas-artes e da arte contemporânea nos tempos modernos.

ÍNDIA INTERNACIONAL TRADE FAIR A Feira Internacional da Índia (India International Trade Fair - IITF) é a maior feira de bens de consumo da Índia. Inaugurada todos os anos no Dia da Criança, exibe uma larga variedade de produtos de expositores globais. O tema deste ano: mulheres empresárias. QUANDO: 14 a 27 de novembro ONDE: Nova Deli

QUANDO: 27 a 30 de novembro ONDE: Mumbai, Maharashtra

FESTIVAL DE BALÃO DE AR QUENTE Desfrute de um fim de ano repleto de diversão ao relaxar em campos de vegetação verdejante e a observar balões de ar quente coloridos a flutuar sobre si durante o Festival de Balões de Ar Quente. Ou viaje num deles! O evento decorre em três regiões diferentes em Karnataka – Mysore, Hampi e Bidar. QUANDO: dezembro de 2014 a janeiro de 2015 ONDE: Karnataka


Prefácio Reiterando uma forte crença no forte potencial económico e infraestrutural da Índia o Primeiro-Ministro, o Sr. Narendra Modi, lançou recentemente o programa “Fazer na Índia”, com o objetivo de fazer com que empresas globais de topo utilizem a Índia como centro de produção. A visita do Presidente chinês Xi Jinping à Índia, em setembro, abriu uma série de possibilidades - economicamente, socialmente e culturalmente. Olhamos também para a vindoura conferência SAARC no Nepal que procura dinamizar a cooperação a vários níveis. No Natal, apresentamos algumas igrejas famosas por todo o país. Escrevemos também sobre o festival de Telengana, o estado mais recente da Índia, famoso por ser celebrado com pompa e fervor. Com a chegada do 8º torneio Manipuri Polo International, de 22-29 de novembro, percorremos a história fascinante por trás deste desporto histórico. Para marcar o aniversário do PrimeiroMinistro Jawaharlal Nehru, o primeiro da Índia, celebrado como Dia da Criança, apresentamos selos marcantes lançados pelo Departamento dos Correios Indiano ao longo dos anos. O artigo sobre a evolução das notas indianas ao longo dos anos é uma leitura interessante. A riqueza cultural da Índia é exposta na história sobre lançar papagaios durante o Makar Sankranti em janeiro. Existem muitas outras razões para a Índia se sentir orgulhosa. O nosso país está pronto para eclodir como o maior exportador mundial do setor automóvel até 2020. Outro feito foi a construção da mais alta ponte ferroviária do mundo sobre o Rio Chenab em Kashmir Valley. O Rashtrapati Bhawan tem um novo museu que alberga artefactos oferecidos aos presidentes indianos ao longo dos anos. Revemos o Last Post que enumera os memoriais de guerra indianos por todo o mundo como tributo aos soldados indianos, e damos uma vista de olhos ao docudrama – Natyanubhava – uma iniciativa de Diplomacia Pública do Ministério dos Assuntos Externos. E não perca a nossa apresentação de incríveis edifícios históricos no Parque Arqueológico Mehrauli, com vista para o Qutub Minar. Volu

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Volume 28 n 5 Edição n Novembro-Dezembro 2014

Editor: Syed Akbaruddin Editor Assistente: Nikhilesh Dixit Ministro das Relações Exteriores Sala Nº 152, Ala ‘A’, Shastri Bhavan, Nova Deli - 110001, Índia Tel.: 91.11.23383316, Fax.: 91.11.23384663 Web: http://www.indiandiplomacy.in Para comentários/ dúvidas: osdpd2@mea.gov.in

MaXposure Media Group India Pvt. Ltd. Editor e Diretor de Operações: Vikas Johari Presidente e Diretor-gerente: Prakash Johari Editor Executivo: Saurabh Tankha Sede MaXposure Media Group India Pvt. Ltd. Unit No. F2B, Second Floor, MIRA Corporate Suites, Plot No. 1&2, Ishwar Nagar, Mathura Road, New Delhi - 110 065, India Tel: +91.11.43011111, Fax.: +91.11.43011199 CIN No: U22229DL2006PTC152087 Para comentários/ dúvidas: indiaperspectives@maxposure.in

PARA DÚVIDAS | MMGIPL Tel: +91.11.43011111 FAX: +91.11.43011199 www.maxposure.in

A Índia Perspectivas é publicado em Árabe, Bahasa Indonesia, Inglês, Francês, Alemão, Hindi, Italiano, Pashto, Persa, Português, Russo, Sinhala, Espanhol e Tamil. A Índia Perspectivas é impressa e publicada por Syed Akbaruddin, Secretário Adjunto (XP) e Porta-voz Oficial, do Ministério das Relações Exteriores (MEA), Nova Délhi, Sala Nº 152, Ala ‘A’, Shastri Bhavan, Nova Deli - 110001, e publicado em MaXposure Media Group India Pvt. Ltd. (MMGIPL), Unit No. F2B, Second Floor, MIRA Corporate Suites, Plot No. 1&2, Ishwar Nagar, Mathura Road, New Delhi - 110065, India. A Índia Perspectivas é publicada seis vezes por ano. Todos os direitos reservados. A escrita, o trabalho artístico e/ou fotografia aqui contidos podem ser utilizadas ou reproduzidas com o conhecimento do ‘India Perspectives’. O MEA e o MMGIPL não assumem a responsabilidade por perdas ou danos de produtos não solicitados, manuscritos, fotografias, obras de arte, transparências ou outros materiais. As opiniões expressas na revista não são necessariamente aquelas da MEA ou MMGIPL.

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Para uma cópia da Índia Perspectivas, entre em contato com a missão diplomática da Índia mais próxima de você.

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CONTEÚDOS

12 68 INOVAÇÃO

O futuro centro de produção global............06 INOVAÇÃO

Fazer na Índia para o mundo.........................08 PARCERIA

Um novo capítulo de cooperação ................12

84 ANÁLISE

Recordar os bravos da Índia ......................... 52 ANÁLISE

Poesia visual da dança .................................. 55 PROGRESSO

A fortalecer o Médio Oriente ....................... 56

PARCERIA

O MGC ganha ímpeto ....................................14 PARCERIA

Tempo de transição ........................................16

PROGRESSO

Conquistando as invencíveis encostas verdes ............................................. 58 HERANÇA

TRIBUTO

Mestre de asanas e terapia ............................19

Crónicas de Rashtrapati Bhavan .................. 62 HERANÇA

TRIBUTO

Celebrar a infância ......................................... 22

Pólo Manipuri: Ainda continua forte ..........68 CELEBRAÇÕES

CULTURA

Revivendo o espírito tradicional .................. 24

Cristo, Igreja e o Natal .................................. 72 REALIZAÇÃO

CULTURA

Quando os papagaios voam alto... .............. 28

Mulher maravilha .......................................... 77

VIAGENS

HISTÓRIA

O triângulo sagrado ...................................... 32

Como é que a Rupia surgiu? .........................80

FELICITAÇÃO

FOCO

Para homenagear a rouxinol .........................37

Construindo a costa das especiairias .......... 84

INSTANTÂNEOS

CONVERSA

Legado de talento em arquitetura ............... 38

Conduzir na via rápida .................................. 88

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INOVAÇÃO

O futuro centro de

produção global

Fazer negócios na Índia tornou-se mais fácil quando o Primeiro-Ministro, o Sr. Narendra Modi, lançou o programa Fazer na Índia e convidou os produtores mundiais a explorar as possibilidades de investimento aqui texto | Mayuri Mukherjee

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História da Índia não precisa de apresentações. Começou com a liberalização económica nos anos 90, o que estimulou as taxas de crescimento, criou uma nova classe média e retirou milhares de pessoas da pobreza extrema. Quase três décadas depois, está na altura de revitalizar essa história com um novo capítulo, Fazer na Índia, com o logótipo do leão a caminhar feito de engrenagens, que simboliza a produção, a força e o orgulho nacional. Concebido pelo Primeiro-Ministro Sr. Narendra Modi, o programa Fazer na Índia é a planta do Governo da Índia para converter o país num centro de produção global. A Índia está posicionada de forma única para um projeto destes: A sua vasta população, primariamente jovem e maioritariamente instruída, constituem

a mão-de-obra ideal, qualificada e disponível a preço competitivo. Por outro lado, funciona também como um vasto mercado de consumo. As iniciativas estão programadas para facilitar o investimento, promover a inovação, proteger a propriedade intelectual e construir uma infraestrutura de produção topo de gama através da introdução de medidas de desregulamentação e des-licenciamento para reduzir a complexidade e aumentar significativamente a rapidez e a transparência. Para além disso, a infraestrutura de produção e a capacidade de inovação da Índia estão posicionadas para um crescimento fenomenal: novas cidades inteligentes e complexos industriais, a serem desenvolvidos em corredores industriais identificados com boas redes de ligação, novos programas e instituições

O logótipo Fazer na Índia n

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O Primeiro-Ministro da Índia Sr. Narendra Modi, no 68º Dia da Independência da Índia, convidou o mundo a “Vir e Fazer na Índia”

para os jovens dedicados ao desenvolvimento de global, utilizando como ponto central o capacidades especializadas. Mais importante ainda, Corredor Dedicado de Cargas Ferroviárias o programa representa uma mudança de atitude em (DFC) ocidental, de alta capacidade e com 1.483 relação à forma como a Índia se relaciona com os km de comprimento. O objetivo é aumentar a investidores: não só como autoridade que emite as taxa de produção no PIB do país e criar cidades licenças, mas como verdadeira parceira de negócios. inteligentes sustentáveis onde a produção será o O PM lançou um website, www.makeinindia. principal impulsionador económico. com, que informa os potenciais investidores sobre O Governo da Índia encetou várias iniciativas vários setores a explorar, como legislativas e a nível político para o sector automóvel, o espaço, criar um ambiente conducente O programa a aviação, a biotecnologia, o à proteção dos direitos de representa uma sector químico, a construção propriedade intelectual (PI) mudança de atitude civil, maquinaria elétrica, dos inovadores e criadores, em relação à forma processamento alimentar, setor introduzindo mudanças. como a Índia se da defesa, informática e gestão Adicionalmente, foi colocado relaciona com de processos de negócio, o setor ênfase específico na melhoria investidores: não só do couro, o ferroviário, saúde e da prestação de serviços através como autoridade que bem-estar... Projetos reais como de melhoramentos a nível de emite as licenças, o Corredor Industrial Delhiinfraestrutura, do desenvolvimento mas como verdadeira Mumbai (DMIC), apresentado de capacidades e da utilização parceira de negócios nos 100 Projetos Globais Mais de tecnologia topo de gama no Inovadores da KPMG como um funcionamento de gabinetes dos projetos de infraestrutura mais inovadores de propriedade intelectual do país. Esta medida e inspiradores, procuram criar uma forte base resultou em mudanças arrebatadoras na gestão da PI económica com um ambiente globalmente dentro do país. competitivo e uma infraestrutura topo de À medida que o Governo Modi traz a segunda gama para ativar o comércio local, aumentar geração de reformas indianas, os investidores de os investimentos e atingir o desenvolvimento todo o mundo têm uma oportunidade de ouro sustentável. O DMIC está a ser desenvolvido para vir, Fazer na Índia, e investir na potência como um destino de produção e investimento global de amanhã. NO VEM BRO - D E Z E M B R O

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INOVAÇÃO

Fazer na Índia

para o mundo

O estado de espírito no setor automóvel da Índia é otimista à medida que o país se prepara para duplicar as exportações no setor automóvel e emergir como um dos maiores exportadores mundiais até 2020 texto | Kabeer Sharma

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abia que cerca de 600.000 pessoas por todo automóvel no Sudeste Asiático. Mais importante o mundo que receberam as chaves dos ainda, no centro deste crescimento encontra-se seus carros novos em folha levaram para a forte crença de que “se produzirmos um carro casa mais do que apenas um veículo novo? que tenha sucesso na Índia, irá funcionar em Cada um desses clientes saiu do stand num carro qualquer parte”. Esta crença surge da perceção de com uma etiqueta “Fabricado na Índia”. que existem pontos em comum no comportamento Até 2020, a Índia espera duplicar as dos consumidores entre os suas exportações no setor automóvel, consumidores indianos e os do A Índia espera dos $12 mil milhões atuais para Sudeste Asiático, da África do Sul duplicar as suas $24 mil milhões e emergir como o e da China. Esta confiança fez com exportações maior exportador mundial do setor que fabricantes de carros como a até aos $24 mil automóvel. Em jogo estão fatores Honda produzissem os seus carros milhões para que fazem do mercado indiano com até 90% de Indianização, ou que emergir como o um centro de produção de carros garantissem que os grandes modelos maior exportador pequenos – economias de escala para de carros tivessem as suas estreias automóvel do a produção, enorme mercado interno, globais na Índia. mundo até 2020 disponibilidade de engenheiros e de O voto de confiança na capacidade mão-de-obra. da produção local da Índia veio de Podemos adicionar a isto o fato de o tempo de fabricantes de carros de luxo. A Mercedes-Benz, transporte a partir da Índia ser significativamente a BMW e a Audi fabricam a maioria da sua gama inferior do que da Tailândia, a maior indústria na Índia, mas não está limitado a produtos da

OS 10 CARROS MAIS EXPORTADOS DA ÍNDIA NO ANO FISCAL DE 2014 109,074 units

78,383 units

Hyundai i10

Nissan Micra

45,193 units

59,789 units

Maruti Suzuki A-Star/ Celerio

Hyundai i20 37,730 units

32,017 units

Nissan Sunny

VW Vento

28,304 units

29,107 units

Ford Figo

Hyundai Accent

20,858 units Maruti Alto

19,296 units Hyundai Eon Imagens cortesia de: Sociedade de Fabricantes Automóveis da Índia NO VEM BRO - D E Z E M B R O

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INOVAÇÃO

PRINCIPAIS CENTROS DE PRODUÇÃO NA ÍNDIA VW VENTO

PUNE

CHENNAI HYUNDAI i20

MERCEDES BENZ

NISSAN MICRA

TATA NANO FIAT PALIO

gama de entrada. Enquanto a Mercedes-Benz fabrica os seus familiares Classe-S e a BMW os Série-5 assim como o SUV X5, a Audi fabrica o A6.

