Infor Channel - Dez2021/Jan2022 #53

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Edição 53 / Dez. 2021 e Jan. 2022 | R$ 15,80

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VERSÃO DIGITAL

Revelações Aproveite o conteúdo inspirador do Amigo Secreto 2021

Caminhos rastreados

Blockchain pode rastrear bens de consumo de forma transparente, segura e imutável IC53_CAPA_v2.indd 1

Escassez de componente

O panorama se agrava desde o primeiro trimestre de 2020 e tem reflexos no País

SND

Qualidade e assertividade nas ofertas e investimento na formação de especialistas 10/12/2021 10:10:25


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Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Editorial https://inforchannel.com.br

Acesse a versão digital da revista pelo QR Code ou baixe o App disponível nas lojas. Se preferir acesse a versão desktop em: https://revista.inforchannel.com.br/

Diretor

Cláudio Miranda

Editora

Irene Barella

Editor-assistente Carlos Ossamu

Revelações

Fale com a redação – sugestão de pautas redacao@inforchannel.com.br Tel.: 11-99619-0878

Colaboradores

Claudio Ferreira e Roberta Prescott (texto); Olavo Camilo (revisão)

Design Gráfico (impresso e digital)

Ricardo Alves de Souza e Josy Angélica RS Oficina de Arte

A

Comercial

comercial@inforchannel.com.br

Atendimento ao leitor

contato@inforchannel.com.br Tel.: 11-93310-2277

Consultoria Jurídica

Dra. Mara Louzada mara.louzada@lsladvogados.com.br Dr. José Paulo Palo Prado jp@lpsa.com.br

Impressão

Referência Gráfica Infor Channel é uma publicação da Editora Mais Energia /InforChannelOficial @inforchannel @inforchannel

PAULO UEMURA

/inforchannel

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Irene Barella

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cada ano desvelamos tecnologias, soluções, posicionamentos, conceitos. Em 2021 aprendemos muito com a continuidade da pandemia de SarsCov2 e pudemos perceber que para o mundo dos negócios prosseguir é necessária uma atitude coesa: vacinação em massa, indistintamente, para estancar a transmissão do vírus. Assim, crises resultantes da escassez de componentes – provocada em grande parte pela Covid 19 e seus desdobramentos, podem deixar de acontecer. O resultado da união de esforços também pode ser percebido no Blockchain, que vai muito além das criptomoedas. É possível criar uma sequência segura de blocos, onde cada integrante insere seus conteúdos de forma isolada, mas ao final há ganhos para toda a cadeia, inclusive para a ponta, o consumidor. José Bublitz, presidente da distribuidora brasileira SND, fala do mercado, sua evolução e tendência e, ainda, sobre o direcionamento e foco da empresa. Uma revelação aguardada pelo ecossistema de TIC é a do Amigo Secreto de Infor Channel. Nesta quinta edição participam 129 empresas que apresentam um conteúdo riquíssimo que pode nortear ações para 2022. São perguntas e respostas que merecem uma degustação. Você, nosso leitor qualificado, pode aguardar para o ano que bate à porta, ainda mais qualidade e profundidade nas reportagens sobre temas atuais e instigantes para o nosso mercado. Adeus ano velho, feliz Ano Novo! E que tudo de melhor se realize para toda a comunidade de TIC, para o mundo todo!

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INDÚSTRIA E INSUMOS || por CLAUDIO FERREIRA

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Componentes: indústria estratégica Por conta da falta de semicondutores, chipsets e demais componentes eletrônicos, a produção global de várias indústrias foi afetada, especialmente a de TIC e a automobilística. Investigamos a situação junto a fabricantes, consultores e entidades locais e apresentamos um panorama da crise na produção e na distribuição, que está se refletindo no Brasil

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pandemia escancarou vários problemas, entre eles, a dependência mundial em relação a produtos e componentes eletrônicos fabricados especialmente na Ásia. Pior, como os fornecedores são certificados pelas empresas para atender às especificações de cada produto, qualquer tipo de mudança de origem dos insumos se torna uma operação difícil de ser realizada no curto prazo. Para entender como o mercado brasileiro está mitigando ou buscando soluções para essa questão de imediato e no médio prazo, entrevistamos especialistas e os diretamente afetados pela situação. A questão é muito complexa. Associados à Covid 19, que paralisou cidades e hubs industriais, há problemas de geração de energia na China, principal fabricante e exportador desses insumos. Soma-se o aumento da

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Somente em 2020, o mercado de PCs registrou um crescimento de 27% no Brasil e 15% na média global

demanda por equipamentos de TIC com o trabalho remoto e o ensino a distância, bem como com o uso mais frequente de tecnologias como 5G, Internet das Coisas – IoT e Inteligência Artificial - IA. “A necessidade da matéria-prima estava subindo antes mesmo do início da pandemia, mas com a chegada do trabalho remoto, por exemplo, a produção de computadores aumentou 22%, pressionando ainda mais a demanda”, aponta Carlos Augusto Buarque, diretor de Marketing da Intel Brasil. A busca por tecnologias empresariais e de consumo pessoal cresceram de modo exponencial e incluem de PCs a Centros de Dados e de serviços em Nuvem a automatização de processos, Segurança da Informação entre muitos outros. Somente em 2020, o mercado de PCs teve um crescimento de 27% no Brasil e 15% na média global, segundo dados da Intel. Para o executivo, a falta de componentes é um problema complexo, pois envolve diferentes atores da cadeia de suprimentos de eletrônicos e não é específica de processadores. “A Intel continua investindo para aumentar a capacidade de produção dos processadores e trabalhando com o ecossistema de parceiros para acelerar a normalização do Supply Chain”, assegura. O setor de semicondutores passa por um momento delicado. É uma indústria com previsão de crescimento anual entre 8% e 10% até 2027,

Novais, da Deloitte: A expectativa é que o equilíbrio entre a oferta e a demanda aconteça somente no segundo semestre de 2022. principalmente direcionada pelo uso cada vez mais intensivo dos componentes eletrônicos em variados dispositivos. “Entretanto, com as necessidades direcionadas pela Covid-19, pedidos cancelados e depois reabertos e dificuldades de produção da cadeia de suprimentos, essa mesma previsão tem sido revista”, explica Tiago Novais, gerente da área de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da consultoria Deloitte, que lembra: a instalação de fábricas de componentes, em especial de chips,

é um processo complexo e demorado. Pior ainda quando cancelam a representante brasileira (veja destaque: Projeto de Estado). Um processador leva aproximadamente 20 semanas para deixar uma fábrica e é realizado em centros altamente especializados que custam até US$ 10 bilhões e levam anos para sua construção e entrada em produção. “No longo prazo, a Intel continua investindo significativamente na expansão de sua capacidade de produção, com investimentos

Desempenho do setor Eletroeletrônico

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e acordo com a Abinee, o faturamento da indústria Eletroeletrônica atingiu R$ 173,2 bilhões em 2020, um crescimento nominal de 13% em relação ao realizado em 2019: R$ 153 bilhões. Ao descontar a inflação do setor, observa-se queda de 1%, visto que o Índice de Preços ao Produtor, IPP, do setor ficou em 14% no ano. Para este ano, os indicadores econômicos deverão apresentar resultados favoráveis, com crescimento do PIB acima de 3%, conforme Boletim Focus do Banco Central. Com a melhora da economia – fato que todos esperam, o setor Eletroeletrônico poderá mostrar um crescimento mais robusto em 2021. Sondagem realizada junto a associados da Abinee aponta que 75% das empresas projetam crescimento em vendas ou encomendas para 2021 em relação ao ano anterior; 22%, estabilidade e apenas 3%, queda. De acordo com a CNI, o índice de confiança das empresas do setor atingiu 64,2 pontos em dezembro de 2020, resultado superior ao mesmo período de 2019: 63,1. Resultados acima de 50 pontos indicam confiança do empresário industrial. Portanto, para 2021, estima-se que o faturamento do

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setor Eletroeletrônico chegue a R$ 195 bilhões, um aumento de 13%, com incremento em todas as áreas e variações entre +5% para Componentes Elétricos e Eletrônicos, e +20%, Informática. Descontando a inflação do setor, o crescimento real da indústria eletroeletrônica deverá ficar em 7%. Entre outras estimativas para este ano estão, crescimento de 6% na produção, aumento da mão de obra empregada no setor, que passará de 248,1 mil funcionários no final de 2020 para 258 mil no final de 2021 e, ainda, elevação de 78% para 82% na utilização da capacidade instalada. No quesito exportação, espera-se crescimento de 7% e nas importações, aumento de 10%. A Abinee destaca que mesmo com as perspectivas favoráveis para 2021, os empresários continuam cautelosos. As empresas do setor Eletroeletrônico esperam que a retomada da atividade continue nos próximos meses, porém, estão atentas à evolução do coronavírus no Brasil e no mundo. As projeções foram realizadas antes de março, sem considerar o agravamento da pandemia.

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O Brasil consome cerca de 2,5% do mercado mundial de semicondutores e produz menos de 1% dos componentes no mundo

em novas fábricas já anunciados nos Estados Unidos e em negociação para a Europa”, revela Buarque. No curto prazo, a Intel implementou diversas otimizações em sua cadeia de suprimentos e processos de fabricação para atender à crescente demanda do mercado. Além disso, tem trabalhado em conjunto com os parceiros para um melhor planejamento de demanda de outros componentes, a exemplo de telas LCD, de forma a melhorar o fornecimento de notebooks, desktops e servidores. Em março deste ano, a empresa anunciou investimento de US$ 20 bilhões na expansão da capacidade de produção de duas novas instalações de produção de processadores no Arizona, Estados Unidos.

Alternativas

O mercado ainda busca reordenar as cadeias produtivas que sofrem com problemas diversos, agravado pelo incêndio em uma fábrica de semicondutores no Japão (veja destaque: Autonomia essencial). Mesmo que a China produza apenas 5% dos chips do mundo, ela importa de outros países e os integra em um imenso número de produtos. Para a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – Abi-

Componentes eletrônicos provenientes da Ásia

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nee, é preciso que o Brasil adote medidas para fortalecer suas cadeias produtivas de forma a mitigar essa elevada vulnerabilidade. Hoje, as importações de produtos vindos da China representam 48,2% do total de compras externas feitas pelo setor Eletroeletrônico, participação que em 2013 era de 37,2%. Ao se considerar apenas compo-

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Al Shara, da TS Shara: A Indústria local está lutando com prazos de entrega mais longos para os clientes.

Abr

Mai 2021

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nentes, a presença chinesa chega a 46% do total importados destes insumos. Resumindo: o país asiático é o principal fornecedor de componentes do mundo. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores - Abisemi, o mercado local consome cerca de 2,5% do mercado mundial de semicondutores e produz menos de 1% dos componentes globais. “O Brasil é impactado negativamente a curto prazo, pois somos importadores desses insumos e o aumento da demanda significa aumento dos custos que impactam toda a cadeia de produção interna. O prolongamento da escassez global de semicondutores tem feito com que fabricantes de eletroeletrônicos sigam ‘equilibrando seus pratos’ entre diferentes fornecedores e custos para não perderem vendas no mercado brasileiro”, explica Pedro Al Shara, CEO da fabricante nacional de equipamentos de proteção de energia TS Shara. A Indústria local está lutando com prazos de entrega mais longos para os clientes. O executivo admite que muitos componentes estão à espera do embarque, porém demoram de três a quatro semanas para encontrar espaço nos contêineres e navios disponíveis. “Para contornar este cenário, tivemos que redesenhar o planejamento estratégico a fim de continuar atendendo às demandas”, revela. Dentre as estratégias aplicadas

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O setor de semicondutores passa por um momento delicado, com previsão de crescimento anual entre 8% e 10% até 2027

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estão: diversificar as parcerias com prestadores de serviços de logística e dos fornecedores para obter maior oferta e disponibilidade de serviços e produtos; trocar os países de origem, uma ação de baixo impacto e efeito, mas que ajuda a aliviar a pressão e escassez de matéria-prima e, ainda, trocar os portos de origem ou de destino, apesar do aumento no custo operacional e no tempo de logística. “É o efeito mais notável e efetivo de viabilizar a operação sem grandes comprometimentos nos prazos de entregas”, admite Al Shara.

Retrato do momento

O Brasil abriga as maiores companhias globais de Informática e Telecomunicações, que são as grandes consumidoras dos insumos asiáticos em termos de volume. Mesmo que somente façam a integração básica de equipamentos fabricados em outras localidades do mundo, o reflexo também é sentido. Na última sondagem realizada pela Abinee, em outubro, foi registrado um aumento de 69% para 70% no número de empresas que relataram dificuldades na aquisição de componentes e matérias-primas em função da falta destes itens no mercado. Este foi o segundo aumento seguido. O percentual é extremamente elevado, muito acima dos 20% verificados no início de 2020. Um panorama que se agrava desde

Buarque, da Intel: Expansão da capacidade de produção, com investimentos em novas fábricas nos Estados Unidos e em negociação na Europa.

o primeiro trimestre do ano passado. Entre os insumos mais citados destacaram-se os componentes eletrônicos provenientes da Ásia, relatado por 54% das empresas consultadas. Apesar da queda de dez pontos percentuais em relação à pesquisa anterior (64%), este percentual continua elevado. Em seguida, aparecem os componentes eletrônicos provenientes de outras origens citados por 44% das pesquisadas que estão com dificuldades na

aquisição de insumos. Neste caso, observou-se acréscimo de quatro pontos percentuais em relação ao levantamento anterior (40%). Procurados, muitos fabricantes não quiseram se envolver na discussão da questão, classificando, por meio de suas assessorias de imprensa, o assunto como ‘delicado’. A AMD enviou um posicionamento oficial da companhia: “este é um momento único no mercado de semicondutores, mostrando a

Autonomia essencial

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erca de 80% da fabricação mundial de semicondutores se concentra em uma série de países do sudeste Asiático – sendo que a China responde por apenas 5% do total, e estabelece uma cadeia produtiva entrelaçada com hubs de fábricas dos mais diversos setores. Diante do quadro, muitos consultores e dirigentes de TIC defendem a descentralização da cadeia de componentes e não apenas de chips. No entanto, a produção de semicondutores exige altíssimos investimentos por conta da requisição de tecnologia de ponta e instrumentos de precisão. Há anos a Abinee tem manifestado sua preocupação junto a diferentes governos sobre a necessidade de fortalecer a indústria de componentes no Brasil. Mas, para que isso aconteça, é necessária uma série de medidas que possibilitem a instalação de plantas fabris que atendam não somente ao mercado interno, mas que possam atuar em outros

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países, conferindo escala de produção, autonomia e lucratividade. Uma nova fábrica demanda bilhões de dólares. Para a Associação, “a atração de investimentos deste porte passa por uma melhoria no ambiente de negócios no Brasil, bem como a implementação da reforma tributária, que confira maior racionalidade nos impostos, eliminando a atual complexidade e insegurança jurídica, que terminam por afugentar a vinda de recursos produtivos para nosso País”. Algo utópico? Talvez, vide a acelerada desindustrialização do Brasil nos últimos anos, ou décadas. No mundo, a escassez de componentes abriu uma oportunidade para fortalecer cadeias produtivas e internalizar esse tipo de indústria. Movimento que está sendo feito por países como os Estados Unidos, que, por meio do Plano Biden, está adotando medidas para estimular segmentos tecnológicos estratégicos.

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importância dos chips para todas as partes de nossas vidas. A demanda dos clientes continua muito forte em nosso portfólio de produtos e estamos focados em trabalhar em toda a nossa cadeia de suprimentos para aumentar a produção e atender à demanda incremental que vemos no mercado”.

Previsão de normalidade no abastecimento de componentes semicondutores 8%

Custos e produção

É significativo o número de empresas que perceberam pressões acima do normal nos custos de componentes e matérias-primas, que atingiu 83% na pesquisa da Abinee. Apesar de ter caído três pontos percentuais em relação à sondagem de agosto (86%), o índice é muito superior aos 21% observados no final de 2019. Em paralelo, a oscilação do dólar foi outra adversidade enfrentada para atender à demanda. “Sem dúvida, esse fator afetou a correção de preços e importação de materiais plásticos e de cobre, por exemplo, um cenário que não era visto há 19 anos”, comenta Al Shara. Com ven-

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25% 48%

Até meados de 2022

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FONTE: ABINEE - PESQUISA DE OUTUBRO/2021

Até meados de 2023 Sem previsão Até o final de 2021

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das indiretas, a TS Shara intensificou em sua política de relacionamento com Canais, a recomendação por treinamento e capacitação de vendas na ponta, para aprimorar o atendimento. Uma proposição para vencer o cenário de crise. Além do custo, a falta de componentes eletrônicos no mercado está trazendo outras dificuldades para as empresas do setor, tais como o atraso na produção e na entrega, citado por 38% das entrevistadas pela Abinee. Ou até mesmo com paralisação parcial da produção, relatada por 14% das pesquisadas.

Normalidade em 2022?

Também permanecem as dificuldades na aquisição, especificamente de semicondutores, relatadas por 67% das entrevistadas que utilizam esses componentes na produção. Neste caso, 25% informam que seus fornecedores não passaram previsão de normalidade no abastecimento.

Além do custo, a falta de componentes eletrônicos no mercado está trazendo outras dificuldades para as empresas do setor

“Atualmente, a expectativa é que o equilíbrio entre a oferta e a demanda aconteça somente no segundo semestre de 2022. Ainda veremos desequilíbrio no próximo ano, com fabricantes buscando incrementos de produtividade e novas fábricas que começarão a operar ainda sem capacidade plena de produção”, aponta Novais, da Deloitte. A própria Associação da Indústria de Semicondutores dos Estados Unidos aponta que esta situação não tem solução a curto prazo. “Pat Gelsinger, CEO da Intel, mencionou recentemente que a expectativa é que a situação da cadeia de suprimentos se estabilize em um ou dois anos”, alerta Buarque. O mercado local também não está otimista. Apenas 8% das empresas consultadas pela Abinee, acreditam que a normalidade dessa situação pode ocorrer até o final deste ano. Para 48% isto se dará até o início de 2022, e outros 19% preveem que a situação será resolvida em meados de 2023

Projeto de Estado

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maioria dos países busca autossuficiência pelo menos em Energia, Alimentos, recursos hídricos, Ciência e Tecnologia, para garantir soberania e não ficar na mão de outros países. A dependência de produtos e serviços em setores essenciais resulta em altos custos para o mercado e população, sem falar do servilismo. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirma que este setor é uma prioridade de todos os países desenvolvidos e ressalta a característica transversal do setor. “Todas as áreas precisam de Ciência, Tecnologia e Inovação. É uma ferramenta essencial para o desenvolvimento econômico e social e pode transformar o Brasil”, defende. Há expectativa de toda a sociedade de se criar uma política nacional de apoio à indústria de semicondutores, importante para a geração de oportunidades de negócios, de empregos que girem a Economia. “Semicondutores, circuitos integrados são formas de agregar valor de uma forma muito eficiente e rápida, que trará produtividade, competitividade e que vai gerar oportunidades de inovação e quando a gente fala de oportunidade de inovação estamos falando de novos negócios”, disse o secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo Alvim. A declaração do ministro Pontes foi dada

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durante audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática, da Câmara dos Deputados, no início de outubro. Na ocasião, o processo de privatização do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada – Ceitec, que está em andamento entrou na pauta.

Ceitec

“O governo está abrindo mão do Centro em um momento de crise mundial na produção de semicondutores”, pontuou o deputado Milton Coelho, do PSB-PE. Pontes responde que “a liquidação do Ceitec não foi defendida pelo MCTI e, ainda sobre a possibilidade de encerrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores, o Padis, disse: ‘temos falado muito isso dentro do governo Federal, da relevância de fortalecer o setor de TIC.” A crise na produção de semicondutores traz uma lição que ao que tudo indica não está sendo apreendida no Brasil. No sentido inverso da necessidade de autonomia nesse segmento, o governo Federal, na pessoa do ministro das Comunicações, Fábio Faria, propôs ao dono da Tesla, Elon Musk, instalar uma fábrica de semicondutores no Brasil. Qual a razão para fechar uma produção nacional e convidar um fabricante estrangeiro para operar no País?

História

Criada em novembro de 2008, a Ceitec desempenha papel estratégico no desenvolvimento da indústria de microeletrônica do Brasil, desenvolvendo semicondutores ​para identificação automática – RFID e cartões inteligentes, para​aplicações específicas. Empresa estatal, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC, o Ceitec, atuava na área da indústria de microeletrônica e começou a desenvolver chips para rastreamento de gado há 13 anos, se tornando a principal produtora de semicondutores no País. No entanto, em dezembro de 2020, o Governo Federal por meio de um decreto, autorizou o fechamento do Centro, único fabricante de semicondutores da América Latina. Esse processo, no entanto, foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União em setembro deste ano, que pediu explicações ao MCTIC e ao Ministério da Economia. “A liquidação do Ceitec acentua a discussão da falta de um projeto nacional de desenvolvimento, com visão de futuro na participação do Brasil na produção mundial de componentes. Hoje vemos todos os países fazendo exatamente o contrário, buscando reforçar as suas indústrias de semicondutores”, critica o CEO da TS Shara. Decisões como essa colocam o Brasil na contramão do desenvolvimento tecnológico.

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TECNOLOGIA || por ROBERTA PRESCOTT

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Blockchain, muito além do Bitcoin Conhecida devido às moedas digitais, a tecnologia que faz registros imutáveis de transações tem forte apelo corporativo. Passada a euforia da novidade, agora, as empresas entendem melhor suas aplicações na cadeia de Dados descentralizados e com segurança

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evelada ao mundo por causa do Bitcoin, a tecnologia Blockchain vai muito além das moedas digitais. O Banco de Dados, que faz o registro de transações de forma confiável e imutável, despertou o interesse de empresas de diversos segmentos. Passado o frisson inicial, quando muitas companhias anunciaram que adotariam Blockchain, hoje, o cenário é mais realista. Já se entendeu, por exemplo, onde faz sentido usar este tipo de registro, quais são as dificuldades de implementação e os reais benefícios. Contudo, mesmo que as aplicações públicas de compartilhamento de Dados transacionais de várias fontes estejam prosperando, segundo o Gartner, projetos bem-sucedidos de Blockchain corporativo ainda são escassos. O que está em evidência, agora, é o token não fungível, ou non-fungible token NFT, um ativo digital único baseado em Blockchain que se conecta a ativos do mundo real, como arte digital ou música, e ativos físicos ‘tokenizados’, como casas ou carros. No caso de NFTs, Blockchain é usado para garantir que aquele item não fungível é único. Isso porque a tecnologia tem a característica de atribuir unicidade a qualquer coisa. O Blockchain é, como o nome diz, uma cadeia de blocos; é um Banco de Dados distribuído que registra e armazena as informações, utilizando um código criptográfico. A definição original foi divulgada, em 2008, com o artigo Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System, publicado por Satoshi Nakamoto (pseudônimo cuja real identidade do autor permanece desconhecida).

