Março de 2013 – Ano 14 – nº 245
O VA L O R D A T I P A R A O S N E G Ó C I O S
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Índice
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Março de 2013 - Número 245
ENTREVISTA
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Cibele Fonseca, da Andrade Gutierrez, Emilio Vieira, da BizTalking, e Paulo Garcia, da WTorre, respondem a cinco perguntas relacionadas à carreira do CIO e contam como foi acumular funções ou migrar de área dentro das companhias
ESPECIAL
CONHEÇA A METODOLOGIA E OS CIOS VENCEDORES DO PRÊMIO EXECUTIVO DE TI DO ANO 2012. EM SUA 12ª EDIÇÃO, O ESTUDO FOI TOTALMENTE BASEADO NA ANÁLISE DE CASES
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MULHERES NO COMANDO
Dentro da série de debates promovidos pela IT Mídia mensalmente, um dos temas abordados foi a liderança feminina em TI. Veja o que pensam Walkíria Schirrmeister Marquetti, do Bradesco, Norma Garcia, da Citrix, Janet Sid Donio, da Vicunha, e Caroline Cadorin, da Hays
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PARCERIA NECESSÁRIA
Os caminhos de CIOs e CMOs têm se cruzado cada vez mais. Veja como está a tendência de gastos de tecnologia das áreas de marketing, o que eles mais demandam e como a TI pode atuar como parceira
FIXAS 10 Expediente 12 Editorial 98 Papo Aberto
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EXPEDIENTE
PRESIDENTE-EXECUTIVO ADELSON DE SOUSA • adelson@itmidia.com.br VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO MIGUEL PETRILLI • mpetrilli@itmidia.com.br DIRETOR DE RECURSOS E FINANÇAS JOÃO PAULO COLOMBO • jpaulo@itmidia.com.br DIRETORA EXECUTIVA EDITORIAL STELA LACHTERMACHER • stela@itmidia.com.br CONSELHO EDITORIAL IT MÍDIA
ADELSON DE SOUSA , MIGUEL PETRILLI E STELA LACHTERMACHER
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Um passo de
cada vez Gerir pessoas, lidar com no-
áreas, se antecipar às demandas e
vas tecnologias, se antecipar às
dar conta de todas as habilidades
demandas, manter um bom rela-
mandatórias a um líder.
cionamento com os pares, estar in-
A produção desta edição de
tegrado aos negócios. Você, leitor,
IW Brasil reflete muito esse mo-
pode achar que eu estou descre-
mento vivido pela TI. Em duas
vendo as habilidades necessárias
edições do IT Mídia Debate abor-
aos executivos de TI, mas, com
damos a carreira em TI. Em uma
uma economia cada vez mais di-
delas, discutimos o futuro do CIO
gitalizada, onde cocriar e gerir de
e, na outra, a presença da mulher
forma compartilhada se torna algo
no comando dos departamentos
do senso comum, tais característi-
de tecnologia. A edição traz ainda
cas são obrigatórias para qualquer
uma discussão da relação CMO e
líder que se preze.
CIO e a abordagem de uma temáti-
Obviamente, em TI isso se
ca que deve ter sua presença am-
torna mais latente. Isso porque,
pliada nas rodas de conversa: a
ao longo dos anos, diversas on-
economia do compartilhamento.
das abateram o departamento,
Claro que o assunto principal
que passou de patinho feio a uma
da edição é a premiação Executivo
área essencial para a execução da
de TI do Ano. Mas ela não deixa de
estratégica corporativa. Falar so-
ter relação com a evolução do CIO
bre o assunto, entretanto, muitas
e com as novas atribuições que ele
vezes, incorre em ser repetitivo.
vem ganhando ao longo dos anos,
Quantas vezes você, CIO, já ouviu
uma vez que avaliamos o papel do
que você precisa estar alinhado
gestor na companhia e comprova-
ao negócio? Para diversos espe-
mos sua boa atuação por meio de
cialistas com quem conversamos,
cases que avaliam desde o proces-
entretanto, aquele que não se ali-
so de governança, passando por
nhou perdeu tempo. Mas como
gestão de equipe e chegando à sus-
tudo tem que caminhar, o ideal é
tentabilidade. Enfim, espero que
que se dê um passo de cada vez.
você desfrute do conteúdo e que
O momento, hoje, é de integração,
ele possa, de alguma forma, agre-
vocês precisam ser parte do negó-
gar algo à sua rotina de trabalho.
cio e, só assim, poderão trabalhar melhor em conjunto com outras
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Até a próxima!
Foto: Ricardo Benichio
Carta ao leitor IW Brasil
Vitor CaValCanti Editor
VCaValCanti@itmidia.Com.br
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Entrevista IW Brasil
Novos VITOR CAVALCANTI
PREPARAMOS CINCO PERGUNTAS PARA EXECUTIVOS DE TI QUE MIGRARAM DE ÁREA OU ACUMULARAM NOVAS FUNÇÕES NA EMPRESA PARA ENTENDER COMO É ESSE PROCESSO E COMO ELES ENXERGAM O FUTURO DA CARREIRA DE CIO
horizont
Acostumados à uma dinâmica ímpar trazida, sobretudo, por tendências e inovações tecnológicas que surgem todo o tempo, os gestores de TI têm sido cada vez mais solicitados a participarem de atividades em outros departamentos ou mesmo a assumirem a liderança de novas áreas. Uma visão corporativa completa propiciada pelos mais diversos sistemas gerenciados é uma das vantagens trazidas por esses executivos. Mas deixar a tecnologia ou mesmo acumular outros negócios nem sempre é tarefa fácil. Para trazer uma luz a esse cenário cada vez mais comum, a IW Brasil traz, nesta edição, não apenas um entrevistado, mas três nomes que passaram por situações diferenciadas e que podem agregar muito a esse debate: Emílio Vieira, fundador e presidente da
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BizTalking, já foi CIO e COO de empresas como Porto Seguro e Allianz e já naquela época tinha uma visão de negócio bastante apurada e aplicava o intraempreendedorismo; Cibele Fonseca, CIO e gerente de Recursos Humanos da Andrade Gutierrez, a executiva iniciou na construtora como líder da TI e, por um método de trabalho baseado em processos, herdou o RH; por fim, temos Paulo Garcia, diretor de Recursos Humanos da WTorre, ele fez caminho inverso à Cibele e, em vez de acumular, deixou o departamento de TI, onde era CIO, para se dedicar a uma área de negócio. A seguir, você tem a visão desses executivos sobre o futuro do CIO, habilidades necessárias para assumir novas áreas e dicas para uma boa integração com o negócio.
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IW Brasil - Em que momento você sentiu que poderia assumir áreas além da TI? Emílio Vieira - No meu entendimento, o processo normalmente acontece de forma contrária, você é convidado a pegar desafios novos fora da área de TI, em função de competências que você demonstra no dia a dia, na atuação da área de TI ou em outras empreitadas similares. A maior parte das competências de liderança, visão sistêmica, foco em resultado, visão de cliente, entre outras, são exercitadas todo o tempo, não são específicas, e são demandadas em todas as áreas de negócios e/ou operacionais. E, normalmente, são muito mais requeridas em momentos de crises e dificuldades. Os convites vêm de oportunidades em que uma ou mais competências ou atitudes são imprescindíveis para uma área em dificuldades e em que a retrospectiva de sucesso do executivo de TI nelas já foi comprovada previamente. Os conhecimentos técnicos ou de negócios específicos, às vezes faltantes, são facilmente adquiríveis com um pouco de força de vontade e disciplina. Ajuda ter uma autoestima favorável a desafios e uma boa técnica de autoaprendizagem. Cibele Fonseca - A partir do momento em que participei muito mais das decisões das áreas de negócio a ponto de conseguir implantar minhas ideias e opiniões. Não eram ideias e opiniões técnicas, mas, sim, opiniões e ideias que impactavam os interesses das áreas de
Para Vieira, da BizTalking, combinação entre lideranças, foco em resultado, visão de cliente, trabalho, disciplina e humildade são indispensáveis para alcançar novas áreas
ntes Foto: Ricardo Benichio
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Entrevista IW Brasil
negócio. Há mais de três anos eu vinha me preparando para que meu escopo de trabalho fosse ampliado para além da TI. Paulo Garcia - A área de Tecnologia da Informação permite uma visão dos processos de uma empresa, com este conhecimento um profissional da área de TI tem condições de migrar para outras áreas e ocupar novas funções. Depois de oito anos ocupando a posição de CIO (4 anos na Itautec e quatro anos na WTorre), eu precisava de novos desafios para a minha carreira.
Foto: Ricardo Benichio
Cibele, da Andrade Gutierrez: “Por meio da adoção de processos foi possível migrar e agregar mais rapidamente”
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IWB - Como foi o processo de migração ou agregação de área? Vieira - Sempre há uma curva de aprendizado das coisas específicas da nova área. É preciso extrema humildade para escutar, anotar, aprender, estudar, perguntar. E, normalmente, você tem toda a ajuda quando trata os envolvidos com respeito, humildade e os envolve de forma legítima nos louros do sucesso futuro. Se esses cuidados são tomados, a transição e agregação da área são prazerosos, não conflituosos e de extremo aprendizado. Mas sempre com muito trabalho extra. Cibele - Por meio da adoção de práticas de gestão de processos foi possível migrar e agregar mais rapidamente. Garcia - Em janeiro de 2012 assumi o RH da WTorre em paralelo com a TI, fiquei durante 9 meses com as duas áreas. Em setembro de 2012 passei a ficar 100% com o RH.
IWB - Que tipo de habilidade ou característica você entende como fundamental para explorar outras áreas de negócio? Vieira - Liderança situacional, foco em resultado, visão de cliente, humildade, humildade, disciplina, disciplina, disciplina, trabalho, trabalho, trabalho, otimismo (porções diferentes, como em posologia de remédios). Cibele - Gestão de processos e quando não conhecer a fundo o negócio da área, estudar e aprofundar-se. Estudar e conversar com profissionais conhecedores do negócio. Trabalhar com especialistas no assunto. Garcia - Em primeiro lugar, procure conversar com profissionais desta área, tendo pleno entendimento das atividades que você desempenhará. Considero como habilidades importantes para um executivo de TI explorar outras áreas: a gestão de pessoas é importante para um executivo gerir pessoas, saber como motivar e desenvolver a equipe; conhecer, profundamente, a operacional da sua nova áreas, focando melhoria continua de processo; definir objetivos para a nova área alinhados com a alta direção; priorizar os projetos, junto com as outras diretorias da empresa, para atingir os objetivos; e gestão do orçamento. IWB - Como você vê o futuro da carreira do executivo de TI? Vieira - Há claramente oportunidades para que o executivo de TI IW Brasil | Março InformationWeek Brasil |Janeirode de2013 2010
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Entrevista IW Brasil
foque a sua atuação apenas nos assuntos técnicos de TI, cada vez mais terceirizáveis, mas a perspectiva mais brilhante, entendo eu, ocorre quando o profissional de TI, além dos assuntos de TI, ganha notoriedade no entendimento da operação dos processos de negócios que envolvem o cliente final da empresa. E o ponto mais alto para esse profissional é quando ele entende tanto do negócio da empresa (mercado, cliente final, canais de distribuição, concorrentes, ameaças, operações, tecnologias habilitadoras, etc.), que recebe o convite para fazer turnaround ou gerir Unidades de Negócios com responsabilidade integral por seus resultados. Cibele - Ampliando seus espaços nas empresas, desde que tenham “vontade” de espalhar seu conhecimento e também re-
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ceber conhecimento das Áreas Cliente/Negócios. Garcia - Considero importante para qualquer executivo assumir novas áreas, isso enriquece o portfólio e aumenta o conhecimento. As empresas procuram gestores, e experiência em diversas áreas é um diferencial. IWB - Que recomendação você faria para um executivo de TI estar mais integrado às áreas de negócio das empresas? Vieira - Colocar-se humildemente ao lado do cliente e ver os processos sob a ótica dele, ajudando-o a resolver os problemas legítimos da operação e do negócio, sem tecnicismos, comprometendose com os resultados finais e não apenas sendo um fornecedor de insumos intermediários, que normalmente vêm sem garantias.
Foto: Divulgação
Garcia, da WTorre: "A TI é um dos 'hubs' da empresa, por isso o gestor da área de TI tem que 'olhar para fora do seu departamento' "
Cibele - Participar das reuniões das Áreas de negócio não apenas como TI, mas, também, de reuniões nas quais são tomadas decisões quanto aos seus processos de negócio. Exemplo: no caso de Administração de RH, participar de reuniões referentes à Folha de Pagamento, Processo de Expatriação, Ponto Eletrônico, Acordos Coletivos, etc. Garcia - A TI é um dos “hubs” da empresa, por isso o gestor da área de TI tem que “olhar para fora do seu departamento”. É fundamental para o executivo da TI estar integrado com as áreas de negócio, uma sugestão é criar um comitê de TI com representantes das áreas de negócio, você pode definir prioridades em conjunto e ganhar legitimidade para os projetos de TI. IW Brasil | Março InformationWeek Brasil |Janeirode de2013 2010
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Janet Sid Donio, CIO da Vicunha Textil
Walkíria Schirrmeister Marquetti, diretora de desenvolvimento de sistemas do Banco Bradesco
A presença feminina nas lideranças de TI e em outros segmentos da economia tem apresentado avanço interessante nos últimos anos e muito desse movimento está atrelado a características próprias das mulheres como organização, disponibilidade e sensibilidade na solução de problemas 22
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Fator
mu IW Brasil | Março InformationWeek Brasil |Janeirode de2013 2010
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Fotos: Ricardo Benichio
Norma Garcia, country manager da Citrix no Brasil
Caroline Cadorin, gerente da prรกtica de TI, engenharia e supply chain da Hays
ulher VITOR CAVALCANTI
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IT Mídia Debate Liderança Feminina em TI
xiste um longo cami-
também em liderar times já não existe mais
nho para que desi-
como no passado recente e, quando há, está
gualdades históricas
restrita a pequenos grupos ou organizações
sejam
mais tradicionalistas que ainda passarão
superadas
em um país como o
por esse tipo de evolução de mentalidade.
Brasil. O assunto em
Mas é dada a importância do tema, so-
questão, neste caso, é
bretudo, em setores como o TI, de presen-
a presença da mulher
ça massiva masculina, que a IT Mídia, por
no mercado de trabalho, mais especi-
meio da InformationWeek Brasil, organizou
ficamente em posições de comando,
o debate “Liderança Feminina em TI”. O ob-
especialmente, em setores onde o
jetivo foi bater um papo sobre a presença da
homem ainda lidera soberano como
mulher no setor, os percalços para chegar
o de tecnologia da informação (TI). É
à liderança e possíveis preconceitos ainda
verdade que já é mais comum encon-
existentes no mercado de trabalho. Para
trar mulheres como CIOs, diretoras
esta missão, foram convidadas Walkíria
de infraestrutura, desenvolvimento
Schirrmeister Marquetti, diretora de desen-
de sistemas, liderando projetos di-
volvimento de sistemas do Banco Bradesco,
versos ou mesmo no comando de
Norma Garcia, country manager da Citrix no
consultorias e fabricantes. Mas como
Brasil, Janet Sid Donio, CIO da Vicunha Têx-
mostra o próprio Instituto Brasileiro
til, e Caroline Cadorin, gerente da prática de
de Geografia e Estatística (IBGE), a
TI, engenharia e supply chain da Hays.
estrada rumo a um patamar de equilíbrio ainda é longa. A instituição apon-
Preconceito?
ta que menos de 14% das posições de
Com grande experiência na área, as deba-
diretoria das 500 maiores empresas
tedoras falaram sobre o difícil início de car-
brasileiras são ocupadas por mulhe-
reira, quando a presença da mulher em de-
res e, mesmo sendo maioria popula-
partamentos de tecnologia podia ser contada
cional, elas somam a maior taxa de
com os dedos de uma mão, e até abordaram
desemprego do País e ainda sofrem
as reações sobre quando chegaram a uma
com a defasagem salarial.
posição de comando. Entre uma piada e ou-
Como corrigir isso? Essa pergunta
tra que surgia nas áreas, elas, na prática, não
é de resolução extremamente com-
viam preconceito, mas sabem que ele estava
plexa, mas é consenso que tal proble-
ali, ainda que velado. Ou você acha que dizer
mática passa por um amadurecimen-
para uma menina de 20 anos que ela não se
to da própria sociedade. Se olharmos
casaria por estar naquele trabalho é apenas
para trás e lembrarmos que a mulher
um simples comentário? É possível que isso
conquistou o direito ao voto em 1932 e
aconteça ainda hoje, mas são situações mais
que hoje o Brasil tem como presiden-
raras, que antes reinavam no mercado de tra-
te uma mulher, é possível dizer que
balho, independentemente do segmento.
a desconfiança na capacidade femi-
Walkíria, do Bradesco, por exemplo, é
nina de executar diversas tarefas e
funcionária de carreira no banco. Com mais
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Está preparada? Casamento e filhos são pontos decisivos na vida da mulher e muitas optam por deixar a carreira de lado para uma dedicação exclusiva ao lar. Mas se você tem um objetivo profissional e quer segui-lo em paralelo ao papel de mãe, a dica é criar, dentro da estrutura residencial, uma espécie de microempresa, como aconselha Walkíria do Bradesco, que tem mais de 20 anos de casada. “Casei com mais de 30 anos, meu primeiro cargo gerencial veio junto ao casamento, foram duas adaptações, morar com alguém e liderar equipe, mas a mulher acha um jeito. Com filho, tem que ter rotina, mas minha sogra ajudou muito, no segundo já coloquei babá. Depois do segundo filho, fui promovida na minha volta, assumindo a superintendência. Tem que planejar um pouco, ir agregando e minha casa é uma microempresa que dá suporte. As famílias estão se moldando também. Os filhos são criados nesse contexto, eles reclamam, mas sempre vão reclamar e se adaptam por nascerem nessa condição. Até o contexto familiar amadurece.”
