Information Week Brasil - Ed. 239

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MAIS FORÇA

Não estaria na hora de o mercado brasileiro de TI se consolidar?

NO PODER

O VALOR DO COLETIVO

Geração Y chega a cargos de liderança. Descobrimos o perfil deles

A trajetória pessoal e profissional de Dorival Dourado www.informationweek.com.br

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SURFAR VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA

COM POTENCIAL DE SE REVELAR UMA GRANDE ONDA, A CONSUMERIZAÇÃO DESAFIA CIOS A REPENSAREM SEU AMBIENTE DE TI, QUE TENDE A FICAR MAIS HETEROGÊNEO NA MEDIDA EM QUE OS USUÁRIOS LEVAM RECURSOS PRÓPRIOS AO TRABALHO

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Índice

Maio de 2011 - Número 239

FIXAS

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CONSUMERIZAÇÃO DE TI Funcionários exigem da empresa recursos computacionais iguais ou superiores ao que tem em suas casas. Fenômeno batizado de “consumerização” desafia CIOs obrigando-os a repensarem seu ambiente tecnológico. Você está preparado para surfar mais essa onda?

08 Expediente 09 Editorial 14 Estratégia 16 www.itweb.com.br 44 Segurança 56 Mercado 65 Telecom 75 Novo Mundo 81 Estante 82 Inovação

46 INDÚSTRIA Bom momento do mercado brasileiro desperta o apetite de players globais para aquisição de provedores nacionais de tecnologia. Não seria hora da indústria nacional se consolidar para ganhar força e relevância? 54 STARTUP Ideias.me cria plataforma de crowdsourcing para encontrar soluções inovadoras. Instituto Vivo testa o conceito da inovação que vem da multidão 58 CARREIRA Tempo leva Geração Y a cargos de lideranças. Saiba como é, o que muda e qual é o perfil desse novo grupo de gestores 66 PERFIL De CIO a CEO. Conheça a trajetória pessoal e profissional de Dorival Dourado 68 FOR IT BY IT Entenda como se deu o projeto de adoção de thin clients da Sapore. Plataforma magra conferiu centralização dos dados, simplicidade de gestão e redução do consumo de energia elétrica

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70 NA PRÁTICA Crescimento de informações circulando e necessidade de cumprimento de diversas regras levam ANP adotar plataforma de monitoramento de ambiente

10 ENTREVISTA Fernando Martins é o rosto à frente da Intel Brasil. Depois de uma temporada nos EUA, onde desenvolveu carreira nas áreas de desenvolvimento e planejamento estratégico, ele aporta na subsidiária nacional com o desejo de acelerar a chegada de inovações por aqui

72 NA PRÁTICA Edenred investe em ferramenta para acompanhar aplicações online e garantir melhor experiência aos clientes

20 ESPECIAL IT FORUM 2011 Debatendo o tema “Liderança globalmente responsável”, encontro reuniu 185 CIOs e cerca de 60 fornecedores de TI para momentos estruturados de conteúdo, relacionamento e negócios, de 20 a 24 de abril, na Praia do Forte (BA),

74 NA PRÁTICA Para acabar com spam, Café Cacique faz projeto de classificação das mensagens

39 CIO INSIGHT Múltiplas facetas da governança. Mauricio Cascão, da TIM, destaca que a importância de saber priorizar projetos é chave do sucesso para organização; Ruy Pimentel Marques Junior, da Light, ressalta o foco permanente em resultados; e Enrico Raucci, da Sanofi-Aventis, trata da questão da transparência, confiabilidade e maturidade trazidas pelo modelo.

76 TECH REVIEW Lidar com taxas de crescimento de dados mantendo o mesmo orçamento é a sina de muitos CIOs. Mas saiba que é possível entregar uma rede de armazenamento melhor que a soma de suas partes

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EXPEDIENTE

PRESIDENTE-EXECUTIVO

ADELSON DE SOUSA • adelson@itmidia.com.br

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO

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Carta ao leitor

Um ambiente heterogêneo

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ROBERTAEDITORA-EXECUTIVA PRESCOTT

ENVIE COMENTÁRIOS E SUGESTÕES PARA: RPRESCOTT@ITMIDIA.COM.BR

Foto: Ricardo Benichio

lhe ao seu redor. Observe quantas pessoas usam seus próprios smartphones para trabalhar. Alguns já portam tablets e outros, inclusive, levam notebooks pessoais para a empresa. A este fenômeno deu-se o nome de consumerização. Se você ainda não ouviu falar, prepare-se, porque, em breve, a TI terá de apresentar respostas à corporação. E as perguntas vão desde o que é até detalhes do plano para lidar com o fato de os funcionários almejarem levar equipamentos próprios para a empresa. Algumas consultorias apontam a consumerização como tendência. E é fácil entender o porquê. Com equipamentos mais parrudos e baratos, muitas pessoas têm em casa algo melhor que encontram no trabalho. Além disto, a introdução de novas tecnologias e novos devices reduziu a fronteira entre o pessoal e profissional e aumentou a busca pela qualidade de vida. E, convenhamos, ninguém gosta de não ter ferramentas adequadas para trabalhar. Dado o cenário, os líderes de TI devem aprofundar seus conhecimentos sobre consumerização para desenhar um plano ação que contemple, entre outros pontos, a política de segurança da informação e as questões legais. É este norte que Felipe Dreher buscou para escrever a reportagem Uma onda gigante para surfar que começa na página 28. Destacamos o tema, porque a disseminação da consumerização vai deixar seu ambiente de tecnologia mais heterogêneo. E isto vai na contramão do que a TI prega há anos. Não estou dizendo que este seja o caminho a trilhar, mas é preciso se atentar para o assunto e estar preparado.

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Entrevista

Brasil A nova cara da Intel

Depois de uma temporada nos EUA, onde trilhou a carreira nas áreas de desenvolvimento e planejamento estratégico, Fernando Martins aporta na subsidiária nacional da fabricante de chips com o desejo de acelerar a chegada de inovações por aqui 10 10

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VITOR CAVALCANTI

Uma coisa é certa, o estilo da Intel no Brasil deve mudar. Após alguns minutos de conversa com o novo presidente da subsidiária local, Fernando Martins, percebe-se o desejo de uma abordagem diferenciada focando não apenas o comercial, como também parcerias com universidades e um melhor entendimento do que acontece no mercado brasileiro tendo em vista possíveis inovações futuras. Na sede da empresa na capital paulista, antes mesmo de começar formalmente a entrevista exclusiva, Martins já falava sobre novas, tecnologias, projetos de cidades inteligentes, mostrando grande interesse por descobertas que realmente impactem a sociedade. Pés no chão, o executivo que tem 13 anos de casa, antes de assumir como presidente por aqui, ocupava a posição de diretor global de planejamento estratégico de tecnologia e respondeu pela iniciativa de virtualização da fabricante. Agora, de volta ao País, o engenheiro formado na USP com Ph.D. em engenharia elétrica e computação pela Carnegie Mellon University e com 24 patentes registradas em seu nome, sabe que terá diversas outras prioridades, entre elas, ampliar parcerias com governo e manter a força comercial. “O Brasil tem grande papel no crescimento da Intel”, frisa. Na sequência, você tem os principais trechos da conversa.

InformationWeek Brasil - Você iniciou a carreira na Intel na área de criação. Sua vinda para o Brasil pode representar uma mudança na atuação da empresa no País? Fernando Martins – Acho que sim. A intenção é aumentar e acelerar as inovações no mercado brasileiro. Uma coisa que sempre digo é que invenção não é inovação. Você pode estar no laboratório e criar uma patente e aquilo não atingir a vida das pessoas. Inovação é ter impacto na sociedade. A Intel, só com a invenção na linha de produto, não causa inovação, ela só acontece quando todo o conjunto do ecossistema trabalha junto com a gente. E uma das intenções é aumentar a interação com mercado local. IWB – Ter vivenciado o lado de desenvolvimento e ocupado uma posição de planejamento estratégico pode ajudar nesse trabalho? Martins – É o que tenho feito nos últimos sete anos. A parte de planejamento estratégico da Intel não é uma pessoa sentada na mesa e escrevendo um plano; tem de ser feito envolvendo todo o ecossistema. É uma interação muito grande com empresas de software, OEMs e investimos muito em pesquisas de comportamento, para entender como o usuário interage com as máquinas, como a tecnologia impacta, tendo este entendimento etnográfico, do comportamento, do desejo, de como é acessível e desejável pelas pessoas. Nos laboratórios, muitas vezes trabalhamos no que é desejado e não no que é acessível. Existem tecnologias que um pesquisador desenvolve e o custo é tremendo, depois vem o desafio de baixá-lo. Olhando o crescimento da Intel, o Brasil tem o quarto maior mercado para PCs no mundo, com tendência para terceiro, segundo a IDC. E isto não só em PC, se você olhar parte de data center, temos previsão de boom. O Gartner prevê grande avanço na infraestrutura de estrutura de dados. A estrutura do País como um todo vai crescer. IWB – E isto deve ajudar a aumentar a participação do Brasil dentro da Intel. Martins – Tem aumentado e vai continuar a aumentar. Olhando as estatísticas de crescimento da indústria e vocês sabendo que temos uma participação de mercado muito grande, tudo é proporcional.

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Entrevista

IWB – Como era trabalhar na área de criação e, mais recentemente, em planejamento estratégico dentro de uma empresa que é chamada a apresentar inovações? Havia pressão? Martins – A Intel tem corpo de pesquisadores tremendo, temos grande volume de patentes gerado anualmente e eu trabalhei nos laboratórios, onde gerei as minhas 26 patentes ao longo dos anos, 24 das quais homologadas, é um prazer enorme para um sujeito como eu que sempre gostou de montar e criar. Você sair de uma carreira acadêmica e ter oportunidade de um ambiente em que gera propriedade intelectual. E não estar ali sozinho. Na academia é você e seus estudantes. No Intel Labs são milhares de pessoas com você. Em nossa aventura em vídeo, meu primeiro projeto, tínhamos um time dedicado. Éramos dois doutores no início e cinco no final, mas um time que chegou a quase cem pessoas. E foi um projeto com impacto imenso, um dos primeiros encoders de vídeos. Tinha capacidade de codificar e decodificar vídeo em um Pentium 90. O resultado foi disponibilizado ao mercado e, na primeira semana, 90 milhões de desktops rodavam a solução. Então, é mais gratificante escrever um software e ver o impacto na vida das pessoas do que pensar o projeto e apresentar em uma grande conferência. Esta parte da inovação é muito gratificante e falamos muito pouco sobre ela. O que chega ao mercado como inovação é 1% ou 2% do que fazemos. Temos lá desde projetos para estender e melhorar a vida de pessoas com Alzheimer até transmissão e processamento óptico. IWB – Você acha que os processos de desenvolvimento estão mais longos? A gente percebe que a Intel vende a imagem de pensar o futuro, mas

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demora aparecer algo que o mercado olhe e classifique como disruptivo. Martins – Os processos são mais complexos. Se você olhar, por exemplo, a tecnologia do Connected PC levou uma década. Então, não é o processo de invenção, mas o da inovação que é complexo. Estamos lançando o Thunderbolt. Há um tempo para que as pessoas tenham dispositivos, cabos etc. É um processo de adoção também. Mas a velocidade que isto acontece é limitada até pela própria sociedade. Temos de fazer a introdução da tecnologia tomando esse cuidado. Não pode ser um problema na vida das pessoas, tem que ser uma solução. E muitas empresas não têm essa sensibilidade. IWB – Falando em inovação, queria insistir na questão da mobilidade. Vocês ainda não estão presentes nessa revolução e temos aí a arquitetura ARM dominando. A Intel pode perder o time? Martins – É um mercado interessante. Se você olhar tablets, por exemplo, temos mais de 30 designers no mundo baseados no Oak Trail lançado recentemente. É uma linha dedicada e é um produto de sucesso. Este é um mercado nascente, tem uma série de competidores entrando, respeitamos muito a competição, eles estão com produto e nós ainda não temos produto na ponta. Temos a invenção, mas ainda não a inovação, e este processo é demorado. Mas a melhor arquitetura ganha. Estamos interessados e positivos em relação à mobilidade. Se você olhar o produto em si, do ponto de vista tecnológico, em power performance, já estamos competitivos. Mas não é só isso, tem o ambiente de software. Trabalhamos para viabilizar não apenas um ou dois sistemas operacionais, mas todos. Nossa estratégia é ser a arquitetura de escolha. Já estamos com plataforma otimizada para Android. Se quiser trabalhar com Windows, também e, se quiser open source, tem o Meego. IWB – Em PC sempre tivemos a dobradinha Windows-Intel e em móvel muda tudo, porque existe um leque grande a explorar. Isto é um desafio para vocês? Martins – Não digo um desafio, mas uma oportunidade. A diferença da diversidade aumenta a competitividade e acelera a inovação. Ninguém senta no produto porque o outro está correndo. Do nosso InformationWeek InformationWeek Brasil Brasil | Janeiro | Maio de 2010 2011

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ponto de vista, de ser arquitetura de escolha, você ganha independentemente da escolha do cliente, se escolher sistema A ou B, estamos com a solução otimizada. Agora, é um mercado nascente, se você for olhar ainda não se formou. A venda de tablets no Brasil é irrisória. Ano passado vendemos quase 14 milhões de computadores e 100 mil tablets. Para este ano a previsão da IDC é 300 mil unidades. O custo ainda é alto e temos de trabalhar pela redução. Olhar um tablet e considerar substituto para PC é a mesma analogia que dizer que o carro é uma carroça sem cavalo. PC tem uso que tablet não cobre, é uma máquina nova que fará parte da vida das pessoas assim como smartphone na ideia da computação continuada. IWB – Você o tem o desejo de trazer algo mais para operação brasileira hoje focada em marketing e vendas? Martins – Na verdade a operação de marketing e vendas é de mão dupla. Não só vendemos como escutamos e a participação do Brasil nas discussões estratégicas da Intel tem aumentado. Há uma decisão de entender melhor o mercado, do ponto de vista de usos, adoção, estas novas ideias de computação em educação, dispositivos em veículos, são testadas aqui e o Brasil sendo jovem e emergente é um cenário bom para medir. A ideia é levar o conhecimento do que acontece no mercado nacional para as nossas decisões de produtos e decisões estratégicas na corporação como um todo. IWB – Recentemente, a Oracle encerrou

o suporte ao Itanium, como está isto dentro da Intel? Vocês discutem o futuro do produto? Martins – A questão da Oracle ter tomado essa decisão, acreditamos que tenha sido uma falha de entendimento da estratégia. O Itanium continua muito rentável. Se você olhar onde tem Itanium, se você desconectá-los por uma hora, você para todas as bolsas de valores do mundo. Então, é um produto importante e de alta rentabilidade e, mesmo a própria Oracle, vai suportar por muitos anos. Dentro da Intel não há dúvida de que a linha Itanium vai continuar forte e com os demais parceiros que temos. IWB – No começo, você mencionou ações do governo e vocês estão envolvidos em projetos como cidades digitais e um computador por aluno. Podemos esperar algo novo? Martins – Continuamos com essas duas iniciativas, Cidades Digitais estão indo bem, o Prouca está com bastante sucesso e, nessas áreas de interação com o governo, estamos sempre conversando. Não tenho nada para anunciar nesse momento, mas me aguarde. Temos conversas contínuas. IWB – O Ceitec tem iniciativas de produção local de chips, como a Intel vê isso? Se der certo, há possibilidade de avaliar a vinda ao Brasil também? Martins – O Ceitec é um grande centro de capacitação de recursos humanos, tem função de ser indústria-escola, conversei com o ministro Rezende anos atrás sobre isso. Estamos olhando as oportunidades continuamente, estou ciente dos incentivos. A Intel sempre olha de forma holística, mas, neste momento não há intenção nenhuma de trazer uma fábrica para cá, pela grande complexidade. As pessoas não têm noção do investimento e do ecossistema necessários para implantar uma fábrica. Estamos olhando, mas não é só isso, temos investimentos em manufatura através da Digitron, onde fabricamos placas, em pesquisa temos parceria com universidades e a intenção é continuar entendendo incentivos e oportunidades, de olho nas possibilidades. O Brasil tem muitas áreas em pesquisa pura que são muito avançadas, mas, do ponto de vista de ações imediatas, é o processo de entender, aprofundar e usando meu olho clínico de pesquisa para identificar oportunidades IWB para um próximo passo.

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Foto: Magdalena Gutierrez

Estratégia SERGIO LOZINSKY

DIRETOR DA SLOZINSKY CONSULTORIA DE NEGÓCIOS

TWITTER.COM/SLOZINSKY

As áreas de TI terão mais

dinheiro em 2011 e 2012! “A ÚNICA VANTAGEM DO DINHEIRO É PODER USÁ-LO” (BENJAMIN FRANKLIN)

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a recente pesquisa “Antes da TI, a estratégia” – publicada pela IT Mídia –, aparece uma excelente notícia para os CIOs e para os fornecedores de produtos e serviços de tecnologia: os orçamentos das mil maiores empresas serão ampliados neste e no próximo ano. Mais precisamente, 40% das respostas apontam expansão superior a 10%, enquanto 30% das companhias informaram que seus ajustes ficarão entre 6 e 10% (o que significa, no mínimo, corrigir os valores pela inflação e aumentos salariais). Entendo que esses aumentos nos orçamentos de TI demonstram maior conscientização dos líderes dos negócios em ampliar a competitividade de suas organizações através da aplicação de tecnologias que farão a diferença em termos de inteligência de mercado, qualidade de produtos e serviços e maior grau de automação dos processos. Ou seja, aplicar a tecnologia, cada vez mais, como um elemento estratégico. Mas – como tudo no mundo dos negócios – there is no free lunch. Para fazer jus a essa disponibilidade de investimentos adicionais, tanto o pessoal de TI quanto os fornecedores precisarão demonstrar um bom entendimento das prioridades do negócio e dos requerimentos funcionais e técnicos que essas prioridades vão exigir. Falar em TI sobre entendimento do negócio parece história antiga, mas ainda é uma questão

crítica. A mesma pesquisa mostra que as áreas de TI não possuem muitos profissionais com perfil de negócios. E os gestores que responderam ao levantamento também apontam falhas na abordagem dos fornecedores de tecnologia, ainda muito focados em apresentar as vantagens de seus produtos e serviços, mas não necessariamente em linha com os problemas a serem resolvidos. O gestor do “dinheiro de TI” (normalmente o responsável pela área de TI) precisa cercar-se de profissionais e fornecedores que consigam fazer a travessia entre as necessidades do negócio e as soluções tecnológicas. As pessoas que farão a diferença serão aquelas que conheçam como funcionam os processos das organizações; que entendam quem, no organograma da empresa, influencia a decisão, quem decide, e que tipo de informação cada um desses players necessita; que saibam traduzir e demonstrar as características e as funcionalidades das soluções que estão sendo analisadas em termos de aderência às questões de negócios que se beneficiarão dessas soluções; que apontem as eventuais restrições nessas soluções, para “calibrar” as expectativas, mas ainda assim comprovem que o resultado será positivo. Com a atual “conspiração a favor” do Brasil, a cadeia de valor de TI não pode perder a enorme oportunidade que se apresenta para colocar a tecnologia em posição de destaque na composição dos negócios. E é preciso ter competência para isso.