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O Brasil está em diferentes maturidades de adoção de Blockchain, dependendo das aplicações

Alves, da HPE: Entender as informações que podem ser compartilhadas é o grande desafio do ambiente colaborativo.

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Um ponto fundamental e extremamente relevante para usos corporativos é a qualidade do Dado inserido. Isso porque a autenticação e rastreamento são efetuados com base nas informações fornecidas. “Quatro anos atrás, era febre, com todos falando que Blockchain iria revolucionar o mundo. Estamos acompanhando esse movimento”, disse Roberto Matsubayashi, diretor-técnico da Associação Brasileira de Automação - GS1 Brasil. De acordo com ele há projetos em curso de rastreabilidade, mas sem Blockchain e projetos-pilotos com a tecnologia na linha de produtos perecíveis, para que se possa fazer uma atuação em casos de crise alimentar. Carlos Henrique Duarte, líder de serviços de Blockchain na IBM América Latina, trabalha com Blockchain desde 2016 e é enfático ao dizer que esta tecnologia não é para resolver todos os problemas, mas alguns ela resolve bem. A fase de testes, para se entender sua aplicabilidade no mercado corporativo, já ficou para trás. “Entendo que passamos por um momento onde muitos dos testes foram realizados e se tornaram redes que têm relevância a ponto de virarem soluções de mercado”, pontua Duarte. A IBM oferece a possibilidade de se construir redes do zero ou de entrar nas existentes, aderindo à rede ou solução de alguém. “Estas diferentes redes começam a se falar, pegar informações umas das outras, utilizar as redes com informação limpa”, completa. Blockchain tem aplicação crítica para aplicação em cadeias com vários atores, com objetivo de conferir trans-

Righetti, da Oracle: Os aprendizados dos pilotos destacam a importância de contar com processos integrados. parência, uma vez que os registros não serão alterados. O mercado, pondera Marco Righetti, diretor-sênior de Engenharia e Arquitetura em Cloud na Oracle América Latina, avalia que o Brasil hoje está em diferentes maturidades de adoção de Blockchain, dependendo das aplicações. “As pessoas associam à criptomoedas, mas temos de expandir este universo, porque Blockchain é automação entre parceiros, entre entidades, para o bem comum, a exemplo da rastreabilidade de bens de consumo”, define Righetti. Com os ‘blocos’ é possível saber se uma carne veio de área não devastada, para que receba a certificação de origem de recursos que se extraem da natureza e dar transparência para a cadeia de transformação, por exemplo.

Casos de uso

Blockchain têm sido empregada no Varejo, para as áreas de backoffice, finanças e na cadeia de suprimentos. O setor Financeiro também tem sido adepto da tecnologia, não só por conta de Meios de Pagamentos ou do dinheiro digital, mas pela característica de rastreabilidade. Nesse sentido, outras indústrias, como a de mineração, têm recorrido à Blockchain. Blockchain existe e é viável; as provas de conceito mostram isso. “A discussão hoje é: qual é a proposta de valor, se ela é entendida pelos stakeholders e qual é o modelo de negócios relacionado a isso. São tecnologias, há custo e remuneração e logicamente vai para o custo do produto. Como monetizar isso?”, acrescenta Matsubayashi. Um exemplo é a Responsible

Sourcing Blockchain Network, Rsbn, uma rede Blockchain comprometida com o fortalecimento dos direitos humanos e proteção ambiental nas cadeias de abastecimento de minerais, construída na plataforma IBM Blockchain e garantida pelo RCS Global Group. Esta iniciativa tem entre os participantes a Ford, Volvo e LG. A Rsbn ajudou a resolver o problema de trabalho escravo na extração do Cobalto, usado nas baterias de carros elétricos. A rede foi criada para rastrear o minério, do momento em que é recolhido, quando se transforma em bem industrializado até chegar ao uso. “Os casos vão acabar se repetindo por conta das características de Blockchain. Já descobrimos que ele não serve para qualquer coisa, mas sim para risco de fraude, necessidade de rastreabilidade, conciliação ou disputa”, aponta Duarte, da IBM. A própria IBM, além do exemplo da Rsbn, tem outros casos. No Brasil, a Câmara Interbancária de Pagamentos, em 2019, criou uma rede nacional de Blockchain para que bancos compartilhassem informações de dispositivos móveis não confiáveis. A partir dessas identificações, as instituições financeiras podem enriquecer seus sistemas antifraude para verificar um dispositivo específico ao avaliar, por exemplo, se é um aparelho perdido, furtado ou roubado. Assim, o chamado Device ID ajuda a evitar que o cliente bancário seja alvo de fraudes. “Foi um projeto bem importante do ponto de vista da tecnologia e do desenvolvimento de uma solução brasileira, de formação de time e de capacidade de entrega. Ele

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Blockchain é automação entre parceiros, entre entidades, para atingir um objetivo comum, como a rastreabilidade de bens de consumo

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também nos capacitou para a criação de outros projetos”, lembra Duarte. Sem citar nomes, o executivo conta um caso de uso entre empresas locais, uma fornecedora da outra, de formação de uma rede de conciliação de notas fiscais e pagamentos. Nesse caso, esta tecnologia é o core que viabiliza a automação da confiança e possibilita o acordo imediato das informações. Um dos grandes benefícios de Blockchain é a visão do dado limpo e conciliado para ser utilizado para outras frentes de negócios. E uma das características dessa tecnologia é ela ser esta camada intermediária, esse middleware que possibilita realizar as integrações entre várias fontes de Dados. Indo além, é isso que vai permitir a expansão e a combinação de Blockchain com Internet das Coisas, Inteligência Artificial etc. As indústrias Agrícola e de Co s m é t i co s t ê m a t ra n s p arência requisitada pelos consumidores, ávidos por saber a origem das matérias-primas. “Blockchain habilita a sustentabilidade e ética”, ressalta Righetti. Estes setores dependem de terceiros, ou seja, a cadeia não está toda na mão de um só. “Ele dá transparência, é simples de implementar e não exige alto nível de informatização

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Matsubayashi, da GS1: Há desafio para a cadeia de suprimentos e enxergamos que existe dificuldade para escalar. ou complexidade de sistema, porque prega o registro de cada transação entre os elos; é um livro-caixa e todos têm visibilidade”, explica o executivo da Oracle. A complexidade está em identificar todos os atores e desenhar o processo, que é compartilhado e depende de terceiros. “Os aprendizados dos pilotos destacam a importância de contar com processos integrados, de pensar em como expor os Dados de forma aberta e como vai extrair informação dali. É pensar em maneiras de começar de forma modular, pegar a cadeia de valor e pensar modular”, diz.

Já a HPE está olhando para Blockchain de modo a inseri-lo no framework Swarm Learning , um mecanismo de compartilhamento descentralizado de Dados. “Começamos a observar que a computação na borda poderia ser a saída para extrair insights deste grande volume de Dados e aí entra Blockchain. Usando IA na borda e com Blockchain como ferramenta de controle”, explica Fábio Alves, diretor da divisão de Computação de Alto Desempenho da HPE. Alves relatou que áreas como Saúde, Finanças, Manufatura e Veículos autônomos têm aderên-

Tecnologias de Blockchain Para relembrar, ou conhecer, seguem abaixo algumas definições. Confiança descentralizada: O principal motivo pelo qual as organizações usam a tecnologia Blockchain, em vez de outros armazenamentos de Dados, é fornecer uma garantia de integridade das informações sem depender de uma autoridade central. Isso é chamado de confiança descentralizada por meio de Dados confiáveis.

rede de Blockchain, ele baixa uma cópia de todos os blocos da cadeia. Depois que o novo nó é sincronizado com os outros nós e tem a última versão, ele pode receber quaisquer novos blocos, assim como outros nós.

Existem dois tipos principais de ‘nós’:

Nós completos armazenam uma cópia total do Blockchain.

Blocos: O nome Blockchain vem do fato de que os Dados são armazenados em blocos e cada bloco é conectado ao bloco anterior, formando uma estrutura em cadeia. Com a tecnologia, você só pode adicionar (anexar) novos blocos a um Blockchain. Você não poderá modificar ou excluir qualquer bloco depois que ele for adicionado.

Nós leves armazenam apenas os blocos mais recentes e podem solicitar blocos mais antigos quando os usuários precisam deles.

Tipos de Blockchains

Algoritmos de consenso: Algoritmos que impõem as regras dentro de um sistema de Blockchain. Depois que os participantes configuram as regras, o algoritmo de consenso garante que elas sejam seguidas.

Público: Uma rede Blockchain pública, ou sem permissão, é aquela em que qualquer um pode participar sem restrições. A maioria dos tipos de criptomoedas é executada em um Blockchain público que é controlado por regras ou algoritmos de consenso.

Nós: Os blocos de Blockchain de Dados são armazenados em nós - as unidades de armazenamento que mantêm os Dados sincronizados ou atualizados. Qualquer nó pode determinar rapidamente se algum bloco foi alterado desde o momento de sua adição. Quando um novo nó completo se junta à

Permissionado: Um Blockchain privado ou permissionado permite que as organizações definam controles sobre quem pode acessar os Dados do Blockchain. Apenas usuários com permissão podem acessar conjuntos de Dados específicos. A Oracle Blockchain Platform é um Blockchain permissionado.

FONTE: ORACLE

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cia à solução, uma vez que precisam compartilhar as informações e Blockchain coordena o que pode ser trocado de informação. “Blockchain é a ferramenta que permite que os centros compartilhem os Dados que querem”, ressalta. Países da Europa e os Estados Unidos estão mais avançados no uso do sistema que permite rastrear o envio e o recebimento de alguns tipos de informação via Internet. “Meu trabalho aqui é fomentar isso. Estamos buscando clientes para fazer provas de conceito de Swarm Learning no Brasil”, conta. Um caso é do Dzne, um instituto de pesquisa alemão dedicado a encontrar a cura para doenças de Alzheimer e Parkinson. A instituição estuda, por várias décadas, 30 mil pacientes e firmou parceria com a HPE para ajudá-la a gerenciar os Dados obtidos. Uma das dificuldades era encontrar métodos para compartilhar grandes quantidades de Dados, seguindo as leis de privacidade e regulamentos de conformidade, que variam segundo as diversas jurisdições.

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Duarte da IBM: Blockchain traz complexidades que extrapolam a TI e tem de ser visto sob o prisma do negócio. “Eles colaboram usando algoritmos de Machine Learning ou Inteligência Artificial e compartilham os insights conseguidos. Neste momento entra o Blockchain, que faz o controle do que e como pode ser compartilhado”, conta. Para Matsubayashi, da GS1 Brasil, o Blockchain serve para itens seria-

lizados e não para produtos individualizados, com ID único. “Para a indústria, isso é um desafio, porque envolve custos adicionais e implica em que todos os elos da cadeia tratem as informações. Isso cria desafio para a cadeia de suprimentos e enxergamos que existe dificuldade para escalar”, diz.

19 A GS1 desenvolve padrão de identificação de produto e de mensageria tanto para informação de produtos, como para rastreabilidade. A Associação está indiretamente envolvida em projetos de Blockchain, porque as empresas de tecnologia estão usando o dataset da GS1 de mensagem de rastreabilidade de cadeia, importante para esta tecnologia. “As informações que chegam para a aplicação em Blockchain têm de ser igual às de todos os participantes. E para isso usam a identidade da GS1”, detalha. Duarte, da IBM, fala que Blockchain não tem nada a ver com comprar caixinha; traz complexidades que extrapolam a TI e esta é a primeira dificuldade tanto para quem vende como para quem compra, porque tem de ser visto sob prisma do negócio”, detalhou o executivo. Para Alves, da HPE, entender as informações que podem ser compartilhadas é o grande desafio dentro do ambiente colaborativo

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O setor de Distribuição exige um novo olhar sobre as tendências e modelos de negócios. Na SND, empresa brasileira fundada há 35 anos, essa reflexão aconteceu há sete anos, conforme relata seu presidente, José Bublitz. Ele conta como foi a decisão de incluir serviços e criar unidades de negócios para inovar a atividade, sem abandonar o tradicional modelo de transacionar caixas. A distribuidora tem sede em Barueri, SP, filial de vendas no Rio de Janeiro e atende a todo o País por meio de quatro Centros de Distribuição em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Espírito Santo.

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ENTREVISTA || por IRENE BARELLA

Direcionar e focar Como vislumbra o futuro do mercado de Distribuição no mundo e no Brasil? Há sete anos fizemos essa mesma pergunta aqui na SND. Refletíamos que, por anos, o mercado de Distribuição consistiu em receber grandes volumes de mercadorias e distribuir em partes pequenas, além de dar crédito aos revendedores. Essa reflexão nos fez entender que tal modelo de negócios não iria perdurar por muito mais tempo. O cenário era claro: tínhamos que inovar. Então, decidimos agregar serviços. E apesar de nunca termos deixado de ‘mover as caixas’, a oferta de serviços nos trouxe a oportunidade de criarmos unidades de negócios, como Nuvem, Enterprise e Locação de Equipamentos. É isso que vislumbramos como negócios no futuro. Outro ponto que acreditamos e que está no DNA da SND, é o atendimento 100% via Canal. Mas, para o modelo de atuação ter sucesso, investimos no desenvolvimento e capacitação dos parceiros e vamos junto com eles nas visitas aos seus clientes, para apoiar a geração de bons negócios. Recente pesquisa da Abradisti apontou que mais de 60% dos revendedores têm até cinco funcionários. Sendo assim, não conseguem comprar, vender, receber, ter estoque, entre outras responsabilidades. Eles têm que focar na venda e deixar o resto com o distribuidor. Na SND, adotamos uma frase que virou um mantra: A distribuição só vai bem se estiver junto com seus parceiros no cliente final. Por isso, trabalhamos para estar perto do revendedor, levando qualidade e assertividade nas ofertas.

Quais são os desafios dos distribuidores? O setor de Distribuição teve diversos ciclos de evolução, que duraram longos períodos. Porém, atualmente, esse ciclo evolutivo é muito curto. Então, o distribuidor precisa estar atento à evolução porque tudo acontece muito rápido e o mercado não tem tempo de testar uma novidade, tudo tem que sair bem com as tecnologias rodando. O tempo de maturação é muito menor e todos os profissionais da cadeia produtiva precisam ter agilidade. Isso custa muito, mas a capacidade

de investir tem limites e acabamos encontrando um gargalo nos profissionais, que em muitos casos, não conseguem assimilar as mudanças. É por isso que a Universidade SND aposta tanto na aprendizagem interna, para formar especialistas que estão na linha de frente do desenvolvimento, da integração e do suporte aos projetos. A agilidade para perdurar nos negócios é desafiadora para qualquer empresa. Para não se perder no caminho é preciso direcionamento e foco.

Como avalia o modelo de negócios ‘Como Serviços’? A oferta de serviços permite à distribuidora se diferenciar e ampliar suas experiências e oportunidades. Veja que, na SND, a solução em Nuvem foi uma das primeiras linhas de serviços em nosso portfólio. Fomos tão assertivos que o segmento já representa a média de 18% dos negócios, com rentabilidade superior aos outros produtos e serviços oferecidos, exigindo como contrapartida maiores investimentos. Alguns serviços são intrínsecos em nosso ‘pacote’ de soluções, como o financiamento direto aos clientes dos parceiros, que tem contribuído para o fechamento de grandes projetos de TI. Hoje, atuamos com sistema automatizado no SAC, onde os clientes dos parceiros também recebem atendimento direto – eles representam mais de 60% das solicitações. A Sand, nossa consultora virtual, traz essa Inteligência Artificial, permitindo o autoatendimento. Nosso trabalho consiste em ajudar o parceiro em questões de crédito e administrativas, para que ele se concentre nas vendas. Ainda, a Universidade SND é um serviço que traz diferencial em nosso modelo de negócios. Criada inicialmente para atender às necessidades de aprendizado sobre as soluções em Nuvem, agora o Canal oferece treinamento sobre diferentes temas tanto para nosso time, como para parceiros. Qual é a estratégia de atuação da SND? O mercado de locação existe há algum tempo e sempre esteve nas mãos de grandes players que comercializam direto com o consumidor, não

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tendo o Canal no negócio. Para fazer locação se investe capital intensivo da mesma forma que na Distribuição, mas o retorno é diluído em várias parcelas e de longo prazo. Diante do cenário, o pequeno revendedor não tem capital, tampouco um centro de serviços para administrar um contrato de locação. As empresas que optam pela locação não querem ter preocupações, por isso a gestão para entregar os serviços demandados é gigantesca. Nosso propósito é democratizar a locação junto com o Canal. Para tanto, a estratégia é suportar os pequenos revendedores no desenvolvimento de projetos que contemplem tanto a venda como a locação de equipamentos, para que eles ajudem seus clientes a decidirem o que é melhor. Se antes as pequenas revendas não tinham capital para locar, agora elas têm a opção e o apoio da SND. Como as novas tecnologias impactam os negócios da Distribuidora? A inteligência que colocamos nos processos de atendimento vai auxiliar nas iniciativas para a comercialização de tecnologias como 5G, Inteligência Artificial, Aprendizado de Máquina, Computação de Borda, por exemplo. E como sempre, temos que caminhar junto aos parceiros e seus clientes para que o impacto seja positivo. A SND tem estrutura para levar conhecimento para as revendas que estão prontas para assimilar as novas tecnologias e a maioria dos nossos fornecedores está atenta para que suas soluções sejam compatíveis, evitando um gargalo no futuro. Aliás, os profissionais de pré-vendas e engenheiros empregam todo conhecimento para ajudar nos projetos, considerando a integração dessas tecnologias. Qual é a estrutura organizacional da SND? Atendemos a revendas em todo o território nacional pelas Unidades de Negócios de Varejo e revendas especializadas,

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Corporativa, Cloud, Enterprise e Locação. Os produtos em destaque são computadores, cloud e telas, vale ressaltar que estamos entre os top três distribuidores que comercializam soluções dos fabricantes destes segmentos. Quais são as novidades em termos de portfólio? Acreditamos que as tendências vão se manter nas soluções em Nuvem, nas soluções e serviços para Enterprise e na locação de equipamentos. Nesse contexto, recentemente firmamos acordo com a Huawei, uma das maiores fabricantes de equipamentos e soluções para Rede e Telecom do mundo, que nos permitiu criar a unidade Enterprise. Em breve, as soluções em Nuvem da Huawei serão inseridas na Business Unit Cloud, além da oferta de equipamentos da fabricante para locação. Sendo assim, o próximo passo será ampliar a oferta de produtos, por isso estamos olhando para todos os fabricantes que possam complementar o portfólio. Quais são as ações de incentivo para as revendas? Iniciativas de incentivo aos parceiros nos ajudam a fomentar novos negócios. Na SND, algumas dessas ações são a disponibilidade do Programa de Parceiros Impact Cloud, a Universidade SND, o SAC e os Sistemas de Financiamento. O Impact Cloud (iCloud) é o Programa de Canais da Unidade Cloud and New Business, que oferece treinamentos, trabalha o desenvolvimento e disponibiliza um time de prévendas especializado para dar suporte nas negociações. A Unidade Enterprise terá um programa similar, mas será um pouco mais focado no relacionamento e interação com os parceiros. O lançamento está previsto para o início de 2022. A Universidade SND motiva os parceiros ampliando

se de uma plataforma EAD, por onde realizamos de oito a dez treinamentos mensais, multiplicando conhecimento sobre produtos e serviços do nosso portfólio. Os participantes são treinados por especialistas da SND ou dos fabricantes e, como os treinamentos ficam disponíveis na plataforma, eles podem montar sua grade de cursos com os temas de seu interesse e acessar a qualquer momento.

Investimos no desenvolvimento e capacitação dos parceiros ALE

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José Bublitz, presidente: estamos olhando para todos os fabricantes que possam complementar o portfólio seus conhecimentos sobre aspectos técnicos das soluções e melhorando seu discurso de vendas, gratuitamente. Nosso SAC, com atendimento direto e especializado, traz tranquilidade para os parceiros ao saber que seus clientes estão sendo bem assistidos. Ainda disponibilizamos seis linhas de financiamento: o Santander Financiamentos; o HP Enterprise; o BNDES; o Grenke, o DLL – Financial Solutions Partner; e a solução própria SNDPay. E quanto às qualificações para vendas? A Universidade SND é um dos principais pilares para qualificar as revendas. Trata-

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Pretende alterar o número atual de revendas ativas? Temos seis mil revendedores e nossa expectativa é aprofundar ainda mais o atendimento a estes parceiros. Nosso objetivo é apoiar, ser a extensão da infraestrutura destes revendedores. Em Cloud, 98% do faturamento já são realizados diretamente ao cliente do nosso parceiro revendedor. Temos 700 revendas que recebem comissionamentos mensais e recorrentes por essas vendas. Hoje trabalhamos com fabricantes como Acer, AOC, APC, ASRock, BenQ, Brother, CoolerMaster, Corel Draw, Gigabyte, Google for Education, FS Rental, Huawei, HP, Intel, Kaspersky, Konami, Lenovo, LG, Logitech, Micron, Microsoft, Norton, Panasonic, Phillips, Playstation, Samsung, SMS, TP-Link, Wacom, Xbox e Zotac. Todas as linhas de produtos estão disponíveis via Comércio Eletrônico em www.snd.com.br, ou pela plataforma www.2bc.com.br para soluções em Nuvem. Qual é o perfil esperado? Esperamos revendas que estejam alinhadas aos nossos objetivos e que aceitem encarar desafios e entrar em novos mercados. Estamos apostando em Cloud, Enterprise e Locação como promessa para novos modelos de negócios. Por exemplo, a revenda que vier a ser nossa parceira deve olhar a locação e a Nuvem como uma fonte de receita recorrente, que vai garantir bons retornos no futuro

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ESPECIAL || por IRENE BARELLA

Momento das Este Amigo Secreto traz ações, expectativas e tendências de 129 empresas sobre 2022, Segurança, compliance, sustentabilidade, Dados e muito mais

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om crescimento contínuo desde sua primeira edição realizada em dezembro de 2017, o Amigo Secreto de Infor Channel 2021 conta com 129 participantes. A iniciativa, que já é aguardada pelo mercado ao final de cada ano, tem como proposta a troca de perguntas e de respostas no lugar de presentes. Na verdade, o setor como um todo ganha um presentão: um rico pacote recheado com um consistente e belíssimo conteúdo mais que relevante. Eles podem ser um termômetro, um indicador da situação atual e futura do mercado de Tecnologia da Informação e Comunicações – TIC e de seu ecossistema, composto por fabricantes, distribuidores, revendedores, integradores, provedores de soluções, provedores de Internet e de Telecomunicações, desenvolvedores e, de forma geral, os profissionais da área. É uma forma diferente de “bater um papo” com todos os participantes, conhecer as ideias, detectar

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tendências e saber quais são as dificuldades e superações de companhias que estão no mesmo barco, independentemente da atividade-fim. O caminho percorrido e relatado nas respostas a seguir pode ser uma orientação para o leitor. A ‘dor’ sentida por um executivo e como percalços foram superados podem ser o analgésico para outros tantos, mesmo que não estejam na ‘brincadeira’.