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o fato é que, as vezes, nós não aceitamos que temos capacidade de assumir algumas áreas, mas há um momento de transformação que pode mudar isso no futuro
de 30 anos de casa, sempre atuou
o setor industrial. “Mas é uma ques-
na área de desenvolvimento, come-
tão de manha em lidar com pessoas.
çando como auxiliar para Cobol. Ela
Problemas eu nunca tive, existem
relembra que havia até certo prote-
dificuldades, mas é o como você
cionismo ao fato de ser mulher, es-
encara e com profissionalismo”, co-
pecialmente, quando precisava sair
menta. Para a executiva, o grande
de madrugada por qualquer motivo
interesse pessoal por esportes, por
que fosse. Mas confessa não ter tido
exemplo, é algo que ajudou nessa
nenhum problema quando foi alça-
aproximação, facilitando até o diálo-
conta do recado. Mas o fato é que, as
da à liderança e brinca dizendo que
go. Ela se lembra de uma passagem,
vezes, nós não aceitamos que temos
se houve comentários ruins, eles não
entretanto, que retrata bem a presen-
capacidade de assumir algumas áre-
chegaram à ela. “Como desenvolve-
ça do preconceito. Uma vez, em um
as, mas há um momento de transfor-
mos a carreira dentro da organiza-
evento para executivos, ela era a úni-
mação que pode mudar isso no futuro.
ção, todos se conhecem e a ascensão
ca mulher. Durante o jantar, um dos
É raridade o que acontece de 50/50 no
ocorre naturalmente, todos sabem a
homens perguntou se ele era casada
Bradesco”, avalia Caroline, da Hays.
capacidade de cada um, então, não
e ela respondeu que não. O sujeito
teve rejeição por eu ser mulher”, ob-
devolveu dizendo que ela nunca ca-
serva, frisando que hoje seu departa-
saria por ter que frequentar ambien-
Tendo ou não preconceito, o fato
mento é dividido meio a meio entre
tes como aquele. “Se foi uruca ou não,
é que a presença feminina em cargos
homens e mulheres. “Mas isso traz
me casei aos 42 anos”, diverte-se.
de liderança tem crescido. No próprio
O que elas agregaM?
peso grande, porque as mulheres se
Mas a melhor forma de lidar com
IT Forum, realizado anualmente pela
espelham em você, te dão valor, sua
isso é, realmente, buscar um ponto
IT Mídia, isso é visível. O encontro, que
conduta e forma de lidar com ques-
de equilíbrio e ser profissional, como
completa 15 anos em 2013, já tem qua-
tões viram exemplos.”
mostram as executivas. De outra for-
se 20% de mulheres entre seus parti-
Quem também galgou seus de-
ma, a imagem de sexo frágil ou de
cipantes. E se isso acontece, é porque
graus naturalmente foi Janet, da Vi-
tendência ao desequilíbrio emocio-
deve haver um motivo. Para as debate-
cunha, mas ela conta que havia sim
nal tende a se consolidar diante dos
doras, não existe um, mas vários. “Pela
algo estranho que pairava no ar. O
espectadores. “Existe uma situação
natureza da mulher, independente
problema não estava no fato de uma
interessante, as empresas veem que
de ser mãe, já nascemos para desen-
mulher assumir um cargo de lide-
faz sentido mulheres em áreas estra-
volver talentos. O brasileiro tem ca-
rança, mas na presença feminina
tégicas, somos comprometidas, nos
racterística diferente, não te respeita
entre tantos homens, que dominam
esforçamos para mostrar que damos
por ser líder, mas te desafia para o que
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IT Mídia Debate Liderança Feminina em TI
você trará para ele. E a mulher sempre tenta
Negocie
SeMpre à prova?
entender como melhorar filho e funcionário,
Ainda que elas possuam diversas carac-
mais
juntamos as competências e as fortalezas de
terísticas como as pontuadas por Caroline
cada pessoa. A mulher tem facilidade e visão
e outras tantas executivas presentes no de-
mais abrangente de desenvolver talentos,
bate, é verdade que, em alguns momentos,
Algo sempre levantado sobre a mulher no mercado de trabalho é a diferença salarial entre homens e mulheres. É verdade que isso tem diminuído, mas ainda existe como apontou Caroline, da Hays, dizendo que é preciso um trabalho constante para resolver essa defasagem histórica. Para Norma, country manager da Citrix no Brasil, entretanto, isso tem relação, também, com a diferença de perfis entre eles e elas. “O homem negocia melhor, já vem com lista do que ele quer, a mulher é menos incisiva. Ela até acha que a proposta não é muito boa, mas não fala”, pontua.
dá feedbacks constantes, mas olhando para
quando uma mulher é alçada ao posto má-
frente. Isso faz diferença na liderança”, argu-
ximo de uma organização ou departamen-
menta Norma, que na data da realização do
to, alguns olhares são trocados como meio
debate havia assumido a Citrix havia pouco
que dizendo: o que será agora? Se por um
mais de três meses.
lado a mulher possui qualidades essenciais
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Organização, disposição, empenho e
para uma equipe mais bem equilibrada e
sensibilidade foram outros pontos bastan-
tem alto poder de agregação, sendo este
te citados não apenas pelas debatedoras,
algo muito peculiar e natural do sexo femi-
como, também, pela plateia, composta por
nino, por questões que só a natureza pode-
maioria feminina. Além disso, Caroline,
ria explicar, por outro, algumas, na ânsia de
que costuma buscar por altos executivos
chegar ao poder e mostrar que podem man-
no mercado, frisa que a mulher tem ainda
dar, se tornam líderes tiranas, muitas vezes
a seu favor uma gestão do tempo que lhe é
piores que homens de espírito ditatorial.
natural, ressaltando que não é uma regra,
No passado, isso era até mais comum
uma vez que também se encontram ho-
pela pouca presença da mulher no merca-
mens organizados. “Mas em TI, quando fala
do de trabalho como um todo, causando
de gerente de projetos, gerenciando custo e
impactos até na aparência. Muitas tinham
prazo, são posições pleiteadas por mulhe-
em mente que apenas teriam o respeito se
res e porque elas gostam. Homens querem
adotassem um visual mais masculinizado.
projetos arrojados, inovação, as mulheres
Hoje, entretanto, isso mudou, as novas ge-
querem por em ordem, porque entende-
rações são mais despidas de certos padrões
mos que fará bem ao futuro”, compara. “A
e aceitam a diversidade nos mais diversos
mulher consegue se colocar mais no lugar
ambientes de forma natural. Está tudo re-
da equipe toda, entender como aproveitar e
solvido? Obviamente não. Mesmo porque
encaixar melhor os recursos, e tem time de
temos atualmente a convivência de pelo
alto desempenho, motivado.”
menos três gerações e o comando das corIW Brasil | Março InformationWeek Brasil |Janeirode de2013 2010
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IT Mídia Debate Liderança Feminina em TI
até ter um fundo de verdade nisso, já que a maioria das executivas tem filho e papel ativo no lar. Porque se a mulher assumiu uma postura es-
Homens ajudem-nas a crescer!
sencial no mercado de trabalho, os afazeres do lar ainda são quase que de exclusiva responsabilidade delas (seja no executar ou em organizar o como via babás e diaristas). “A primeira pergunta (em uma seleção) é sobre filhos, se vai engravidar, observa-se se tem pouco tempo de casamento, até antes de saber se é competente ou não. Aqui (no debate) ninguém sofreu preconceito, mas o preconceito estava lá, as piadas vinham com mensagens e feitas de forma velada. Ouvimos das mulheres gestoras que é preciso fazer duas vezes mais para provar que é boa. Precisam se provar de maneiporações ainda é dominado por uma
ra diferente, elas são mais cobradas”,
onde, desconfiar do trabalho da mu-
avalia Caroline, da Hays.
lher, era algo mais que normal.
Mas se é possível tirar uma única
Sendo assim, as debatedoras e a
conclusão desta conversa, um deba-
plateia, de forma geral, demonstra-
te, aliás, que precisa ser intensificado
ram um sentimento de que elas não
assim como tantos outros no País, é
apenas ainda ganham menos que os
de que as organizações, de forma ge-
homens, como, também, precisam
ral, se deram conta de que para obte-
provar por A + B que são capazes até
rem um ponto de equilíbrio na gestão,
de superar determinados objetivos.
elas precisam contar com o fator mu-
Não é a toa que, quando dada uma
lher. Ninguém quer uma equipe de
missão a uma profissional do sexo
maioria masculina ou feminina, nem
feminino, ela tende a entregar-se de
prega a realização de cota como di-
tal forma que o prazo de conclusão é
versas companhias fazem ainda que
até encurtado.
de forma não transparente, mas uma
Janet, da Vicunha, brinca dizen-
mescla que seja capaz de unir as ca-
do que essa provação eterna à que a
racterísticas naturais de cada um, ge-
mulher ainda é submetida deve ser
rando, assim, uma harmonização em
“curiosidade deles em como fazer,
busca do resultado que a companhia
porque não o não sabem”. E pode
quer no fim do dia.
30
lay_Itmidia Debate LIDERANÇA FEMININA EM TI.indd 30
Embora o debate tenha sido sobre a liderança feminina em TI, alguns CIOs compareceram e até levaram representantes da equipe para assistir a discussão. Um deles foi Jorge Cordenonsi, CIO da Sodexo para América Latina. Em uma das interações da plateia, ele pediu uma recomendação às debatedoras sobre como um líder homem poderia ajudar uma mulher da equipe a crescer na organização. Walkíria, do Bradesco, foi taxativa ao dizer que, o primeiro ponto desse cenário, é que, geralmente, a mulher não acredita no próprio potencial, assim, sugeriu que seja dada à mulher da equipe uma tarefa de solução complexa. “Ela se motiva em resolver, não pelo poder. Mas tem que ser algo que agregue valor. Ela fará com o melhor desempenho possível”, acredita. A diretora de desenvolvimento de sistemas do banco foi seguida por Caroline, da Hays, que concordou com a executiva. “A mulher quer desafio e quer saber se ela poderá contar com a empresa após se doar e fazer acontecer. Talvez, leve um tempo, mas o Brasil passará por uma adaptação que é dar possibilidade de ser mãe, ter casa e levar uma carreira. Vai faltar mão de obra, não é possível que não seja assim.” Para Janet, da Vicunha, é preciso ir um pouco além. Afora os desafios que realmente podem motivar, ela prega uma compreensão dos momentos. “Tenho uma analista em um projeto importante, que, mesmo com filho pequeno, vinha executando bem o trabalho. Aí ela engravidou de novo e, de certa forma, estamos até felizes, porque vai terminar o projeto antes de sair de licença”, brinca, para completar: “Em nenhum momento foi retirada a oportunidade dela, é preciso compreender a realidade da mulher.”
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it mídia debate Lideranca feminina da TI
esse debate teve o oferecimento dos patrocinadores da comunidade de ti: PREMIUM:
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IT Mídia Debate O Futuro da Carreira do CIO
Um novo papel RENATO GALISTEU , RENATO.GALISTEU@ITMIDIA.COM.BR
para o C Elisabete Waller, sócia de consultoria da Ernst & Young Terco
Jairo Okret, partner e líder regional de TI da Korn Ferry
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Norberto Tomasini, diretor de CIO Advisory da PwC
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o CIO? Agenor Leão, CIO da Natura
Emilio Vieira, CEO da BizTalking
Fotos: Ricardo Benichio
Executivos e analistas debatem o futuro do líder de TI e entendem que, cada vez mais, esse gestor será cobrado por integrar o negócio
Geraldo Dezena, vicepresidente de tecnologia do Banco do Brasil
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IT Mídia Debate O Futuro da Carreira do CIO
ual o futuro da carreira de CIO? Eis
tégia do próprio departamento. Isso
uma pergunta de um milhão
não significa, no entanto, um fim de
de reais. Ao longo dos anos,
linha ou um adeus ao board.
devido à importância que
Atualmente, as companhias que
a tecnologia ganhou no
buscam por um novo CIO querem
cenário
empresarial,
um executivo com capacidade de
a figura do líder de TI
transitar entre as áreas e ser parte
passou a ser cada vez
do negócio, mesmo quando tecno-
mais requisitada em
logia não seja o core da empresa. As
reuniões
estratégicas.
corporações esperam cada vez mais
Apesar desse aumen-
desse executivo, mas sabe-se, tam-
to de influência, fatores
bém, que muitos dos profissionais
como acesso mais facilitado
hoje no mercado precisam fazer
à tecnologia, pressão
uma virada na forma de pensar para
dos usuários por in-
se adequarem ao novo momento.
terfaces de trabalho
Tais tópicos estiveram em discussão
mais simples e um
durante o IT Mídia Debate – O Futuro
aumento da comple-
da Carreira do CIO, organizado pela
xidade dos sistemas, fizeram com
IT Mídia em sua sede, em São Paulo.
que o gestor de tecnologia recebesse
Para tentar responder a pergunta
novas atribuições ou que novas fun-
milionária, foram convidados Age-
ções fossem criadas em seu departa-
nor Leão, CIO da Natura, Geraldo
mento. E, então, o tão almejado voo
Dezena, vice-presidente de tecnolo-
pelas áreas de negócio foi meio que
gia do Banco do Brasil, Emilio Vieira,
freado para cuidar do campo estra-
CEO da Biz Talking, Elisabete Waller, sócia de consultoria da Ernst Young Terco, Jairo Okret, partner e líder regional de TI da Korn/Ferry para América Latina, e Norberto Tomasini, diretor de CIO Advisory da PwC. Em linhas gerais, os debatedores entendem que as empresas esperam que o CIO seja o principal agente de transformação da empresa, alinhando a tecnologia às metas de negócio em busca de melhores experiências, de um conhecimento mais profundo do cliente e da aplicação mais eficiente dos recursos. Não há como fugir, a participação mais intensa do CIO na estratégia da companhia, na
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tomada de decisão e no suporte ao
tituir o CIO que não se adequa ao
negócio é uma realidade necessária.
novo momento e, embora saiba que
Ex-CIO da Porto Seguro e Allianz
o profissional de TI seja importante,
Seguros, o hoje CEO da Biz Talking
sobretudo para as empresas que de-
lembra que, quando liderou opera-
pendem de tecnologia, ele não pode
ções de tecnologia, teve a oportu-
atuar apenas como o elo que sus-
nidade de se inserir nos ambientes
tenta os processos definidos pelas
de negócios e, com isso, conseguiu
áreas de negócios. “Essa atividade é
munir-se de informações e visões
importante? Certamente. Mas preci-
diferenciadas para conduzir a TI.
samos de algo que vá além”, ressalta.
“Quanto mais próximo dos proces-
Okret, da Korn Ferry, entretanto,
sos, mais rica sua atuação como
discorda dessa facilidade na substi-
TI”, avalia Vieira, trazendo algo que
tuição. Ele explica que tem conver-
remonta o velho alinhamento TI/
sado com muitos CEOs que estão em
Negócio e que hoje se entende mais
busca de um novo CIO, e a expecta-
por integração TI/Negócio. “Os CIOs
tiva é alcançar um novo modelo de
vão incorporar operações e negó-
negócios por meio da TI. “A busca
cios, com glamour do cargo, mas
de CIO é demorada. Muitos clientes
com uma série de competências de
querem CIOs de indústrias diferen-
negócios. Quem quiser ficar só com
tes, por acreditar que outras visões
TI será terceirizado.”
de negócios possam alavancar no-
Com base nessa constatação, Vieira acredita que está fácil subs-
vos horizontes. Mas a dificuldade de achar esse profissional, que
CARREIRA É CULTURA Crescer internamente é mais uma questão de cultura do que de competência. Uma empresa preparada a trabalhar seus talentos, abre portas para que as habilidades e capacidades sejam aprofundadas. Aurélio Conrado Boni, CIO do Bradesco, acredita que os profissionais de TI são muito direcionados a silos que não despertam perspectivas futuras. “No Bradesco nós criamos a cultura de carreira. Os profissionais de TI enxergam crescimento conforme crescem com o banco. Mas essa cultura deve ser preservada em todas as indústrias, pois criar as pessoas dentro de casa torna a empresa muito mais sólida”, acredita. Nesse enredo, fica claro que uma cultura de liderança é essencial. Jorge Luis Cordenonsi, CIO da Sodexo América Latina, afirma que há a necessidade não só de pensar na subida do CIO para o cargo de CEO, mas de criar líderes internamente para substituir os líderes de TI. “Uma coisa que parece fugir do repertório de hoje é a questão do desenvolvimento interno da área de tecnologia”, diz. “Na Sodexo, criamos uma vice-presidência de Recursos Humanos que ajuda na capacitação e desempenho dos profissionais, para que eles possam ser o CIO do futuro ou assumir outras áreas da empresa. Até recentemente um líder de TI tornou-se CEO de uma operação na Ásia, mas tinha seu substituto dentro de casa.”