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É fato que a inovação ganha destaque e investimentos a cada dia. Muitas empresas têm criado áreas de P&D e contratado profissionais em inovação, além de realizar programas e até oferecido prêmios para sugestões inovadoras. Mas como tratar o “tive uma ideia” de forma adequada quando não se tem estrutura ou processo de gerenciamento da inovação? Como inovar em TI quando a TI não é o core? Como influenciar gerentes de produtos, comerciais ou os responsáveis por novos produtos? Gostaria de deixar claro que minha pretensão não é criar um tutorial de sucesso, mas é preciso saber das dificuldades para buscar as soluções. Tenho trabalhado com diversos profissionais que são pagos para executar e não criar, e muitas vezes descartam suas ideias por se sentirem incapazes de levá-las à frente. Talvez seja um erro afirmar isto, mas acredito que hoje o profissional de TI está um passo a frente, com relação à inovação, quando comparado com outras áreas. Os atuantes necessitam manter-se informados todo o tempo, o que, na minha visão, permite uma abstração de possibilidades que podem resultar em inovações. Mas voltamos à pergunta: como lidar com isso?

Em algumas empresas, o funcionário tem o poder de fazer. Isto é uma vantagem que aproveitamos pouco. Utilizar toda a estrutura da companhia para colocar sua sugestão no ar, tendo em mente o crescimento da firma, deverá ser visto com bons olhos pelo seu líder, mas não posso garantir isso. Antes de começar, garanta que as atividades que esperam de você, estão sendo realizadas sem impacto. Certifique-se também de não ferir normas da empresa.

JOMAR SILVA

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Inovação e gestão, eis a questão

Muitos projetos fogem da nossa possibilidade de ação. Nesses casos pode-se contar com a documentação. Muitas pessoas temem documentar projetos e passá-los para outros com receio de perder o mérito da ideia. Isso pode acontecer, mas afirmo que, no mínimo, olharam para você de uma forma diferenciada. Por André Alamino LEIA MAIS ARTIGOS DESTE BLOGUEIRO EM: www.informationweek.com.br/

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LIVROS, LIVROS

A importância da leitura para os profissionais de TI. Seu profissionais lêem. A leitura tem sido uma prática entre você e seus colegas? Como está se formando a nova geração? Seguir Ramon J M

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Três tendências móveis que mudarão seus negócios TI precisa avaliar e adotar ferramentas de gestão de mobilidade para tirar vantagem da consumerização de TI Rastreamento desafia indústria farmacêutica Tecnologia para rastreamento de medicamentos, por meio de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados atende a resolução legal Quer ser um evangelista? Confira as dicas Quem ocupa este posto fica responsável por avisar empresas fornecedoras e clientes sobre as tendências tecnológicas que trarão impacto daqui a dois ou três anos Cinco caminhos para a nova integração de dados Abordagens fáceis, automáticas e embutidas suprem demanda por análises de dados “faça-você-mesmo” Brasil pode receber DC da Microsoft Companhia calcula que terá de oito a dez unidades ao redor do mundo; o recém-inaugurado em Chicago consumiu cerca de US$ 80 milhões

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Presidente da Abes analisa mercado Gérson Schmitt, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software, explica os principais entraves para o desenvolvimento do mercado de brasileiro de TI

IT Forum 2011 Confira momentos do principal encontro de TI da América Latina. Em sua 13ª edição, fórum reuniu 185 executivos das principais companhias brasileiras

Executivos de TI 2011 Prêmio reconheceu a competência dos gestores de TI em 20 categorias. Confira fotos da premiação

Imagens: ITWeb.com.br

MVNO CIO da Porto Seguro, Ítalo Flammia, fala sobre estratégia para implantação de operadora móvel virtual

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Antes da tecnologia a

ESTRATÉGIA Estudo da IT Mídia com líderes de tecnologia da informação das principais companhias no Brasil traz resultados interessantes. Os números mostram, por exemplo, que mais de 20% dos executivos disseram que o orçamento crescerá perto de 10%. Eles responderam ainda sobre a estratégia da indústria para atender às demandas corporativas. Veja os gráficos

VARIAÇÃO DO ORÇAMENTO DE TI 2010 PROJETADO PARA O PRÓXIMO ANO Crescerá entre 6% e 10%

21.32%

Crescerá entre 10% e 20%

19.80% 15.74%

Será mantido

13.71%

Crescerá mais de 30%

12.18%

Crescerá entre 21% e 30%

11.17%

Crescerá entre 1% e 5% Diminuirá entre 1% e 5% Diminuirá entre 6% e 10% Diminuirá entre 11% e 25% Diminuirá entre 26% e 50%

2.54% 2.03% 1.02% .5%

QUAL AFIRMAÇÃO MELHOR RETRATA A ABORDAGEM DOS FORNECEDORES DE TI QUANTO AOS BENEFÍCIOS DA ADOÇÃO DAS TECNOLOGIAS 46.36% 78.18% 27.27% 36.36%

Adequada para ajudar a TI a demonstrar que a tecnologia é tema estratégico nos planos de crescimento da empresa Grande parte dos fabricantes ainda não conseguiu evoluir o discurso centrado em funcionalidades de produto, para focar em soluções de negócios Os fornecedores não entendem as particularidades do segmento em que a minha companhia está inserida Proativa, eficaz e esclarecedora para colocar a TI como propulsora do crescimento do negócio Satisfatória para atender às demandas mais urgentes de TI, mas pouco efetiva nas questões estratégicas

74.55%

FORMULAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Prepara um orçamento único de TI, com base na estratégia de TI em vigor e nas discussões com os usuários sobre suas demandas

64.25%

Prepara um orçamento de TI, com base na estratégia de TI em vigor, e o submete à diretoria, para aprovação e eventuais ajustes

56.52%

Participa amplamente do processo, inclusive com direito de influência sobre o planejamento estratégico

45.41%

Prepara um orçamento de TI local e o submete à aprovação em nível regional ou global

15.46%

Participa parcialmente do processo, quando as principais diretrizes já estão estabelecidas e é necessário avaliar os investimentos e a viabilidade das ações propostas

14.49%

As áreas usuárias preparam seus próprios orçamentos de TI com base em suas demandas, eventualmente consultando o pessoal de TI nessa preparação Não participa diretamente, as informações chegam por meio da diretoria à qual a TI está subordinada

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ESPECIAL | IT FORUM2011

NÃO AVALIE SEU DISCURSO,

MAS SUAS AÇÕES

Líderes globalmente responsáveis lidam melhor com a complexidade cotidiana, criam harmonia entre as relações e permitem o surgimento de novas lideranças

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FOQUE NO DIFERENCIAL

Cabrera, keynote speaker do IT Forum: “É a ação que cria o comprometimento”

O professor da Fundação Getulio Vargas e palestrante central do IT Forum 2011 destaca a importância da disponibilidade para ouvir e entender os anseios dos subordinados, manter postura integra, ensinar, elogiar acertos e perdoar erros cometidos pela equipe. São características como essa que moldam um líder globalmente responsável. “É a ação que cria o comprometimento. Não avalie seu discurso, mas suas ações”, enfatiza. Cabrera acredita que exercer uma gestão mais holística e consciente reflete em crescimento individual e coletivo, além de torna as decisões mais rápidas. A partir dela, lida-se melhor com a complexidade, há harmonia entre as relações e permite-se o surgimento de novas lideranças. A 13ª edição teve como tema central a “Liderança globalmente responsável”. Entre 20 e 24 de abril, na Praia do Forte (BA), 185 CIOs das 500 maiores empresas do Brasil e cerca de 62 fornecedores de TI para momentos estruturados de conteúdo, relacionamento e negócios.

Metade dos CIOs brasileiros enxergam-se como participantes e influenciadores do planejamento de suas corporações. Além disso, mais de 80% acredita que seu departamento é visto como estratégico ou componente de negócio. Foi isso o que mostrou a pesquisa “Antes da TI, a estratégia”, conduzida pela área de estudos da IT Mídia, que ouviu 209 líderes de tecnologia das mil maiores corporações do País. O resultado soa maravilhoso, mas nem tudo são flores. Sergio Lozinsky, consultor que foi parceiro no estudo, aponta para a necessidade de uma maior autocrítica, considerando que pode ter havido uma percepção inflada dos respondentes. “Para ocupar e conservar papel estratégico, as áreas de TI têm de buscar temas nos quais a tecnologia vem sendo estratégica para a empresa”, acrescenta. Questionando aspectos de negócio, 60% dos executivos revelam que a principal estratégia de suas companhias contempla crescimento por meio de fusões e aquisições; 57%, através de inovação de proposta de valor; 56% entrada em novas geografias; e 31% ampliação de portfólio e/ou mercados atuais. Metade dos respondentes indicou que o orçamento vai crescer, pelo menos, 10% sobre números do ano passado. Mais de 60% dos CIOs indicaram que as compras futuras serão direcionadas a soluções de negócio. Contudo, na percepção de 75% dos gestores de TI, os fornecedores não se encontram preparados para ajudá-los nessa tarefa.

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ESPECIAL | IT FORUM2011 VETOR DO NOVO

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Recursos computacionais cada vez mais presentes tornam possível pensar na transformação do departamento de TI de um centro de custo para um de lucro. Afinal, abrem-se portas para que os CIOs mostrem às organizações como as novas tecnologias podem criar produtos e serviços que complementam ou até revolucionam o core business da companhia. Com base nisso, o CIO pode observar tendências para apostar naquelas inovações que devem prosperar. Dois casos emblemáticos nessa frente foram apresentados nos Intercâmbios de Ideias. Em um deles, Ítalo Flammia (2) falou sobre o surgimento da operadora móvel virtual (MVNO, na sigla em inglês) da Porto Seguro. Na outra frente, Flavio Martins Limãos (1) mostrou como sistemas e telemetria melhoram a gestão de pneus na Goodyear. Também condutor do debate, Mendel Szlejf (3), da Lojas Marisa, sinalizou que grande parte das ideias surgem das áreas de negócio e são mostradas em reuniões semanais, das quais a TI participa desde o começo. “Vemos possibilidade de novos negócios e analisamos como isto pode agregar em nosso portfólio.”

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IMPACTO MÓVEL Mesmo sem uma dimensão exata, ninguém duvida das grandes oportunidades abertas pelo universo da mobilidade. “Ainda estamos iniciando a exploração do potencial do mundo móvel”, considera Claudio Prado (5), CIO do Santander, que apresentou case no painel “Como os novos dispositivos móveis estão impactando os negócios — De que forma a gestão da TI tem aproveitado os recursos destes devices?”. A questão figura no topo da agenda dos gestores de TI. “Não sou eu ou minha equipe que diz isso. Temos uma demanda reprimida. Todo dia somos cobrados para levar novas funcionalidades ao mobile”, sinalizou Telmo Pereira (6), CIO da Amil Participações. Claudio Fontes (4), CIO da Spaipa, constatou a proliferação dos dispositivos móveis ajudando a empresa na busca por eficiência, disponibilidade e integração para dentro da companhia. Os impactos disso revertem aumento da produtividade.

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ABORDAGEM ESTRATÉGICA Parte considerável da tarefa dos gestores de tecnologia se refere – direta ou indiretamente – à aquisição de TI. “Estamos, grande parte do nosso tempo, comprando tecnologia. Fazemos isso talvez não negociando frente a frente com o fornecedor, mas preparando projetos”, ponderou Fernando Birman (9), CIO da Rhodia, estimando investir 75% de seu tempo a tal atividade. O peso da tarefa obriga uma abordagem estratégica das ações de sourcing que contemple múltiplos atores e pautada pela governança. A discussão permeou o painel “Novas formas de comprar TI — O CIO está preparado para lidar com o mundo cada vez mais em nuvem e como serviço?. José Carlos Brandão (7), CIO da Rodobens, sinalizou a importância de buscar soluções aderentes a previsão de longo prazo – não apenas aquelas que resolvem problemas momentâneos. Nesse sentido, há alguns anos, a Lojas Renner vivia momento de ajustar tecnologia de forma que ela não restringisse seu crescimento. Foi de olho na estratégia, que Leandro Balbinot (8), CIO da rede varejista montou seu modelo e apostou na computação em nuvem.

ANTIGOS DILEMAS

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Segurança de informação, vire e mexe, volta à pauta. Conscientização e treinamento dos funcionários, falta de procedimentos e controles, ausência de um plano de contingência e de acesso às instalações da empresa figuram entre riscos e ameaças que rondam as preocupações ao longo dos tempos. Por outro lado, a revolução da Web 2.0 tem apresentado novas situações percebidas e gerenciadas por poucas companhias. Adriano Aquino (11), CIO da Abyara Brokers, que no ano passado fez um movimento para alavancar vendas de imóveis nas redes sociais, lembra que um dos principais desafios na ocasião foi inovar sem perder o controle da ferramenta e expor a organização a riscos. Marcelo Ferraz (10), CIO da Chevron, protege sua companhia por meio de padronização de da arquitetura de redes, combinada com ações constantes de conscientização dos funcionários e alinhamento com outras áreas (recursos humanos, jurídico e comunicação. “Segurança é uma moeda de troca. Para cada movimento da empresa, existe uma ação de segurança para isto”, avalia Douglas Tevis (12), do Bradesco.

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ESPECIAL | IT FORUM2011 PROCESSO E RESULTADO

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Construir uma TI inovadora exige, além de perseverança, trabalho árduo em uma série de questões cruciais. Conduzir e estimular a equipe durante o projeto, impor processos ágeis para conseguir bom time to market sem deixar de lado a necessidade de conciliar com as demandas do dia a dia são apenas alguns fatores que desafiam os que se arriscam nessa empreitada. “Entendemos que criatividade e invenção são diferentes de inovação, que é a invenção com valor e viabilidade comercial que traga resultados. Ou seja, precisa da materialização com resultados práticos”, detalhou, em sua apresentação, Max Thomaz (13), líder de TI do Grupo Abril, que adota um modelo balizado em processos estruturados e direcionado por incremento nos resultados de negócio. Outro palestrante, Nelson Cardoso (14), da Petrobras Distribuidora, foi além e ressaltou como o CIO pode empreender-se em projetos inovadores. No caso dele, isto se traduz no desafio Brasil Na Lua, ou seja, o desenvolvimento de um foguete cujo objetivo é aterrissar na Lua, percorrer 500 metros e fazer fotografias. Do lado corporativo, ele lidera o departamento de TI apresentou à empresa o que eles chamam de “postos do futuro”.

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A AMEAÇA AO CRESCIMENTO

Recrutamento e retenção de mão de obra qualificada são preocupações que tiram o sono de qualquer CIO no Brasil. Não por acaso, gestão de pessoas está entre os temas mais urgentes e problemáticos tratados no IT Forum 2011, durante os intercâmbios de ideias “Antes da tecnologia, a estratégia — Uma análise sobre as reais motivações dos investimentos em TI”. Jorge Cordenonsi (17), VP de tecnologia da Sodexo para Américas do Sul e Central, há três anos, liderou localmente um processo de transformação que culminou na criação de uma área de RH dentro da estrutura de TI. “Com uma área de recursos humanos específica, conseguimos adquirir novas competências para criar essa sinergia com o negócio”, explica Cordenonsi, adicionando que a ponte com as demais áreas é feita por meio de representantes dedicados. A reestruturação da equipe de TI também consistiu em um dos grandes pilares da transformação liderada por Fabio Faria (15) no Grupo Votorantim, a partir de 2005. Mais de 70% dos colaboradores foram substituídos, a fim de moldar a área de tecnologia – até então de perfil totalmente operacional e carente de práticas de governança – com a implementação de um modelo baseado em melhores práticas de mercado, plano de desenvolvimento de pessoas e unificação do planejamento estratégico de TI. E, com a missão de suportar os processos de negócios para conduzir a consolidação da empresa como organização de classe mundial, José Carlos Padilha (16), CIO da Carbocloro, ressaltou ainda o envolvimento de todo o time do planejamento estratégico. “Eu incentivo a participação de todo o grupo. Não adianta levar só uma equipe de gestores, que talvez não tenha conhecimento sobre detalhes importantes”, destacou o executivo.

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Gestão

Reportagem de capa

UMA ONDA

(GIGANT 28 28

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Fenômeno batizado de “consumerização de TI” desafia CIOs a repensarem formas de conectar dispositivos sem abrirem brechas de segurança. Isto porque os funcionários, cada vez mais, exigem da empresa recursos computacionais iguais ou superiores ao que têm em suas casas

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FELIPE DREHER

Uma revolução de consumo começou. Vive-se uma mudança visível no eixo de adoção tecnológica. A curva de novidades deixou de ser puxada pelos departamentos de TI das corporações para ser empurrada para dentro do muro das empresas por milhões de usuários de um número cada vez maior de sistemas e dispositivos. O fenômeno recebeu o nome de “consumerização”. Se há dez anos os funcionários ficavam felizes no trabalho porque lá encontravam um bom computador, hoje, eles reclamam pois não têm na empresa tanta sofisticação quanto o que contrata em sua casa. Nas páginas de um relatório divulgado por um fornecedor de TI chegou a se profetizar o surgimento de uma quarta onda impactando as empresas pós-revolução industrial. No contexto, o primeiro movimento seria o conceito de linha de montagem proposto por Henry Ford; o seguinte viria com a proposta japonesa de melhoria continua do processo; seguido pela produção massiva e de baixo custo centralizado na China. Viveríamos, agora, em um modelo de trabalho baseado na conexão intensa e ininterrupta. A tecnologia encontra-se no centro desse cenário suportada por produtos cada vez mais amigáveis e, especialmente, queda drástica do preço de dispositivos mais poderosos. Calcula-se que existam no mundo mais de 1,2 bilhão de consumidores com acesso à internet, outros 700 milhões com computadores pessoais e 2 bilhões com telefones móveis. A tecnologia se massificou. Grande parte deste grupo que usufrui as facilidades dos recursos que possui em casa quer o mesmo ou mais no ambiente de trabalho. E isto traz um desafio de administrar e suportar um ambiente heterogêneo de máquinas e sistemas, estabelecer segurança aderente e criar novas regras de governança. Esse movimento muda a forma de como as coisas acontecem no universo empresarial e pressionam os CIOs, levando-os para um cenário cada vez mais complexo, exigindo que reavaliem sua posição frente à adoção de tecnologias “domésticas” para finalidades corporativas. Ao que tudo indica, os gestores de TI encontram-se no caminho de uma onda gigante. Resta a eles aprender a surfar (e rápido). Afinal, faltam referências de como este movimento deve ocorrer.

PARA NTE) SURFAR 29 29

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Gestão

Reportagem de capa

O QUE DIZ A LEI 1. A coisa perece ao dono. O proprietário é o primeiro responsabilizado. Cabe ao empregador definir regras claras sobre uso de ferramentas de trabalho e informações 2. O empregador responde por má conduta de funcionário perante terceiros – seja no ambiente do trabalho ou fora, desde que haja algo que mostre vínculo com uso dos recursos da empresa, poderes do cargo, informações da empresa 3. O colaborador tem dever de manter sigilo profissional e responde por vazamento de informação e quebra de segredo mesmo que esteja fora do ambiente de trabalho, desde que a informação seja da empresa 4. Sobreaviso e hora extra: o uso de dispositivos que demonstrem que o colaborador está “conectado” o tempo todo ao trabalho pode configurar risco trabalhista de ter que pagar até três vezes mais em caso de rescisão. Tem de ficar claro que o fato de ele ter o recurso e acessar às informações da empresa não configura que está o tempo todo à disposição, e, se possível, também dizer que isso se deve a cargo de confiança. 5. Gestor responde por culpa no desempenho das suas funções. Se o CIO não deixar a regra clara, em havendo um incidente, ele pode ser responsabilizado.