Em destaque

Este ano a maioria das indagações girou em torno da propalada Segurança Cibernética, necessária para a continuidade dos negócios, do astronômico volume de Dados que o mundo gera, em como incrementar a Experiência do Cliente; quais as principais tendências em tecnologia e como lidar com elas. Os participantes também estão interessados em saber de seus pares em TIC o que esperam de

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revelações 2022, com as eleições majoritárias previstas e a vigência da LGPD. Há muitos outros assuntos levantados, entre eles, os desafios para os Canais, a baixa qualidade e a consequente disputa por mão de obra em TI, como vender para o usuário final, além de questões de compliance, de sustentabilidade e de investimentos.

Por que impressa?

As mídias Infor Channel têm como premissa fomentar e divulgar as notícias, tendências e evolução do setor de TIC. Porém, vai além, ao promover a troca de experiências e a aproximação entre os elos de toda a cadeia por meio do Amigo Secreto, além de outras atividades como os prêmios A Escolha do Leitor e Excelência em Distribuição, e entrevistas em vídeos. A editora Mais Energia, por meio de seus jornalistas, mantém o site www.inforchannel.com.br com as notícias mais “quentes” do dia, no formato digital.

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A impressa é o veículo para apresentar reportagens mais densas, mais profundas e explicativas. São as entrevistas com um número maior de executivos que dão essa qualidade à revista em relação ao site, mais dinâmico, porém superficial por sua característica. Com periodicidade mensal, leva aos leitores temas do momento, tendências tecnológicas e mercadológicas que, de alguma forma, impactam os negócios e os profissionais de TIC. E, para finalizar, vale lembrar que todo o processo de troca de perguntas e respostas do Amigo Secreto é sigiloso e a revelação somente acontece nesta edição especial.

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A tecnologia é a vilã da desigualdade? Rodolfo Fücher, presidente da Abes

Entendo que ela é o caminho para a redução da desigualdade. No nosso dia a dia, como empresa de tecnologia, observamos como ela é uma ferramenta importante para simplificar a vida das pessoas e derrubar barreiras. No cotidiano de empreendedores, por exemplo, seja qual for o tamanho de seus negócios, a inovação faz com que cresçam em vendas e reduzam custos, permitindo a sustentabilidade de suas empresas no mercado. Com negócios sólidos, é possível criar um círculo virtuoso, com contratação de fornecedores e colaboradores, gerando cada vez mais renda e escala. Nosso propósito está diretamente ligado a investir naquilo de mais precioso que a tecnologia pode proporcionar: tempo. É por meio dela que as distâncias se encurtam, os conhecimentos se difundem com rapidez e potencializamos a produtividade e qualidade do que desenvolvemos. Reginaldo Stocco, fundador da Vhsys

Os provedores regionais tiveram papel importante na interiorização da internet. Como podemos impulsionar a democratização do acesso à internet? Alessandra Lugato, diretora-executiva da Abrint

É indiscutível argumentar o salto tecnológico que o 5G trará para diversos setores da economia, a partir da geração de novos modelos de negócios relacionados, principalmente, à Automação e Inteligência Artificial, que irão melhorar significativamente a experiência do usuário. Por isso, trabalhar em prol da democratização do 5G será peça-chave para que o desenvolvimento chegue em todos os cantos do Brasil, e com os provedores regionais se tornando protagonistas nesse cenário, essa jornada será mais ágil. Assim, quando forem contemplados pelo Leilão do 5G, eles terão o compromisso de catalisar essa reação para que os consumidores, localizados em diversas áreas periféricas do País, consigam desfrutar dessa revolução com um serviço mais qualificado, ao oferecer uma infraestrutura de ponta para garantir o bom funcionamento da rede.

Na sua opinião, qual será o maior desafio do mercado de TIC com os Canais, em 2022? Severino Sanches, CEO da Agora

O mercado de TIC está em constante transformação. É necessário conhecer bem o negócio e, mais do que isso, possuir flexibilidade o suficiente para se adaptar aos novos cenários. O momento atual apresenta uma variedade de plataformas e soluções, que devem ser cada vez mais personalizadas. Os Canais, por sua vez, buscam plataformas com especializações de negócio. A venda está assumindo uma postura mais consultiva, e, com isso, o mercado espera que os Canais sejam seus trusted advisors. Quando se fala em inovação, testar e validar são palavras-chave. Assim, o grande diferencial competitivo é a flexibilidade do Canal de criar prova de conceitos, adaptando a solução de forma rápida e eficaz, conforme a necessidade. Adriano Esposito, diretor de Inovação da Sonda

Pedro Al Shara, CEO da TS Shara

De que modo o distribuidor pode gerar valor à revenda ou ao cliente ao ofertar produtos, software, hardware, infraestrutura e soluções como serviço? Sandra Fantoni, diretora de MKT e Produtos da Agis Distribuição

Um dos maiores desafios enfrentados tanto pelo Canal como pelos clientes finais é se manterem atualizados em relação às estratégias e tecnologias utilizadas no mundo do cibercrime. Os distribuidores, em especial, são hubs de disseminação de conhecimento e tecnologia. Vivemos um momento crítico, em que os criminosos digitais inovam constantemente, de forma a realizar roubos de informações e paralisações sistêmicas dos ambientes corporativos. Esse quadro exige que a indústria compartilhe o conhecimento mais avançado em cyber security com a sua cadeia de distribuição e clientes. Cabe ao fabricante de tecnologia prover recursos e visibilidade ao mercado. Isso envolve grandes verbas dedicadas a R&D. A base dessa oferta são soluções e serviços de última geração baseadas em IA e ML que entregam Segurança com a máxima visibilidade e automação. Arley Brogiato, diretor da SonicWall AL e Caribe

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Quais são os desafios e oportunidades para os Canais em 2022? José Roberto Rodrigues, diretor-geral da Adistec

Com a permanência de trabalho remoto e o aumento da transformação digital, a infraestrutura crítica continuará se expandindo, suportando aplicações como cidades inteligentes, saúde, automação industrial, treinamentos e trabalho remoto, tudo isso potencializado com a chegada do 5G. Com a quinta geração de telefonia celular, haverá um incremento de projetos de Internet das Coisas, que demandarão um volume maior de dispositivos conectados. Cada uma das aplicações em diferentes verticais consiste em oportunidades de negócios. Os desafios para os parceiros de Canais serão cada vez maiores para um aprofundamento das tecnologias essenciais para construir soluções que garantam a continuidade dos negócios de seus clientes, unindo principalmente recursos de cloud, Segurança e Inteligência Artificial. João Paulo Tavares da Silva, líder de Varejo da Semantix

Além de tecnologias como Cloud Computing, videoconferência e IA, quais novas tecnologias e tendências poderão se consolidar nos próximos dois anos? Mariano Gordinho, presidente-executivo da Abradisti

Serão as que permitem oferecer digitalização e eficiência. A Hyperautomação que busca automatizar processos de negócios e TI com escalabilidade e disrupção, e Total Experience, uma vez que a inteligência de Dados e a abordagem holística sobre os touch points do negócio passaram a ser fundamentais para aumentar a competitividade e receita. O conceito de Data Center Central, será substituído pela chamada TI-Híbrida onde há a conjunção da TI tradicional on-premises com a utilização de recursos disponibilizados em Nuvem. As empresas fornecedoras de serviços, cada vez mais terão que disponibilizar serviços em sua Nuvem, que se integrarão aos recursos de multi-nuvem do cliente. Nuvens estas que deverão ter características operacionais e de Segurança similares, para que sejam integradas e/ou separadas sem interromper a operação do cliente. Gilberto Caparica, vice-presidente da Qintess

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Com a aceleração da Transformação Digital e a falta de desenvolvedores de software, concorda que o low-code seria um excelente atenuante para isso?

Como sua empresa se adaptou às mudanças e desafios deste ano no Brasil e qual o seu papel como líder em inovar e alcançar melhores resultados?

Ricardo Recchi, diretor-geral da GeneXus

Sergio Santos, diretor-geral da AMD

O low-code é um dos caminhos, mas não o único. Acredito que a principal estratégia para combater a escassez de profissionais de TI ainda seja o incentivo à Educação e à formação de profissionais. Nesse sentido, é de responsabilidade das empresas, cada vez mais, a criação e a disponibilização gratuita de treinamentos e cursos para preparar seus colaboradores e, ou, profissionais de outras áreas e estudantes que queiram ingressar no universo da Tecnologia da Informação. Filippo Di Cesare, CEO BR e AG da Engineering

Buscando soluções que acompanhassem as necessidades atuais dos clientes. Acompanhar e procurar antecipar as demandas do seu público é a chave para enfrentar as oscilações do mercado. E para isso, é preciso saber ouvir seus clientes. A metodologia NPS é uma ótima ferramenta para aprimorar sua percepção e se preparar para o futuro, focando no que é mais importante para seus clientes. Contar com consultorias como Gartner e IDC é primordial para conseguir fazer esta leitura. Como líder, meu papel está em engajar o meu time interno, desde a base até a alta direção, naquilo que realmente faz a diferença para a empresa como um todo. Acredito que a inovação precisa estar nos processos do dia a dia, indo muito além de produtos e serviços. Procuro desburocratizar a vida dos clientes e colaboradores, sem perder o foco em nossos objetivos. Renato Castro, CEO da Microcity

Há um crescimento assustador de ataques de ransomware. Qual, em sua visão, a razão para que tantas empresas não se preparem para enfrentar este cenário? Daniela Costa, vice-presidente para a AL da Arcserve

A popularização das moedas digitais, aliada ao crescimento exponencial da infraestrutura tecnológica, criou a tempestade perfeita para a proliferação do crime cibernético. Hoje, o alvo é a empresa, provedora de serviços ou produtos, pressionada pela demanda para garantir a continuidade do seu negócio. É uma situação de extrema vulnerabilidade: a empresa tem o seu ambiente de produção ou operação sequestrado e se torna vítima da exigência de resgaste, normalmente a moeda digital, de difícil rastreio. Só no Brasil, de janeiro a junho de 2021, foram mais de 3 bilhões de tentativas. Apesar das evidências, a decisão pelo investimento em Segurança cibernética é lenta e cercada de questionamentos e incertezas. Muitas vezes, essa decisão só é tomada depois do primeiro ataque bem-sucedido e o custo financeiro e de imagem acaba sendo muito maior. Mariano Gordinho, presidenteexecutivo da Abradisti

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Que medidas, além de investir em tecnologias de proteção, detecção e remediação, uma empresa pode adotar para estar protegida quanto ao cibercrime? Sandro Sabag, CEO da ApliDigital

O primeiro pilar é a cultura organizacional. É preciso conscientizar e treinar colaboradores para estarem familiarizados com os protocolos de Segurança da Informação e não somente na prevenção de ocorrências, incentivando uma comunicação clara, objetiva e, assim, diminuindo riscos de invasões. O segundo pilar é da tecnologia. É preciso ter um plano de recuperação sólido e alinhado com a estratégia organizacional, pensando sempre quais são os serviços críticos, qual nível de tolerância à indisponibilidade, quais públicos impactados e como se comunicar com esses níveis. Com isso e munindose de tecnologias de recuperação de falhas, redundância e continuidade, as empresas podem ter clareza do nível de investimento e evitar custos de desgaste de imagem, serviços emergenciais, pagamento de resgate, entre outros. Vladimir Brandão, diretor-geral da Quest Software

Poderia citar três iniciativas importantes que um fabricante deve adotar para agregar valor ao Canal, seja ele um distribuidor, revendedor ou integrador? Anderson Santos, líder de Vendas da Schneider Electric

Com o 5G, tecnologias como IoT, Big Data, ML, V2X ganharão impulso. Quais segmentos mais se beneficiarão e como proteger os clientes de ciberataques? inclair Fidelis, diretor-geral da S Alcatel-Lucent

Os tempos difíceis nos fizeram refletir sobre valores e rever conceitos, provando que a cadeia deve se unir cada vez mais para fortalecer o ecossistema de tecnologia e solucionar os problemas do cliente. Neste cenário atual, as três iniciativas que se espera do fabricante são o suporte ao Canal, a capacitação dos parceiros e, é claro, a inovação. No suporte, me refiro do pré ao pós-venda, com agilidade e qualidade no atendimento, na garantia do produto e no compartilhamento de conteúdo com informações completas sobre cada item. No quesito capacitação, a oferta de certificações e treinamentos é essencial para o domínio do produto e entendimento do que o cliente precisa, bem como a perfeita implementação da solução. E inovação, na qualidade do produto, com tecnologias cada vez mais modernas e que solucionem problemas crônicos do usuário.

Praticamente todos os segmentos se beneficiarão, afinal, a tecnologia é presente em todas as indústrias atualmente. A Cloud, por exemplo, já está pronta para o 5G e permite a experimentação de novos serviços com maior agilidade, reduzindo drasticamente o custo de oportunidade e infraestrutura. Além disso, ela também oferece camadas e políticas de Segurança para evitar ataques cibernéticos. Com essa grande movimentação de Dados, o tema Segurança passa a ser fundamental no 5G, já que as tecnologias passam a ter funções de redes virtualizadas. Nesse contexto, ela permite viabilizar novos negócios, lado a lado com as demais indústrias como Saúde, Finanças, Agro e Varejo, por meio da inteligência conectada para agrobusiness, rastreabilidade - Blockchain, IoT e outros.

Valdinei Cornatione, diretor-geral da Tivit

Alexandre Maioral, presidente da Oracle

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Quais ajustes de produtos/ serviços tecnológicos realizados na pandemia permanecerão no portfólio da empresa na retomada por demonstrarem grande potencial? Antenor Nogara, diretor-geral da Aruba

Nos últimos dois anos, a transformação digital tem se intensificado. Uma questão relevante é cibersegurança, oferecemos soluções que possam melhorar a experiência dos e-commerces de nossos clientes, potencializando suas atuações no comércio eletrônico e nos serviços onlines. Tivemos uma forte aceleração durante a pandemia em transformação digital e vamos seguir aprimorando nossas soluções e ofertas digitais nessas verticais, reforçando nossos atributos nesse core business. Além da robustez, aplicamos o desenvolvimento ágil com uma visão voltada aos negócios dos nossos clientes, auxiliando-os nesse processo. Toda essa movimentação na área de Digital reflete exponencialmente na geração de novos negócios. O Grupo Stefanini atua de forma consistente nas áreas de Tecnologia, Banking, Manufatura, Marketing, Analytics e IA e Cybersecurity. Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini

Qual será o maior desafio das empresas de TI quando falamos em retenção de talentos? Wander Cunha, CRO da Certsys

A indústria de tecnologia não está imune à escassez de talentos, como observamos nos últimos tempos. Esta é uma tendência global que pode continuar até 2022, enquanto as pessoas reavaliam suas opções de local de trabalho e mudam suas prioridades. A pandemia desencadeou novas formas de trabalhar e, como resultado, agora é muito mais fácil mudar de empresa em um mercado altamente competitivo que já sofre de lacunas de habilidades e de talentos. Isso virá com mais força na próxima geração de profissionais, atraídos por uma forma mais dinâmica de trabalho. As empresas que não oferecem isso correm o risco de perder os melhores talentos. Para se diferenciar e reter os funcionários, é fundamental oferecer flexibilidade e benefícios com uma perspectiva ainda maior de diversidade e inclusão. E atingir esse equilíbrio será o maior desafio para 2022.

Com a Transformação Digital e os ataques mais sofisticados, o foco está no trabalho híbrido. Como preparar a empresa para o acesso remoto seguro?

As tecnologias de Comunicação e Colaboração devem ser utilizadas para estabelecer uma comunicação acessível e integrada entre pessoas e organizações, além de proporcionar um compartilhamento de informações ainda mais eficiente, otimizando processos e elevando a produtividade, seja no ambiente físico como no digital. Pensando nisso, a tecnologia terá um papel protagonista no cenário pós-pandemia de Covid-19 para garantir aspectos como conectividade, agilidade e segurança nas relações do dia a dia, especialmente diante de uma realidade híbrida.

Algumas estratégias são essenciais para garantir o trabalho remoto seguro, uma delas é implementando soluções de proteções de endpoint, VPN e de identidade. Mas o mais importante é estar preparado para quando houver algum ciberataque, já que como dizem especialistas, “ser atingido é apenas uma questão de tempo”. Ter uma solução de proteção de Dados moderna que protege seus Dados contra ransomware assim como um plano de disaster recovery se mostram estratégias eficientes para proporcionar um ambiente de trabalho mais seguro. Também é importante fazer uso da técnica de backup 3-2-1-1-0, que consiste em ter três cópias diferentes dos Dados, dois tipos distintos de mídia sendo um deles fora do local e outro com técnica air gap ou imutável, e apresentar zero erros após testes ou recuperação.

Ricardo Pinho, diretor da Linx Bridge

Elder Jascolka, diretor-geral da Veeam

Márcio Rodrigues, CEO da Avaya Brasil

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Paulo Roberto Bonucci, vicepresidente para a AL da Cipher

É importante descobrir as vulnerabilidades das APIs por meio de análises de dispositivos móveis e formulários de Web. As empresas também precisam usar combinações de gerenciamento de API e firewalls de aplicativos da Web para garantir a proteção, além de manterem uma abordagem contínua para a segurança da API e, em todo o desenvolvimento de novas aplicações, pensar num modelo de segurança que proteja toda a arquitetura da API e não apenas o perímetro. Com medidas de segurança como essas, certamente os usuários poderão tirar melhor proveito das aplicações. Washington Fray, diretor de MKT e Vendas da Viceri

Paulo de Godoy, diretor-geral da Pure Storage

Claudio Bannwart, diretor regional da Check Point

Com o mundo cada vez mais digitalizado, como as tecnologias de Comunicação e Colaboração devem ser utilizadas no retorno às atividades presenciais?

Como seria possível oferecer a melhor experiência aos usuários, com APIs mais seguras e dispositivos melhor protegidos?

Como a empresa está se preparando para atender às novas demandas para o modelo híbrido e os novos modelos de negócio como serviços gerenciáveis? Marcelo Ehalt, diretor de Canais da Cisco

Como catalisadores da transformação digital, estamos preparados para atender às demandas do modelo híbrido, oferecendo produtos, serviços e um atendimento dinâmico e efetivo por meio de nossos parceiros e Canais. Construímos uma jornada que permite ofertar valor para solucionar as principais necessidades dos clientes, com tecnologia, inovação e excelência. Acompanhando e fomentando a Nuvem híbrida aberta, apresentamos um portfólio de Serviços Gerenciados amplo, projetado para trazer novas funcionalidades, proporcionando um gerenciamento simplificado, ágil e seguro em ambientes híbridos. Nosso papel é impulsionar a adoção de tecnologias open source, capazes de atender às necessidades atuais e futuras. Estamos aqui para abrir novas possibilidades, contribuindo para um ecossistema muito mais conectado com as demandas de nossos clientes. Sandra Vaz, diretora sênior de Alianças e Canais da Red Hat

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ESPECIAL

Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Como você vê a experiência do usuário e sua importância em um futuro cenário pós-pandemia? Willian Pimentel, diretor de Vendas para a AL da Citrix

Com o retorno presencial, qual o saldo positivo de ações remotas criadas na pandemia para as atividades de gestão do Canal e relacionamento com clientes? Marcus Granadeiro, CEO da Construtivo

O cenário pós-pandemia passará pela necessidade de transformarmos a avalanche de Dados que temos em uma vantagem competitiva. Isso certamente terá de passar pela modernização da infraestrutura de TI, por meio de uma arquitetura que permita capturar, analisar e utilizar os Dados na ponta, a partir de um ambiente multi-cloud. Também será necessário otimizar o fluxo de Dados, para que possam fluir de forma mais livre e segura, enquanto são amplificados por tecnologias como Inteligência Artificial e Machine Learning. Será exatamente por meio da inteligência de Dados que teremos uma experiência de usuário cada vez mais surpreendente. A experiência do usuário vai ditar a forma como as empresas direcionarão seus investimentos em infraestrutura, pois ter capacidade de atender, de forma eficiente, com respostas rápidas, será mais do que necessário. Fabiano Ornelas, diretor de Canais da Dell

Na Arcserve sempre tivemos um equilíbrio entre as ações presenciais e remotas, mesmo antes da pandemia. Temos um modelo de negócios 100% via Canais, com mais de 800 parceiros distribuídos pela América Latina e Caribe, tornando inviável focar apenas em atividades presenciais. Durante a pandemia vimos um crescimento na faixa de 20% no engajamento de nossos parceiros junto às nossas mídias sociais, além de mais de 650 novos usuários na plataforma online Arcserve Smart, que oferece completo conteúdo on demand como treinamentos e webcasts. Isto demonstra o interesse dos parceiros, mesmo operando em home office, em um conteúdo online de qualidade. Em relação aos clientes, foi necessária uma adaptação pois as interações eram mais presenciais. Porém, o ganho em produtividade nos permitiu estar remotamente mais próximos de mais empresas. Daniela Costa, vice-presidente da Arcserve

Com a LGPD em vigor, quais medidas sua empresa tem adotado para o controle interno em relação ao compartilhamento de Dados pessoais? Cristina Moldovan, gerente de Vendas da CoSoSys

A Abrint tem feito um grande esforço para não somente se alinhar ao texto da LGPD, mas também para estabelecer uma cultura interna sólida de privacidade e proteção de Dados. Para tanto, contratamos uma consultoria externa para nos ajudar nesse processo. Fizemos exaustiva análise de todos nossos processos e ferramentas para mapear onde e quando fazemos coleta e tratamento de Dados, identificação de riscos e estabelecimento de medidas de conformidade necessárias. Definimos nossas políticas de privacidade e tratamento de Dados, definimos nosso DPO e traçamos um plano de capacitação para que todos os colaboradores entendam os direitos dos titulares e os deveres que existem em relação aos Dados. Além disso, pensando em ajudar os provedores de internet, criamos um e-book com o passo a passo para que os ISPs tenham condições de se adequar à LGPD. Alessandra Lugato, diretora-executiva da Abrint

Como uma fabricante pode ser uma boa parceira de negócios para soluções de segurança eletrônica? Alexandre Mori, líder de Canais da Dahua Technology

