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EDITORIAL A confirmação da construção de novas ferrovias que cortarão Santa Catarina em diferentes direções é uma das melhores notícias que o segmento logístico e de comércio exterior poderia receber neste primeiro trimestres de 2013. Os custos de fretes rodoviários e a morosidade de um sistema concentrado em um só modal de transporte encarece a operação e o valor final para quem compra das indústrias catarinenses. A reunião realizada na sede da Fiesc, em Florianópolis, para debater os traçados das linhas que farão parte da nova teia ferroviária gera uma nova perspectiva para o segmento industrial e coloca a região Sul como uma das mais competitivas do país. Até o final deste ano, a União planeja licitar as obras para a construção das ferrovias em Santa Catarina com objetivo de que as atividades comecem em 2014. A decisão final sobre o polêmico traçado da Ferrovia do Frango, que liga o Oeste catarinense ao Porto de Itajaí, está nas mãos do governo estadual. Existem hoje duas correntes entre associações empresariais: a que defende que ele corte o Vale do Itajaí e a que aposta na região Norte. A definição vai levar em conta critérios técnicos que beneficiem a integração e que permitam realizar a maior alavancagem possível da economia do estado, embora o secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, tenha declarado que a “lógica é fazer um traçado reto”, o que indica que a linha pode vir mesmo até o terminal itajaiense.
ÍNDICE 04.
Antaq elabora plano nacional de integração hidroviária
18.
ESPECIAL - Ferrovias catarinenses à vista
22.
Suplemento SEP
32.
Suplemento Porto de Itajaí
36.
Coluna Ciência e Tecnologia
51.
Pequenos portos podem reduzir gargalos na exportação de grãos
Que venha a melhor solução para o estado. Que venham as ferrovias que ajudarão a movimentar a riqueza de SC pelos próximos anos. Boa leitura!
Publicação: Perfil Editora Diretora : Elisabete Coutinho Diretora Administrativa: Luciana Coutinho Jornalista responsável: Luciana Zonta (SC 01317 JP) Reportagem: Adão Pinheiro e Luciana Zonta Projeto gráfico: Solange González Bock Diagramação: Willian Domingues e Elaine Mafra (serviço terceirizado) (47) 3046.6156 Fone: (47) 3348.9998 | (47) 3344.5017 www.informativodosportos.com.br informativodosportos@informativodosportos.com.br *Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista.
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Transportes aquaviários
Antaq elabora plano nacional de integração A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) acaba de apresentar o Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH) com o objetivo de fornecer estudos e análises a respeito do transporte hidroviário brasileiro. O trabalho é resultado de uma cooperação entre a Antaq e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consiste na utilização de dados disponíveis no Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) do governo federal e também da ferramenta tecnológica denominada Sistema de Informações Geográficas do Transporte Aquaviário (Sigtaq), do Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) da UFSC. De acordo com o PNIH, o sistema hidro viário deve absor ver, no início da próxima década, 11% (ou 228 milhões de to neladas) do volume total de cargas que circulará na área de influência de cada uma das bacias envolvidas no estudo. Somente na hidrovia Tietê-Paraná, por exemplo, deverão circular 28 milhões de toneladas em 2020, representando 3,4% do volume total de carga em sua área de influência. A hidrovia do Sul é a que deve apresentar maior par ticipação, captando 48,3% do total transpor tado em sua respectiva área, com 55 milhões de toneladas. A bacia Amazônica absor verá 25,7%, ou 98 milhões de toneladas; Paraguai será responsável por 37,3%, ou 23 milhões de toneladas; São Francisco por 0,8%, ou 3,6 milhões de toneladas; e Tocan-
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As seis bacias pesquisadas Bacia do Paraguai: vai da cidade de Cáceres, no Mato Grosso, até Nueva Palmira, no Uruguai Bacia Amazônica: passa pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá e Mato Grosso Bacia do Sul: começa na divisa de São Paulo com Paraná e estende-se até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul Bacia Paraná-Tietê: envolve o Rio Paraná e seus afluentes Bacia do São Francisco: nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Goiás, além do Distrito Federal Bacia Tocantins-Araguaia: em Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal.
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tins-Araguaia por 8,4%, ou 18,7 milhões de toneladas em sua área de influência. Atualmente, as seis bacias hidrográficas envolvidas no estudo movimentam cerca de 82 milhões de toneladas todos os anos. De acordo com as projeções apresentadas pelo estudo, esse número deve crescer exponencialmente até 2030, saltando para 463 milhões de toneladas. Políticas O plano, de acordo com o superintendente de Navegação Interior da Antaq, Adalber to Tokarski, apresenta ainda um levantamento de potenciais áreas para a implantação de novas hidrovias, por tos e terminais no interior do país, proporcionando dados impor tantes para a elaboração das políticas públicas do setor. O país deve ganhar novos cinco mil quilômetros em hidrovias até 2020, totalizando 25 mil quilômetros. Ainda segundo o estudo, até 2030 o Brasil deverá ampliar em 50% sua malha hidroviária, saindo dos atuais 20 mil quilômetros para cerca de 30 mil quilômetros. “Pouco se tem feito para incluir as hidrovias na matriz de transpor te brasileira, mas este é mais um passo em direção a uma logística barata e eficiente”, disse o diretor geral da Antaq, Pedro Brito, durante a cerimônia de apresentação do plano, revelando otimismo diante das projeções apresentadas pelo PNIH. De acordo com ele, os estudos contidos no plano constituem uma ferramenta fundamental para os empresários que precisam de informações a respeito da navegação interior nacional. Brito indi-
cou que a iniciativa privada fará par te das mudanças pretendidas pelo setor. Segundo ele, o PNIH será apresentado a investidores que possuem interesse em colocar em prática projetos envolvendo o modal. Bacias Os estudos abrangem seis bacias hidrográficas brasileiras: do Paraguai, Amazônica, do Sul, Paraná-Tietê, do São Francisco, e Tocantins-Araguaia. Por meio do Sig taq, que apresenta um módulo de Sistema de Informação Geo gráfica (GIS), foi possível realizar o mapeamento georreferenciado das seis bacias e estabelecer projeções para 2015, 2020, 2025 e 2030. “Buscávamos um tipo de ferramenta que já é utilizado pelos modais rodoviário e ferroviário”, disse o superintendente de Navegação Interior da Antaq, Adalber to Tokarski.
Dados importantes da pesquisa: - O país deve ganhar novos cinco mil quilômetros em hidrovias até 2020, totalizando 25 mil quilômetros - Até 2030 o Brasil deverá ampliar em 50% sua malha hidroviária, saindo dos atuais 20 mil quilômetros para cerca de 30 mil quilômetros. - O sistema hidroviário deve absorver, no início da próxima década, 11% (ou 228 milhões de toneladas) do volume total de cargas que circulará na área de influência de cada uma das bacias envolvidas A hidrovia do Sul é a que deve apresentar maior participação, captando 48,3% do total transportado em sua respectiva área, com 55 milhões de toneladas. - O PNIH será apresentado a investidores que possuem interesse em colocar em prática projetos envolvendo o modal
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MEDIDA PROVISÓRIA
Governo estuda prorrogar arrendamento dos terminais vencer. Segundo dados da ABTP, a prorrogação dos arrendamentos significaria a liberação de R$ 10,3 bilhões de investimentos, represados por causa da incerteza em relação ao futuro dos contratos. Segundo Wilen Manteli, com a edição da Medida Provisória (MP) 595, a chamada MP dos Portos, surgiram diversas dúvidas sobre a prorrogação desses contratos. A empresa Granel Química, por exemplo, obteve recentemente uma decisão provisória da Justiça (liminar) para continuar operando seu terminal em Santos (SP), mesmo com o contrato vencido. Diante desse quadro, a Advocacia Geral da União (AGU) analisou os arrendamentos anteriores a 1993 e concluiu que eles poderiam ser prorrogados por 10 anos, ao longo dos quais as normas dos contratos seriam adaptadas à MP. O mercado defendia mais 30 anos, mas Manteli considera a proposta da AGU razoável. Porém, o governo ainda não bateu o martelo sobre esse ponto. “Eles estão analisando”, informou. Competitividade O governo federal deverá prorrogar os contratos de arrendamento dos terminais portuários vencidos nos últimos anos ou que estão para expirar. A expectativa é de que o governo prorrogue os contratos dos terminais leiloados antes de 1993 por mais 10 anos. Com isso, espera afastar o risco de uma disputa no Judiciário e, ao mesmo tempo, “destravar” investimentos, segundo o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuá-
rios (ABTP), Wilen Manteli, após uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e com o ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino. O objetivo é turbinar o volume de investimentos no setor e criar mais concorrência, suficiente para reduzir os custos logísticos no país. Calcula-se que 98 contratos envolvendo terminais brasileiros estão vencidos ou para
A Associação Brasileira de Terminais Portuários, que tem entre suas filiadas a Petrobras, a Vale, a Cargill e o maior terminal de contêineres do país, a Santos Brasil, defende que o governo dê condições de “isonomia competitiva” entre os terminais privados já instalados e os que surgirão a partir da MP. Em tese, as novas instalações serão mais baratas, por isso cobrarão tarifas mais baixas.
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PROTECIONISMO COMERCIAL
Brasil vende menos e reduz saldo comercial com a Argentina O impacto na redução de importações de produtos brasileiros por parte da Argentina foi de 18% no primeiro bimestre deste ano. A queda nas exportações e no superávit comercial com o país foi maior para o Brasil que para todas as outras nações que têm forte comércio com o país vizinho. O saldo comercial também caiu 65%, segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre os cinco maiores sócios comerciais da Argentina, todos os outros tiveram melhoria em seu saldo: de 52% para a Alemanha, 29% para os Estados Unidos e 14% para a China. Enquanto reduzia compras do Brasil, a Argentina aumentou em 160% as importações de produtos da Holanda, 9% dos Estados Unidos, 7% do Japão e 2% da Alemanha. O aumento das compras de energia elétrica — 20% do total de importações vindas do país vizinho —- e os altos e baixos dos mercados de automóveis e bens de capital explicam boa parte do mau desempenho do Brasil. A amplitude das quedas, porém,
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levanta desconfiança de excesso de proteção. Em 2004, menos de 4% das vendas brasileiras à Argentina sofriam algum tipo de restrição. Em 2008, eram 13% e em 2011, 20%. Em 2012, chegou-se a barrar quase 100% dos produtos nacionais. Nos preparativos para o encontro marcado entre
presidentes, que foi adiado após a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, as autoridades brasileiras pediram que a Argentina eliminasse, pelo menos para sócios do Mercosul, a Declaração Juramentada Antecipada de Informações, exigida de todos os produtos que cruzam a fronteira.
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LOGÍSTICA NACIONAL
Movimentação de cargas cresceu 2% nos portos brasileiros Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) mostram que a movimentação de cargas nos portos brasileiros cresceu 2,03% em 2012 em relação ao ano anterior. Foram 904 milhões de toneladas no ano passado. O crescimento foi maior nos portos públicos, que apresentaram movimentação 2,27%, enquanto nos portos privados o crescimento chegou a 1,91%. Mesmo assim, do total de cargas movimentadas no ano passado, segundo o relatório da Antaq, a maioria foi transportada através de portos privados. Em 2012, foram movimentados 588 milhões de toneladas de cargas nos terminais privativos (65%) e 316 milhões de toneladas (35%) nos portos públicos. Os principais produtos transportados nos terminais privados são combustíveis e minério de ferro. A movimentação de contêineres, por sua vez, cresceu 3,6% em 2012, o que é considerado significativo pela Antaq já que, em geral o crescimento fica na média de 2%. A maior parte dos produtos movimentados por portes brasileiros corresponde a granel sólido, com 554 milhões de toneladas. Outras 217 milhões de toneladas foram de granel líquido, 45 milhões de toneladas de carga geral solta e 87 milhões de toneladas de contêineres. Cabotagem A navegação de cabotagem — transporte de cargas realizado entre os portos do mesmo país — teve crescimento de 4%, com movimentação de 139 milhões de toneladas. A movimentação de contêineres nesse tipo de transporte aumentou 25% no período. Segundo o gerente de Navegação Marítima da Antaq, Rodrigo Trajano, a navegação de cabotagem é uma alternativa ao transporte rodoviário, principalmente por grandes atacadistas. O diretor da Antaq, Fernando Fonseca, explica que a entidade já aprovou o pedido da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) para um reajuste de 58% nos preços dos serviços cobrados pelo uso da infraestrutura no Porto de Santos. A proposta, que está em análise pelo Ministério da Fazenda e pela Secretaria de Portos, é que a correção seja feita em três parcelas, até 2015.
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PRODUTO NACIONAL
Governo firma convênio para estimular a exportação de leite O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) firmaram convênio para promover a exportação de leite. O acordo prevê investimento de R$ 2,3 milhões e meta de exportar até o final de 2014 mais de US$ 82 milhões de leite e derivados.