Percebendo os ventos mudarem, a Coca-Cola começou a ajustar-se a um conceito voltado para o novo cenário. A gigante deu início a um esforço mundial buscando maior integração e um ambiente mais aberto. “Não diria que é consumerização pura, mas temos como estratégia flexibilizar o ambiente dando uma cara mais de consumer drive para nossa TI”, conta Jorge Osman, responsável pelo departamento de tecnologia da informação da companhia no Brasil. A postura proativa tenta compreender as mensagens implícitas no discurso das áreas usuárias. A estratégia começou em 2010, com uma mudança que contemplou o retorno de um executivo que assumiu o posto de novo CIO global. No processo, ele visitou operações da empresa ao redor do mundo para entender o que os funcionários esperavam da TI. Ele ouviu mensagens sobre flexibilidade, mais ferramentas de colaboração, maior integração e abertura nos ambientes. A partir disso, buscou-se como compreender como fornecer algo mais adequado as demandas de negócio. O desafio é conciliar a rigidez da corporação com o cenário quase volátil do mundo de consumo. Há necessidade de se repensar constantemente e estabelecer o foco no cliente para entender o que é demanda real e não fazer as coisas apenas por fazer. Anda-se numa estrada em construção. E as empresas vão mais lentamente do que consumo de tecnologia pessoal. “Às vezes, suportar e habilitar as oportunidades gera o paradoxo da flexibilidade versus o nível de segurança e desempenho”, reflete Osman, para acrescentar: “Essa dicotomia faz parte do nosso dia a dia”. Precisa-se equalizar tais ingredientes para alcançar um estágio de sucesso. “O ponto aqui é não sair de um ambiente fechado para um que seja completamente sem noção, porque aí você vai para o outro extremo, que também não funciona”, classifica. As corporações estão sempre um pouquinho atrás. Quanto da área de TI coloca a mão em uma nova tecnologia e consegue algum domínio sobre a questão surge algo novo. “É preciso sempre correr atrás. Quando conseguimos estar do lado, é bom pra caramba”, comenta o executivo da Coca-Cola Brasil.

O QUE VOCÊ NÃO SABIA Barateamento e evolução de recursos de dispositivos portáteis abriram um precedente incrível para impulsionar o fenômeno da consumerização. A Intel traçou percepções dos usuários quanto aos departamentos de TI de suas empresas. Os respondentes mostram um cenário não muito favorável aos

Fonte: PPP Advogados

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Gestão

Reportagem de capa

Equipamentos dos funcionários usados nas empresas brasileiras

65%

61%

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18%

10%

12%

25% 9% PC Camera

8% Telefone celular básico

Laptop PC

MAC Laptop

Desktop PC

8%

16%

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Network-attached eBook

16%

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29%

25%

VoiP ou Landline

16%

19%

25%

PDA

20%

30%

Smartphones - Blackberry

29%

Apple iPhone

30%

GPS

43%

CIOs. Dos ouvidos, a maioria acredita que a tecnologia em sua organização pauta-se por rigidez (52%), soluções baratas (49%), conservadorismo (52%), ocupam postura de seguidora (49%) e fica para traz no que toca avanços tecnológicos (45%). Isso pode reverter-se em uma batalha silenciosa, afinal, os usuários podem querer simplificar o processo tradicional de compra de TI, resolvendo suas frustrações de sua própria maneira a questão do uso de recursos computacionais. Uma pesquisa encomendada pela Unisys à IDC revela que 92%, de 301 trabalhadores brasileiros entrevistados, utilizam dispositivos pessoais em ambiente empresarial. Uma segunda fase ouviu cem executivos de diversas empresas nacionais. Os CIOs, mostrou o estudo, não se encontram integralmente conscientes sobre quais tecnologias os funcionários de suas empresas utilizam durante o expediente. Além disso, os gestores demonstraram não integrar estas tecnologias de consumo em suas organizações. O confronto entre as respostas destoa. Mais da metade dos entrevistados no País afirmam usar notebook próprio no trabalho, enquanto os executivos disseram que ape-

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Brasil - funcionário

83%

Netbooks e Tablet PCs

Fonte: Unisys/IDC

Brasil - organização

MAC Desktop

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

nas 16% utiliza este tipo de computador. Igualmente, os líderes acreditam que 10%, em média, de seus funcionários possuem smartphones, enquanto 30% dos funcionários disseram utilizar este tipo de aparelho. Também como forma de compreender com a questão, Max Aniz Thomaz, CIO do Grupo Abril, inseriu uma pergunta sobre uso de aparelhos pessoais no ambiente corporativo na pesquisa interna que faz anualmente com um grupo de usuários. O resultado mostrou que 44% dos entrevistados usam seus próprios dispositivos para tarefas profissionais. Entender este comportamento e suas influências ajuda a traçar uma estratégia mais adequada. “Acompanhamos o assunto com cuidados”, sinaliza o executivo. Ele dividiu seus esforços em três fases e atualmente trabaInformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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Osman, da Coca-Cola: “O ponto é não sair de um ambiente fechado para um que seja completamente sem noção, porque aí você vai para o outro extremo, que também não funciona”

Adoção das organizações - uso das redes sociais e equipamentos de consumo

Brasil - Funcionário

Brasil - Organização

0% 5 - Adoção tardia - último a usar

20% 4

3

40% 2

60%

80%

1 - Adoção antecipada - primeiro a usar

lha para criar uma espécie de rede consumerizada que permitirá acessar determinados aplicativos através de máquinas pessoais. Basicamente, os gestores encaram o fato por meio de três posturas: barrar, cooperar e ignorar. Como negar que esse tipo de postura exista, seja qual for a saída encontrada, o melhor é seguir outras duas premissas: controlar e monitorar. Afinal, os argumentos colocados como barreira para o avanço da conceito suportam-se em questões de segurança, ambiente tecnológico heterogêneo e conseqüente inabilidade de prover suporte e como equalizar a compra de equipamentos. “Se você não souber adequar bem sua evolução, pode trazer sérios riscos”, avalia Thomaz.

100% 301 funcionários e 100 empresas Fonte: Unisys/IDC

“A consumerização ainda não está contemplada pelos atuais frameworks [de governança]. Na realidade teremos de rever todos os aspectos de segurança e acesso, bem como entender e formular uma nova visão de como compatibilizar as necessidades da empresa com as das pessoas”, teoriza Biagio Caetano, CIO da Taurus. Na visão do executivo, existe um gap enorme entre

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Gestão

Reportagem de capa

A REGRA É CLARA

(MAS PRECISA SER DEFINIDA) A modernidade relativizou os muros da companhia. Praticamente não há divisão entre o pessoal e profissional e a consumerização ocupa apenas um pedaço desse ambiente complexo. Ainda faltam diretrizes sobre a melhor forma de proceder dentro desse conceito incerto. “Não podemos dizer não para as inovações”, sintetiza a advogada Patrícia Peck, acrescentando que não existe uma lei formal quanto a utilização de dispositivos pessoais para fins corporativos. O direito, na essência, protege ambos os lados – contando que haja uma política corporativa estabelecida para tratar a questão e assinada entre as partes. “Vamos fazer o uso, sim; mas é preciso deixar a regra clara”, comenta a especialista em direito digital. Ela menciona que não havendo definições, o próprio CIO acaba como vítima por conta dos riscos passíveis de ocorrer no processo. Ainda vive-se um ambiente turvo da novidade. Afinal, diz Patrícia, “a empresa pode entender que ele, como gestor, não cumpriu premissas de governança de TI para preparar o ambiente para o impacto tecnológico”.

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Thomaz, do Grupo Abril “No futuro, talvez, uma empresa não precisará mais comprar equipamentos porque todo mundo trará os seus”

o que temos e o que podemos usar nas companhias versus o acesso que as pessoas têm em relação a tecnologia. “Mas esta é uma onda não vai dar para segurar”. Chegamos a uma nova fronteira. “Não há padrão e não sei se precisa de um padrão”, acrescenta, trazendo à discussão o aspecto social da questão. Afinal, como impedir que pessoas usem seus equipamentos e seus acessos se cada vez mais a vida não se resume a quatro paredes ou a horários comerciais e não comerciais? “Estamos mais imersos não apenas no trabalho”, reflete. InformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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Nesse ínterim, CIOs acham alternativas. A TV Globo disparou uma campanha de divulgação sobre utilização de dispositivos pessoais por volta de setembro de 2010. “Isto veio para atender a uma demanda que reconhecíamos como reprimida e que era crescente”, comenta Carlos Octávio Queiroz, diretor de operações, tecnologia e planejamento de TI da companhia. Cada vez mais os executivos traziam devices para o ambiente do trabalho e questionar como poderiam usar aquilo para aumentar sua produtividade. A saída residiu na construção de uma rede paralela para acomodar tal ânsia por dispositivos. A reorientação das aplicações encontra-se também no direcionamento. “Se não tomássemos uma atitude nesse sentido, sofreríamos uma pressão para adotar corporativamente mais sofisticados”, julga. O movimento fez ainda a empresa mirar plataformas até então não privilegiada nas ações.

BENEFÍCIOS (EXISTE ALGUM?) Os executivos entrevistados mantém olha de otimismo e oportunidade sobre o tema. O argumento paira sobre a questão de que, trabalhando com o que gosta, o funcionário pode ampliar sua produtividade. Além disso, há impactos quanto a mobilidade, satisfação e possível redução de custos com equipamentos no longo prazo. “No futuro, talvez, uma empresa não precisará mais comprar equipamentos porque todo mundo trará os seus”, arrisca Thomaz, da Abril. “A abordagem corporativo e pessoal vai desaparecer. Isso é periférico. Vai chegar um momento que isso dará um nó. Dispositivo é transitório e as aplicações que não se adaptarem a isso, tendem a morrer”, comenta Anderson Cunha, diretor de TI da Leroy Merlin, citando que simplesmente transportar sistemas que hoje rodam em outros formatos de máquinas para aparelhos diferentes pode não ser uma estratégia sustentável no longo prazo. O mercado precisará se sentir seguro para desenhar o modelo e encontrar as melhoras práticas. Conforme as tecnologias evoluem há de se correr atrás. Lembre-se: mudanças acontecem com o tempo e não se pode fechar a porta para nada. Observe os movimentos e fazer suas escolhas. A grande conclusão de institutos de pesquisa é avaliar os riscos que você quer correr, os custos que isso trará. Mas não há um único modelo ou modelo vencedor. A grande conclusão é, a ti que tentar lutar contra isso terá dificuldades no futuro. Já passou a fase de só dizer não. “Diria que o CIO não tem opção ignorar a evolução, ele vai ter que se reinventar. Se você pega a cadeia produtiva da empresa e aquilo que o usuário usa tem valor para ele, IWB tem valor para a empresa”, sintetiza Queiroz, da TV Globo.

POSTURAS VIÁVEIS Não apenas dizer não: muitas vezes, usuários produzem mais quando escolhem suas ferramentas de trabalho. Desenvolva uma política para tratar a questão. Ouça: crie um grupo de aconselhamento para informar aos usuários o que é possível e o que não é. Veja o retorno disso e comece a desenhar diretrizes e orientações de como tratar a questão. Pesquise e teste: conduza pilotos antes de implantar determinada tecnologia. Envolva usuários-chave de diversos departamentos e entenda comportamentos, preferências e o impacto disso na infraestrutura. Incorpore essas descobertas no plano de rollout. Prepare-se para cenários cada vez mais complexos: aceitar tecnologias pessoais na empresa significa multiplicar exponencialmente a necessidade conhecimento do time de TI. Não confie no suporte dos fabricantes: provedores de tecnologia podem quebrar, concertar e dar garantia de seus produtos; mas eles não conhecem as regras e processos da corporação que os abriga. Prepare-se: o help desk em um ambiente de TI consumerizado precisa ser capaz de responder ao inesperado. Documente e comunique as políticas: todo mundo deveria saber as políticas da companhia quanto ao uso de dispositivos pessoais. Faça revisões periódicas e testes para compreender como a chegada de novas tecnologias afeta o desempenho. As políticas podem considerar: • Dispositivos que serão apoiados • Como o funcionário deve proceder para pedir novos dispositivos ou sistemas • Quais aplicativos ou categoria de aplicativos, são autorizados e proibidos • Quais os dados da empresa são permitidos em dispositivos pessoais • Como obter suporte para dispositivos e aplicações As diretrizes devem responder às perguntas: • Quando um dispositivo não é mais usado para o trabalho ou um funcionário deixa a companhia, quais são suas responsabilidades relacionadas com a segurança de dados? • Quem é responsável pela administração e backup nesses dispositivos? • Bloqueio e proteção senhas são necessários? Como isso é gerenciado? • Quem vai prover suporte? Fonte: Forbes/CITO Research

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Gestão | CURTAS

Facebook VITOR CAVALCANTI

é nova aposta da

Tecnisa para vendas Pioneira na adoção de internet em seu setor, construtora investe em redes sociais como plataforma comercial

Enquanto discute-se o real valor de apostar em ações nas redes sociais, algumas empresas já investem nesses canais há algum tempo, especialmente nos mais populares: Twitter e Facebook. Embora o ramo da construção civil seja conhecido pelo seu conservadorismo, é de lá que vem um dos exemplos de estratégia bem-sucedida neste universo. A Tecnisa, uma das primeiras a lançar venda de apartamentos via web, desde 2008 marca presença na esfera social, primeiro com o microblog, agora, com e-commerce via Facebook.

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Como esclarece Romeo Busarello, diretor de ambientes digitais da construtora, a web é tratada como negócio e, até por isso, toda a estratégia nessa área está desvinculada do departamento de tecnologia da informação. “Parte do sucesso é não ter relação com a TI, é uma relação cordial, mas não dependemos deles.” A companhia atua na grande rede desde 2001 com estratégia focada em venda, ainda em 2006 lançou seu blog corporativo e, em 2008, concluiu a venda de um apartamento pelo Twitter. O negócio é levado tão a sério que, no mesmo ano em que iniciou as ações no microblog, a companhia contratou um gerente de redes sociais. “Temos reconhecimento por boas práticas na web. O caso do Facebook não é algo isolado, faz parte da macroestratégia”, comenta, já iniciando o diálogo sobre o trabalho feito na maior rede social do mundo. Cada vez mais, especialistas têm olhado para a rede liderada por Mark Zuckerberg como uma plataforma de comunicação e não apenas como mais um site de mídia social. Assim, surgem diversos casos de aplicações corporativas no canal e o e-commerce é uma das vertentes que tem despontado. Busarello lembra que, no último ano especialmente, o Facebook tem ganhado muita notoriedade no mercado brasileiro e isso pesou na avaliação se era ou não hora de marcar presença por lá.

TWITTER X FACEBOOK

De acordo como diretor, não há dificuldades para atuar nesta rede social e os benefícios são muitos em relação ao Twitter onde as ações não contam com tantas ferramentas. “Trata-se de um XML do site (da Tecnisa) que emula no Facebook. Tenho características do site, exceto a parte institucional. O próprio Facebook vem apostando em coisas novas e encontrando oportunidades na plataforma É um grande player global de internet.” Como trata-se de um canal novo, a companhia prefere não trabalhar com expectativa de venda, Busarello lembra que inovação não tem precisão, ou seja, é preciso correr o risco. Apesar disso, ele afirma não ter encontrado nenhum tipo de resistência dentro da companhia, mostrando, mais uma vez, a independência que o departamento conta para atuar. O custo baixo do projeto (em torno de R$ 50 mil) é outro chamariz. “Ele nada mais é que um espelho e o que muda é que temos mais um canal, eu não perco nada. As pessoas começam a usar o Facebook como plataforma de N coisas e temos que estar presentes.”

Para entrar na rede social, Busarello recorreu a uma empresa instalada em Santa Catarina, que garantiu um custo baixo ao projeto. No total, serão 54 produtos colocados à venda no Facebook. No Twitter a ação foi um pouco mais simples e não pediu investimentos. O único custo foi relativo a algumas promoções, como vales de R$ 3 mil para compras motivadas pelo microblog. Apesar de não haver custo, ao comparar a atuação nas duas redes, o diretor da Tecnisa lembra que o tipo de experiência é incomparável. “Os ambientes (são diferentes), Twitter é informativo, Facebook é experimental. Twitter tem escala, hoje temos quase dez mil seguidores e são espontâneos. Ano passado fizemos uma ação com ingressos de cinema para agradecer. No Facebook (é algo novo) o usuário não está habituado em comprar por lá. Ele vai acompanhar certamente.” Aos que desejam se aventurar nestes ambientes, Bulsarello afirma que é preciso conhecer bem e ter uma estratégia bem estruturada. Do contrário, explica, “coloca um monstro dentro de casa e compromete a questão promocional”. Na construtora, não é feito payback desses projetos porque a presença na web está na estratégia e 35% das vendas da Tecnica vêm da internet.