Uma parceria de sucesso deve ser estruturada em princípios da própria cibersegurança, apoiada nos pilares de cooperação e alinhamento aos negócios. É uma relação de colaboração que deve ser vantajosa para todos os envolvidos e gerar um ciclo virtuoso que impulsiona o aprimoramento de processos, aumento da produtividade, lucratividade e o crescimento sustentável. É importante assumir um compromisso com sua rede de parceiros, que possa agregar inteligência, conhecimento e engajamento para fortalecer a relação de confiança com os clientes. Oferecer treinamentos e incentivos aos parceiros é essencial para motivar e garantir a expertise para apoiar os clientes em suas demandas de Segurança. É vital que essa sinergia seja constante e construtiva para fortalecer a visibilidade e credibilidade das marcas parceiras no mercado. Carlos Jardim, gerente de Vendas AL da Netskope

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Houve grande aumento de reuniões não presenciais e surgiram soluções como a que usa hologramas. Sua empresa já usou essa tecnologia ou pensa em adotá-la? Cristiano Felicíssimo, diretor de Pré-vendas AL da Seal Telecom

Aos poucos voltamos ao normal, retomando as atividades presenciais. Mas o fato é que muitas mudanças vieram para ficar e o trabalho remoto é uma delas. As organizações perceberam que se deslocar fisicamente para o escritório não se faz tão necessário e aprenderam na prática como resolver tudo remotamente, graças à tecnologia. Nesse cenário, o grande desafio é fazer com que encontros virtuais consigam transformar a experiência remota em algo mais envolvente e dinâmico, além de telas e rostos compartilhados. Os hologramas surgiram para melhorar essa interação, trazendo novas e mais realistas possibilidades de comunicação. Acreditamos que os hologramas, que já são realidade em muitos setores como a medicina e o entretenimento, também serão o futuro das videochamadas. Hermínio Gonçalves, diretor Comercial da SoftExpert

Quais investimentos devem ser feitos para minimizar a vulnerabilidade das empresas e o que as impede de se preparar? É mesmo impossível evitar uma invasão? Eduardo Gallo, CEO da Service IT

É impossível afirmar que um ambiente é 100% inviolável. Infelizmente, muitas empresas ainda não vêm a TI como investimento, mas sim como custo e isso leva a possíveis falhas. Mas, uma coisa posso afirmar, se você tiver um excelente monitoramento, uma infraestrutura com soluções de ponta e uma equipe dedicada, este tipo de ameaça será identificada a tempo e o dano será o menor possível. Vale ressaltar ainda que nem mesmo a melhor solução é capaz de barrar um ataque se não houver conscientização interna dos colaboradores. Eles são os principais alvos e o elo que deve ser o mais forte da organização, desde que conscientes da sua importância dentro de uma organização, ainda mais quando pensamos em engenharia social. Por fim, tenha um backup e uma solução de recuperação capazes de te dar a segurança e recuperação que a sua empresa necessita. Rogério Moraes, CEO da EsyWorld

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Quais serão as maiores oportunidades para os Canais em 2022, com a reabertura de todos os setores, eleições, oscilações no câmbio, juros e inflação? Flávio Tedesco, gerente de Canais de Vendas AL da Corel

Em 2022, as maiores oportunidades ocorrerão em função da digitalização da economia. O Brasil, conhecido por ter um setor produtivo resiliente, viverá uma crescente demanda iniciada em 2021, resultado de um consumo reprimido por quase dois anos, promovendo uma projeção positiva de mercado, principalmente na área de tecnologia, pois a grande mola propulsora será a economia digital e suas formas de atender aos clientes. Por outro lado, a demanda em 2022 acarretará problemas nas cadeias de suprimentos e, somado aos desafios macros como eleições, câmbio e inflação, o setor produtivo novamente será colocado à prova, precisando estar adaptado. Quem achava que ainda não precisava se digitalizar trará nova demanda e os Canais serão amplamente beneficiados, lembrando que pesquisas apontam a tecnologia como prioridade número um nos investimentos. Paulo Zirnberger de Castro, diretor-geral da Sovos

De que forma a Segurança cibernética vai entrar na pauta dos times de tecnologia para o Varejo em 2022? Ricardo Pinho, diretor da Linx Bridge

A cultura Data-Driven é um grande diferencial estratégico. Acredita que as plataformas de IA serão cada vez mais requisitadas para gerar insights? Fabio Wilson, líder de Canais para AL na DataRobot

Sim. Durante 2021 vimos um aumento nos pedidos de ferramentas que utilizam IA e analytics para entregar insights aos gestores. Em tempos de trabalho remoto/híbrido, as empresas podem utilizar IA para elevar índices de previsibilidade, com visibilidade do seu ambiente para detectar problemas que possam vir a ocorrer, experiência do usuário e Segurança. Os líderes não querem mais surpresas, como as trazidas pela pandemia e estão empregando a análise de Dados com IA para assegurar o ambiente de trabalho digital. Willian Pimentel, diretor de Vendas para a AL da Citrix

Fabiano Ornelas, diretor de Canais da Dell

Vivemos por bastante tempo momentos difíceis, mas que nos ensinaram muita coisa. O trabalho, estudo, entretenimento e a comunicação mudaram definitivamente, aprendemos que podemos realizar essas atividades anytime, anywhere. Mais do que aprender, gostamos e queremos. Pessoas, famílias e empresas precisam estar preparadas. Home office, EAD, streaming, gaming, videochamadas entre outros, estarão presentes definitivamente em nossas vidas. Assim, todo investimento em conectividade será fundamental para que essa demanda real seja atendida de forma eficiente. Empresas que entenderem e entregarem soluções eficientes nesse segmento estarão em destaque. Marcello Liviero, diretor de Vendas da TP-Link

Existem projetos relacionados à Tecnologia previstos para 2022? Se sim, quais? Como define a importância da inovação na sua empresa nos últimos 18 meses? Rodrigo Roland, CEO da Data System

Segurança cibernética já é tema recorrente na agenda executiva brasileira. No Varejo, cada vez mais digital e tendo à frente a robustez da LGPD, a temática irá reforçar a jornada de experiência do consumidor, propiciando proteção e segurança nas transações. O desafio dos times de tecnologia em 2022 será criar um onboarding mais fluído e investir em soluções antifraudes, que mantenham acessível e positiva a experiência do consumidor durante a compra. Empresas que não tiverem estrutura robusta de Segurança cibernética terão mais riscos e dificuldades de protagonismo na nova economia. Acoplada à estratégia de Segurança, será importante dar acesso às melhores oportunidades de empoderamento ao consumidor a partir do uso de Dados e informações para o bem, promovendo inclusão financeira. Estes serão ativos de extremo valor no pós-pandemia.

Por sermos um provedor global de soluções que garantem a performance e a Segurança das aplicações, vivemos uma jornada diária de inovação. Uma parte significativa de nosso orçamento é dedicado à R&D. O fato de as aplicações modernas serem desenvolvidas e rodarem na Nuvem aumenta a criticidade desse quadro. Nos últimos 18 meses a F5 adquiriu empresas com soluções para enfrentar fraudes digitais - Shape Security, e com recursos para gerir, com a máxima escalabilidade, aplicações na Nuvem - Threat Stack. Merece destaque a estratégia da F5 para garantir a Segurança das redes 5G. Para suportarmos aplicações rodando em ambientes de Edge Computing – topologia essencial para tornar o 5G real – adquirimos a Volterra, empresa especializada em homogeneizar a segurança e a performance da aplicação desde o core Cloud Computing, até a Borda da rede.

Juarez Zortea, CEO da TransUnion

Hilmar Becker, diretor-geral da F5 Networks

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Quais devem ser os investimentos prioritários em TI que as empresas devem fazer para acelerar a TD e lidar com o cenário de negócios no pós-pandemia?

Quais são as suas dicas e recomendações para quem quer vender soluções aos clientes finais? Henrique Sei, presidente da Epson

É preciso entender os negócios do público-alvo e o ponto principal é saber ouvir. É fundamental trabalhar a paciência e a humildade para ser capaz de compreender as dores dos clientes, pois os desafios são específicos e cada empresa possui particularidades, mesmo dentro da mesma Indústria. É importante oferecer as soluções que os clientes precisam, e às vezes não são as que fazem parte do seu portfólio. Nesse sentido, vale promover parcerias e abrir uma porta no cliente. O fornecedor de sucesso é aquele capaz de transformar o obstáculo em uma relação confiável para assegurar os benefícios aos negócios dos clientes. Nossa área vai além das vendas, pois antes de fechar um negócio é importante promover um serviço consultivo para garantir um bom atendimento. A TI vende respostas, agilidade, segurança e deve atender às demandas mais complexas. Nycholas Szucko, diretor de Vendas para a AL da Nozomi

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Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Customer Experience é crucial para uma empresa se manter competitiva. Quais tecnologias são primordiais para manter uma ótima experiência do cliente? Roberto Ameriot Jr., CSO da Digisystems

Vale a pena destacar três tecnologias que têm guiado a evolução das empresas nos últimos anos, tendo a experiência do cliente como base. (1) Infraestrutura moderna, que hoje é a Nuvem: a base para gerar experiências positivas para os clientes e acompanhar a evolução do comportamento deles. Sem capacidade de adaptação e evolução, tudo fica ultrapassado. A Nuvem é a chave para habilitar a inovação; (2) Automação: ninguém quer responder a mesma coisa várias vezes para pessoas diferentes. Para garantir esse alinhamento, é fundamental que as empresas automatizem seus processos de negócio, dentro de cada departamento e nas pontes entre eles. (3) Ainda na questão da automação, vale um destaque para a integração. Temos o iPaaS como tecnologia de integração escalável, moderna e simples de usar e que impacta diretamente na experiência dos clientes. Ricardo Brandão, CEO da Sky.One

Em um mundo Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity - Vuca, como desenvolver a liderança criativa?

Como a empresa pretende sustentar o crescimento no próximo ano considerando a falta de profissionais especializados em TI e como reter os talentos? ilippo Di Cesare, CEO Brasil e AG F da Engineering

A Motorola Solutions acredita que a melhor forma de captar e reter talentos, é investir nessas pessoas. A companhia possui um plano de capacitação com o objetivo de estimular e oferecer oportunidades para os talentos da casa. Em paralelo, estamos atentos ao mercado, investimos muito em P&D e apostamos regularmente em novos talentos para compor os times e garantir que a Motorola Solutions continue pioneira em criar tendências em tecnologias de Segurança para missão crítica. Essa combinação nos permite contar sempre com equipes de experts engajados com a nossa missão. Além disso, também investimos fortemente em nosso programa de Canais para incentivar nossos parceiros – e braços fundamentais para o sucesso – a evoluírem com o mercado e, assim, prosperarmos juntos. Luis Rocha, diretor de Vendas da Motorola Solutions

Como área de tecnologia pode tornar o ESG mais presente nos negócios? Elias Rogério da Silva, presidente da Diebold Nixdorf

Na sua opinião, como a pandemia acelerou a migração das infraestruturas das empresas para Edge? Eduardo Carvalho, presidente da Equinix

Sim, estou de acordo que a pandemia acelerou a migração das infraestruturas das empresas para a Edge porque a utilização desse serviço está cada vez mais disponível na internet e em plataformas da Web. Os clientes têm consumido mais solução SaaS e Nuvem, porque é uma infraestrutura bem segura e também mais fácil de conectar os usuários que foram para home office, sem ter que mexer no data center que geralmente é físico. Você aproxima os clientes entregando o melhor serviço, pela agilidade que essas plataformas dão de poder mudar alguma coisa rapidamente, de criar aplicativos e novas campanhas. Cesar Candido, diretor Comercial da Trend Micro

Quais são os tipos de proteção e soluções que a empresa espera encontrar para mitigar riscos de Segurança? Conhece ou já trabalha com soluções Zero Trust? Rogério Moraes, CEO da EsyWorld

Na prática, a liderança criativa pode ser implementada de forma gradativa. Iniciada, por exemplo, em áreas comerciais ou de produto, que tenham maior volatilidade e experiência na utilização de modelos de squads multidisciplinares. Após esse processo, a iniciativa pode expandir para outras áreas, à medida que os resultados comprovem a eficácia gestacional. Junto a este cenário, surge um novo perfil de liderança. É o líder que engaja a equipe com um propósito, que expande os perímetros da empresa, baseado em valores como diversidade, resiliência e sustentabilidade. Daqui para frente, este modelo de liderança criativa será uma espécie de seleção natural no ambiente corporativo. Quanto antes as empresas adotarem esta nova visão, melhores serão os resultados e mais se destacarão.

A tecnologia é parte fundamental na inclusão digital e na infraestrutura de toda a explosão de Dados consumidos no mundo. ESG também se tornou essencial na estratégia das corporações já que métricas de valores Ambientais, Sociais e de Governança ajudam os gestores de investimentos nas tomadas de decisão e no futuro do relacionamento com essa empresa. Desse modo, o papel da tecnologia nas práticas ESG vai muito além do setor de TI que conhecemos. Sistemas de Big Data e análise de Dados auxiliam a coletar toda a informação gerada de diferentes fontes. O uso de Inteligência Artificial e Machine Learning colaboram na apresentação dos Dados da empresa, diversificando conteúdo para investidores, clientes e colaboradores. É um ciclo virtuoso da tecnologia como forma sustentável e responsável. Em resumo, o uso de tecnologia como força motriz para o bem.

A privacidade de Dados trouxe novos requisitos, especialmente com a entrada em vigor da LGPD, que elevou as exigências por Segurança nos negócios. Na Epson, adotamos um modelo de Segurança Zero Trust contra as violações de Dados, contribuindo também para que nossos parceiros adotem um padrão mínimo de Segurança. A preocupação com a Segurança e privacidade faz parte do DNA de nossa empresa e, a fim de minimizar os riscos ou vulnerabilidades, implementamos continuamente soluções de autenticação multifatorial, sistemas de filtro de conteúdo, dispositivos firewall com diferentes camadas, entre outros. Confidencialidade e integridade são valores cada vez mais associados à imagem das corporações e que também buscamos projetar aos nossos colaboradores e parceiros, por meio de treinamentos regulares sobre phishing, malware e engenharia social.

Wander Cunha, CRO da Certsys

Rafael Camillo, diretor de Parcerias da VMware

Henrique Sei, presidente da Epson

Rodrigo Bocchi, CEO da Econocom Brasil

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Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Aplicações fazem os negócios girar. Em que medida a LGPD tornará, em 2022, mais crítica do que nunca a proteção dessas plataformas e de seus Dados? Hilmar Becker, diretor-geral da F5 Networks

A proteção de Dados críticos e de plataformas de Dados é uma parte crucial dos negócios modernos, e regulações como a LGPD a tornou ainda mais importante. Agora é o momento em que todas as empresas devem considerar privacidade de Dados algo primordial. Elementos importantes para isso incluem a adoção de fortes práticas e políticas para ajudar a proteger a privacidade do consumidor, garantindo que funcionários também sejam treinados nas melhores práticas internas. É fundamental ser transparente sobre quais informações pessoais são usadas e por quê, oferecendo opções de controle de privacidade para os clientes. Na Western Digital, nos esforçamos para inovar e aprimorar nossos produtos para fornecer maior privacidade e segurança, pois a integridade de nossas práticas de privacidade e segurança é essencial em nosso compromisso com os usuários. Alexandre Jannonni, diretor-geral da Western Digital

Com a retomada das atividades e o mercado voltando a tracionar, quais são os desafios da sua empresa para alavancar a operação e os negócios? Luciano Steinbruch, CEO da Focus IT

O Mercado Eletrônico manteve seu crescimento sustentável devido ao fato de atuar no segmento de TI, que ficou bastante aquecido durante a pandemia. Em relação ao negócio, o principal desafio foi manter nossos clientes operando, uma vez que o supply chain sofreu grandes rupturas como, por exemplo, o fechamento das barreiras internacionais. Já do ponto de vista das operações, o maior obstáculo foi manter nossos colaboradores integrados, engajados e inspirados, por conta do distanciamento causado pelo home office. Mas vencemos e nossa cultura permaneceu forte. Para 2022, estamos focados no desenvolvimento de Inteligência Artificial e demais tecnologias inovadoras, a fim de promover soluções que ajudem as empresas a lidarem com os cenários cada vez mais incertos do futuro. Paulo Rosanova, diretor de Vendas do Mercado Eletrônico

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Com a melhora da pandemia; aumento da inflação e da taxa de juros e a falta de componentes eletrônicos, o que espera de 2022, que também terá eleições? Nilson Hayashi, diretor de Serviços Digitais da Fujitsu

Espero que seja um ano de recuperação, mesmo que mínima. Um ano de eleição é sempre uma montanha russa no Brasil para investidores, empresários e para o cidadão assalariado. Mesmo assim, estou otimista, espero que a inflação seja controlada, o consumo reaqueça e os negócios fluam. O turismo, frente ao dólar alto, pode se recuperar bastante com mais visitas de estrangeiros ao Brasil, o que é bom para o setor e para investimentos em novos negócios. Já para o turismo interno, está caro e deve manter-se assim, o que é ruim. Eletrônicos, com dólar alto e eventual falta de componentes, afetará muito o poder de atualização de infraestrutura das pequenas empresas, porém, ajuda empresas e startups locais a venderem para fora e receberem investimentos de fundos estrangeiros. Desejo a todos um ótimo 2022 cheio de saúde, paz e prosperidade.

Como garantir Segurança da informação e Data Leak Prevention em tempos de home office e volta ao escritório ou mesmo em modelos híbridos de trabalho? Rodrigo Villar, CEO da Software.com.br

Um dos maiores pontos de atenção das organizações é a prevenção de ataques e gestão de riscos cibernéticos. Em 2021, empresas de diferentes portes e segmentos foram alvos de ramsonware. Investir em infraestrutura, disponibilizar recursos e conscientizar os funcionários é o caminho para que companhias possam executar seu trabalho sem comprometer informações e o sigilo de Dados. Ferramentas na Nuvem como o Office 365 e um antivírus com firewall ativo são boas soluções, mas não garantem 100% que um computador estará livre de ataques. Para manter a Segurança, é preciso treinamento sobre o comportamento na internet e uma rede VPN em que tudo passa por uma conexão segura. Por fim, o crescimento de dispositivos criptografados também é algo que as empresas podem considerar na hora de aumentar sua proteção a crimes e danos virtuais. Paulo Vizaco, diretor-executivo da Kingston

Jeferson D’Addario, CEO do Grupo Daryus

Qual foi a maior dificuldade enfrentada pela sua organização na gestão dos riscos de cybersecurity frente ao modelo de trabalho exigido pela pandemia? Fernando Freitas, diretor técnico da CyberOne

O sequestro de Dados – ransomware, se tornou um pesadelo para organizações e governos. Por que o pagamento dos resgates é exigido em criptomoedas? Paulo Henrique Pichini, CEO da Go2next

A Vertiv é reconhecida como uma provedora de soluções e serviços críticos para a economia brasileira. Por essa razão, desde o início da pandemia adotamos políticas muito restritas tanto de segurança física de nossos colaboradores – em muitos casos, profissionais que tinham que se deslocar até o data center do cliente para oferecer suporte – como em termos de cibersegurança. Nosso papel estratégico junto a clientes de todos os portes e todas as verticais exige esses cuidados. Em relação à cibersegurança, em especial, a Vertiv adotou em todo o mundo políticas que garantem a integridade do ambiente de trabalho remoto, entregando computadores e soluções corporativas para os profissionais e inserindo essas pessoas em uma visão gerencial que leva para o home office o mesmo padrão de Segurança que existe em nossos headquarters.

O uso de criptomoedas em pagamentos de resgate por sequestro de Dados via ransomware é prática comum no cibercrime. Creio que são vários os motivos para a adoção das moedas virtuais, mas vou citar os que considero mais importantes. Primeiro, é muito difícil rastrear o destino das criptomoedas, o que permite aos criminosos ter várias carteiras (repositórios que armazenam o dinheiro virtual dos resgates); e segundo, porque facilita e agiliza as transferências internacionais – o que protege e blinda o criminoso, já que ele pode estar em um país e a vítima em outro, dificultando a investigação policial. Nesse sentido, o mercado de criptomoedas é quase como um oásis para o cibercrime, não apenas por promover a aplicação de golpes, mas também por incentivar o próprio roubo das criptomoedas – o que é mais um atrativo para as ciberquadrilhas.

Rafael Garrido, vice-presidente AL da Vertiv

Andreas Kiessling, gerente de Canais da TeamViewer

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Qual é a sua visão sobre a monetização das redes modernas de WiFi? Wallace Rodrigues, gerente de Negócios do Grupo Binário

Com um novo ambiente híbrido e cenário pós-pandêmico, quais você acha que são as principais tendências e oportunidades para o segmento de Canais em 2022?

Na sua opinião, qual o principal desafio das empresas do setor de TIC nos próximos anos? Adriana Recco, diretora de Comunicação da Huawei

Claudio Raupp, presidente da HP

As redes modernas de comunicação e digitalização vão gerar uma quantidade infinita de oportunidades de negócios. Em transmissão de Dados gerados por dispositivos - IoT e IIoT, já é possível monetizar imediatamente, devido à demanda reprimida. Pequenas startups irão desempenhar um papel fundamental, criando conectividade, transmissão de Dados e soluções de processamento de Dados. As médias e grandes corporações adotariam soluções digitais para adquirirem conhecimento e resultados econômicos. O consumidor final também será beneficiado, sendo capaz de rentabilizar os Dados gerados, o que tem grande valor. Ambientalmente, as possibilidades de monetização a partir do monitoramento são imensas. Em resumo, as modernas redes de alta velocidade já têm uma enorme demanda e as oportunidades de monetização sobre elas são muitas.

Todas as organizações, públicas e privadas, de todos os setores e portes, estão em meio à aceleração de seus processos de transformação digital, à migração de sistemas e aplicativos para a Nuvem e, ainda, à proteção contra ciberataques sofisticados. Este cenário é um amplo campo de oportunidades aos negócios. Assim, a começar pela capacitação dos profissionais dos Canais, para que se tornem um trust advisor, isso é fundamental para o sucesso de um Canal diante de um novo ambiente híbrido de trabalho e pós-pandêmico. Além disso, a maioria dos fornecedores de TI contempla em seus programas de Canais as condições e os recursos para geração de novos negócios, com as melhores práticas e orientações nas ofertas de soluções e serviços, para proporcionar a melhor experiência ao usuário e o seu acesso às emergentes e avançadas tecnologias.