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Desde 2008, o país deixou de ser exportador de leite e passou à condição de importador do produto. A crise internacional provocou recuo nas compras e aumento do protecionismo no mercado mundial. A expectativa do governo brasileiro é que, em uma década, a exportação de leite, queijos, manteiga e demais derivados chegue a R$ 1 bilhão, superando os valores de 2008. O governo vai disponibilizar de R$ 1,9 milhão e a OCB arcará com R$ 372 mil. Após dois anos, poderão ser investidos novos valores. Por meio do convênio, deverá ser concedido crédito subsidiado aos produtores para aquisição de 3.600 itens, como tratores, ordenhadeiras e resfriadores. O crédito será disponibilizado dentro do Programa Pronaf Mais Alimentos, com cobrança de juros de 2% ao ano. Pelo acordo, caberá à OCB estimular a adesão do setor, que é muito capilarizado, e à Apex-Brasil promover os produtos no exterior, colocando frente a frente vendedor e comprador, segundo o diretor de Negócios da agência, Rogério Bellini. Serão convidados a visitar o Brasil importadores, jornalistas e formadores de opinião estrangeiros
para conhecer o trabalho do setor e fazer negócios. Os mercados mais visados são Angola, Arábia Saudita, Argélia, China, Egito, Emirados Árabes, Iraque e Venezuela. Negócios O governo, por sua vez, deverá ampliar a assistência técnica aos produtores. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, destacou que a iniciativa beneficia a agricultura familiar, que responde por 58% da produção nacional de leite no Brasil. O setor
de lácteos emprega 4,7 milhões de pessoas, sendo 4,3 milhões no campo. Para o presidente da OCB, Márcio de Freitas, o sistema cooperativo “existe com a função de ajudar o empreendedor e não de atrapalhar”. Segundo Freitas, as cooperativas facilitam ao produtor o fechamento de negócios. “A cadeia tem que estar organizada para que todos os elos da corrente estejam próximos de suas forças, envolvendo o produtor, a indústria, a cooperativa e a estrutura comercial, com a logística do mercado”, completa.
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CONSUMO DOMÉSTICO
Cresce o coeficiente de importação entre bens de
O coeficiente de participação de bens importados no consumo doméstico foi 21,6% ao longo dos 12 meses de 2012, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O percentual é o maior desde o início da série histórica, em 1996. De acordo com a entidade, o resultado reflete perda de competitividade dos produtos industriais nacionais em relação aos importados. As importações cresceram mais nos grupos informática, eletrônicos e óticos (elevação de 6,4 pontos percentuais em relação a 2011), máquinas e materiais elétricos (4,8 pontos percentuais), farmaquímicos e farmacêuticos (4,6 pontos percentuais) e máquinas e equipamentos (igualmente 4,6 pontos percentuais). A participação nos insumos adquiridos pela indústria, que mostra o volume de importados usado na produção nacional, ficou em 23,2%, com aumento de 1,9 ponto percentual em comparação com o resultado de 2011. A pesquisa mostrou ainda que o coeficiente de exportação atingiu 20,6% no ano passado, ultrapassando a casa dos 20% pela primeira vez desde 2007. O indicador cresceu 1,2 ponto percentual na comparação com 2011, mas permanece abaixo do recorde de 22,9% observado em 2004. Para a CNI, a desvalorização do câmbio no início de 2012 e as desonerações tributárias concedidas ao setor privado auxiliaram no crescimento. Porém, segundo a entidade, as vendas externas da indústria ainda carecem de competitividade. Por fim, o coeficiente de exportações líquidas, dado pela razão entre o saldo comercial e o custo de produção, fechou 2012 em 6,1%, estável na comparação com o ano retrasado. O indicador leva em conta a receita com vendas externas e os custos para o produtor. Quando fica acima de zero, é considerado positivo e sinaliza que a indústria é beneficiada pela desvalorização do real. No ano passado, no entanto, o índice ficou muito aquém do nível máximo da série histórica: 11,8% em 2006. Os dados fazem parte do estudo Coeficientes de Abertura Comercial, feito pela CNI em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
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EXPORTAÇÃO DE CARNE
China habilita cinco frigoríficos brasileiros para exportação de carne
Cinco frigoríficos brasileiros foram habilitados a exportar para a China. Dos estabelecimentos habilitados, o único do Rio Grande do Sul é de carne suína e três de Santa Catarina são de aves. São Paulo e Mato Grosso do Sul tiveram um frigorífico de aves autorizado cada. Em visita ao Brasil no ano passado, uma missão chinesa visitou 20 empresas nacionais do segmento. De acordo com informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as visitas para habilitar frigoríficos são procedimentos corriqueiros de outros países. Antes da visita do ano passado, eram autorizados a exportar para a China 24 estabelecimentos de carne de aves, oito de bovinos e cinco de suínos. O país oriental, no entanto, mantém atualmente embargo à compra de carne bovina brasileira em função da suspeita de um caso da doença da vaca louca no Paraná. O secretário estadual da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, João Rodrigues,
lembra que a Aurora Alimentos, de Chapecó, era o único frigorífico do Brasil que já exportava carne suína para a China. “A China é um grande produtor de carne suína, mas também é o maior consumidor do produto. Estamos felizes com a aprovação de três novos frigoríficos catarinenses e isso mostra a qualidade de nossos produtos e o valor de nosso agronegócio”, afirma Rodrigues. Em 2012, Santa Catarina produziu 750 mil toneladas de carne suína. Destas, exportou 180 mil toneladas, sendo que o maior comprador foi a Rússia, responsável pela importação de 53 mil toneladas. A China é o maior produtor mundial, responsável por 50% do total de 103 milhões de toneladas produzidas no mundo. A produção de carne de frango em Santa Catarina foi de aproximadamente 2,3 milhões de toneladas em 2012, sendo que exportou 1,02 milhão de toneladas, o que resultou numa receita cambial de US$ 2,2 bilhões.
País autorizado a vender carne condimentada para a Europa O Brasil foi autorizado pela União Europeia a exportar beef jerky ou carne condimentada. Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as negociações com representantes do bloco econômico começaram em 2010, e desde então, missões daquela região vieram ao país para percorrer fábricas e conhecer o processo de fabricação. As vendas externas do produto — tipo de carne fatiada, curada e condimentada — estavam suspensas desde 2007 em função de legislação da Comunidade Europeia que determinava que a matéria-prima para o preparo atingisse uma temperatura mínima de 80 graus Celsius (ºC). Agora, de acordo com o Mapa, houve mudança na lei que vigorava na região graças a negociações entre as autoridades brasileiras e europeias. Com a autorização, o Brasil se iguala a países que são seus concorrentes na exportação do beef jerky, como a África do Sul e o Uruguai.
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BRASKARNE
Terminal portuário é referência em movimentação de cargas em Santa Catarina DIVULGAÇÃO
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Especializado em cargas frigorificadas, o terminal portuário Braskarne Itajaí destaca-se como referência na movimentação de cargas secas, cargas projeto e cargas frigorificadas em Santa Catarina. Com 34 mil metros de área alfandegada, nos últimos anos o terminal ampliou o escopo de atividades para fazer frente à concorrência. Destes, 8 mil metros são de área coberta, com avançado sistema de segurança, circuito interno de televisão, hidrantes e uma brigada de incêndio devidamente preparada para emergências, visando salvaguardar a vida dos funcionários e a integridade das cargas armazenadas. Além dos produtos congelados, o terminal armazena uma diversidade de mercadorias
de carga seca, a exemplo de automóveis, lanchas, brinquedos e roupas. Com capacidade estática para 1.100 TEUs e 438 tomadas para conteinêres reefer, a Braskarne conta com câmara refrigerada para inspeções sanitárias, berço de atracação com 150 metros, capacidade de atracar navios de até 176 metros de comprimento e de movimentar até 30 mil toneladas por navio, com calado de 9,5 metros e navegação noturna. O gerente geral da Braskarne Itajaí, Ricardo Ramos, destaca que a base de clientes da Braskarne é composta por parceiros comerciais de forte atuação no mercado internacional, bem como clientes diretos dos mais diversos segmentos. “Com o intuito de ajudar as empresas a terem
sucesso em seus negócios, oferecemos toda infraestrutura necessária, investindo constantemente no desenvolvimento de novas ferramentas para atender a crescente demanda do comércio internacional”, observa Ricardo. A Braskarne Itajaí ainda conta com um time composto por colaboradores experientes e focados no cuidado constante com o manuseio das cargas. “Toda essa dedicação faz da Braskarne a melhor opção nos segmentos de carga solta frigorificada, seca e projetos e de terminal de contêiner alfandegado, sendo nossas operações planejadas e organizadas com o intuito de prover maior produtividade e menor estadia de carga, investindo no contínuo treinamento das equipes responsáveis”, finaliza Ricardo.
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Capa
ESPECIAL
Ferrovias catarinenses à Quatro ferrovias, um estado e muita polêmica compõem o pacote de negociações que promete render algumas reuniões e interferências políticas na definição do futuro logístico de Santa Catarina. Até o final deste ano, a União planeja licitar as obras para a construção de três ferrovias em Santa Catarina com objetivo de que as atividades comecem em 2014. Mas a decisão final sobre o polêmico traçado da Ferrovia do Frango, que liga o Oeste catarinense ao Porto de Itajaí, está nas mãos do governo de Santa Catarina, segundo o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Uma reunião sediada pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) definiu quatro prioridades para Santa Catarina: a ferrovia Litorânea entre Imbituba e Paranaguá (PR); a Norte-Sul, ligando Panorama (SP) ao Porto de Rio Grande (RS), passando por Chapecó; Ferrovia Maracaju (MS) a Mafra, com corredor ferroviário até os portos de São Francisco e Itapoá, além de Paranaguá (PR) via binário ferroviário; e a Ferrovia da Integração, também conhecida como ferrovia do Frango, ligando o Oeste de Santa Catarina ao Porto de Itajaí. O encontrou também definiu a elaboração de um documento que norteará a mobilização do Estado para aumentar a participação das ferrovias na matriz de transporte. O encontro contou com a participação de empresários, de integrantes do Fórum Parlamentar Catarinense, do governador Raimundo Colombo e de autoridades federais do setor. Segundo dados apresentados no encontro, 58% da carga que circula pelo Brasil vai de transporte rodoviário e 25% por meio das ferrovias. Em Santa Catarina, 76% das cargas são transportadas por caminhão. O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, entregou, ao presidente da EPL, estudo em que defende que a construção da ferrovia entre Mato Grosso do Sul e São Francisco do Sul tome por base o traçado previsto originalmente no Programa de Investimentos em
Logística (PIL) do governo federal. O estado do Paraná reivindica a alteração do traçado original para implantar um ramal ferroviário ligando o terminal ferroviário Engenheiro Bley, na Lapa, até o Porto de Paranaguá, com um novo traçado na transposição da Serra do Mar, descartando a passagem por Santa Catarina. O governo federal, por sua vez, contratou a elaboração dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) dos dois traçados. Um estudo da Fundação Dom Cabral indica que as empresas brasileiras comprometem, em média, 13,1% de sua receita bruta com custos logísticos. O Brasil apresenta um custo logístico de aproximadamente 12% do PIB, enquanto nos Estados Unidos este custo é de 8%. “Comparando-se os custos logísticos e o PIB destes dois países, a pesquisa conclui que o Brasil, ao não ter o mesmo desempenho dos Estados Unidos, perde US$ 83,2 bilhões por ano”, explica o presidente da Fiesc. O presidente da EPL disse que o governo trabalha para começar a obra da Ferrovia da Integração no próximo ano. “Queremos que o projeto da ligação Oeste ao Porto de Itajaí seja licitado até o final de 2013 para começar a obra em 2014. Para ter essa agilidade, a presidente Dilma trouxe para o programa ferroviário um modelo de concessão, que é aberto. Vamos acabar com o monopólio”, declarou Figueiredo. Com base em levantamentos entregues ao governo federal por entidades empresariais, o país precisa de pelo menos R$ 400 bilhões para suprir a falta de investimentos em infraestrutura. “Esse é nosso passivo. Passamos muitos anos sem fazer investimentos de relevância. Vamos sair da fase do diagnóstico e da constatação para uma ação efetiva de superação dos problemas. Teremos R$ 200 bilhões de investimento nos próximos cinco anos. É uma mudança fundamental no ritmo de investimentos, mas ainda é a metade do que precisamos”,
disse ele. Sistema A Ferrovia Litorânea está com seus estudos em fase final. O projeto básico completo está previsto para junho e o projeto executivo para dezembro. Quando concluída, ela vai ligar Imbituba a Araquari, com 263 quilômetros de trilhos, conectando as ferrovias da América Latina Logística (ALL) e FTC, além de quatro portos catarinenses. Já está em estudo sua ampliação até o Porto Itapoá e depois ao Porto de Paranaguá, no Paraná, que deve ser o próximo passo após a sua conclusão. E, em seguida, de Imbituba até o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, criando um grande corredor de integração portuária para toda a região Sul do país. A Ferrovia Leste-Oeste está menos avançada, apesar de estar incluída no Programa de
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Os traçados prioritários Ferrovia Litorânea: entre Imbituba (SC) e Paranaguá (PR) Ferrovia Norte-Sul: liga Panorama (SP) ao Porto de Rio Grande (RS), passando por Chapecó Ferrovia Maracaju (MS) a Mafra, com corredor ferroviário até os portos de São Francisco e Itapoá, além de Paranaguá (PR) via binário ferroviário
Fernando Willadino
Ferrovia da Integração (Ferrovia do Frango): liga o Oeste de Santa Catarina ao Porto de Itajaí
Reunião na Fiesc definiu prioridades na ligação ferroviária do Estado
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Aceleração do Crescimento (PAC 2), porque seu traçado definitivo ainda não está aprovado. Ela vai ligar a cidade de Chapecó ao Porto de Itajaí, criando uma importante espinha dorsal para a exportação dos produtos da agroindústria do Oeste catarinense, que também poderá servir para levar milho e farelo de soja, para baratear a produção de suínos e frango na região.
