APA
ESCARPA DEVONIANA
Observatório de Justiça e Conservação / Zig Koch
EM DEFESA DA
A qualidade da água, a conservação das florestas, a vida dos animais e a saúde humana estão em risco no segundo planalto paranaense. Com eles, também correm perigo o patrimônio cultural e as belezas naturais dos Campos Gerais, como riachos, furnas, cachoeiras uma história centenária e formações rochosas milenares. A ameaça vem do Projeto de Lei 527/2016, em trâmite na Assembleia Legislativa do Paraná que, se aprovado, vai reduzir em 70%, ou dois terços, a Área de Proteção Ambiental - APA da Escarpa Devoniana.
O QUE É UMA APA Área de Proteção Ambiental (APA) é uma área em geral extensa, com ocupação humana, dotada de formações vegetais, fauna e flora específicas e características estéticas ou culturais únicas. A existência desses locais para a manutenção da qualidade de vida e bem estar da sociedade é fundamental. Uma APA buscar garantir a sustentabilidade no uso dos recursos naturais e a realização de atividades socioeconômicas sustentáveis em sinergia com a conservação da biodiversidade. No caso da APA da Escarpa Devoniana, ela foi criada em 1992, mas, desde então, vem sofrendo com a pressão além dos limites de atividades produtivas que predominam na região.
A ESCARPA DEVONIANA Escarpas são paredões rochosos que se elevam das bordas dos planaltos, com declives bastante acentuados ou verticais e ricos em água potável. No Paraná, a Escarpa Devoniana fica entre o 1º e o 2º planaltos e as rochas que a sustentam foram formadas há aproximadamente 400 milhões de anos, no fundo de um oceano primitivo, no período “Devoniano”, por isso o nome. Essa formação se estende por 260 quilômetros, desde o Rio Iguaçu, ao Sul do Paraná, até o Rio Itararé, ao Norte, na divisa com São Paulo. Na APA da Escarpa Devoniana ainda sobrevivem porções de remanescentes de Campos Naturais e capões de Floresta com Araucária, dois ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica e altamente degradados por décadas de exploração irregular e ausência de fiscalização e controle do poder público. Mais de 99% dessas formações já foram dizimadas no Paraná e os remanescentes que ainda existem em melhor estado de conservação continuam pressionados.