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Gestão | CURTAS

Em processo de integração,

AUTOREG acha espaço

para inovar

Companhia de regulação de sinistros, recém-adquirida por grupo europeu, testa vistoria online e tablets Na companhia desde sua fundação, em 1995, o CIO Ricardo Gimenez vive um momento de integração das operações da brasileira Autoreg, especializada em regulação de sinistros automotivos, com a Bureau Veritas (BV), baseada na França. Mas nem por isso tem deixado de lado a experimentação de novas tecnologias, algo que tenta impor como marca da TI da companhia. No que diz respeito à integração, iniciada em janeiro, mês em que foi anunciada a aquisição pela BV, tudo corre bem e o sistema de gestão nacional será replicado globalmente, isso porque, hoje, a BV, também especialista em regulação de sinistros, não possui o braço automotivo, então, adotará as práticas desenvolvidas pela Autoreg. “Desde a fundação da empresa, em 1995, se pensou em TI. Em 2001, por exemplo, disponibilizamos laptops para os peritos de campo. Investimos também em servidores e, desde 2004, aloco meus dados em data center”, comenta. Gimenez acredita que, com a chegada da BV, haverá ainda mais fôlego para investimentos em inovação. Atualmente, ele testa duas soluções, uma plataforma para permitir vistoria de acompanhamento online. A ideia é ter um serviço onde a oficina envia fotos e se faz a avaliação a partir da central da empresa. “A maior dificuldade aqui é oferecer o serviço e a seguradora aceitar. Elas até usam vistoria online, mas quando pensam em uma reguladora fazendo isso, é diferente. Nos Estados Unidos já é uma tendência forte”, explica. No campo da mobilidade, há um desejo de substituir os notebooks por tablets. O problema é que a tecnologia que se adéqua ao software utilizado é um aparelho da Panasonic que roda Windows 7. O dispositivo ainda não é vendido no Brasil. Tal exigência é porque a plataforma usada nas vistorias só roda no sistema da Microsoft. “O tablet facilita

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porque o perito faz a vistoria e toma nota como se fosse em uma prancheta e, possivelmente, terei menos erros. Queremos iniciar a operação ainda neste ano. O custo também é um barreira.” Questionado sobre a viabilidade de usar um dispositivo já disponível no mercado, ele acredita que o iPad não tem a robustez necessária para esse tipo de trabalho em campo. No caso dos smartphones, eles até pensaram no passado, mas o tamanho da tela era um impeditivo. “E também nosso aplicativo precisa estar instalados, fizemos testes e não funcionou bem.” Embora a parte de gestão e algumas práticas usadas aqui tenham sido mantidas e poderão ser replicadas globalmente, a Autoreg deve aproveitar ferramentas da BV e existe troca de experiência na área de e-mail, colaboração. “Algumas necessidades ainda estamos entendendo”, pontua. InformationWeek InformationWeek Brasil Brasil | Fevereiro | Maiode de2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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CIO INSIGHT PARA ALGUNS, FALAR EM GOVERNANÇA PODE SER REPETITIVO, UMA PÁGINA VIRADA, TALVEZ. CONTUDO, NÃO DÁ PARA IGNORAR O TEMA EM UM MOMENTO EM QUE O BRASIL CRESCE E OBRIGA AS EMPRESAS A AVANÇAREM NOS NÍVEIS ORGANIZACIONAIS DE PROFISSIONALIZAÇÃO. OS TRÊS ARTIGOS DESTE MÊS VERSAM SOBRE O TEMA E TRAZEM ENSINAMENTOS VALIOSOS AOS QUE PRETENDEM PERCORRER O CAMINHO DAS BOAS PRÁTICAS QUE CONDUZEM À LONGEVIDADE ORGANIZACIONAL

FUNDAMENTAL Saber priorizar projetos com maior potencial de contribuição econômica ao negócio é a chave do sucesso. Mauricio Cascão, da TIM, crê que, não fazendo isto, correse o risco de trabalhar muito, mas não fazer bem aquilo que faz a diferença Pag. 40

Um dos maiores desafios das empresas é descobrir o caminho mais eficaz de satisfazer o cliente, seja ele interno ou final. Ruy Pimentel Marques Junior, da Light, aposta em foco permanente em resultados para a questão Pag. 41

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Transparência, confiabilidade e maturidade. Enrico Raucci, da Sanofi-Aventis, reforça que governança, seja ela corporativa ou de TI, não é apenas um modismo. É um diferencial Pag. 42

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MAURICIO CASCÃO é diretor de TI da TIM Brasil

DESAFIOS DO FUTURO

ATUAR EM UM SEGMENTO COMPETITIVO E DINÂMICO REQUER ATUALIZAÇÃO CONSTANTE, FLEXIBILIDADE E, O MAIS IMPORTANTE, VISÃO DE FUTURO. Aliás, quando falamos dessa visão em TI podemos analisá-la de duas formas: tendo como pano de fundo a evolução da tecnologia ou por meio de uma interpretação gerencial. Escolho a segunda opção. O desafio que retratarei é o CIOs em encontrar o justo equilíbrio entre qualidade, eficiência e time-to-market. Na sequência qualificaremos este triângulo de valores para o mundo de TI.

Definiria qualidade como o binômio composto pelas capacidades de manter o negócio funcionando adequadamente, dentro de SLAs acordados com clientes internos e externos, minimizando impactos de problemas gerados na operação e de incrementar o negócio, lançando produtos e serviços que atendam às expectativas dos usuários da TI. Ou seja, garantir uma operação previsível, sem sobressaltos, pautada na seriedade e no alto nível de exigência da qualidade de entrega.

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Fazer mais por menos é o que norteia o quesito eficiência. O bom gestor de TI entende que, em igualdade de prestações, o que hoje custa R$ 100, no próximo ano deveria custar R$ 80. A busca pela eficiência exige flexibilidade para rever conceitos e questionar padrões adotados, saindo da zona de conforto. Aqui vale uma dica: no momento de firmar compromissos para ficar dentro do orçamento de um projeto, negocie duramente os preços de hardware e de licenças de software, mas não sacrifique a verba de desenvolvimento e de serviços. Economia com pessoas, normalmente, se traduz em mão de obra menos qualificada e, consequentemente, projetos de pior qualidade. Agilidade é tudo. Interpretamos time-to-market como a capacidade da TI em cumprir os prazos acordados para a entrega, construindo credibilidade. Em nosso jargão: DADC (Data Acordada, Data Cumprida). Saber priorizar projetos com maior potencial de contribuição econômica ao negócio é a chave do sucesso. Não priorizando, corre-se o risco de trabalhar muito, mas não fazer bem aquilo que faz a diferença. O desafio do gestor é equilibrar essas três dimensões altamente independentes. A harmonia depende do momento SABER PRIORIZAR organizacional e do tipo de PROJETOS COM MAIOR POTENCIAL projeto conduzido. O bom senso DE CONTRIBUIÇÃO mostra que se deve dar peso diferenciado de acordo com a ECONÔMICA relevância do projeto. Por exemAO NEGÓCIO plo, é necessário dar ênfase à É A CHAVE DO dimensão time-to-market quando SUCESSO. NÃO o êxito do projeto depende da PRIORIZANDO, CORRE-SE O RISCO tempestividade do seu lançamento (ofertas comerciais, DE TRABALHAR campanhas promocionais). Caso MUITO, MAS contrário, qualidade e eficiência NÃO FAZER BEM AQUILO QUE FAZ A não devem ser sacrificadas. Finalmente, entendido o triânDIFERENÇA gulo de valores, cabe implementá-lo. Compete ao CIO definir o que se quer de cada uma das dimensões, dar coaching e exemplos, além de criar métricas de controle das três dimensões, afinal o que não é medido, não é controlado. O objetivo final é permear estes valores dentro da sua organização. Uma organização alinhada por valores se torna coesa, ágil e preparada para os desafios do futuro que se concretizam no dia a dia do trabalho.

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TODAS AS AÇÕES DE TI NA LIGHT SE PAUTAM NO LEMA “ATUAR ENTREGANDO O QUE O CLIENTE QUER E PRECISA”

A BUSCA PELA EXCELÊNCIA

UM DOS MAIORES DESAFIOS DAS EMPRESAS É DESCOBRIR O CAMINHO MAIS EFICAZ DE SATISFAZER O CLIENTE, SEJA ELE INTERNO OU FINAL. Com o foco permanente em resultados, a Light –concessionária de energia elétrica presente em 31 municípios do Rio de Janeiro – busca constantemente encontrar soluções que garantam um RUY PIMENTEL MARQUES JUNIOR é superintendente de TI da Light serviço personalizado, ágil, seguro e confiável. Como os serviços oferecidos têm de ser disponibilizados online, 24 horas e sete dias da semana, a atuação da área de Tecnologia de Informação é física são temas permanentes nos diálogos com os executivos. igualmente desafiadora. Melhorar serviços, adquirir novos produtos e/ou atualizar alPor compreender a importância do negócio da empresa, os profissionais de TI se focam nas atividades essenciais, buscando um atendimento de excelência. As competências do departamento vão desde as aplicações no SAP até os sistemas especializados. Para obter um resultado positivo, a Light elaborou um plano estratégico para os próximos três anos, no qual definiu diretrizes e metas para o ano de 2011. Todas as ações de TI se pautam no lema “Atuar entregando o que o cliente quer e precisa”. Para isso, houve a necessidade de uma transformação cultural no corpo gerencial para prover soluções que o atendam da melhor forma possível e não necessariamente fornecer forneçam o estado da arte de tecnologia. Na TI uma das diretrizes é incrementar cada vez mais as iniciativas em prol da governança corporativa, uma forma de deixar transparente todos os serviços, alinhando-os com as solicitações e necessidades dos gestores e com o planejamento da empresa. Esta é uma maneira de fortalecer a parceria indispensável para o bom resultado final e garantir que as ações estejam de acordo com a estratégia corporativa. O aumento da segurança na informação e da infraestrutura

guns dos existentes é primordial para um atendimento eficaz. A parceria com fornecedores e empresas que detém tecnologia de ponta também faz parte da estratégia de pesquisar, conhecer e adquirir novos produtos que possam aperfeiçoar o trabalho de TI, que, por sua vez, ao atuar nos bastidores, garante que a “engrenagem” de todo o Grupo traga a confiabilidade necessária. Uma medida complementar, será a adoção de metodologia de gestão de projetos na área, de forma a manter o comprometimento com as melhores práticas. Tal iniciativa será complementada por um sistema de controle e gerenciamento de demandas dos usuários, com a certeza de que todas as informações necessárias para a solução do problema apresentado estejam descritas, possibilitando a ação coordenada pelas equipes de TI. Esse conjunto de ações compõe o desafio para 2011. O planejamento e a entrega de produtos, alinhada com as demandas das outras áreas da empresa, mostra o compromisso de todo o Grupo Light para atingir benefícios positivos nos indicadores empresariais, na satisfação dos clientes e na construção diária da história dessa empresa centenária.

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GOVERNANÇA, SEJA ELA CORPORATIVA OU DE TI, NÃO É APENAS UM MODISMO. É UM DIFERENCIAL

ENRICO RAUCCI é CIO da Sanofi-Aventis

TRANSPARÊNCIA, CONFIABILIDADE E MATURIDADE

TALVEZ MUITOS CIOS AINDA QUESTIONEM O QUÊ, EFETIVAMENTE, É GOVERNANÇA DE TI E QUAIS SÃO SEUS REAIS BENEFÍCIOS. A grande diversidade de conceitos, ferramentas e frameworks disponíveis no mercado relacionados a esse assunto, o que acaba gerando muitas dúvidas sobre a correta definição do conceito. Provavelmente o tema tem várias significações e explicações.

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Muitos preconizam que ao adotarmos as melhores práticas como balanced scored card (BSC) e os frameworks Itil e Cobit, a questão estará resolvida. Enganam-se. Isso não é suficiente. Certamente adotar essas ferramentas fará com que os níveis de maturidade dos processos da área de TI aumentem significativamente, mas não gerará valor agregado perceptível se não houver um alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa. Temos que entender Governança da tecnologia da informação como um subconjunto da Governança Corporativa garantindo assim o perfeito alinhamento entre esses dois sistemas de gestão. Como os objetivos corporativos estratégicos são dinâmicos, é sempre importante rever os processos de gestão de TI, com o intuito de garantir que sempre estarão alinhados com as principais estratégias da empresa. No atual contexto mundial, onde a competitividade na maioria dos setores é grande, as corporações precisam buscar diferencias não somente nos seus produtos, nas suas ações de marketing, no relacionamento com seus clientes, mas também no seu processo de gestão. Afinal, será através dele que a empresa poderá demonstrar maior transparência de como a está sendo administrada, bem como na demonstração de seus resultados, gerando assim, segurança ao mercado e em especial aos acionistas. Essa prática é atualmente muito comum entre as companhias de maior porte, em especial as que têm suas ações na Bolsa de Nova York e precisam estar necessariamente em compliance com a lei Sarbanes-Oxley. Sendo assim, um dos objetivos da governança de TI é de dar mais transparência nos processos de gestão da área, pois as informações financeiras estão armazenadas em sistemas de informação e a empresa precisa ter a garantia de que os mesmos são confiáveis. Dessa forma, poderemos assegurar que os principais processos de negócio associados a esses objetivos estratégicos estarão sendo gerenciados pela área de TI com transparência, confiabilidade e com um grau de maturidade adequado. Portanto, Governança, seja ela corporativa ou de TI, não é apenas um modismo. É um diferencial para as organizações, pois esses sistemas de gestão indiscutivelmente geram mais valor para a empresa. InformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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Foto: Madalena Gutierrez

Segurança EDGAR D’ANDREA É SÓCIO DA ÁREA DE SEGURANÇA E TECNOLOGIA DA PWC.

Absentismo virtual

O

aumento do uso das redes sociais e a proliferação dos aplicativos para dispositivos móveis no mundo corporativo representam a essência da tecnologia aplicada às soluções de negócio. Com isso, surgem novos dilemas de segurança da informação como o absentismo virtual, termo atribuído ao fato de estar fisicamente na empresa, diante do computador, ou usando um aparelho corporativo, nem sempre equivale a estar trabalhando. Trata-se, também, de uma preocupação global dos líderes empresariais. Uma primeira questão a este respeito se relaciona com o uso exagerado das redes sociais para atividades particulares no horário e no local de trabalho. Isto significa ter parte importante das horas do funcionário dedicada, por exemplo, a trocas de mensagens e conversas “online” com amigos e parentes, ao invés de utilizada para atividades produtivas da empresa de acordo com o contrato de trabalho. Além disso, o uso de redes sociais traz riscos de divulgação e propagação de informações reservadas da companhia e de se emitir opiniões particulares “em nome” da organização que possam difamar a imagem da própria empresa ou de seus funcionários. Uma segunda questão se relaciona com a proliferação da utilização dos dispositivos móveis no âmbito empresarial. A linha divisória do uso compartilhado do mesmo aparelho para fins profissionais e pessoais, antes tênue, agora inexiste na prática. Obter acesso a informações e e-mails corporativos no celular ou

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tablet pessoal, ou vice-versa, não é mais um desafio tecnológico intransponível para o usuário comum. Além disso, a utilização dos dispositivos e serviços móveis cresce entre os executivos. Esta questão exige a implantação de soluções de segurança mais sofisticadas e, muitas vezes, mudanças importantes nos hábitos e no comportamento do usuário. Por outro lado, não param de surgir inovações empresariais baseadas no ambiente colaborativo e interativo das redes sociais. A área de recrutamento, por exemplo, tem se utilizado fortemente desses mecanismos para buscar talentos. A área de produto tem obtido feedbacks importantes nessas mesmas ferramentas. Da mesma forma, o uso de dispositivos móveis traz eficiência para os colaboradores e permite introduzir inovações nos processos de áreas como vendas, produção, logística e finanças. O dilema da liderança globalmente responsável das organizações está em estabelecer o grau de rigidez com que estes temas serão tratados e fazê-los refletir nas políticas e sansões internas, assim como na forma em que se medirá e se controlará o uso de tais ferramentas. A abordagem mais radical (não liberar o acesso) diminui sensivelmente o risco de absentismo virtual, porém pode inviabilizar as inovações empresariais com base nestas tecnologias. O viés de se permitir o uso de forma controlada e monitorada possibilita, sim, introduzir inovações nos processos empresariais, mas exige também que se adote cuidados adicionais com relação ao absentismo virtual, à privacidade e à segurança da informação. InformationWeekBrasil | Maio de2011

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Indústria

Agora

nunca! ou

GILBERTO PAVONI JUNIOR, ESPECIAL PARA INFORMATIONWEEK BRASIL

Mercado nacional vive um bom momento, mas a situação também desperta o apetite dos players globais para adquirir firmas por aqui. Para líderes do setor, é hora de as empresas brasileiras de TI crescerem para além das fronteiras e perder o medo de comprar concorrentes 46 46

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As empresas de TI brasileiras vivem um descompasso entre suas estratégias de crescimento e a posição que o País ocupa no atual contexto mundial do setor. O Brasil está entre os sete maiores mercados de tecnologia, com um potencial de US$ 62 bilhões. Em dez anos, deveremos ocupar o quinto lugar com estimativas que vão de US$ 150 bilhões a US$ 200 bilhões. Os números são da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) e foram apresentados na última comitiva do setor que acompanhou a presidenta Dilma Rousseff à China, em abril. Entretanto, ainda faltam empresas nacionais que sejam globais. Empreendedorismo, apoio governamental e problemas históricos (veja quadro na pág. 63) são alguns pontos que precisam ser trabalhados. Atualmente, a mais bem-posicionada no exterior é a fabricante de sistemas corporativos Totvs. Em um estudo da consultoria Gartner, a empresa figura entre as seis maiores de ERP do mundo. E não é somente a colocação no ranking que merece ser reconhecida. A companhia apresentou crescimento médio anual composto de 21% entre 2008 a 2010, o mais alto entre seus concorrentes, e foi a única companhia a apresentar expansão orgânica de dois dígitos. Para muitos, há um componente na estratégia da Totvs que a faz ter este desempenho. “Ela pratica fusões e aquisições como qualquer outra grande companhia mundial e isto é indissociável do crescimento orgânico InformationWeekBrasil | Maio de 2011

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PROBLEMAS HISTÓRICOS

O empresário brasileiro é mais técnico e não pensa em crescimento exponencial com fusões e aquisições, prefere o orgânico. > A pressão da folha de pagamento nas empresas de TI é por volta de 70% dos custos totais, dificultando qualquer plano de exportação. > O governo representa 30% do mercado de TI, sendo o maior comprador e direcionador das estratégias. Muitas delas são dissonantes com a demanda global. > O Real valorizado até facilitaria as estratégias de fusões e aquisições. Mas a mesma situação dificulta a exportação de produtos e serviços. Precisa haver um equilíbrio. > A falta de formação de profissionais de TI é imensa e ainda compete com a dificuldade de outros setores em criar mão de obra. A deficiência educacional do País agrava isto. > Cerca de 94% das empresas de TI brasileiras são pequenas ou médias, o que impede que possam ser players globais. No máximo, são marcas interessantes em mercados de nicho.

Fonte: ABES, Brasscom

que, por vezes, é prioridade dos empresários brasileiros”, explica o presidente da Acquisitions, consultoria especializada em fusões e aquisições, Ruy Moura. Em um setor dinâmico como o de tecnologia da informação, viver somente do sucesso da atual carteira de clientes e portfólio está longe de ser suficiente. Os empreendedores não podem se acomodar em meio à demanda por novidades constante e concorrência agressiva. “Uma empresa deve sempre pensar em fusão e aquisição para ganhar escala com produtos novos ou expandir o market share”, comenta Moura. A história da Totvs é um exemplo. A empresa, que nasceu como Microsiga, abocanhou concorrentes como Logocenter, RM Sistemas e Datasul, além de outras menores e em outros países. Com isto, saiu de

coadjuvante nos anos 1990 para o papel principal do setor de ERP no Brasil. Para o presidente da Totvs, Laércio Consentino, não havia outro caminho a seguir. “Após vários avanços na gestão da empresa, descobrimos que ou crescíamos ou seríamos boa opção para quem quer crescer”, comenta. Há pouco mais de dez anos, a então Microsiga era uma companhia que estava atrás de SAP, Baan, JD Edwards, Peoplesoft e todas as brasileiras que ela acabou comprando. As próprias marcas estrangeiras sumiram em aquisições durante este período, excetuando-se a alemã SAP. Pode-se dizer que sobreviveram somente as mais agressivas. Consentino lembra que o insight sobre a estratégia a ser adotada veio de uma reunião com um banco em uma época quando ele buscava capital e conselhos para continuar o trabalho de até então. “Nossa intenção era sobreviver e não era diferente de qualquer outro empresário brasileiro do setor que vive o dilema de ser um técnico que criou uma boa solução e é bem aceito pelos clientes”, lembra. A visão mudou quando o possível investidor, o Banco Safra, mostrou para ele que os conceitos do economista e futurologista Thomas Friedman, expostos no livro O Mundo é Plano — Uma História Breve do Século XXI, já eram mais do que cenários saídos da mente de um especialista. “Fomos confrontados com o tamanho do mercado global e nossa real importância, e ainda era muito pouco”, lembra. O resumo do conselho escutado pelo presidente da Totvs foi algo no estilo “cresça e apareça”. Do contrário, a companhia seria apenas uma boa presa em um mundo cheio

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Indústria de predadores com caixa afiado e prontos para engordar com o desembolso de alguns milhões de dólares. O choque de realidade reposicionou a empresa, que passou de destaque no mercado local para player agressivo no âmbito mundial. “Como foi tudo muito rápido e eu estava aberto a esse tipo de ajuda, não houve dilema. Mas eu sei que a mudança é complicada para a maioria dos empresários brasileiros, principalmente, os que vêm da minha época”, diz Consentino. Em geral, os empreendedores brasileiros de TI são técnicos que acertaram a mão e construíram seus pequenos ducados em cima de bons produtos e clientes locais satisfeitos. Isso, para muitos especialistas, já é algo digno de aplauso. Mas mostra-se insuficiente em um mundo onde a concorrência é maior, tem fome e vem de qualquer lugar. “O maior risco do mercado brasileiro hoje está na desnacionalização das empresas em um momento de amplo crescimento”, alerta o diretor de mercado da Softex (Sociedade para a Promoção da Excelência de Software Brasileiro), Djalma Petit. “As companhias estrangeiras têm planos de compra que equivalem ao faturamento das brasileiras”, diz.