Da Índia para o mundo

A aquisição de subsidiários globais como a SsangYong pela Mahindra & Mahindra e a Jaguar Land Rover pela Tata Motors, no curso da última década e meia, significa que o mundo está a começar a considerar a Índia mais do que n

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um centro de produção. Enquanto o XUV 500 (tem um mercado enorme na África do Sul) e o Mahindra Scorpio são exportados da Índia, a Tata exporta o Aria e o Nano numa configuração com Volante no Lado Esquerdo para a Europa, para além de outros modelos.

Os heróis

Apesar dos fabricantes de luxo expressarem confiança nas capacidades da Índia e da aquisição de subsidiários globais 2 0 1 4


por parte de empresas indianas, os heróis da O caminho em frente história são outros. Os conhecedores da indústria partilham os planos da A Hyundai, a segunda maior fabricante de carros Hyundai de produzir motores para as suas operações da Índia, é ao mesmo tempo a maior exportadora de globais na Índia, enquanto a Ford está a olhar para carros do país, com uma cota de 45%. De fato, a sua a Índia como um centro de produção para a região fábrica de Chennai fabrica, atualmente, mais de 100 Ásia-Pacífico e para África. A Volkswagen está a variantes de carros que são exportados para mais de planear aumentar a terceirização na Índia até aos 70 120 países por todo o mundo. O portfólio inclui o porcento da sua terceirização global total. Entretanto, i10 e o i20 (primeiro e terceiro carro mais exportado a Suzuki irá desviar todas as operações de exportação da Índia respetivamente) para além com destino ao Médio Oriente, África, do Accent e do Eon. A Maruti Suzuki, América Latina e Sudeste Asiático para a exporta o A-Star, o Alto e o Ertiga para Índia até março de 2015. O voto de outros mercados. A Nissan, com sucesso Enquanto as economias de escala, confiança na limitado no mercado indiano, exporta uma força de trabalho disciplinada e um capacidade da 85% da produção total da sua fábrica em governo que fornece apoios garantiram produção local Tamil Nadu e o Nissan Micra, o segundo que se tivesse tornado numa potência em da Índia veio de carro mais exportado da Índia durante o termos de exportação no setor automóvel fabricantes de último ano, é vendido em 100 mercados global, ao mesmo tempo o mercado carros de luxo globalmente. A sua submarca, a Datsun, automóvel indiano continua a prosperar, foi relançada na Índia com o nome Datsun Go, a crescer e a apresentar uma oportunidade favorável totalmente desenvolvida na Índia para o mundo. para ambas as partes. O Grupo Alemão Volkswagen (VW), registou um Portanto quando roda a chave de um Tata Nano fantástico aumento de 295 porcento nas exportações em França para visitar uma galeria de arte, ajusta no último ano, cortesia do Vento que é vendido na o assento de um Chevrolet Beat no Chile, faz um Malásia, México e nas Filipinas. safari num XUV 500 no Quênia ou conduz até ao A Volkswagen exportou mais de 30 porcento dos supermercado na Indonésia para comprar café num carros que saíram da sua fábrica na Índia no último Hyundai Accent – o mais provável é que sejam todos ano, enquanto a Ford exportou o Figo e o Ecosport ‘Fabricados na Índia’. Não é um bom motivo para mais de 40 países globalmente. de orgulho?

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PARCERIA

Um novo capítulo

de cooperação

A Índia e a China atingiram um novo apogeu no seu relacionamento com mais de 2.000 anos quando os dois gigantes Asiáticos assinaram vários acordos e pactos

O Sr. Xi Jinping, Presidente da China, experimenta a charkha enquanto o Primeiro Ministro da Índia, o Sr. Narendra Modi, observa

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ooperação em energia nuclear civil, a abertura de uma nova estrada que passa por Nathu La até Kailash Mansarovar, incentivo à cultura, ao turismo, às artes e aos contactos interpessoais, a instalação de parques industriais Chineses em Maharashtra e Gujarat... Estes são alguns dos aspetos positivos que se podem verificar após a visita do presidente da China, o Sr. n

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Xi Jinping, à Índia em setembro. Não esquecendo a transformação vincada na abordagem da China em relação à Índia sobre o comando do novo Presidente, apenas o terceiro Presidente chinês a visitar a Índia desde 1996. A visita levou a relação bilateral entre os dois gigantes asiáticos para um novo nível de cordialidade, confiança e abertura. Durante esta visita, o Presidente chinês prometeu grandes 2 0 1 4


investimentos para o desenvolvimento de linhas cinco anos. Ambos os países concordam que ferroviárias mais rápidas na Índia, definindo um cimentar laços comerciais é uma forma eficaz mapa de estradas a médio prazo com o objetivo de incentivar a cooperação. O comércio indiano de promover um desenvolvimento equilibrado e com a China chegou perto dos $70 milhões em sustentável das relações económicas 2003, em comparação com os $30 e comerciais, assente no princípio milhões de 2000. “A Índia e a China O comércio da igualdade e do benefício mútuo, são civilizações com milhares indiano com a enquanto toma medidas específicas de anos de interação amigável China chegou para melhorar o acesso aos mercados uma com a outra. Admiramos perto dos $70 de produtos farmacêuticos, de e respeitamos mutuamente as milhões em 2003 agricultura e de exportação, e para nossas civilizações. É importante em comparação permitir que os produtores de ambos traduzir os contactos amigáveis com os $30 os países tenham uma oportunidade e garantir que cumprimos o que milhões de 2000 para unir os seus recursos criativos, prometemos uns aos outros,” disse artísticos, técnicos, financeiros e de o Sr. Jinping. Disse ainda que o seu publicidade para produzir filmes em conjunto, segundo objetivo era aprofundar a cooperação, ajudando assim os produtos audiovisuais indianos pois ambas as nações são mercados emergentes a atingir maior visibilidade nos mercados globais. e, por isso, é importante que a cooperação seja A China já anunciou um investimento de $20 aumentada para que o povo da China e da Índia mil milhões na Índia ao longo dos próximos possa beneficiar dela.

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PARCERIA

Rio Ganges

O MGC ganha

ímpeto

A iniciativa Cooperação Mekong-Ganga facilita contactos mais próximos entre as pessoas que habitam as duas bacias hidrográficas

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ara aumentar a cooperação no turismo, na cultura, na educação, assim como no transporte e nas comunicações, e para construir uma base sólida para cooperação comercial e de investimento na região, foi conceitualizada uma iniciativa entre a Índia e cinco países da

ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático - Association of South East Asian Nations) – Camboja, Laos, Myanmar, Tailândia e Vietname – denominada Cooperação Mekong-Ganga (Ganges) (MGC). Tanto o Ganges como o Mekong são rios civilizacionais e a iniciativa procura facilitar Rio Mekong

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Smt Pratibha Devisingh Patil a colocar a pedra basilar para o Museu de Têxteis Asiáticos Tradicionais no Camboja em 2010 (à direita) Na sexta Reunião Ministerial da MGC em setembro de 2012

contactos mais próximos entre as pessoas que habitam disponibilização de US$ 1 milhão anual para o Fundo estas duas bacias hidrográficas principais. A MGC é Renovável para Projetos de Impacto Rápido Índiatambém indicativa dos laços civilizacionais, culturais CLMV. Este fundo seria para financiar projetos de e comerciais entre os países membros. curta gestação que poderiam beneficiar diretamente as A MGC foi estabelecida a 10 de Novembro de comunidades locais. Estes elementos adicionais foram 2000 em Vientiane, na primeira Reunião Ministerial encarados como uma clara reiteração do compromisso da MGC. Após a BIMSTEC (Iniciativa da Baía de dos membros em relação à MGC. Bengala para Cooperação Técnica e Económica Os ministros que estiveram presentes na 6ª Reunião Multi-Sectoral - Bay of Bengal Initiative for MultiMinisterial da MGC reconheceram a cooperação em Sectoral Technical and Economic Cooperation), curso para a preservação dos locais de património um agrupamento regional lançado em 1997, este histórico nos países MGC, com a Tailândia a oferecerprojeto foi mais um empreendimento se para trabalhar com a Índia nesta área. de colaboração entre a Índia e os seus Para além disso, a Tailândia irá também A Tailândia vizinhos do Sudeste Asiático. A partir participar em programas de treino para irá participar dessa data foram organizadas seis o projeto de Pesquisa Arqueológica em programas reuniões, a última das quais na Índia (4 de Subaquática. Foram reconhecidos os de treino para Setembro de 2012). desenvolvimentos recentes nos projetos o projeto de Na sexta reunião, para além das quatro de estradas e outras cooperações Pesquisa áreas centrais de colaboração ao abrigo entre a Índia, Myanmar e a Tailândia Arqueológica da MGC, foram identificadas novas nesta reunião. Subaquática áreas para forjar cooperação. Estas áreas O Governo da Índia, através de incluem pesquisa médica relevante para iniciativas ao abrigo da política Olhar a região e a partilha de conhecimentos sobre gestão para Leste, está a esforçar-se para atrair investimentos de pandemias, aproximando as complementaridades ideais dos países vizinhos da Região Nordeste, que que existem no setor das PME’s Indianas e dos estados serão visíveis a longo prazo. Entretanto, a Índia do Mekong, aspetos relacionados com segurança adicionou 50 bolsas de estudo, durante a 5ª Reunião alimentar e com a preservação da rica biodiversidade Ministerial da MGC, às 50 já existentes, o que da nossa região. permite que os académicos dos países MGC estudem A iniciativa da Índia de instalar o Museu de assuntos diversos como cultura, informática, áreas Têxteis Asiáticos Tradicionais em Siem Reap, no profissionais, para além de organizarem feiras em Cambodia, foi muito apreciada. A Índia anunciou a países MCG para aumentar a consciencialização. N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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PARCERIA

Tempo de

transição

A próxima cimeira SAARC deve instruir os seus mecanismos de cooperação para melhorar radicalmente a eficiência e a responsabilidade para atingir os objetivos definidos texto | Sheel Kant Sharma

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esde o seu início em 1985, a Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (South Asian Association of Regional Cooperation - SAARC), o fórum oficial para cooperação regional no Sul da Ásia, criou uma série de atividades regionais sob diversos auspícios, cada vez mais de carácter não-oficial. As cimeiras SAARC, convocadas anualmente, são acontecimentos formais do mais alto nível. No entanto, a próxima cimeira no Nepal, em novembro, será a 18ª cimeira em 29 anos e ocorre após três anos. Nos últimos tempos tem vindo a ocorrer um processo relacionado com a falta de comparência nas cimeiras. Foram organizadas inúmeras reuniões a nível ministerial / secretarial e um número ainda n

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maior de mecanismos para que os ministérios relevantes possam perseguir pontos de ação. Uma constante abstenção percorreu as últimas cimeiras para agravar esta base em falta para que o regionalismo Sul Asiático possa atingir os níveis de cooperação atingidos em outros locais. Todos os governos SAARC concordam sobre a necessidade de revigorar a cooperação a vários níveis. É notória também uma réstia de interesse numa identidade Sul Asiática subliminal - uma identidade que, por exemplo, aproxima a Diáspora Sul Asiática, mas que é manchada pelas reticências dentro da região. O objetivo SAARC transcende prismas e fatores nacionalistas que distorcem a perspetiva regional. O seu estatuto evita assuntos contenciosos e garante 2 0 1 4


Da esquerda para a direita na 17ª Cimeira SAARC nas Maldivas em 2011: Sr. Hamid Karzai, Presidente do Afeganistão; Begum Khaleda Zia, Primeiro-Ministro do Bangladesh; Primeiro-Ministro da Índia Dr. Manmohan Singh; Sr. Lyonpo Jigmi Yoezer Thinley, Primeiro-Ministro do Butão; Sr. Mohamed Nasheed, Presidente das Maldivas; Sr. Baburam Bhattarai, Primeiro-Ministro do Nepal; Sr. Yousuf Raza Gilani, Primeiro-Ministro do Paquistão e Sr. Mahinda Rajapaksa, Presidente do Sri Lanka

um nível de conforto adequado para trabalhar com transparência e consenso num vasto programa que se multiplicou várias vezes, mesmo enquanto a implementação permanece anémica. É imperativo, atualmente, estabelecer prioridades e tornálas orientadas para a ação, com envolvimento produtivo de todas as partes interessadas, e não apenas dos governos. A proximidade virtual trazida pela internet, pelos telefones móveis e pelos canais de televisão que funcionam 24 horas por dia oferecem motivos convincentes para que todos os países SAARC cresçam juntos, o que torna necessária uma estrutura de cooperação regional juntamente com a matriz de relacionamentos bilaterais. Os poderes externos atribuem ao regionalismo o valor de um bem público para o desenvolvimento harmonioso. A última cimeira nas Maldivas focou-se no progresso em áreas interativas, incluindo o alargamento da conetividade interpessoal, do turismo, da energia, do transporte, da facilitação comercial, da banca e dos investimentos. As modalidades para cada uma destas áreas estiveram à disposição dos estados membros, mas necessitam de trabalho árduo e de tenacidade de objetivos. Tal como foi demonstrado pelos milhares de dias de trabalho gastos meticulosamente pela Comissão Europeia, ao longo de décadas, para construir uma comunidade

económica, não existem atalhos para o trabalho persistente e para a perseverança. A infraestrutura é o assunto principal para todos os países SAARC e vários artigos da cooperação sub-regional podem mostrar a forma como a soma das partes pode ser superior ao todo. Um impulso orientado para a ação na próxima cimeira deve promover projetos em qualquer sítio onde uma sub-região, mesmo que não contando com todos os estados membros, esteja pronta. O estatuto SAARC permite empreendimentos que englobem mais de dois estados para cooperação. Muito do trabalho preparatório já foi feito em fóruns fora dos mecanismos SAARC formais em relação à facilitação comercial, ao transporte, à energia e à conetividade em geral. Existem recomendações para o melhoramento das ligações rodoviárias através da ativação de estruturas de controlo de fronteiras, estações aduaneiras terrestres, facilitação de transporte de contentores e da imigração. Estas medidas são senso comum para a cooperação regional, tão óbvias para outras regiões mas ainda estranhas para os Sul-Asiáticos. O potencial para o comércio regional, de acordo com vários estudos, pode já atingir os US$ 120 mil milhões, em contraste com os baixos níveis atuais de cerca de US$ 18 mil