Fernando Willadino
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Sobre este último traçado, existem duas correntes entre associações empresariais catarinenses: a que defende que ele corte o Vale do Itajaí e a que aposte na região Norte. A definição vai levar em conta critérios técnicos que beneficiem a integração e que permitam realizar a maior alavancagem possível da economia do estado. Além dessas duas ferrovias, também estão previstas, para o novo sistema ferroviário, contornos ferroviários em Joinville, Itajaí e Jaraguá do Sul. A revitalização da ferrovia entre Mafra e São Francisco do Sul é outra obra prevista. Figueiredo afirmou que terá os estudos de viabilidade contratados, para posterior execução. A ferrovia ligará o Centro-Oeste do país, grande produtor de milho e de soja, ao Oeste catarinense, que necessita desses insumos para a criação pecuária. Fará conexão entre Cascavel, Chapecó e Erechim, seguindo para o Porto de Rio Grande (RS). Apesar de ser uma grande notícia para a região, é a obra que está em fase mais inicial. Traçado O secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, ficará responsável por buscar a melhor forma de o estado conduzir a situação dos traçados das novas ferrovias. “Desde que eu acompanho essa questão, não tinha visto evoluir nem um
Presidente do Sistema Fiesc, Glauco José Côrte, entregou estudo defendendo traçado original para ferrovia entre MS e S. Francisco
milímetro. Agora, com esse fórum, percebi que o governo apresentou um discurso único e avançou”, opinou Cobalchini. Sobre a postura a ser adotada por Santa Catarina, já que o estado ficou responsável pela definição do traçado ferroviário, Cobalchini disse que o próximo passo é dialogar com os órgãos envolvidos e estabelecer um cronograma de execução das obras. “A lógica é fazer um traçado reto”, adiantou sobre a Ferrovia do Frango. As lideranças do Vale do Itajaí estão confiantes. Com a decisão da União de repassar ao governo estadual a tarefa de definir
o melhor traçado para a Ferrovia do Frango (ou Ferrovia da Integração, como preferem alguns), aumentaram as chances de ver a linha férrea ligar Chapecó à foz do Rio Itajaí, passando por Rio do Sul e Blumenau. Isso porque o ofício entregue pela comissão formada por empresários do Vale ao presidente da Empresa de Planejamento e Logística tem a assinatura do secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Paulinho Bornhausen. O documento lista uma série de motivos que justificariam a ferrovia no Vale do Itajaí.
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Ministro avalia que sem mudanças portos poderão ter sua capacidade esgotada DIVULGAÇÃO
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O ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, avalia que os portos brasileiros terão sua capacidade esgotada em no máximo dois anos. Segundo ele, até 2015 sem os investimentos ou mudanças sugeridas pelo Governo Federal a capacidade dos portos não dará mais conta da demanda, que vem evoluindo a cada ano. Projeta-se uma movimentação de 373 milhões de toneladas para daqui a dois anos, quando, hoje, os portos dispõem de capacidade instalada de 370 milhões de toneladas. Estudando a evolução da movimentação portuária, o governo estima que o déficit, em 2030, alcançará o montante de 487 milhões de toneladas. A Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, têm o objetivo segundo o ministro de tornar os portos públicos, administrados pelo Governo Federal mais competitivo abrindo frentes de concessão de serviços
portuários à iniciativa privada para, dessa forma, chegar a uma redução dos custos da atividade. Além disso, o objetivo é ter mais investimentos para o setor. Números Cada contêiner movimentado no Porto de Santos tem o custo de US$ 360. Esse valor é 47% maior do que o do Porto de Roterdã, na Holanda. Em Hamburgo, na Alemanha, o custo da movimentação de cada contêiner é US$ 273, enquanto em Singapura fica em US$ 197. A fim de atrair o interesse de investidores privados no setor, o governo já vem aplicando recursos nos portos. Foram feitas obras emer genciais, como dragagens de aprofundamento em mais de 20 portos, para navios entrarem e saírem mais pesados com 100% da capa cidade, além da ampliação e sustentação de berços, locais onde os navios atracam.
A expectativa é que o investimento públi co no setor alcance R$ 6,4 bilhões, sendo R$ 3,8 bilhões destinados à dragagem de aprofundamento dos canais e também de manutenção. O montante é complementar aos R$ 8,4 bilhões previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Depois de feita a dragagem, o governo promoverá a licitação e a empresa vencedora poderá explorar o terminal por 10 anos. A manutenç ão ficará sob responsabilidade do vencedor do processo de licitação.
Custo do contêiner movimentado pelo mundo Porto de Santos (Brasil): US$ 360 Porto de Roterdã (Holanda): US$ 250 Porto de Hamburgo (Alemanha): US$ 273 Porto de Singapura: US$ 197
INFORMATIVO DOS PORTOS
INFORMAÇÕES PORTUÁRIAS
Secretaria de Portos promove primeira reunião do Conaportos de 2013 O que faz a Conaportos: - Promove a integração das atividades dos órgãos e entidades nos portos organizados e nas instalações portuárias - Alterações, aperfeiçoamentos ou revisões de atos normativos, procedimentos e rotinas de trabalho que otimizem o fluxo de embarcações - Estabelece mecanismos que assegurem a eficiência na liberação de bens e produtos para operadores que atendam aos requisitos estabelecidos pelos órgãos
Secretário executivo da SEP, Mário Lima
Os procedimentos adotados durante a entrada e saída de um navio no porto foram apresentados na primeira reunião anual da Comissão Nacional das Autoridades nos Portos (Conaportos). O objetivo dos encontros é dar prosseguimento às metas do governo federal de dar competitividade e eficácia na economia brasileira por meio dos portos. As reuniões são organizadas pela Secretaria de Portos (SEP) e conduzidas pelo secretário executivo da SEP, Mário Lima. Durante a reunião também foi apresentado pelo diretor do Departamento de Sistemas de Informações Portuárias da SEP, Luis Cláudio Montenegro, o funcionamento do projeto Porto Sem Papel, que busca
dar celeridade no cotidiano dos portos. Por meio de uma “janela única” virtual, o programa irá digitalizar todo processo anteriormente realizado por papel. Cabe à SEP coordenar as reuniões da comissão com a finalidade de integrar as atividades desempenhadas pelos órgãos e entidades públicas nos portos e instalações portuárias, bem como fornecer apoio técnico e administrativo e meios necessários para o desenvolvimento e evolução das atividades do grupo. As atribuições estão determinadas no Decreto Nº 7.861, de 6 de dezembro de 2012. O Conapor tos tem no seu colegiado um membro representante e respectivo su-
- Propõe medidas adequadas para implementar os padrões e práticas internacionais relativos à operação portuária e ao transporte marítimo.
plente da Casa Civil, dos ministérios da Justiça, Marinha, Fazenda, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Planejamento, Orçamento e Gestão e da Agência Nacional de Transpor tes Aquaviários (Antaq). Entre as atribuições do Conapor tos está promover a integração das atividades dos órgãos e entidades nos por tos organizados, estabelecer mecanismos que assegurem a eficiência na liberação de bens e produtos para operadores que atendam aos requisitos estabelecidos pelos órgãos e propor medidas adequadas para implementar os padrões e práticas internacionais relativos à operação por tuária e ao transpor te marítimo.
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INFORMATIVO DOS PORTOS
Suplemento News INTERMODALIDE DO TRANSPORTE
Programa investe R$ 27,7 bilhões em dois O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) investiu R$ 27,7 bilhões em obras de transporte em todo o país nos últimos dois anos. O diretor de Rodovias e Ferrovias do PAC 2, Marcelo Bruto, disse que a ampliação do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) tem dado “maior agilidade e reduzido a burocracia nas licitações”.Em relação ao setor aeroviário, o superintendente de Licitação e Contratos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), José Antônio Pessoa Neto, afirmou que, nos 34 processos licitatórios feitos pela estatal por meio do RDC, foram economizados R$ 223 milhões, cerca de 11% dos valores estimados.
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O PAC 2 concluiu obras em 15 aeroportos, incluindo as ampliações dos aeroportos de Cuiabá, Goiânia, Guarulhos, Porto Alegre e Vitória, que, segundo o governo, aumentaram a capacidade em 14 milhões de passageiros por ano. Dezenove intervenções para reforma e ampliação de terminais de passageiros estão em andamento em outros aeroportos, como os de Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Manaus e Salvador. O balanço lista também como resultado as concessões dos aeroportos de São Gonçalo do Amarante (RN), Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília, que devem gerar investimentos de pelo menos R$ 16,8 bilhões. Transporte De acordo com o balanço do programa divulgado pelo governo, foram concluídas obras em 1.479 quilômetros de rodovias e há intervenções em mais 8 mil quilômetros. Em relação às obras em andamento, 2.721 quilômetros são de duplicação e adequação de estradas. Mais 5.279 quilômetros estão sendo construídos e pavimentados. Segundo informações do Ministério do Planejamento, há obras de manutenção para
garantir boa qualidade das vias e segurança aos usuários em 53.381 quilômetros. Entre as obras em andamento em outros modais de transporte, o documento do governo destaca os empreendimentos de dragagens, ampliações de cais e píeres concluídos nos principais portos brasileiros, permitindo a operação de navios de grande porte. Para o transporte em hidrovias, foram iniciadas as obras na Bacia do Tietê e a construção de 21 terminais hidroviários na Re-
gião Norte, com 75% executados. No setor ferroviário, o balanço destaca a entrada em operação, em 2012, do trecho de 113 quilômetros entre Alto Araguaia e Itiquira da ferrovia que chegará até Rondonópolis, em Mato Grosso, um dos estados com maior crescimento na produção agrícola nacional nas últimas décadas. Entre as grandes obras em andamento estão os 1.089 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul e os 874 quilômetros da Nova Transnordestina.
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SECRETARIA DE PORTOS
Ampliação do quebramar de Salvador custá R$ 98,5 DIVULGAÇÃO
O Ministro dos Portos, Leônidas Cristino, autorizou a realização das obras de ampliação do quebramar do Porto de Salvador. A obra, orçada em R$ 98,5 milhões, será paga pela Secretaria de Portos (SEP) por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O contrato para a realização da obra, que prevê dobrar a capacidade de movimentação do porto, foi assinado pelo ministro durante reunião na Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) junto com representantes do consórcio Equipav/Ivaí. Segundo o ministro, a ampliação da estrutura do quebramar tem como principal objetivo dar condições de abrigo que possibilitem uma futura ampliação do cais denominado Águas de Meninos. Desta forma, o terminal poderá saltar sua capacidade de movimentação de 500 mil TEUs, em sua configuração atual, para 1 milhão de TEUs. A obra consiste no prolongamento da estrutura existente em 405 metros ao norte. A SEP já
realizou a dragagem de aprofundamento nos portos de Salvador e Aratu e executa ainda a obra do Terminal Marítimo de Passageiros,
que deverá ser concluída em maio deste ano. Todas as obras totalizam cerca de R$ 240 milhões em investimentos do governo federal.
Distribuidoras querem investir em terminais do Norte e Uma proposta encaminhada à Secretaria de Portos (SEP), ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional do Petróleo (ANP) pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) mostra a intenção de três grandes distribuidoras de combustíveis do Brasil investirem R$ 300 milhões em terminais portuários do Norte e Nordeste do Brasil. O investimento da BR Distribuidora, a Ipiranga e a Raízen seria uma contrapartida à renovação dos contratos de arrendamento desses termi-
nais, que são anteriores à Lei dos Portos, de 1993, e estão vencidos. A renovação dos contratos de arrendamento vem sendo discutida com o governo no marco da Medida Provisória 595, que muda regras para operação dos portos. O presidente da entidade, Alísio Mendes Vaz, diz que a proposta das empresas apresentada ao governo é renovar os contratos por 10 anos. Seria um período de transição ao final do qual se faria uma nova licitação, se-
gundo o pleito do Sindicom. Os terminais das distribuidoras com contratos vencidos estão localizados nos portos de Maceió (AL), Cabedelo (PB), Itaqui (MA), Belém e Santarém (PA). Vaz diz que a renovação dos contratos é importante nas regiões Norte e Nordeste, regiões cuja demanda por derivados (gasolina e diesel) cresce acima da média nacional. Ele afirma que nos últimos três anos a demanda por gasolina e diesel cresceu 40%, em média, no Nordeste.
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EFICIÊNCIA EMPRESARIAL
Planejamento garante crescimento acima da média à ANX Logistics O crescimento de 157% no primeiro bimestre de 2013, comparado ao mesmo período de 2012, revela um potencial de mercado surpreendente. Composta por profissionais jovens, dinâmicos e inovadores e com ex periência adquirida ao longo de 20 anos de atuação no transporte internacional, a ANX International Logistics tem conquistado a confiança do mercado dentro e fora do Brasil quando o assunto é transporte internacional de cargas. Com foco em transporte marítimo na importação e exportação FCL & LCL, transporte aéreo e seguro internacional, a ANX Logistics conta com uma rede consolidada de parceiros que atuam também no transporte rodoviário nacional e internacional, desembaraço e armazenagem. A abertura de filiais no ano passado garantiu o crescimento acima da média entre empresas do segmento nos dois primeiros meses deste ano.
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Ailton Nogueira e Endson Kuo, diretores da ANX em viagem à China
Segundo o sócio-diretor da ANX Logistics no Sul, Cristhian Werner, uma recente pesquisa realizada com os clientes para identificar os diferenciais da ANX frente aos concorrentes apontou o atendimento personalizado e o tempo de retorno como “excelentes”. “Entendemos que estamos no caminho certo. Os investimentos na empresa ajudam a destacar nossos diferenciais e pontos positivos”, observa o diretor.
gico cumprido à risca pelos colaboradores. “Temos uma equipe preparada e focada para angariar clientes de grande porte em segmentos diversos, a exemplo de eletrodoméstico, têxtil, maquinário e artigos para bazar”, enfatiza. Com clientes centralizados nas regiões Sul e Sudeste, a ANX Logistics deve ampliar a atuação na região Nordeste em 2013. “O Brasil é um país com muito espaço para crescer. Temos regiões muito carentes de atendimento nesta área”, afirma o diretor geral da ANX, Ailton Nogueira
Para Werner, o crescimento alcançado em 2012 é fruto de um planejamento estraté-
A empresa conta com uma rede de agentes que abrange todos os continentes, com volu-
me de negócios mais assíduos na China, Índia, Coreia do Sul, Japão, Indonésia, Malásia, Alemanha, Turquia, Israel, Suécia, Espanha, Estados Unidos, Chile e Argentina. Nos dois primeiros meses deste ano, a empresa identificou o crescimento de volume nos negócios envolvendo os segmentos têxtil e maquinários da Turquia, China e Alemanha. Recentemente, os diretores da ANX Brasil foram à China visitar prestadores de serviço e parceiros. A ideia é, cada vez mais, encurtar distâncias e aproximar serviços e negócios para prestação de atendimento ao cliente que se relaciona com o mercado internacional.