A indústria de TIC vem mudando constantemente, não somente pelo surgimento de novas tecnologias, mas pela aplicabilidade delas, criando soluções que chegam para transformar a maneira como a sociedade trabalha, vive, aprende e se diverte. Com isso, as empresas de TIC precisam continuamente aprender e se desenvolver, sendo ágeis no que diz respeito ao tempo de resposta. Além disso, identifico outros desafios e oportunidades como: a maneira como os clientes querem consumir as soluções; a dependência dos negócios nas aplicações e a melhor experiência dos clientes; a Segurança cibernética em todos os níveis; a necessidade de modernização da infraestrutura que é a base de tudo; as novas oportunidades através das tecnologias de acesso como 5G, WiFi 6; e o mais importante, a adoção das soluções pelos usuários e que sua experiência seja ímpar.

Regis Ataides, diretor para a América do Sul da Siemens Digital

Claudio Bannwart, diretor regional da Check Point

Marcelo Ehalt, diretor de Canais da Cisco

Por que os ataques de ransomware se tornaram tão comuns? Onde as empresas estão falhando e como podem se proteger contra esses ataques? Fernando Ceolin, diretor para a A. do Sul da Guardicore

A aceleração do processo de transformação digital e, consequentemente, o crescimento exponencial do Big Data, fez com que as possibilidades de vulnerabilidade também aumentassem, trazendo novas “brechas” para ataques ransomware. A ausência de controles das interações humanas somada à exploração de vulnerabilidades existentes, torna o cenário perfeito para ataques cibernéticos. Gerenciar e manipular um grande volume de Dados de cliente sem a devida Governança, Segurança e interoperabilidade, pode trazer prejuízos significativos para as corporações. Alexandre Tunes, diretor-geral da InterSystems

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Considerando a efetivação do leilão do 5G no Brasil, qual é a sua visão sobre as mudanças que esta tecnologia pode trazer ao mercado brasileiro? Ricardo Emmerich, presidente da HPE

Você julga importante que a sua empresa se adapte às melhores práticas de ESG - Environmental, Social and Governance? Francisco Camargo, CEO da CLM Software

Nossa sociedade demanda cada vez mais agilidade nas relações, sejam pessoais ou profissionais. O 5G traz benefícios que conversam com esse senso de urgência, always on, ampliando as áreas de cobertura, a estabilidade e a velocidade das conexões. Por exemplo, atividades em campo são parte de mercados de distribuição e logística e o 5G proporcionará mais controle e produtividade, eliminando zonas cegas e permitindo uma melhor qualidade nos serviços, da venda à entrega. Isso exigirá mais preparação nas operações que, em vários casos, ainda tateiam a automatização de processos, influenciando o ritmo de adoção de tecnologias e como elas definem a competição nos mercados. Exigirá também soluções mais seguras e preocupadas com o compartilhamento de Dados pessoais, seguindo as diretrizes da LGPD, já que estaremos ainda mais interconectados.

Sim. A responsabilidade social corporativa é fundamental para a Alcatel-Lucent Enterprise. Nosso empenho é tornar o mundo um lugar melhor. Buscamos limitar o impacto ambiental dos produtos em todo seu ciclo de vida, desde a concepção, aquisição, utilização e até o descarte. A empresa aderiu ao Pacto Global das Nações Unidas de 2019 e está atenta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Sustainable Development Goals - SDGs, e aos dez princípios das Nações Unidas. Eles estão ligados a Direitos Humanos, Ambiente e Sustentabilidade e Ética e Anticorrupção. Assim, algumas convicções da ALE são abolição efetiva do trabalho infantil, do trabalho forçado e obrigatório, discriminação, difusão de tecnologias amigas do ambiente e trabalhar contra a corrupção em todas as suas formas. Compartilhamos esses valores com nossos Parceiros de Negócios.

Rafael Martins, CEO da Maxima Tech

Sinclair Fidelis, diretor-geral da Alcatel-Lucent

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Como sua empresa vem atuando para organizar, estimular e medir o desenvolvimento de inovações para o negócio, tanto com foco interno como para o mercado? Maurício Fiss, diretor de Inovação e TI da ICTS Protiviti

Temos investido de forma orgânica, recorrente e consistente na digitalização de processos, de modo a oferecer uma solução de suporte omnichannel, em que tanto nossos clientes como nossos parceiros definem se querem abrir um chamado via WhatsApp, por chat ou outro meio. É uma forma de democratizar o atendimento, valorizar o contato e resolver demandas simples, mas determinantes na avaliação de uma segunda compra. Muitas empresas ainda se preocupam quase que somente com a venda e se esquecem de que todas as interações com o cliente são importantes. Para nossos parceiros, também temos investido em um portal onde rapidamente se obtém desde os mais diversos materiais e colaterais de marketing, sobre produtos, serviços e soluções até o preço para um projeto ou solução independente do estado e tratativa fiscal. Parece simples, mas é desafiador. Rodrigo Guercio, vp de Negócios Corporativos da Positivo

Os investimentos em cibersegurança e em profissionais dessa área são passageiros ou você entende que são importantes na gestão empresarial moderna? Jeferson D’Addario, CEO do Grupo Daryus

Com a dinâmica evolução da tecnologia não somente nos negócios, mas também em gadgets pessoais, a cibersegurança é crucial para a proteção de sistemas, Dados e usuários. Investir e capacitar profissionais nesta área nos traz mais tranquilidade para continuar aderindo a novas tecnologias, assim como também viabiliza a estruturação de ambientes digitais seguros e blindados contra fraudes, ameaças e vazamento de Dados. Rodrigo Pellicciotta, gerente de Canais da Pars

Hoje se fala sobre remote everything, conceito de adaptabilidade, transformação e novos modelos de negócio. Como sua empresa tem se preparado para isso? Flávio Moraes Jr., vice-presidente da Ingram Micro

O conceito Remote Everything é uma resposta à busca cada vez mais global por mobilidade e disponibilidade. Acreditamos que, além de ofertas remotas, significa a necessidade de compreender o que o cliente demanda. É preciso que as empresas levem seus serviços às pessoas, onde quer que elas estejam e com as funcionalidades que realmente precisam. Para a Diebold Nixdorf, isso significa romper barreiras e oferecer soluções cada vez mais práticas, posicionando os Soluções de Autoatendimento como verdadeiros centros de relacionamento digitais, incluindo softwares que permitam a construção de experiências personalizadas e hardwares confiáveis e eficientes. Investimos em terminais de autoatendimento modernos, sustentáveis, e que permitem otimizar a rotina de operação dos bancos e a vida dos consumidores, agregando valor ao dia a dia das pessoas. Elias Rogério da Silva, presidente da Diebold Nixdorf

Na sua área de atuação, quais foram os aprendizados durante a pandemia e quais serão os principais desafios para a indústria em um mundo pós-pandêmico? Américo Tomé, diretor de Canais e Alianças da Intel

O primeiro e principal aprendizado é que, sim, é possível ter um modelo de trabalho mais flexível, suportado por tecnologias que habilitam tanto o trabalho remoto quanto o trabalho híbrido. Foi preciso intensificar as ações de comunicação com foco em alinhamento das equipes durante essa nova fase de ambiente remoto e híbrido. A pandemia acelerou muito a digitalização e transformação digital das empresas. Acredito que o principal desafio da indústria para essa fase de pós-pandemia está na adaptação a essa digitalização e oferecer suporte para os negócios dos clientes. Flávio Moraes Jr., vice-presidente da Ingram Micro

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Com a forte tendência dos clientes na adoção de plataforma como serviços, temos no Brasil MSPs que possam atender aos diferentes tamanhos de clientes? Sérgio Camorcio, executivo de Parceiros da IBM

O Brasil já conta com ofertas de Serviços Gerenciados que podem atender a empresas de todos os portes, sendo que as verticais com adoção mais rápida são saúde, manufatura, escritórios e redes de varejo com várias filiais. Para o cliente, a grande vantagem desse modelo é a liberdade para focar em seu core business, deixando de se preocupar com investimentos constantes em TI, equipamentos, suporte e equipe própria. Ao considerar o custo, flexibilidade e escalabilidade da Nuvem, a gestão de TI com Serviços Gerenciados pode trazer uma economia substancial. Também há opções de serviços financeiros no mercado que facilitam a adoção desses serviços, que ainda têm muito a crescer. De acordo com a IDC, mais de 50% das novas implementações de WLan, SD-Wan e Comunicação Unificada serão gerenciadas a partir de plataformas baseadas em Nuvem até 2024. Antenor Nogara, diretor-geral da Aruba

A automação dos processos e a visão estratégica dos Dados, motivados pela pandemia, serão cada vez mais demandados nas organizações? Carlos Kazuo Tomomitsu, CEO da Keep True

Com a pandemia, redescobrimos a importância da automação dos processos. Primeiro com o Workflow e atualmente com RPA. A única maneira eficaz de conseguir uniformidade no tratamento de processos é por meio da automação. Treinamento ajuda, mas não é suficiente. Depois das planilhas, começamos a trabalhar melhor os Dados, transformando-os em informações úteis na tomada de decisão. Os BIs começaram a tornar sua manipulação e apresentação cada vez melhores e de mais fácil compreensão. Na economia movida a Dados, ter visão da estratégia da organização e da participação dos Dados nela tornou-se uma necessidade. A maior parte das empresas lidará com relativamente poucos Dados, a menos que viva da sua análise. Mapear, classificar e normalizá-los é o primeiro passo para decidir sua importância estratégica, que varia de organização para organização. Francisco Camargo, CEO da CLM Software

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Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

No trabalho híbrido a tecnologia será uma aliada mais uma vez. Neste sentido, como sua empresa se preparou ou está se preparando para o pós-pandemia? aulo Vizaco, diretor-executivo P da Kingston

Nós, da TD Synnex, já havíamos passado muito bem durante a pandemia, habilitando o home office com toda tecnologia disponível e o máximo conforto a nossos colaboradores. Agora estamos, aos poucos, abrindo os escritórios e possibilitando reuniões presenciais com clientes, desde que seguindo as recomendações necessárias. Achamos, sim, que empresas como a nossa devem adotar o trabalho híbrido, sem necessidade de estarmos todos nos escritórios; tecnicamente falando, já estamos prontos para isso. Maior liberdade de escolha e otimização dos espaços trarão impacto positivo na qualidade de vida, meio ambiente e segurança. Muitas empresas já adotavam esse modelo antes da pandemia. A pandemia nos ensinou que funciona. Humberto Menezes, diretor-geral da TD Synnex

Na sua opinião, quais investimentos em tecnologia devem ganhar destaque nas corporações, no próximo ano, para viabilizar e consolidar o trabalho híbrido? Claudio Stopatto, presidente da Lenovo ISG

Considerando a mudança de uma atuação emergencial atendendo ao isolamento criado pela pandemia para o uso do trabalho híbrido como forma de ganhar agilidade e flexibilidade, as empresas devem investir em: (1) Modelos de Consumo para uma adequação da capacidade alinhada aos negócios garantindo agilidade; ao mesmo tempo que investem em (2) Serviços de Dados, capazes de gerenciar os Dados de forma simples da Borda à Nuvem atendendo ao crescimento na Borda e tomando vantagem de tecnologias como 5G, que transformam com o WiFi 6 a experiência de conectividade e disponibilidade de Dados; tudo coberto por (3) Soluções de Segurança do silício à Nuvem que atuam em todos os pontos de vulnerabilidade adicionados pelo trabalho híbrido, além de soluções de recuperação de ataques e bloqueio de ações contra o sequestro de Dados, ransomware. Ricardo Emmerich, presidente da HPE

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A busca por sustentabilidade é apenas um momento impulsionado pela agenda 2030 da ONU ou um caminho sem volta a ser adotado para se manter no mercado? Marcelo Pires, gerente de Logística da Lexmark

A agenda 2030 da ONU é fundamental para estimular o envolvimento dos líderes empresariais globais com os ODS. Na Microsoft, nossa jornada em sustentabilidade, que começou há mais de dois anos, foi acelerada no início de 2020 quando assumimos ambiciosos compromissos que preveem a implementação de uma estratégia para se tornar negativo para carbono, positivo para água, desperdício zero e o desenvolvimento de uma plataforma de computação planetária, para coletar Dados que ajudarão a melhorar a biodiversidade mundial e monitorar a evolução de tais compromissos. No Brasil, onde estamos há 32 anos, apoiamos projetos como a PrevisIA, ferramenta que usa Inteligência Artificial para ajudar na prevenção do desmatamento da Amazônia, e instituições como a SOS Mata Atlântica, que analisa a qualidade da água dos corpos aquáticos também utilizando a IA. Danni Mnitentag, vp de Parceiros e Canais na Microsoft

Quais são as estratégias para se proteger do cenário de vendas públicas para 2022, considerando as eleições, os riscos fiscais e a elevação cambial? Milton Caputo Junior, CEO da iData Distribuidora

2022 será um ano desafiador, as oscilações do mercado serão guiadas pelo ambiente externo e em grande parte pelas tendências do cenário político no Brasil. Acreditamos que será um período de muitas oportunidades para a retomada mais acentuada das atividades de alguns setores que não tenham retornado completamente em 2021. E as vendas públicas deverão estar aquecidas devido à proximidade das eleições. Flávio Tedesco, gerente de Canais AL da Corel

Qual a sua perspectiva para o mercado de Segurança tecnológica com a adoção massiva do trabalho híbrido pelas companhias? Renata Randi, diretora de MKT e Alianças da Logicalis

A pandemia pode finalmente estar retrocedendo, mas o trabalho remoto veio para ficar e com essa adoção criou-se condições perfeitas para que os ataques cibernéticos aconteçam. Esse cenário é uma grande oportunidade para as empresas de Segurança e proteção às informações, pois as companhias irão investir no reforço de suas infraestruturas. As companhias que perceberem que investir em Segurança é um diferencial importante e valioso vão seguir em expansão, porém garantir que os funcionários estejam mais conscientes da Segurança e dos comportamentos básicos de Segurança cibernética também é extremamente importante neste novo ambiente. Sandra Fantoni, diretora de MKT e Produtos Agis Distribuição

Quais ações foram feitas para manter a proximidade com os clientes mesmo em um momento adverso e de movimentação da equipe para o trabalho remoto? Rafael Martins, CEO da Maxima Tech

Antes da pandemia vínhamos realizando ações para viabilizar o trabalho remoto de nossas equipes. Assim, quando o distanciamento social foi adotado para combater a Covid-19, realizamos esta adaptação com esforço, dada a urgência necessária, mas sem improvisações. Já em modo home office, aportamos melhorias na experiência do nosso time, provendo inclusive a infra de internet em casos extremos. Este contexto foi positivo na interação com nossos clientes. Pudemos tomar a iniciativa de contato e condução remota das atividades e, em muitos casos, oferecemos dicas e serviços que os ajudaram a estabelecer o teletrabalho de forma eficiente e segura. Em paralelo, intensificamos nossas ações de marketing digital e relacionamento, ampliando nossa exposição e proximidade com nossos clientes e o engajamento com nosso mercado neste período desafiador. Maurício Fiss, diretor de Inovação e TI da ICTS Protiviti

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Por que a cibersegurança deve estar no topo das prioridades das empresas e instituições no cenário de Transformação Digital acelerada do mercado? Carlos Jardim, gerente de Vendas AL da Netskope

Na era do Big Data e do excesso de informações, a intuição e a experiência são tão importantes quanto os Dados na hora de fazer tomadas de decisão? Paulo Rosanova, diretor de Canais do Mercado Eletrônico

O Brasil é o país mais atingido por ataques de ransonware em toda a AL. São mais de 3.4 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos apenas nesse ano. Só por esses dados, já podemos entender a importância da cibersegurança nas prioridades de todo gestor de IT. Com o mundo mais conectado, informações e Dados importantes são cada vez mais compartilhados pela internet e arquivos confidenciais são armazenados digitalmente. Portanto, a redução das ameaças virtuais que comprometem o sigilo e a integridade dos Dados e informações estratégicas é crucial. A maior parte das empresas trabalha com estratégias de Big Data e Data Science, fazendo com que dependam de análises e Dados confiáveis para suas operações e planejar ações decisivas. Colocar seu conteúdo em risco significa comprometer não só seus planos, mas também os lucros e resultados esperados.

Com ajuda dessas tecnologias, podemos sacar respostas a possíveis perguntas e cenários, já conhecidos e vividos. Ainda assim, a intuição do gestor e sua experiência acumulada complementam essas ferramentas e aumentam sensivelmente a acuracidade e a precisão da tomada de decisão. A experiência do ser humano que está gerenciando os Dados e sua perspicácia na análise pontual destas informações definem cenários e caminhos que buscam atalhos para chegar ao sucesso na empreitada de inovação digital. Estas intuições e experiências se transformam no que chamamos de repertório. As ferramentas de IA e Machine Learning aprendem, arquivam e fazem uso das informações nos momentos adequados, com sofisticação e uma boa dose de simplicidade. Mas nenhuma tecnologia pode substituir a experiência e a nossa intuição empreendedora.

Fabio Gaia, vice-presidente da Golden Distribuidora

Paulo Henrique Pichini, CEO da Go2next

Quais diferenciais foram essenciais para que os parceiros se destacassem ao longo deste último ano repleto de desafios? Luis Rocha, diretor de Vendas da Motorola Solutions

Nesse último ano, cada empresa enfrentou um desafio diferente com relação ao mercado e a seus consumidores, e teve que se adaptar de uma nova forma às dificuldades e às mudanças que lhes foram apresentadas. Mais e mais, ficou clara a necessidade de as empresas construírem relacionamentos fortes com seus parceiros, que também entenderam que para se destacar não bastava apresentarem soluções prontas. Os parceiros que oferecem soluções personalizáveis, que são construídas pelas empresas pensando em suas necessidades e de seus clientes, foram aquelas que realmente fizeram a diferença como solucionadores de problemas, se tornando agregadores de valor no engajamento com o cliente. Raul Rincon, vice-presidente AL da Twilio

A Digitalização acelerou a mudança em alta velocidade. Quais tecnologias podem auxiliar empresas no contexto de necessidade de mudança tão acelerada? Regis Ataides, diretor para a A. do Sul da Siemens Digital

A pandemia acelerou como nunca a digitalização do Brasil. Qual o papel de soluções de monitoração na conquista de maturidade para os novos ambientes? Luis Aris, gerente de Desenv. de Negócios da Paessler AL

A monitoração sempre foi importante para a Segurança e conformidade das organizações, e o cenário da pandemia evidenciou ainda mais essa necessidade. A complexidade gerada pelo rápido movimento de transformação do espaço de trabalho, levando milhares profissionais para o home office do dia para a noite, trouxe à tona a importância de soluções robustas para mantermos o mínimo de gestão nos ambientes corporativos. Rodrigo Roland, CEO da Data System

Como a tecnologia impulsionou o seu negócio em 2021? Danni Mnitentag, vp de Parceiros e Canais na Microsoft

A tecnologia está naturalmente em nosso DNA, mas o que vimos em 2021 foi uma acelerada implementação de novas tecnologias mesmo em empresas que não têm na tecnologia o seu negócio final. O movimento ao trabalho remoto e a natural digitalização dos processos fez com que as empresas acelerassem o processo de adequação a processos de Segurança e principalmente a conformidade a novas realidades como a LGPD. Bruno Zani, diretor-geral da McAfee

Ao entrar na jornada da transformação digital, as organizações devem ter em mente que isso inclui uma transformação da Segurança. Portanto, as empresas devem implementar mecanismos transparentes e seguros. A estratégia de Segurança deve incluir treinamento regular em tecnologias digitais e Segurança cibernética para funcionários, realização de testes de penetração regulares que ajudem a descobrir potenciais vulnerabilidades, usando aplicativos e dispositivos com Segurança embutida, integrando sistemas de Segurança e escolhendo o software de Segurança. Além de ameaças externas, como ataques de phishing, as organizações devem se lembrar de proteger Dados confidenciais contra ameaças internas, considerando a Segurança dos Dados que coletam, armazenam e compartilham como um todo e ter uma estratégia que garanta que eles estejam seguros. Cristina Moldovan, gerente de Vendas da CoSoSys

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Para 2022 há uma previsão de ataques ainda mais sofisticados de ransomware. Diante disto quais são as três principais formas de mitigar esse risco? Leonardo Fagnani, gerente de Serviços da NetSecurity

Podemos citar ao menos cinco maneiras de mitigar riscos de invasão. Primeiro, mantenha softwares atualizados, já que as empresas desenvolvedoras estão sempre corrigindo brechas de Segurança e vulnerabilidades e isso evita o vazamento de informações. Por falar em Segurança, instale um antivírus. Eles são atualizados diariamente e evitam ransomware e malware. Cuidado ao abrir e-mails e pop-ups. Desconfie de e-mails com anexos com extensões estranhas, promoções mirabolantes ou pop-ups de conteúdo duvidoso. Outra dica é criar cópias de segurança – backups, regularmente para evitar o sequestro de informações e se proteger de falhas que podem acontecer em qualquer computador. Por fim, aposte em sistemas na Nuvem. Usar sistemas via Web, sincronizados, pode mitigar riscos e manter uma alta disponibilidade sem depender de um equipamento físico. Rodrigo Santos, vp de Inovação da WebSia

A sigla ESG já é pauta na sua organização? Qual o impacto que as novas práticas sociais, ambientais e de Governança têm causado no setor de TI? Renato Castro, CEO da Microcity

O mercado acelerou a Transformação Digital para manter a dinâmica dos negócios. Você acredita que adotar plataformas em Nuvem é um caminho sem volta? Luiz Camargo, vice-presidente da Nice para a AL

A Nuvem se transformou em uma plataforma essencial para o dinamismo de qualquer negócio. É, sem dúvida, um caminho sem volta. Com o advento de tecnologias como 5G, IA, IoT e Edge Computing, fica claro que teremos um aumento exponencial no processamento de Dados e informações, e em muitos casos haverá necessidade que esse processo ocorra de forma “elástica”, no qual a Computação em Nuvem, além de ter esta característica, apresenta a melhor relação custo x benefício, tornando-se uma tendência irreversível. Os números comprovam esta tendência. Este ano, IaaS e PaaS devem ultrapassar a cifra de US$ 3 bilhões no Brasil, um crescimento de mais de 45% em relação a 2020. Rodolfo Fücher, presidente da Abes

Cibersegurança é um risco operacional e de continuidade de negócio? Sua empresa consideraria o controle de anomalias ao ambiente IoT e OT como estratégia? Nycholas Szucko, diretor de Vendas para a AL da Nozomi

Temos visto os gestores de TI buscarem conectar as inovações tecnológicas com as normas de sustentabilidade, equidade social e Governança. Avança a cada dia a compreensão de que as melhores práticas em cibersegurança são essenciais para a continuidade dos negócios. Trata-se de uma visão holística em que TI e Cybersecurity contribuem para a Governança e a conformidade da organização a leis como a LGPD. É uma jornada em que profissionais com expertise técnica trabalham lado a lado com os times legais e de Governança. Este é um ciclo contínuo, que demanda transformações contínuas. Empresa nascida em plena pandemia, a Cyberone – uma provedora de soluções e serviços de cibersegurança – foi criada já alinhada com as melhores práticas de ESG. O desenho da nossa infraestrutura técnica privilegiou o uso da Nuvem e a redução de consumo de energia.