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PARCERIA

Líderes das nações membro na 10ª Cimeira SAARC em Colombo em 1998

milhões. Uma referência para demonstrar que isto é exequível tornados públicos. Esta medida deve ser alterada e tornada é, por exemplo, o comércio da Índia com a ASEAN, que se transparente. Pode até agravar os hábitos de preocupações cifrava em menos de US$ 3 mil milhões em 1991 e hoje chega imaginárias bilaterais, que impedem a ação mesmo em perto dos US$ 100 mil milhões. Visto que a distância não decisões ao nível da cimeira. Não há falta de ideias, como interfere nas relações entre a Índia e a ASEAN, não deveria a por exemplo reforçar a estrutura do Secretariado SAARC, contiguidade geográfica ser mais conducente no Sul da Ásia? atribuir um estatuto, autoridade e responsabilidade Até mesmo os modestos mecanismos SAARC superiores ao cargo de Secretário-geral da disponíveis podem atingir muito mais do que o SAARC, como acontece na ASEAN e em A próxima que fazem atualmente. outras instituições regionais, e tornar os cimeira deve Iniciativas recentes, como encontros de mecanismos SAARC mais ágeis e eficazes. instruir os seus secretários de estado, responsáveis de comissões O regionalismo Sul Asiático pode acrescentar mecanismos nacionais de serviço público e Comissões de valor a todos os parceiros regionais: Governos, de cooperação Subsídios Universitários podem ajudar a criar indústria, órgãos académicos, meios de para melhorar empatia, a partilhar experiências e melhores comunicação e sociedade civil. Um impulso radicalmente o práticas, a forjar entendimento e a para a resolução de problemas pode fazer a trabalho construir laços. diferença. É necessária muito mais energia, Está na altura de revitalizar a SAARC através, concentração, dinheiro e recursos humanos digamos, do comissionamento de um Grupo de Pessoas para fazer a diferença ao nível atual de feitos abaixo da média. Eminentes de alto nível para rever e fazer recomendações A Índia ofereceu-se para reforçar a SAARC e as suas concretas, assim como controlar os processos em curso com generosas contribuições assimétricas ao longo da última periodicidade razoável. A próxima cimeira SAARC deve década podem ainda ser melhoradas. Enquanto países em instruir os seus mecanismos de cooperação para melhorar desenvolvimento, os membros SAARC devem compreender radicalmente o trabalho, a eficiência e a responsabilidade que nenhuma janela de oportunidade dura para sempre. para atingir os objetivos definidos. Em cumprimento com Urgência, e não exibicionismo, é o que se precisa alguma tradição ultrapassada, os eventos SAARC não são de momento. O autor foi secretário-geral da SAARC entre 2008 e 2011

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TRIBUTO

Mestre de asanas

e terapia

BKS Iyengar, reconhecido pela difus達o da cultura do yoga mundialmente, faleceu em agosto deste ano, mas o seu legado perdura... texto | Birad Rajaram Yajnik

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TRIBUTO

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arquiteto do yoga Iyengar foi um virtuoso do mundo moderno do yoga, tanto em casa como no estrangeiro. Belur Krishnamachar Sundararaja Iyengar pode talvez ser reconhecido como o principal responsável pela difusão da cultura yoga no mundo Ocidental, com início em meados dos anos 60. O seu estilo único, chamado Yoga Iyengar, inspirou a abertura de vários centros por todo o mundo, tanto para ensinar como para treinar e certificar professores. O Instituto Memorial de Yoga Ramamani Iyengar em Pune, Maharashtra, é o centro do yoga Iyengar, e coordena atividades diversas incluindo pesquisa de yoga, aulas de terapia, angariação de fundos através da publicação de material impresso e multimédia e da venda de acessórios de yoga e trabalhos filantrópicos.

Iyengar e a terapia de yoga

Por ter experimentado pessoalmente o poder curativo do yoga, Iyengar acreditava profundamente que o seu conhecimento curativo era essencial para a felicidade e bem-estar da sociedade. A partir do seu vasto armazém de entendimento do corpo humano e das suas respostas à terapia asana, formulou

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programas específicos de práticas curativas para várias doenças. Foi, sem qualquer dúvida, bemsucedido na resolução de um conjunto variado de doenças em milhares de pacientes. Os seus livros Luz no Yoga e Yoga: O Caminho para a Saúde Holística contêm secções consideráveis dedicadas à terapia yoga com sequências de asanas específicas para cada doença. Citando-o sobre a terapia yoga, “Os quatro pilares da terapia yoga são o médico, a medicação, o assistente e o paciente. Na visão “yogica” do mundo, o sábio Patanjali é o médico, as asanas são a medicação, o instrutor de yoga é o assistente e o estudante é o paciente. As asanas são recomendadas aos pacientes de acordo com o seu problema e a condição física e emocional. Este processo deve ser tratado com cuidado... O processo da terapia de yoga é baseado em selecionar e sequenciar asanas que esticam partes específicas do corpo, e bloqueiam outras... O objetivo não é curar o sintoma específico mas apontar à causa.”

Ascendência do yoga Iyengar

Em 1943, casou-se com Ramamani que se iria tornar uma perfeita parceira, conselheira e fonte de apoio durante a perseguição da excelência no seu campo de atividade. Apesar de no início o casal ter vivido a vida pobre, a sua popularidade começou a crescer, lentamente mas com estabilidade. A Índia recém-independente estava a receber um grande número de visitantes eminentes e chefes de estado. Iyengar foi frequentemente convidado para fazer demonstrações para muitos deles. O primeiro Presidente da Índia, o Dr. Rajendra Prasad, e o Papa Paulo IV fazem parte do grupo de pessoas para quem Iyengar apresentou demonstrações de yoga. Ele ensinou membros da aristocracia indiana, personalidades proeminentes dos negócios, da política e do desporto incluindo o cirurgião Dr. Rustom Jal Vakil. Foi através de Vakil que em 1952 foi apresentado ao violinista-maestro Yehudi Menuhin. Segundo reza a história, no início 2 0 1 4


(Em cima à esquerda) Yiengar com o amigo íntimo e músico Yehudi Menuhin (em cima à direita) Nas suas poses de yoga clássicas

Menuhin concedeu a Iyengar uma consulta de Iyengar, com os benefícios físicos, emocionais e cinco minutos que, depois de se encontrarem, se espirituais associados, estava disponível estendeu para três horas e meia! Quando Menuhin para todos. mencionou que se tinha andado a sentir demasiado Quando o público em geral tomou conhecimento fatigado para dormir profundamente, da sua perícia, Iyengar foi cada vez Iyengar aparentemente colocou-o a mais requisitado para dar aulas na Quando o dormitar dentro de poucos segundos. Grã-Bretanha e em outros países público tomou Ambos se tornaram amigos próximos europeus. A cada ano um número cada conhecimento até à morte de Menuhin, 47 anos vez maior de pessoas aguardava o seu da sua perícia, depois. Sobre a tutelagem de Iyengar, regresso e as suas aulas. A procura do Iyengar foi ele tornou-se um praticante regular seu yoga era tal que cada vez mais de yoga. Menuhin foi instrumental começou a treinar e a Like requisitado ao fazer Iyengar viajar com ele certificar instrutores MEA INDIA para dar aulas para a Grã-Bretanha, França e nos seus métodos em países Suíça. Ele ensinou yoga aos nomes para que pudessem europeus mais famosos da época e teve uma continuar as aulas na Follow audiência com a Rainha Isabel, a sua ausência. Hoje em @MEAINDIA Rainha-Mãe da Bélgica em 1958. Mas os seus dia, aulas e instrutores de yoga ensinamentos não estavam reservados para os Iyengar estão disponíveis em todos ricos e famosos. A terapia de cura do yoga de os continentes do mundo. Channel MEA INDIA Extraído de Os Grandes Mestres de Yoga Indianos publicado por Visual Quest Books

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Celebrar a

infância

Enquanto a nação festeja o Dia da Criança, a 14 de novembro, passamos em revista selos postais emitidos ao longo dos anos para marcar a ocasião

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elebrado para marcar o nascimento do primeiro PrimeiroMinistro Indiano, Pt Jawaharlal Nehru, o Dia da Criança tem um significado diferente para cada criança. Nehru, a quem carinhosamente chamavam chacha (tio), colocava ênfase no amor e no afeto incondicional às crianças, o futuro da Índia. O objetivo principal deste dia é encorajar o bem-estar das crianças por todo o país. Desde 1957, o Departamento Postal da Índia lançou uma série de selos especiais para marcar o Dia da Criança. Estes selos correspondem aos aspetos nutricionais, recreativos e educacionais do movimento de bem-estar das crianças. Apresentamos alguns desses selos... n

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DESENVOLVIMENTO INFANTIL 1957 O primeiro selo emitido para o Dia da Criança, descreve um aspeto importante do desenvolvimento infantil a nutrição.

PASSAR A BANDEIRA PARA A JUVENTUDE 1962 Transmite a mensagem que a juventude é o futuro para uma Índia mais brilhante. Aqui, a Bandeira Nacional da Índia está a ser passada para uma criança.

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O Departamento Postal da Índia introduz os selos do Dia da Criança no aniversário do nascimento de Pandit Nehru. Os selos são baseados em desenhos submetidos por crianças sobre um tema decidido a cada ano” Kavery Banerjee, Secretária, Departamento Postal, Governo da Índia

VAMOS VIVER O AMANHÃ 1999 Foi desenhado baseado no conceito de uma criança de nove anos sobre o tema Índia 2000: Visão do Futuro, onde ela procura um amanhã de segurança, equilíbrio ecológico e paz.

REPRESENTAÇÃO CULTURAL 1974 Retrata a importância da arte e da cultura e marca os 25 anos da UNICEF na Índia

EDUCAÇÃO 2003 Esta pintura adota como tema a educação das crianças e centra-se no direito das raparigas à educação.

PODER TECNOLÓGICO 1985 Representa o crescimento tecnológico na Índia, e a forma como as crianças em idade escolar estão a ser equipadas com o computador, um dispositivo novo nos anos 80.

SOCIEDADE DE CINEMA DAS CRIANÇAS 2005 O tema representa a Sociedade de Cinema das Crianças. Estabelecida em 2005, esta organização governamental produz filmes e programas de TV de crianças em várias línguas indianas.

ULTRAPASSAR OBSTÁCULOS 1986 Este selo mostra uma rapariga a trepar uma rocha. Simboliza a forma como as raparigas na Índia ultrapassam sempre os obstáculos nas suas vidas e seguem em frente.

HARMONIA 2008 O nobre conceito de harmonia religiosa domina este selo e representa o conceito de “Unidade na Diversidade” na Índia.

AMIZADE 1994 A união e a harmonia formam a base deste selo, que retrata flores e pássaros com crianças.

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CULTURA

Revivendo o espírito

tradicional

Os festivais em Telangana têm grande influência na identidade cultural do seu povo texto | Lakshmi Prabhala

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ouca gente sabe que o mais novo estado indiano de Telangana, esculpido de Andhra Pradesh, já fez parte do estado principesco de Hyderabad e foi governado por Nizams durante o Raj britânico até 1947. O povo da região tem tido um estilo distinto nos campos da arte, literatura, música, dança, cultura e afinidade em costumes, tradições e instituições sociais. Telangana gaba-se dos seus festivais únicos e, ao contrário da maioria dos festivais, estes não têm uma ligação mitológica. Celebrados com pompa e fervor, eles retratam esperança, alegria e entusiasmo pela vida. n

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Do topo, no sentido do relógio: Procissão Bonalu; Bateristas e bailarinos lideram o caminho; Arranjos florais adorados como deusas durante o Festival Bathukamma; Medaram Jatara, o segundo maior encontro de devotos na Índia

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CULTURA Acima: Mulheres a transportar potes de arroz cozinhado durante Bonalu Abaixo: Uma feira de três dias é realizada no Templo Edupayala para celebrar Shivratri

Medaram Jatara: Maior encontro tribal

O segundo maior encontro de devotos na Índia a seguir ao Kumbh Mela, este festival tribal é celebrado durante três dias em fevereiro. Comemora uma mãe e filha, Sammakka e Saralamma, a lutar contra governantes sobre uma lei injusta. O festival bianual é celebrado em Medaram em Tadvai Mandal no distrito Warangal de Telengana.