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MEIO AMBIENTE
Química verde busca tratamento de resíduos de forma sustentável O terceiro maior terminal portuário de contêineres do Brasil agora tem uma nova rota urbana para recebimento e entrega de mercadorias. O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) criou a chamada “Linha Marrom”, com o objetivo de retirar o fluxo de caminhões da cidade e organizar a logística de contêineres, evitando congestionamentos. Segundo o diretor superintendente do terminal, Juarez Moraes e Silva, a medida vem para complementar o Sistema de Agendamento, que já obteve sucesso ao diminuir o número de caminhões e o tempo de permanência na fila de entrada do TCP desde sua instalação, em novembro de 2012. O fluxo viário tem início na entrada da cidade e o acesso alternativo se dá a partir da Rodovia BR-277 até o entroncamento com a Rua Ma-
noel Bonifácio, de onde já entra na rua Barão do Rio Branco em direção ao terminal. A nova rota foi concebida em parceria com o Ministério Público, Polícia Rodoviária Federal, Administração dos Portos de Paranaguá e An tonina (Appa), Prefeitura de Paranaguá e terminais portuários agrícolas. A ordem de serviço estabelece o Regulamento de Escoamento de Cargas e de Uso do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá, ao qual o fluxo dos caminhões com carga conteinerizada está inserido, e pode ser acessada pelo endereço www. portosdoparana.pr.gov.br.
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EXPORTAÇÃO DE MILHO
Brasil pode superar os Estados Unidos pela primeira vez na DIVULGAÇÃO
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O Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos e assumir, pela primeira vez, o posto de maior exportador mundial do milho na temporada 2012/2013. Além do Brasil, os norte-americanos também enfrentam forte competição de Argentina e Ucrânia. Juntos, os três concorrentes dos americanos devem responder por 41% das exportações mundiais, contra 18% de 10 anos atrás. A avaliação foi feita pelo USDA, o departamento de agricultura norte-americano, durante o Agricultural Outlook Forum, fórum mundial do agronegócio realizado em Arlington, no estado da Virgínia (EUA). Segundo o órgão, que considera na projeção o ano fiscal norte-americano (outubro de 2012 a setembro de 2013), as vendas externas de milho dos Estados Unidos devem levar um tombo de 38% em 2013 e recuar ao menor patamar desde o início dos anos 1970. Nas contas do USDA, serão 24 milhões de toneladas dos Estados Unidos contra 24,5 milhões de toneladas do Brasil. “Nos últimos quatro meses, o Brasil
exportou cerca de 14 milhões de toneladas, mais do que o dobro dos embarques dos EUA no mesmo período”, sustenta o documento divulgado durante o fórum. Para o economista-chefe do USDA, Joseph Glauber, os números previstos para 2013 refletem a magnitude da seca de 2012 no balanço de oferta e demanda dos EUA. Segundo ele, apesar das vendas fracas, os preços nos EUA ainda são pouco competitivos no mercado mundial, o que justifica em parte o desempenho. “Devido aos recordes de produção e à demanda interna mais baixa, que aumentou seus excedentes exportáveis, o Brasil vai ultrapassar os americanos como maior exportador mundial de milho. Será a primeira vez em quatro décadas que cederemos o posto”, observou Glauber. Estoques A liderança brasileira, no entanto, deve ter vida curta. Segundo Glauber, os Estados Unidos pro-
vavelmente irão recuperar a posição de maior exportador de milho no ano fiscal de 2014. Na avaliação do USDA, o plantio recorde esperado para o ciclo 2013/14 e um clima mais favorável às lavouras devem permitir ao país recompor os estoques e retomar competitividade no mercado internacional no próximo ano. O excedente de milho norte-americano, que recuou ao mais baixo patamar em 17 anos na temporada passada, deve triplicar neste ano, chegando a 55 milhões de toneladas, o dobro do nível considerado confortável. O alívio no abastecimento deve resultar em forte pressão sobre os preços. “As vendas antecipadas darão algum suporte de renda aos produtores, mas no pico de colheita entre outubro e novembro as cotações devem cair para perto de US$ 4”, estima o relatório do USDA. O preço médio do bushel (25,4 quilos) da temporada 2013/14 está projetado em US$ 4,80, queda de US$ 2,40 em relação ao valor médio da safra 2012/13
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INDÚSTRIA PARANAENSE
Paraná tem potencial para diversificar pauta de O Paraná tem potencial para diversificar e agregar valor à sua pauta de exportações. A afirmação é da secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, que participou de palestra na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Atualmente, o Paraná é o quarto maior exportador entre todos os estados do país, respondendo por 7,3% das vendas brasileiras para outras nações, e o terceiro maior importador, com 8,7% do total.
ASSCOM/APPA
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Em 2012, apesar de ter registrado déficit em sua balança comercial, o estado teve recorde no volume de exportações (US$ 17,7 bilhões) e de importações (US$ 19,4 bilhões). “O Paraná teve um déficit na balança comercial em 2012, mas isso não nos preocupa em função da realidade econômica do estado”, disse Tatiana Prazeres. “O Paraná importa muitas peças, partes e componentes em função de uma matriz produtiva importante para produção, por exemplo, de veículos, que também são exportados. Esse fluxo comercial intenso reflete a realidade econômica diversificada e rica da matriz industrial”, acrescentou. Em relação às vendas paranaenses para o exterior, 47% foram de produtos básicos. Os principais itens exportados foram soja em grãos (US$ 3,3 bilhões), carne de frango (US$ 1,8 bilhão) e farelo de soja (US$ 1,4 bilhão). Já os produtos semimanufaturados responderam por 13% das exportações, enquanto os manufaturados representaram 38%. Nessa última categoria, o setor da indústria que mais se destacou foi o de automóveis, com US$ 803 milhões comercializados com outros países. Para Tatiana Prazeres, o Paraná tem condições de agregar valor à sua pauta de exportações. “Nosso desafio é estimular a venda de industrializados brasileiros, o que faz dife-
rença na nossa balança comercial”, ressaltou. “O Paraná já tem uma vocação exportadora importante, mas existe uma série de setores com maior potencial. A ideia é que possamos atrair mais empresas para o comércio exterior a partir do Estado”, declarou. Para que isso aconteça, o MDIC já vem desenvolvendo alguns programas que fazem parte do Plano Nacional da Cultura Exportadora. Entre eles, ações que facilitem o acesso de empresas a financiamentos e o Projeto Primeira Exportação, que capacita empresas com potencial exportador para que realizem sua
primeira negociação com o exterior. Desafios Durante a palestra, promovida pelo Centro Internacional de Negócios da Fiep, a secretária também apontou alguns dos desafios que o Brasil precisa superar para ampliar suas exportações. O principal deles é a simplificação do processo das operações de comércio exterior. “Precisamos estar atentos cotidianamente para identificar oportunidades de simplificar essas operações, o que traz um ganho de competitividade significativo para nosso setor exportador”, afirmou.
INFORMATIVO DOS PORTOS
Quem também elogiou a possibilidade de diálogo com o MDIC foi o vice-presidente da Fiep, Rommel Barion, que coordena o Conselho Temático de Comércio Exterior da entidade. “O Brasil é um país de muita diversidade e cada região tem suas particularidades. É importante saber as ações que o ministério tem para o Paraná para que aumentemos nossas exportações”, enfatizou.
Mauro Frasson
Segundo ela, o diálogo direto com empresários, como o promovido pela Fiep, é importante para a busca por soluções para esses entraves: “São essas pessoas que estão no dia a dia do comércio exterior e é importante que coloquem suas sugestões”. Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, a ampliação do diálogo entre os setores público e privado é o caminho para que o país avance. “O poder público tem que se unir mais ao privado para perceber onde estão as dificuldades e os maiores problemas”, declarou. “O governo federal tem tido muito boas ações e intenções, mas ainda temos um Custo Brasil muito alto. Precisamos buscar soluções em conjunto ou não chegaremos a resultados práticos”, completou.
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Rommel Barion, Tatiana Prazeres e Edson Campagnolo, durante palestra na Fiep
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Suplemento News INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
Reconstrução do berço 1 está com quase 50% da estrutura A APM Terminals, empresa arrendatária de dois berços no Porto de Itajaí, está com 40% das estacas e quase 50% da estrutura pré-moldada concluída na obra de reconstrução do berço 1. A estrutura do terminal — avariada por conta da enchente que atingiu o Vale do Itajaí no segundo semestre de 2011 — será entregue em setembro deste ano, e a proteção de fundo, dois meses depois. Segundo o superintendente da APM Terminals, os trabalhos de reconstrução estão a todo o vapor e dentro da margem de cronograma estipulado. O berço 1 foi parcialmente destruído pela força da correnteza do Rio Itajaí-Açu, que provocou forte erosão e expôs as estruturas do cais. “Com a estrutura recuperada, teremos mais uma opção de atracação de navios, seguindo os mesmos padrões de qualidade com que já operamos a movimentação de contêineres no porto”, comenta o superintendente da APM Terminals Itajaí, Ricardo Arten. Junto com a reconstrução do berço 1, a APM Terminals Itajaí faz um investimento extra de proteção do cais no fundo do rio para que ele resista a eventos excepcionais como as correntezas da enchente de 2011. O objetivo desta obra de reforço, semelhante a um colchão de proteção da estrutura, será concluída em novembro, com o objetivo de evitar a erosão e a exposição das estruturas do cais em situações semelhantes no futuro.
ASSCOM/APPA
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MODERNIZAÇÃO PORTUÁRIA
NELSON ROBLEDO
Itajaí busca experiência no porto espanhol de
A modernização do Porto de Itajaí pode utilizar como base a experiência do Porto de Valência, na Espanha. A experiência de Valência na modernização da gestão portuária e a proposta para um modelo para os portos brasileiros foram apresentadas em Itajaí pelo economista e professor da Universidade de Valência e diretor a Autoridade Portuária da cidade homônima, Arturo Giner Fillol, durante palestra realizada pela Associação Empresarial de Itajaí (Acii). O economista tem ampla experiência em gestão portuária, inclusive com diversos livros e artigos internacionais publicados sobre o tema.
também os portos de Sagunto e Gandía — tem seu foco nas cargas conteinerizadas. Seu modelo de gestão é caracterizado pela inovação, o que o torna conhecido internacionalmente. Exemplo dessa inovação é o Sistema de Qualidade Global adotado pela Autoridade Portuária de Valência. A ação engloba certificações internas e externas, com o objetivo de assegurar uma marca de garantia aos serviços oferecidos, o que faz com que eles sejam vistos como referência pelo mercado internacional.
Líder no comércio do Mediterrâneo e considerado a porta de entrada para a península ibérica, o Porto de Valência — que engloba
Para o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Júnior, inovação e ousadia também marcam o modelo de ges-
Inovação
tão adotado em Itajaí. “Fomos o primeiro porto do Brasil a ser municipalizado, temos uma excelente relação com a comunidade local e estamos constantemente quebrando paradigmas, até que no ano passado atingimos a marca de mais de 1 milhão de TEUs movimentados”, comenta Ayres. A intenção do Porto de Itajaí é ampliar ainda mais sua participação no mercado. Para isso, busca implementar um programa de qualidade semelhante ao praticado em Valência. “Temos certeza que, com todos os procedimentos — do porto e de toda a cadeia logística no entorno — certificados, ganharemos ainda mais destaque nos cenários nacional e internacional”, acrescenta Antônio Ayres.
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INFORMATIVO DOS PORTOS
Suplemento News MOVIMENTAÇÃO
DE
MERCA-
Novo serviço do complexo portuário reforça relação comercial com o continente africano A chegada de um navio RHL Aqua marcou o início da operação de uma nova linha no Complexo Portuário do Itajaí-Açu no início de março. O serviço Sanwaf, que já opera em outros portos brasileiros, faz ligação com os portos de Luanda e Pointe Noire, na África, e terá duas escalas semanais na APM Terminals, arrendatária de dois berços do Porto de Itajaí.
DANI BONIFÁCIO
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A maior parte dos embarques no novo serviço será de carne congelada. As cargas frias, chamadas reefer, são o principal produto exportado no complexo portuário, que responde pela maior movimentação desse tipo de mercadoria no país. “O novo serviço gera mais movimentação e é bom para a cadeia portuária”, explica o diretor executivo do Porto de Itajaí, Heder Cassiano Moritz. Para o superintendente da APM Terminals Itajaí, Ricardo Arten, “o novo serviço no terminal fortalece ainda mais o foco estratégico no cliente e no desenvolvimento econômico de Itajaí e região”. O comércio com a África não é novidade nos portos de Itajaí e Navegantes. Os terminais locais operam também linhas na Europa, Ásia, América Central, América do Sul e América do Norte. Na Portonave, em Navegantes, a última linha inaugurada foi a ESA, que
leva aos portos internacionais de Shangai, Ningbo, Yantian, Hong Kong e Cingapura, na Ásia, e Montevidéu e Buenos Aires, no Uruguai e na Argentina. Por enquanto, apenas a Oceania não faz parte das rotas operadas na região. Segundo
Moritz, um reflexo das relações de comércio exterior. “Não temos ainda relação de venda para aquele destino”, observa. Os dois portos na África onde o novo serviço opera ficam em uma região de grande crescimento econômico e carente de bens de consumo como frango, fubá, milho e linha branca.