A cibersegurança é extremamente importante para todas as empresas, sejam elas pequenas ou grandes. Ter um sistema seguro de cibersegurança na verdade, evita o risco operacional e de continuidade de negócios, pois os processos de uma empresa são contínuos, pode ocorrer uma falha ou quebra a qualquer momento. Por isso, o controle de anomalias aos ambientes IoT e OT pode ser considerado uma estratégia; temos que prever os riscos que podem surgir. A Wacom utiliza diversas soluções para que esses riscos diminuam, como o duplo check de Segurança em seus sistemas e Dados, troca de senhas de acesso frequentemente, e uma plataforma CRM que protege os Dados de nossos clientes. Além disso, como trabalhamos com os distribuidores e fornecedores, também tomamos devidos cuidados para proteger os Dados de todos.

Fernando Freitas, diretor técnico da CyberOne

Thiago Tieri, gerente de Marketing da Wacom

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Quais são as iniciativas que sua empresa tem colocado em prática para trazer benefícios à sociedade e criar um futuro mais conectado? Jefferson Anselmo, vice-presidente sênior AL da NTT

A grande discussão atualmente se dá a respeito do espaço híbrido e do futuro do trabalho. Neste sentido, criamos um espaço diferenciado e com inovação aberta, o Hub Digital, para que os colaboradores, clientes e parceiros possam se conectar ainda mais entre si e, também, com um ecossistema de startups em projetos de expansão de seus negócios por todo o País. O Hub Digital está intrinsicamente relacionado às iniciativas de responsabilidade corporativa do Pacto Global das Nações Unidas e seus princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Assim, o futuro do trabalho requererá mais colaboração e espaços flexíveis, de modo que as organizações poderão consolidar “o escritório em qualquer lugar”, com formas de trabalho tanto virtual como retomando a presença no endereço físico. Cesar Schmitzhaus, diretor de Tec e Inovação da Teltec

Vimos grandes ataques cibernéticos este ano, mas você acredita que as empresas têm planos bem definidos para a Recuperação de Desastre - DR? José Patriota, gerente de Canais da Nutanix para a AL

O cibercrime não tem limites e se aperfeiçoa muito rapidamente, tanto em sofisticação como em táticas de engenharia social. Nesse ano, nem as empresas e órgãos do governo mais preparados ficaram imunes a ataques, que colocaram à prova modelos de cibersegurança de diferentes países. Uma política assertiva de backups e criptografia de Dados é importante aliada na recuperação de informações críticas. Mas ela deve vir acompanhada de medidas preventivas que incluem testes de vulnerabilidades e monitoramento inteligente, somadas a práticas seguras de acesso com diferentes camadas de Segurança. Vale lembrar que o fator humano ainda é o elo mais fraco e o trabalho de conscientização tem de ser sistemático. Paulo Roberto Bonucci, vicepresidente para a AL da Cipher

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Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Com o crescente ataque de ransomware, quais as contramedidas de prevenção e resposta que você entende como essenciais para hoje e para o futuro próximo? Bruno Zani, diretor-geral, da McAfee

A prevenção aos ataques de ransomware ajuda a diminuir a frequência e os estragos. No entanto, eu diria que atualmente é inevitável, quase uma questão de tempo, ser vítima de um ciberataque. Por isso, é necessário investir em soluções de Segurança preventivas, como firewalls e antivírus, além de conscientização e treinamento dos colaboradores. É fundamental que as empresas possam contar com uma solução de rapid recovery robusta o suficiente para enfrentar as ameaças cibernéticas e minimizar danos a posteriori. Rodrigo Villar, CEO da Software.com.br

Quais seus principais desafios para a Transformação Digital da sua empresa? Alexandre Maioral, presidente da Oracle

Desde 2015 nossos produtos estão na Nuvem, oferecendo uma experiência anywhere para os clientes. Nossos sistemas internos também estão todos na Nuvem, o que nos permitiu, por exemplo, rapidamente levar todos os funcionários para o home office no início da pandemia. Acredito que o maior desafio está em levar a transformação para o mercado em geral. Quando olhamos para as grandes empresas, que são a maior parte dos nossos clientes, vemos que elas já estão bastante transformadas. O desafio, no entanto, está nas médias, que ainda têm uma demanda forte pela digitalização e sabemos que são a maior parte das empresas no Brasil. Há uma massa de negócios que tem essa demanda latente. Esse cenário é muito positivo, visto que temos essa expertise e podemos contribuir para aprimorar negócios de médio porte e ajudá-los a aprimorar resultados. Solemar Andrade, CEO da Plusoft

Como as organizações que se adaptaram ao trabalho híbrido podem se proteger contra ameaças à Segurança na Nuvem? Marcos Oliveira, diretor-geral da Palo Alto

O modelo de trabalho híbrido reforça a necessidade de preocupação de Segurança das informações. As aplicações disponibilizadas na Nuvem são oferecidas, normalmente, considerando uma infraestrutura de base fornecida por empresas especializadas nesta oferta, como Azure e AWS, por exemplo. Esta infraestrutura já traz em sua concepção uma camada de Segurança e certificações em que os clientes são beneficiados. Porém, a própria aplicação disponibilizada nessa infraestrutura também deve possuir configurações de Segurança, como acesso por IP determinado, SSO, controle de senhas e perfis de acesso, que ampliam a proteção. Com isso, é possível garantir a Segurança e mitigar ataques, proporcionando ambientes acessados de forma segura. Esses cuidados garantem a Segurança da informação, sem alterar a eficiência na operação. Carlos Kazuo Tomomitsu, CEO da Keep True

Como você enxerga a nova tendência do metaverso e como as empresas podem tirar proveito desse conceito? Marcelo Pontieri, gerente de MKT da Nvidia para a AL

Como você vê a tendência de venda recorrente? Consegue perceber a necessidade e a mudança no mercado e como está se preparando? José Bublitz, presidente da SND

O metaverso considera o conceito aplicado a um mundo 3D virtual a ser compartilhado, que é interativo e mais colaborativo. Ou seja, hoje as pessoas interagem por meio de mídias sociais ou aplicativos de mensagens. Com o metaverso, surge a ideia da criação de novos espaços online, onde as interações podem ser multidimensionais. O aumento no interesse pelo conceito do metaverso deve-se ao cenário da pandemia, que acelerou a implementação massiva de sistemas de comunicação online. O home office e as aulas online impulsionaram a demanda por novas formas de tornar essa interação mais realista, com a criação de ambientes virtuais para simular o mundo real. A tecnologia do metaverso é uma tendência com grande potencial para as empresas que buscam soluções que prendam a atenção das pessoas e almejam o sucesso nos negócios.

A venda recorrente tem sido cada vez mais desafiadora no mercado, que tem focado na economia dos custos. Trata-se de uma mudança que reflete, inclusive, na busca cada vez maior da automação. Diante deste cenário, as empresas precisam adaptar seu modelo de venda, agregando mais valor aos projetos. Neste sentido, é preciso antecipar no orçamento tudo o que for possível para encaixar num único projeto, que antes dependia de uma recorrência. À medida que o mercado sente novas necessidades, novos projetos pontuais são criados. Do ponto de vista dos ganhos, este modelo de projetos pontuais antecipa a receita que, num outro momento, seria diluída em contratos recorrentes. Isso significa que o mercado passou a criar um ciclo recorrente de projetos e não de receita, gerando garantia para quem compra e exigindo criatividade de quem vende.

Roberto Ameriot Jr., CSO da Digisystems

Luciano Steinbruch, CEO da Focus IT

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O setor de TI necessita levar cada vez mais valor agregado ao seu Canal e cliente. Qual modelo de negócios você entende ser o futuro para esse mercado? Rodrigo Pellicciotta, gerente de Canais da Pars

A meu ver, um dos principais desafios é fazer a transformação desde um parceiro que vende apenas a infraestrutura, para um parceiro que vende a solução fim-a-fim. Entendendo o desafio deste parceiro e propondo a melhor solução de negócio, o cliente venderá sua infraestrutura de uma melhor forma. Essa deve ser a base do discurso do Canal, uma venda consultiva e baseada nos Dados que os clientes possuem. Visando a isso, a Nvidia possui o Programa de Parceiros - NPN, desenvolvido para que os clientes obtenham um modelo de negócios principal, seja por revenda de valor agregado, integração de soluções, fornecimento de serviços hospedados, consultoria ou manutenção de produtos e demais soluções da companhia. Marcelo Pontieri, gerente de MKT da Nvidia para a AL

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Como o Brasil pode superar a deficiência por profissionais capacitados e amenizar a competição por talentos? Como sua empresa atua nesse sentido?

Quais mudanças ou iniciativas foram adotadas na pandemia e serão continuadas? Rodrigo Guercio, vp de Negócios Corporativos da Positivo

Solemar Andrade, CEO da Plusoft

Uma das dificuldades do Brasil é a língua. Infelizmente, nossa força de trabalho não é capacitada para trabalhar em inglês e isso nos limita tanto na contratação, que poderia ser uma alternativa em momentos de escassez como o atual, quanto na prestação de serviço. Olhando Israel como exemplo, lá as empresas se comunicam internamente em inglês, pois desde a fase inicial é entendida a necessidade da internacionalização. Nossa empresa, embora de pequeno porte e brasileira, sempre buscou esta conexão e internacionalização, tornando essa conduta saudável para inovar e para superar obstáculos, como a deficiência por profissionais capacitados. Faz com que melhoremos nossos padrões e que tenhamos sempre um novo benchmark.

O que mudou com a pandemia foi um aumento da produtividade nas empresas e de seus colaboradores, com equipes mais colaborativas e cadenciadas no apoio mútuo para entender e atender às necessidades dos clientes. Adotamos por quase dois anos o trabalho remoto e retornaremos de forma híbrida, abrimos um canal de relacionamento com todos os nossos colaboradores, funcionários e parceiros. Entendemos que o espaço aberto ao diálogo irá proporcionar a interatividade e a transparência na relação do trabalho para garantir um ambiente saudável para todas as pessoas que compõem o nosso time empresarial e que contribuem para os resultados da companhia e a satisfação dos nossos clientes. Décio Krakauer, presidente da Ramo Sistemas

Marcus Granadeiro, CEO da Construtivo

Quais abordagens de Storage serão capazes de potencializar a competitividade das empresas no mercado em 2022? Paulo de Godoy, diretor-geral da Pure Storage

Com o aumento crescente dos Dados, a utilização dos diversos tipos de serviços é uma tarefa complexa e este cenário se complica ainda mais com o número de instâncias de Banco de Dados para gerenciar e escalar em ambientes distintos de teste, desenvolvimento e produção, em zonas de disponibilidade e nuvens, com requisitos variados de desempenho, alta disponibilidade, proteção de Dados, compliance e outros. As soluções que envolvem Inteligência Artificial e especialmente a Computação em Nuvem híbrida, que permite unir a Nuvem privada e administração terceirizada de Nuvem pública, e a multicloud que se trata da escolha de mais de um operador em Nuvem, são tendências que permitem obter o máximo proveito de cada solução – e isso inclui adaptabilidade, desempenho e modelo financeiro. Carla Gall, líder de Marketing da TopDesk

Como enxerga a evolução do mercado de cibersegurança, no sentido de desenvolver ferramentas no combate aos ransonwares e consequentes roubos de Dados?

Com clientes mais exigentes e competição acirrada no e-commerce, de que forma é possível diferenciar produtos e serviços a fim de fidelizar clientes?

Com o modelo de trabalho híbrido, o que as empresas precisam fazer para engajar e garantir a performance dos colaboradores?

Gilberto Caparica, vice-presidente da Qintess

Fábio Carvalho, diretor de Supply Chain da Printi

O mundo mais digital ocasionado pela pandemia colocou à prova a vulnerabilidade existente nas aplicações e nas redes empresariais. O volume de ataques, principalmente por meio dos ransonwares e, consequentemente, o roubo de Dados, tem feito as empresas ampliarem seus investimentos para criarem barreiras, seja por meio da tecnologia, seja por treinamentos com os colaboradores para evitar que o risco aumente. Neste cenário, ficou clara a necessidade das aplicações serem desenvolvidas considerando camadas de Segurança, além das soluções que permitem o bloqueio da invasão passarem a ser observadas em sua amplitude. Isso significa que as empresas especializadas em suporte à TI das organizações passaram a ter um papel fundamental neste processo por meio da orientação e da prestação de serviço que visam barrar as ações dos cibercriminosos.

Sem dúvida, a transformação digital durante a pandemia trouxe novos players para o e-commerce. A competição se acirrou com a exigência crescente do consumidor por marcas com propósito e que estejam alinhadas às suas crenças e estilo de vida – e, também, para essas marcas, mesmo as pequenas, o comércio virtual tem sido o caminho. O segredo da diferenciação está em como os negócios são conduzidos. Não adianta ter um produto excelente se, no backoffice, não houver um esforço para aumentar a eficiência da operação e um uso inteligente de recursos que permita a melhoria de processos e uma redução nos custos operacionais. Esse movimento, aliado ao atendimento ao cliente e à comunicação dos produtos e serviços, com uso de tecnologia que permita respostas e decisões rápidas e um ambiente seguro, é fundamental para quem não quer perder vendas.

Aqui na Printi o modelo híbrido é uma realidade desde o início da pandemia, já que parte do time trabalha em nossa planta fabril para garantir produção dos mais de 350 produtos gráficos. A partir dessa experiência, posso afirmar que comunicação alinhada, frequente e transparente, com objetivo de compartilhar objetivos e metas de negócio, e acompanhar resultados com todas as equipes, é essencial. Este processo se torna mais fácil com os recursos tecnológicos disponíveis, que possibilitam conexões mais frequentes, rápidas e relevantes. Outro ponto crucial é entender que o cenário pandêmico demanda novas competências e, consequentemente, os colaboradores também esperam ter seus esforços valorizados. Oferecer uma melhor experiência ao funcionário é essencial para mantê-lo motivado e gerando bons resultados ao negócio.

Leonardo Barros, diretor-executivo da Reposit

Marcelo Pires, gerente de Logística da Lexmark

Fábio Carvalho, diretor de Supply Chain da Printi

Paulo Asano, CEO da Populos

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Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

O ano de 2021, com certeza, ficará marcado pelos ataques de ransomware. Como pensa que o mercado reagirá no próximo ano para se proteger das ameaças?

Qual o papel da colaboração para uma atuação com mais sinergia e eficiência entre todos os participantes do ecossistema de Canais?

Vladimir Brandão, diretorgeral da Quest Software

Sandra Vaz, diretora sênior de Alianças e Canais da Red Hat

Vejo uma maior conscientização sobre a importância da Segurança cibernética por parte dos decisores de TI e diretoria das organizações. O investimento em Segurança ainda é baixo em comparação com outros países, mas está crescendo. Outro ponto importante foi a constatação da necessidade de um programa formal de Resposta a Incidentes que abranja a tecnologia e todos os processos internos de compliance, comunicação etc. Por fim, ferramentas de Segurança com recursos de Inteligência Artificial e Machine Learning estão disponíveis no mercado para combater ransomware e outros tipos de ataques, e nossos canais de parceiros estão implementando essas soluções para que as organizações possam combater essas ameaças de forma proativa.

A colaboração tem papel fundamental na eficiência e na sustentabilidade de um ecossistema de Canais. Por mais que exista um modelo bem definido e funcional, não podemos esquecer que os Canais são formados por pessoas e, por meio da colaboração entre elas, conseguimos fazer com que o ecossistema seja cada vez mais forte e eficiente. A troca de experiências promove a disseminação das melhores práticas em uma rede e colabora diretamente para a sinergia necessária para a evolução do grupo.

Marcos Oliveira, diretor-geral da Palo Alto

Com o atual grau de maturidade das empresas brasileiras na adoção de soluções digitais, como avalia o potencial mercado para 2022 e para os próximos anos? Agustín Duran, vice-presidente de Canais da SAP

Com o avanço dos ataques de ransomware, tecnologias de recuperação de Dados serão primordiais nas operações das empresas. Estudos do Gartner apontam que em 2025 pelo menos 75% das organizações de TI enfrentarão um ou mais ataques de ransomwares. Por causa disso, os próximos anos serão favoráveis para desenvolvimento e implementação de ferramentas de criptografia e backup, especialmente a partir do segundo semestre, quando o 5G vai acelerar ainda mais as aplicações conectadas, descentralizando redes em múltiplas nuvens, na mesma medida em que abre brechas para vulnerabilidades nas redes corporativas. Paulo Asano, CEO da Populos

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Breno Riether, CGO da Sankhya

O ano de 2022 promete vários desafios. Quais serão os seus maiores e como as empresas podem se preparar para enfrentar as adversidades de negócios? Breno Riether, CGO da Sankhya

Obviamente que a questão econômica será o nosso maior desafio para o ano de 2022. Inflação e dólar altos podem levar as empresas a retrair seus investimentos. No entanto, vislumbramos uma busca crescente por soluções de Inteligência Artificial e Machine Learning. Apesar de todos os desafios, companhias que buscam crescer seus negócios apoiados nos conceitos de IA e ML certamente terão mais facilidade no enfrentamento de momentos de crise, uma vez que essas tecnologias podem auxiliar segmentos diversos, tais como Serviços Financeiros, Seguros, Saúde e Varejo a alcançarem resultados esperados para o próximo ano. Fabio Wilson, líder de Canais para AL na DataRobot

Como a integração de soluções digitais contribuirá para novas oportunidades para a empresa e quais os investimentos neste sentido para os próximos anos? Décio Krakauer, presidente da Ramo Sistemas

As soluções digitais otimizam o trabalho dentro das empresas e causam uma evolução em diversos assuntos do nosso cotidiano. Inovações como Edge, Inteligência Artificial, IoT e Metaverso tomaram conta de grandes pautas neste ano. Na Odata, continuaremos investindo em soluções digitais, não apenas no crescimento dos data centers, para atender à demanda por infraestrutura de TI, mas buscando adequar nossos serviços para a realidade dos demais segmentos que ainda estão no início da curva de adoção destes produtos. Uma das soluções mais aceitas e que trazem rapidez ao suporte foram os serviços de smart hands e remote hands, que consistem no atendimento remoto e especializado. Cria-se um chamado online e o técnico presente no Data Center resolve o problema rapidamente. Esse tipo de solução agiliza o processo e previne qualquer possível incidente. Victor Sellmer, diretor de Vendas e MKT da Odata

Terceirizar a gestão do ambiente de TI é uma solução para não perder competitividade frente às demandas de agilidade de negócio? Leonardo Barros, diretorexecutivo da Reposit

Gestão do ambiente de TI é um tema complexo, pois aborda uma área fundamental das empresas e qualquer falha tem graves consequências. Então, depende! Terceirizar atividades transfere a responsabilidade sobre elas da empresa contratante para a empresa contratada, ficando a contratante livre para focar em atividades que realmente agregam valor a seu negócio. Mas para isso ter sucesso dois aspectos muito importantes precisam ser observados: (1) Contar com parceiros bem qualificados e responsáveis, pois hoje se o ambiente de TI da contratante parar ou oscilar, as operações serão afetadas e consequentemente o faturamento também. (2) A empresa contratante deve aproveitar o tempo “ganho” para alavancar seu negócio e potencializar os resultados, pois o custo de terceirização qualificada é geralmente maior que o custo de mão de obra própria. Milton Caputo Junior, CEO da iData Distribuidora

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ESPECIAL

Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Cartórios no País começam a usar Blockchain para o reconhecimento virtual de firma. Como enxerga este momento e há garantias de que seja um modelo seguro? na Minconi, líder de Alianças A e Canais do SAS

Com o aumento da disrupção digital, como é possível promover a cultura Data Driven com mais expressão no Brasil? João Paulo Tavares da Silva, líder de Varejo da Semantix

Além do uso para validação de informações, os Cartórios migrarão, num futuro breve, outros serviços, como o registro público ou privado de Contratos, pois o Blockchain permite a execução de Contrato Inteligente, ou smart contracts que tem como principal objetivo a automação da execução das regras e cláusulas dos contratos e controle total de todas as partes envolvidas, não necessitando intermediários. Desta forma, não há necessidade de bancos, tribunais, cartórios ou outros intermediários para garantir a veracidade, pois torna-se um contrato inalterável e à prova de fraudes. Com certeza o Blockchain está em um momento de consolidação de uso inicial do seu potencial e órgãos como cartórios poderão ser muito prejudicados ou beneficiados dependendo da estratégia de aceitação e investimento nesta tecnologia.

Podemos considerar 4 pilares para criar uma cultura Data Driven, que são Pessoas: promover a transformação do mindset de gestores e funcionários. Com um time capacitado e alinhado, é possível aumentar a compreensão do valor dos Dados para extrair o máximo das ferramentas e informações. Políticas: para ter Governança de Dados é necessário criar fluxos de informações e armazenamento a partir de um único lugar. É preciso observar a LGPD. Processos: Os Dados são ativos. As informações precisam estar corretas, consistentes e reais; responsáveis e fontes de informação devem ser bem definidos para que haja melhora nas tomadas de decisão. Tecnologia: as organizações precisam passar por uma revolução cultural e digital com investimentos sólidos em tecnologia para a captação de Dados em formato sistemático, automatizado e integrado com sistemas em Nuvem.