Aurélio Conrado Boni, vicepresidente executivo de tecnologia do Banco Bradesco
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IT Mídia Debate O Futuro da Carreira do CIO
exige atenção no background”, analisa Elisabete. Ela levou para o debate algumas constatações do CIO DNA, um estudo produzido pela Ernst Young Terco que mede como o CIO acha que tem sido percebido pelo C-level e como, de fato, esses pares enxergam o líder da TI. É interessante notar que, nesse levantamento com pouco mais de 300 executivos, 60% dos gerentes de TI dizem que agregam valor ao negócio, na outra ponta, apenão é apenas um par, mas um líder
nas 35% de seus colegas concordam.
nos processos, é complexa”, revela
Ou seja, o caminho do executivo de
Okret. “O sonho dos CEOs é ter um
TI em ser um dos grandes estrategis-
CIO neste estágio.”
tas corporativos ainda é longo.
Nessa mesma linha, a executiva
VP de tecnologia do Banco do
da Ernst Young levanta um ponto
Brasil, Dezena vê na equipe o ponto
com base em sua experiência de
chave de toda a discussão. Exigir mui-
mercado: CEO, CFO e COO querem
to do cargo do CIO é requisitar mais
o CIO mais próximo das decisões,
quem está sob o chapéu do líder. Des-
mas eles se esquecem de que a tec-
sa forma, entender as necessidades
nologia ganhou mais complexida-
de negócio não é exigência única do
de, e que, por mais que ela se mos-
CIO, mas do departamento. Para ele,
tre mais transparente aos usuários,
é preciso mobilizar as pessoas em
a operação de background ganhou
duas ondas. A primeira seria colocar
novas funções. “Falta o equilíbrio.
a TI para compreender as demandas
Eles querem CIOs mais aplicados
da corporação e, em contrapartida,
aos negócios, que investem 90% de
colocar as áreas de negócios dentro
seu tempo pensando em estratégia
de algumas complexidades do de-
e 10% em tecnologia, mas conforme
partamento de tecnologia. Isso cria-
se implanta tecnologias, mais se
ria sinergia entre as demandas. “Esse
A TI nA hIerArquIA dA empresA*
Como A TI esTá posICIonAdA nA orgAnIzAção*
Equivale a uma gerência – 50%
Subordinada à presidência – 37%
Equivale a uma diretoria – 42%
Subordinada à área financeira – 32%
Equivale a uma vice-presidência – 7%
Subordinada à outras diretorias de negócio – 18%
Equivale a um prestador de serviços externo – 0,6%
Subordinada à uma área de TI regional ou global – 11% Funciona como uma empresa à parte, prestando serviços ao grupo – 3%
*FonTe: AnTes dA TI, A esTrATégIA 2012 – 1000 mAIores.
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IT Mídia Debate O Futuro da Carreira do CIO
papel do CIO de transmitir para o seu grupo o senso de urgência que o negócio pede é essencial, mas o oposto também é verdadeiro”, pontua. O executivo comanda um departamento com quatro mil profissionais e afirma ter criado uma espécie de senso crítico nessas pessoas. A ideia é fazer com que cada funcionário se coloque no lugar do colega
estratégicas. Mas embora goste de es-
e busque soluções, sem posturas re-
tar na linha de frente das tomadas de
ativas. Para Dezena, se o colega de TI
decisões, Leão ressalta que o desafio
não tiver paciência, não dará certo.
começa por estabelecer um acordo so-
“A área bancária tem como premissa
bre o que a companhia espera do líder
colocar pessoas de negócio em TI,
de TI que chega a essa posição. “É im-
para desde o nascer do produto as
portante esclarecer o funcionamento
coisas ornarem. Mas na área de TI a
do nosso departamento para que não
dimensão política do relacionamen-
ocorram frustrações, pois ao mesmo
to interpessoal fica em segundo pla-
tempo em que há mais exigência so-
no”, observa.
bre nós, existe também maior compreensão por parte de toda a empresa
CoMbinado não sai Caro É interessante notar que, embora exista um desejo geral para que o
do modo operante das demandas que envolvem tecnologia. Um acordo bem feito é primordial.”
CIO esteja cada vez mais integrado
Leão reconhece que a TI da Na-
ao negócio e participando de dis-
tura estava muito atrelada ao supor-
cussões estratégicas, em muitas cor-
te. Mas agregar a da área de meios
porações a TI ainda equivale a uma
digitais inseriu o departamento no
gerência e muitos gestores ainda se
negócio em um dos carros-chefe da
reportam ao financeiro, como mos-
organização, que é o relacionamen-
tra o estudo Antes da TI, a Estratégia,
to por meio de redes sociais e a me-
produzido pela IT Mídia.
lhoria da experiência no atendimen-
Mas é verdade, entretanto, que
to online, que hoje é da ordem de 1,5
existem executivos que conseguem
milhão de acessos vindos das repre-
se posicionar nesse sentido e garantir
sentantes da marca. No surgimen-
um assento no Comitê Executivo. Esse
to dessas demandas, modelos que
é o caso, por exemplo, do CIO da Na-
ainda assustam gestores, como di-
tura, que está há pouco mais de nove
versos formatos de computação em
meses no cargo. O vice-presidente
nuvem começam a se tornar “extre-
de TI e meios digitais da empresa dis-
mamente atraentes”, pois desonera
cute com os pares diversas questões
a área de TI e dá vazão aos negócios.
dna do Cio 60% dos gerentes de TI dizem que agregam valor ao negócio
35% 45%
de seus colegas C-level concordam
dos CIOs afirmam estar envolvidos em profundidade nos processos decisórios das corporações
38%
dos CIOs entrevistados relatam falta de apoio da equipe de liderança executiva como o principal obstáculo Menos da metade
(48%)
dos executivos C-level afirmam que os CIOs progrediram nos últimos anos em relação a vários aspectos, desde a inovação de produtos até ao apoio na agilidade operacional da companhia.
*fonte: ernst Young terco
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IT Mídia Debate O Futuro da Carreira do CIO
“Os CIOs não podem esquecer que cada vez mais são inseridas nas empresas pessoas que já nasceram digitais, e que se algo ficar engessado, é capaz de alguém entre essas pessoas criar por conta uma solução e botar para rodar”, alerta Leão. “80% das minhas demandas hoje não são TI e essa é uma tremenda mudança no meu poderio de tomada de decisões”, comenta. O “combinado não sai caro” é alicerçado pelo trabalho educacional de colocar alguém de TI para pensar em negócios, principalmente, entre o C-level. Questionado por Okret sobre como tem sido esse processo, o CIO da Natura explica que os processos de TI são diferentes, mas complementares ao negócio. Para ele, tudo deve ser acordado e mostrado onde, como e o que pode ser alterado. “(É preciso) pontuar que no ERP
co, reside no fato de que nem todos
Ao longo do debate, os especia-
não se mexe, mas na forma em como
querem mudar de área e que não
listas deixaram claro que, indepen-
a empresa interage com as aplica-
existe uma obrigatoriedade para
dente do nome do cargo, o momen-
ções que nele rodam. Temos que
isso. “Descobrimos (em um estudo)
to é bom para o CIO. Isso porque, a
entender de negócios e eles devem
que 49% dos CIOs querem continuar
tecnologia da informação se tornou
compreender a TI.”
CIOs, então, ele passa a ser um cara
meio da viabilização de melhores
de negócio, mas continua no chapéu
negócios, mas é preciso entender
de tecnologia”, conta.
que essa necessidade reflete mais
De CIO a CeO? Talvez Depois de uma participação no
Para o executivo da PwC, não se
cobrança. Suportar essa pressão e
conselho, um próximo passo seria
trata de ser promovido a CEO, mas de
ampliar a visão da TI para a execu-
assumir outras áreas ou mesmo al-
desempenhar funções que se asseme-
ção das estratégias é a ponte mais
çar a presidência. É consenso geral,
lham a do executivo de negócios. O de-
segura para um futuro menos tenso
entretanto, que, hoje, o número de
safio, então, está em desenvolver com-
e mais promissor. CEO, CFO ou COO,
CIOs que se tornam CEOs é relativa-
petências que o torne um executivo
tanto faz. Se há certeza na necessi-
mente pequeno, mas as oportunida-
capaz de agregar valor às discussões
dade de olhar para os negócios, há
des surgem conforme o pensamen-
corporativas. “O CIO tem que criar
também oportunidades. Dar o pri-
to de negócios se espalha e torna-se
uma agenda pessoal onde se obrigue
meiro passo, certamente, ajudará a
“padrão”. Outro ponto levantado,
a discutir com seu time e até acionis-
galgar horizontes mais azuis para os
por Elisabete, da Ernest Young Ter-
tas as estratégias da empresa”, pontua.
líderes de tecnologia.
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it mídia debate
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especial
EXECUTIVO
2012
de TI do Ano
EM SUA 12ª EDIÇÃO, PRÊMIO VEM COM METODOLOGIA RENOVADA E TOTALMENTE BASEADA NA ANÁLISE DE CASES IMPLANTADOS PELOS CIOS. NAS PÁGINAS A SEGUIR, VOCÊ TERÁ UMA ANÁLISE DOS RESULTADOS PRODUZIDA PELA PWC, PARCEIRA DA IT MÍDIA NA REALIZAÇÃO DO ESTUDO, E OS CASES IMPLANTADOS PELOS EXECUTIVOS VENCEDORES
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Foto: Ricardo Benichio
artigo
Cios, os parceiros
Gaby Loayza, gerente de Estudos e Análises da IT Mídia
do negócio?
Colaborar para o desenvolvimento profissional dos executivos
vencedores. O campo do estudo compreendeu o período de dezembro/2012 à fevereiro de 2013.
de TI dos principais setores da eco-
As competências baseadas em dez pilares de gestão que fizeram
nomia e refletir as práticas de ges-
parte da análise desta 12ª edição, consideradas também as categorias da
tão entre os profissionais de TIC
premiação, foram: TI como Parceira do Negócio; Sustentabilidade; Segu-
estão entre os principais objetivos
rança, Controle e Risco; Operação e Processos de Governança; Mobilida-
da realização dos estudos junto
de; Infraestrutura; Gestão de Equipes; Estratégia de Informações e De-
a esses profissionais. É também
sempenho Financeiro. No início do campo, tínhamos desenhado outras
uma das formas de a IT Mídia co-
duas categorias: Formação do líder e Social Business, mas para nossa
locar em prática seu compromisso
surpresa não foram submetidos projetos nestes dois pilares, o que é um
de desenvolver as comunidades
ponto de alerta e preocupação no mercado, porém, em contrapartida, o
em que atua, e esta iniciativa está
quesito TI como Parceira do Negócio, concentrou um grande volume de
alinhada à missão do desenvol-
cases, que depois de um intenso trabalho de checagem, descobrimos
vimento profissional por meio do
que muitos projetos eram relativos a Mobilidade e Infraestrutura, por
conteúdo e do relacionamento.
isso, chegamos a tal reclassificação de categorias.
Por isso, em sua 12ª edição, o
Assim como no ano passado, foi feito um trabalho de checagem jun-
prêmio “Executivo de TI do ano”
to a uma amostra de CIOs, o que possibilita um termômetro das melho-
ajustou sua metodologia em 2013,
res práticas de gestão adotadas pelas empresas e, por fim, depois de uma
agora baseada em projetos de su-
criteriosa avaliação de cada case por um comitê julgador, formado pelo
cesso realizados em 2012, dentro
conselho editorial da IW Brasil e pela PwC, chegamos aos resultados.
de dez pilares de gestão. Nesta nova
No geral, os cases submetidos foram avaliados com base em quatro
fase conseguimos coletar 172 cases.
critérios pré-definidos pela IT Mídia:
Um volume que nos dá orgulho se
Propósito: avaliar a intenção da iniciativa e o real peso que tal ação pode
considerarmos fatores como tempo
ter. Verificar a influencia da área de TI na companhia.
de preenchimento, agenda do exe-
Diagnóstico x Solução: analisar se o desenho da iniciativa está em acor-
cutivo e sazonalidade, assim, somos
do com o problema detectado. A solução resolve a questão?
gratos pela disponibilidade dos exe-
Execução: identificar se a forma como o CIO e equipe colocaram sua
cutivos participantes.
ação em campo foi a melhor possível.
Por mais um ano contamos com a parceria da PwC, desde o desenvolvimento da metodologia até a análise efetiva e a escolha dos CIOs
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ARTIGO GABY.indd 44
Benefícios apurados: avaliar os benefícios decorrentes da solução implantada. Nas próximas páginas, além de uma análise produzida pela PwC, você conhecerá os cases vencedores desta edição do prêmio.
iwb
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Untitled-2 1
18/03/13 18:54
perfil dos participantes
19,73% 14,29%
RAIO-X
26,53% 12,93% 2,04%
USUÁRIOS ADMINISTRADOS POR TI AcIMA DE 5 MIl DE 1.001 A 3.000 DE 501 A 1.000
veja o perfIl das empresas dos partIcIpantes da 12ª edIção do executIvo de tI do ano
FATURAMENTO DA EMPRESA NãO INFORMA DE R$ 2,1 MIlhõES A R$ 8 MIlhõES DE R$ 8,1 MIlhõES A R$ 15 MIlhõES DE R$ 15,1 MIlhõES A R$ 30 MIlhõES DE R$ 50,1 MIlhõES A R$ 100 MIlhõES DE R$ 100,1 MIlhõES A R$ 250 MIlhõES DE R$ 250,1 MIlhõES A R$ 500 MIlhõES DE R$ 500,1 MIlhõES A R$ 750 MIlhõES DE R$ 751 MIlhõES A R$ 1 bIlhãO DE R$ 1,1 bIlhãO A R$ 5 bIlhõES DE R$ 5,1 bIlhõES A R$ 10 bIlhõES DE R$ 10,1 bIlhõES A R$ 15 bIlhõES MAIS DE R$ 15,1 bIlhõES
24,49%
19,05% 0,68% 0,68% 0,68% 1,36% 2,04% 4,08% 8,16% 10,20% 14,97% 36,05% 8,84% 3,40% 8,84%
DE 201 A 500 DE 3.001 A 5.000 DE 51 A 200
21,77%
19,05% 23,13% 8,84% 8,16%
TOTAl DE cOlAbORADORES DE TI DE 21 A 50 DE 51 A 100 DE 11 A 20
12,93%
ORçAMENTO DE TI
DE 101 A 500 MAIS DE 501 DE 1 A 10
33,33%
4,08% NãO INFORMA ATé R$ 2 MIlhõES DE R$ 2,1 MIlhõES A R$ 8 MIlhõES DE R$ 8,1 MIlhõES A R$ 15 MIlhõES DE R$ 15,1 MIlhõES A R$ 30 MIlhõES DE R$ 30,1 MIlhõES A R$ 50 MIlhõES DE R$ 50,1 MIlhõES A R$ 100 MIlhõES MAIS DE R$ 100 MIlhõES
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Graficos.indd 46
2,04% 10,88% 19,05% 17,69% 11,56% 10,20% 12,93% 15,65%
44,90% 4,08% 0,68%
TOTAl DE cOlAbORADORES DE 1.001 A 5.000 AcIMA DE 5 MIl DE 501 A 1.000
DE 351 A 500 DE 100 A 350 ATé 99
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Executivo EquipE pwC
A PwC, em conjunto com IT Midia,
disciplinas trarão informações sobre tendências para o
apresenta a 12º edição do estudo Executi-
executivo como também possibilitarão otimizar a gestão
vo de TI do Ano que, nesta edição, contou
e deixar a TI mais ágil e flexível.
com a participação dos principais execu-
A pesquisa também revela que algumas disciplinas como
tivos da área representando 117 empresas
Sustentabilidade, Parceria com o Negócio e Desempenho fi-
de 28 indústrias, com 173 casos de sucesso
nanceiro destacam-se como mais desenvolvidas. Na outra
submetidos para análise.
ponta, questões relacionadas à Formação do Líder, Operação
Neste ano o estudo contou com uma reformulação da metodologia, exigindo
sentaram menor nível de maturidade. Veja abaixo os principais resultados de forma sintética:
case de sucesso relacionado com algum
TI como parceira do negócio: Os executivos já mantêm
dos 10 pilares do estudo, além de responde-
consciência da necessidade de mecanismos de governança
rem a um conjunto de perguntas fechadas
estruturados para captação, entendimento, gestão e prioriza-
relacionadas ao pilar escolhido. Com esta
ção das necessidades do negócio. Por outro lado, embora a alta
modificação, entendemos que ademais da
nota mensurada, o alinhamento do Plano Estratégico do Negó-
robustez da metodologia o executivo pode
cio com o da TI ainda representa oportunidade de melhoria.
cesso em sua organização.