Porto de Itajaí organiza mutirão “Juntos pelo A segunda edição do mutirão de limpeza “Juntos pelo Rio” foi realizado em 23 de março, com a organização da Gerência de Meio Ambiente do Porto de Itajaí, em parceria com o Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infraestrutura (Semasa), Fundação do Meio Ambiente
de Itajaí (Famai), e apoio de empresas ligadas à área portuária, pesqueira e de navegação dos municípios de Itajaí e Navegantes. O evento também contou com a participação da Capitania nos Portos, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. A ação foi alusiva ao “Dia da Água” e buscou
a limpeza do Rio Itajaí-Açu em suas duas margens, com a retirada do lixo acumulado em área delimitada entre os molhes e a ponte da BR101. Também foi realizada a limpeza do Saco da Fazenda e ações educativas, que aconteceram durante todo o dia na Vila da Regata.
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CAMADA PRÉ SAL
Navio plataforma Itajaí entra em operação DIVULGAÇÃO
O navio plataforma Cidade de Itajaí, que deu início à produção de petróleo no campo de Baúna, no Bloco BMS-40, no pós-sal da poção sul da Bacia de Santos, que pertence à Petrobras, acaba de entrar em operação. A plataforma FPSO é uma unidade flutuante que produz, armazena e transfere petróleo. Conectada ao poço 9-SPF-88, a plataforma Cidade de Itajaí tem potência de produção de 12 mil barris por dia. Outros 10 poços, sendo que são cinco produtores, quatro injetores de água e um injetor de gás, serão interligados à plataforma nos próximos meses, complementando o Plano de Desenvolvimento das Acumulações de Tiro e Sidon. A previsão é que o pico de produção seja atingido em agosto deste ano. A plataforma Cidade de Itajaí, que pertence ao consórcio OOG-TK (Odebrecht e Teekay), foi convertida no estaleiro Jurong em Cingapura, e afretada à Petrobras. A unidade está instalada em profundidade de água de 275 metros, a 210 quilômetros da costa. O petróleo produzido será escoado por navios aliviadores. Descobertas As descobertas de petróleo do pré-sal brasileiro podem chegar a 35 bilhões de barris recuperáveis de óleo equivalente, em uma estimativa conservadora. “As descobertas do pré-sal já avaliadas sugerem que temos um volume de óleo recuperável que é mais que duas vezes as reservas provadas brasileiras, ou seja, podemos triplicar nossas reservas apenas com os volumes já avaliados”, afirma o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida.
As reservas provadas de petróleo do Brasil estão estimadas em 14,52 bilhões de barris, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), sem considerar o gás. O número da ANP exclui reservas de cam-
pos sem plano de desenvolvimento aprovado e que não iniciaram produção. “Existe um potencial enorme no pré-sal e isso vai ser desenvolvido com o tempo. A gente ainda vai ter surpresas bastante agradáveis”, finaliza Almeida.
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA
RTS Brasil patrocina evento de segurança, controle e automação A RTS Brasil participou do Security Show Room em Joinville (SC) no dia 14 de março. O evento foi promovido pela empresa Securytech e teve como foco as tecnologias aplicadas a sistemas integrados de segurança, controle e automação. A programação do show room foi realizada no Bourbon Business Hotel e reuniu representantes dos setores público e privado.
LUCIANO DIAS
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Patrocinadora máster do evento, a RTS Brasil fez exposição do ICR — Reconhecimento Inteligente de Caracteres — e deixou o público impressionado com a eficiência e segurança da solução. O sistema é capaz de identificar de forma automática, sem intervenção humana, as placas de veículos, identificações de contêineres e vagões ferroviários. Além da exposição com demonstração do equipamento, o consultor de tecnologia da informação (TI) e soluções de tecnologia, Sidnei Luiz de Souza, comandou uma palestra que prendeu a atenção dos par ticipantes. Desde 31 de dezembro de 2012, todos os portos e recintos alfandegados do país deveriam implantar um sistema de segurança digital. Batizado originalmente de Intelligent Character Recognition, a solução fabricada pela RTS Brasil atende 100% às normas de segurança da Receita Federal Brasileira. De acordo com o diretor comercial da empresa, Antônio Klodzinski, a solução permite o monitoramento dos veículos e oferece total segurança, eliminando riscos de fraudes ou erros. O ICR ainda proporciona um considerável aumento de produtividade nas operações de entradas e saídas de veículos e cargas em recintos alfandegados.
Um dos principais fornecedores da Securytech, a RTS Brasil apostou forte no evento. “Nós confiamos nossa tecnologia à Securytech por se tratar de uma integradora extremamente respeitada, que conta com uma equipe altamente qualificada e mantém parcerias com grandes players do mercado. Ficamos muito satisfeitos com o resultado do evento”, destacou Klodzinski. E segundo o diretor de tecnologia da RTS Brasil, Claudio Santos, o principal objetivo da participação no evento foi apresentar a Joinville o que existe de melhor e mais avançado no mercado mundial, além de criar a conscientização pela importância da implantação dos sistemas
de controle e segurança. Programação e público A anfitriã, Securytech, expôs as possibilidades e soluções que disponibiliza aos seus clientes com a implantação de hardwares e softwares de tecnologias de ponta e sistemas dos mais complexos e eficazes do mercado mundial. Empresários e profissionais das áreas de segurança e TI formaram um público que reuniu representantes da Secretaria de Segurança Pública de Joinville, polícia federal, shopping centers, supermercados,
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LUCIANO DIAS
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O consultor Sidnei Luiz de Souza, os convidados Jairton Vieira, André Fernandes, Maxmíllian Veras Rodrigues, Jerson Pergoraro, o secretário de Segurança de Joinville, Francisco José da Silva, e o diretor de tecnologia, Cláudio Santos, junto ao coordenador do evento, Roger Medke
terminais portuários e empresas das mais diversas áreas de atuação com interesses comuns em novidades tecnológicas e inovações, principalmente em segurança. O coordenador do show room, Roger Medke, considerou o evento um sucesso. “Selecionamos um público bem específico e o objetivo da empresa e dos parceiros, com certeza, foi alcançado. Segurança é uma área que precisa de inovação e profissionalização em todo momento e é essencial mostrar ao mercado que existem soluções de alta tecnologia e complexidade para controle e monitoramento. Quando há comprometimento e qualidade por parte dos fornecedores, integradores e clientes, o custo-benefício vale muito a pena”. Outros fornecedores nacionais e internacionais também apresentaram palestras com demonstrações e explicações dos seus produtos. As soluções como Smart Track (sistema de vigilância móvel em trilhos), vídeo de vigilância em rede IP e controle de acesso integrado aos mercados de segurança física e pública e soluções em redes ópticas PON LAN abriram os olhos das empresas privadas e órgãos públicos para a implantação das melhorias em segurança. O secretário de segurança de Joinville, Francisco José da Silva, acredita que as empresas têm dado cada vez mais prioridade e atenção à segurança e afirmou a intenção da secretaria em fazer uso das tecnologias inovadoras demonstradas no evento. “As tecnologias apresentadas são de primeira linha, de vanguarda. O sistema de monitoramento, reconhecimento de placas e, efetivamente, as soluções de vídeo monitoramento IP com câmeras profissionais de alta qualidade fazem parte do contexto da segurança pública”, destacou Silva. Atento a tudo o que foi exposto, o agente especial de polícia federal, Maxmíllian Veras Rodrigues, admitiu que ficou surpreso com tudo o que viu e ouviu durante o evento. “Foi muito interessante. Acredito que algumas das soluções apresentadas podem ser implantadas na polícia federal para o controle externo. Também temos interesse em renovar e melhorar as câmeras da própria delegacia. Segurança é uma área que tem crescido de maneira vertiginosa e esta preocupação é constante, cada vez mais as pessoas se empenham em evoluir tecnologicamente”.
Marketing RTS Brasil
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SETOR AVÍCOLA
Exportações de carne de frango começam a dar sinal de recuperação Os embarques de carne de frango nacional começam a dar sinais de recuperação frente ao mercado internacional. As vendas avançaram em fevereiro em comparação há um ano, mas ainda estão abaixo da marca no acumulado em relação ao primeiro bimestre de 2012. Nos dois primeiros meses, os embarques do produto nacional atingiram 582 mil toneladas, compensando em parte a queda das exportações de janeiro (que foi de 11,6%), mas ainda registrando saldo negativo em 4,7% na comparação com os dois primeiros meses do ano passado. Em receita o resultado é positivo em 3,8%, com total de US$ 1,2 bilhão comercializado no período.
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Levantamento feito pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef) indica que as exportações brasileiras de carne de frango registraram alta de 3,3% nos volumes embarcados durante o mês de fevereiro, em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 291,1 mil toneladas. Em receita, o resultado foi ainda melhor, de 15,9%, segundo o mesmo comparativo, com US$ 626,7 milhões no segundo mês de 2013. A exportação de carne de frango em janeiro apresentou queda de 11,7% em relação ao mesmo mês de 2012, totalizando 290,4 mil toneladas, conforme dados da entidade. Em termos de receita cambial, houve queda de 6,7% no mesmo período, com total de US$ 592 milhões.
sempenho dos dois primeiros meses. O ponto importante e fundamental é que temos mantido nossa fatia de mercado, em especial entre os maiores importadores da carne de frango do Brasil”, destaca Turra.
ainda haja reflexos da crise enfrentada durante o segundo semestre do ano passado, com a redução dos níveis de produção.
De acordo com o presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra, usualmente os primeiros meses indicam o comportamento que o setor terá no decorrer do ano. Entretanto, 2013 tem se mostrado atípico nesse sentido, com resultados bastante diferentes em janeiro e fevereiro. “Não há estabilidade e é notável a forte oscilação de resultados na comparação de de-
Apesar dos números negativos, Francisco Turra explica que os níveis de exportação de janeiro deste ano foram superiores à média histórica para o período, ficando abaixo apenas do primeiro mês de 2012, com resultado considerado atípico e acima até da média estabelecida durante o ano passado. De qualquer forma, segundo o presidente da entidade, é notável que
Na análise por produto, os cortes foram o principal item exportado pelo setor avícola em janeiro, com 152,5 mil toneladas, resultado 7,3% menor que o mesmo volume do ano passado. Na segunda posição, o frango inteiro registrou queda de 16,9% no volume embarcado, com total de 107,3 mil toneladas. Em terceiro lugar, as exportações de carnes salgadas totalizaram
Resultados
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Desempenho das exportações em janeiro: Cortes de frango: 152,5 mil toneladas Frango inteiro: 107,3 mil toneladas Carnes salgadas: 17,3 mil toneladas Produtos industrializados: 13,2 mil toneladas
17,3 mil toneladas, volume 12,5% menor em relação ao ano passado. Por fim, no quarto posto, os embarques de produtos industrializados alcançaram 13,2 mil toneladas, 13,6% menor que o total obtido em janeiro de 2012. Segundo dados da Ubabef, o Oriente Médio representou em janeiro o principal mercado da carne de frango brasileira, com 106 mil toneladas, resultado 3,8% menor do que o registrado no mesmo período em 2012. Em segundo lu-
gar, a Ásia foi responsável por 82,3 mil toneladas, volume 5,8% inferior ao obtido no mesmo período do ano passado. Na terceira posição, os embarques para a África reduziram 24%, com 40,4 mil toneladas. Já a União Europeia, quarta maior importadora de frango brasileiro, foi responsável por 34,7 mil toneladas do total embarcado, resultado 21% menor em relação às exportações realizadas para o destino no primeiro mês do ano passado.
Principais compradores do frango nacional: Oriente Médio: 106 mil toneladas Ásia: 82,3 mil toneladas África: 40,4 mil toneladas União Europeia: 34,7 mil toneladas
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LINHA MARROM
TCP cria nova rota de acesso para O terceiro maior terminal portuário de contêineres do Brasil agora tem uma nova rota urbana para recebimento e entrega de mercadorias. O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) criou a chamada “Linha Marrom”, com o objetivo de retirar o fluxo de caminhões da cidade e organizar a logística de contêineres, evitando congestionamentos. Segundo o diretor superintendente do terminal, Juarez Moraes e Silva, a medida vem para complementar o Sistema de Agendamento, que já obteve sucesso ao diminuir o número de caminhões e o tempo de permanência na fila de entrada do TCP desde sua instalação, em novembro de 2012. O fluxo viário tem início na entrada da cidade e o acesso alternativo se dá a partir da Rodovia BR277 até o entroncamento com a Rua Manoel Bonifácio, de onde já entra na rua Barão do Rio Branco em direção ao terminal.
A nova rota foi concebida em parceria com o Ministério Público, Polícia Rodoviária Federal, Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Prefeitura de Paranaguá e terminais portuários agrícolas. A ordem de serviço estabelece o Regula-
mento de Escoamento de Cargas e de Uso do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá, no qual o fluxo dos caminhões com carga conteinerizada está inserido e que pode ser acessado pelo endereço www.portosdoparana.pr.gov.br.
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TRADIÇÃO EMPRESARIAL
Martini Meat completa 40 anos de atividades no setor DIVULGAÇÃO
operacional. A empresa também planeja expandir a atividades em 2014 para outros estados brasileiros. “Existe um planejamento estratégico em curso que deverá ser anunciado em breve ao mercado”, comenta Marcelo Ostrowski.