Cristiano Felicíssimo, diretor de Pré-vendas AL da Seal Telecom

Agustín Duran, vice-presidente de Canais da SAP

Algumas empresas ainda não adotaram o modelo XaaS com foco em Segurança, que dificulta a proteção. Quais recomendações para as empresas nesse sentido? Fabio Soto, CEO da Agility Networks

Muitas empresas precisam melhorar sua Segurança, mas estão com orçamento reduzido nesse momento, principalmente devido aos efeitos da pandemia. O TaaS - Tecnologia As a Service, da WDC nasceu, justamente, com o propósito de viabilizar a tecnologia nas empresas e Segurança, que é um item essencial! Marcelo Rezende, diretor de Operações da WDC

Há migração de serviços internos de TI para provedores especializados. Contar com parceiros especialistas traz benefícios à empresa e ao setor de TI? Victor Sellmer, diretor de Vendas e MKT da Odata

Parceiros especializados podem acelerar, e muito, os processos. Principalmente quando é preciso se mover rapidamente, pois nem sempre é possível ter os recursos necessários internamente. Mas devem ser tomados cuidados nos processos de longo prazo, em que estratégias podem ser alteradas e novos conhecimentos necessários. Não são todos os parceiros que têm a capacidade de se ajustar ao longo do tempo! Fernando Ceolin, diretor para a América do Sul da Guardicore

Como sua empresa está lidando com o processo de retorno seguro ao ambiente de trabalho e quais os principais desafios que destacaria neste contexto? Marcus Santos, gerente de Parcerias da ServiceNow

Com o aumento dos índices de vacinação, começamos a ter uma redução nos índices da pandemia e, portanto, um ambiente mais seguro para começar a pensar no retorno ao escritório. O processo tem sido feito com calma, alinhamento com a matriz e sempre escutando o time, ou seja, deixando que as pessoas façam parte da decisão. Nos próximos meses devemos retornar em um modelo híbrido, que atenda tanto as pessoas que não vêem a hora de voltar quanto os que preferem o home office, sempre priorizando a saúde e a segurança de todos os profissionais. Em qualquer situação, a tecnologia auxilia permitindo acesso aos sistemas corporativos e colaboração entre os times independentemente da localização, e o uso de análise de Dados se torna essencial para entender o que funciona melhor e ir testando novos modelos. Ana Minconi, líder de Alianças e Canais do SAS

A tecnologia se associa ao humano para transformar os negócios. Quais métricas são vitais para a melhoria da experiência de colaboradores e clientes? Tamaris Parreira, diretora de Alianças e Parcerias da Medallia

Acredito que agora, mais do que nunca, a tecnologia tem sido vista de forma a melhorar experiências em geral. Quando pensamos no conceito da “Experiência Total” é justamente sobre como ter um olhar integrado para o colaborador, o cliente e o usuário, porque essas personas acabam se misturando ao longo da jornada. Isso está ligado ao que chamamos de composability, ou seja, as soluções podem ser compostas de modo a formar a melhor experiência para cada um, o que dá a oportunidade de trazer o seu cliente para o centro da inovação junto com você. Pensando nestes dois termos, pode-se utilizar a métrica Net Promoter Score - NPS, para medir a satisfação do público e se ele recomenda, acredita e confia na sua empresa, aliada ao Customer Satisfaction Score - SAT, por exemplo, para obter resultados ainda mais ricos. Márcio Rodrigues, CEO da Avaya Brasil

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ESPECIAL

Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Como você enxerga o mercado de outsourcing para 2022? Daniela Gimenez Rego, diretora Comercial de Canais da Simpress

Estamos acompanhando diversas empresas planejando o retorno aos escritórios, seja de forma híbrida ou total. Sem dúvidas, essa é uma etapa que exigirá muita resiliência e assertividade do mundo corporativo, assim como em toda a pandemia. Para tanto, o outsourcing é uma oportunidade de obter serviços de qualidade com redução de custos para a empresa, permitindo que elas mantenham o foco em suas estratégias, enquanto confiam parte do trabalho à terceirização. Por isso, acreditamos que este será um momento de crescimento na demanda por outsourcing de maneira geral. Neste contexto, a TopMind tem investido continuamente em talentos e tecnologias para entregar suporte completo às companhias, ajudando a otimizar o uso de recursos de TI e encontrar maneiras para garantir o bem-estar de colaboradores e a continuidade dos negócios rumo ao futuro. Sandra Maura, CEO da TopMind

Quais os próximos passos da jornada de estratégia digital que você vê acontecendo nas empresas no pós-pandemia? Adriano Esposito, diretor de Inovação da Sonda

A pandemia acelerou vários processos de transformação digital que estavam previstos para acontecer em três, cinco anos. Para atender às necessidades neste momento atípico e desafiador, notamos uma migração crescente das corporações para as plataformas em Nuvem como alternativa para garantir fluidez e eficiência na prestação de serviços e no atendimento aos clientes. A tendência é que este movimento se mantenha no cenário pós-pandemia, agregando Inteligência Artificial e Machine Learning às soluções em Nuvem, de forma a endereçar e antecipar as necessidades e aspirações do cliente. A satisfação e a fidelização do cliente passam pela compreensão de toda a sua jornada e pelos investimentos em CX. Cada vez mais, a personalização ganhará protagonismo, já que o consumidor quer ser atendido no canal de sua preferência, com o mínimo de esforço ou fricção.

Inovação é a base de negócios mais competitivos e sustentáveis, isso é fato. Mas como utilizála para alcançar resultados de forma transformadora? Hermínio Gonçalves, diretor Comercial da SoftExpert

Quais foram as principais mudanças do pós-pandemia e como as empresas podem se adequar às novas necessidades do digital e modelo de trabalho híbrido? Cesar Schmitzhaus, diretor de Tec e Inovação da Teltec

Para alcançar resultados transformadores é preciso promover a inovação em diversos âmbitos, desde ações simples até iniciativas disruptivas. Transformar inovação em resultados para os negócios depende de pessoas e tecnologia. É preciso dar aos profissionais liberdade para propor novidades no ambiente corporativo, preparado para ouvir, avaliar e implementar boas propostas. Clientes, fornecedores e outros stakeholders também podem prover insights importantes. Cria-se assim uma comunidade colaborativa! Do ponto de vista da tecnologia, a empresa deve explorar soluções de Data Analytics, IoT e AI para que os Dados gerados sejam usados para fornecer percepções para decisões mais assertivas. Com um olhar estratégico, é possível integrar pessoas e as mais recentes tecnologias para trilhar um caminho seguro rumo ao crescimento sustentável.

Nossos clientes tiveram que se adequar à nova forma de consumo, por isso, aceleraram o desenvolvimento de suas plataformas digitais e e-commerce para seguir operando. Já outros aceleraram suas jornadas para Cloud, uma vez que o data center próprio também teve seu acesso limitado. Houve investimento em tecnologia para atender aos funcionários em home office, um investimento que deve ser redobrado enquanto o modelo permanecer, principalmente em Segurança. Acredito que o trabalho híbrido permanecerá por algum tempo e, especialmente nas empresas de tecnologia, pode ser definitivo. Ao mesmo tempo, acredito que a interação entre as pessoas traz benefícios, por isso, muitas organizações voltarão a trabalhar essencialmente de forma presencial, enquanto os dias de home office serão destinados a tarefas específicas demandadas pela empresa.

Renata Randi, diretora de MKT e Alianças da Logicalis AL

Eduardo Gallo, CEO da Service IT

Como você acha que os conceitos de interoperabilidade de Dados e Data Fabrics podem apoiar a tomada de decisões? Alexandre Tunes, diretorgeral da InterSystems

As organizações precisam tomar decisões cada vez mais rápidas, assertivas e confiáveis. Neste contexto, os conceitos de interoperabilidade e Governança proporcionam qualidade de informação vital, propiciando aos executivos a oportunidade de tomarem suas decisões de negócios baseadas no conhecimento dos Dados da organização como um todo.

Diante dos diversos modelos de atendimento, como balancear o go-to-market, preservar o papel de cada player e ter lucratividade sustentável para os Canais? Fabio Gaia, vice-presidente da Golden Distribuidora

Temos que saber primeiro qual é o perfil do cliente final que o Canal está atendendo para depois definir o go-to-market. Identificar quais as soluções que estarão sendo entregues ao cliente final pode vir a contribuir com a fidelização junto com o Canal, formando assim uma operação ganha-ganha e perene. José Bublitz, presidente da SND

Marcus Santos, gerente de Parcerias da ServiceNow

Luiz Camargo, vice-presidente da Nice para a AL

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ESPECIAL

Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

A pandemia consolidou o fim do perímetro tradicional. Quais os desafios que o novo perímetro - acesso distribuído à Internet, traz para as empresas? Arley Brogiato, diretor da SonicWall AL e Caribe

O trabalho remoto e a mobilidade já vinham caminhando para se tornar uma realidade, mas a pandemia acelerou esta movimentação e consolidou o modelo híbrido. O perímetro alterou não somente o modelo de trabalho, mas também a maneira como as pessoas estudam e se divertem, à medida que passaram mais tempo conectadas. Essa imersão no mundo digital e maior dependência da tecnologia nos trouxe mais flexibilidade, mas, por outro lado expôs a necessidade de readequação de muitas corporações do ponto de vista de infraestrutura e políticas de acesso à informação e sistemas. Diante deste cenário, os novos desafios têm feito com que as companhias revisem e reconstruam processos internos com atenção a questões de gestão, privacidade, disponibilidade e proteção de Dados, sejam corporativos ou pessoais. Claudio Stopatto, presidente da Lenovo ISG

Com a nossa complexidade tributária, qual é a importância da automatização dos processos fiscais incluindo o acompanhamento da legislação? Paulo Zirnberger de Castro, diretor-geral da Sovos

É de suma importância a automatização dos processos fiscais, pois aprimora o controle e o andamento do fluxo de trabalho, garantindo assim a otimização dos riscos de autuações, minimiza perdas e proporciona a recuperação de benefícios perdidos, tornando possível o monitoramento em tempo real, inclusive das legislações, assim garantindo alta assertividade e Segurança para as operações fiscais e tributárias. Daniela Gimenez Rego, diretora de Canais da Simpress

Após enfrentar desafios quanto à continuidade de nossos negócios, o que é relevante para ampliar o crescimento e quais tendências são prioridade para 2022? Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini

Para ampliar o crescimento em 2022 será fundamental, mais do que nunca, continuar muito próximo dos clientes, entendendo os impactos causados pela pandemia e quais transformações foram necessárias para a continuidade dos negócios. Isto dará ao fornecedor a possibilidade de se manter relevante e oferecer soluções que atendam às novas necessidades de cada cliente. A sustentabilidade tem ganhado cada vez mais importância em toda a sociedade, e as empresas que conseguirem priorizar temas como SDG - Sustainable Development Goals e ESG - Environmental, Social and Governance, ambos relacionados intimamente à sustentabilidade, terão a chance de mostrar que podem fazer a diferença na busca por um mundo melhor e com isso atrairão mais atenção da sociedade e consequentemente dos clientes, obtendo mais visibilidade para suas soluções. Nilson Hayashi, diretor de Serviços Digitais da Fujitsu

Você teve que desenvolver ou adquirir novas tecnologias para ajudar aos seus clientes nessa aceleração digital? Ricardo Brandão, CEO da Sky.One

A pandemia global certamente acelerou a transformação digital e na Intel isso não foi diferente. Nosso departamento de TI teve que adequar a sua demanda para mais de 100 mil colaboradores e parceiros para continuar a atender às demandas de comunicação interna e com os nossos clientes. Isso foi feito através da aquisição de servidores, gateways VPN virtualizados e por meio da migração de alguns workloads para a Nuvem pública seguindo uma estratégia multi-cloud. Isso permitiu a continuidade dos serviços e comunicação com nossos clientes de uma forma transparente e sem interrupções. Américo Tomé, diretor de Canais e Alianças da Intel

Na sua visão, que setores da economia terão de se reinventar - ou já estão se reinventando - digitalmente depois da pandemia? Andreas Kiessling, gerente de Canais da TeamViewer

A pandemia trouxe desafios extremos para a operacionalidade dos negócios e na forma de se relacionar com os clientes. A aceleração da transformação digital passou a ser um imperativo de sobrevivência das empresas e um diferencial para aquelas evoluídas na sua jornada. O setor de Educação foi um dos mais impactados. Transformação digital nas escolas e recuperação de aprendizagem são temas prioritários para a nossa sociedade. Dois temas emergem com força ainda maior no pós-pandemia, trazendo muitas oportunidades de negócio: Retail: Omnichannel integrando a loja física com a virtual, trazendo as melhores experiências e conveniência de compra. Revendas: O as a service ganhou ainda mais tração como valor agregado aos gestores de IT. Esta solução é um habilitador para que o CIO e sua equipe possam se dedicar mais à própria jornada de transformação digital. Claudio Raupp, presidente da HP

Qual modelo de trabalho híbrido sua empresa pensa em fazer na possível normalização da pandemia? Voltar 100% ou parcialmente? Quais medidas? Humberto Menezes, diretor-geral da TD Synnex

Flexibilidade do trabalho já faz parte da cultura da Schneider desde antes da pandemia. Sempre consideramos o trabalho híbrido mais humano e isso deve continuar nos próximos anos. Nossa política de flexibilização indica que, no pós-pandemia, os funcionários tenham até três dias por semana de home office. Hoje, ainda estamos com limitação de 75% de capacidade máxima nos escritórios, sendo opcional a volta para os ambientes físicos. Esse controle está sendo feito por meio de reservas de salas e lugares, o que evita aglomeração. Além disso, os funcionários que estão voltando ao presencial estão recebendo um treinamento e-learning sobre a Covid-19 e os cuidados necessários antes de qualquer reserva. Anderson Santos, líder de Vendas da Schneider Electric

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ESPECIAL

Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Muitas empresas revisaram conceitos e implementaram mudanças permanentes para o pós-pandemia. Quais os principais legados para o mercado corporativo?

Após grande aceleração na digitalização impulsionada pela pandemia, o que podemos esperar de novas tendências em tecnologia para os próximos anos?

Em um mercado que cada vez mais desenvolve soluções focadas nas reais necessidades dos clientes, a personalização será a palavra-chave de 2022?

Sandra Maura, CEO da TopMind

Juarez Zortea, CEO da TransUnion

A pandemia nos mostrou o quanto a resiliência e a agilidade de inovação são importantes para se manter à frente no mercado, destacando a necessidade de adotar serviços digitais e plataformas de conexão com clientes, parceiros e fornecedores globais. Em relação a tecnologias específicas, destaco entre as principais tendências o crescimento da Inteligência Artificial – IA e do Machine Learning – ML. Com cada vez mais Dados sendo gerados e processados em data centers na Edge, essas tecnologias, apoiadas no 5G, serão cruciais para novos casos de uso na indústria, veículos autônomos, tecnologias de reconhecimento facial, cuidados e cirurgias médicas, entre outros. As tecnologias de IA e ML também são aliadas da infraestrutura de Segurança, auxiliando as organizações a controlar melhor seus Dados e parâmetros, reduzindo os riscos de ciberataques.

Sem dúvida, na realidade a personalização já é a palavra de ordem. O cliente não quer mais ficar preso a ferramentas que não se integram aos sistemas e não permitem flexibilização ao mesmo tempo em que não querem mais recorrer a diferentes vias de suporte para resolver uma demanda. Cada empresa tem uma necessidade específica e precisa de visibilidade, integração e centralização do gerenciamento o que só pode ser entregue com um modelo personalizado que unifique ambientes com diversos fornecedores, multi-cloud e on-premises com segurança.

Valdinei Cornatione, diretor-geral da Tivit

Um dos legados mais fortes para o mercado corporativo foi a digitalização das empresas. Os ambientes virtuais foram a solução encontrada para manter os negócios ativos e gerar receita, o que acarretou na necessidade de adaptação dos processos para acompanhar o novo ritmo. Com a digitalização, as inteligências artificiais ganharam espaço em muitas frentes, como Segurança pública, treinamentos, recrutamento e seleção, atendimentos on-line e serviços financeiros. Os servidores Cloud também ganharam importância na aceleração da digitalização, pois são eles que garantem que os Dados e infraestrutura sejam armazenados na Nuvem, permitindo o acesso a estas informações de qualquer lugar. Assim, a atuação on-line fez com que a maior parte dos processos ganhasse versões virtuais, abrindo oportunidades para empresas e negócios.

Eduardo Carvalho, presidente da Equinix

Alexandre Mori, líder de Canais da Dahua Technology

Quais foram os principais benefícios corporativos que sua empresa obteve com o advento da pandemia? Cesar Candido, diretor Comercial da Trend Micro

A NetSecurity está inserida no segmento de Segurança da Informação e a pandemia trouxe a necessidade do trabalho remoto como algo indispensável para a sobrevivência de muitas empresas. Com as empresas tendo a necessidade real de se readequar a essa nova realidade, em um primeiro momento procurando melhorar as questões de conectividade e em um segundo momento as questões de Segurança da informação, o mercado da NetSecurity teve forte expansão. Além disso, a pandemia provou para muitos clientes que exigiam atuação presencial em diversas demandas, que podemos atingir o mesmo grau de qualidade com atuação remota. Leonardo Fagnani, gerente de Serviços da NetSecurity

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A pandemia promoveu o trabalho híbrido nos escritórios. Neste sentido, quais as tendências para o mercado de gestão de tecnologia para o próximo ano? Carla Gall, líder de Marketing da TopDesk

O trabalho híbrido impulsionou o processo de digitalização em empresas de diversos setores, que passaram a adotar ou aprimorar processos de negócios no meio digital para lidar com o alto volume de informações transacionadas e armazenadas de forma segura e eficiente. Nesse cenário, a Nuvem híbrida ganhou relevância ainda maior ao acelerar o uso de Dados e aplicar análises avançadas em diferentes frentes de trabalho, processo que deve continuar em crescimento nos próximos anos. Outro destaque é a aplicação de modelos de Inteligência Artificial para uma gestão mais eficiente, com insights mais precisos e análises preditivas. De acordo com um estudo divulgado pelo IBV - IBM Institute for Business Value, 77% dos líderes de TI dizem que uma plataforma unificada para Nuvem, Dados e IA é fundamental para o sucesso dos negócios em longo prazo. Sérgio Camorcio, executivo de Parceiros da IBM

José Patriota, gerente de Canais AL da Nutanix

De que forma vocês estão contornando a situação de ruptura de certos suprimentos? E com isso, como enxergam as expectativas para um 2022 pós-pandemia? Marcello Liviero, diretor de Vendas da TP-Link

Por sermos uma fornecedora de software, nossa oferta não é afetada pela ruptura na cadeia de suprimentos. Contudo, essa crise aumentou ainda mais a importância das soluções de monitoramento de ambientes digitais. O atraso na entrega de novos projetos aumenta a criticidade de ambientes que têm de seguir em produção mesmo enfrentando gargalos. A soma desse contexto com a crescente maturidade da economia digital brasileira traz excelentes expectativas para 2022. Estudos mostram que 60% das empresas vão ampliar investimentos em TI e 25% em inovação pesquisa BRAngels - HSM- LearningVillage - FirstCom Cenário Econômico). Trabalhamos de forma muito próxima ao Canal, um ecossistema preparado para entregar ao mercado uma plataforma de monitoramento multiprotocolo que pode integrar dispositivos de redes TI, IoT, OT e IIoT e unificá-los numa única tela. Luis Aris, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Paessler AL

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Diante da era da Transformação Digital, como as empresas podem fortalecer sua infraestrutura de TI e evitar os chamados “apagões digitais”? Pedro Al Shara, CEO da TS Shara

A pandemia acelerou a transformação digital, o que deixou as organizações ainda mais vulneráveis aos chamados apagões digitais, especialmente com o tempo de inatividade causado por ransomware. Para evitar isso, os ambientes de produção e proteção devem evoluir em paralelo: a cada nova solução de tecnologia introduzida, a proteção precisa ser estendida para cobrí-la. Mas isso não aconteceu com a eficácia que deveria, porque as empresas tiveram que priorizar a rápida mudança para o trabalho a distância. Agora é a hora de restaurar o equilíbrio. As empresas devem começar implementando uma tecnologia de proteção de Dados que opere tanto no local quanto na Nuvem - para ajudar a evitar o tempo de inatividade quando ransomware e outros eventos de perda de Dados acontecerem. Paulo Vendramini, diretor de Canais da Veritas

O ransomware deve impactar ainda mais empresas no próximo ano. Qual a importância de se ter uma estratégia de backup e recuperação de desastres? Elder Jascolka, diretor-geral da Veeam

A pandemia e o trabalho remoto obrigaram a maioria das empresas a redesenhar suas infraestruturas de processamento de Dados. Sem tempo para planejar, devido ao rápido avanço da Covid-19 e a descentralização da informação, muitas portas abriram-se para ataques cibernéticos. Nesse cenário, o backup se tornou um importante aliado estratégico, que está se consolidando cada vez mais pela segurança que oferece, seja local ou em Nuvem – ainda mais quando combinado com políticas e outras ferramentas de Segurança da informação. Desta forma, é necessário que o sistema de backup restore seja planejado como uma estratégia de duas vias, levando em consideração tanto a proteção quanto a recuperação dos Dados, observando o tempo de downtime que as empresas precisam para se recuperar e voltar a operar normalmente. José Roberto Rodrigues, diretor-geral da Adistec

Quais os novos e principais desafios e oportunidades que envolvem as empresas e seus clientes você percebe estarem no horizonte de negócios para 2022? aul Rincon, vice-presidente AL R da Twilio

A pandemia da Covid -19 é um período de incertezas e desafios para nossa sociedade. Penso também que foi, e tem sido, um momento de grandes reflexões. Desse modo, nós como indivíduos, nos indagamos o que realmente importa, o que fazemos com o nosso tempo e que tipo de legado queremos deixar para gerações futuras. Tenho certeza de que mudamos. O ano de 2022 exigirá respostas firmes para os novos propósitos idealizados. A sociedade demanda produtos e serviços que verdadeiramente a represente. Os clientes querem pertencer a uma finalidade clara, querem ter uma experiência de consumo eficiente e sustentável. As empresas devem estar muito atentas a conhecer o seu público e, para prosperar, devem se perguntar o seu real papel na sociedade, se realmente entregam aquilo que se propõem. Assim, empresas e clientes estarão verdadeiramente conectados. Rodrigo Bocchi, CEO da Econocom Brasil

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Ataques recentes mostram que as defesas de perímetro nem sempre detêm cibercriminosos. O que sua empresa faz para se preparar para um ataque de ransomware? aulo Vendramini, diretor de Canais P da Veritas

Qual o papel do ecossistema de Canais na constante e inevitável evolução do consumo de tecnologia como serviço, em especial Software as a service? Rafael Camillo, diretor de Parcerias da VMware

Acredito que a transformação digital, que agora impacta os programas de Centralidade no Cliente e nos Colaboradores, também tem um papel importante quando consideramos software como serviço (SaaS), pois contempla uma camada de Serviços Gerenciados que serão entregues pelos parceiros. Com isso, os clientes se sentem suportados na adoção das novas tecnologias disruptivas e no processo de mudança da cultura organizacional que, muitas vezes, estava orientada a produtos e serviços, mas que, agora, precisa entender o papel da escuta dos sinais emitidos pelos seus clientes, colaboradores e parceiros de negócios. Os Canais que estiverem atentos à própria transformação serão os que mais rapidamente poderão apoiar seus clientes nessa jornada que não tem como objetivo um projeto com data de entrega, mas a conexão com os negócios de forma recorrente. Tamaris Parreira, diretora de Alianças e Parcerias da Medallia

A demanda para profissionais de TI, principalmente desenvolvedores, causa dificuldade na retenção de talentos já contratados. Como resolver a situação?