EM BUSCA DA BRASILEIRA GLOBAL Consentino, da Totvs: “Após vários avanços na gestão da empresa, descobrimos que ou crescíamos ou seríamos boa opção para quem quer crescer”

Para evitar esse quadro dramático, seria preciso mudar a cultura do empresariado. “No geral, o mercado brasileiro, apesar de

O FUTURO DO MERCADO Os casos da Totvs e Stefanini são exemplares, mas há muita gente que os consideram algo de uma TI ultrapassada. “O setor de ERP e serviços tiveram sua época, agora é a vez de outras soluções”, diz o presidente da Ci&T, Cesar Gon. Para ele, o futuro promissor está na mobilidade, novas mídias e todas as soluções que se encaixam por cima de tudo isso que foi construído até agora nos sistemas das empresas. A companhia atuava no ramo da Stefanini e enfrentava a

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concorrência agressiva das indianas (Tata, Wipro e Infosys) e outras gigantes como Accenture, IBM, Capgemini e HP. No último planejamento plurianual, o executivo mudou a direção do crescimento e posicionou uma expansão global. A empresa investiu US$ 1 milhão para criar unidades na China e Japão e ainda conta com receitas vindas da Europa e dos Estados Unidos. Atualmente, 35% do faturamento chegam do exterior. “Quando a empresa foi criada, já não queríamos ser

da onda do Bug do Milênio, então, a sensibilidade para as mudanças sempre esteve aguçada”, comenta. Com esse posicionamento, a aposta em novos mercados é consciente. “São soluções que possuem demanda crescente e, embora tenham características diferentes, representam a nova TI”, diz Gon. É nesse mercado que outras brasileiras podem ser grandes. “As gigantes demoram muito para se movimentar e essa é nossa oportunidade”, ensina.

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Indústria

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Stefanini, da Stefanini IT Solutions: “Temos falta de mão de obra, a folha de pagamentos precisa ser desonerada, o câmbio desfavorece e precisamos ter empresários que pensem globalmente”

Foto: Ricardo Benichio

maduro, é formado por técnicos que ainda enfrentam dificuldades de serem bons administradores, o que é ainda o primeiro passo para serem empreendedores agressivos com disposição de fazer aquisições e serem globais”, explica o presidente da Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software) e CEO da fabricante de soluções de e-business Paradigma, Gerson Schmitt, um exemplo de empresário que não é técnico e tem formação administração e financeira. No mercado local, há muita demanda e perspectiva de expansão para os próximos anos. Contudo, por outro lado, existem empresas com tamanho e configuração insuficientes para sobreviver a qualquer oferta agressiva de fusão ou aquisição por estrangeiras. “Se o setor de TI crescer como as previsões indicam e as empresas não, só será possível atendê-lo com firmas estrangeiras globais”, alerta Schmitt. A saída, segundo ele, está nas fusões e aquisições. “Precisa-se ganhar musculatura nesta época na qual a tecnologia é sinônimo de negócios”, ensina. Levantamentos da Abes mostram que 94% das firmas do setor são de pequeno ou médio portes. “Qualquer estratégia do segmento que não leve em conta fusões ou aquisições pode ser um fracasso”, comenta. A ideia tem muitos adeptos. O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Carlos Rego Gil, defende, há

anos, uma união de grandes empresas para que exista uma brasileira com musculatura suficiente para representar o mercado. Mas, para o executivo, este novo player deve surgir do contexto do mercado brasileiro no qual o governo é cerca de 30% das compras. Desta maneira, uma gigante verde-amarela deveria ser composta por Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Cobra (empresa de TI do Banco do Brasil) e Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social). “Ou isto ou o governo facilita a criação de companhias com seus mecanismos e bancos de investimentos”, diz.

PROBLEMAS A ENFRENTAR No entanto, mesmo esta estratégia de política nacional seria insuficiente se outros problemas tradicionais do setor não forem enfrentados. “Temos falta de mão de obra, a folha de pagamentos precisa ser desonerada, o câmbio InformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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desfavorece e precisamos ter empresários que pensem globalmente”, aponta o presidente da Stefanini IT Solutions, Marco Stefanini. A empresa é outra que, além da Totvs, pode se orgulhar de sua posição de player mundial. São problemas que ainda afligem o Brasil tecnológico. Dados das associações de classe indicam que o País tem carência de 70 mil a 100 mil profissionais atualmente. Se o crescimento esperado ocorrer, a Brasscom alerta que neste ritmo a diferença poderá chegar a 750 mil em 2020. Com isto, o País perderia a oportunidade de ter empresas que competiriam no mercado de soluções e software e seria somente um bom local para fábricas. Em vez de engenheiros, formaríamos mais operários. Se os problemas forem resolvidos, ocorre o contrário. “Seria prepotência nossa mirar no mercado americano ou europeu, mas é possível ter mais cinco ou até dez grandes empresas globais de TI brasileiras em uma década se IWB tudo for equacionado”, prevê Stefanini.

INVASÃO BÁRBARA

Algumas promissoras empresas de TI brasileira não aguentaram a pressão de companhias globais e deixaram de ser patrimônio majoritário do empresariado local. Confira os últimos negócios que mostram a competição acirrada. > CPM Braxis – A francesa Capgemini adquiriu o controle em 2010. > Procwork – A chilena Sonta IT comprou em 2007. Em 2010, ainda comprou a Telsinc e a SoftTeam, subsidiária da Totvs. > GPTI – A Portugal Telecom comprou 100% do capital em 2010. > Tivit – O grupo americano de investimentos Apax Partners comprou 54,25% da brasileira em 2010. > Interchange – A americana GXS adquiriu a brasileira de EDI em 2009. > Kaizen – Também aquisição da chilena Sonda, em 2010.

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Indústria|CURTAS ROBERTA PRESCOTT

Brasil precisa colocar TIC

na agenda nacional O Brasil ocupa agora a 56ª posição no ranking do relatório Global de Tecnologia da Informação 2010- 2011. A posição é melhor em comparação com a versão anterior (61ª), mas ainda está longe de ser a ideal. Há cinco anos, Brasil e China encontravam-se em colocações muito semelhantes, mas o país comunista saltou e hoje exibe o 36º lugar. O que fez a China evoluir e o Brasil ficar praticamente estacionado, na opinião do coeditor do relatório e professor no Insead, Soumitra Dutta, é o estabelecimento de uma agenda. Dutta, que também é colunista de InformationWeek Brasil, salienta que o governo precisa estabelecer uma estratégia para fomentar o mercado de tecnologia da informação e comunicação (TIC). “Hoje, não há um plano para exportação. É preciso colocar TIC na agenda nacional do País.” Estudio so no assunto, ele sinaliza que o acesso à tecnologia tem de ser mais barato e fácil, além da necessidade de se fomentar a educação. “O Brasil vive um momento de expansão e é preciso aproveitar este otimismo. É ótima a posição do País, mas há um trabalho enorme a ser feito”, ressalta. Nesta mesma linha, o presidente da Brasscom Antonio Gil, durante a coletiva para apresentar os resultados do Índice Brasscom de Convergência Digital (IBCD), lembrou da importância de se fomentar o mercado brasileiro de TI. “O Brasil é hoje o sétimo mercado de TI do mundo; temos possibilidade de sermos o quarto ou quinto, mas é preciso olhar isto dentro do contexto”, ressaltou, enumerando macrotendências para os próximos dez anos. Os pontos levantados passam pelo crescimento da economia (“o Brasil será a quinta economia, atrás dos EUA, China, Alemanha e Japão); o aumento da população economicamente ativa; a questão tecnológica; a necessidade de mão de obra e a estruturação de uma política voltada à inovação.

Microsoft

analisa instalar data center no País O Brasil pode ser um dos locais escolhidos pela Microsoft para a construção de um data center. Em visita ao País, o VP corporativo e presidente para mercados emergentes, Orlando Ayala, falou sobre a relevância do Brasil no cenário econômico global e disse que a Microsoft avalia colocar por aqui um dos entre oito e dez data centers que a empresa terá ao redor do mundo. Sem revelar expectativas de investimentos, comentou que o recém-inaugurado data center em Chicago (EUA) consumiu cerca de US$ 80 milhões. “Mas não quero criar expectativa de que seria isto no Brasil”, ressaltou. O objetivo do data center seria prover aqui os serviços de computação em nuvem para empresas brasileiras - e possivelmente as de Cone Sul também - de pequeno e médio portes. Atualmente, os mil clientes PME (que resultam em 100 mil usuários) são atendidos desde os EUA. “O Brasil tem capacidade de exportar serviços de nuvem.” A decisão sai em três meses e não há outro país da América Latina na disputa.

Fruto da coinovação

Um sistema para realizar o gerenciamento da manutenção de ativos por meio de dispositivos móveis. Este é o primeiro produto lançado como resultado dos trabalhos do laboratório brasileiro de coinovação da SAP inaugurado em outubro de 2010. Parceira de serviços da SAP, o projeto da mineira Sigga foi selecionado entre 25 para entrar no rol daqueles que têm o apoio do laboratório. Agora certificada — após um processo longo composto por quatro fases — a solução SM2 tem o endosso da SAP. “É a primeira fora dos Estados Unidos e isto mostra que somos capazes de desenvolver produtos de classe mundial”, disse Warley Borges, diretor-executivo da Sigga, visivelmente contente durante coletiva de imprensa em 3 de maio.

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STARTUP

O novo que vem

da multidão

Imagem: thinkstockphotos

FELIPE DREHER

Ideias.me cria plataforma de crowdsourcing para encontrar soluções inovadoras. Instituto Vivo testa o conceito Ninguém nega a importância de inovar. Tem horas, contudo, que não conseguimos encontrar soluções com os recursos que temos dentro de casa. É necessário achar alternativas dispersas do lado de fora dos portões da corporação. A Ideias.me aposta em uma plataforma que usa o poder das massas para captar inovações. A startup apoia-se no conceito de crowdsourcing para promover conexão em rede de pessoas espalhadas mundo afora em busca de respostas para um problema. O negócio basicamente adapta o conceito da norte-americana InnoCentive às dinâmicas do Brasil. De maneira prática, uma empresa-cliente procura a nascente com um problema. A startup pega a informação, traça cenários e coloca isto como um desafio na internet. Então, dispara uma divulgação na web. Qualquer pessoa pode submeter ideias. O foco é achar soluções que tenham viés inovador, que o cliente não consegue criar dentro de seu laboratório de desenvolvimento, e que tenham aplicabilidade para o negócio. Do volume de respostas, faz-se um filtro das mais originais e funcionais e submete-se para o contratante do serviço, que premia os autores da solução escolhida e/ou

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implantada. O processo leva cerca de um mês e meio. Quer um exemplo prático de como tudo isso funciona? O Instituto Vivo procurava soluções para problemas relacionados à piscicultura na comunidade de Anã, localizada na margem esquerda do rio Arapiuns, a quatro horas de barco de Santarém (PA). Lá, o peixe é a base da alimentação e da renda da população. O braço da operadora queria uma ideia para criar uma tecnologia social ou aplicativo que ajudasse no desenvolvimento da região. Há algum tempo a telco trabalha

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A CADA EDIÇÃO, A SEÇÃO STARTUP conta a história de uma empresa nascente.

Você conhece alguma organização de TI jovem e inovadora? ESCREVA PARA fdreher@itmidia.com.br

mecanismos vinculados a inovação abertas para aplicações sociais e alinhadas ao seu core business. Luis Fernando Guggenberger, consultor de responsabilidade sócio-ambiental da Vivo, pesquisava referências do conceito de crowdsourcing no Brasil. Encontrou a Ideias.me pelo Twitter. As conversas começaram em novembro de 2010. “A ferramenta ainda estava muito no campo das ideias”, recorda o executivo. Os trabalhos começaram na mesma toada que a ferramenta ganhava forma. Em março, ela ficou “redondinha”, nas palavras do consultor. Nesse meio tempo, foram definidos parâmetros e briefing da chamada de um desafio para eleger cinco soluções inovadoras direcionadas às demandas da comunidade de Anã. Cada solucionador receberá R$ 10 mil, mais uma porcentagem nas vendas de aplicativos, caso essa seja uma proposta vencedora. As aplicações que não vencerem o concurso também ficam disponíveis. O desafio da Vivo ficará 60 dias recebendo soluções na plataforma. O processo começou por volta de dezembro de 2010, entrando no ar em meados de março. Os primeiros vinte dias na web ficaram restritos para divulgação ao mercado. Encerrada a parte de captação de soluções junto a massa, entra-se na fase de avaliação do que foi proposto. A expectativa do empreendedor prevê passar entre 80 e cem ideias pelo primeiro filtro. “Trata-se de um processo longo, que cumpre diversas etapas”, conta Rafael Zatti, fundador da companhia, prevendo que os resultados deste esforço começarão a ser percebidos em um prazo aproximado de seis meses desde que se iniciaram as conversas entre a operadora e a startup. O empreendedor conheceu o modelo há cerca de um ano e meio. Interessado, o jovem de 22 anos começou a escrever um blog. Em pouco tempo, produziu 136 artigos e quatro e-books sobre o tema. Foram meses pesquisando e analisando o mercado nacional, o que o ajudou a definir o produto. Paralelamente desenvolvia a plataforma que entrou em operação efetivamente em fevereiro de 2011.

EM CONSTRUÇÃO O conceito de crowdsourcing nasceu há algum tempo no exterior, mas ainda busca por musculatura no Brasil. “Empresas querem proteger seus problemas, o que gera certa resistência”, avalia Zatti, que trancou a graduação em Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, para dedicar-se à companhia. O empreendedor vê, ainda, uma desconfiança das empresas na inovação aberta e no fato de ter que expor que não tem solução para questões lhe afligem. A Vivo apostou na nascente. Contudo, ainda classifica sua incursão como algo um pouco tímido. “É preciso entender e reconhecer o padrão de comportamento do modelo no País para, com isto, investir um pou-

co mais”, analisa Guggenberger. O consultor lista como um dos benefícios claros a redução de custos de P&D. “Não tenho como mensurar agora. Com certeza, gastaríamos mais de R$ 50 mil para criarmos uma única solução”, acrescenta. Caso as empresas nacionais resolvam apostar no modelo de inovação, os ventos tendem a soprar a favor da startup, que oferece três serviços: básico (pesquisa de mercado), gerador de ideias e call to innovation. Há planos de lançar ainda uma versão para atender demandas mais simples junto a pequenas empresas, que seguiria preceitos de maior nível de automatização e simplicidade de divulgação. Como o mercado ainda está em criação, a Ideias.me espera chegar ao fim de 2011 com seis desafios. Para o ano seguinte, o projeto – também bem conservador – de Zatti é alcançar um faturamento bruto entre R$ 150 mil e R$ 200 mil, operando uma média de 5 desafios por mês. O valor do projeto custa de 10% a 15% do valor definido pelo prêmio. IWB

RAIO X O QUE FAZ: usa o poder das massas para captar ideias inovadoras PROJEÇÃO DE CLIENTES: 5 projetos por mês a partir de 2012 NASCIMENTO: fim de 2010 VALOR DO PRODUTO: de 10% a 15% do valor do prêmio proposto META COMERCIAL: entre R$ 150 mil e R$ 200 mil até 2012 SEDE: Santa Maria (RS)

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Foto: Magdalena Gutierrez

Mercado ROBERTO CARLOS MAYER

VP DE RELAÇÕES PUBLICAS DA ASSESPRO NACIONAL E DIRETOR DA MBI

E-MAIL: ROCMAYER@MBI.COM.BR

Importação de cérebros

A

escassez de recursos humanos qualificados no Brasil de hoje é um fato bem conhecido: estudo patrocinado pelo MCT em 2009 mostrou que, apenas no setor de Tecnologia da Informação, o déficit deve crescer para cerca de 200 mil posições de trabalho em aberto no ano de 2013. O crescimento econômico do País nos últimos anos, aliado a todos os investimentos que estão sendo feitos, seja em função dos mega eventos esportivos, seja devido a instalação de novas empresas em solo nacional, permitem afirmar que esse déficit não apenas foi subestimado (a Copa do Mundo não estava nos planos em 2009), como está se alastrando, cada vez com mais intensidade, para outros setores da economia. Se nas empresas faltam engenheiros, as melhores escolas de engenharia não conseguem atrair um número suficiente entre seus recém formados para manter seu nível de pesquisa! A continuada valorização do Real, que aliada à inflação interna propiciou nos últimos dez anos a quadruplicação de nossos preços internos, expressados em dólares, dificulta as exportações, mas favorece a importação. Os chineses que o digam! Gostaria então de trazer ao debate uma pergunta: por que não usamos o quadro atual, onde o Brasil é

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tão bem visto aos olhos do mundo, para atrair cérebros de outras nações? Nos últimos 50 anos, várias gerações de brasileiros foram trabalhar em países mais desenvolvidos, em busca de sua realização profissional, levando consigo o investimento em educação feito pelo Brasil. Por que não podemos fazer o mesmo, aqui e agora, procurando atrair profissionais qualificados vindos de outros países? A Lei que vigora a respeito do processo de imigração por aqui ainda é do tempo da ditadura militar. O chamado “Estatuto do Estrangeiro” (ou Lei 6815) foi aprovado em 19 de agosto de 1980 e nunca mais foi questionado, emendado ou atualizado. Resultado da lógica vigente à época, esta regra praticamente inviabilizou a imigração legal no País. Em 2000, nos “500 anos do Brasil”, o IBGE publicou dados sobre a imigração ocorrida até 1959. Depois disso fomos capazes de atrair uma maioria de imigrantes ilegais (a Wikipedia cita 600 mil). Além do problema social, não temos qualquer controle ou gestão sobre a qualificação destas pessoas. Desde 1980 mudamos profundamente a Constituição Federal, e o País atravessou transformações ainda mais profundas na área econômica e social. Definitivamente, está na hora de reavaliar este assunto, em benefício do nosso futuro! InformationWeekBrasil | Maio de 2011

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Carreira

Os comando VITOR CAVALCANTI

chegam ao

Com perfil diferenciado e menos favorável aos tradicionais processos de trabalho, nova geração ganha força em cargos de liderança. E, mesmo acostumados à informalidade, boa parte já entende que um mínimo de regras é necessário

tão falada geração Y está envelhecendo. Com muitos à beira dos 30 anos, espalham-se por diversas companhias líderes integrantes deste grupo, que, há alguns anos, é debatido pelos departamentos de recursos humanos, especialistas em gestão de pessoas e outros interessados no tema. Com perfil mais propenso à informalidade, mas com características que agradam muitas corporações – como agilidade no aprendizado e capacidade para desenvolver mais de uma atividade ao mesmo tempo –, esta geração criou uma forma de pensamento não-linear. Justamente por esta razão, os jovens eram temidos pelo comportamento “anticorporativo” e pelo anseio por liberdade (que alguns poderiam julgar demasiada) no ambiente de trabalho. Agora, ocupando o lugar dos antigos chefes, como eles têm se saído?