Bonalu: O festival de ação de graças das monções

Celebrado no mês de ashada (julhoagosto), Bonalu é um exercício de graças para o cumprimento de votos, e uma oração para a deusa Mahakali para prosperidade através de chuva boa e menos calamidades naturais. Todos os domingos do mês mulheres, vestidas nos seus melhores trajes, caminham numa procissão enquanto equilibram potes de bronze decorados cobertos com uma lâmpada de barro e folhas de margosa (neem) nas suas cabeças. Estes potes, contendo arroz cozinhado em leite e açúcar, são chamados de bonam que significa bojanam ou uma refeição na língua Telugu. A procissão é comandada por bombos e bailarinos, cantando e dançando músicas em louvor da deusa.

Edupayala Jatara: Um mergulho sagrado

Por ocasião do Shivratri em fevereiro, é realizada uma feira de três dias no Templo Edupayala no distrito n

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Mulheres juntam-se para trocar haldi e kumkum no festival Bathukamma

Medak. Milhares de devotos de toda a Índia, concêntricas de flores arranjadas de forma muito especialmente de Karnataka e Maharashtra, bela num monte cónico. enchem o templo para prestar obediência à Deusa Em Durgashtami dois dias antes do festival Vanadurga Devi. Os devotos dão um mergulho Dussehra, as mulheres vestem-se em saris de seda sagrado no rio onde sete correntes de Manjira, coloridos e reúnem joias caras, transportando um afluente do Rio Godavari, se uma bathukamma nas suas mãos após unem numa só. o por-do-sol. Elas juntam-se em largos Medaram círculos à volta de bathukammas, Jatara, um Bathukamma: Celebrando cantando em coro e andando à sua festival tribal, flores e lagos volta em círculos, sincronizando é o segundo Considerado o festival de felicitação passos e palmas. De seguida, elas maior encontro feminina, o Bathukamma é caminham numa procissão em direção de devotos na celebrado por nove dias durante a uma corrente de água e lançam estas Índia a seguir Durga Navratriem, Setembrobathukammas na água. As mulheres ao Kumbh Mela Outubro todos os anos. Em Telugu, depois trocam as haldi (cúrcumas) Bathukamma significa que a deusa e kumkum (pó vermelho usado mãe ganha vida. Bathukamma é um arranjo em marcas sociais/religiosas) e partilham uma floral adorado como uma deusa. Um cone feito maleeda (um doce feito especialmente para este de cúrcuma é colocado em cima de camadas festival de açúcar/ açúcar mascavado e farinha). N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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CULTURA

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Quando os papagaios

voam alto...

O festival da colheita Makar Sankranti marca o início do período auspicioso na cultura indiana

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s festivais na Índia não têm apenas uma conotação religiosa, social e sentimental. Alguns, como a tradição de lançar papagaios no dia Makar Sankranti (por volta de 14 de janeiro) de cada ano estão carregados de benefícios para a saúde. As pessoas que lançam papagaios neste dia recebem os benefícios dos raios de sol quando este entra na fase uttarayan (semântica que indica o movimento do sol para norte), que agem assim como tónico para o corpo humano, que fica infetado e seco durante o inverno. Enquanto a pessoa lança o papagaio ao sol, o corpo fica exposto a raios UV que erradicam infeções e a insalubridade. No aspeto religioso, o Makar Sankranti é celebrado como um festival de colheita na Índia. O centro deste festival é o estado de Gujarat, onde é celebrado como Uttarayan. O Turismo de Gujarat organiza um festival internacional de papagaios todos os anos que atrai participantes globais. O sereno céu azul fica pontilhado com N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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CULTURA

SAIBA MAIS SOBRE PAPAGAIOS Os papagaios são feitos de papel leve e bambu O fio de algodão (manjha) é revestido com abrasivos (mistura especial de pó de vidro e pasta de arroz) para o tornar resistente e afiado para cortar os fios dos outros papagaios. O tamanho dos papagaios varia entre os 23 e os 90 cm. Preço médio: Rs 2 a Rs 50

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Fios de algodão de diferentes tonalidades à venda; os fios a serem cobertos de cor

centenas de papagaios coloridos de incontáveis Uttarayan é consumido um banquete tradicional formatos, tamanhos e desenhos durante este com oondhiyu (uma iguaria vegetal), jalebi período. À noite, os tukkals (papagaios em (doce) and til ladoos (doces feitos de sementes forma de caixa iluminados) são lançados para de sésamo). Diferentes comunidades indianas o céu, frequentemente em série, presos numa têm formas diferentes de celebrar o Makar linha, proporcionando uma visão Sankranti. Em Maharashtra, trocaimpressionante. se til e gud (sementes de sésamo Lançar papagaios Lançar papagaios é uma parte e açúcar mascavado) e lançar é uma parte importante dos rituais religiosos papagaios é obrigatório. Em Tamil importante dos como forma de obediência ao Deus Nadu, é celebrado com o nome de rituais religiosos Sol, um agradecimento pela benesse Pongal e as pessoas banqueteiamcomo forma das colheitas. Uma semana antes se com arroz doce. Em Punjab, tem de obediência do festival um mercado especial de o nome de Lohri e é celebrado com ao Deus Sol, papagaios, aberto 24 horas por dia, música, dança e orações no dia agradecendo-Lhe abre em Ahmedabad. Do amanhecer 13 de janeiro. pela benesse das ao anoitecer, os céus são um deleite Em Karnataka, trocam-se doces colheitas visual à medida que as pessoas se e uma mistura de folhas de neem deslocam para os telhados, com os e açúcar mascavado. Em Himachal papagaios e os carreteis nas mãos. É frequente ouvir Pradesh e Haryana, é conhecido por Maghi gritar kai po che durante as “guerras de papagaios” enquanto no Vale de Kashmir é chamado de quando um papagaio consegue cortar o fio do outro, Shishur Saenkraat. Em Uttar Pradesh e Bihar, as o que significa vitória. pessoas deleitam-se com doces feitos de açúcar O festival transcende grupos etários, castas e mascavado e sementes de sésamo e khichdi (prato comunidades, e o céu é o único limite! No dia de de arroz e lentilhas). N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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VIAGENS

O triângulo

sagrado

A paisagem costeira de Odisha é bela e imaculada. Neste destino deslumbrante encontram-se locais espirituais e cidades históricas importantes que formam o famoso Triângulo Dourado do Oriente texto | Kalyani Prasher

Templo Lingaraja, Bhubaneswar n

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QUANDO VISITAR Outubro a março. Planeie a viagem em relação ao Festival de Dança Konark. O QUE COMPRAR Artesanato pipli, esculturas de madeira e artefactos de metal tribal. N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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VIAGENS Bhubaneswar

A maior cidade do estado, Bhubaneswar é um centro de importância económica e religiosa, com uma história de mais de 3.000 anos. Apesar de esta cidade antiga estar impregnada de cultura e arte, o destaque é o Templo Lingaraja, do séc. XI, que domina a paisagem da cidade, com a sua torre a erguer-se 55 m no céu

da cidade. É um dos melhores exemplos da arquitetura de templos de Odisha. Enquanto os estudantes de arquitetura se podem maravilhar com as complexas esculturas, quem tiver mais propensão espiritual deve colocar-se na fila para prestar homenagem a Hari-Hara Linga, que se acredita ser meio-Shiva e meio-Vishnu.

Fantásticas Rochas Udaygiri e Khandagiri cortadas na rocha

A SABER VISITAS OBRIGATÓRIAS Locais históricos de Khandagiri e Udaygiri. Estas colinas escondem dentro delas fantásticas cavernas cortadas na rocha. Acredita-se que estas cavernas foram talhadas por monges Jain por volta do séc. I AC. Não deve perder Hatigumpha devido às suas magníficas esculturas e ao mosteiro

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de dois andares de Ranigumpha. O QUE FAZER Compre artigos de artesanato como patta chitra, trabalhos em metal, filigrana de prata e esculturas em pedra no Complexo Ekamra Haat e experimente iguarias locais como Pakhala, Palao, Khechedi, Muga Dali, Alu Phulakobi Bhaja, Ghanta...


O Templo do Sol forma o pano de fundo para o Festival de Dança Konark

Konark

Arquitetura de templo, praia imaculada e um festival cultural sem paralelo... Existem muitas razões para visitar a cidade antiga de Konark, e todas suficientemente boas para o atrair por si só. Se visitar durante o Festival de Dança de Konark, habitualmente organizado em fevereiro, poderá desfrutar as três em conjunto. O maravilhoso Templo do Sol foi construído no séc. XIII e está situado junto ao

mar. Foram necessários 1.200 artesãos durante 12 anos para completar esta requintada obraprima. Com a forma de uma carruagem, que deveria carregar Surya, o Deus Sol, o templo é um dos mais belos exemplos de arquitetura religiosa no mundo. Para admirar a natureza, tudo o que precisa fazer é passear pela cénica praia de Chandrabagha nas redondezas, considerada uma das melhores da Índia.

A SABER VISITAS OBRIGATÓRIAS Apoiantes famosos de formas de dança clássica e folk congregam para 10 dias de extravagância cultural, o Festival de Dança Konark. À volta podemos encontrar bancas com uma oferta de cozinha Oriya e curios. As atuações começam ao fim

da tarde, com o Templo do Sol como pano de fundo. O QUE FAZER Visite o local Budista de Kuruma, recentemente escavado, a 10 km de Konark, onde pode ver o Buddha sentado em Bhumisparsa mudra.

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VIAGENS

Puri

A melhor coisa a fazer em Puri é relaxar junto à praia encantadora, que se mantém imaculada apesar do forte influxo de turistas. Observe o sol a elevarse nas suas águas límpidas à medida que inicia o dia a respirar o ar fresco da cidade sagrada, a casa do mundialmente famoso Templo Jagannath. O templo mais alto em Odisha é um exemplo perfeito de arquitetura de templo e foi construído durante o séc.

XII. Não perca o Aruna Stambh, o pilar monolítico de 16 lados que foi trazido para Puri no séc. XVIII vindo do Templo do Sol. Uma oferenda mahaprasad de 54 artigos de comida é preparada diariamente para o Senhor Jagannath. Puri é conhecido pelo seu Rath Yatra ou “Festival das Carruagens” que tem lugar em junho quando o ídolo do Senhor Jagannatg é trazido para fora do templo.

A SABER VISITAS OBRIGATÓRIAS Rath Yatra Anual em junho quando os ídolos do Senhor Jagannath, Balabhadra e Subhadra são levados para o exterior numa colorida procissão até ao Templo Gundicha , e lá são Uma réplica do Templo Jagannath durante o mundialmente famoso Rath Yatra

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mantidos durante nove dias até regressarem ao templo principal. O QUE FAZER Investir em saris de seda - escolha entre bomkai, pasapali e ikat. Ou leve para casa uma pintura de folha de palmeira.


FELICITAÇÃO

Para homenagear

a rouxinol

A Mulher Indiana, uma publicação do Ministério dos Assuntos Externos, foi graciosamente aceite pela lendária cantora indiana Lata Mangeshkar

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Mulher Indiana, uma publicação do Ministério dos Assuntos Externos, é um livro que celebra o espírito da feminilidade indiana. O livro apresenta 32 mulheres que conseguiram deixar uma marca nos seus respetivos campos de atividade, apesar dos preconceitos sociais e de género. Um dos melhores exemplos deste espírito inflexível e inabalável é Lata Mangeshkar, a cantora aclamada globalmente e o rouxinol mais querido da Índia. Didi (irmã mais velha), como é carinhosamente chamada, venceu muitos reconhecimentos de prestígio, incluindo o Padma Bhushan e o Padma Vibhushan. Foi também premiada com a maior honra da nação - o Bharat Ratna. Aos 85 anos, continua a cantar para filmes indianos e tem a sua própria marca de música, LM Music. Altos funcionários do Ministério dos Assuntos Externos visitaram a residência de Lata Mangeshkar em Mumbai e ofereceram uma cópia de A Mulher Indiana como símbolo de honra e respeito, juntamente com uma carta a felicitar o seu talento.

Nidhi Choudhury (Serviços Externos da Índia - Indian Foreign Service) oferece o livro a Lata Mangeshkar N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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INSTANTÂNEOS

Legado de talento

em arquitetura

Faça parte de Delhi, que testemunhou 1.000 anos de ocupação contínua, ao visitar o Parque Arqueológico de Mehrauli, adjacente ao mundialmente famoso Qutub Minar

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Parque Arqueológico Mehrauli, junto ao património da humanidade, o Qutub Minar, abrange 40 hectares de terra verde. A área está pontilhada com as ruínas de todas as eras da história de Delhi - desde o pré-Islâmico até finais dos períodos Mugal e colonial. Os Tomar Rajputs estabeleceram aqui Lal Kot, a primeira fortificação de Delhi, enquanto os governantes Chauhan que se seguiram aumentaram Lal Kot para formar Qila Rai Pithora. Em finais do séc. XII Qutbuddin Aibak, o fundador do Sultanado de Delhi, tornou-o o centro do poder do Sultanado e construiu vários túmulos e mesquitas. A tendência de construir estruturas monumentais continuou ao longo do reinado dos governantes sucessivos. Edifícios como a mesquita e túmulo do n

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santo Sufi do séc. XVI, Maulana Jamali, Madhi Masjid, Rajon Ki Baoli e o túmulo de Quli Khan, o irmão adotivo do imperador Akbar, foram construídos dentro desta área. Renovações como a extensão do Túmulo Quli Khan no retiro de Thomas Metcalfe (último residente britânico na corte de Bahadur Shah Zafar’s) e a conversão da paisagem através da adição de uma ponte, toldos e casas de hóspedes foram concluídas durante a era colonial. O parque tem um relevo variado com encostas rochosas irregulares, vales, planícies e corpos de água, alguns artificiais. Estes incluem o Hauz-i-Shamsi, o Rajon Ki Baoli, o Gandhak Ki Baoli, o Jharna e a depressão por baixo do Túmulo Quli Khan que anteriormente formava um lago. Atualmente, o parque funciona como um espaço verde da cidade.