Unidade Rio Grande
Uma das empresas mais atuantes no ramo de armazenagem e operação de cargas frigorificadas completa 40 anos em 2013. Com 65% de seu faturamento focado em área frigorificada (armazéns, câmaras frias e terminais para contêineres reefer), a Martini Meat tem atuação nos três estados do Sul do Brasil, com planejamento estratégico para ampliar os serviços para outras regiões do Brasil. A ideia, segundo o gerente comercial da empresa, Marcelo Ostrowski, é tornar-se um dos principais operadores logísticos do país. Com crescimento estimado em 18% ao longo deste ano, a empresa registrou resultado muito bom em 2012. Segundo Marcelo, o principal ramo de atividade (armazenagem e operação frigorificada) teve desempenho superior às expectativas e foi responsável por um importante crescimento em relação a 2011. No ano passado, a empresa inaugurou a unidade de Rio Grande (RS), que conta com pátio para containeres vazios e unidades cheias com 200 plugs reefer, e 13 mil toneladas de capacidade estática com habilitação para os principais mercados mundiais,
além das ampliações de capacidade de estocagem de produtos frigorificados da Martini Meat em Itajaí (SC), que passou de 11 mil toneladas para 17 mil toneladas estáticas. A empresa ainda ampliou a estrutura de Ponta Grossa (PR) em 50%, onde o espaço disponível passou de 40 mil para 60 mil toneladas nas operações de granéis, com a construção de novos silos, além da grande estrutura para armazenagem de fertilizantes, ambos com integração ferroviária e moegas independente. “A empresa esteve em linha com o mercado e o crescimento foi obtido de maneira sustentável, com aquisição de novos implementos e maquinários operacionais, além da formatação de uma equipe qualificada e comprometida com os resultados da organização”, explica o gerente comercial.
Além das operações com cargas frigorificadas, a empresa atua com área de granéis estabelecida no terminal de Ponta Grossa (PR), cargas secas em Paranaguá e Ponta Grossa, armazenagem alfandegada, sobretudo para movimentações de importação, e intermodalidade oferecida nas unidades de Rio Grande e Ponta Grossa. A Martini Meat também dispõe de uma série de serviços acessórios como fracionamento/picking de cargas, repaletização, logística integrada e desunitização de cargas LCL. Entre os principais diferenciais da empresa está a infraestrutura disponibilizada em todos os terminais e a possibilidade de aliar a qualidade operacional a outras alternativas logísticas, agindo de forma integrada com transportadoras, depot de contêineres vazios multi-armadores, pré-stacking para contêineres reefer cheios e integração ferroviária. A Martini Meat também abriga órgãos intervenientes, como a Receita Federal e o Mapa, que atendem pontualmente em algumas unidades, agilizando o trâmite de documentos e a celeridade nos processos de importação e exportação. Diversificação
Investimentos Em 2013, os investimentos da Martini Meat serão destinados às unidades já existentes e na melhoria e ampliação da capacidade estática e
Mesmo tendo as atividades focadas principalmente nas operações frigorificadas, a Martini Meat procura diversificar as atividades. Atualmente, a empresa não está mais restrita à
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A Martini Meat é constantemente auditada pelos mais rígidos certificadores para atestar a seriedade do balanço financeiro e demonstrar ao mercado que vem crescendo de maneira segura e sustentável. Além disso, segundo Marcelo, a empresa investe constantemente em treinamento dos seus profissionais, para que possam oferecer soluções imediatas e pontuais a cada atendimento aos clientes, atuando dentro da legislação competente e dentro das normas ISO 9000, com forte ênfase em gestão de qualidade.
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movimentação de congelados para exportação. “Atendemos inclusive o mercado interno, algumas atividades de estufagem de containeres com granéis, produtos resfriados e cargas gerais, além de outros projetos específicos”, comenta Marcelo. Tal diversificação, segundo o executivo, ajuda a mitigar os riscos empresariais em época de crises econômicas internacionais e a posicionar a marca de forma estratégica.
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Unidade Paranaguá
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INDÚSTRIA CATARINENSE
GM inaugura unidade no Norte de Santa Catarina
A primeira unidade da General Motors em Santa Catarina vai empregar pelo menos 500 pessoas até o final de 2013, segundo o vice-presidente da montadora no Brasil, Marcos Munhoz. A primeira fábrica de motores e cabeçotes da marca no Brasil acaba de ser inaugurada em Joinville (SC). A indústria irá produzir motores 1.0 e 1.4 e cabeçotes (parte de cima do motor) de alumínio que irão abastecer as fábricas da Chevrolet em Gravataí, no Rio Grande do Sul, e de Rosário, na Argentina. A unidade de Joinville começou a operar em outubro de 2012 com a fabricação de cabeçotes. Com área total de 500 mil metros quadrados, sendo 30 mil de área construída, a unidade fabril recebeu R$ 350 milhões em investimentos. Por ano, deve gerar faturamento de R$ 250 milhões. “A produção de motores e componentes em Santa Catarina tem como objetivo ajudar a alavancar o crescimento da GM em toda a região, que ganhou mais importância ainda dentro da companhia com a criação da divisão GM América do Sul”, afirma o presi-
dente da empresa, Jaime Ardila. Para alcançar a meta da GM de produção anual no próximo ano — 200 mil cabeçotes e 120 mil motores —, a RH Brasil, agência de recrutamento responsável pelas contratações, trabalha com o cronograma de vagas passado pela empresa. Em 2013, a companhia produzirá apenas parte desta meta por causa da conclusão da unidade. Os funcionários trabalharão em ambiente totalmente climatizado. A tecnologia de ponta instalada para garantir taxa zero de geração de gases no meio ambiente proporciona um ambiente de baixo ruído. “Fizemos a fábrica mais sustentável do mundo e estamos prestes a receber a certificação Leadership in Energy an Environmental Design (LEED). É um certificado tão exigente que colocamos em nossas ações de rotina a lavagem dos pneus dos caminhões”, explica Munhoz. Localização Dois fatores determinaram a instalação
da fábrica no Norte catarinense: o setor logístico e a vocação metal mecânica. A localização de Joinville é estratégica sob o ponto de vista operacional da fábrica, já que fica instalada no corredor rodoviário que liga São Paulo ao Rio Grande do Sul. Além disso, a cidade está a 100 quilômetros de distância dos portos de Paranaguá, no Paraná, e de Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul e Imbituba, ambos em Santa Catarina, fatores que facilitam a exportação e o transporte das peças para outros estados. Dados da Secretaria Municipal de Integração e Desenvolvimento Econômico apontam que existem cerca de 400 empresas de ferramentaria na cidade, o que indica uma mão de obra especializada. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, avalia que investimentos como o da fábrica de motores da General Motors, em Joinville, são sempre importantes porque contribuem para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina, com a geração de mais mercado de trabalho.
Além dos empregos, o principal benefício da fábrica da GM em Santa Catarina será a geração de tecnologia de ponta e de valor agregado para a indústria da região. A General Motors está no Brasil desde janeiro de 1925 e possui três complexos industriais, que produzem veículos, em São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS). Também conta com unidades em Mogi das Cruzes (SP), Indaiatuba (SP) e um Centro Tecnológico, em São Caetano do Sul (SP), além da fábrica de motores recém-inaugurada no estado. Para o presidente da Federação das Indústrias do estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, não há dúvidas de que a cadeia produtiva no Estado vai incorporar uma nova fase para a indústria. “Santa Catarina é repleta de potencialidades”, enfatiza. Ele afirma que as conversas entre a entidade e empresas do setor têm sido recorrentes nos últimos tempos.
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LOGÍSTICA INTERNA
Navegação de cabotagem brasileira transporta 138 milhões de toneladas A navegação de cabotagem cresceu 4% em 2012 em comparação com 2011. Dos 138 milhões de toneladas transportadas por navegação interna no ano passado, 79% corresponderam a cargas de granel líquido, com 109 milhões de toneladas; 12% de granel sólido (17 milhões de toneladas); 5% de carga geral conteinerizada (7 milhões de toneladas); e 3,5% de carga geral solta (4,8 milhões de toneladas). Entre os três principais grupos de mercadorias transportados na cabotagem brasileira destacaram-se os combustíveis e óleos minerais, com 77% do total (107 milhões de toneladas), bauxita, com 10% (13,9 milhões de toneladas), e carga geral conteinerizada, com 5% (7 milhões de toneladas). Na relação origem/destino das cargas, as plataformas marítimas e o Pará lideraram a saída das cargas transportadas por cabotagem no ano passado. Já os principais destinos das cargas transportadas por esta modalidade de transporte foram São Paulo e Rio de Janeiro. No trajeto de longo curso, foram transportados 670 milhões de toneladas de cargas brasileiras em 2012, número 2% superior ao ano anterior. Os granéis sólidos foram as cargas mais exportadas por via marítima no ano passado (437,9 milhões de toneladas), registrando um acréscimo de 3% em relação a 2011. As mercadorias que tiveram maior crescimento no comparativo com 2011 foram milho, álcool etílico, trigo e farelo de soja. As importações por via marítima somaram 144 milhões de toneladas, registrando um crescimento na tonelagem de 1% em 2012 na comparação com o ano anterior. Os granéis sólidos foram as principais cargas desembarcadas, com 43% do total. Entre as principais
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mercadorias importadas por via marítima no ano passado estão os combustíveis e óleos minerais, carga geral conteinerizada, fertilizantes/adubos e carvão mineral. Frota Atualmente, a frota brasileira da navegação marítima e de apoio (cabotagem, longo curso, apoio marítimo e apoio portuário) é composta por 1.978 embarcações. A frota de apoio marítimo é a que apresenta a menor idade média, com 11,3 anos, contra 16,5 anos do longo curso e cabotagem e 18,3 anos do apoio portuário. “Esse resultado está diretamente associado à retomada da construção naval para suprir a demanda crescente de embarcações de apoio marítimo, resultante da descoberta de novos poços de petróleo no mar e da camada de pré-sal”, avalia o superintendente de Navegação Marítima e de Apoio da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), André Arruda.
Em 2012, os gastos do país com afretamentos de embarcações somaram cerca de US$ 6 bilhões, representando um acréscimo de 18,8% em relação a 2011. No apoio portuário, os gastos com afretamento somaram US$ 49,1 milhões no ano passado; no apoio marítimo, US$ 3,09 bilhões; na cabotagem, US$ 114,4 milhões; e no longo curso, US$ 2,7 bilhões, registrando um crescimento em termos de gastos de 2,1%, 22,8%, 9,5% e 16,2% em comparação com o ano anterior, respectivamente.
Movimentação de cabotagem em 2012 Granel líquido: 109 milhões de toneladas (79%) Granel sólido: 17 milhões de toneladas (12%) Carga geral conteinerizada: 7 milhões de toneladas (5,5%) Carga geral solta: 4,8 milhões de toneladas (3,5%) Total transportado: 138 milhões de toneladas
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ARRECADAÇÃO ESTADUAL
Unificação do ICMS pode gerar perdas de até R$ 1 bilhão As perdas geradas para estados como Santa Catarina e Espírito Santo com a unificação do ICMS no início do ano ainda é tema de debate em Brasília. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, posicionou-se de forma dura contra a aprovação da unificação do imposto proposta pela União. Ele defende que outros estados prejudicados pela mudança iniciem o debate.
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Com a unificação do ICMS, importar por Santa Catarina não é mais atrativo, mesmo com cinco portos eficientes no estado. Enquanto a arrecadação com o ICMS de importados caiu 44% em Santa Catarina no mês de fevereiro, a de São Paulo já cresceu 18% no mesmo mês. A perda, que foi de R$ 90 milhões apenas no mês passado, sinaliza que a redução na arrecadação deve ultrapassar a estimativa da Secretaria da Fazenda de R$ 600 milhões para 2013, chegando a R$ 1 bilhão até o final do ano. Para Colombo e para o secretário da Fazenda, Antônio Gavazzoni, a medida não atende o que propõe — acabar com a guerra fiscal — pois já de início cria condições desiguais. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste devem negociar para manter uma alíquota diferenciada e a mudança gradual vai permanecer em indicadores de 7% para estas regiões e 4% para o resto do país. “É mais uma medida que vem para paralizar o estado. As decisões nacionais têm reduzido nossa arrecadação e aumentado nossos custos sem oferecer nenhuma outra fonte de recursos”, aponta o governador. A posição do Palácio do Planalto é pela mudança e de forma rápida. “Santa Catarina passa a perder R$ 2 bilhões por ano em arrecadação”, afirma Gavazzoni. A proposta
do governo federal para compensar Santa Catarina e os outros estados que sofreram perdas é a criação do Fundo de Compensação de Receitas (FCR). O mecanismo cobriria as perdas durante um período até a acomodação das contas dos estados. Gavazzoni lembra, porém, que a Lei Kandir, criada em 1996, prometia cobrir as perdas dos estados exportadores ao dar isenção de ICMS a produtos e serviços exportados. Mas em 2012 Santa Catarina só recebeu 7% do que era devido. “Nos últimos cinco anos, Santa Catarina acumula R$ 780 milhões que não foram repassados desse fundo”, explica o secretário. O instrumento usado pela União para aprovar a medida será o Projeto de Resolução do Senado 01/2013, já encaminhado. Para entrar em vigor, basta a aprovação na Comissão de
Assuntos Econômicos e depois apenas do plenário do Senado. Mudanças Para Raimundo Colombro, pela segunda vez Santa Catarina pode ser penalizada por cumprir bem seu papel. Com a Lei Kandir, o estado foi prejudicado por ser um grande exportador de produtos industrializados. Com a nova medida, mais uma vez perderia, dessa vez por produzir muito mais do que seu mercado consumidor estadual e vender esses produtos em outros estados. “A indústria perde competitividade, o varejo perde todos os benefícios do programa Simples e Santa Catarina terá uma perda que, em 10 anos, superará R$ 20 bilhões de reais”, explica o secretário da Fazenda.