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Esta movimentação e a chegada à chefia eram inevitáveis — e não apenas pela proximidade dos 30 anos. A falta de profissionais no mercado de trabalho, especialmente no setor de tecnologia, de certa forma até antecipou a tendência fazendo com que muitos recebessem a missão de liderar sem o preparo ideal. Acompanhado disto, vieram alguns problemas que, embora não ditem a regra, demandam atenção especial. “Temos alguns cenários e em um deles jovens com dificuldades em lidar com jovens”, comenta Sidney Oliveira, consultor especialista no assunto e autor do livro Geração Y – Era das conexões, tempo dos relacionamentos. Uma das consequências parece algo contraditório. “Talvez, por falta de tato com liderança, tornam-se líderes quase que tiranos, mais ríspidos e até mais exigentes que os chefes anteriores”, assinala. Para Jairo Okret, sócio-diretor responsável pela prática de TI da Korn/Ferry Internacional para América Latina, mais que a preocupação em possíveis líderes tiranos, as companhias têm debatido muito o embate entre diferentes gerações, já que, atualmente, o mercado de trabalho tem três interagindo ao mesmo tempo: baby boomers, X e Y. “O consenso é que tal multiplicidade é inevitável e não se pode prescindir da Y, de influir estes jovens em posições de liderança, mas o líder não tem relação só com idade, como com experiência. Assim, não se pode prescindir os baby boomers, que estão ativos e produtivos e com papel importante em muitos setores.” Pesquisa recente da Korn Ferry feita em 40 países e com dados específicos sobre a realidade brasileira mostra que, por aqui, 51% dos participantes disseram que suas empresas tinham chefes nascidos entre o fim dos anos 1970 e metade dos anos 1980. O mesmo estudo aponta que, para 48%, habilidade de adaptação e agilidade de aprendizado estão entre as características mais benéficas para o ambiente corporativo. Na outra ponta, o perfil individualista é visto por 36% como um obstáculo. São dados que mostram a boa recepção e, ao mesmo tempo, o desafio que as companhias enfrentam.

SUPERANDO PRECONCEITOS Não há saída senão prepará-los — e bem. O debate em torno da falta do tato com a liderança pode estar ligado à criação destas pessoas. Antigamente, crianças e adolescentes eram expostos a situações que pediam o espírito de líder naturalmente, seja via jogos interescolares, grêmio estudantil, monitoria de sala, entre outros. Este tipo de situação tem sido cada vez menos explorado, fazendo com que o individualismo se sobressaia. “As gerações anteriores tinham trabalho em grupo, alguém assumia a postura de liderança, mas, quanto mais jovens, menos expostos estão. Troca-se o jogo comunitário pelo computador e não se tem um líder”, avalia Oliveira. Assim, as companhias precisam também atentar-se a este fator. Mes-

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Carreira mo porque, o próprio conceito hierarquizado está em completa mutação. Observa-se um amadurecimento, uma evolução para algo mais participativo; e alguns jovens já captaram essa mensagem. Bruno Henrique de Macedo Machado tem 29 anos e há três lidera a área de TI da Anima, grupo educacional com sede em Belo Horizonte (MG) que, atualmente, conta com 174 pessoas, entre estagiários, efetivos e monitores de laboratórios de informática. Adepto à informalidade, ele conta que seu departamento deixa disponível videogame, tem sala de descompressão e permite horário flexível. Um sonho de consumo para qualquer jovem. Além disto, não há o temido código de vestimenta, ele brinca dizendo que seus funcionários vão de bermuda para a empresa. Mas a paz que impera por lá é recente. Machado lembra que, quando assumiu, a maioria na equipe era de sua idade ou mais nova. Devido a uma fusão, entretanto, ele herdou funcionários mais velhos e com uma cultura totalmente diferente, cultivada em um ambiente com processos estabelecidos e foco no resultado, totalmente o oposto do que era aplicado. Vítima de muitas reclamações e temendo que a insatisfação o prejudicasse, optou pelo diálogo para balancear a situação. Resultado: um departamento mais atrativo à companhia e com uma equipe alinhada e unida. “Eles demandavam mais regras, processos, trabalham melhor com ambiente mais controlado que com riscos. Mas a troca de experiência foi valiosa, sem o controle que implantamos, os mais novos teriam entrado em complicações. São arrojados e correm mais riscos, mas era preciso um equilíbrio”, comenta. Dos mais velhos, ele herdou, principalmente, a metodologia de priorização de projetos e tarefas. Isto fez com que o turbilhão de ideias que surgiu fosse canalizado e realmente executado dentro de prazos razoáveis. Talvez, se Machado não tivesse sofrido as duras críticas, o departamento não passasse por tal mudança e ele nem estivesse mais ocupando o cargo. A saída pelo diálogo é uma excelente alternativa para quem está em uma encruzilhada. “Conversei com eles e recorremos às melhores práticas. Eles queriam mais organização até para gerar segurança. Até meu orçamento ficou mais bem-elaborado, não é mais uma feira”, reconhece. Chamado a avaliar este caso, Oliveira diz que a sacada maior foi ouvir os veteranos e buscar um ponto de equilíbrio. “Os mais velhos primeiro trabalham e depois brincam, se sentem culpados pelo lazer no trabalho. Já o Y tem menos pudor, gosta deste ambiente”, aponta. Com o diálogo, ele ajudou o veterano a se encaixar. E realmente a interação ocorreu: hoje, existe até campeonato interno de videogame.

PREFERÊNCIA PELOS JOVENS Se por um lado há uma dificuldade de jovem lidar com jovem, há também um problema na interação com mais velhos e alguns chefes da geração Y

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Foto: Marcelo Prates

Machado, da Anima: “Os mais velhos primeiro trabalham e depois brincam, se sentem culpados pelo lazer no trabalho”

têm optado por trabalhar com os mais novos. Sílvio Ruschi, líder de TI da Skanska, 28 anos, está mais nesta linha. Ele afirma que busca por este perfil de funcionários devido à facilidade de aprendizado e à “cabeça mais aberta”. O executivo comenta que toda a empresa conta com pessoas Y, mas no corpo diretivo as posições são ocupadas pelos mais seniores, como o diretor de administração e finanças ao qual ele fica subordinado. “São jovens que chefiam a TI da empresa na América Latina”, observa. “As pessoas nesta faixa etária são mais questionadoras, buscam por novas soluções e TI é prover soluções. Elas mergulham nos projetos com mais facilidade.” E toda empresa quer pessoas assim, com gás e muitas ideias. O único problema é aprender focar para que tudo vire resultado. No que depender de Ruschi, isto é cumprido à risca. Mesmo porque, além da orientação dos superiores, ele afirma aprender com erros de gestores antigos. “O importante é olhar para pessoas, para felicidade no trabalho, o modelo de

Os Ys são questionadores e bastante focados em valor de há um ponto complexo que é a necessidade de conquistar ascensão rapidamente

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Ruschi, da Skanska: toda empresa conta com pessoas Y

Muitos dilemas envolvidos estão aí por conta do choque de três gerações: baby boomers, Y e X

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gestão está mais flexível. Tenho um diálogo muito grande com diretoria e com o próprio RH.” Quem também prefere trabalhar com mais jovens é Rafael Kiso, fundador da Focusnetwork, 28 anos. A companhia, hoje uma agência de social business, surgiu para cuidar da estratégia de levar as corporações para o mundo web. Por lá, o mais velho tem 34 anos. Kiso afirma que chegou a contratar um gerente de projetos com 37 anos, mas não deu certo. “A cultura e a forma como trabalhamos é diferente. Muitos funcionários cresceram aqui, são multitarefa, não habituados a estrutura de chefia, aquela coisa ditatorial”, relata. Kiso diz que seu pai, de 56 anos, auditor, tentou fazer algo na companhia para melhoria de processo, mas foi um “desastre”. A cultura informal asInformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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sustou. “Eu sou chefe, mas minha maneira de liderar é na base da colaboração. Não demito por erro, estamos aprendendo juntos. Tem exigência e responsabilidade, mas é horizontal, não tem imposição.” Ele também chegou a ter problemas num passado recente pela liberdade demasiada e experimentou diversos modelos. Hoje, tudo anda bem e lá as coisas funcionam na base da delegação de funções e projetos, tudo com um prazo acordado. Muitos dos dilemas envolvidos nesses casos estão aí por conta do choque das três gerações que hoje ocupam as posições chave no mercado de trabalho e pela falta de preparo dos mais jovens no liderar. Apesar das dificuldades, como lembra Okret, o RH tem conseguido gerir e entende que, se bem executada, essa integração é altamente benéfica para as corporações. Os Ys são questionadores e bastante focados em valor e há um ponto complexo que é a necessidade de conquistar ascensão rapidamente. Aí, fica uma pergunta do especialista da Korn/Ferry para encerrar esta reportagem: “como as empresas vão gerenciar as expectativas de subida rápida e como elas irão prepará-los já que chegam à liderança cedo? Idade não é fator, mas experiência requer tempo, capacidade requer treinamento”. IWB

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Vaivém nas

Depois de Gustavo Roxo, Claudio Prado anuncia saída do Santander

Claudio Prado: executivo anunciou que não trabalhará mais no Santander

Fotos: Ricardo Benichio

Cerca de um mês após o vice-presidente de TI do Grupo Santander, Gustavo Roxo, deixar a instituição, o CIO, Claudio Prado, anunciou sua saída. Prado chegou ao banco vindo do Real, após a compra do ABN Amro pelo grupo espanhol. Em e-mail enviado à redação, o executivo informou que permanecerá na companhia até junho, enquanto isto, cuidará do processo de transição. Internamente, a comunicação oficial sobre a saída de Prado foi feita no fim de abril. Ainda não foi divulgado quem ficará em seu lugar. Para o posto de Roxo, assumiu Angel Agallano, vice-presidente que conduziu o processo de integração Real-Santander.

telcos

Gustavo Roxo: após VP de TI deixar o banco, Angel Agallano assume o posto

Marcelo Hirata assume TI da Edenred

Depois de passagem como CIO pela Zatix, Marcelo Hirata assume a diretoria-adjunta de tecnologia da informação da Edenred, companhia que integra as marcas Ticket e Accentiv. Em nota, a empresa afirma que entre os principais desafios de Hirata estão a consolidação da TI como área estratégica ao crescimento da companhia, a conclusão do processo de outsourcing e a implantação de projetos como SOA e computação em nuvem. Formado em administração de empresas, pós-graduado em análise de sistemas e com MBA em TI pela FEA/USP, Hirata tem passagens por grandes grupos como ABN Amro, Telesp Celular, Banco GE Capital e Gafisa.

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Vivo e Oi anunciaram mudanças na presidência. Após especulações, a Vivo confirmou a saída de Roberto Oliveira de Lima de sua presidência. Ele deixa a telco dia 30 de junho. Segundo comunicado enviado ao mercado, o executivo encerra “sua gestão que, nos últimos seis anos, levou a Vivo a consolidar a liderança no mercado brasileiro de telecomunicações, tornando-se e mantendo-se como referência no setor”. Até o fechamento desta edição, a Vivo não havia informado o substituto. Em seu Twitter (@robertoodelima), o executivo escreveu: “Mesmo lendo o melhor livro do mundo um dia se chega a última página. Foram seis anos maravilhosos de convívio com pessoas vencedoras!”. Na Oi, Luiz Eduardo Falco, deve sair seis meses antes do previsto, até o fim do primeiro semestre deste ano. No comunicado divulgado ao mercado, a operadora destacou que “ao longo dos últimos dez anos, Falco capitaneou importantes movimentos da Oi, contribuindo de forma significativa para o seu desenvolvimento”. Os acionistas controladores da Oi indicarão empresas especializadas em recursos humanos para auxiliar no processo de escolha dos candidatos, nos termos dos acordos de acionistas em vigor.

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Foto: divulgação

Telecom LUÍS MINORU SHIBATA

DIRETOR DE CONSULTORIA DA PROMONLOGICALIS.

TWITTER.COM/LUISMINORU

Cuidado com as MVNOs

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m novembro de 2010, a Anatel regulamentou a exploração de telefonia móvel por empresas que não possuem licença de frequência e que não tenham infraestrutura de rede de telefonia móvel. Conhecido por MVNO (mobile virtual network operators), o negócio permite que empresas ofereçam serviço por meio de acordos com as operadoras que detém licença e infraestrutura, também conhecida como MNO (mobile network operator), que no Brasil são as operadoras Vivo, Claro, TIM, Oi, Nextel, CTBC e Sercomtel. Num resumo simplista, o modelo consiste em uma venda de atacado de uma operadora para a MVNO, para que esta explore o serviço no varejo. A maior quantidade de MVNOs encontra-se na Europa, onde a regulamentação varia conforme o país quanto a direitos, obrigações e precificação. Carrefour, Virgin e RedBull são apenas alguns exemplos de empresas que estão explorando esse modelo. Antes da regulamentação já havia uma boa expectativa de empresas interessadas em explorar o modelo no Brasil, mas havia incerteza de quando e como seriam as regras de MVNOs. De uma forma geral, a regulamentação foi positiva, sem criar obrigações para as MNOs e permitindo dois modelos de exploração, o de operadoras credenciadas e autorizadas. De forma resumida, a MVNO credenciada funciona com chip e serviços personalizado utilizando toda a estrutura das MNOs. Já a MVNO autorizada tem uma relação de aluguel de capacidade de infraestrutura de rede das MNOs, mas detém uma parte da operação como, por

exemplo, precificação/cobrança, atendimento, distribuição. Com a aprovação da regulamentação num momento positivo da economia, aumento da importância da telefonia celular na vida das pessoas e de amadurecimento de mercado, o Brasil atraiu interesse também de fornecedores de soluções para MVNOs. Fornecedores que por meio de patrocínio de eventos e força de vendas começam a disseminar no mercado os diversos fatores positivos que uma empresa pode ter adicionando serviço de telefonia celular em seu portfólio. Em alguns meses, o Brasil deverá ter os primeiros lançamentos de MVNOs. Algumas iniciativas parecem bastante promissoras. Porém, cuidado, pois também tenho visto alguns exageros. É importante frisar que serão operadoras de nicho, para atender a um público alvo bastante segmentado com uma necessidade ou identificação específica. Tão importante quanto isso, é entender que as MVNOs competirão com as MNOs. Mas também pode ser encarada de outra forma, ou seja, uma alternativa para as empresas detentoras de infraestrutura atenderem o mercado através de parceiras que possuem forte identificação com segmentos específicos do mercado. Não me parece o caso de ser a favor ou contra, de querer defender ou estar contra uma MNO ou MVNO. Os negócios de uma MVNO e a MNO devem ser complementares, caso contrário, não terão vida longa. Nota: Outras colunas sobre MVNO foram escritas para a InformationWeek: julho e setembro de 2009 (edições 218 e 220).

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Perfil DORIVAL DOURADO

Eu sou um cara de time. Não fazemos nada sozinhos A terceira pessoa do plural surge em praticamente todas as frases. É assim que Dorival Dourado relembra o passado, creditando o seu sucesso às pessoas que o rodearam. “Precisamos, cada vez mais, ter pessoas que nos ajudem a levar ideias para frente e que gostem de viver em um ambiente onde a inteligência, o debate positivo e a ideais fluam com naturalidade e liberdade”, sintetizou. Entusiasta do papel da TI como agente de transformação do negócio, ele trilhou sua carreira buscando a tal aproximação entre técnico e administrativo; especialista e generalista. Trabalhou na extinta companhia de aviação Vasp por quatro anos e no Grupo Abril pelos 20 seguintes. Fez escola na editora, acompanhando suas transformações. “Entrei na área de informática, ocupei todas posições. Em 1996, era CIO corporativo e também trabalhava na área de desenvolvimento de novos negócios, onde começou o embrião de internet da empresa. Naquela época, já vislumbrávamos como transformar a TI em numa área de negócio e analisávamos os impactos e a virada para o digital”, lembra-se. Mostrar que a TI é mais que tecnologia tem sido um de seus vetores e seu discurso. “Acredito que com um time com pessoas dedicadas, comprometidas, com visão de criação, inovação e gente empreendedora você desenvolve e cria uma mentalidade diferente”, defende Dourado, que se classifica como “um cara eternamente inconformado”. Talvez tenha sido este ímpeto que o levou a trocar um cargo estável de 20 anos na Abril para ingressar em uma empresa de venture capital que estava chegando ao Brasil no ano 2000. Alguns podem julgar uma decisão maluca. Para quem gosta de mudanças e desafios, no entanto, aquilo era um prato cheio. “É esta história de poder fazer coisas diferentes e testar também suas competências e habilidades. É muito bacana ficar 20 anos em uma empresa, mas, depois de um certo tempo, você passa a fazer parte do ativo fixo.”