Operação e processos e Governança: A operação e os processos de governança de TI apresentaram um dos
Ao analisar estes estudos de casos,
níveis de prontidão mais baixo, por conta principalmen-
ficou evidente que os projetos submeti-
te da: i) ausência de mecanismos formais para a mensu-
dos para análise estão em um patamar
ração da qualidade dos serviços prestados pela TI; ii) a
de robustez elevado, deixando eviden-
existência de informalidade e, iii) individualismo nos pro-
te, também, o aumento de prontidão no
cessos em algumas funções-chave. Como oportunidades
mercado de TI
destacaram-se os benefícios qualitativos e quantitativos
Neste ano, os pilares de mobilidade, infraestrutura, arquitetura e novas
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e Processos de Governança e Estratégia de Informações apre-
que os executivos de TI inscrevessem um
ser avaliado também por um case de su-
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de TI 2012
mensuráveis pelas áreas de negócio, como medição do ROI até pesquisas de satisfação.
tecnologias, social business, sustenta-
Desempenho Financeiro: Como reflexo da implantação
bilidade e formação do líder passarão a
dos processos de Governança o desempenho financeiro já
ser considerados, como forma de bus-
aparece como um pilar otimizado onde recursos como ben-
car e aperfeiçoar o entendimento das
chmarking, administração de orçamento com visão clara de
disciplinas que o executivo de TI deve
CAPEX e OPEX surgem como sendo comuns para o executivo
considerar. O que percebemos é que tais
de TI. Percebe-se que um passo importante a ser adotado é a
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prática de rateio estruturado e claro para as áreas de negócio.
média das notas dos casos de sucesso ti Parceira do negócio
3,93
mobilidade
3,68
gestão de equiPe
3,58
estratégia de informações
3,51
infraestrutura
3,51
oPeração, Processos e governança
3,46
estruturados, porém, Segurança e Riscos
segurança, controle e riscos
3,46
de TI ainda são tópicos que devem ser
arquitetura e novas tecnologias
3,36
desemPenho financeiro
3,29
sustentabilidade
3,03
Segurança, controle e riscos: Empresas apresentaram boa estruturação neste quesito com adoção de políticas, ações proativas, o que contribuem para o elevado nível de maturidade reportado. Grande parte das empresas com mais de R$ 1 bi de faturamento já possui um ERP, o que contribui para que controles estejam bem
mais bem avaliados. Gestão de Equipe: A gestão de equipe na TI começa a ter a meritocracia como forma de reconhecimento dos profissionais de TI. Ações como remuneração relaciona-
para a Governança dos dados.
da ao desempenho e coaching, tipicamen-
Sustentabilidade: Nitidamente é um tema que está na
te de carreiras executivas, passam a ser
agenda do CIO, com iniciativas relacionadas ao consumo efi-
parte da agenda do Executivo de TI.
ciente de energia, utilização de arquiteturas e processos que
Arquitetura e novas tecnologias:
permitam otimização e redução do tempo de deslocamento
Embora facilitações de discussões sobre
por meio de teleconferência, telepresença, VoIP e reciclagem
inovação tecnológica voltada para o ne-
de equipamentos, já estão implantadas. O próximo passo seria
gócio e adoção de novas tecnologias fa-
coletar o beneficio dessas ações e mensurar o ROI.
çam parte da agenda do CIO, existe grande preocupação que estas iniciativas não
*Formação do Líder e Social Business não puderam ser avaliados dessa forma por ausência de cases inscritos.
sejam aderentes aos padrões atuais da arquitetura, uma vez que somente são ana-
ConClusão:
lisadas as novas tecnologias compatíveis
A pesquisa de 2013 demonstra claramente um avanço de
com atual arquitetura. Portanto, execu-
20% no nível de prontidão do mercado de TI frente aos resul-
tivos de TI deverão, no curto prazo, des-
tados de 2012. Este incremento demonstra que a comunidade
vincular estas análises, passíveis de não
de TI tem-se preocupado com a implementação das ações de
se beneficiarem de tendências e recursos
melhoria e profissionalização da TI. Indústrias como bancos e
por conta do atual status da arquitetura.
seguradoras, comércio atacadista e varejista, entre outros de-
Estratégia de Informações: As empre-
monstraram foco na otimização e aprimoramento constante
sas demonstraram que existe a preocu-
nas disciplinas de TI, por isso reconhecemos os avanços e be-
pação com a gestão da informação, po-
nefícios que indústrias como estas estão alavancando à pes-
rém, poucas iniciativas de gestão do dado
quisa. Por outro lado, reconhecemos que Agropecuária e servi-
foram identificadas, fazendo com que os
ços relacionados, por exemplo, devem buscar trilhar o mesmo
executivos de TI ainda necessitem estru-
caminho, objetivando atingir o mesmo nível de prontidão.
turar essa disciplina. O próximo passo seria a consciência geral da organização
O relatório detalhado desta pesquisa poderá ser encontrado no site da PwC através do endereço www.pwc.com.br.
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anos
15 grandes motivos para comemorarmos os 15 anos do mais
importante encontro de TI da América Latina!
01
MAIS DE 200 CIOS CONFIRMADOS DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO BRASIL
02 03
MAIS DE 2100 REUNIÕES DE NEGÓCIOS PREVISTAS
04
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MAIS DE 70 PATROCINADORES
MAIS DE 19 HORAS DE CONTEÚDO
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25 AÇÕES ESTRUTURADAS DE RELACIONAMENTO
Foto: Divulgação
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KEYNOTE SPEAKER – PETE DELISI, PROFESSOR E ORGANIZADOR DO PROGRAMA DE LIDERANÇA EM TI, DA UNIVERSIDADE SANTA CLARA (EUA)
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INTERCÂMBIO DE IDEIAS: MOBILIDADE, CLOUD COMPUTING E BIG DATA
09 10
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Foto: Ricardo Benichio
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WORKSHOP: PENSAMENTO ESTRATÉGICO COM JAIRO OKRET, DA KORN FERRY
PER TO PER COM AS MAIORES EMPRESAS DE TI DO PAÍS
ESTUDO: ANTES DA TI, A ESTRATÉGIA
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JANTAR PRIMAVERA PARALAMAS DO SUCESSO
Foto: Fernando Mucci
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JANTAR OUTONO MAESTRO JOÃO CARLOS MARTINS
JANTAR INVERNO TOQUINHO
Foto: Divulgação
Foto: Marcos Hermes
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Conteúdo, Relacionamento e Ne góc Anu Revista IW Brasil 2.indd 52
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VOCÊ FAZ PARTE DESSES 15 ANOS! ACOMPANHE OS MELHORES MOMENTOS NO INFORMATIONWEEK.COM.BR
Foto: Fernando Young
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JANTAR VERÃO CAETANO VELOSO
TEMA CENTRAL:
anos
O CIO QUE VOCE PRECISA SER
MUDAR OU MUDAR, ESTA É A REALIDADE PARA O EXECUTIVO DE TI. MAS COMO FAZER ESSA VIRADA?
01 A 05 DE MAIO DE 2013 - IBEROSTAR BAHIA HOTEL - PRAIA DO FORTE - BA
Ne gócios. Sem você? Impossível. Anu Revista IW Brasil 2.indd 53
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ArquiteturA e novAs tecnologiAs
ousadia apoia estratégia multicanal Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil Foto: Divulgação
De olho na estratégIa corporatIva, tI Do Makro aposta eM nuveM e MoBIlIDaDe para gerar resultaDos aproveItanDo eventos sazonaIs Campos do Jordão, no interior paulista, é uma das estâncias balneárias mais atraentes do estado. Sua população costuma saltar de 60 mil habitantes para 900 mil pessoas durante a temporada de inverno. O gigantesco potencial de negócios atraiu o interesse da rede atacadista Makro, cuja loja de Taubaté atende o varejo da região, e gerou o desafio que uniu o time de tecnologia e a área comercial: criar uma estrutura de vendas para atender o pico de sazonalidade que dura cerca de dois meses com um posto móvel com todas as funcionalidades de uma grande loja, incluindo acesso ao sistema de gestão comercial, impressão de passaportes Makro, cadastro de novos clientes e emissão de notas fiscais, entre outras.
posto de atendimento fosse reunida uma equipe de CVCs, os
Mas o diretor de TI Paulo Fernandes
chefes de desenvolvimento de novos clientes, sustentados por
Rodrigues viu a oportunidade de ir além.
tecnologia móvel e cloud computing para atender um grupo de
Mesmo tendo menos de seis meses para
varejistas insatisfeitos com seus fornecedores – 80% reclama-
propor e implantar uma solução, sugeriu
vam da falta de compromisso e disponibilidade, com prejuízos
que ao invés da instalação de um simples
por atrasos e interrupções nas entregas.
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Posição/Cio/EMPREsA 1º Paulo Fernando Rodrigues, Makro Atacadista 2º Wandair José Garcia, WEG Equipamentos Elétricos 3º Antonio de Jesus, Cotia Trading
de dois meses e R$ 300 mil extras com a venda de patrocínios, além de colaborar para que a marca fosse reconhecida na região como parceira confiável, aumentando em duas vezes a média de
Os objetivos da proposta eram ambicio-
vendas por delivery da loja de Taubaté.
sos: aumentar a base de clientes na região para
“Essa foi a primeira oportunida-
mais 1,5 mil estabelecimentos, atingir venda
de na rede de transformar a TI em
total de R$ 1 milhão em dois meses e, de quebra,
área geradora de receita”, comemora
reforçar a marca Makro junto ao público local.
o executivo, vencedor do prêmio Exe-
Para atingi-los, a resposta foi a implementação
cutivo de TI do Ano na categoria Ar-
de um software de força de vendas sustentado
quitetura e Novas Tecnologias. Além
por tablets 3G com acesso online ou off-line ao
da inovação implantada em uma
estoque, além de permitir gestão de todo o pro-
organização fortemente voltada ao
cesso por meio de etapas como roteirização
modelo de varejo tradicional, o case
e status de visita aos clientes, monitorado por
rendeu a aproximação com as áreas
um console central que interagia com mapas
de negócios e o envolvimento da TI
de mercado enriquecidos por visualização 3D
em 100% dos projetos que surgem na
do comércio do cliente. “Toda a integração foi
empresa, inclusive novos canais.
feita em apenas três meses”, conta o executivo.
A identificação do potencial para o
O software permitiu ao Makro se desta-
atendimento sazonal sem necessidade
car entre os varejistas com mais agilidade e
de investimentos em lojas físicas levou
precisão de respostas sobre disponibilidade
ao mapeamento de grandes eventos
de produtos, preços promocionais e agen-
do calendário nacional, para definição
damento de entrega. “Tudo foi consolida-
do modelo de atendimento com o uso
do em uma plataforma única que interagia
de tecnologias móveis. Também estão
com o sistema de gestão comercial através
surgindo novidades como o aplicativo
de interfaces em arquivos XMLs”, descreve
para smartphones Makro Mobile, com
Rodrigues. A função off-line permitiu en-
funcionalidades como jornal de ofer-
frentar os vácuos de sinal das operadoras,
tas, lista de compras, consultas à última
com sincronização automática em áreas de
compra e ofertas personalizadas com
coberturas, e cada vendedor era acompa-
descontos extras. Agora estão em ne-
nhado por check-in que permitia registro de
gociação patrocínios com fornecedo-
sua posição geográfica no mapa.
res, atraídos por números como os sete
Ao fim da temporada, a rede contabilizou
mil downloads registrados nos primei-
os resultados. Foram mais de 1,2 mil novos es-
ros 30 dias. O pivô de tudo, Campos do
tabelecimentos cadastrados, dos quais 65%
Jordão, terá a experiência intensificada
tornaram-se ativos e continuam fazendo suas compras na loja localizada em Taubaté, percorrendo quase 50 quilômetros de distância. O projeto absorveu menos de R$ 250 mil, mas gerou vendas de R$ 1,1 milhão em pouco mais
Rodrigues, do Makro: “Essa foi a primeira oportunidade de tornar a TI em área geradora de receita”
em 2013. O posto físico ganhou 60 metros quadrados, contra os 32 metros quadrados do ano passado, com novidades como totens sensíveis ao toque de autoatendimento.
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DeseMpenho financeiro
Mais
coM Menos
Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
AlexAndre BAulé, CIO dA emBrAer, reduz CustO de mAnutençãO dO sIstemA de gestãO e, mesmO COm eCOnOmIA de reCursOs, gArAnte um slA mAIOr
manutenção, com aumento do nível de serviço (SLA) e inclusão de personalizações na cobertura do contrato. Segundo o diretor, a necessidade de direcionar uma porcentagem maior do custo de operação e manutenção para inovação também estimulou a busca de redução do orçamento de TI. “O objetivo era uma redução de 30% no custo de manutenção
Com mais de 18 mil colaboradores es-
do ERP. Foi alcançado mais de 50%”, registra o executivo, cujo ma-
palhados por meia dúzia de países ao redor
cro objetivo estratégico é reverter a proporção de gastos de ope-
do globo – Brasil, Estados Unidos, Portugal,
ração e manutenção de TI de 70% do orçamento total para menos
França, China e Singapura – a Embraer, fun-
de 50% até 2014. Os resultados foram apurados depois de um ano.
dada em 1969, é hoje uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Só no ano passado contabilizou receita superior a R$ 12 bilhões e entregou aos seus clientes 106 aeronaves comerciais e 99 executivas. Mas os números expressivos e o orçamento de TI que representa entre 1% e 2% do faturamento da companhia não impediram a busca de eficácia financeira. Para reduzir os custos de manutenção de seu sistema de gestão, e ao mesmo tempo ampliar o nível de serviço, a empresa tomou a decisão de terceirizar o suporte e a manutenção do ERP depois de uma seleção que incluiu avaliações técnicas, comerciais e jurídicas com apoio de consultorias e viagens de visitas a outros clientes. Os resultados levaram o diretor de TI Alexandre Baulé a merecer o reconhecimento no prêmio Executivo de TI do Ano, na categoria Desempenho Financeiro: com investimento inferior a R$ 200 mil, a economia superou 50% no custo anual de
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usando a metodologia do seu Programa Em-
dos depois de um ano. Além disso, o pro-
braer de Excelência Empresarial (P3E), ba-
jeto foi executado em menos tempo que o
seado em técnicas de Lean Manufacturing.
previsto, consumindo quatro meses e não
“Além disso, temos dado um foco especial no
os seis meses planejados. Tudo isso com o
planejamento estratégico através da implan-
desafio representado pela necessidade de
tação de toda uma disciplina de arquitetura
garantir a transição suave dos processos de
empresarial, que culmina no Plano Diretor
atendimento. Ao mesmo tempo em que se
de Tecnologia de Informação bianualmente
treinava o help desk, era desenvolvida uma
revisado”, descreve. “Usamos também fra-
nova relação entre cliente e fornecedor.
meworks de mercado para obter resultados
Disponibilidade, guarda e a governança
com práticas consagradas.”
das mídias originais não foram esquecidas.
Ele cita como exemplo o escritório de
Segundo Baulé, a TI da Embraer tem
projetos, que adaptou a metodologia do PMI
se focado na excelência de atendimento
e trouxe novas práticas baseadas em Agile, e o uso de ITIL pela área de infraestrutura.
PoSição/Cio/EMPRESA
O executivo diz que, com a melhoria dos resultados, a área de TI garante a credibilidade
1º Alexandre Baulé, Embraer 2º Geraldo Afonso Dezena, Banco do Brasil 3º Ezequiel Ribeiro Silva, DMA Distribuidora
necessária para implantar mais projetos inovadores, alinhados com as últimas tendências de TI que atendem a necessidades dos Foto: André Tomino
s
50% até 2014. Os resultados foram apura-
negócios – e um exemplo é o projeto descrito. “O projeto é inovador. Não há no Brasil outras empresas com processo similar. A redução de custo com aumento de SLA é uma combinação excelente e rara”, destaca Baulé. O contrato prevê termos e condições vantajosas por 15 anos e inclui cláusulas de saída simples e objetivas sem altos riscos ou impactos. Segundo ele, a chave é o foco em processos oriundos do P3E, que facilita às áreas envolvidas a interação com TI com objetivo e linguagem em comum, alta participação dos envolvidos, ambiente colaborativo nas várias fases do projeto e transição mais suave durante mudanças. “Usamos um framework, o PROSCI. Mas mais importante que a base teórica, o suBaulé, da Embraer: “Objetivo era uma redução de 30% no custo de manutenção do ERP. Foi alcançado mais de 50%”
cesso de um projeto de TI, que envolve mudanças, depende do alinhamento estratégico com o negócio e o reconhecimento dos direcionadores individuais além dos coletivos, para a mudança.”