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INSTANTÂNEOS

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Túmulo Quli Khan’s

Construído no séc XVII, o Túmulo de Quli Khan fica no limite de Lal Kot. Quli Khan era o filho de Maham Anga, a ama-de-leite do imperador Mugal, Akbar. Na década de 1840, o túmulo foi convertido num retiro de fim de semana com jardins paisagísticos, terraços e casas de hóspedes por Thomas Metcalfe, o último residente britânico na corte de Bahadur Shah Zafar. Foi nomeado Dilkhusha (agradável para o coração). A residência principal foi planeada com o túmulo no centro e os trabalhos paisagísticos foram feitos através da introdução de canais de água e alguns acrescentos estruturais.

Metcalfe Folly

Adicionada por Metcalfe numa tradição tipicamente inglesa da paisagem, chamada ‘folly’ (extravagância), esta estrutura é hexagonal e repousa num monte artificial. Os oito pilares de pedra representam o design arquitetural de templos Hindus, enquanto o conceito e a forma dos arcos são típicos da arquitetura britânica. A folly é encimada por uma cúpula Islâmica.

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INSTANTÂNEOS

Túmulo de Balban

O túmulo do séc. XIII de Balban, um dos vários governantes de “escravos” do início do Sultanado de Delhi, está localizado no lado ocidental do parque. Foi provavelmente o primeiro grande edifício na Índia a utilizar verdadeiros arcos e cúpulas. Pode ser alcançado através do portão de entrada com estrutura de colunas e vigas, observadas normalmente na arquitetura indiana pré-Turcos. Características decorativas como kalash (vaso ritual) foram utilizadas em certas áreas.

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Pres s

Qila Lal Kot (in ruins)

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Qutub Minar Complex

Metcalfe's Folly

Rajon ki Baoli and adjacent Mosque

Metcalfe's Bridge Entry

Qila Rai Pithora (in ruins)

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Qila Rai Pithora Walls

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urg a li G Me hra u

Dadabari Jain Mandir

Hauz-eShamsi

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Tomb and Wall Mosque

Mehrauli Archaeological Park

Jharna

Qutub Golf Course

Balban’s Tomb

Jamali Kamali’s Mosque and Tomb

Jahaz Mahal

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Azim Khan’s Tomb Anuvrat Marg

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Metcalfe's Boathouse

Gandhak ki Baoli

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Lado Sarai

Quli Khan’s Tomb

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Qutub Minar

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Legenda do Mapa

Paragem de Autocarros Sanitários Estação de Metro ­ Rota de Autocarros HoHo (serviço de autocarros turísticos Hop On Hop Off em Delhi) —

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INSTANTÂNEOS

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Mesquita e túmulo de Jamali Kamali

Localizado cerca de 300 m a sul do Túmulo e Balban, este complexo Mugal é composto por uma mesquita e um túmulo construídos pelo poeta, viajante e Sufi do séc. XVI, Sheikh Fazlullah, que escrevia sob o pseudónimo Jamali. Foi um famoso poeta da corte durante os períodos Lodi e Mugal. A mesquita, construída em 1528, é encimada por uma única cúpula alta com cinco reentrâncias na parede ocidental. Foi construída em arenito vermelho e quartzito de Delhi, decorados com detalhes complexos em mármore

branco. Junto à mesquita fica o túmulo de Maulana Jamali, construído em 1529, durante a vida do santo. Quanto ele morreu em 1536, Jamali foi enterrado na sua câmara. O túmulo está inscrito com alguns dos seus próprios versos, e contém duas campas. A central acredita-se que seja de Jamali e a outra diz-se que pertence a Kamali, um companheiro do santo sobre quem nada se sabe. N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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INSTANTÂNEOS

Rajon Ki Baoli

Um poço com degraus de três andares construído durante o período Lodi, o nome Rajon Ki Baoli deriva da sua funcionalidade como baoli (poço com degraus) e por ser utilizado pelos raj (pedreiros) durante algum tempo. A água no baoli era para ser utilizada para cozinhar e para beber. O baoli é um tanque retangular de quatro níveis com degraus de um lado e um poço circular do outro. Possui longos corredores tapados nas laterais do tanque, com arcos lindamente decorados.

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Túmulo de Khwaja Mohammad

Adjacente ao baoli fica uma mesquita e um túmulo localizado numa plataforma. Uma inscrição no túmulo diz-nos que foi construído por Daulat Khan durante o reinado de Sikander Lodi em 1506 por cima dos restos mortais de Khwaja Mohammad. O túmulo tem a forma de chhatri ou de quiosque com pilares. O baoli foi provavelmente construído na mesma altura que estes edifícios, em 1506, e usado para a ablução antes das orações na mesquita.

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INSTANTÂNEOS

Túmulo de Adham Khan

Adham Khan era um general no exército de Akbar e o filho de Maham Anga. Em 1562, ele matou Atagah Khan, marido de outra ama-de-leite, Jiji Anga, e em consequência foi atirado do telhado do Forte de Agra, por ordem do imperador. Ele e sua mãe estão enterrados neste túmulo construído por Akbar em 1566. Este túmulo do início do período Mugal é uma câmara octogonal com redoma de estilo Lodi, com uma varanda de cada lado entrecortada por três aberturas. A estrutura tem uma única cúpula grande, que consiste de pequenas pinturas circulares em vermelho e azul na superfície do teto.

Sanjay Van

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Qutub Complex

Mehrauli Village

Mehrauli Archaeological Park

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Jahaz Mahal Hauz-e-Shamsi Ladha Sarai

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Chhatarpur

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INSTANTÂNEOS Jahaz Mahal

Construído durante o período Lodi como um serai (pousada) para peregrinos, o Jahaz Mahal é atualmente um centro de atividade recreativa e o local do festival anual Phoolwalon Ki Sair. A estrutura foi chamada Jahaz Mahal devido ao seu reflexo na água sugerir a imagem de um navio. É composta por um pátio retangular no centro e câmaras abobadas nos lados. O telhado está adornado com seis chhatris quadrados, apoiados em seis, oito e doze pilares.

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Jharna

Localizada a sul de Jahaz Mahal e Hauz-i-Shamsi, Jharna significa “cataratas” e foi, durante muito tempo, uma cascata de água que descia a encosta devido ao transbordo do tanque Hauz-i-Shamsi na época das chuvas. O transbordo, que descia em cascata, foi integrado num jardim de prazer. O complexo pode ser aproximado através de uma rua perpendicular oposta ao Jahaz Mahal ou por um lance de escadas através de um pátio pavimentado que fica diretamente por cima do jardim. Neste tanque está um pavilhão construído por Bahadur Shah Zafar.

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Recordar os

bravos da Índia

Last Post: Os Memoriais de Guerra Indianos Pelo Mundo é um livro de 230 páginas lançado pelo Ministério dos Assuntos Externos que não só mostra os memoriais mais famosos mas também fornece uma perspetiva sobre as contribuições da Índia para as Primeira e Segunda Guerras Mundiais

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s memoriais de guerra foram, durante séculos, erigidos para honrar, reconhecer e recordar os sacrifícios feitos por soldados que deram a vida pelo país. No entanto, originalmente, eram construídos para comemorar vitórias no campo de batalha. Recordar os mortos era uma preocupação secundária. Foi apenas após a 1ª Guerra Mundial que a comemoração se tornou mais importante e os memoriais de guerra, com a lista dos nomes dos homens e mulheres que tinham ido para a guerra e não regressaram, foram criados. O All Souls College é, possivelmente, o mais antigo memorial de guerra no n

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mundo, fundado em 1438, com a condição que os seus companheiros deveriam rezar pelos que morreram nas guerras francesas. Existem incontáveis memoriais e cemitérios em todo o globo que registam os sacrifícios feitos pelos soldados indianos e a Porta da Índia, de Nova Deli, é o melhor exemplo. No entanto, a maioria de nós desconhece a existência de memoriais de guerra indianos por todo o mundo. É aqui que o ex-veterano da Força Aérea, autor e historiador militar, Rana TS Chhina, nos apresenta Last Post: Memoriais de Guerra Indianos Pelo Mundo (Indian War Memorials Around The World), que documenta factos como a contribuição da

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No sentido dos ponteiros do relógio, a contar do topo superior esquerdo A capa do livro; Memorial IPKF, Colombo, Sri Lanka; Cemitério de Guerra de Yokohama, no Japão; Cemitério de Guerra de Mazargues, em França; Tropas da 5ª Divisão da Índia na frente da Birmânia em Março de 1944; Memorial Cassino, em Itália

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Acima: Amar Jawan Jyoti na Porta da Índia, em Nova Deli, Índia De cima para baixo (esquerda): Memorial de Guerra do Comando Aéreo Central da IAF , em Allahabad; Vayu Shakti Sthal da Estação da Força Aérea de Adampur; Memorial da ‘Lágrima Congelada’ da Estação da Força Aérea de Ambala; Memorial de Guerra da Estação da Força Aérea de Hasimara; Memorial da Estação da Força Aérea de Bidar

Índia, em termos de recursos humanos, para a 1ª e 2ª Guerras Mundiais. O livro de 230 páginas é uma iniciativa de Diplomacia Pública do Ministério dos Assuntos Externos em conjunto com o Centro para Pesquisa Histórica das Forças Armadas (Centre for Armed Forces Historical Research) da Instituição de Serviços Unidos da Índia (United Service Institution of Índia). O livro afirma que mais de 1.400.000 homens serviram durante a Grande Guerra, enquanto que na Segunda Guerra Mundial o exército indiano Os 160.000 aumentou de 195.000 em 1939 para 2,5 milhões mortos de no final da guerra, a maior força voluntária na guerra da Índia história de conflito humano. Os 160.000 mortos unificada estão de guerra da Índia unificada estão enterrados e são enterrados e são comemorados em mais de 60 países. comemorados Os memoriais listados no livro estão divididos em mais de 60 em duas categorias gerais. A secção I lida com países memoriais por todo o mundo, incluindo na Índia, que comemoram os soldados indianos que pereceram na 1ª e na 2ª Guerra Mundial. A Secção II lista os memoriais que comemoram os que pereceram nas guerras disputadas desde a Independência. No entanto, menciona também alguns memoriais regionais e regimentais dedicados aos mortos das duas Guerras Mundiais assim como aos que pereceram ao serviço da nação após 1947. n

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ANÁLISE

Poesia visual

da dança

As formas de dança clássica da Índia ganham vida no ecrã em Natyanubhava. Este docu-drama com 52 minutos de Sharada Ramananthan é uma iniciativa de Diplomacia Pública do Ministério dos Assuntos Externos

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s palavras dançantes são a sua forma, o som eterno o seu discurso, a lua e as estrelas os seus ornamentos, a essa personificação auspiciosa eu presto reverência.” Na voz dominante do narrador, Natyanubhava leva-nos numa viagem caleidoscópica onde a dança é sagrada e divina, una com Deus. Realizado por Sharada Ramananthan e produzido pelo Fundo de Serviço Público de Radiodifusão (Public Service Broadcasting Trust - PSBT), o docu-drama é uma tentativa bem-sucedida de desvendar as filosofias clássicas, as dimensões mitológicas e a miríade de tradições associadas com as formas de dança indianas. Com payyada pai meede jeri a tocar como pano de fundo e a bailarina Bharatanatyam, Priyadarsini Govind, em pose Nataraja mudra, a introdução deste docu-drama é lindíssima. É baseado no conceito de dança enquanto darshan (o visto e o não-visto) e yatra (viagem).

Citando a complexidade da pose Nataraja, Sai Santosh Radhakrishnan é uma personificação de graça, radiância masculina e lucidez divina. A graciosa jiga da bailarina Chitra Visweswaran apresenta aos espetadores o conceito de ardhanariswara (meio homem, meio mulher) – uma confluência de Shiva e shakti, energia masculina e feminina... O maestro Kathak Pandit Birju Maharaja, recitando bols Kathaks, explica a presença ubíqua da dança no universo. Outra faceta cativante – a bailarina Odissi, nascida em Itália, Ileana Citaristis revela como descobriu o seu lado espiritual com a ajuda do seu professor, o Guru Kelucharan Mohapatra. O documentário explora vários componentes de lirismo semelhante à dança, poesia visual e da guru-shisya parampara (tradição professor-aluno). A música de Lalgudi Krishnan e composições de Jayashri Ramnath e Abhishek Raghuram, de Bombaim, resultam numa harmonia de letra e música perfeita.