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Foto: Ricardo Benichio

ROBERTA PRESCOTT

Divisora de águas na vida dele, a entrada em uma empresa de natureza completamente diferente das que ele antes havia trabalhado o ajudou a mostrar outra “lógica” de ver (e entender) o mundo. Quatro anos mais tarde, os ingleses, donos da empresa, decidiram sair do Brasil, mas Dourado e outros três diretores optaram por abrir uma franquia. Foram mais dois anos até ele começar a trabalhar na Serasa. “A empresa tinha posicionamento muito interessante e precisava passar por uma transformação, se realinhar com as novas demandas de negócio. Era o ambiente perfeito.” Na Serasa, Dourado pode colocar em prática, mais uma vez, seu disInformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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curso. Ele respondia pela unidade de novos negócios e colocou a TI embaixo deste guarda-chuva, tirando-a de TI de back office. “Quando você conhece a tecnologia você pode criar produtos.” Atuando na geração de novos produtos e fontes de receita, passou pela transição da compra até ser convidado a participar do processo seletivo para replicar a fórmula brasileira no exterior. “O que me credenciou muito foi que 70% das novas receitas vieram de produtos que nós fizemos e isto é um grande indicador de inovação.” Ainda que morar fora nunca tenha sido algo prioritário, ele embarcou. Mas esposa e filhos (já gran-

des) ficaram no Brasil. “Sabíamos que ia ser um teste difícil para todos nós. Mas decidimos que eu deveria ir.” Assim, assumiu uma área com 800 funcionários em 13 países diferentes. “As oportunidades sempre vêm carregadas de muitos desafios.” Contudo, a vida no avião e sem endereço fixo durou menos que o planejado. Ainda nos Estados Unidos, recebeu uma proposta para voltar ao País e trabalhar na Boa Vista. “O que me cativou foi participar da transição da empresa, de sem fins lucrativos para uma SA de capital fechado. Outro grande desafio era criar condições para mudar a companhia de patamar, com forte vertente de inovação, criação de produtos e conseguir competir em igualdade com a líder [Serasa Experian] sendo genuinamente brasileira.” Nascido em São Paulo e criado no interior, gosta do ar interiorano. Quando pequeno nutria o sonho de fazer engenharia elétrica, algo que desistiu depois de conhecer um pouco mais. “É um trabalho bacana, mas muito cadenciado. Achei que ficaria limitado.” Aos 52 anos, Dorival Dourado prima por valores como a união, a honestidade, a transparência, o valor da palavra, o compromisso e a justiça. “Devemos sempre respeitar as pessoas, aprender muito com todos. O sucesso só é obtido por meio do coletivo.” IWB

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TI For IT by IT

em tempos de dieta

Sapore adota plataforma “magra” de olho em centralização dos dados, simplicidade de gestão e redução do consumo de energia elétrica

Computadores pessoais revolucionaram o setor empresarial de tal forma que se tornou difícil vislumbrar a vida sem eles. Entretanto, a produtividade que muitas organizações passaram a desfrutar tendo seus aplicativos executados por PCs tradicionais vem apresentando um custo muito alto, se considerarmos os ciclos de substituição de hardware e a necessidade de manutenção e suporte técnico. É difícil quantificar os problemas que devem ser tratados atualmente, inclusive questões de segurança e conformidade relativas a desktops e equipamentos móveis não protegidos, e a privacidade de informações sensíveis armazenadas localmente. No mercado corporativo, em geral, grande parte do orçamento de TI ainda é alocada à manutenção das estações de trabalho. Dessa forma, não foi surpresa que propostas alternativas para PCs padrão tenham surgido. Nesse cenário, plataformas de thin computing e virtualização se adéquam muito bem. Pois, nesse ambiente, os dados e sistemas ficam centralizados em servidores ou em locais estrategicamente selecionados. Dessa forma, os computadores podem ser substituídos por thin clients em poucos minutos. Sem nenhum sistema operacional local ou aplicativos para instalar, reparar ou atualizar, os custos de manutenção e suporte são reduzidos sensivelmente. Thin computing tradicionalmente se identifica com o conceito de serviços compartilhados. Funciona por meio de processamento centralizado em servidores que executam sistemas

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multiusuários simultaneamente no servidor, o qual leva as telas em tempo real a usuários que utilizam estações de trabalho thin. Na Sapore, a alternativa pela plataforma “magra” foi adotada principalmente por suas características de centralização dos dados – o que simplifica a gestão – e também pelos aspectos relacionados ao baixo consumo de energia elétrica e à sustentabilidade. Dessa forma, substituímos parte de nossos desktops convencionais (170 terminais), ou seja, 15% do parque computacional por thin clients no modelo Wyse S10 combinados com solução Citrix XenApp. A centralização de dados foi importante para facilitar o gerenciamento do alto tráfego de informações. A companhia presta serviços em 24 estados brasileiros e no exterior para mais de 700 clientes, por meio de sua rede de mais de mil restaurantes, 12 escritórios regionais, servindo o equivalente a mais de 850 mil refeições por dia. Os thin clients permitiram também o uso do ERP em todo ambiente, integrando dados e processos da rede nacional da companhia. Energia verde Temos uma visão pautada em inovação e transparência. Indo ao encontro de um modelo de empresa cada vez mais moderna e visionária, o assunto sustentabilidade também é amplamente discutido e permeia todas as áreas da companhia. Nesse contexto, o consumo de energia elétrica dos computadores é um ponto avaliado com bastante critério. InformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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Esse aspecto também foi levado em consideração na hora de adotar thin computing. De acordo com o Gartner, cerca de metade das empresas listadas na Forbes 2000, nos próximos anos, gastarão mais dinheiro com eletricidade do que com os seus computadores. O gasto com energia, que corresponde hoje a 10% dos orçamentos de TI, poderá chegar a 50% desses recursos. O instituto vai além e diz que, em média, de 30% a 60% da energia demandada em um data center é desperdiçada. E lembra que TI está hoje sendo extremamente pressionada por maior eficiência energética (dos servidores, das estações de trabalho, dos equipamentos de refrigeração, etc). A IDC estima que o excesso de capacidade instalada na base mundial de servidores equivale a um valor de US$ 140 bilhões. O instituto também calcula que, globalmente, as empresas gastarão cerca de US$ 29 bilhões com energia relacionada com TI e que este gasto deve aumentar a uma taxa de pelo menos 54% ao ano. E não estamos contando o da emissão de gases no aquecimento global. Por isso, o que fazemos aqui na Sapore é aproveitar melhor os servidores já instalados e também repensar o modelo das estações com processamento local. De maneira geral, com o paradigma do modelo distribuído, que muitas vezes chegou ao excesso de termos uma aplicação por servidor, na nossa organização isso não acontece, pois promovemos otimização efetiva de todo o ambiente. Além dos thin clients, outras tecnologias ganham impulso, entre os quais: virtualização, consolidação de servidores, data centers, blades e a solução de HW e SW Exadata da Oracle. Um ponto em destaque no ambiente é a adoção total de servidores virtualizados e hospedados em data center. Design e espaço Redução do espaço físico, layout compacto e ambiente mais clean, foram ganhos obtidos com a adoção do terminal Wyse S10. O design da solução

auxilia numa economia de espaço de até 80% em relação aos desktops convencionais. O projeto de implantação da plataforma thin foi desenvolvido pela integradora Assistec, especializada em ambientes de virtualização, que desempenhou um papel fundamental, eliminando todos os empecilhos relacionados à infraestrutura de TI para adoção da tecnologia. Olhando para o futuro, a equipe de TI da Sapore considera a implementação de algumas tecnologias na organização que vão ao encontro do perfil da empresa, entre as quais se destacam aquelas relacionadas à convergência de voz e dados (como VoIP), tecnologia MPLS e dem a i s relac ion ada s à otimização de recursos tecnológicos e sustentabilidade.

WILSON GULLO É GERENTE DE TI DA SAPORE DESDE 2010; FORMOU-SE EM ANÁLISE DE SISTEMAS; POSSUI PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E EM GESTÃO DA QUALIDADE; TEM MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL; TRABALHA COM TECNOLOGIA HÁ MAIS DE 23 ANOS.

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Na Prática

absoluto VITOR CAVALCANTI

Controle

Crescimento de informações circulando e necessidade de cumprimento de diversas regras levam ANP adotar plataforma de monitoramento de ambiente

O mercado de óleo e gás está em plena expansão no Brasil e não é de agora. Desde a descoberta de novas reservas e da possibilidade de exploração do pré-sal, esta indústria passa por forte aquecimento, atraindo o interesse de players de diversas partes do mundo. Isto implica mais fiscalização, criação de normas e mais traba-

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lho para os órgãos reguladores, neste caso, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Cabe ao órgão fiscalizar o comércio de combustíveis no Brasil para, entre outras coisas, inibir sonegação fiscal. Para lidar com esta realidade, o núcleo de informática da ANP tem tido muito trabalho. Um dos projetos mais recentes da área coordenada por Adriano Ignatti consiste na adoção de uma suíte de monitoração de desempenho de ferramentas, de modo que os sistemas estejam 100% disponíveis para envio das informações necessárias à fiscalização promovida pelo órgão. O controle rígido serve ainda para adaptação às diversas alterações legais, muitas delas emitidas pelo Ministério de Minas e Energia. “São portarias que o mercado precisa cumprir e ele nos mune com informações para sabermos se eles estão em dia [com as obrigações]. Assim, o ambiente precisa estar disponível, senão, eles [os agentes reguladores] não conseguem nos enviar os dados”, explica Ignatti. O entendimento do executivo sobre a necessidade de um controle mais rígido das aplicações aumentou quando o volume de dados circulando passou a crescer de forma acelerada. Toda a implantação da suíte da CA ocorreu por módulos num projeto iniciado em 2010. A implementação foi via parceiro de projeto da própria fornecedora. A TI da ANP até participou da estratégia e elaboração, mas não da execução. Atualmente, frisa o coordenador, está tudo integrado, principalmente as aplicações de controle de plataforma e combustível. Duas soluções foram adotadas: Spectrum e eHealth, elas servem para

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EM FOCO DESAFIO: garantir disponibilidade de aplicativos e ficar em conformidade com regras SOLUÇÃO: adoção de ferramentas de monitoramento de ambiente que, além da disponibilidade, traz diversas funcionalidades como priorização, gestão de usuário, entre outras RESULTADO: aplicativos 100% disponíveis e com sistema de aviso que permite proatividade do departamento de TI

monitorar os sistemas centrais da ANP de forma a garantir a disponibilidade das aplicações, além de identificar possíveis falhas. Além de toda a monitoração, o executivo afirma que a ferramenta permite priorizar tarefas e receber avisos de pontos críticos, possibilitando, assim, proatividade. Ela alerta diversos tópicos, como quantidade de consumo da rede, dados e aplicações rodando, número de acessos, entre outros. Ao fazer uma espécie de varredura, a solução monitora e diagnostica. Um dos exemplos de uso dado por Ignatti é a monitoração do Sistema de Informações de Movimentação de Produtos (SIMP). O mercado, por obrigação, envia informações de compra e venda de combustível. A base de dados compara e verifica possíveis não-conformidades por parte das distribuidoras. É uma forma até de combater sonegação fiscal. Todos os dados são enviados por um aplicativo que é disponibilizado para todos os usuários. “A ferramenta (da CA) monitora o ambiente e não o dado. Tanto para fora, para o mercado usar, como para áreas internas”, pontua. Isso evita que qualquer indisponibilidade do sistema prejudique o envio de dados importantes. A proatividade, aliás, é vista por Ignatti como um dos principais benefícios do projeto. “Por ser órgão público, não temos recursos rapidamente. Ser reativo é prejuízo para o órgão e até para mercado de petróleo”, finaliza. IWB

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VITOR CAVALCANTI

De olho na

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Na Prática

disponibilidade Edenred investe em ferramenta para acompanhar aplicações online e garantir melhor experiência aos clientes Não tem jeito, se o cliente acessa determinado site e há lentidão para processar alguma função ele, certamente, ligará no suporte da fornecedora e fará uma reclamação. Na visão do comprador, o problema sempre está do outro lado e a TI sabe que não necessariamente a falha está nos servidores que abrigam tais aplicações. Por conta de cenários como este, a Edenred, companhia que integra a Ticket, investiu em uma solução para monitorar um serviço crítico e, assim, garantir a satisfação dos usuários. O primeiro alvo da ação foi o Ticket Car, bastante utilizado para gestão de frotas. Como explica o gerente de projetos da companhia, Sérgio Belmonte, os clientes precisam de disponibilidade total da ferramenta e o desempenho do site era sempre muito questionado. Sem um monitoramento adequado, a TI não tinha como decifrar a origem e se havia lentidão generalizada. Para resolver isso, desde 2009 eles adotaram uma solução da Siteseeing, que faz uma espécie de auditoria do portal e detecta possíveis problemas. Belmonte afirma que não buscou outros fornecedores no mercado e que optou pela provedora pelo serviço funcionar como um olhar externo, propiciando um melhor atendimento ao usuário. “Pensamos até em desenvolver algo internamente, mas não se pode comparar. Uma das facilidades que tivemos foi comprovar que a lentidão não era em nosso ambiente e o cliente encontrar um problema na rede dele que causava o problema”, comenta. A ferramenta da Siteseeing avalia o ambiente da Ticket Car a cada cinco minutos. Atuando como uma espécie de robô, o produto consulta diversas telas usadas pelos clientes e gera informações sobre o tempo levado para acessar as funcionalidades. Desta forma, explica o executivo, o software oferece informações com gráfico e ele tem uma visão do antes e depois. “Temos relatórios e tudo disponível online. Em caso de indisponibilidade, recebemos e-mail. Estamos atualizando a versão e será possível receber aviso até por SMS.” O software é totalmente externo e não depende de sistemas ou da infraes-

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trutura da Edenred, o acesso se dá via web. A contratação é como serviço e o preço varia conforme pontos avaliados e intervalo de análise. O gerente de projetos preferiu não abrir os números investidos no projeto. O processo para instalação e disponibilização da ferramenta para uso foi ágil e em cinco dias já era possível acessar o sistema. “O primeiro ganho que tive foi saber a oscilação do tempo de resposta. Eu não tinha o que era bom ou ruim, mas sabia que oscilava”, admite. Hoje o serviço atende ao site do produto Ticket Car mas há planos para expansão, já existe uso em alguns pontos, sempre focado aquilo que é IWB acessado pelos clientes finais.

EM FOCO DESAFIO: monitorar disponibilidade de serviço online e descobrir causa da lentidão SOLUÇÃO: contratação de serviço de auditoria externo que faz varredura a cada cinco minutos das funcionalidades do portal RESULTADO: números e gráficos com tempo de resposta e argumentação completa para usuários de que problema não está nos servidores que abrigam a aplicação

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Segurança em prol da produtividade

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Na Prática

Para acabar com spams, Café Cacique faz projeto de classificação das mensagens Quem nunca recebeu um e-mail com conteúdo malicioso que causou problemas no ambiente corporativo? Embora parte dos ataques tenha migrado para as redes sociais, isso ainda é um grande desafio para as empresas que precisam de uma solução que iniba a ação dos delatores e, ao mesmo tempo, não atrapalhe o desempenho dos funcionários bloqueando conteúdos necessários. Negociando com diversos países, a companhia Café Cacique vivia esse dilema e começou a trabalhar para solucioná-lo. O volume de spam era tão grande que afetava a produtividade. Disposta a resolver o impasse, foi ao mercado em busca de uma solução e chegou à suite Enterprise End Point Security da Trend Micro. “O ponto forte da ferramenta é atacar o malware no gateway, antes de chegar ao usuário”, explica Ewerton Kudo, coordenador de rede e telecom da empresa. O projeto, em si, iniciou-se em 2008 com adoção de um antivírus e, posteriormente, de uma solução de bloqueio de spam. O dilema estava em como classificar as mensagens. “Exportamos mercadoria e recebemos e-mails do mundo inteiro. Uma mensagem pode ser spam, mas, também, negócio. Fomos regulando até chegar à configuração atual recebendo apenas os correios eletrônicos de nosso interesse”, explica. A companhia contratou, como complemento, a Altatech Threats Discovery (ATD), que, como informa Kudo, foi usada para uma varredura completa da rede, possibilitando avaliação dos e-mails que chegavam. “Isso atestou o bom funcionamento da ferramenta.” Apesar de todo o esforço, o coordenador entende que em segurança é preciso um trabalho contínuo, não apenas em relação às ferramentas, como, também, em conscientização dos funcionários. Antes do projeto, a companhia estava muito vulnerável. “Mais de 90% dos e-mails eram inúteis. Eles ocupavam nossos recursos. O usuário recebia o malware e a máquina parava ou ele deixava de receber a mensagem necessária.” Eles até chegaram a avaliar outros fornecedores no mercado, três no total, os quais o executivo prefere não nomear. Pesou em favor da Trend

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Micro a questão de atacar o malware no gateway e a presença de um parceiro local para implantação. O processo de implantação não durou mais que dois dias. A configuração dos filtros levou um pouco mais de tempo, até porque, não adianta bloquear 100% e ninguém conseguir trabalhar, era preciso um meio termo. “Levamos mais ou menos dois meses neste processo. Temos dois milhões de tentativas de ataque [spam, vírus e malware] e 1,5 milhão é barrado em nuvem, antes de cair na Cacique. Então, nem ocupa nosso link de dados.” Após todo o trabalho, os incidentes tornaram-se mais raros, normalmente, relacionados a máquinas de fora que acessam a rede. O executivo confessa que, depois do projeto, a Cacique passou a olhar segurança da informação com mais atenção. (VC) IWB

EM FOCO DESAFIO: bloquear ataques de malware que atrapalhavam produtividade SOLUÇÃO: adoção de suíte de segurança que bloqueia conteúdos maliciosos em nuvem RESULTADO: barra 1,5 milhão de tentativas de ataque em nuvem e reduziu drasticamente problemas com vírus

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Foto: Ricardo Benichio

Novo mundo ALBERTO LEITE

É DIRETOR-EXECUTIVO E PUBLISHER DA IT MÍDIA

TWITTER.COM/ALBERTOLEITE

Entre a maçã e a amora

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á faz algum tempo que estou confuso. A confusão maior apareceu há alguns anos quando, impactado pela mensagem de Steve Jobs, me rendi ao MacBook Air. Tudo parecia perfeito, ele ligava mais rápido do que qualquer laptop e desligava em alguns segundos. Sua pequena capacidade de armazenagem era substituída por um belo design e uma atraente maçã no corpo do aparelho. A lista de aplicativos “de fábrica” me deixava convencido que havia encontrado minha “cara metade”. O tempo passou até que me deparei com um pequeno grande problema – o ERP. O sistema da empresa onde trabalho não aceitava de jeito nenhum aquela maçã. Era como se tivesse uma resistência com a fruta. Tive que desistir e me entregar ao modelo – usado até então. Tudo ia bem quando o velho Jobs anunciou o iPad. Novamente, estava lá me entregando aquele mundo novo. Durante alguns dias ele substituiu meu velho e bom Kindle e alguns outros itens da minha prateleira tecnológica. Aos poucos fui entendendo a razão pela qual comprei aquele equipamento e mais tarde percebi que, fora a sua grande atuação dentro de aviões para assistir filmes, ele não servia para nada. Inúmeros problemas eram encontrados, entre eles, o fato de só poder utilizar um dos aplicativos por vez, não aceitar flash, não ter USB, etc. Quando tudo parecia cinza novamente recebi

um convite da Research In Motion (RIM) para ir a seu evento, em Orlando (EUA), e ver o lançamento do PlayBook, tablet BlackBerry que prometia me levar novamente ao paraíso. Estou com ele agora aqui em minhas mãos e, fora o fato de ele só funcionar em Wi-fi, sem o 3G, ele me completou, tornando-se a minha nova “alma gêmea”. Consigo utilizar vários aplicativos ao mesmo tempo, receber e-mails, escrever, planilhar, apresentar, jogar, ouvir, assistir e mais um pancada de verbos novos que há alguns anos não existiam. Com tudo isso, começo a entender que as pessoas estão divididas entre aqueles que gostam de maçãs e aqueles que gostam de amoras. Perguntaram para mim um dia desses sobre a minha preferência. “Depende”, respondi. Se você estiver falando comigo em casa, deitado na rede ou no sofá, prefiro a dupla iPad/iPhone. Se for no trabalho, recebendo e-mails de clientes, agendas, apresentações, etc., ainda prefiro a dupla PlayBook/BlackBerry. Chego a conclusão que um foi criado para ser PF (Pessoa Física) e outro PJ (Pessoa Jurídica). Nitidamente, cada um deles se aplica mais a cada um de nós. Misturar as bolas nos deixaria nervosos, pois cada um deles apresenta suas deficiências em uma ou duas atividades. Ainda estou aqui, na busca de uma fruta que me deixe saciado dessa fome, que me tira o sono nos finais de semana e me tira um sorriso no meio da semana.