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Estratégia dE inforMaçõEs
Pioneirismo para quem faz dos dados o seu negócio Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
Com apoIo do CEo dorIval dourado, Boa vIsta InvEstIu na CrIação dE uma árEa EspECífICa para tratamEnto das InformaçõEs E sE tornou a prImEIra CompanhIa da amérICa latIna a Contratar um Cdo Com a criação da sua diretoria executiva de dados em 2011, a Boa Vista Serviços, responsável pelo Serviço Central de Proteempresa da América Latina a contar com um Chief Data Officer (CDO). A função responde pela gestão dos dados da organização para garantir a qualidade dos mesmos
Foto: Ricardo Benichio
ção ao Crédito (SCPC), tornou-se a primeira
em todas as etapas de seu ciclo de vida na
de um milhão de clientes direta ou
companhia – desde a negociação com for-
indiretamente, com cerca de 145
necedores até sua utilização, passando por
milhões de transações realizadas
aquisição, captura, tratamento, armazena-
mensalmente. As informações
mento e disponibilidade.
são capturadas por mais de 10 mil
O pioneirismo é justificado pelo
fornecedores. A empresa é a única
perfil do negócio. A empresa nascida
no País que oferece autoconsulta
em 2010 é especializada em informa-
gratuita de Cadastro de Pessoa Fí-
ções de crédito e administra um banco
sica (CPF) online para consumido-
de dados com informações comerciais
res no Brasil, para verificação de
e cadastrais de mais de 130 milhões de
débitos, restrições ou pendências
empresas e consumidores com abran-
financeiras, que já soma mais de
gência nacional. O SCPC atende a mais
dois milhões de acessos. “Traba-
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Dourado, da Boa Vista: “A informação é nossa matériaprima e seu uso tem finalidade e processo de estruturação diferente de empresas tradicionais”
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lhamos com universos de dezenas de bilhões de informações com nível de atualização diária da ordem de 50%”, detalha o CEO da companhia, Dorival Dourado. “O dado, a informação, é nossa matéria-prima e seu uso
PoSição/Cio/EmPrESA 1º Dorival Dourado, Boa Vista Serviços 2º Nelson Cardoso, Petrobrás Distribuidora 3º Carlson Janes Aquistapasse, Procergs
tem finalidade e processo de estruturação diferente de empresas tradicionais, que vão usar a informação para
mas a redução da taxa de risco
gerir o seu negócio.”
para seus clientes. “Tivemos
Essa montanha de dados exige processos inter-
aumento significativo da re-
nos robustos para garantir a qualidade da informação
ceita de produtos baseados
e tranquilizar equipes comerciais e de produtos, bem
em inovação”, diz. Além disso,
como clientes. Com orçamento próprio, independente
descreve, ter adotado proces-
da TI, o departamento de dados se tornou uma área de
sos contínuos de avaliação de
negócios que absorveu verbas de cerca de R$ 8 milhões
qualidade ampliou o nível de
em iniciativas como formação de equipes, ferramentas,
controle do processo e permi-
documentação e revisões de processos, adoção de me-
tiu medir o avanço em qualida-
todologias como Data Management Body of Knowled-
de, com ganhos em lead time,
ge (“corpo de conhecimentos” sobre gerenciamento de
atualização e acuracidade.
dados) da Data Management Association (DAMA-DM-
Os primeiros resultados
BOCK) e PDCA (do inglês Plan – Do – Check – Act, ciclo
começaram a surgir três me-
de desenvolvimento com foco em melhoria contínua) e
ses após o início da área – o
iniciativas de Big Data.
planejamento incluiu a apre-
As metas levaram em conta um processo que vai
sentação de benefícios em no
desde a captura dos dados até sua disponibilização para
máximo a cada duas semanas
garantir aos clientes diferencial competitivo apoiado em
ao longo de todo o ano de 2012.
informações e plataformas tecnológicas para a conces-
A agilidade e a acuracidade re-
são de crédito ágil, certeira e segura. “Gerenciar melhor
sultou em maior percepção de
o risco de crédito, alavancar vendas e processos comer-
qualidade por parte das equi-
ciais e criar novos produtos e serviços foram os princi-
pes, crescimento de receita e
pais objetivos por trás da iniciativa”, diz o CEO, que teve
aumento do número de forne-
sua carreira iniciada em TI e passou por outras áreas de
cedores de dados. Além disso,
negócio antes de chegar ao comando de uma empresa.
a empresa assumiu o papel
“Nosso market share e a percepção de valor do cliente
de benchmark de referência
para nossos produtos ou serviços se dá através da organi-
no País e chegou a apresentar
zação e do tratamento que damos aos dados adquiridos
seus resultados para quase
no mercado, ganhando qualidade e oportunidade de ge-
uma centena de CDOs do mer-
rar produtos para os clientes.”
cado americano em conferên-
Dourado, que está na indústria da informação há
cia sobre qualidade de dados
mais de dez anos, diz que sempre almejou contar com
promovida pelo Massachus-
uma área específica destinada ao tratamento dos dados.
sets Institute of Techology
Ele observa que a qualidade do processo permite à em-
(MIT) em Cambridge (EUA),
presa não só a descoberta de novos nichos de mercado,
em julho do ano passado.
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Gestão da equipe
Integração, alinhamento e
descontração Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
CIO da TranspeTrO CrIa prOgrama de relaCIOnamenTO que prOmOve COnheCImenTO enTre funCIOnárIO da TI que já é replICadO pOr OuTras áreas Quando chegou à empresa, em 2009, para estruturar sua área de TI, a CIO da Transpetro, Ana Maria Veiga Franca, tinha pela frente a missão de montar uma equipe robusta o suficiente para absorver uma série de serviços até então providos pela TI da Petrobrás, à qual pertence e da qual absorvia diversas operações – hoje, por exemplo, a transportadora é responsável por áreas que vão de terminais portuários, dutos, gasodutos e navios até o transporte rodoviário da petroleira. A questão é que a nova estrutura passou a implantar processos fins e de apoio com um time heterogêneo e em crescimento, composto por recursos humanos de formação e culturas diversas e incluindo funcionários próprios, terceiros contratados, cedidos de outras empresas do sistema Petrobras, novos entrantes de
Ana, da Transpetro, apostou em projeto que trabalhava a timidez típica dos profissionais de TI
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Foto: Léo Pinheiro
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PoSição/Cio/EMPRESA 1º Ana Maria Veiga Franca, Transpetro 2º Ary dos Santos Rocha Júnior, União Atacado 3º Carlos Buss, Kraft Foods
bilizados para a equipe. Com investimentos de R$ 10 mil, basicamente voltados à alimentação e aos presentinhos distribuídos aos aniversariantes, os resultados da iniciativa estão atraindo a atenção de outras áreas da empre-
concursos mais recentes ou transferidos
sa. A equipe de Gestão de Mudanças da área de Re-
de outras áreas da empresa.
cursos Humanos avalia uma forma de introduzi-la
“Precisávamos ter um perfil mais
na empresa de forma mais ampla, enquanto a Gerên-
ou menos unificado e aculturá-los no
cia de Contabilidade (Gecont) inaugurou o encontro
modelo de negócio da Transpetro, in-
mensal Gecont em Movimento. O projeto também
centivando o aprendizado contínuo, o
concorre na categoria processo de gestão no Progra-
processo de comunicação interna e a
ma Inovar, da empresa.
integração entre as áreas”, conta a exe-
Além da melhoria no relacionamento entre as
cutiva, vencedora do prêmio Executi-
diversas equipes da Getic, composta pelas gerências
vo de TI do Ano na categoria Gestão de
de Sistemas, Relacionamento com Cliente, Infra-
Equipes. Foi assim que nasceu o Café
estrutura e Telecomunicações, e 12 coordenações,
com Conhecimento, evento patrocina-
também são marcantes benefícios como o desen-
do pela Gerência Geral de Tecnologia
volvimento pessoal dos coordenadores a partir da
da Informação e Telecomunicações (Ge-
prática de exposição em público e o melhor entendi-
tic), que já está em sua 35ª edição.
mento das necessidades de TI das áreas de negócios.
O encontro reúne todos os recursos
“Costumo dizer que o profissional de TI parece bicho
da TI em torno de temas que incluem des-
do mato. É muito fechado”, compara a CIO, dizendo
de os principais processos das áreas de
que, além das apresentações, já promoveu até con-
negócios até estruturas de governança
curso de bambolê para o pessoal se soltar. “E trazer
de TI, passando por gestão de mudança,
as áreas de negócios colabora para acelerar o conhe-
planejamento de ações previstas no pla-
cimento e prestar um serviço melhor.”
no tático da área e seu alinhamento ao
Ana, cuja carreira teve início como projetista
plano estratégico da empresa, metas e in-
de softwares, está acostumada à gestão de equipes.
dicadores, entre outros. As palestras são
“Por acaso lido com TI, mas gosto de gente”, diz. E
realizadas por profissionais convidados,
ela pode não ter ganhado o concurso de bambolê,
da própria companhia ou de empresas
mas não lhe falta jogo de cintura – como comprova
externas, ou mesmo da própria equipe,
a modéstia de estruturação do programa, que prima
que compartilham experiências, boas
pela continuidade. “Por incrível que pareça, nosso
práticas e conquistas. O evento ocorre no
maior desafio é conseguir o local para a realização
auditório da empresa, dura uma manhã
do evento”, resume. Como a equipe cresceu muito,
e tem início com um café da manhã para
torna-se necessário a utilização de dois auditórios,
integração das pessoas em um momento
em uma data fixa – sempre na última sexta-feira do
descontraído e é finalizado com a come-
mês. “Muitas vezes somos surpreendidos em cima
moração dos aniversariantes do mês. Na
da hora e temos que reprogramar a data para outra
semana seguinte ao evento, o material
mais próxima ou contratar espaço externo em local
das apresentações e as fotos são disponi-
perto da empresa.”
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Infraestrutura
No estado da
arte Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
EstratégIa dE multIsourcIng, ElaBorada por augusto antonIo carEllI FIlho, garantE à árEa dE tI da pIF paF um papEl maIs InFluEntE dEntro da EstratégIa corporatIva Sustentar o crescimento vertiginoso de uma companhia não é tarefa das mais fáceis – principalmente para o setor de tecnologia da informação, desafiado pela ampliação das demandas e por orçamentos comprimidos, com verbas direcionadas principalmente às áreas relacionadas à produção. Esse é o cenário vivido pela Pif Paf, maior empresa do setor de alimentos em Minas de carnes e massas. Com faturamento superior a R$ 1,2 bilhão no ano passado e situada entre as dez maiores no ranking de vendas
Foto: Guilherme Bergamini
Gerais na produção de industrializados
do setor de aves e suínos do País, a comvendas e logística com números
panhia tem 45 anos, seis unidades industriais e mais de 7,3 mil funcionários. Dobra de tamanho a cada cinco anos desde 1996 e projeta crescimento orgânico de 20% para 2013. A TI faz sua parte, por trás de áreas de excelência como
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Carelli, da Pif Paf: “Objetivo é buscar uma TI empreendedora, componente e parceira do negócio”
expressivos, como 14 mil pedidos analisados em bloco por dia e 80 mil entregas por mês. “A excelência de serviços de TI sustenta a agilidade de proces-
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sos”, observa o CIO Augusto Antonio Carelli Filho, que ingressou na companhia em 1990. Ele já respondeu pela área de Planejamento e, desde 2007, comanda a TI em linha direta com a presidência da empresa. Quando assumiu a função, o execu-
PoSição/Cio/EmPRESA 1º Augusto Antonio Carelli Filho, Pif Paf Alimentos 2º Wandair José Garcia, WEG 3º Roberto Newton Carneiro, Sodexo
tivo observou um paradoxo: apesar de entregar resultados excelentes, a área era duramente criti-
impressão), entre diversos outros pro-
cada por qualquer problema e seria necessário es-
cessos que sustentam a infraestrutura,
truturar soluções que permitissem atuação como
sempre com upgrade planejado – o ci-
alavanca das demandas, ao invés de estar sempre
clo de atualização do parque de note-
a reboque delas. “O objetivo é buscar uma TI em-
books, por exemplo, é de 27 meses, en-
preendedora, componente e parceira do negócio”,
quanto o de impressoras cumpre três
descreve Carelli.
anos e o ambiente SAP, quatro. Outra
Foi assim que, para dar suporte ao planejamen-
medida foi tornar a padronização uma
to estratégico quinquenal da companhia desen-
palavra de ordem. “Criamos modelos
volvido em 2006/2007, decidiu-se fazer da TI um
para cada tipo de negócio, de modo
agente de inovação corporativa. Para manter a dis-
que possam ser facilmente reaplicados
cussão de investimentos em TI focada nas soluções
no caso de criação ou aquisição de no-
de negócios, e não na infraestrutura, e reforçar seu
vas unidades”, relata Carelli, vencedor
papel da TI como instrumento de inovação e trans-
do Executivo de TI do Ano, na categoria
formação, uma das iniciativas foi fazer com que ta-
Infraestrutura.
refas como atualização tecnológica e manutenções
Além disso, a estruturação de um
passassem a compor um pacote de orçamento pré-
Plano de Comunicação direcionado
-aprovado, por meio de contratos de outsourcing.
aos diferentes níveis da empresa per-
A aquisição de TI como serviço possibilitou
mitiu diálogo mais fluente. O primeiro
tirar o foco de investimentos de retaguarda tecno-
passo foi envolver o público estratégi-
lógica e colocar o tema em pauta somente quando
co em um processo de avaliações pe-
diretamente associado a um resultado de negócio.
riódicas do serviço prestado, por meio
Os ciclos de atualização previstos em contrato e
de uma Ouvidoria Ativa, outra iniciati-
investimentos basicamente por meio de despesas
va foi a criação dos Fóruns de Inovação
operacionais (OPEX) eliminaram a necessidade
de TI, para promover o alinhamento
de discutir orçamentos ponto a ponto e permiti-
dos projetos de TI às necessidades es-
ram manter a infraestrutura de TI sempre no es-
tratégicas de cada área de negócio e o
tado da arte, mesmo com capital voltado preferen-
comprometimento dessas áreas com
cialmente a suportar o crescimento dos volumes
tais projetos. Como resultado, as críti-
de produção.
cas e sugestões permitiram, nos últi-
O processo de multisourcing se apoia em um
mos cinco anos, fazer o índice de satis-
punhado de fornecedores que inclui HP e Trinitè
fação passar de 80% para picos acima
(notebooks), Microcity (desktops e servidores de
de 95%. Além disso, como frisa Carelli,
aplicação), Oi (telecomunicações), HP e MySAP
a TI participa e influencia processos de
(ambiente de missão crítica) e Lexmark (parque de
expansão e aquisições (M&A).
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Mobilidade
Começo
ousado
Vencedor da categorIa moBIlIdade, telmo PereIra, cIo da amIl, aPostou no conceIto de multIcanaIs ao InVestIr em aPlIcações móVeIs
Foto: Ricardo Benichio
Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
O papel da tecnologia da informação na área da Saúde é intenso. Seus impactos são sustentados por uma vasta gama de aplicações, que vão desde a melhoria nas tomadas de decisões clínicas até a
Pereira, da Amil: “O médico pode acessar seu prontuário e até compartilhar uma consulta, caso o paciente chegue antes dele no hospital”
tervenções, telemedicina e automação de processos usando robótica, dentre tantas outras. Este panorama de evolução constante agora é coroado pelo desenvolvimento da computação móvel,
educação de profissionais e pacientes,
que reúne cada vez mais funcionalida-
passando pela otimização na gestão dos
des e capacidade de processamento nos
processos de organizações, apoio em in-
dispositivos móveis.
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Mobilidade
POSiçãO/CiO/EMPRESA Para inserir a Amil neste novo cenário e manter a empresa em sintonia com o mercado global – em outubro último, a operadora norte-americana
1º Telmo Pereira, Amil 2º Antônio Felipe Redondo de Oliveira, Banco Pine 3º Margareth Ortiz de Camargo, Hospital Sírio-Libanês
United Health adquiriu 90% da empresa, por 5 bilhões de dólares –, a empresa empenhou-se em um
Outro foi o aplicativo Amil Corretores, para
projeto com objetivo de desenvolver um conjun-
iPad, que oferece plataforma de auxílio às ven-
to de aplicativos móveis em dispositivos iPhone
das com funcionalidades como rede creden-
e iPad para os públicos beneficiários, corretores e
ciada, simulador de preço, gestão de proposta,
médicos. “A operadora tem um grande público que
campanhas, extratos de pagamento e contato
precisa utilizar os dispositivos móveis, pois precisa
por regional. Desde seu lançamento, em agos-
se deslocar com frequência e realizar transações
to de 2011, destacam-se os acessos a Busca de
eletrônicas em locais onde não há um computador
Rede e Status das Propostas – mais de 3 mil. Já
com conectividade”, descreve o CIO Telmo Pereira,
o Amil Médicos foi desenvolvido para iPhone e
ganhador do prêmio Executivo de TI do Ano na ca-
iPad e oferece funcionalidades como relatórios
tegoria Mobilidade.
de pagamento, lista de redes, rede credenciada,
Segundo ele, a motivação para adoção da mo-
tabelas Anvisa, CID e Rolans e manual Merck –
bilidade tem em vista dar acesso a colaboradores,
estas duas últimas são os destaques, com mais
prestadores de serviços, consultórios médicos, la-
de 10 mil acessos cada. “O médico pode acessar
boratórios e clientes de forma a entregar serviço de
seu prontuário e até compartilhar uma consul-
qualquer local. A Amil investe para ser uma empre-
ta, caso o paciente chegue antes dele ao hospi-
sa móvel, diz, com base na visão de fazer com que
tal”, exemplifica o CIO.
o cliente se desloque apenas quando precisar de
Pereira explica que o maior desafio para
um ato médico. “Se for para verificar a rede, marcar
chegar neste ponto foi desenvolver aplica-
consulta ou fazer pagamento, ele escolhe que tipo
tivos em uma plataforma até então desco-
de acesso quer ter”, defende. O conceito multicanal
nhecida e planejar ao máximo o nível de
permite a solicitação de informações e benefícios
reusabilidade dos componentes, com arqui-
nas agências, por telefone, internet, e direciona os
tetura orientada a serviços. “Os aplicativos
esforços. “Os sistemas nascem na web e, se possível,
foram desenvolvidos em linguagem nativa da
são transformados em mobile”, descreve.
plataforma móvel acessando uma camada de
Responsável por orçamento superior a R$ 100
serviços contendo as regras de negócios ex-
milhões, a área de TI empenhou-se na construção
postas nos servidores”, detalha. Isso permitiu
de aplicativos com base em um planejamento con-
desacoplar a camada de apresentação da ca-
templando funcionalidades, usabilidade e seguran-
mada de negócio e a reutilização dos serviços
ça. Um dos resultados foi o aplicativo Amil Clientes,
expostos em diferentes canais, como o portal
para iPhone, lançado em outubro de 2011. Desenvol-
web, quiosques de auto-atendimento e URA.
vido para trazer mais facilidades para os beneficiá-
E apesar do pioneirismo na quantidade de
rios, oferece funções como busca da rede creden-
funcionalidades e na diversidade de públicos
ciada, cartão de identificação, status de reembolsos,
suportados, ele avisa que foi só o começo. “O
boletos e atendimento. Só a Busca de Rede já soma
Roadmap 2013 trará mais funcionalidades e
mais de 77 mil acessos.
incluirá dispositivos Android”, antecipa.