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PROGRESSO

A fortalecer o

Médio Oriente

A Índia está a liderar o mercado da energia no Médio Oriente e o projeto BHEL’s , em Omã, está a delinear o caminho do futuro

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mercados do Médio Oriente, com o comissionamento de mais uma central elétrica de turbina a gás em Omã. O gerador de turbina a gás com 126 MW foi comissionado como parte do projeto energético Qarn Alam-3 do Desenvolvimento Petrolífero de Omã (Petroleum Development Oman). Este é o segundo projeto sucessivo, após o comissionamento do projeto 2x126 MW Amal Geração por Turbina a Gás do Desenvolvimento Petrolífero de Omã em 2012. Este projeto coloca as capacidades da Índia, em termos de desenvolvimento de capacidades para muitos países, na ribalta. De fato, a BHEL tem a capacidade de oferecer projetos baseados em turbinas a gás (simples, de ciclo combinado, em cogeração e de aplicação por impulso mecânico) com entrega chave na mão e inclui o último modelo (GE até Frame 9FA+ e da Siemens A BHEL até V94.3A). A gama completa de produtos e também ganhou sistemas da BHEL é constituída por centrais contratos elétricas (termais, a gás e hidro), turbinas, prestigiantes geradores, subestações, transformadores, para centrais motores, campos de petróleo e equipamento elétricas de de transporte. turbinas a gás A BHEL ganhou contratos de prestígio na Malásia e na para o fornecimento, montagem e Arábia Saudita comissionamento de centrais elétricas de turbina a gás em formato chave na mão na Malásia, Arábia Saudita e em Omã. Mas no Sultanato de Omã a empresa teve o seu maior impacto. Assegurou e executou 14 contratos de topo, incluindo o fornecimento de 16 conjuntos de turbinas a gás nas últimas duas décadas. A empresa está, neste momento, a executar projetos de centrais elétricas e a tingir a autossuficiência na produção de instalar uma capacidade de geração de energia de 7.000 energia para uso interno e industrial efetivo foi MW em cerca de 20 países. Trata-se de um ponto de considerado crítico para construir um núcleo destaque, considerando que o valor de negócio dos económico sólido. Portanto, no panorama projetos é de US$ 3 mil milhões. atual, as companhias energéticas estão a competir O aspeto mais importante é o investimento das PSE’s para emergir como agentes fundamentais na esfera indianas no melhoramento das suas capacidades para internacional no que diz respeito à produção de energia. aumentar a cota nos mercados internacionais para fornecer Por ser uma das Empresas do Setor Público (Public serviços da mais alta qualidade. Neste momento, a presença Sector Enterprises - PSE) da Índia com a classificação global da BHEL em termos de produtos comissionados está Maharatna, a Bharat Heavy Electricals Ltd (BHEL) tem espalhada por mais de 76 países em seis continentes. permanecido na linha da frente para criar oportunidades Deste modo, a Índia esta a forjar o futuro, especialmente incontáveis, oferecendo serviços em setores como os no Médio Oriente. A BHEL recebeu contratos de diversos da energia, transmissão, indústria, transporte, energia setores na região, uma prova da aceitação da capacidade renovável, petróleo e gás e da defesa, especialmente no da Índia. O Omã, o Iraque e os EAU formam uma zona panorama internacional. Em Maio de 2014 foi tornado de influência crítica, sendo o Omã o mais agressivo na público que a BHEL tinha atingido um marco nos importação de perícia Índia.

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PROGRESSO

BARAMULLA

Srinagar Anantnag

Qazigund Banihal

CHENAB BRIDGE Katra

Udhampur JAMMU

Conquistando as invencíveis

encostas verdes

História está a ser feita enquanto a ponte ferroviária mais alta está rapidamente a tomar forma no Rio Chenab no Vale de Kashmir texto | Mohit Kandhari

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s impenetráveis muralhas Udhampur-Srinagar-Baramulla. construídas pela Mãe Natureza Quando completa, a ligação ferroviária estão a cair gradualmente irá fornecer conetividade ao Vale Kashmir nas margens do Chenab, na e impulsionar o tráfego turístico ao aldeia de Kauri, do distrito de estrategicamente crucial estado Reasi em Kashmir, enquanto dos Himalaias. A “ponte do A ponte de 1,315 trabalhadores capacitados céu”, como é chamada, está a km irá usar dirigidos por engenheiros ser construída no Rio Chenab mais de 25.000 aguerridos, da Índia e do acima da Barragem Salal entre milhões de estrangeiro, estão a escrever as aldeias de Bakkal e Kauri. A toneladas de um novo capítulo na história ponte ferroviária de 1,315 km aço e será uma das maravilhas de engenharia vai elevar-se 359 m acima do maravilha de da Índia moderna. caudal do rio, 35 m mais alta engenharia É aqui que o sonho de do que a Torre Eiffel. Neste construir a ponte ferroviária momento, a ponte ferroviária mais alta do mundo está a tomar forma e a mais alta no mundo está no Rio Tarn em alcançar alturas enormes ao longo da vasta França, com o seu pilar mais alto a atingir secção de Katra-Dharam, com 73 km, do 340 m de altura. Esta ponte vai utilizar ambicioso Projeto de Ligação Ferroviária mais de 25.000 toneladas de aço. “Até agora, Local da ponte no Rio Chenab

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PROGRESSO

já completamos 22 por cento do trabalho m no centro, um convés de aproximação total,” partilhou um engenheiro supervisor de 185 m no lado de Bakkal e um convés sénior da agência está a executar o projeto, de aproximação de 650 m no lado de Konkan Railway Corporation Kauri. Enquanto a ponte irá Limited, acrescentando, emergir a partir de túneis de O aço foi “Iniciámos um outro workshop uma faixa em ambos os lados, escolhido para fabricar paredões de aço da foi projetada para acomodar para a ponte ponte com formato em arco.” duas faixas. A estrutura será por ser mais Ele afirmou que, pelo menos, suportada através de cabos económico e 70 por cento de terraplenagem por dois postes de 130 m de poder suportar (corte de rochas) está completa comprimento, 100 m de altura, temperaturas do lado Bakkal da ponte e a um de cada lado. extremas mesma foi iniciada no lado Foi escolhido aço para a Kauri. Para além disso o construção da ponte por ser lançamento do viaduto está para breve. O económico e poder suportar temperaturas desenho da ponte tem sido dividido em de -20˚ C e velocidade de ventos acima três segmentos - um arco em aço de 467 dos 200 km/h. Para melhorar a proteção

A Ponte do Céu em construção n

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MAPA DE DESTINO DA NOVA LIGAÇÃO DE COMBOIO • Jammu (Jammu Tawi) • Baljata • Sangar • Manwal • Ponte Tawi • Ramnagar • Udhampur • Chakarwah • Katra • Reasi • Ponte Anji Khad • Salal • Ponte Chenab Bridge • Bakkal • Surukot • Baralla • Sangaldan • Tunel Sangaldan (7 km) • Kohli • Laole • Repora • Charil • Banihal • Pir Panjal railway tunnel (11 km) • Qazigund • Baramulla

O tunel Pir Panjal de 11 km de comprimento

e segurança, a ponte será feita de um aço empreendimento conjunto entre AFCONS, especial à prova de explosão, com 63 mm de Ultra Construction and Engineering espessura. Os pilares de cimento da Company da Coreia do Sul e VSL Índia. O ponte estão desenhados para JV designou dois consultores de suportar explosões. design, WSP Consulting Kortes Uma Um anel de segurança da Finlândia para viadutos da monitorização aérea será providenciado para ponte e fundações e Leonhardt online e sistema salvaguardar a ponte. Uma Andra & Partner da Alemanha de aviso serão monitorização online e um para o arco de aço principal. instalados sistema de aviso serão instalados Peritos de 15 principais para proteger para proteger o comboio. agências indianas incluindo a passageiros Caminhos pedonais e ciclovias IITs; Instituto Indiano da Ciência em condições também serão providenciados. “A (IISC); Organização de Pesquisa, críticas tinta, aprovada pelo RDSO, está Design e Normas (RDSO); a ser adquirida no Japão e pode Organização de Defesa Pesquisa suportar extremos climáticos durante 35 anos. e Desenvolvimento (DRDO) e um número Enquanto a KRCL é a agência executante, igual de empreiteiros estrangeiros estão a a ponte está a ser projetada e construída pela braços com a difícil tarefa de construir Chenab Bridge Project Undertaking – um esta mega ponte. N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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HERANÇA

Crónicas de Rashtrapati Bhavan O cargo mais alto do país tem uma história impressionante. E agora, temos outro motivo para visitar a enorme Casa Presidencial - um museu que conta muitas histórias texto | Supriya Aggarwal

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Jardins Mugal em esplendor máximo durante a primavera

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uando os britânicos decidiram alterar propriedade tem mais de 320 divisões o que a sua capital para Delhi de Kolkata inclui a residência oficial, quartos de hóspedes, (na altura Calcutá) em 1911, ao Sir salões de cerimónias e jardins presidenciais, Edwin Lutyens foi dada a tarefa de conhecidos como Jardins Mugal. Situados nas desenhar uma mansão luxuosa para ser usada traseiras de Rashtrapati Bhavan, os Jardins Mugal como a Casa do Vice-Rei. Lutyens incorporam estilos paisagísticos disse que a cúpula do novo palácio Mugal e ingleses e mostram uma Situados nas foi inspirada pelo Panteão de Roma extensa variedade de flores. traseiras de e tem elementos arquiteturais Recentemente, a Casa Presidencial Rashtrapati coloniais Mugais e Europeus. teve um novo acrescento nas Bhavan, os C Rajagopalachari tornou-se instalações - o Museu Rashtrapati jardins Mugal o primeiro indiano residente a Bhavan. Inaugurado pelo Presidente têm paisagens ocupar o edifício como primeiro da Índia Dr. Pranab Mukherjee, este Mughal e Governador-Geral da Índia. A museu tem narrativas contadoras inglesas 26 de janeiro de 1950, quando o de histórias audiovisuais desde o Dr. Rajendra Prasad se tornou no nascimento de Delhi como capital primeiro Presidente indiano e ocupou o edifício, britânica até aos tempos recentes. O museu este foi rebatizado de Rashtrapati Bhavan. dá aos visitantes uma perceção de Rashtrapati Espalhado ao longo de 320 acres, a enorme Bhavan, da sua arte e arquitetura bem como N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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Museu Rashtrapati Bhavan MUDANÇA DA GUARDA Uma tradição importante em Rashtrapati Bhavan é a Mudança da Guarda. Nesta cerimónia, guardas e sentinelas posicionados no Rashtrapati Bhavan mudam periodicamente para permitir que um novo corpo de tropas tome posição. A cerimónia abriu ao público pela primeira vez em 2007. A cerimónia de 30 minutos inicia com a Guarda Pessoal do Presidente (PBG) nos seus cavalos bem cuidados, avançando vindos de trás da coluna Jaipur, ao som de Maa Tujhe Salaam tocado pela Banda de Música do Exército. O Batalhão de Guarda do Exército (AGB) marcha em seguida para substituir a velha guarda. A cerimónia termina com uma exibição equestre proporcionada pelo PBG seguida do Hino Nacional. . n

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os educa nas vidas dos presidentes indianos do passado. Desde uma bela jarra de vidro azul cortado com um retrato gravado do Dr Rajendra Prasad, mobília desenhada por Edwin Lutyens, campos de batalha simulados representando guerras Anglo-Sikh e Anglo-Afegãs... Muitos mais artefatos fazem parte do museu, construído no antigo estábulo de Rashtrapati Bhavan. Um grande número de pinturas de Lutyens, quando o arquiteto mestre estava a dar forma imaginativa ao que a enorme residência do vicerei britânico deveria parecer, estão também em exposição. Lutyens era parcial relativamente à forma circular dos seus óculos e usava-a muitas vezes enquanto desenhava elementos decorativos e mobília para Rashtrapati Bhavan. Cada um dos cubículos exibe artefactos de valor incalculável recebidos pelos presidentes anteriores. Estes incluíam uma grinalda de ouro com folhas de marfim presenteada a Smt Pratibha Patil pelo primeiroministro da Grécia Sr. Kostas Karamanlis, uma presa de elefante inscrita, a descrever a história de Krishna num lado e a história do Senhor Rama no outro, um modelo do Templo Dourado presenteado ao Dr Neelam Sanjeeva Reddy por Sardar Prakash Singh Badal em 1978.

Do topo esquerdo, no sentido do relógio: Elefante de ouro fundido em 3D; figura de Chhatrapati Shivaji; presidentes da Índia em cera e fibra ótica e um pote circular de formato único

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HERANÇA

Do topo, no sentido do relógio: Um modelo do Templo Dourado em Amristar, Templo Tirumala Venkateswara em Andhra Pradesh; Carruagem usada durante o período britânico n

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Do topo, no sentido do relógio: Presa de elefante a descrever a vida de Senhor Rama num lado e a de Senhor Krishna no outro; uma réplica de Hyderabad Charminar e uma escultura grega

Curado pelo Dr Saroj Ghosh, o museu exibe cenas simuladas de eventos como o Deli Durbar de 1911, o pacto Gandi-Irwin de 1931, o juramento de Jawaharlal Nehru como primeiro primeiro-ministro indiano e a tomada de posse do Dr Rajendra Prasad. As últimas inovações tecnológicas têm sido introduzidas neste museu incluindo superfícies digitais e média interativos para tornar mais fácil para os visitantes aprender mais sobre a história indiana. A secção de quadros tem um sensor digital computadorizado em cada divisão, o que ajuda os visitantes a conhecerem a história por

detrás destas exposições com um toque de dedo no ecrã abrindo uma página de informação. Uma das divisões tem figuras em fibra de Jawaharlal Nehru, Mohammad Ali Jinnah, Sardar Patel e outros, sentados à volta de uma mesa a 2 de junho de 1947, quando o destino do subcontinente com a Partição da Índia foi decidido. Esta é a mesma mesa usada na ocasião histórica. Planos estão em andamento para abrir uma segunda fase do museu até ao final de 2015, que será um museu contador de histórias maior onde vídeos com som e luz, lazer e projeções holográficas darão vida à história.

