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SETOR PORTUÁRIO

SEM INVESTIMENTOS, BRASIL PODE PERDER COMPETIVIDADE NO SETOR PORTUÁRIO ATÉ 2030

Temas importantes para o segmento foram debatidos durante o IX Congresso Internacional de Desempenho Portuário (Cidesport)

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Sem investimentos suficientes para acelerar e dar competitividade à economia, o setor portuário do Brasil pode deixar de ser eficiente até 2030. A afirmação é do diretor de Investimentos em Terminais da Terminal Investiment Limited (TiL), Patrício Junior, durante a palestra “Setor Portuário Brasileiro na Visão do Investidor em Terminais de Contêineres”, no IX Congresso Internacional de Desempenho Portuário (Cidesport), em Florianópolis (SC).

Durante a palestra, Patrício Junior defendeu a verticalização da economia portuária brasileira. “Abrir os portos para os investimentos fortalece toda a cadeia econômica e traz divisas”, disse o executivo. A defesa da TiL é que a ampliação da capacidade dos terminais traz mais eficiência e reduz o custo final do transporte aos usuários. O diretor afirmou ainda que a TiL está pronta para investir, atender às demandas da infraestrutura logística do Brasil e ajudar a reduzir os gargalos portuários brasileiros.

Entre os investimentos previstos pela empresa estão melhorias no cais da Portonave, em Navegantes (SC), para que passe a operar com embarcações de até 400 metros. O projeto prevê recursos de cerca de R$ 200 milhões e dois anos de prazo para conclusão a partir do começo dos trabalhos, o que deve ocorrer na metade do próximo ano.

IMPACTO SOCIAL Segundo o professor José Baltazar Guerra, especialista em governança ambiental, social e corporativa (ESG), não existe oposição entre crescimento econômico e desenvolvimento sustentável. Ao contrário, não há hoje espaço para a inação porque o risco ambiental é verdadeiro e urgente.

Além de proporcionar o crescimento do setor, os portos e terminais brasileiros estão preocupados também com o impacto social e ambiental que causam nos seus públicos de interesse. Flávia Takafashi, diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), disse que a sustentabilidade é um dos quatro pilares de atuação da agência regulatória, ao lado de qualidade dos serviços, segurança jurídica e competitividade. Nesse mesmo sentido, o professor Sérgio Cutrim, da Universidade Federal do Maranhão, comentou que é necessário trabalhar de forma colaborativa com o ecossistema portuário e desenvolver estratégias para a descarbonização. De forma prática, ele trouxe quatro motivos para a adoção da ESG no setor portuário: organizações sustentáveis são mais lucrativas, existe uma emergência climática, é necessária a regulação no setor, e a melhora na eficiência na relação porto-cidade.

junto à APM Terminals o desenvolvimento de um sistema mais eficiente para a vistoria das embalagens de madeira usadas na importação de cargas. Com A sustentabilidade requer inovação, diz o professor Newton Narciso Pereira, da Universidade a utilização dos novos procedimentos, o Mapa será informado com relação às Federal Fluminense (UFF). Segundo ele, o principal desafio é reduzir as emissões, incluindo unidades que contêm madeiras (pallets, entre outros tipos de embalagens), de ações e medidas internas e externas, envolvendo os navios e o transporte terrestre. São cinco a sete dias antes da atracação do navio por meio de sistema totalmente necessárias diretrizes de melhores práticas para portos marítimos verdes inteligentes, informatizado. mostrando, como exemplo, um projeto para substituição de bunker oil em navios atracados. “A questão ambiental vem aparecendo com maior relevância para os portos do Brasil”, De posse dessas informações, o Mapa informará quais contêineres deverão concluiu Newton. ser vistoriados antes do desembarque e o terminal fará o posicionamento dos contêineres, facilitando a vistoria e agilizando os processos. O sistema utiliza PRÊMIO CIDESPORT 2022 do até então também limitava o agendamento a determinados dias da semana, fazendo com que as vistorias fossem adiadas para o próximo dia disponível. O Com troféus para os portos de interesse púbico e portos e terminais privados qSCParsuem novo processo vai eliminar essas limitações, visando à vistoria das unidades o maior número de certificações internacionais (ISO e EcoPort), o Cidesport incluiu neste conforme a ordem de descarga no pátio do terminal. Isso fará com que o númeano o Prêmio Cidesport. “Esse prêmio simboliza o esforço de toda a equipe da SCPAR Porto ro de dias entre a descarga da unidade e a vistoria seja reduzido. de São Francisco do Sul, de levar a gestão a um patamar de excelência. Ao mesmo tempo, reforça isse nossa responsabilidade de manter a qualidade de nossos procedimentos”, Luiz Gustavo explica que os portos do Paraná e São Paulo até utilizam um afirmou Vladimir Arthur Fey, presidente do Porto de São Francisco do Sul. O porto ficou em sistema informatizado de informação, mas é menos eficiente que o acaba de terceiro lugar na categoria portos públicos. entrar em operação na APM Terminals Itajaí. Depois do período de testes e ajustes do novo sistema, a intenção do Mapa é começar a utilizar em todos os “Esta foi uma das melhores edições do Cidesport. Podemos destacar o público presente, terminais do Complexo Portuário do Itajaí. que representa o setor portuário público e privado de todo o país, além de pesquisadores de importantes instituições de ensino, desde a FURG (Universidade Federal do Rio Grande) De acordo com diretor-superintendente da APM Terminals, Aristides Russi Juaté pesquisadores da UEMA (Universidade Estadual do Amazonas)”, avaliou o professor nior, um dos maiores entraves do antigo sistema era a movimentação dos con Ademar Dutra, coordenador geral do Cidesport. têineres para fiscalização. Na maioria das vezes, a empresa precisava fazer vários movimentos com equipamentos pesados dentro do pátio para que o Ainda segundo Dutra, os palestrantes e painelistas representavam os maiores portos contêiner fosse fiscalizado. “Com este novo sistema nosso objetivo é melhorar públicos e os portos privados do país, com destaque para Patricio Junior da TiL, que no a experiência do cliente da APM Terminals, a eficiência dos serviços anuentes Brasil possui os terminais BTP em Santos, Portonave em Navegantes, e MultiTerminais, e adequação da operação, facilitando a liberação da carga em um tempo meno Rio de Janeiro. Também participaram executivos do Porto Sudeste, Porto Itapoá,Vale e nor”, dz Aristides. A estimativa é de que o novo método reduza o custo de arma Suzano, dentre outras. n zenagem de 40% a 50% para o importador, além do ganho de ter a mercadoria mais cedo em sua planta industrial. O Mapa atua direta ou indiretamente em 100% das cargas de importação. Somente no ano passado foram realizadas 59 interceptações de cargas com possível presença de embalagem e ou suportes de madeira que poderiam ter algum tipo de praga. Em alguns casos, conforme a legislação, o produto pode até mesmo ser devolvido para o país de origem. n

RANKING DO PRÊMIO CIDESPORT 2022: Portos Públicos 1º - Porto do Itaqui (MA) 2º - Porto de Suape (PE) 3º - Porto de São Francisco do Sul (SC) Terminais Privados 1º - Portonave (SC) 2º - DP World (SP) 3º - Cattalini Terminais Marítimos (PR) 4º - Porto do Açu (RJ) 5º - TGPM - Terminal de Grãos Ponta da Montanha (PA)

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