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OperaçãO, prOcessOs e GOvernança
Certificações
inéditas
Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
Com quadro de pessoas fIxo há CInCo anos, CIo da VotorantIm IndustrIal, faBIo farIa, foCa goVernança e mostra preoCupação Constante Com qualIfICação da tI
da empresa perante as regras definidas por Sarbannes-Oxley (Sox). “É a primeira empresa industrial de que se tem notícia que conseguiu a certificação com sua TI
Faria, da Votorantim Industrial: “As certificações são usadas como instrumento de alavancagem de boas práticas da empresa para fora”
interna”, comemora o executivo. No ano passado, 70% dos processos
A conquista da certificação na norma
atingiram o nível Cobit 4, sendo os
ISO 20 mil levou o diretor corporativo de
demais situados no nível 3. Tam-
TI da Votorantim Industrial, Fábio Faria, a
bém em 2012, foi obtida a recerti-
vencer o prêmio Executivo de TI do Ano
ficação ISAE 3402 Tipo II – Gestão
na categoria Operação, Processo e Go-
de Demandas, Projetos, Mudanças,
vernança. Não é à toa. Esta é a primeira
Segurança Acesso Informações e
vez que uma área interna de TI de uma
Nível de Serviços.
empresa do segmento industrial obtém a certificação na América Latina.
Com a quebra do primeiro paradigma, abriu-se a possibilidade de
A área é responsável por uma estru-
repetir-se o pioneirismo e alcançar
tura de tecnologia que atua no Brasil e em
a certificação ISO 20 mil – definindo
mais 20 países conectados ao redor do
melhores práticas em sintonia com
globo, exigindo a formatação de um mo-
o ITIL (Information Technology In-
delo de governança robusto e aderente
fraestructure Library). O desafio tor-
às melhores práticas globais. O percurso
nou a motivação ainda maior e foi o
da conquista começou em 2006, quan-
grande incentivo que movimentou
do teve início o trabalho em framework
uma equipe de 20 funcionários por
Cobit. “Abriu o leque de opções para ob-
14 meses, de julho de 2011 a novem-
termos outras certificações”, diz Faria.
bro de 2012, com apoio de consul-
À auditoria bienal Cobit seguiram-se a
torias como Brunise, especialista
recertificação anual Competence Center
que ajudou a preparar processos e
SAP AG (a partir de 2007) e a ISAE 3402
organização para avaliação e elimi-
(antiga SAS-70, a partir de 2010), atestan-
nação de gaps.
do a capacitação das pessoas e dos pro-
A adequação dos 77 processos
cessos de TI e garantindo a governança
de gestão de TI com 295 itens de
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PosIção/CIo/EMPrEsA controles (planejamento e implantação, entrega de serviços,
1º Fabio Faria, Votorantim Industrial 2º Eliezer Marin, Votorantim Metais 3º Adriana Bianca, Henkel
relacionamento, solução, liberação e controle) consumiu R$ 500 mil, 1,2 mil horas de treinamento da equipe responsável e seis mil horas de trabalho, e contou com a colaboração da inglesa BSI (British Standards Institution), organização certificadora registrada. “O cronograma de trabalho foi cumprido
os continentes e responde por um parque
sem qualquer desvio”, diz o diretor.
que conta, por exemplo, com 20 mil PCs e
Segundo Faria, a disciplina e a continuidade aplicadas
10 mil usuários SAP – com apenas 125 pes-
para seguir e melhorar as referências faz a combinação tec-
soas, número que é mantido há cerca de
nologia e governança alcançar resultados fantásticos. Hoje a
cinco anos. “Mostra o nível de governan-
área que comanda atua em duas dezenas de países em todos
ça que atingimos. Quando tem ineficácia Foto: Ricardo Benichio
acaba aumentando o quadro”, justifica. O executivo, que ingressou na companhia em 2000, egresso da Basf, conta que os objetivos desta iniciativa se relacionam com a busca permanente de estabilidade e maturidade nos níveis de serviços prestados por TI às unidades de negócio industriais. “Em linha com estes objetivos, os serviços já apresentam um nível de qualidade adequado. Mas realizamos pesquisas de satisfação distintas e com periodicidades que variam de acordo com o escopo envolvido, visando identificar oportunidades de evolução”, observa. O foco em evolução permanente afasta a acomodação e ele garante que não vai parar por aí. “Este ano, já estamos trabalhando forte na certificação ISO 27.001, voltada à segurança, e ISO 9 mil, de qualificação de serviços”, antecipa. “Além de mostrar a qualificação diferenciada da TI para a própria companhia, as certificações são usadas como instrumento de alavancagem de boas práticas da empresa para fora, dando conforto para os stakeholders.”
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Segurança, controle e riScoS
Segurança como cultura Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
Projeto multIdIscIPlInar e com forte cunho educacIonal ajuda o GruPo anGelonI a conscIentIzar funcIonárIos soBre sI
O Grupo Angeloni, que completa 55 anos em 2013, apostou na multidisciplinaridade para enfrentar o desafio da segurança de informação (SI). A empresa tem origem familiar e é a maior da área varejista de Santa Catarina. Conta com uma rede composta por mais de duas dezenas de supermercados, outras tantas farmácias, quase uma dezena de postos de combustível e mais de 10 mil funcionários – boa parte deles atuando na área operacional, recém-inseridos no universo digital e com baixo nível de conhecimentos técnicos de informática ou de maturidade no que tange à segurança. “Nossos colaboradores ainda estão na geração 1.0 em relação aos cuidados e proteções necessárias nesta nova era digital”, pontuou o CIO Norberto Colla, vencedor do prêmio Executivo de TI do Ano, na categoria Segurança, Conprojeto de educação desenvolvido para enfrentar o desafio de aculturar as equipes em relação às ameaças digitais.
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Foto: Divulgação
trole e Riscos. O feito está relacionado ao
Colla, da Angeloni: “Este ano vamos avançar mais uma etapa com algumas lições, pois mudanças culturais são desenvolvidas e não impostas”
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Depois de definir a necessidade de um programa de conscientização, a grande questão colocada de início foi como ensinar as pessoas o básico do básico, incluindo questões como não compartilhar senhas ou não usar o e-mail corporativo para fins pessoais – temas simples e elementa-
Posição/Cio/EMPrEsA 1º Norberto Colla, Angeloni 2º Vanderlei Ferreira, EDP Energias do Brasil 3º Álvaro Adriano Martins, Petrobrás
res para as equipes de tecnologia, mas nem sempre tão familiares para o grande público em geral. A solução foi desenhada em um planejamento que, ao longo do ano passado,
situações onde a segurança da
acarretou o desenvolvimento de um programa completo e
informação se torna necessá-
amplo que deu origem ao projeto “Segurança da Informa-
ria, também foi detalhado em
ção para Todos – do Presidente ao Operador de Caixa”, que
palestras realizadas ao longo
incluiu várias frentes de trabalho, entre elas, a criação de
de 2012. O Dia Internacional da
um departamento dedicado à Segurança da Informação, a
Segurança da Informação (30
aquisição de uma solução de controle de conteúdo web e
de novembro) foi marcado pelo
prevenção à perda de dados (DLP) com a Checkpoint, testes
envio de novos materiais e pela
de intrusão e blindagem do site e reforço das políticas de
montagem de vídeos com ins-
end point com produtos da Symantec.
truções rápidas e simples, que
Também foi criada uma série de atividades voltadas a conscientizar os funcionários a respeito do grande volume
serão exibidas nas lojas para todos os funcionários.
de golpes digitais existentes e como eles estão mais presen-
No transcorrer das ativi-
tes hoje no dia a dia do que se imagina normalmente. A solu-
dades, os primeiros resultados
ção foi adotar linguagem simples, objetiva e ilustrada para
foram percebidos e ajudaram a
destacar os cuidados necessários, principalmente com a
modelar as etapas subsequen-
internet, e atingir todos os setores da empresa. Além da sim-
tes, com foco em conscienti-
plificação, outro desafio era a logística, para fazer com que a
zação contínua. Os incidentes
informação chegasse a todas as lojas da mesma forma que
relacionados à segurança de
os escritórios administrativos. As metas incluíram, ainda, le-
informação sofreram redução
var a sensibilização adquirida para fora da empresa, já que
mês a mês, alinhados com o
os indivíduos hoje também interagem com o mundo digital
crescimento na distribuição das
por meio de equipamentos pessoais tão corriqueiros quan-
dicas de segurança. O proces-
to celulares, TVs e PCs domésticos e estão expostos a falhas
so, porém, não se encerrou no
de segurança também em casa, convivendo com vulnera-
ano passado. “Este ano vamos
bilidades que podem ser levadas à companhia.
avançar mais uma etapa com
O processo foi articulado com as demais áreas da em-
algumas lições um pouco mais
presa, em especial Jurídico e Recursos Humanos. “Este é
avançadas, pois mudanças cul-
um projeto multdisciplinar, necessita do apoio de todas
turais são desenvolvidas e não
as áreas”, reforçou Colla, que está na empresa há 27 anos.
impostas”, conta o executivo.
A PPP Advogados, de Patricia Peck, colaborou na elabora-
Em 2013, está previsto um novo
ção de uma cartilha ilustrada de segurança da informação
ciclo de conscientização para
para levar o conhecimento ao grande público de forma
atualização e orientação de no-
simples e direta. O conteúdo da publicação, com foco em
vos funcionários.
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SuStentabilidade
Rumo ao
digital
Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
VIrtualIzação de processos na receIta Federal economIza papel, recursos de tI e FacIlIta VIda do contrIBuInte Os trâmites da Receita Federal são fortemente suportados por tecnologia da informação, sejam eles internos ou envolvendo relacionamento com cidadãos e sociedade. Há alguns anos, o órgão começou também a investir em um processo de virtualização de algumas ações para ganhar mais agilidade e transparência à significativa quantidade de processos em andamento – hoje são contabilizados 2,7 milhões de dossiês digitais. A decisão de digitalizar essa montanha de documentos teve início há dois anos e obrigou a instituição a sustentar duas operações concomitantes, já que, ao mesmo tempo em que novos processos eram abertos em formato digital, outros em andamento estavam em papel, exigindo uma imensa tarefa de escaneamento. Mas, na medida em que a implantação avançava, a celeridade evoluiu e a visibilidade também. Hoje todo processo pode ser visualizado em qualquer um
Claudia, da Receita: “Tem colega que diz que sou obstinada. Sou tinhosa. Adoro ter ideias e perdi o remorso de ser workaholic”
dos 700 pontos de atendimento distribu-
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Posição/Cio/EMPREsA 1º Claudia Maria Andrade, Receita Federal 2º Álvaro Adriano Rocha Martins, Petrobrás 3º Aurélio Conrado Boni, Banco Bradesco
utilização dos recursos humanos dentro das unidades”, comemora. “Com menos contribuintes precisando comparecer presencialmente, parte dos servidores do atendimento podem ser alocados em outras atividades.”
Foto: Roberto Jayme
O projeto foi implantado em duas etapas. ídos pelo País. Além disso, a rastreabilidade
No primeiro momento, entrou no ar as fun-
simplificada agilizou os trâmites dentro
cionalidades de consulta (à relação de pro-
da Receita e facilitou a movimentação de
cessos, ao histórico de movimentação e as
processos, permitindo a uma delegacia de
informações e aos documentos do processo)
julgamento menos congestionada absorver
e, no segundo, a possibilidade de responder
ações de outras com superlotação.
a uma intimação. As informações abrangem
Com a casa arrumada, era hora de pro-
os processos da Receita Federal, da Procura-
porcionar mais facilidades também para o
doria da Fazenda Nacional e do Conselho Ad-
contribuinte. Foi assim que nasceu o projeto
ministrativo de Recursos Fiscais (estes dois
e-Processo Internet – Módulo Contribuinte,
últimos órgãos do Ministérios da Fazenda).
permitindo acesso aos processos de forma
O acesso se dá com Certificado Digital, com
transparente, rápida, econômica e mais cô-
exceção das consultas a relação de processos
moda. O módulo permite consultar a rela-
e ao histórico de movimentação que podem
ção de ações, o histórico de movimentação
ser feitas com código de acesso.
do mesmo, informações complementares,
O alto grau de integração – com os inú-
bem como juntar documentos ao processo
meros sistemas como os que controlam os
e responder a uma intimação.
processos, os cadastros de pessoas físicas
Segundo a coordenadora-geral de Tec-
e de jurídicas, a aplicação que envia infor-
nologia da Informação da Receita Federal,
mação ao contribuinte, o sistema de recur-
Claudia Maria de Andrade, vencedora do
sos humanos etc. – foi um dos principais
prêmio Executivo de TI do Ano na catego-
desafios da iniciativa. Outro, foi a solução
ria Sustentabilidade, a iniciativa consumiu
de integração de acesso pela internet às
investimentos de R$ 2,3 milhões e, apesar
bases da Receita Federal de forma segura
do cronograma inicial ter sido excedido em
e com rastreabilidade, garantida com o uso
seis meses, no ano passado, mais de 1,2 mi-
do Certificado Digital obrigatório na maior
lhão de acessos foram feitos ao e-Processo
parte das funcionalidades. Agora a meta
Internet - Módulo Contribuinte. Segundo
é aumentar a base de contribuintes que
ela, isto se traduz em maior comodidade e
acessam os seus processos pela internet e
rapidez para o contribuinte e menos impac-
permitir que a pessoa possa protocolar um
to nas unidades de atendimento, além de
processo sem precisar ir a uma unidade
economia de papéis impressos e a melhoria
de atendimento. As dificuldades, porém,
no atendimento presencial para os contri-
não deixam a executiva desanimada. “Tem
buintes. “O sistema permite que o contri-
colega que diz que sou obstinada. Sou ti-
buinte tenha acesso a seus processos de for-
nhosa”, garante. “Adoro ter ideias e perdi o
ma mais célere e cômoda e a otimização da
remorso de ser workaholic.”
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TI coMo parceIra do NegócIo
Foco no processo Martha Funke, especial para inForMationWeek Brasil
Jane RIccI noRonha, cIo da GafIsa, aptou poR tRaBalho maIs lonGo, mas que Impactou atIvIdades de dIveRsas áReas da companhIa A solicitação parecia simples: tratava-se apenas de emitir automaticamente contratos de venda nos stands instalados nos edifícios em obras. Mas a CIO da Gafisa, Jane Ricci Noronha, identificou a oportunidade de ir além e resolver de uma vez uma dificuldade que costumava deixar os clientes agastados – a morosidade na emissão dos documentos relacionados à aquisição de seu imóvel. Ao invés de oferecer um projeto pontual, mas incompleto, dedicou-se à desenhar o processo do começo ao fim, identificar rou um pouco mais e sacudiu diversas áreas da empresa, mas o resultado compensou. Antes, o prazo para a emissão do contrato alcançava até 42 dias. Agora, consome menos de uma semana.