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Pólo Manipuri:

Ainda continua forte n

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Com a chegada do 8ยบ torneio Manipur Polo Internacional agendado para novembro deste ano, trazemos-lhe a histรณria fascinante por trรกs do jogo, a sua origem, e como evoluiu para um desporto mundial texto | Neharika Mathur Sinha

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HERANÇA

Póneis especiais são usados para o polo Manipuri

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taco, uma cana de com 1,37 m e dos países que praticam polo que a forma atual uma cabeça de madeira, atinge teve origem em Manipur. Este fato é fornecido a bola com um sonoro thwack, por muitos livros com autoridade na matéria, enviando pedaços de como Polo na Índia de George relva por todo o lado. O jogo de John Younghusband (1890), Polo Não se usam polo está em pleno vapor, com de J Moray Brown (1891) e A balizas no Sagol os cavalos a galopar à velocidade Evolução do Polo de Horace A Kangjei, um golo máxima apoiados por mestres Laffaye (2009),” afirma o Cor. é marcado assim entusiastas, todos com o mesmo Ranjit Singh, vice-presidente da que a bola for objetivo - enviar a bola para o Associação Equestre e de Polo de enviada para uma fundo do campo e marcar golo. Manipuri (Manipuri Horse Riding das extremidades Neste jogo de Sagol Kangjei, ou & Polo Association - MHRPA) que do campo hóquei a cavalo, há sete membros procura levar este desporto para a em cada equipa, representando os frente a nível global. sete clãs Manipuri ancestrais. É considerado um Segundo reza a história: Foi com os Manipuris jogo dos deuses e os jogadores devem fazer o seu que viviam exilados em Cachar (um estado papel - proteger, preservar e conquistar. administrativo de Assam) que os cultivadores Este desporto histórico é o precursor do polo de chá britânicos aprenderam o jogo por volta moderno. “Não há qualquer dúvida na opinião de 1850. Os britânicos viram-nos a jogar Sagol n

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Kangjei e ficaram fascinados. O Ten. Sherer, criação de póneis com apoio governamental e conhecido como o Pai do Pólo, formou o Silchar organiza torneios equestres e de polo anuais. Kangjei Club, o primeiro clube de polo, em 1859. “O governo de Manipur abriu um Santuário Ele levou uma equipa Manipuri de Sagol Kangjei dos Póneis de Manipur e esperamos que a sua a Calcutá (agora Kolkata) pela primeira vez em população aumente,” diz o Cor. Singh. março de 1864 para um jogo de exibição com O 8º Manipur Polo Internacional 2014, uma equipa britânica, após o qual o marcado entre 22-29 de jogo se espalhou como um rastilho novembro, contará com equipas de pólvora. da Inglaterra, EUA, África do Sul, A MHRPA é Alemanha, França, Tailândia e atualmente Como nasceu? Mongólia, juntamente com a Índia responsável Há outra história interessante por A (IPA) e Índia B (Manipur). por uma quinta trás da origem do desporto em “No último dia, organizaremos de criação de Manipur. O Rei Kangba, que reinou um jogo amigável de Sagol Kangjei póneis e organiza em Manipur por volta de 3500 AC, jogado entre jogadores Manipuri e torneios equestres introduziu o Sagol Kangjei. Durante jogadores estrangeiros,” informa o e de póneis anuais um festival conhecido como Ukrong Cor. Singh. Hongba, ele mostrou como driblar uma raiz de bambu com a sua bengala e pediu aos seus súbditos que jogassem o jogo a cavalo. Um jogador de polo em ação ‘Sagol’ significa cavalo e ‘Kangjei’ significa taco de hóquei. O jogo foi mencionado pela primeira vez no Royal Chronicle of Manipur em 33 DC.

Montadas especiais e mais

Os póneis Manipuri usados para jogar Sagol Kangjei têm entre 1,20 e 1,50 m de altura, mas são fortes e ativos. São plenamente decorados, com várias proteções a decorar os olhos, a testa e os flancos. O jogo começa com as duas equipas a juntarem-se no centro do terreno quando a bola é atirada. Não se usam balizas e um golo é marcado quando a bola é enviada para uma das extremidades do campo. Há uma mudança de lado após cada golo. Curiosamente, não há regras específicas.

O Pólo hoje em dia

O primeiro torneio de polo internacional foi organizado em 1991 para espalhar o conhecimento do jogo. Até ao ano 2000, tinhamse organizado cinco torneios internacionais. Após doze anos, o 6º torneio Manipur Polo Internacional foi organizado para realçar a necessidade de salvar os póneis Manipuri da extinção. A sua população não chega a mil atualmente. A MHRPA é responsável por uma quinta de N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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CELEBRAÇÕES

Cristo, Igreja

e o Natal

Neste Natal, apresentamos os famosos santuários do país, as suas festividades de referência, a impressionante arquitetura e a história fascinante

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Catedral do Coração Sagrado, Delhi

Uma combinação única de arquitetura italiana e britânica, a pedra basilar desta igreja foi assente em 1929. Projetada pelo arquiteto britânico Henry Medd, a sua fachada de pilares brancos num fundo vermelho cor de tijolo é impressionante. Um telhado curvado altaneiro, chão em pedra polida e arcos amplos compõem os grandiosos interiores. As celebrações da Páscoa são bem conhecidas na região, incluindo a cerimónia da morte de Cristo. A estas celebrações segue-se a sua alegre ressurreição. No último domingo de setembro tem lugar a Festa Paroquial, a festa do Coração Sagrado de Jesus. Durante o Natal é organizada a Festa da Família Sagrada da Nazaré e a Vigília de Natal, onde são lidas orações e escrituras uma hora antes da meia-noite na véspera de Natal.

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CELEBRAÇÕES

Basílica do Bom Jesus, Goa

Um bom exemplo da arquitetura Barroca, as fundações deste Património da Humanidade da UNESCO foram assentes em novembro de 1594. É dedicada ao Bom Jesus, que pode significar também Jesus criança. Murais e o chão de mármore incrustado com pedras preciosas adicionam charme ao interior. Os restos mortais de São Francisco Xavier, que morreu em 1552 e possuía incríveis poderes de cura, são aqui guardados numa redoma de vidro, ocultos num caixão de prata desde 1624. O seu corpo foi enterrado em três países diferentes e, de cada vez que foi exumado, descobriu-se que estava incorrupto! Uma vez a cada 10 anos, o corpo do santo espanhol é apresentado para que os peregrinos o possam ver numa procissão cerimonial. A 17ª Exposição de São Francisco Xavier está agendada de 24 de novembro de 2014 até 4 de janeiro de 2015. n

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Igreja Parumala, Kerala

Construída originalmente em 1885, a Igreja Parumala, em Thiruvalla, Kerala, é atualmente um edifício moderno, redesenhada pelo famoso arquiteto Charles Correa. Para além do Altar Sagrado e da sala onde os restos mortais de Parumala Thirumeni, ou São Gregório, que deu o nome à igreja, estão sepultados. É uma das poucas igrejas com formato circular. Pode fazer parte das festividades que aqui decorrem a 2 de Novembro, e que duram mais de uma semana, quando se organiza uma festa anual para comemorar o aniversário da morte de São Gregório.

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CELEBRAÇÕES

Igreja Velankainni , Tamil Nadu

A Igreja Velankainni na Costa de Coromandel tem uma história interessante por trás. Um pastor que deu leite ao menino Jesus descobriu que o seu jarro nunca ficava sem leite e uma pequena capela de palha foi construída no local. Para o final do séc. XVI, a Virgem Maria apareceu e curou um rapaz aleijado e, após esse acontecimento, a igreja, dedicada à Nossa Senhora da Saúde, foi construída. Mesmo hoje em dia os devotos oferecem uma vela com o formato da respetiva doença: Um coração para complicações cardíacas, fígado para a icterícia, pulmões para a tuberculose... Quando são curados, doam réplicas em miniatura das partes do corpo em prata ou ouro que são guardadas num museu nas instalações. Na véspera de Natal, os padres da igreja chegam numa procissão para anunciar o nascimento de Jesus. n

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REALIZAÇÃO

Mulher

maravilha

Os desportos indianos já não são definidos por prémios ganhos pelos desportistas masculinos pois as mulheres estão agora a deixar a sua marca em todas as arenas texto | Garima Verma

A

s desportistas indianas parecem ter finalmente saído da sombra dos seus homólogos masculinos pois cada vez mais estão a vencer mais medalhas internacionais do que alguma vez antes. O último exemplo foi a média no quadro de

medalhas indiano nos Jogos da Commonwealth de Glasgow 2014, que escalou de 36,53 por cento nos CWG de 2010 para 45,3 por cento este ano. Falámos com cinco mulheres que ajudaram a Índia a terminar no pódio nos seus desportos respetivos e inspiraram muitas outras.

Sanjita Khumukchan, 20 Levantamento de Peso (48 kg) A jovem de Manipur abriu a contagem de medalhas da Índia com uma de ouro no primeiro dia dos CWG de Glasgow. “Estava tão feliz que não consegui comer durante muito tempo,” diz Sanjita que igualou o recorde de CWG a caminho do topo. Foi em 2006 que Sanjita começou o seu encontro com o desporto. “Como alguns dos meus amigos praticavam levantamento do peso, eu juntei-me para evitar os estudos. Depois de ter sido selecionada para o centro de Autoridade dos Desportos da Índia comecei a levá-lo a sério” O seu levantamento de 179 kilos (79+100) no 29º Nacionais de Séniores, em Nagpur no início deste ano deu-lhe o ouro. Para os CWG, no entanto, 173 kilos (77+96) foram suficientes para lhe dar a posição de topo. N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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REALIZAÇÃO

Babita Kumari, 24, Lutadora, Freestyle (55 kg) Vinesh Phogat, 20, Lutadora, Freestyle (48 kg) Manter a Tricolor a voar alto é uma tradição nesta família. Com Geeta Phogat a ter conquistado uma série de medalhas, já era tempo de a sua irmã Babita e prima Vinesh ganharem muitas mais para a Índia. Depois dos CWG de 2010, onde Geeta (55 kg) se tornou na primeira mulher lutadora a vencer uma medalha de ouro para a Índia e Babita ter ganho prata (51 kg), a última tem estado à espera para ganhar ouro. “Tenho praticado muito para ganhar ouro,” diz Babita, de 24 anos, que, tal como a sua irmã mais velha Geeta, iniciou o

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desporto através do pai, Mahavir Singh Phogat. Entretanto, a mais nova de entre as irmãs Phogat, Vinesh, perdeu o seu pai quando ainda tinha 9 anos. “Tenho praticado desde que tenho seis anos. Inicialmente detestava, mas quando vi Geeta e Babita didi (irmã mais velha) a vencer medalhas fiquei inspirada,” partilha Vinesh. A rapariga de 20 anos não queria acreditar quando chegou esse momento na sua jovem aparição nos CWG. “Demorei a aperceber-me que tinha ganho ouro. O meu próximo objetivo é ouro Olímpico,” revela.

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Laishram Sarita Devi, 29 Boxe (57-60 kg) A cinco vezes campeã Asiática Sarita teve as suas primeiras aulas em construção de resistência enquanto trabalhava no campo. Premiada com o Prémio Arjuna e antiga campeã nacional e mundial (2005), Sarita é a primeira mulher indiana pugilista a ganhar uma medalha CWG com a sua performance de prata, apesar de ter tido a sua quota parte de dificuldades. “Devido à paragem de dois anos que eu tive depois do nascimento do meu filho, nunca pensei que pudesse voltar. Mais do que fisicamente, era um desafio psicológico. Mas continuei a treinar e a minha família apoiou-me. Felizmente, esta medalha ajudou-me a ganhar de volta a confiança,” diz a boxista de Manipuri.

PV Sindhu, 19 Badminton, Individual Sendo os seus pais jogadores de voleibol profissionais, optar por se tornar jogadora de badminton não foi fácil para PV Sindhu. No entanto, ela retirou inspiração das capacidades de Pullela Gopichand e a sua relação com a raquete e o volante começaram aos oito anos. “Evoluí como jogadora com mais garra, paixão, espírito de luta e determinação,” diz Sindhu. Ela pode ter brilhado no Campeonato Asiático Júnior (2012) e nos Jogos Jovens da Commonwealth (2011) mas o circuito sénior nunca foi canja. Após uma série de derrotas, Sindhu venceu o primeiro título Grand Prix em 2013. O bronze no campeonato mundial no mesmo ano tornou-a na segunda jogadora de badminton indiana, a seguir a Prakash Padukone, a vencer medalhas individuais. Com mais um bronze este ano, ela tornou-se a primeira indiana a vencer medalhas consecutivas nos campeonatos mundiais. N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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HISTÓRIA

Como é que a

Rupia surgiu?