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LOGISTICA DO NORDESTE
Porto de Cabedelo registra incremento de mais de 50% na movimentação de cargas
Os números foram comemorados pelo presidente da Companhia Docas da Paraíba, Wilbur Holmes Jácome. Segundo ele, o resultado, entre outros fatores, deve-se ao incentivo às tarifas de armazenagem para as empresas exportadoras, o que tem contribuído para atrair mais operações portuárias. “Nós teremos a maior movimentação anual de todos os tempos”, previu, acrescentando que a perspectiva é de aumento contínuo. O recorde anterior havia sido registrado no mês de agosto, quando foram movimentadas 201 mil toneladas. Segundo Wilbur Jácome, está ocorrendo um incremento de carga da indústria de cimento, com a importação de coque verde de petróleo, entre outros insumos, o que tem contribuído não somente para o crescimento da atividade portuária, mas também para o aquecimento da economia do estado, no que diz respeito ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O presidente da Companhia Docas da Paraíba também enfatizou o aumento considerável na importação de combustíveis, por meio de cabotagem ou longo curso de importação.
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O Porto de Cabedelo, na Paraíba, teve incremento de 52,5% nos dois primeiros meses de 2013 em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram movimentadas 228.468 toneladas em janeiro e 197.908 toneladas em fevereiro, incluindo importante aumento na movimentação de contêineres que refletiu nos números totais. A média em TEUs de janeiro e fevereiro foi 36% superior à de 2012.
Segundo ele, o Moinho Tambaú é outra empresa que tem colaborado para o incremento da atividade portuária, uma vez que mantém regularidade na importação de trigo, com uma média de 20 mil toneladas por mês. Exportação No quesito exportação, Wilbur Jácome destacou a ilmenita extraída em Mataraca, no litoral norte do estado. Somente este ano já foram exportadas mais de 50 mil toneladas do mineral. O granito também contribui com a balança comercial da Paraíba, com a exportação de mais de 20 mil toneladas até outubro deste ano. O presidente da Companhia Docas da Paraíba manifestou sua satisfação com o nível de ope-
ração portuária e fez questão de agradecer aos trabalhadores autônomos, operadores de guindastes, de empilhadeiras, portuários e agências marítimas. E ressaltou: “Quando o porto tiver maior estrutura, iremos aumentar o potencial comercial, pois a Paraíba poderá prospectar novos negócios”. Jácome também enfatiza o esforço do governador Ricardo Coutinho na busca de recursos da ordem de R$ 520 milhões para execução do projeto de infraestrutura portuária, que prevê o reforço da cortina do cais, a construção do terminal de múltiplo uso com dois novos berços de atracação e a continuação da manutenção da dragagem, que resultará em uma profundidade de 11 metros. “Estas ações vão atrair novas cargas e mais indústrias para a Paraíba”, avaliou.
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Artigo
Wagner Antônio Coelho
Do regime especial de entreposto aduaneiro O artigo desta edição trata de uma importante ferramenta colocada à disposição dos empresários brasileiros, com a finalidade de possibilitar maior efetividade na linha de produção ou comercialização de produtos, com devido planejamento e estudo do mercado para verificar a viabilidade de sua utilização.
tes à operação de importação, os quais geralmente ficam suspensos por meio do termo de responsabilidade lavrado pela autoridade aduaneira, nos termos do art. 72 do Decreto-lei n.37/66, regulamentado, atualmente, no art. 758 e ss. do Decreto 6759/2009 – Regulamento Aduaneiro.
Os regimes aduaneiros especiais são instrumentos concedidos pela União com a finalidade de permitir o controle aduaneiro das mercadorias que ingressam em território brasileiro, bem como incentivar as exportações e importações, pois possibilitam a suspensão dos tributos para incrementar a produção nacional com condições de competitividade no mercador internacional, por meio de condições pré-estabelecidas em contrapartida, as quais são asseguradas em termo de responsabilidade.
O Regime Especial de Entreposto Aduaneiro na Importação permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em local alfandegado mediante a suspensão dos impostos incidentes sobre a operação, por até dois anos. O regime possibilita ao importador trazer grandes quantidades de mercadorias estrangeiras e armazená-las em recinto alfandegado, possibilitando ao beneficiário do regime a aquisição de grande quantidade de mercadorias, beneficiando-se com os custos operacionais e logísticos para transferência do país exportador até o Brasil, para que então, de acordo com a necessidade e utilidade do produto estrangeiro armazenado, este seja nacionalizado no todo ou em partes para utilização no território brasileiro.
Os regimes aduaneiros dizem respeito ao pagamento, ou não, dos tributos incidentes na operação. No nosso sistema, a regra geral ou comum de regime de importação, salvo exceções previstas em lei, implica a exigibilidade do imposto de importação. São hipóteses em que ocorre suspensão da exigibilidade do tributo incidente sobre a importação, mediante o cumprimento de condição resolutiva. Assim, os regimes aduaneiros suspendem a exigibilidade dos créditos tributários ineren-
Esse regime permite ao industrial a garantia de continuidade do processo produtivo, já que faculta contar com estoques necessários à manutenção de sua produção, uma vez que só ocorre o pagamento dos tributos à medida que o produto seja retirado do entreposto para utilização na indústria.
A previsão deste regime encontra amparo legal nos arts. 9º do Decreto-lei 1455/76, art. 62 da Lei 10833/03 e IN RFB 241/02. As formalidades para concessão e utilização do regime de entreposto devem ser observadas no seu pleito formalizado no Siscomex, por meio de Declaração de Admissão no Regime, nos termos do processo de despacho aduaneiro para concessão do regime, sob pena de o beneficiário arcar com pagamento de multa e juros sobre o crédito tributário suspenso, A extinção do regime deverá ocorrer ainda no prazo de vigência deste, por meio da reexportação do bem, entrega à Fazenda Nacional, destruição, transferência para outro regime especial ou despacho para consumo se nacionalizados, nos termos do art.38 da IN RFB 241/02. Além disso, foi regulamentada previsão no sentido de cancelar o CNPJ das empresas envolvidas em operações nas quais seja caracterizada a interposição fraudulenta, com a consequente declaração de inaptidão do CNPJ. As penas são severas justamente com objetivo de desestimular o cometimento das fraudes. No entanto, para aplicação das penalidades devem ser verificados os princípios da ampla defesa e do contraditório nos procedimentos previstos para aplicação das sanções, para se evitar a aplicação de penas tão severas sem que esteja caracterizado o cometimento do ilícito.
Wagner Antônio Coelho, advogado inscrito na OAB/SC19654, especialista em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior, sócio do escritório Guero e Coelho Advogados Associados – OAB-SC 1042-2005, consultor de tradings companies e empresas ligadas ao comércio cxterior, presidente da Comissão de Direito Aduaneiro, Marítimo e Portuário da OAB/SC Itajaí-SC, vice-presidente da Comissão Estadual de Direito Portuário, Marítimo e Aduaneiro da OAB/SC, professor do MBA em Importação e Internacionalização de Empresas e da Especialização em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior, ambas da Univali.
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SOLUÇÕES LOGÍSTICAS
Pequenos portos podem reduzir gargalos na exportação de
Os ministros Mendes Ribeiro, da Agricultura, e Paulo Passos, dos Transportes, reuniram-se para trazer soluções imediatas para o gargalo que está atrapalhando os embarques da safra de grãos deste ano. O objetivo é reduzir o tempo de espera dos caminhões para embarcar os produtos. Entre as soluções já ventiladas pelo governo está a de alterar o fluxo de navios que desembarcam nos portos brasileiros. O foco dos ministérios são os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC), Vitória (ES) e Santarém (PA). Os cinco terminais concentram mais de 90% dos embarques
de grãos e açúcar do Brasil. Para aliviar os efeitos causados pela grande demanda dos agricultores brasileiros, as importações podem ser desviadas para portos menores, como o de São Sebastião (SP), Itajaí (SC) e Belém (PA).
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Pequenos portos do litoral brasileiro podem ajudar a escoar a produção agrícola nacional e reduzir os gargalos logísticos nacionais nos próximos meses. A pedido dos ministérios da Agricultura e dos Transportes, o governo federal está mapeando as principais rotas de escoamento com o objetivo de aliviar o tráfego nos principais trechos.
Outra medida pode ser a alteração no fluxo rodoviário. Um exemplo é o complexo de rodovias Anchieta-Imigrantes, que liga a capital paulista à região portuária de Santos, que pode ter vias liberadas exclusivamente para os caminhões. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já está trabalhando em um relatório para detalhar o fluxo de caminhões nas principais rodovias do país. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, deu o tom da preocupação da Casa Civil quanto ao tema. “Nossos portos e aeroportos podem e devem ser comparáveis aos melhores do mundo. Superar as deficiências da estrutura logística e aumentar as exportações são tarefas essenciais”, disse.
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PARCEIRO ARGENTINO
Paranaguá estuda parceria com Porto de O Porto de Paranaguá, no Paraná, pode ampliar em até 25% a sua movimentação através de uma parceria técnica para cooperação em operação de cargas com o porto argentino de Santa Fé. “Queremos uma relação ainda mais estreita e intensa entre o Brasil e a Argentina, que são países irmãos, com interesses comuns. Muitas vezes as oportunidades não são devidamente aproveitadas para garantir os avanços que queremos para os brasileiros e argentinos”, explica o governador do Paraná, Beto Richa. Um grupo de trabalho, com membros dos dois portos, foi criado para redigir um documento com especificações e atributos da parceria. Localizado em uma grande zona de produção de soja, carne e lácteos, o novo Porto Fluvial de Santa Fé irá concentrar grande parte das produções do Norte da Argentina, Sul do Brasil, Paraguai e Bolívia. Os navios de cargas
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em Santa Fé seguiriam para Paranaguá, onde completariam suas cargas e partiriam para os países de destino. Beto Richa afirma que o porto de Santa Fé é um importante parceiro para a expansão de Paranaguá. “O Porto de Santa Fé é um porto irmão. Ele tem as mesmas características de movimentação de cargas. Muitas vezes um navio inicia um embarque na Argentina e termina aqui, em Paranaguá. Vamos fazer deles portos complementares”, comenta Luiz Henrique Dividino, superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Para o presidente do porto argentino, Marcelo Vorobiof, Paranaguá é o sócio ideal para o crescimento dos terminais. “Nós calculamos que nosso terminal pode aportar cerca de 25% para as movimentações em Paranaguá”, destaca. Investimentos Segundo Luiz Henrique Dividino, entre as principais obras que nos próximos anos irão ampliar significativamente as negociações e movimentações do terminal estão a reestruturação do corredor de exportações para
abrigar mais quatro navios; um novo píer para navios de granéis; a ampliação do píer de granéis líquidos; os novos berços para navios de contêineres e veículos e um exclusivo terminal de passageiros. “Estamos trabalhando neste e em muitos outros projetos de infraestrutura. A Argentina é o segundo parceiro comercial do Para-
ná. Por isso, a parceria entre os dois portos é fundamental para o futuro comercial dos dois países”, destaca o embaixador Luis Maria Kreckler. O Porto de Paranaguá fechou 2012 com uma movimentação de 44,6 milhões de toneladas. A expectativa, segundo a Appa, é de que o terminal movimente aproximadamente 48 milhões de toneladas em 2013.
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CORREDOR DE EXPORTAÇÃO
Novos equipamentos vão aumentar a capacidade em 60% no Porto de Paranaguá O Porto de Paranaguá vai ampliar a capacidade de carregamento dos navios em 60%. O governo do Paraná autorizou a abertura do processo licitatório para a compra dos novos shiploaders (carregadores de navios) do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá. Essa será a segunda remodelação que o corredor recebe em 40 anos, mas a primeira deste porte com a substituição de grandes carregadores de navios. O investimento vai agilizar o escoamento de cargas, impulsionando ainda mais as exportações. Os novos shiploaders terão capacidade nominal para embarcar 2 mil toneladas de grãos por hora. Os equipamentos hoje existentes têm capacidade para 1,5 mil toneladas/ hora. No entanto, por serem muito antigos, conseguem embarcar, em média por hora, apenas 1,2 mil toneladas. “Teremos um ganho de 800 toneladas hora por shiploader, que nos dará um aumento de produtividade na casa dos 60%”, explica o superintendente da Administração dos Portos de Paranguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino. As substituições dos equipamentos serão gradativas, obedecendo a um cronograma que evitará a paralisação das operações. “Acreditamos que para a próxima safra já tenhamos pelo menos um dos novos equipamentos em pleno funcionamento no Corredor de Exportação”, explica o superintendente. O prazo total para a instalação dos quatro shiploaders é de 22 meses. Recordes Ano a ano, o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá vem batendo recordes de movimentação. As melhorias logísticas permitiram que o terminal ampliasse a movimentação das mercadorias mesmo sem modernização na estrutura. Em 2012, o Corredor de Exportação movimentou quase 16 milhões de toneladas de produtos, volume 14% superior ao registrado em 2011. Somente em janeiro deste ano, o corredor já exportou 878 mil toneladas de produtos, volume 8% maior do que o registrado em janeiro de 2012.