É sabido que o ransomware tem como principais portas de entrada ferramentas de phishing para implementar agentes maliciosos que aguardam o momento certo para atacar. Além disso, a engenharia social é muito usada. Portanto, de forma resumida, temos basicamente três premissas: (1) Os times de TI e cibersegurança, aliados a ferramentas para detectar e mitigar essas ameaças. Sempre com as últimas versões. Mantendo também os backups em ordem. (2) As políticas de Segurança são definidas fim a fim para cada perfil de acesso. (3) Capacitação dos usuários com normas básicas definidas, com recomendações como, por exemplo, abrir links em seu ambiente, por mais tentador que seja sem antes realizar a devida checagem evitando assim ao máximo phishing e ameaças.

Na Huawei, acreditamos que a chave para reter os profissionais de TI, inclusive os desenvolvedores, é reconhecer seus talentos oferecendo, desde o início de suas carreiras, um ambiente de trabalho estimulante, cheio de oportunidades de desenvolvimento e de qualificação. Além disso, consideramos como um grande diferencial proporcionar a esses profissionais a chance de estarem em contato com o que há de mais moderno em termos de tecnologia de ponta como 5G, Cloud e Inteligência Artificial, uma verdadeira vanguarda da transformação digital que marcará a década que acabamos de adentrar.

Wallace Rodrigues, gerente de Negócios do Grupo Binário

Adriana Recco, diretora de Comunicação da Huawei

Reginaldo Stocco, fundador da Vhsys

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Com a disputa de mão de obra em TI com concorrentes e empresas fora do Brasil, como você tem enfrentado esse apagão e como está retendo seus recursos? Washington Fray, diretor de MKT e Vendas da Viceri

Com a formação de pouco mais de 40 mil profissionais de tecnologia anualmente, para uma demanda de mais de 400 mil vagas na área, realmente vivemos um apagão de profissionais no Brasil. Essa realidade é a mesma vivida em outros países, o que faz crescer a busca por profissionais brasileiros por empresas globais. Para minimizar o problema, nós da Agility investimos na formação de novos profissionais, fortalecemos o trabalho remoto, mantemos uma política de remuneração compatível com nosso mercado de atuação e buscamos pessoas que se identifiquem com o propósito da empresa.

O data center está no coração da economia digital. Qual é o papel da infraestrutura crítica desse ambiente na evolução da UX a ser entregue em 2022? afael Garrido, vice-presidente AL R da Vertiv

Como sua empresa trabalha com o trade? Vocês criam suas próprias ações ou investem nas ações de seu Canal? Thiago Tieri, gerente de Marketing da Wacom

Uma estrutura crítica de alta performance nos data centers é essencial para garantir uma boa experiência do usuário. Considerando a permanência do trabalho híbrido ou 100% remoto no próximo ano, vemos um aumento nas cargas de trabalho de modo geral. Para que o usuário não sofra com grandes latências e uma UX precária, e para que as empresas atendam a demandas de eficiência energética e desempenho, é necessário o uso de processadores com tecnologia de ponta para garantir alta performance e segurança.

Temos uma área de Marketing e Produtos própria, com capacidade para analisar, planejar e executar qualquer iniciativa de marketing. No entanto, nossas ações de marketing estão sempre alinhadas com os objetivos de toda a cadeia de parceiros, desde os Canais até os fabricantes, passando, obviamente, pelos nossos próprios objetivos individuais. Em resumo, o nosso cotidiano é marcado pelo planejamento conjunto com nossos Canais e prospects, e pelo desenvolvimento das ações do Grupo Aplidigital, mas sempre objetivando resultados numéricos, de branding, awareness etc.

Sergio Santos, diretor-geral da AMD

Sandro Sabag, CEO da ApliDigital

Fabio Soto, CEO da Agility Networks

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ESPECIAL

Edição 53 - dez. 2021 e jan. 2022

Qual foi a maior dificuldade da sua empresa durante a pandemia e quais foram as ações que vocês fizeram para superar este momento? Marcelo Rezende, diretor de Operações da WDC

Inicialmente, a principal ação foi acompanhar os clientes frente aos desafios desencadeados pela pandemia e que ninguém sabia quanto tempo ia durar. Nos preocupamos em cuidar caso a caso de cada uma das necessidades, mantendo a maior proximidade possível. Com o avanço da pandemia, novas demandas surgiram, como a Transformação Digital do cliente, e novamente nos colocamos à disposição para ajudá-los a digitalizar os seus negócios, sem esquecer de preparar essas operações para que, quando a pandemia terminasse, essas empresas se mantivessem competitivas. Ficou claro que as organizações precisariam de muito mais suporte do que antes e nosso papel foi ajudar a construir esse apoio de maneira rápida, fácil e efetiva.

Com o rápido crescimento do e-commerce e trabalho remoto, como sua empresa tem se adaptado aos desafios relacionados aos volumes crescentes de Dados? lexandre Jannonni, diretor-geral da A Western Digital

Se Dados são o “novo petróleo”, as aplicações são as novas refinarias e as redes de comunicação de Dados, os novos oleodutos! Como provedor de soluções de Integração de Sistemas e Serviços Gerenciados de Infraestrutura de TI, a NTT Ltd. tem investido pesado em “refinarias” (aplicações) e “oleodutos” (redes), para garantir que esse grande volume de “petróleo” (Dados) seja gerado, processado, transmitido, recebido e consumido de forma rápida, segura, e confiável, por nós mesmos e por nossos clientes, ajudando a criar um futuro conectado, seguro e sustentável. Ao final, tudo é iNTTerconectado! Jefferson Anselmo, vice-presidente sênior AL da NTT

Ricardo Recchi, diretor-geral da GeneXus

Quais estratégias as empresas de tecnologia brasileiras podem adotar para reter talentos e evitar a saída de jovens profissionais para outros países? Gustavo Debs, COO da Zup

O setor de TI cresceu mais de 20% em 2020. Como a sua empresa se prepara para lançar produtos e serviços inovadores e enfrentar a concorrência? Alexandre Matte, vp de Vendas e MKTG da T-Systems

O gap de profissionais técnicos e especializados com alto grau de certificações versus a demanda do mercado nacional é conhecido há décadas. Para mitigar esta lacuna, acredito que deve haver uma cooperação entre os fabricantes e as instituições de ensino, para a disseminação de suas respectivas tecnologias dentro das universidades. Com programas coordenados, é possível esclarecer como os distribuidores e o mercado de TIC podem ser associados às entidades do setor para criar um plano conjunto e contínuo, uma vez que tecnologias inovadoras serão crescentes, não só com a transformação digital, mas com a chegada do 5G. Ainda, é necessário estimular o interesse e propor, com frequência, novos desafios aos profissionais. Esse movimento impulsiona a inovação e a criatividade, além de ser um fator relevante que contribui à manutenção da equipe.

Estarmos perto do nosso público é o grande segredo. Nós somos especializados e focados em PMEs de Serviços Gerenciados, isso ajuda a ter mais compreensão das necessidades desse mercado. Nosso relacionamento com os clientes visa a ter mais proximidade, gerando uma grande interação com toda a comunidade. A criação de conteúdos e eventos - online durante a pandemia, também é um grande diferencial que nos deixa ainda mais próximos da comunidade de Prestadores de Serviços de TI, possibilitando networking e confiança. Além disso, todos os anos realizamos uma grande Pesquisa do Mercado MSP brasileiro que, ao mesmo tempo que é um benchmarking para os MSPs, traz também excelentes insights para entendermos como o mercado está e atuarmos nas dificuldades e tendências apontadas.

Severino Sanches, CEO da Agora

Rodrigo Gazola, CEO e fundador da Addee

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Considerando o poder de investimento de PMEs, e a crescente dos ciberataques, como você vê as oportunidades e desafios no mercado de Segurança endpoint? Rodrigo Gazola, CEO e fundador da Addee

O principal obstáculo é a maturidade de Segurança dos responsáveis e gestores, associada ao investimento disponível para uma proteção robusta do ambiente. Empresas com baixa maturidade não têm orçamento para investir em monitoramento e proteção. O segundo ponto é manter a Segurança de Dados críticos durante o home office. Funcionários podem usar recursos próprios sem proteção para o acesso remoto e abrem portas para ataques. Temos soluções de diversos fornecedores e níveis de proteção que ajudam na Segurança de endpoints: VPN, antivírus next generation, múltiplo fator de autenticação, EDR, DLP, MDM. Empresas com pouco investimento devem concentrar esforços em conhecimento de vulnerabilidades com um processo de assessment para soluções com mais risco ao negócio, com parceiros capacitados e um plano de ação adequado ao seu poder de investimento. Alexandre Matte, vp de Vendas e Marketing da T-Systems

O sucesso das empresas depende do grau de inovação de seus ambientes. Qual a maior dificuldade enfrentada na busca pela jornada contínua de disrupção? Rodrigo Santos, vp de Inovação da WebSia

A maior dificuldade está na construção de uma cultura de disrupção. Quando você já tem um negócio bem-sucedido, você sabe que inovar drasticamente pode matar e transformar seu próprio negócio, como já aconteceu com alguns cases recentes. Por isso, as empresas precisam manter o ciclo de inovação constante antes que um concorrente promova a mudança no seu lugar. Então, o mais difícil é criar essa cultura, manter a cultura de inovação incremental e ainda assim não deixar de olhar para tendências de mercado, garantindo pioneirismo. Gustavo Debs, COO da Zup

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TI APLICADA || por CARLOS OSSAMU

A Justiça caminha para a era digital


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O setor tem fama de tradicional, avesso a inovações, mas aos poucos a Transformação Digital vem avançando

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o mercado de tecnologia, todos são unânimes em afirmar que a pandemia de Covid-19 acelerou a jornada de Transformação Digital nas empresas - o que seria feito em anos, acabou ocorrendo em alguns meses. No Poder Judiciário não foi diferente. A Justiça brasileira teve de se adaptar rapidamente para atender às demandas da sociedade, principalmente por via eletrônica. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no ano passado foram 25,8 milhões de novos processos, a quase totalidade na forma eletrônica. Também foram baixados 27,9 milhões de casos ao longo do ano passado, sobretudo de maneira virtual e remota, culminando em um estoque pendente de 75,4 milhões de processos. O volume é 2,1 milhões de processos menor do que os 77,4 milhões pendentes ao final de 2019 e representa a maior redução de acervo desde o início da série histórica.


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de videoconferência que permita imediato contato com o setor de atendimento de cada unidade judiciária, popularmente denominado como “balcão” durante o horário de atendimento ao público.

Descompasso

Lázaro, da Accenture: Não é que o setor esteja parado, há algumas aplicações pontuais, mas não há um grande case de sucesso com aplicação em escala.

Entre as principais iniciativas que deverão ser implementadas está o Juízo 100% Digital, que permitirá o acesso do cidadão à Justiça sem precisar comparecer fisicamente aos Fóruns, uma vez que todos os atos processuais serão praticados exclusivamente por meio eletrônico e pela Internet Para acelerar a Transformação Digital no setor, o CNJ elaborou o “Programa Justiça 4.0 – Inovação e efetividade na realização da Justiça para todos”, que tem como objetivo promover o acesso à Justiça por meio de ações e projetos desenvolvidos para uso colaborativo e baseados em novas tecnologias. A ideia é propiciar o diálogo entre o real e o digital para o incremento da

governança, da transparência e da eficiência do Poder Judiciário, com efetiva aproximação com o cidadão e redução de despesas. Entre as principais iniciativas que deverão ser implementadas está o Juízo 100% Digital, que permitirá o acesso do cidadão à Justiça sem precisar comparecer fisicamente aos Fóruns, uma vez que todos os atos processuais serão praticados exclusivamente por meio eletrônico e pela Internet. Isso vale, também, para as audiências e sessões de julgamento, que vão ocorrer exclusivamente por videoconferência. Outro projeto interessante é o Balcão Virtual, já em operação no CNJ. Por meio deste canal, o usuário terá acesso direto, por meio de videoconferência, ao atendimento realizado pela Secretaria Processual do Conselho Nacional de Justiça por um funcionário e será possível obter informações sobre o ajuizamento de procedimentos no CNJ e sobre os processos em trâmite no sistema PJe (Poder Judiciário Eletrônico), sem necessidade de ir pessoalmente à sede do CNJ. O horário de funcionamento do Balcão Virtual é de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 12h às 19h, e seu link ficará disponível somente dentro desse período. A ideia é que o Balcão Virtual seja implementado em secretarias das Varas em todo o País. Para tanto, os tribunais precisam disponibilizar no site uma ferramenta

“Há dois anos escuto esse termo Justiça 4.0, mas por enquanto ainda há mais perguntas do que respostas, uma grande desconexão entre o que existe de tecnologia e a aplicação no mundo real”, observa Daniel Lázaro, líder de Dados e Inteligência Aplicada na Accenture. “Existem alguns ecossistemas de startups já formados que estão tentando desenvolver soluções, mas ainda em fase experimental. Não é que o setor esteja parado, há algumas aplicações pontuais, mas não há um grande case de sucesso com aplicação em escala. Estou considerando várias tecnologias, desde aplicações na Cloud, uso de IA, monitoramento de negócios, BI, consolidação de dados etc. Vemos apenas coisas pontuais e distribuídas”, explica Lázaro. O executivo conta que na área privada, os escritórios de advocacia, em sua maioria, ainda estão tentando entender como obter benefícios com a tecnologia, aumentar a eficiência, ter mais assertividade. Do lado das empresas que usam serviços jurídicos, que são responsáveis pela provisão de processos, como causas trabalhistas, tributárias etc., a dúvida é a mesma. “Existem oportunidades de destravar esse processo, digitalizando, integrando cadeias, prover informações de forma segura. Com isso, as empresas poderão gerenciar melhor seu provisionamento, os cidadãos poderão ter acesso a serviços de forma mais eficiente, os profissionais poderão usar melhor o tempo em atividades que exigem mais conhecimento e não na consolidação de documentos, que hoje é muito trabalhoso”, comenta. Mesmo na área pública, Lázaro é da opinião de que o mercado ainda carece de grandes cases de aplicação que justifiquem o nome Justiça 4.0. “Há empresas ganhando muito dinheiro com digitalização, passando do papel para o digital, mas tem uma questão de comportamento e cultura que é muito forte no setor. Tive a oportunidade de interagir com vários


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desembargadores, juízes, advogados e ainda há uma desconfiança se aquilo que estou avaliando no meio digital não foi alterado. Esse tema da confiabilidade poderia ser tratado com o uso de blockchain, mas que ainda não tem uma adoção ampla”, afirma Lázaro. “Claro que o uso da tecnologia traz inúmeras vantagens, com base em um material digitalizado posso fazer uma série de análises, interpretar o texto, trazer pontos de foco; ao fazer uma análise de uma peça, posso definir para qual advogado distribuir o processo, para qual tribunal, de acordo com os conhecimentos e experiências do advogado, o posicionamento do tribunal diante de casos semelhantes. Existem muitas possibilidades. Mas ainda vejo muito apego ao meio físico, as estruturas foram construídas com pessoas interpretando o que está escrito”, enfatiza. Em relação ao uso de Inteligência Artificial no meio jurídico, o executivo da Accenture é da opinião de que não adianta muito importar conhecimentos de outros países neste setor, pois as leis são diferentes, existe uma complexidade em como as leis são escritas, os Códigos Penal e Civil, a relação com a contabilidade no caso de leis tributárias. “São questões locais do Brasil e as leis estão escritas em português. Qualquer tecnologia de IA, de interpretação de texto, precisa entender a nossa língua. Talvez comece a ter grupos trabalhando neste sentido. Também vejo pouca interação entre academia e empresas neste sentido. A Jurimetria (estatística aplicada ao Direito) é um conceito que ainda vem se formando”, afirma.

Assistente virtual

Entre as aplicações pontuais de IA neste setor, a OAB SP desenvolveu, em parceria com o Sebrae e implementado pela Proa AI, parceira comercial da IBM, um assistente virtual que usa o IBM Watson em IBM Cloud, com a finalidade de ampliar os canais de contato e potencializar o trabalho da advocacia. Desde 10 de setembro, o assistente virtual está disponível no site da OAB SP (www.oabsp.org.br). Em um primeiro momento, o chatbot irá atender solicitações referentes aos assuntos inscrições e cadastro, sociedades, certificado digital e ouvidoria. O projeto ainda será composto por uma segunda fase, que dispo-

Pires, da Totvs: Percebemos uma forte mudança nos últimos anos no segmento, visando dar retornos mais precisos e em um espaço de tempo menor. nibilizará, gratuitamente, a toda a advocacia paulista, um serviço que fará uma busca inteligente de audiências extraída de diferentes fontes, como o Diário Oficial, OAB SP e seis Tribunais de Justiça do Estado de São Paulo. Este assistente virtual contará, ainda, com a possibilidade de aplicação de diversos filtros de pesquisa, além de apresentar a consolidação dos resultados em um único ambiente.

Tomada de decisão

Recentemente, a Totvs lançou para este segmento dois produtos voltados para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de grandes empresas. Trata-se do Inteligência Jurídica by Deep Legal e o Peticionamento Eletrônico by Loy Legal, que são comercializados no modelo de assinatura (SaaS). O primeiro é uma plataforma digital de monitoramento e análise de dados, que permite comparar, prever e melhorar os resultados de ações judiciais recebidas pelas empresas, aumentando a produtividade. O sistema permite a importação de dados jurídicos por meio de APIs, Excel e consultas a Tribunais de Justiça e, por meio de algoritmos, fornece análises dos dados e sugestões. Assim, é possível obter um ganho nas oportunidades de êxito na carteira de processos cíveis e trabalhistas, pois a solução calcula as chances de se perder ou ganhar um processo, com a

análise automática de uma gama de dados sobre comportamentos-padrão de juízes, comarcas e advogados. Ainda traz treinamentos, dados de priorização, definição de metas, diagnósticos com atualizações e auditoria independente dos dados, garantindo a redução de perdas financeiras em processos pendentes. Já a plataforma Peticionamento Eletrônico by Loy Legal é voltada para apoiar o dia a dia dos escritórios de advocacia. Com a solução, advogados que atuam em diferentes áreas, como cível, tributário e trabalhista, entre outras, passam a acessar uma única interface para protocolar suas petições. A solução surgiu por uma demanda do mercado, já que para se protocolar um documento, cada advogado deve se adequar aos mais de 70 softwares de tribunais que fazem a custódia de processos, demandando muito tempo, uma vez que o software de cada tribunal possui configurações próprias. Com o Peticionamento Eletrônico by Loy Legal, o profissional poderá acessar uma única página, indicar qual processo quer peticionar e em qual tribunal, e, pela própria plataforma, poderá assinar digitalmente o documento. A solução faz todo o processo necessário para protocolar o documento e, quando concluído, gera um recibo que fica disponível na mesma página. “Percebemos uma forte mudança nos últimos anos no segmento,

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visando dar retornos mais precisos e em um espaço de tempo menor. Sem a digitalização e a Transformação Digital do negócio fica muito difícil. Esse processo vem há algum tempo e agora ganha um incremento com ferramentas para tomada de decisão, que é a nossa solução Inteligência Jurídica”, conta Eduardo Pires, diretor de Segmentos da Totvs. “Já o Peticionamento Eletrônico, o objetivo é tirar o trabalho braçal, em que é preciso entrar em vários tribunais. Não dá mais para ficar gastando tempo com tarefas tão básicas do dia a dia, sendo que há ferramentas para auxiliar na tarefa. Percebemos uma movimentação forte nos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos nesse sentido, mesmo sendo considerado um segmento mais tradicional”, comenta.

Entre as aplicações pontuais de IA neste setor, a OAB SP desenvolveu, em parceria com o Sebrae e implementado pela Proa AI, parceira comercial da IBM, um assistente virtual que usa o IBM Watson em IBM Cloud, com a finalidade de ampliar os canais de contato e potencializar o trabalho da advocacia Pires conta que a ferramenta Inteligência Jurídica vem sendo usada, inclusive, para captação de clientes, pois permite buscar processos de determinada empresa em todos os tribunais, estudar as peças, aprofundar o tema e chegar com mais informações para oferecer os serviços para essa empresa. Isso só é possível com ferramentas de digitalização. “No dia a dia, a nossa ferramenta extrai as informações e a partir daí se constroem algoritmos para se identificar padrões de comportamentos, por exemplo, de determinada comarca, como determinado juiz costuma julgar algumas matérias etc. A ferramenta

Andreia: O foco na expansão do negócio, embasado no aumento de receita e lucratividade, tem a tecnologia como grande aliada. consegue trazer muitos dados dos processos, até mesmo para entender o que tem acontecido nos tribunais, o entendimento que se está tendo sobre determinada matéria, o comportamento dos juízes em certas situações. A partir disso, se monta uma estratégia de defesa”, exemplifica.

Especialização

Com 33 anos de existência, a Preâmbulo Tech é uma empresa de tecnologia focada no segmento jurídico, com sede em Curitiba. A empresa tem como objetivo principal facilitar o dia a dia e criar soluções para o mercado jurídico desde escritórios de pequeno a grande porte, até departamentos jurídicos das mais diversas empresas. Entre os principais produtos está o CPJ 3C, uma solução utilizada por milhares de advogados no País para facilitar o dia a dia da área com o uso de Inteligência Artificial, workflow para automatizar e simplificar a controladoria, análise financeira completa integrada ao processual e dashboards para acompanhar os resultados. Outra solução muito utilizada pelo segmento jurídico é o CPJ Cobrança, desenvolvido com soluções exclusivas para a advocacia de massa, ativa e passiva. “Os escritórios que trabalham com recuperação de crédito encontram soluções nestes dois softwares, que oferecem como diferenciais os layouts das principais instituições

financeiras, cobrança pré-judicial, boletagem, controle de acordos, campanhas, indicadores de performance, controle de agendas, relatórios padrões e personalizáveis, envio de SMS, gestão de equipes multitarefas. Desde o aprimoramento do processo de cobrança até o planejamento de estratégias, o CPJ-Cobrança eleva a segurança nos procedimentos, garantindo melhores resultados”, afirma Andreia Cristina, diretora comercial e de Marketing da Preâmbulo Tech. Ela conta que, mesmo sendo um setor considerado tradicional, o meio jurídico vem assimilando cada vez mais inovações tecnológicas, ocasionando mudanças na rotina dos escritórios de advocacia. “O foco na expansão do negócio, embasado no aumento de receita e lucratividade, tem a tecnologia como grande aliada, principalmente na questão de escalabilidade, mobilidade, automação, redução de tarefas repetitivas e reavaliação dos fluxos de trabalho, que são alguns exemplos que permitem um redirecionamento dos esforços para a gestão das pessoas e fortalecimento dos diferenciais competitivos”, afirma Andreia. “Também fazem parte deste processo o uso da Inteligência Artificial, que vem sendo introduzida com sucesso em atividades como por exemplo classificação de publicações, documentos, identificação de insights para apoio e tomada de decisões com ferramentas de Big Datas Analytics e Business Inteligence”, finaliza


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