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Tech Review

DO CAOS À

É possível entregar uma rede de armazenamento melhor que a soma de suas partes. Estudo aponta desafios da TI nesta área Kurt Marko* | InformationWeek EUA

CONSOLIDAÇÃO Lidar com taxas de crescimento de dados mantendo o mesmo orçamento é a sina de muitos CIOs, como mostra a pesquisa anual da InformationWeek Analytics, Estado do Storage Corporativo. A quantidade de informações gerenciadas ativamente aumenta, continuamente, 20% ao ano, e existe uma grande quantidade de equipes de TI lidando com crescimento superior a 50%. Neste ritmo, a maioria dos data centers (DC) deverá duplicar a capacidade a cada dois ou três anos. Enquanto os dados de quase todas as empresas crescem, seus orçamentos de TI permanecem quase o mesmo: 55% esperam ter algum aumento neste ano, 18% passam por cortes e 26% esperam manter o mesmo orçamento, aponta o estudo InformationWeek Analytics Outlook 2011. O que impede de entrar em colapso? Consolidação é a resposta. Falamos da evolução contínua da mídia magnética de alta densidade. Discos de estado sólido maiores, mais rápidos e mais baratos. Virtualização para facilitar o gerenciamento de sistemas de armazenamento agregados que utilizam capacidade disponível com mais eficácia. Tecnologias de melhoria como redução de dados, alocação de espaço mediante gravação e enfileiramento automático. Mudar para uma rede consolidada de dados/armazenamento também não faz mal nenhum.

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COMO É QUE É? Parece paradoxal dizer que a consolidação é a chave para controlar armazenamento, recurso em constante expansão. Mas, existe uma tendência ao empacotamento de maior quantidade de dados em menos sistemas e transmissão de mais informações por meio de redes unificadas, consolidando mais produtos sob um único guarda-chuva corporativo. Pense em hardware. Novos SSDs estão no horizonte. Não são baratos, mas, em certos casos, fazem sentido. Quase 25% dos entrevistados já usam SSDs e mais da metade planeja começar a usar ou aumentar a adoção neste ano. Ao mesmo tempo, as funcionalidades que exigiam hardware de objetivo específico são integradas em controladores de grupos. A consolidação de DC se disseminou para armazenamento conforme os arquitetos de TI criaram grupos maiores, redes mais rápidas e softwares de gerenciamento mais sofisticados para alcançar escala. A virtualização de storage é uma área em crescimento. Em 2010, houve uma onda de consolidação. Fornecedores deram continuidade a uma tendência estabelecida em outros mercados de TI, incorporando startups que demonstraram superioridade em tecnologia e aceitação dos clientes. Na verdade, muitas das grandes aquisições foram direcionadas por lacunas nos portfólios de storage dos compradores. Nenhum acordo superou a guerra da HP contra a Dell para adquirir a 3Par, e o ano fechou com a EMC adquirindo a líder em network-attached storage (NAS) Isilon e a Dell conquistando a especialista em storage area network (SAN) Compellent. O mercado continua se expandindo, deixando muito espaço para uma nova rodada de inovações.

Uma área preocupante é a segurança. Consolide mais dados em um único sistema, falhe em sua proteção e verá o lado negro de se fazer mais com menos. “Dados armazenados estão entre as partes mais vulneráveis de uma organização”, afirma Doug Davis, coordenador de segurança da informação da Monical’s Pizza. “Dados que continuam sendo capturados em pequenos bytes são difíceis de controlar. Como chefe de TI, é meu trabalho garantir que ninguém faça alterações no meu terreno”.

SE LIVRE DO QUE É ULTRAPASSADO Estudiosos de TI vêm prevendo o declínio do fibre channel (FC) há anos, e dado o custo e complexidade de criar FC SANs, isto é, indubitavelmente, um sonho compartilhado por muitos CIOs. Agora, a maturidade da Ethernet 10 Gigabit e dos protocolos de armazenamento baseados em Ethernet como iSCSI e FC over Ethernet significa que esses sistemas têm o desempenho bruto de uma FC de 8GB de última geração. E, com aperfeiçoamentos em softwares iSCSI, novos sistemas de switches Ethernet-FCoE, como o Virtual Connect, da HP, e switches LAN/SAN de protocolos múltiplos, como o Nexus 5000, da Cisco, a migração para uma arquitetura de LAN e SAN convergente se tornou mais fácil do que nunca. O estudo mostra um pequeno, porém notável, aumento em uso, com quase dois terços das empresas implantando iSCSI para alguns aplicativos e 16% usando para mais de metade de suas necessidade de armazenamento. Isso é significativo porque o iSCSI é um dos pilares do DC convergente. Conforme o número de servidores virtuais aumenta, com a dependência de armazenamento compartilhado de servidores de imagens e aplicativos de dados convergindo promessas de SAN e LAN em redução de custos, aumento da escalabilidade e flexibilidade e simplificação do gerenciamento de rede. É basicamente a criação e operação de uma única rede em vez de duas. Lisa Moorehead, gerente de redes do Departamento de Serviços Públicos de Massachusetts, diz que a redução nos orçamentos está forçando muitas entidades governamentais a centralizar e consolidar a TI. “Sistemas como e-mail, folha de pagamento e muitos bancos de dados foram consolidados, e esse storage é centralizado em FCoE ou iSCSI SAN”, explica.

VIRTUALIZAÇÃO V2 Virtualização de servidor impulsiona upgrades em DC, seja para novos equipamentos, redesenho da arquitetura de sistema ou novos

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Tech Review Sua empresa utiliza storage virtual? 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010

Sim, todos os nossos discos de armazenamento ficam em um único sistema de storage virtual

5% 5% Não, mas planejamos a implantação nos próximos 12 meses

14% 12% Não, mas estamos considerando

32% 29% Não e não estamos interessados

18% 15% Não sei

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Qual a principal preocupação em relação a armazenamento? Perda de dados e segurança

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44% 40% Recursos de armazenamento insuficientes para aplicativos críticos

47% 40% Orçamento insuficiente para atender a demanda do negócio

34% 35% Falta de planejamento e preparação para recuperação de desastre

26% 30% Ferramentas insuficientes para gerenciamento de storage

30% 27% Recursos de armazenamento insuficientes para uso pessoal ou de departamento

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aplicativos. E, com essa migração de infraestrutura de TI do mundo físico para o lógico, o domínio virtual afeta redes e armazenamento. Subdividir espaço de disco é uma dor de cabeça para a maioria dos administradores de servidores virtuais. A abordagem mais simples implica em unir pools de storage compartilhados em um único bloco fixo, de forma muito similar à divisão do HD de um PC. Esses volumes lógicos são reservados para máquinas virtuais únicas, não importando se o espaço é usado. Já que o tamanho do volume deve acomodar o consumo de dados máximo de um aplicativo, os administradores de máquinas virtuais tendem a exagerar nos tamanhos, como garantia. O provisionamento thin é uma abordagem “momento certo” a essa alocação estática, fazendo com que os sistemas de storage aloquem, dinamicamente, a capacidade de acordo com a demanda. Em vez de determinar um tamanho fixo para cada aplicativo virtualizado, o provisionamento thin cria uma faixa de capacidade de armazenamento, fazendo com que a VM acredite que alcançou o limite máximo de alocação enquanto o sistema distribui apenas o que está realmente sendo usado. O provisionamento magro pode aumentar, significativamente, a utilização do storage. Conforme os servidores virtualizados se tornam padrão para aplicativos corporativos, essa função deve se tornar comum em novos sistemas de armazenamento e sua adoção será, praticamente, onipresente. Grandes sistemas de armazenamento também adotaram tecnologias de virtualização para simplificar o acesso e o gerenciamento de dados. A pesquisa acompanhou duas variedades: a virtualização de storage e a de arquivos. Ambas as técnicas apresentam uma camada de abstração para isolar aplicativos – tanto sistemas de bancos de dados quanto redes de compartilhamento de arquivos. O último virtualiza múltiplos discos físicos para criar um único lógico e lembra uma extensão evolutiva do software RAID. Mas muitos esquemas de virtualização de blocos podem alocar capacidade de forma dinâmica, aumentando ou diminuindo o volume em resposta as alterações de necessidade e podem, também, ampliar múltiplos sistemas de armazenamento para criar volumes extremamente grandes. Como o provisionamento thin, a virtualização de blocos pode melhorar a capacidade de utilização de sistemas de storage, permitindo que o administrador adapte, individualmente, o volume lógico de acordo com a necessidade do aplicativo, enquanto oferece flexibilidade para mais capacidade sem interromper o software. “Servidores virtualizados nos permitiram reconectar de forma mais rápida e colocar os sistemas de volta no ar. Ser capaz de mover dados entre os vários locais de nosso domínio permite InformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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melhor gerenciamento de informações, reduz o tempo de restauração após situações de desastre e torna mais rápido o upgrade de sistemas e reconstruções”, disse Moorehead. A virtualização de arquivos introduz uma camada lógica entre o nome do arquivo e sua localização na rede. Considere a virtualização do arquivo o DNS de sua localização na rede – os usuários não precisam saber o local da rede para ver um arquivo. Eles simplesmente se conectam a um ponto central de compartilhamento e deixam que um software de virtualização cuide dos detalhes. Enquanto as duas abordagens de virtualização melhoram a eficiência, a gestão e a conveniência de grandes ambientes de armazenamento, elas também trabalham com outras tecnologias de melhoria de desempenho e empilhamento automático. O truque é combinar os requerimentos de armazenamento com a pilha correta. Como o nome sugere, ele facilita essa tarefa ao monitorar, no controlador do storage, os padrões de uso de blocos de dados individuais ou arquivos e posicionando automaticamente os acessados com mais frequência em dispositivos Tier 1 e transferindo dados menos usados progressivamente para tiers mais baixos e mais baratos. Tornar essa migração transparente para usuários e

aplicativos requer virtualização, de blocos ou de arquivos, já que o aplicativo não vai ter nenhuma pista de para onde os dados ou arquivos especificos podem ter sido movido desde a última vez em que foi acessado. A pesquisa mostra que essas três importantes tecnologias ainda estão em estágios iniciais de adoção. A virtualização de storage é usada por mais de 1/3 das empresas entrevistadas. Além disso, quando os entrevistados avaliam produtos, um terço diz que considera a virtualização de storage uma funcionalidade importante.

DADOS TRANCADOS Por mais que as áreas de TI coloquem a segurança dos dados armazenados no topo da lista de prioridades, o número de entrevistados pela pesquisa que disse que suas empresas codificam ou planejam codificar

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Tech Review Qual a importância dessas tecnologias e funcionalidades de armazenamento? 12%

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39%

41%

Replicação

Snapshots baseados em storage

MUITO IMPORTANTE

39%

39%

41%

49%

20%

21%

40% Backup de disco para disco para fita

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28%

34%

38%

Deduplicação de dados

IMPORTANTE

Virtualização de storage NÃO IMPORTA

Dados: Pesquisa Estado de Storage Corporativo, InformationWeek Analytics, com 377 profissionais de tecnologia do negócio, em Novembro de 2010 e 331, em novembro de 2009.

informações armazenadas em fitas de backup caiu em comparação ao ano passado. A TI sempre sofreu para encaixar sistemas de backup em um período de tempo pré-determinado e adicionar codificação aumenta o tempo necessário para completar o processo. Conforme a quantidade de dados aumenta, a codificação se torna ainda mais difícil. “Empresas nessa situação precisam focar em reduzir a quantidade de dados a ser guardada e aumentar a velocidade em que o backup é executado”, avalia Adam Ely, diretor de segurança da TiVo. Se não for possível proteger tudo, mantenha o foco em alvos de alto valor. Outra área preocupante: os apertados orçamentos de TI têm impedido que algumas equipes adicionem capacidades de geren-

ciamento de storage. Se não puder pagar pelo hardware ou pessoal extra, não pode armazenar dados – pelo menos não de forma centralizada. Mas isso não significa que a quantidade real de dados gerados pela empresa não esteja crescendo. Funcionários estão, provavelmente, comprando discos de 1 TB por menos de US$ 100 e usando-os em seus PCs, deixando muitos dados desestruturados fora do controle da TI. Talvez em resposta a esse desafio, verifica-se um aumento de quase 50% no número de entrevistados planejando implantar serviços de armazenamento baseados em nuvem no próximo ano. Enquanto a TI prefere manter todos os dados escondidos em seus próprios servidores, um local central de armazenamento em nuvem é mais desejável do que centenas de pontos individuais de possível perda de dados. * Kurt Marko é engenheiro de TI e colaborador da InformationWeek EUA.

PLANEJAMENTO 2011 APERFEIÇOAR EFICIÊNCIA: não aumente o problema. Busque hardware com funcionalidades embutidas, como deduplicação e compressão, para que não armazene o mesmo dado mais de uma vez. Para todos, mas especialmente para os bancos de dados mais sensíveis em desempenho, procure produtos que possam aplicar UBM redução de dados Tier 1. ANALISE OS NÚMEROS: SSDs são caros, mas para aplicativos de transações que precisam de alto poder de armazenamento, podem ser mais baratos e mais eficazes (tanto em espaço quanto em poder) do que os discos paralelos. CONSIDERE EMPILHAMENTO AUTOMÁTICO: mover dados manualmente entre tiers consome muito tempo e requer gerenciamento disciplinado de ciclo de vida de informação. Um software de automação embutida é uma aposta muito melhor. FIQUE LONGE DOS POOLS: crie os menores pools de armazenamento possíveis. Novos conjuntos devem ser capazes de suportar múltiplos protocolos de acesso, tanto NAS (CIFS e NFS) quanto SAN (iSCSI e FCoE), assim como diferentes tipos de dispositivos de armazenamento (SAS de alta perfomance, SATA de baixo custo e SSD). Essa convergência permite que as áreas de TI cumpram com diversos requerimentos de aplicativos ao dividir, logicamente, a capacidade de um grupo em vez de dedicar espaço físico em diferentes caixas. NÃO TENHA MEDO DA NUVEM: fornecedores de hardware estão espalhando o medo para manter seus clientes presos a um modelo de negócio lucrativo (para eles). É claro que enviar os dados financeiros da empresa para a nuvem é imprudente, mas, no caso de arquivos, dados pouco acessados ou situações em que se precisa de mais capacidade temporária, o armazenamento em nuvem, junto com uma ferramenta de busca e um bom software de gerenciamento, faz muito sentido. ACELERE A CONSOLIDAÇÃO: se você ainda não deu o passo do FC SAN, pense duas vezes antes de dá-lo. Embora a interoperabilidade dos equipamentos FCoE não seja perfeita, estão melhorando, e iSCSI se tornou uma alternativa viável para Ethernet SAN. Enquanto planeja upgrades de 10 Gigabit Ethernet LAN, pense em usar virtualização de rede para talhar o mesmo canal em diversas LANs e SANs lógicas.

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InformationWeek Brasil | Maiode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Janeiro

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Estante

The philosophy of software Novas eras pedem novas regras. A filosofia do software trata-se de uma introdução crítica sobre as implicações sociais e conceituais da Era Digital. Sistemas computacionais são emaranhados de elementos que unem algo entre o físico e o efêmero e aprofundam-se mais e mais em elementos do cotidiano. Estamos cada vez mais próximos do momento em que os programas computacionais se inserem em utensílios do dia a dia que vão além dos tradicionais computadores. Portanto, David Berry propõe uma meditação oportuna sobre a questão nesse período ainda prévio à internet das coisas.

Imagens: divulgação

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Liderança fora do quadrado

Apontado como uma das maiores autoridades mundiais no desenvolvimento de equipes de alta performance, Jon Katzenbach volta a focar suas reflexões sobre gestão na ambição de ajudar a incrementar desempenho a partir de uma liderança eficiente e de impacto que influencia positivamente no desempenho organizacional. Preço sugerido: R$ 65 Editora: Campus

A cultura-mundo

Gilles Lipovetsky e Jean Serroy buscam respostas para uma sociedade baseada em um novo sistema de valores que surgem na esteira da modernidade. Os conflitos de nossos tempos não são mais os mesmos. Com excesso de oferta de bens mercantis e simbólicos, parece que superamos os modelos baseados na aceitação ou no enfrentamento das ideias de hierarquia, autoridade e riqueza. Os autores defendem a tese de um mundo cheio de nuances na tentativa de compreender o período histórico que vivemos. Preço sugerido: R$ 39,50 Editora: Cia. das Letras

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Inovação Foto: Divulgação

SOUMITRA DUTTA

É REITOR PARA RELAÇÕES EXTERIORES DA INSEAD E PROFESSOR DE NEGÓCIOS E TECNOLOGIA DA ROLAND BERGER SOUMITRA.DUTTA@INSEAD.EDU

Inovação inclusiva

está na moda

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olíticos fazem discursos sobre crescimento inclusivo. Executivos falam sobre estratégias inclusivas. Acadêmicos escrevem sobre inovação inclusiva. Após uma década de excessos e pecados, não surpreende ver partes interessadas se posicionando. Políticos, preocupados com a distância entre ricos e pobres, enfatizam a necessidade de alcançar todos os segmentos da nação de seus países. CEOs, ansiosos pelo crescimento pós-crise, vêem o avanço da classe média nos mercados emergentes como remédio para revigorar os lucros. Os estudiosos, sempre em busca do próximo mantra mágico, observam o potencial em enaltecer a reinvenção das estratégias de inovação. A lógica dos negócios em enfatizar inclusão é sólida. Afinal, esse modelo de crescimento leva a base da pirâmide para a corrente econômica central como consumidores, funcionários e intermediários. Empresas capazes de suprir e atrair lealdade dessas massas emergentes estão estabelecendo os alicerces e sucesso futuros. No entanto, a criação e execução disso se provou difícil para o mundo corporativo. Muitos executivos presumem, erroneamente, que o crescimento inclusivo significa, simplesmente, fabricar produtos de menor qualidade por preços mais baixos. Isso, alegam, vai contra os objetivos corporativos ou é incompatível com habilidades existentes e processos de produção. Porém, empresários em muitos mercados emergentes, como Índia e Brasil, mostraram que a inovação

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inclusiva requer uma reformulação fundamental dos modelos de negócios. De que outra forma eles poderiam oferecer chamadas de celular por menos de um centavo por minuto ou realizar cirurgias de catarata de alta qualidade para milhares de pessoas carentes por menos de US$ 25 por cabeça? O lema adotado pelo Conselho Nacional de Inovação da Índia, inspirado na filosofia de Mahatma Gandhi, tem utilizado menos recursos para fazer o bem a mais pessoas. Possibilidades financeiras e sustentabilidade estão à frente da inovação e devem ser alcançadas enquanto a qualidade é mantida ou aprimorada. Isso representa um desafio importante até mesmo para a mais bem-sucedida empresa. Enquanto os modelos de negócios precisam ser completamente revisados, mentalidade e cultura são fatores ainda mais importantes. Os líderes terão de se comprometer com termos ambíguos para tornar a inovação inclusiva parte de seus objetivos. É preciso que exista o desejo fundamental de ajudar as pessoas. Na verdade, de ajudar muito mais gente, com produtos mais acessíveis e relevantes em vez de se satisfazer com as mesmas coisas Premium para o mesmo grupo de consumidores. Os vencedores na inovação inclusiva irão colher os benefícios em um mundo diferente, em que o crescimento mais rápido em gastos com consumo virá da base da pirâmide em mercados emergentes. Todavia, vencer nesse novo cenário não será fácil e deve ser levado a sério pelos incumbidos. Você está preparado para o desafio? InformationWeekBrasil | Maio de 2011

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