Foto: Ricardo Benichio
seus gargalos e propor soluções. Demo-
Jane, da Gafisa: “É preciso o convencimento de que não sabemos o tamanho do problema, e que isso só fica claro com desenho e avaliações dos resultados”
de incorporação e construção no Brasil com foco no merca-
A análise da requisição da área de
do residencial, que atua por meio das marcas Gafisa, Tenda
vendas expôs uma dificuldade que im-
e AlphaVille, tem ações negociadas na Bolsa de Valores de
pactava tanto a satisfação dos clientes
São Paulo desde 2006, e desde 2007 é a única companhia
quanto o fluxo de caixa da companhia,
do mercado imobiliário brasileiro com ações negociadas na
uma das maiores empresas do mercado
Bolsa de Nova York. Para avaliar a melhor solução, a suges-
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tão de Jane foi descrever todas as etapas do processo envolvido entre a venda no stand até a entrada do dinheiro no caixa. Depois de identificar que o tempo entre venda e faturamento era de 1, 20 e 42 dias, dependendo da marca, nasceu o programa Vender, com objetivo de reduzir os prazos para no máximo 48 horas e que foi iniciado em maio de 2011 com orçamento de 10 milhões de reais. Os resultados em dezembro do ano passado já representaram retorno estimado de 20 milhões anuais para a companhia. O programa contou com objetivos escalonados
PoSição/Cio/EmPRESa 1º Jane Ricci Noronha, Gafisa 2º José Pires da Costa, Ecad 3º Sérgio Barreto, Grupo Cornélio Brennand
de curto, médio e longo prazo. A previsão inicial da consultoria de processos para a implementação to-
pida e emergencial e manter o
tal, inicialmente estimada em até dois anos e meio,
foco no resultado ao longo de
caiu praticamente pela metade e o programa foi es-
uma carreira que conta com
truturado em 18 meses e 12 projetos. “O redesenho
passagens por empresas líde-
trouxe várias melhorias em tecnologia e processos
res em seus segmentos, como
que não teríamos obtido e nem conheceríamos se
Ambev e Camargo Correia.
tivéssemos partido para uma simples implementa-
Assim, desenvolveu a habili-
ção de emissão automática de contratos no sistema
dade de explicar cuidadosa-
atual”, descreve Jane Noronha, vencedora do prê-
mente e se fazer entender que
mio Executivo de TI do Ano na categoria TI como
a solução para um problema
Parceira do Negócio.
nem sempre é desenvolver
No que diz respeito à tecnologia, a arquitetura
um sistema, mas olhar o pro-
SOA também ajudou a endereçar problemas antigos
cesso como um todo de forma
e constantes de integração entre sistemas e platafor-
a melhorar o resultado.
mas. A empresa agora conta com uma plataforma de
A experiência consisten-
vendas robusta, segura, confiável e escalável e, das
te rendeu respeito. “É preciso
suas três marcas, duas já rodam a nova tecnologia.
o convencimento de que não
Outro diferencial do programa, segundo Jane, foi o
sabemos o tamanho de um
foco rígido na diminuição do lead time, mesmo com
determinado problema, e que
várias descobertas de outras melhorias sensacionais
isso só fica claro com desenho,
no caminho. Uma delas estava relacionada ao pro-
medições e avaliações dos re-
cesso manual de conferência de documentos. “Ape-
sultados”, conta Jane. De acor-
sar do grande número de conferências, o índice de er-
do com ela, a postura paciente
ros também era alto”, diz ela. A solução foi selecionar
não era natural dentro da em-
as etapas que realmente fazem diferença, medindo
presa, mas depois de compro-
os erros e acompanhando de perto as melhorias. “Já
vada sua eficácia o quadro mu-
diminuiu bastante o tempo gasto com isso.”
dou. “Hoje quando apresento
A CIO desenvolveu a habilidade de olhar um projeto inteiro ao invés de focar em uma solução rá-
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um processo todos param para ouvir”, exemplifica.
iwb
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Tendência
No cerne da
coMunidade
I
magine a seguinte cena: um pai começa a ouvir
Vitor CaValCanti*
vos e descritas nesta reportagem.
música com o filho, mas usando a mídia CD, cada
Fugir, resistir ou relutar, como sempre, não é a me-
vez menos difundida entre as gerações mais no-
lhor alternativa. Basta lembrar o que aconteceu em
vas. Entre uma conversa e outra, o filho de 21 anos
diversas corporações que tentaram inibir o acesso as
vira-se ao pai e diz que não gosta de escutar suas
redes sociais, que, com a proliferação dos smartpho-
canções favoritas da forma como eles estavam
nes, veio por água abaixo. Ok, o funcionário não usava
fazendo. O motivo? Não era possível dividir o áudio ou
o equipamento corporativo, mas, em diversos momen-
divulgar os dados da música com os amigos de forma
tos, fazia uso da banda da empresa. "A web cumpriu
simples. Esse ato de compartilhar é cada vez mais evi-
três passos: comercial, social e pessoal. Hoje você pode
dente e vem causando rupturas econômicas, sobretu-
usar informação das pessoas no Facebook e comparti-
do, na forma como as corporações tocam seus negócios,
lhar, reconectar, trocar experiências. Como temos que
inovam e fazem concessões ao modo de trabalho de
reagir? Acredito que abraçar a tendência seja a melhor
seus funcionários. A cena descrita é real e foi vivida por
forma, ela já está acontecendo", aconselha Martin Rei-
JP Rangaswami, cientista chefe da Salesforce, e está lon-
ter, vice-presidente da airbnb, empresa fundada em São
ge de ser única.
Francisco em 2008 e que se autodefine como um mer-
Num mundo onde apenas o Dropbox tem um bi-
cado comunitário.
lhão de arquivos compartilhados diariamente por seus
Se voltarmos no tempo, como recomenda Ran-
300 milhões de usuários, não se pode esperar outra coi-
gaswami, para o início das civilizações, o compartilha-
sa além de formas de colaboração onde o prefixo "co"
mento sempre esteve presente, sendo algo natural do
passa a ser figura comum no ambiente corporativo. Se
ser humano. Mesmo quando se formaram as primeiras
no passado era estranho abordar inovação aberta, hoje
comunidades, nos moldes como conhecemos hoje, os
a coinovação ganha força em empresas de todos os por-
atos de ajudar e se conhecer reinavam. Quantos episó-
tes, como a petrolífera Shell. As pessoas querem cola-
dios vocês já viram, por exemplo, de uma comunidade
borar, cocriar, codesenvolver, conavegar e, ao que tudo
se reunir para reconstruir a casa de alguém que perdeu
indica, trata-se de um caminho sem volta. A CeBIT 2013,
tudo em um desastre natural? Além disso, o fenômeno
um dos principais eventos de tecnologia do mundo, se-
do compartilhar é acompanhado do saber sobre a vida
diado em Hannover, na Alemanha, abordou o assunto
alheia. Tudo o que é feito hoje nas redes sociais já exis-
dentro do seu tema central, chamando o momento de
tia, sem a escala atual obviamente. Nos vilarejos, era
Shareconomy, algo como economia do compartilha-
normal saber a rotina de cada família, quando ela ia às
mento, na tradução literal, e foi lá que a IW Brasil ouviu
compras, com que frequência participava dos cultos
as estórias e informações compartilhadas por executi-
e assim por diante. Então, como compara o cientista, o
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Rangaswami, sa Salesforce: “Tudo o que é feito nas redes sociais hoje já existia, sem a escala atual”
Foto: Deutsche Messe
Algo nAturAl Ao comportAmento humAno, o Ato de compArtilhAr voltA A gAnhAr forçA e escAlA no mundo digitAl trAzendo mudAnçAs ímpAres Ao Ambiente empresAriAl, que, Ao mesmo tempo, podem gerAr boAs oportunidAdes de negócio
ção na quantidade de chamadas telefônicas. Há dez anos, um adolescente poderia passar horas conversando com um amigo. Ou ligava apenas para que o outro ouvisse determinada música que tocava na rádio. Hoje, com um iPod em mãos, ele é capaz de compar-
que acontece, neste momento, é ape-
to geral”, avalia Rangaswami. “Compar-
tilhar dados completos do artista que
nas um resgate de valores.
tilhar está na nossa cultura, trata-se de
está escutando com a rede de amigos
uma redescoberta. As novas gerações
e, ao mesmo tempo, definir uma saída
compartilham tudo, até a comida.”
noturna com um grupo mais reduzido.
“Onde eu nasci eu buscava cigarros na venda sem dinheiro na mão, era de uma comunidade onde todos se co-
Toda essa viagem teórica serve de
A praticidade e a agilidade, antes ex-
nheciam. Todos sabem o que acontece
grande embasamento para se avaliar o
clusivas do mundo corporativo, foram
com você. Eu nasci 1967, não faz tanto
momento vivido pela sociedade e pelo
amplamente incorporadas no dia a dia
tempo assim. Culturalmente, as pesso-
mundo empresarial. A digitalização de
das pessoas.
as estão retomando um comportamen-
processos e atividades tem atingido
Tais comportamentos ganharam
to comum há três mil anos, quando as
níveis inimagináveis há alguns anos,
ainda mais amplitude com a difusão
pessoas sabiam tudo umas das outras,
acelerando ou modificando a execu-
das redes sociais, o barateamento do
vivíamos em comunidades em que o
ção de coisas rotineiras. Um exemplo
ponto de acesso e a popularização dos
estilo era público, o livro que você lia,
simples de mudança comportamental
serviços em nuvem – tanto corporati-
seus hábitos, tudo era de conhecimen-
propiciada por esse momento é a redu-
vos quanto para uso residencial –, tra-
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Tendência
Compartilhar é Coinovar zendo desafios para a gestão do ambiente empresarial, implicando, inclusive, na necessidade de se modernizar as leis trabalhistas. Na abertura da CeBIT, a chanceler alemã Angela Merkel, por exemplo, chamou a atenção para o espaço que a internet ganhou nas mais diversas atividades e no poder que a ponta ganhou com essa comunicação de massa. “É difícil alguém ficar satisfeito com a primeira opinião, cada um quer o direito de dizer o que pensa, o que usa, o que é certo ou errado, e isso representa uma nova forma de relacionamento. A demanda da disponibilidade crescerá, será preciso estar online 24 horas por dia. A situação do trabalho muda. E é preciso entender a mudança de comportamento para melhor se relacionar. A plataforma surgiu e todos compartilham o que querem.” A fala da chanceler de que todos compartilham o que querem representa, realmente, a realidade atual. Olhe para o Instagram, para o Facebook e para o Twitter, só para citar alguns dos principais pontos de compartilhamento de conteúdo. As pessoas internalizaram esses meios de tal forma que narram suas vidas nessas plataformas. O problema, entretanto, surgiu, quando esse comportamento invadiu as fronteiras empresariais. Se antes compartilhar se restringia a um documento na intranet ou à troca de emails no ambiente corporativo, hoje, é comum encontrar funcionários enviando documentos para o Dropbox para continuar o trabalho em outro momento. Nas próprias redes sociais, os colaboradores reclamam de situações vivenciadas na companhia ou mesmo mencionam acontecimen-
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tos que, muitas vezes, não deveriam ser Em tempos de economia do compartilhamento, o trabalho colaborativo nunca foi tão ativado como antes. Há tempos se fala de inovação aberta ou de inovação colaborativa, mas as empresas sempre tendiam ao medo, à insegurança, mas esse tipo de sentimento tem dado espaço a ações ousadas e, com isso, à adesão de companhias de grande porte nesse mundo da coinovação. Um exemplo é a Shell, que tem buscado apoio, sobretudo, em seus parceiros tecnológicos. “Inovar é sempre um desafio, mas criamos uma forma construtiva de fazer isso, as empresas com as quais nos relacionamos investem muito em inovação. Precisamos trabalhar juntos, unir forças dos times para atender a todos os desafios”, explicou Arjen Dorland, vice-presidente de TI técnica e competitiva. Na lista de parceiros estão empresas como Cisco, HP, IBM e Microsoft, além de universidades de diversas partes do mundo. Dorland mostrou ainda que essa cocriação tem sido incentivada inclusive internamente. Eles possuem na Shell uma espécie de rede social chama Sirius Online que congrega funcionários, grupos, provedores de softwares e serviços, todos em um ambiente que permite um amplo trabalho colaborativo. “A abordagem da empresa é a realização da inovação passando por TI, somos uma empresa de TI como nenhuma outra. É uma questão de competitividade. Mas para ser mais rápido, precisamos unir esforços.”
divulgados. E, para lidar com isso, cada vez mais as empresas investem em ambientes digitais que permitem não apenas o compartilhamento como, também, o trabalho conjunto. É verdade, no entanto, que esses ambientes ainda não funcionam em sua plenitude. Como aponta uma pesquisa apresentada pelo CEO global da Siemens Enterprise Communication, Amid Akhavan, 79% das pessoas estão inseridas em um ambiente digital, o problema, entretanto, está no fato de elas não estarem engajadas, ou seja, não usam todas as possibilidades existentes. “O ambiente de trabalho tem mudado nos últimos anos, as equipes são diferentes e nossos clientes esperam que trabalhemos de forma diferente. Tradicionalmente, levávamos uma nova ferramenta falando em redução de custos, passamos a falar em eficiência operacional, aí veio colaboração e produtividade em equipe e hoje o discurso está em vantagem competitiva. Saímos do mundo tático para o estratégico”, argumenta. E essa guinada para o mundo estratégico passa por aplicar tecnologia na empresa entendendo cada vez mais do ser humano. Há tempos se fala da era do consumidor rei, especialmente, para empresas varejistas. Mas se ampliarmos nosso escopo de visão, o consumidor é qualquer um que dependa de nossos serviços ou que tenha atividade vinculada à nossa. Como bem resumiu o presidente da Federação Alemã de Tecnologia da Informação, Telecomunicação e Novas Mídias (Bitkom), Dieter Kempf, vivemos a economia dos cidadãos. IW Brasil | Março InformationWeek Brasil |Janeirode de2013 2010
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Foto: Deutsche Messe
Angela: “A demanda da disponibilidade crescerá, será preciso estar online 24 horas por dia”
Ele lembra que temos um consu-
das empresas e da inovação. Música,
midor que cria e compartilha e que
filme, saúde, bancos, a revolução está
estamos em um mundo onde o ta-
em todos os lados”, divagou Kempf.
manho da empresa já não diz muito
Os avanços tecnológicos têm cau-
sobre sua capacidade de inovar ou de
sado muita repercussão e preocupa-
acessar tecnologias de vanguarda. O
ção. Mas as oportunidades são imen-
melhor exemplo foi a popularização
sas, basta olhar ao redor, entender essa
do modelo de cloud computing, que
mudança comportamental e aplicar a
permitiu que qualquer companhia ti-
tecnologia de forma que ela esteja em
vesse um bom processamento e esca-
linha com esse novo mundo. Nesse ca-
la para crescimento de seus negócios.
minhar, muitas empresas precisarão
“As fronteiras entre a vida profissional
rever seus conceitos e apostar em mais
e pessoal continuam nebulosas. É uma
flexibilidade para permanecer na van-
era de liberdade, mas de responsabili-
guarda. “Não é uma tecnologia, mas
dade. Proteção de dados, do consumi-
a redescoberta da humanidade e de
dor, de propriedade intelectual, não se
nossas vidas”, pontuou Rangaswami.
compartilha por ser um mártir, mas porque a TI abriu as portas do mundo,
*O jornalista viajou a Hannover a convite da Softex
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Tendência
Acerto de
CONTAS DOUG HENSCHEN | INFORMATIONWEEK EUA
NA MEDIDA EM QUE OS CMOS AUMENTAM OS GASTOS COM TECNOLOGIA, SURGE UMA GRANDE OPORTUNIDADE PARA O DEPARTAMENTO DE TI APRENDER COM ELES E TAMBÉM PARA TRABALHAR NO SUPORTE A ESSE CRESCIMENTO
N
este momento, a maioria já deve ter ouvido sobre as previsões do Gartner de que os diretores de marketing irão gastar mais que os CIOs em tecnologia até 2017. Se você concorda ou não com essa previsão, não há dúvida de que os marketeiros são compradores influentes, ainda que eles não tirem responsabilidades dos CIOs.
A forte interação entre marketing e comércio digital – começando com a web e e-mail e, mais recentemente, se aventurando na mobilidade e nas interações sociais com os consumidores – está por trás de muitos desses investimentos. Ao mesmo tempo, essas soluções colocaram os profissionais da área sob pressão para reconsiderar a forma como medem, gerenciam e executam ações de marketing pelos canais tradicionais, seja impresso, TV, rádio, nas lojas, na web ou call center. A tecnologia está atingindo a área de marketing como atingiu o mercado financeiro há duas décadas: direcionando automação e análises em tempo real, como pontuou o estrategista de marketing David Meerman Scott, autor do livro The New Rules of Marketing and PR (As novas regras do Marketing e de Relações Públicas, na tradução literal). No que se trata de automação, sistemas especializados de fluxo de trabalho com suporte à gestão de ativos e funções de colaboração ajudam os marketeiros no desenvolvimento e na execução de campanhas em escala e com a velocidade exigida pelas tendências de consumo. As análises oferecem medição mais precisa e, espera-se, melhor planejamento e tomadas de decisão mais inteligentes, o que permite que as empresas
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ajustem investimentos para o tamanho do impacto.
corporando gerenciamento criativo
Um dos problemas é que os CIOs,
de fluxo de trabalho, gerenciamento
Muitos departamentos de marke-
muitas vezes, não compreendem que
de ativos e capacidades de concreti-
ting investem pouco em tecnologia,
o papel do CMO mudou. “O papel do
zação para logos, vídeos e outros ma-
confiando no rastreamento manual,
profissional de marketing não é mais
teriais usados em campanhas.
com uso de planilhas e e-mail. Mas es-
apenas direcionar demanda e vendas.
A IBM foi uma das primeiras a
ses velhos métodos estão com os dias
Agora, eles criam conteúdo, experiên-
apostar em tecnologia para marke-
contados devido à demanda por esca-
cia de consumidor e engajamento do
ting ao adquirir a Coremetrics (análise
la e velocidade. O futuro do marketing
cliente pela web e canais móveis e so-
web) em 2010, seguida pelas aquisi-
será “muito menos arte e muito mais
ciais”, ressaltou Kennedy.
ções da Unica (MCCM e MRM), Sterling
ciência”, avaliou Meerman Scott.
