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APM TERMINALS BUSCA RECONQUISTAR NAVIOS DE CONTÊINERES PARA O PORTO DE ITAJAÍ

Do ponto de vista econômico, a situação é semelhante à de 2008 quando os berços tiveram a estrutura destruída pelos efeitos da enchente

A APM Terminals tem um imenso desafio para os primeiros meses de 2023: reconquistar os serviços de transporte marítimo internacional de contêineres no Porto de Itajaí, em Santa Catarina. Com a demora na definição do contrato de arrendamento provisório dos berços 1 e 2, assinado na primeira semana de dezembro, o terminal começa o ano sem nenhum serviço.

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Dos quatro armadores que operavam no terminal, três migraram para o terminal de Navegantes, na outra margem do rio Itajaí-açu, e uma para o porto de Itapoá, no norte do estado. Do ponto de vista econômico, a situação do Porto de Itajaí é semelhante à de 2008 quando os berços tiveram a estrutura destruída pelos efeitos da enchente que atingiu a região e precisaram ser reforçados.

Responsável pela movimentação de contêineres no Porto de Itajaí desde 2002, o contrato com APM Terminals terminou em dezembro deste ano. A empresa sempre dialogou com as autoridades locais e federais, com intuito de encontrar a melhor alternativa e uma possível extensão antecipada do contrato, mas a intenção do governo federal sempre foi a de fazer uma nova licitação.

A expectativa do Ministério da Infraestrutura era de realizar a licitação do Porto ainda em 2022, o que não ocorreu. Os investimentos previstos no contrato, de 35 anos, são de R$ 2,8 bilhões. Com o atraso, a decisão está nas mãos do novo governo federal, que assumiu em janeiro.

Impactos Na Economia Local

A economia de Itajaí também deverá ser fortemente impactada no período. A previsão é de que a empresa reduza entre 35% e 40% o número de funcionários e que ocorra uma redução de 100% nas chamadas de mão de obra avulsa, que são aquelas dos trabalhadores que prestam serviços de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações na área dos portos organizados e de instalações portuárias de uso privativo, com intermediação obrigatória do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo).

Aristides Russi Junior, diretor-superintendente da APM Terminals Itajaí, diz que as tratativas para trazer de volta os armadores para o Porto de Itajaí já começaram e têm apoio da Superintendência do Porto de Itajaí (SPI). “Já estamos trabalhando arduamente para recuperar carga e reposicionar Itajaí na rota comercial. Sabemos que será um período extremamente desafiador, mas já passamos por outros momentos como este e superamos. Vamos precisar contar com o apoio de todos nessa jornada”, disse o superintendente.

O contrato provisório tem uma cláusula que assegura a continuidade das operações. Essa garantia se faz necessária para abrir negociações com os armadores, que normalmente fecham contratos com os portos com no mínimo dois anos de duração. Aristides destaca também que a decisão de permanecer em Itajaí leva em consideração o compromisso que a empresa tem em honrar seus valores. “Estamos assumindo os riscos que o momento nos impõe, mas não poderíamos simplesmente deixar o Porto de Itajaí. E, desde a retomada das conversas, nosso time local e regional está completamente empenhado em recuperar o mercado”, finaliza.

“A assinatura desse contrato é fundamental para a manutenção dos trabalhos em nosso porto enquanto o governo federal não conclui o processo de desestatização do terminal, que definirá o novo operador portuário de Itajaí para próximas décadas, mas que infelizmente está atrasado”, lembra o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni.

O contrato de Convênio de Delegação da Autoridade Portuária ao Município foi formalizado em 1997 e proporcionou protagonismo financeiro e econômico à cidade. Com a prorrogação, a manutenção das operações portuárias está garantida por dois anos ou até que seja finalizado o processo de desestatização do Porto de Itajaí. Pelo contrato provisório, a APM se compromete a pagar R$ 2,3 mihões ao mês para a Superintendência do Porto de Itajaí. O valor foi estipulado antes da perda dos serviços marítimos e levou em consideração a expectativa de movimentar entre 16 e 18 mil contêineres por mês. n

OS NÚMEROS DOS 20 ANOS DA APM TERMINALS ITAJAÍ

- 8 milhões de TEUs operados em 20 anos de história

- 200 colaboradores

- Desde o arrendamento investiu R$ 720 milhões em infraestrutura e equipamentos

- Pagou R$ 773 milhões para os trabalhadores portuários de Itajaí

- Pagou 340 milhões em tributos federais, estaduais e municipais

- R$ 10 milhões de investimentos em gestão ambiental

- Em 2022 foram gastos R$ 69 milhões com 513 fornecedores nacionais, sendo R$ 26,9 milhões com 179 fornecedores de Itajaí

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