Trazemos-lhe um breve relato das moedas e notas na Índia

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a Índia, o período antes de 1861 foi de banca livre durante o qual os bancos estabelecidos tinham liberdade para lançar notas bancárias. Os bancos Presidenciais detidos parcialmente pelo governo dominavam esta atividade pois as suas notas eram aceites pelo Governo. Para este privilégio, os bancos Presidenciais tinham de se submeter aos controlos legislativos incluindo restrições no tipo de negócios em que os, bancos podiam entrar. Os limites de emissão de notas eram determinados como uma proporção do capital bem como do dinheiro em mãos. n

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As primeiras notas eram emitidas em denominações então consideradas convenientes. Bancos sediados ao largo de Calcutá (agora Kolkata) emitiam notas denominadas em Rupias Sicca bem como em ouro mohur. Pelos finais do século 18, um ouro mohur era equivalente a 16 Rupias Sicca em Bengal e esta proporção formou a base lógica para a emissão de algumas notas iniciais em denominações de quatro, oito e 16 rupias, ou seja, as notas emitidas pelo Banco Hindostan. Estas denominações também representaram o sistema de bimetalismo em voga durante o período (inícios do século 19). Bancos sediados em Madras (agora 2 0 1 4


Chennai) lançavam notas denominadas em Rupias de nota. Pelo menos 40 por cento do total dos bens Arcot bem como as Pagodas Estrelas de ouro. que garantiam a emissão de notas deviam estar na Em 1818, estas unidades monetárias em Madras forma de moeda de ouro ou garantias de esterlina, foram substituídas pela rupia de prata que pesava sendo que as reservas de moedas e barras de ouro 180 grãos troy (11,66g) contendo 165 nunca deviam ser inferiores a 400 grãos de metal fino. Até 1835, a Rupia milhões de rupias, estando o ouro O dinheiro em foi uniformizada a esta especificação avaliado a `18,23 por 10 g. papel traça as na base do Ato de Cunhagem Instrumentos financeiros, suas origens Indiano de 1835. Depois, as notas especialmente letras de câmbio aos finais do eram denominadas em Rupias da conhecidas como hundis, têm uma século 18 com Companhia; até meados do século 19, história venerável. No entanto, o lançamento o prefixo foi abandonado e apenas a dinheiro em papel, no sentido de notas dos Rupia permaneceu. moderno, traça as suas origens aos bancos privados Com o estabelecimento do Banco de finais do século 18. Entre as primeiras Reserva da Índia (RBI), as garantias emissões de notas estavam as do Banco de ativos para as notas emitidas passaram a Hindostan (1770-1832), do Banco Geral em Bengal ser governadas pela secção 33 do Ato RBI que e Behar (1773-75), do Banco Bengal (1748-91), originalmente prescrevia uma reserva proporcional etc. Poucas dessas notas sobreviveram. Com o de ouro e títulos de esterlina contra cada emissão estabelecimento dos bancos semigovernamentais

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HISTÓRIA

no século 19 (o Banco de Bengal, o Banco de Índia indivisível chegavam ao total de `11,81 Mumbai e o Banco de Madras, aludidos como os mil milhões. A tarefa era substituir as notas e Bancos Presidenciais) o dinheiro em papel passou a moedas indianas em circulação no recém-formado gozar de uma maior circulação, apesar de restrito a Paquistão por notas e moedas distintas do novo uma pequena classe de utilizadores privilegiados. estado e repartir ativos contra as dependências das A moeda em papel era gerida pelo Governo até notas lançadas. 1 de abril de 1935, quando o RBI foi O banco emitiu, de 1 de abril a 30 estabelecido como o banco central do de junho de 1948, notas bancárias Em agosto de país e assumiu a função do lançamento inscritas com as denominações de `2, 1947, as notas de notas. O RBI inicialmente seguiu `5, `10 e `100 e notas de uma rupia em circulação um sistema de reserva proporcional inscritas pelo Governo do Paquistão, na Índia de emissão de nota onde 40 por cento assim como rupias de níquel do indivisível das garantias ativas lançadas tinham Paquistão e outras moedas subsidiárias perfaziam o de ser na forma de ouro e seguranças de design distinto. total de `11,81 estrangeiras. Em 1956, o sistema de Estas notas e moedas eram mil milhões reserva proporcional foi substituído consideradas legais somente no por um sistema de reserva mínimo. A Paquistão. O acordo para que o Banco independência também trouxe consigo o trauma da de Reserva continuasse como autoridade monetária Partição do país em Índia e Paquistão. A transição do Paquistão terminou a 30 de junho de 1948. O de gestão de moeda da Índia colonial para a Índia Banco de Estado do Paquistão foi estabelecido a 1 independente foi um caso razoavelmente fácil, de julho de 1948. apesar das consideráveis dimensões envolvidas. A tarefa na Índia era mais fácil. Entra a Em agosto de 1947, as notas em circulação na Independência e a declaração da República da Índia

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a 26 de janeiro de 1950, o RBI continuou a lançar Em 1951, Hindu foi exposto proeminentemente as notas existentes. A primeira nota lançada pela nas novas notas. O debate sobre o plural Hindu Índia Independente foi a nota de Uma Rupia pelo de Rupaya foi resolvido a favor de Rupaiye. Governo da Índia em 1949 com KRK Menon Notas de grandes denominações (`1.000, `5.000 como signatário. Os lançamentos do e `10.000) foram reintroduzidas em RBI coincidiram com a declaração 1954. A Índia reformou o seu sistema A primeira da República. O Banco foi monetário em 1957. No sistema nota lançada nacionalizado a 1 de janeiro de 1949. inicial, uma rupia era dividida em pela Índia Tinham de ser escolhidos símbolos 16 annas e um anna consistia em Independente para a Índia Independente. No 4 pice; um pice igualando 3 pies. foi a nota de início, sentiu-se que o retrato do Rei Então, uma rupia consistia em Uma Rupia em devia ser substituído pelo retrato de 64 pice ou 192 pies. Uma série de 1949 com KRK Mahatma Gandhi. Foram preparados desenhos comemorativos em honra Menon como desenhos para esse efeito. Na análise do centenário do nascimento de signatário final, o consenso dirigiu-se à escolha Mahatma Gandhi foi lançada em do Leão Capital do Pilar Ashoka em 1969, exibindo um Gandhi sentado Sarnath em detrimento do retrato de Gandhi. O com o Sevagram Ashram como pano de fundo. novo desenho das notas seguiu em grande parte Os desenhos e tamanhos continuaram a mudar ao as linhas anteriores. longo do tempo. Extraído de O Papel e a Promessa: Uma Breve História de Moeda & Notas na Índia / Departamento de Gestão Monetária, Banco de Reserva da Índia, Mumbai N O VEM BRO - DE Z E MB R O

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FOCO

Construindo a

costa das especiairias

Muito antes de Kerala se tornar sinónimo de fim-do-mundo, casas de barcos e ayurveda, o país de Deus era conhecido pelas suas especiarias. Nós levamo-lo na pista da história que lançou muitos, como Cristóvão Colombo, para o mar texto | Madhulika Dash

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EUROPE

EGYPT

PERSIA CHINA

ARABIA

INDIA

SOMALIA

KERALA

JAVA Rota das especiarias no mapa-mundo

E

m janeiro deste ano, a UNESCO e o Turismo de Kerala assinaram um pacto para ressuscitar e promover a antiga rota das especiarias da qual Kerala era parte integral. A agenda dupla desta primeira iniciativa internacional é restaurar portos históricos, edifícios e mercados que tiveram um papel essencial no desenvolvimento da rota das especiarias e na cultura de Kerala. E ao fazê-lo, ajudarnos a compreender a história em constante evolução das especiarias: Como é que outrora as especiarias governaram o mundo? Como é que especiarias se tornaram em motivo para guerras, tratados, pactos e colonização? E por que é que as especiarias eram consideradas mais caras do que o ouro? Uma parte importante do plano compreende o desenvolvimento de 25 museus para criar uma

linha cronológica da rota das especiarias em Kerala, e como sob a influência romana, o estado se tornou o epicentro do comércio de especiarias - cada país querendo uma fatia maior do bolo. Porquê Kerala? Porque é neste estado rico em natureza que a verdadeira história das especiarias começou. Na verdade, foi um porto de comércio de especiarias estabelecido tão cedo como 3000 AC. De tal forma era o mercado de oferta de especiarias que atraiu comerciantes de longe e de toda a parte. Árabes nómadas e Fenícios antigos estavam entre os primeiros a chegar para o comércio de especiarias. E em 600 AC estavam a transportar pimenta, canela, incenso e óleos vindo de Este através do Golfo Pérsico para a Arábia e mais longe. É contado que numa das suas visitas, os árabes tinham pouco dinheiro e pagaram as

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FOCO

SALVANDO A HISTÓRIA DAS ESPECIARIAS

PALÁCIO HOLANDÊS PALIAM:

Influenciados pelas hidrovias, estes locais tiveram um papel igualmente importante no florescimento do comércio de especiarias em Kerala. E serão parte do projeto de Rota das Especiarias...

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Residência de paliath achans, primeiroministro do então marajá do estado de Kochi, o palácio foi renovado e dado ao ministro pelos holandeses depois de ele ter salvado a vida do marajá contra a invasão portuguesa.

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FORTE PALLIPPURAM: Construído pelos portugueses em 1503, o Forte Pallippuram era usado como base para verificar os navios que se empilhavam para cima e para baixo do Periyar até ao mar árabe e a adega era usada para armazenar pólvora.


taxas com pimenta, chamando-lhe o idênticos, dado que em 3 DC Kerala ouro negro da Ásia. De tal forma foi se tinha tornado o centro de comércio o efeito desta especiaria doce-fogo de especiarias mais movimentado. Isto que no final desse ano o seu consumo influenciou as vidas dos nativos de cresceu espantosamente e tornou-se um Kerala pois o estado tornou-se uma símbolo de estatuto de boa mistura de comunidade cozinha. Uma prova disto de comerciantes. É por são as receitas para salsichas isto que Kerala tem o Obter o controlo de pimenta em livros maior número de igrejas, sobre os portos romanos do 1º século DC. mesquitas, casas de de Kerala era Na verdade, o emperador hóspedes, fortes e templos um dos motivos romano Domition designou Shiva pertos de margens de por trás da uma área no centro da água incluindo a primeira invasão indiana cidade como Ahorrea mesquita Cheraman de Alexandre. piperataria, barracões de Juma Masjid de sempre, pimenta, exclusivos para os mercadores construída pelo Rei Cheraman Perumal de pimenta. e Vypeekotta Seminary que se tornou Obter o controlo sobre os portos de no centro de ensinamentos Cristãos. Kerala era um dos motivos por trás da E a Sinagoga Chennamangalam e a invasão indiana de Alexandre. No seu Sinagoga Norte Anatapani que iniciou a país, Ashoka O Grande tinha planos instalação de judeus em Kerala.

FORTE KOTTAPPURAM:

IGREJA MANJUMATHA:

MERCADO KOTTAPURAM:

Construído pelos portugueses em 1523, o forte é também conhecido por Forte Cranganore e era muito procurado devido à sua posição estratégica na boca do Rio Periyar.

Reza a lenda que a igreja e o que a circunda ficou envolta num nevoeiro que enganou o exército de Tipu Sultan e o fez dar a volta, salvando assim muitas vidas.

O centro de comércio de especiarias mais antigo, o mercado Kottapuram é uma réplica de como o antigo mercado de comércio rural trabalhava - acordava às 3 da manhã e encerrava às 3 da tarde.

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CONVERSA

Conduzir na

via rápida

Ela adora andar de mota, bater os homens nas pistas de corrida e, agora, a super-motoqueira Alisha Abdullah está a representar em filmes texto | Shashi Kumari

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um país onde os soube que as corridas estavam no jogadores de cricket meu futuro,” é simplesmente assim são adorados como que ela expõe a questão. deuses, Alisha A sua paixão tornou-a na única Abdullah surge como uma lufada corredora de supermotos do país, de ar fresco. Ela é uma rapariga e a sua escolha, uma atividade de indiana da nova era, que quer nicho, significa que ela compete trilhar o seu próprio caminho com homens e detesta perder e escrever o seu contra eles, como no destino. E a sua área Campeonato Nacional Quando o meu de interesse é algo de Corridas de Superpai me ofereceu tão único como as Motas de 2009, onde uma supermoto supermotos, onde o terminou em 3º lugar de 600cc no meu som do motor fica entre 15 homens. 18º aniversário cada vez mais alto e “Posso competir com soube que as mais excitante! qualquer homem em corridas estavam “O meu interesse termos de aptidão no meu futuro,” nas corridas física. Sou fanática começou quando por desporto e treino tinha oito anos. O meu pai também cinco-seis horas todos os dias. era corredor e eu fiquei fascinada Envolvo-me em muito treino físico pela máquina, pela velocidade e para melhorar a resistência, a força pela ação. Por isso experimentei do núcleo, e as áreas do fundo das os karts e tive sucesso. A pouco costas e do pescoço. O desporto é e pouco, as corridas tornaram-se demasiado rígido fisicamente para numa paixão. Quando o meu pai uma mulher, portanto tenho que me ofereceu uma supermoto de treinar mais,” declara ela. 600cc no meu 18º aniversário Em junho de 2013 foi organizado n

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Posso competir com qualquer homem em termos de aptidão física. Sou fanática por desporto e treino cinco-seis horas todos os dias. Envolvo-me em muito treino físico para melhorar a resistência, a força do núcleo, e as áreas do fundo das costas e do pescoço” Alisha Abdullah

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CONVERSA

um campo de aptidão física para os no filme Tamil Irumbu Kuthirai, onde corredores em Coimbatore e ela ofuscou representa o papel de uma motoqueira. “Foi todos os homens, registando 69 flexões por esse motivo que concordei participar no num minuto. Os seus outros feitos incluem projeto,” diz ela. terminar em segundo lugar no Campeonato Mas para quem criou a imagem de uma Nacional de Corrida de rapariga com um estilo rock Estrada UCAL, em 2006, chique, com botas, casacos Num campo de terminar em oitavo lugar de couro e calças de ganga, aptidão física na Taça Polo Nacional há mais uma surpresa na nacional para Volkswagen em 2012 (Índia) manga. Alisha adora usar corredores, ela e receber o Prémio Jovem lindos vestidos para eventos ofuscou todos os Empreendedora do Rotary noturnos, juntamente homens, registando Club em 2008. com joias. 69 flexões num Ela adora viver a vida na “Não sou nenhuma minuto via rápida, correr a mais maria-rapaz dora das pistas. de 200 k/h, competir com De fato, as pessoas ficam homens e vencê-los também... Portanto o surpreendidas quando sabem que sou que se segue? A sétima arte. Alisha estreou- corredora de supermotos,” diz ela com se recentemente como estrela de cinema um sorriso.

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