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MERCADO INTERNACIONAL
Agronegócio brasileiro cresce e mantém DIVULGAÇÃO
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A pauta das exportações dos produtos agrícolas está em franca ascensão, apesar do fraco desempenho da balança comercial brasileira. Em janeiro, quando a balança global teve o maior déficit da história, de US$ 4,035 bilhões, o setor agrícola sustentou superávit de US$ 5,12 bilhões. As vendas do setor, que subiram 14,7%, representaram 41,2% das exportações do país.
foi um dos itens a registrar queda em janeiro deste ano. As exportações passaram de US$ 953 milhões para US$ 373 milhões, recuando 60,9%. O setor produtivo alega que em 2012 a quebra de safra nos Estados Unidos e a demanda aquecida ajudaram a alavancar os preços e as vendas. Em 2013, as cifras não devem ser tão elevadas, mas há expectativa de um bom desempenho.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em janeiro as vendas do milho — que liderou o crescimento das exportações agrícolas — aumentaram 327,5% e as do álcool registraram elevação de 216,3% em comparação ao mesmo mês do ano passado. As exportações de açúcar cresceram 48,4% e as de carne bovina, 29,2%. O complexo soja (farelo, óleo e grãos), que no ano passado vendeu bem,
Eficiência Segundo projeção da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), este ano as exportações da soja em grão devem ficar em US$ 22 bilhões, com crescimento de 25% m relação a 2012. Para o vice-presidente da entidade, Fábio Martins Faria, o agronegócio “sem dúvida é uma vocação” do Brasil. “Temos terras agricultáveis e tecnologia com
ganho de produtividade muito grande. O ruim é não termos a mesma eficiência na exportação de produtos industrializados”, diz ele, que defende investimentos em infraestrutura a fim de garantir competitividade. Faria reivindica ainda melhoria na qualificação da mão de obra, barateamento de insumos e redução da carga tributária para alavancar as exportações da indústria brasileira. “A gente está ficando para trás. Não está conseguindo virar essa página. Os países asiáticos e o México, por exemplo, têm um desempenho melhor”, afirma. Na avaliação de Faria, os resultados de investimentos anunciados pelo governo federal em rodovias, ferrovias e portos serão demorados. “Será um lapso de tempo muito elevado”, diz. Faria afirma que o agronegócio também se beneficiaria de uma infraestrutura de
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transportes mais moderna e eficiente, já que atualmente o escoamento da produção é o seu principal gargalo. “A logística de escoamento da soja, do milho, ainda depende do caminhão. O custo do transporte interno é muito elevado”, enfatiza. Entraves O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, concorda que a infraestrutura de transporte para a produção agrícola deixa a desejar. “Se houvesse mais eficiência, a gente conseguiria contribuir muito mais para as exportações brasileiras”, comenta. Ele dá o exemplo da soja despachada de caminhão de Sorriso (MT) para o Porto de Paranaguá (PR), que fica a 2 mil quilômetros. “Por causa das dificuldades, do estado ruim das rodovias, o frete acaba saindo caro, a R$ 290 a tonelada”. Para se ter uma ideia, a projeção de safra da Aprosoja Brasil para 2013 é 89 milhões de toneladas, das quais 70% devem ser exportadas. Mesmo ainda não tendo solucionado os en-
traves, o governo aposta nas commodities do agronegócio para manter a balança superavitária em tempos de crise econômica. Ao comentar o déficit de US$ 1,27 bilhão da balança global em fevereiro, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvi-
mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, acredita que a colheita das safras de soja e milho a partir de abril contribuirá para reverter os resultados negativos até agora. “A soja em 2012 respondeu por 7% de tudo que o Brasil exportou”, acentua.
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Artigo
Mauro Lourenço Dias
Do regime especial de entreposto Para atender à demanda externa, o escoamento da safra de grãos pelo Porto de Santos neste ano não só foi antecipado como passou a ser realizado em condições que estão acima da capacidade de operação dos terminais do complexo portuário. O resultado tem sido constatado diariamente na rodovia Cônego Domênico Rangoni e nas vias de acesso à zona portuária na Margem Esquerda, em Guarujá: intenso tráfego de caminhões, que vem provocando congestionamentos de horas e grandes transtornos à população e ao comércio e à indústria da região. Para piorar a situação, as partes envolvidas com a safra de grãos não adotaram nenhuma medida de prevenção nem criaram uma logística específica para a questão, o que exigiria pátios dentro das próprias empresas para que os caminhões pudessem aguardar o momento do descarregamento. Como não foram providenciados esses espaços, as vias urbanas e a rodovia acabam por fazer as funções de pátios reguladores. E o prejuízo é dividido com a sociedade. A consequência dessa imprevidência é um caos, contra o qual os agentes da Diretoria de Trânsito e Transporte Público (Ditran), da Prefeitura de Guarujá, pouco podem fazer. Basta ver que o próprio Ditran informou que o serviço de caminhões de grãos com destino aos terminais opera normalmente com 5
a 7% de sua capacidade, mas, nos últimos dias, esse número tem chegado a 25%. A saída para esse problema é conhecida de todos: é preciso que as concessionárias MRS Logística e a América Latina Logística (ALL) ampliem sua capacidade de acesso ao Porto de Santos, com a colocação de mais trens em funcionamento. Só assim será possível tirar o excesso de caminhões das vias públicas. Mas essa é uma solução que exige pesa-
O novo sistema cremalheira permitirá a retirada de 2 mil caminhões das rodovias paulistas, beneficiando o transporte de produtos do agronegócio
dade de movimentação de cargas no trecho, passando de 7 milhões de toneladas anuais para 28 milhões. Por enquanto, o sistema vai operar apenas com parte de sua capacidade, à espera da conclusão das obras de implantação do Ferroanel, o que está previsto para 2015. Com o Ferroanel, a distância ferroviária entre a região de Campinas e Santos cairá dos atuais 280 quilômetros para 180 quilômetros. Além disso, a MRS não será mais obrigada a usar a mesma linha de trens urbanos nem terá limites de horários, ou seja, poderá operar também no período diurno. Com o Ferroanel, um contorno ferroviário que evitará a entrada dos trens no centro da cidade de São Paulo, haverá conexão com quase todo o país, atraindo maior número de cargas, inclusive de contêineres, o que hoje é impossível, já que a concessionária utiliza a mesma linha de trens de passageiros.
dos investimentos e demanda tempo. Seja como for, é de ressaltar que a MRS tem feito esforços nesse sentido, investindo R$ 130 milhões em locomotivas com sistema especial de engrenagens e motores que permite a travessia da Serra do Mar, em direção ao porto. Chamado de cremalheira, esse sistema, que freia as composições na descida e alavanca sua subida, quadruplica a capaci-
Pelos cálculos da MRS, o novo sistema cremalheira permitirá a retirada de dois mil caminhões das rodovias paulistas, beneficiando o transporte de produtos do agronegócio, como soja, milho, açúcar, farelo e celulose, além de contêineres. Com isso, será possível desatar o nó logístico que todos os anos por esta época se forma no Porto de Santos, em função do escoamento da safra.
O autor, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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MONTADORA ESTRANGEIRA
BMW oficializa construção de fábrica em Santa Catarina
A nova montadora deve abrir cerca de mil vagas de trabalho até o ano que vem. A primeira leva de automóveis produzidos em solo catarinense deverá sair em 2014. O primeiro modelo escolhido para ser fabricado é o utilitário BMW X1, muito bem sucedido no mercado alemão. Outros modelos poderão
ser produzidos de acordo com a demanda dos brasileiros.
DIVULGAÇÃO
O investimento de R$ 1 bilhão em uma unidade da BMW em Santa Catarina será oficializado no dia 8 de abril, em Florianópolis. A assinatura do memorando de entendimento entre a montadora e o governo é para a instalação da primeira fábrica da marca no Brasil, com sede em Araquari, no Norte do Estado. O novo presidente da montadora alemã no Brasil, o executivo Arturo Piñeiro, que assumirá o cargo no dia 1º de abril, participará do ato, junto com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
A empresa prevê oferecer treinamento para brasileiros que estejam interessados em trabalhar na BMW no Brasil, como programas de estágio na Alemanha. Atualmente, a empresa vende de 10 mil a 12 mil automóveis por ano no Brasil, mas enxerga potencial para que a demanda alcance 30 mil unidades. O plano de investimento da BMW atende ao novo regime automotivo do governo federal, o Inovar Auto, que vai vigorar entre 2013 e 2017. O objetivo é ter no mercado carros mais eficientes, modernos, com menos emissão de carbono e a preços mais baixos. As empresas que se habilitarem ao programa ficarão isentas do aumento de IPI, desde que atendam a uma série de requisitos, como redução do consumo de combustível.
Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel
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LOGÍSTICA CATARINENSE
Tesc faz o maior embarque de grãos em contêiner no DIVULGAÇÃO
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O Terminal Portuário Santa Catarina (Tesc), localizado no Porto de São Francisco do Sul (SC), realizou o maior embarque do país em uma só escala: 137 contêineres estufados com soja, em um total de 2,7 mil toneladas. A carga foi transportada pelo navio “Sunny Oasis”, que teve como destino portos da Malásia e China. O processo foi realizado através de uma parceria com outras duas empresas: a Seatrade, especializada em logística e operacionalização de cargas, e a BR-Agri, trading que desenvolveu uma logística para exportar grãos em contêineres. “Nossa intenção é aumentar os volumes gradativamente, iniciando o ano com soja e terminando com milho”, afirma Roberto Lunardelli, do Tesc. A expectativa é que os embarques cheguem a 180 mil toneladas apenas neste ano. A aposta do terminal nessa modalidade de operação deu certo. “A retaguarda do Redex do Tesc, aliadaw ao know-how e aos equipamentos próprios e específicos para a conteinerização de grãos da BR-Agri, além do apoio de armadores na rota para Ásia, tornam o por-
to ideal para esse transporte”, explica Lierte Amorim, diretor da BR-Agri e da Seatrade. Os equipamentos diferenciados da BR-Agri, por exemplo, garantem a estufagem de 60 contêineres por dia, enquanto em outros portos a produção diária não chega a 15 unidades. No Tesc, os constantes investimentos e as condições geográficas e climáticas favoráveis atraem exportadores. “Oferecemos uma nova opção de logística para todos os tipos de operadores. Hoje o terminal não possui restrição de janela de atracação e de volume, e estamos nos preparando para atender esta demanda crescente”, afirma Lunardelli. Movimentação A movimentação de grãos estufados em contêineres é uma tendência que deve crescer nos próximos anos. O Brasil exporta 75 milhões de toneladas de soja, milho e farelo e há uma estimativa de chegar a 500 mil toneladas, ou seja, 1% do total em contêineres. “No futuro, o Brasil tem potencial de chegar a 5 milhões ou cerca de 7% das exportações
totais de granéis”, diz Amorim. Segundo ele, depois dos primeiros embarques realizados, o mercado percebeu que o Brasil era um fornecedor viável e confiável, que conseguiria fornecer volumes em contêiner e a preços competitivos. Além disso, houve o crescimento da safra brasileira e o aumento da espera dos navios nos portos, fazendo com que o escoamento de volumes em contêineres ajudasse a antecipar alguns lotes. A operação de grãos estufados em contêineres promove também a abertura do mercado, pois produtores, cooperativas e pequenos traders conseguem entregar o produto de forma mais direta aos consumidores, que compram volumes em navios panamaxes nos destinos, sendo pulverizados em lotes menores. Além disso, o volume financeiro necessário para a operação é substancialmente menor, o que traz mais liquidez e abertura ao mercado. “A modalidade não deve substituir o modal a granel, mas certamente abre muitas oportunidades ao produtor e exportador brasileiro”, explica Amorim.
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Diário de Bordo Carga refrigerada A exportação de carga reefer na Portonave registrou um crescimento de 35,4% em janeiro deste ano na comparação com o mesmo período de 2012. Foram exportados 6.813 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) contra 4.398 TEUs em relação ao mesmo período do ano passado. Se comparado o mesmo mês nos últimos quatro anos, 2013 obteve o melhor resultado. A carne congelada, principalmente cortes de frango, é o produto que mais contribuiu para o bom resultado das exportações reefer. Os países europeus são os maiores compradores neste tipo de transação.
Acordo com o Méxi-
Fábrica de tratores
O governo publicou no Diário Oficial da União os termos do segundo ano do acordo automotivo renegociado com o México em 2012, com aumento de cerca de 8% no valor total da cota de comércio de veículos entre os dois países. Segundo portaria da Secretaria de Comércio Exterior, a cota de US$ 1,45 bilhão de 2012 foi ampliada para US$ 1,56 bilhão entre março deste ano e março de 2014. Pelo acordo acertado em março do ano passado, depois que o Brasil acusou um déficit no comércio bilateral e ameaçou abandonar o pacto que por muito tempo lhe favoreceu, a cota será elevada para US$ 1,64 bilhão em 2014. O esgotamento da cota do ano passado antes do previsto afetou algumas montadoras que dependem de importações do México, como a Nissan, que está trazendo modelos compactos produzidos no México enquanto constrói sua fábrica própria no Brasil.
O grupo sul-coreano LS Mtron, dona da marca de tratores LS Tractor, vai investir US$ 30 milhões em uma fábrica em Garuva (SC). A fábrica de tratores irá gerar 100 empregos diretos e mais de mil empregos indiretos para a região norte de Santa Catarina; Inicialmente, a pretensão do empreendimento é atuar nos mercados de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em uma segunda etapa, o grupo planeja também produzir em Garuva máquinas injetoras e componentes de automóveis. O presidente do grupo LS Mtron no Brasil, Jung Soo Yoo, disse que a escolha para a instalação da fábrica na região foi motivada porque o estado possui produtores rurais com alto grau de profissionalização e que a cada ano buscam novos equipamentos para o trabalho na terra.
Cachaça para exporta-
Navegação de cabotagem
A Puríssima do Brasil, destilaria instalada em Blumenau (SC), enviou pela primeira vez em março um carregamento com 21.600 garrafas de 700 ml de caipirinha Inox para a Suécia. A estratégia da empresa, que completa dez anos em 2013, está focada no mercado externo pela valorização da cachaça de qualidade no exterior. A intenção é triplicar as vendas em 2013 e manter um crescimento médio de 25% na produção para os anos seguintes. A Puríssima já mantém relações comerciais com a Suíça e está fechando contratos com Estados Unidos e Canadá.
A Arxo, empresa de Balneário Piçarras (SC) e maior fabricante de tanques jaquetados para o armazenamento de combustível da América Latina, adotou a navegação de cabotagem como meio de transportar produtos de grandes dimensões para atender a região Norte do País. O transporte em navios é uma alternativa para facilitar a entrega de tanques para os postos de combustíveis localizados nas áreas mais afastadas do país, uma vez que a logística era uma das maiores dificuldades enfrentadas pela empresa para atender pedidos daquela região. O primeiro embarque para Manaus e Boa Vista (RR) foi feito no navio Mercosul Suape, que carregou 25 unidades de tanques jaquetados.
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