Foto: ShutterStock
NECESSIDADES DO MARKETING
Os líderes de TI devem mapear o
Commerce (e-commerce) e, em 2012,
A ciência confia em análises, o que
que o marketing faz com tecnologias
DemandTec (análises de marketing)
exige muitos dados. Isso deve ser visto
emergentes que cobrem várias fun-
e Tealeaf (análise de experiência de
como boas notícias para os profissio-
ções. As três principais categorias dos
consumidor). A Adobe adquiriu a for-
nais de TI, que estão na melhor posição
sistemas de gerenciamento de ma-
necedora de análises web, Omniture,
para ajudar com os inevitáveis desa-
rketing, pelas definições do Gartner,
em 2009, expandindo para MCCM. A
fios de gestão de informações. Mas os
são: gerenciamento de campanha
Teradata, por sua vez, comprou a Apri-
CIOs não podem esperar que o CMO
multicanal baseada em CRM (MCCM,
mo (MCCM, IMM e MRM) em 2010. E o
peça ajuda, avisa John Kennedy, VP de
na sigla em inglês), gerenciamento de
SAS levou a Assetlink (MRM), em 2011.
marketing corporativo da IBM.
marketing integrado (IMM) e geren-
Na mesma linha, a Salesforce
Apenas 10% dos 550 executivos
ciamento de recurso de marketing
focou em canais sociais com a aqui-
de marketing entrevistados pelo CMO
(MRM). Automação e análises apare-
sição da Radian6 (análise social) e
Council colocaram como prioridade o
cem nas três categorias.
Buddy Media (marketing social), em
aperfeiçoamento da colaboração com
Os sistemas MCCM são usados
2011. No ano passado, a Microsoft ad-
as organizações de TI este ano. É de se
para processos como gerenciamento
quiriu a MarketingPilot (IMM e MRM)
estranhar tal afirmação, uma vez que
de programas de cartão fidelidade e
e a Infor a Orbis Global (MRM)
43% deles planejam contratar talento
conteúdo promocional. As capacida-
No mais recente grande acordo
de marketing ou análise de consumi-
des de suporte de decisão permitem
de tecnologia de marketing, a Oracle
dor, 41% devem implantar automação
que as empresas mudem, rapidamen-
anunciou, em dezembro de 2012, a
de e-mail marketing e um terço plane-
te, ofertas de marketing internas e
compra da Eloqua, que faz MCCM.
ja investir em soluções para melhorar
externas. Os sistemas IMM rastreiam
Concorrentes subestimam o acordo
o desempenho de sites e aplicativos
um projeto do início ao fim: desde o
de US$ 871 milhões da Oracle como
móveis. Se as equipes de marketing e
desenvolvimento dos conceitos e dis-
algo focado em marketing B2B, mas a
TI não trabalharem juntas, os gastos
tribuição de recursos (verba e pesso-
fabricante poderia, facilmente, expan-
de marketing com tecnologia não al-
al) até a criação, os testes e a execução
dir e integrar a tecnologia da Eloqua
cançarão todo potencial. “Os CIOs têm
da campanha, avaliação de resulta-
com outras para atender marketing
um papel a desempenhar em todos os
dos e lançamento da análise de vol-
de varejo, como avaliou o analista da
níveis de marketing, especialmente,
ta para a próxima fase de desenvol-
Forrester, Rob Brosnan. Se combina-
no alinhamento de tecnologias para
vimento de conceito. Já os de MRM
da com outras aplicações em nuvem,
potencializar ações de marketing”, co-
suportam estratégia e planejamento,
como a Oracle Fusion CRM, a Eloqua
mentou Kennedy.
mas eles já chegam a operações, in-
se torna uma boa substituta para a an-
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Tendência
tiga plataforma Siebel CRM, da própria
separado, e a atividade de redes so-
nos anos passados “e acontecia em
Oracle, de acordo com Brosnan.
ciais se limita ao monitoramento de
agências ou em provedores de servi-
comentários de consumidores.
ços de marketing, como Acxiom ou
As equipes de TI devem compreender os cinco grupos que compõem
“Todo o nosso planejamento
uma organização de marketing e os
mensal e orçamento para campa-
principais investimentos em tecno-
nhas são definidos no Orbis, e o líder
santo Graal:
logia que eles estão fazendo, afirma
da campanha define a oferta e o tipo
saiba o que funciona
a Forrester. A lista começa com os
de mídia que vai usar – seja e-mail ou
Conforme as empresas adotam
CMOs no topo e vai seguindo para
correspondência direta”, disse Staffan
novos canais, um antigo problema
marketeiros, operações de marke-
Magnehed, diretor de CRM da Folk-
se intensifica: quais propagandas ou
ting, relacionamento e marketeiros
sam. “Também precisamos determi-
promoções funcionaram? Os profis-
interativos. Análise está em todos os
nar como será a oferta, o orçamento
sionais de marketing se referem a isso
níveis da lista e automação é necessá-
e quantas atividades diferentes tere-
como “atribuição”. É possível saber, por
ria em todos os níveis abaixo do CMO.
mos em uma campanha multicanal.”
exemplo, que um consumidor clicou
DeManDa por análise
Experian”, ressaltou Brosnan.
Assim que as campanhas são
em uma oferta que chegou por e-mail
planejadas e preparadas no Orbis, os
e comprou alguma coisa, mas uma
A maioria das empresas reluta
próximos passos, como segmentação
correspondência direta, uma compra
para não jogar fora tecnologias de ma-
de consumidor, direcionamento e exe-
após busca por palavra-chave, uma
rketing que já compraram; elas prefe-
cução da campanha são realizados
propaganda na web ou impressa ou
rem evoluir com o que já têm a come-
no Customer Interaction Hub, do Epi-
interação por mídia social pode ter dei-
çar do zero. Essa preferência explica
phany, que combina automação com
xado o consumidor mais receptivo à
porque provedores de TI estão adqui-
capacidades analíticas.
oferta do e-mail?
rindo ou desenvolvendo suas próprias
Bancos e empresas de telecom,
Atribuição determina onde o CMO
capacidades de marketing para criar
em especial, estão ficando mais so-
gasta o orçamento de marketing. Em
uma suíte de produtos. A empresa de
fisticadas com suas ofertas promo-
uma abordagem convencional de atri-
seguros sueca Folksam, por exemplo,
cionais para novos consumidores,
buição direta, as empresas olham para
usa o sistema Epiphany CRM, da Infor.
pontuou Brosnan, da Forrester. Esses
cada canal separadamente, medindo
O Epiphany acrescentou integração ao
esforços podem gerar um estímulo
resposta dentro daquele canal sem
sistema de gerenciamento de recursos
para que certos clientes recebam
considerar outros esforços. Hoje, as em-
de marketing da Orbis Global, adquiri-
ofertas de compra cruzada, espe-
presas estão definindo novas maneiras
da no ano passado pela Infor. Na mes-
rem por um tempo e enviem ofertas
de estudar o histórico de interação dos
ma época, a Folksam optou por substi-
complementares
da
consumidores por todos os canais e
tuir um antigo software Aprimo.
resposta do consumidor. Esse tipo de
focam o de maior relevância. No entan-
marketing era um processo manual
to, isso depende de regras aplicadas
A Folksam começou a implan-
dependendo
tação do Orbis em outubro de 2012, e espera tê-lo em produção em maio deste ano. A implantação vai lidar com telemarketing externo, call center interno, correspondência direta e e-mail marketing. A Folksam cuida de campanhas web usando um sistema
Como será a implantação da nova automação de marketing nos próximos 12 meses? Marketing por e-mail ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 41% Otimização de desempenho de website ----------------------------------------------------------------------------- 34% Aplicativos móveis -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 33% Desenvolvimento e design de website ---------------------------------------------------------------------------------31% Criação de rede social ou comunidade online ---------------------------------------------------------------------- 30% Dados: Pesquisa Estado de Marketing, CMO Council, com mais de 550 executivos-sêniores de marketing
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manualmente ou replicadas dentro de
para que seja possível definir o que
buir o orçamento de marketing por
sistemas de gestão de marketing. Um
desencadeia cada comportamento e
canais e determinar quais produtos
sistema pode designar uma venda ao
que fatos direcionam os próximos”,
têm melhor promoção. “Se você ras-
primeiro ou último toque de marketing
relatou Kerem Tomak, VP de análise
treia interações, atribui corretamente
ou pode calcular a média de atribuição
de marketing para a varejista online.
e testa seus modelos para saber que
por todas as interações de marketing com um determinado consumidor.
A exibição da propaganda dire-
pode confiar em suas análises, você
cionou tráfego para busca e para o
tem uma ferramenta poderosa que vai
Análises avançadas ainda não so-
site ou a interação começou com uma
ajudar a orquestrar o que você precisa
lucionam essa questão, mas os forne-
busca? A visita a um site é um fracas-
fazer”, comentou Tomak.
cedores tentam. A IBM aposta no apli-
so se o cliente coloca um produto no
cativo Attribution Modeler, que utiliza
carrinho e abandona a compra ou
algoritmos para avaliar o impacto dos
o cliente resolveu buscar o item em
A complexidade envolvida em
esforços em cada canal.
uma loja física? Campanhas individu-
saber a melhor forma de lidar com
ais podem levar o consumidor para
possíveis consumidores está apenas
perto de uma compra valiosa?
crescendo. Uma pesquisa realiza-
A Macys.com usa solução do SAS para análise de atribuição. “É preciso
Não é uma ameaça
compreender as causas e correlações
A Macys.com usa técnicas de
da pela ForeSee com mais de 24 mil
entre atividades digitais e offline,
modelagem de atribuição para distri-
consumidores de sites e lojas físicas,
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Tendência
Ajuda à Cruz Vermelha Na Cruz Vermelha americana, muito do marketing era feito localmente, em mais de 700 filiais, com pouco controle. Quatro anos atrás, no entanto, a nova gestão trouxe uma equipe do mundo corporativo para construir uma organização de marketing de nível superior. “Queríamos marketing consolidado, poderoso e impressionante, mas não é possível conseguir isso com esforços fragmentados”, avaliou Banafsheh Ghassemi, veterano da indústria de telecom contratado como VP de marketing, CRM e experiência de consumidor. A Cruz Vermelha queria consistência não só entre marketing nacional e o de filiais, mas também entre canais (TV, rádio, impresso, web etc.). A Cruz Vermelha tinha uma mistura de métodos manuais, tecnologias de ponta e contratos de relacionamento com agências. Não tinha um sistema de gerenciamento de marketing para rastrear campanhas e o retorno sobre o investimento em cada canal; essas iniciativas eram rastreadas em papel, lousas, planilhas e mensagens de e-mail. A organização tinha armazenamento de dados Teradata, mas faltavam ferramentas de gerenciamento de campanha e know-how interno para segmentação de marketing e direcionamento. Nos últimos três anos, a Cruz Vermelha preencheu muitas de suas lacunas em tecnologia de marketing. Optou pela Aprimo, hoje da Teradata, como plataforma de gerenciamento de marketing. As equipes de marca e criatividade da organização usam as revisões automáticas e aprovação de fluxo de trabalho do sistema para desenvolver programas de marketing. A equipe de marketing de campo usa o sistema para colaborar com as filiais da Cruz Vermelha em programas e prioridades relacionadas, planejamento e distribuição de recursos. Hoje, a entidade está implantando funções de gerenciamento de campanha da Aprimo. O projeto atrasou 18 meses porque a Cruz Vermelha percebeu que precisava lidar melhor com os dados antes de fazer segmentação de consumidor, testes e direcionamento internamente. A equipe de TI descobriu que nem todas as linhas
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de negócio (socorro em desastres, suporte para família de militares, treinamento de segurança e saúde, suprimento de sangue e serviços internacionais) enviavam dados para o data warehouse, e quando os enviavam, não definiam os dados consistentemente. A Cruz Vermelha acabou contratando um diretor de estratégia de informação, o veterano da Disney, Chris Taylor, para resolver o problema. A péssima qualidade dos dados tem sido um problema dos projetos de análise e business intelligence por décadas, um dos motivos pelo qual as equipes de marketing precisam trabalhar mais próximas dos colegas de TI. Agora que a Cruz Vermelha resolveu seus problemas de qualidade de dados, ela planeja lidar com segmentação de consumidor, testes e direcionamento usando as ferramentas de gerenciamento de campanha da Aprimo. A organização terceirizava essa tarefa com agências. “Se eu puder ter um sistema, na minha frente, que me permite gerenciar segmentação e realizar testes na ponta dos dedos, é uma grande economia de tempo comparada com o envio de e-mails, a submissão de um pedido de trabalho e depois ir atrás para descobrir quando aquele trabalho será devolvido”, resumiu Ghassemi. Outro desafio de dados é escala rasa. “Há três anos, não tínhamos o sistema ou as técnicas em vigor para manter alguns dos dados que hoje sabemos que são importantes para o direcionamento eficiente e segmentação”, disse Bob Page, VP de plataformas de análise e entrega do eBay, durante o recente webinar do CMO Council. Enquanto o eBay tinha os dados de marketing – a maioria das campanhas de e-mail e palavras-chave – e as transações resultantes, não mantinham dados comportamentais como clickstreams e registros de buscas no site. “Sabíamos quais produtos o cliente comprou no check out, mas não sabíamos com que frequência eles visitavam o site, quanto tempo ficavam e o que os interessava antes da compra”, contou Page. “Esses dados comportamentais nos ajudam a compreender interesse, impulsos e motivação... Mas também aumenta a quantidade de dados que temos de coletar”.
mostra que 44% dos clientes dão o primeiro passo indo à uma loja física, mas 20% disseram que visitam o site do varejista antes e 10% disseram que começam com uma pesquisa online. Entre os compradores móveis, 43% disseram que a primeira opção seria ir a uma loja física, mas acabaram comprando por aplicativos móveis, na maioria dos casos porque o item estava em falta ou porque encontraram uma opção mais barata online. Nesse tipo de ambiente multicanal, marketing se torna muito mais do que apenas uma mensagem da marca. Não importa se é o CMO ou o CIO quem assina os cheques, as empresas devem usar tecnologia para interagir com seus clientes. Elas precisam compreender melhor seus consumidores para que possam responder com mais rapidez as mudanças de padrão de compras e agradar consumidores em todas as interações. Como disse Kennedy, da IBM: “A forma como operamos pode ser um fator mais importante do que o que comunicamos”. Profissionais de TI não deveriam ver tendências de marketing com oameaça. A iniciativa tecnológica de marketing da Cruz Vermelha (ver Box ao lado) significou gastar mais em TI e contratar um diretor de estratégia de dados. Então, se você oferece suporte ao consumidor ou personaliza uma mensagem de e-mail marketing, os grandes tecnólogos continuam essenciais para garantir que a experiência do cliente esteja de acordo com a proposta de marketing. IW Brasil | Março InformationWeek Brasil |Janeirode de2013 2010
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Foto: Magdalena Gutierrez
Papo Aberto
Qual o verdadeiro papel da TI? ou Este papo já tá qualquer coisa... O estudo que você tem acesso nesta edição, realiza-
como um setor que pode trazer mudanças significativas
do pelo IT Mídia em conjunto com a PwC, contou com
para a companhia. Como mudar esta percepção? Vale
117 empresas participantes e um total de 173 casos de
destacar aqui que temos alguns casos muito interessan-
sucesso (cada empresa podia se inscrever com mais de
tes de executivos de TI que, pelo trabalho que fizeram,
um case), teve como pilar melhor pontuado a TI como
foram convidados a ocupar novas áreas na companhia.
parceira dos negócios. O que depreendemos desta mé-
Alguns chegaram a abrir seu próprio negócio, fazendo
dia é a preocupação dos executivos de TI das principais
uso da experiência obtida enquanto CIOs, e outros abra-
empresas do País em estar efetivamente desempe-
çaram novas áreas na própria corporação, chegando até
nhando um papel relevante dentro da corporação e de
a CEO (como vemos na entrevista dessa edição).
ser reconhecido como tal, e não mais como a área suporte responsável pelos computadores e telefonia.
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caso a caso, mas algo eles têm em comum: olhar o bu-
Será que o tempo em que a TI era vista como supor-
siness como um todo, e não apenas a sua área, ou o seu
te ficou para trás? E se ficou, qual o verdadeiro papel da
silo, e correr atrás de competências essenciais para gal-
TI hoje? Muito tem se discutido sobre este assunto mas
gar novos degraus na escada do negócio que venham
poucos CIOs têm assento no board.
complementar aquelas que ele já possui. Comece por fa-
Neste ponto, vale uma reflexão profunda por par-
zer um balanço de seus pontos frágeis e buscar a forma
te do profissional de TI sobre sua evolução dentro da
para passar a ter o domínio sobre eles. As competências
companhia e se isso vem sendo observado pela alta
requeridas de um líder são muitas, sempre haverá no
direção. E se não estiver, vale pensar no porquê. Mas
que se aprimorar. E por que não começar já? Uma análise
sei que, parafraseando Caetano Veloso “este papo já tá
SWOT, que mede Forças e Fraquezas, Ameaças e Opor-
qualquer coisa...”. E ficamos eternamente nesta roda
tunidades aplicada a seu dia a dia pode ser um bom co-
viva que tenho presenciado há muitos anos como jor-
meço. E, depois, pensar nas competências necessárias
nalista que acompanha o setor.
para suprir o que está faltando e correr para buscá-las.
Mas, e aí? Já sabemos que o número de CIOs que têm
Boa Sorte!
lugar cativo no conselho diretivo da empresa é muito pe-
Stela Lachtermacher Diretora Editorial IT Mídia
queno e que a maioria das áreas de negócio não vê a TI
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Como conseguiram chegar lá? A resposta vai variar
IW Brasil| Janeiro | Marçode 2010 2013 InformationWeek Brasil
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