Information Week Brasil - Ed. 235

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EVANGELHO SEGUNDO A TI

Ganha popularidade a carreira de evangelista. Entenda os desafios da função

OPEN INNOVATION

NOVO BOOM

Depois de anos de estagnação, provedores investem pesado em data center

Como a TI pode aproveitar o conceito para impulsionar estratégias de inovação aberta www.informationweek.com.br

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VALE A PENA INVESTIR PARA

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COMO CONSEQUÊNCIA DO AMADURECIMENTO DOS DEPARTAMENTOS DE TI, EMPRESAS DE DIVERSOS SEGMENTOS SE PREPARAM

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PARA CONSEGUIR O SELO QUE GARANTE A QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO. RESTA AVALIAR SE OS BENEFÍCIOS COMPENSAM OS ESFORÇOS DE ADEQUAÇÃO AOS PADRÕES GLOBAIS

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“Quando se trata de inteligência empresarial, não adianta sua empresa investir ‘apenas’ em algo igual, mas diferente. Também não adianta usar ‘apenas’ um BI que seja plugado no seu ERP, por melhor que seja este. Inteligência é muito mais que o BI. Inteligência é um assunto sério e sua empresa merece um conceito pensado e construído para tal fim. Marcus Taccola Projetista Chefe Power Decision – Slice Management

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Estou falando de Slice Management.”

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Índice Janeiro de 2011 - Número 235

VALE A PENA INVESTIR PARA

nvista mil ?

OBTER

CERTIFICAÇÃO

20

FIXAS

08 Expediente 09 Editorial 14 Estratégia 16 IWB Online 27 Segurança 48 Mercado 58 Telecom 66 Novo Mundo 73 Estante 74 Inovação

GESTÃO Consequência do

34 INDÚSTRIA Fornecedores promovem atualizações, ampliações e construções de data center para suportar uma demanda intensa por poder computacional no Brasil

amadurecimento tecnológico, empresas de diversos segmentos preparam-se para atestar a qualidade dos serviços de TI prestados. Mas vale a pena investir para obter a certificação Iso 20 mil? Buscamos cases para tentar responder a essa pergunta

Carreira

46 STARTUP Aztec lança solução de e-learning apostando nos avanços da mobilidade e do conceito de educação corporativa a distância 50 CARREIRA Profissão: evangelista. Cargo de propagadores de tendências e novas tecnologias começa a ganhar força e popularidade

Indústria

56 PERFIL Janet Sidy Donio, CIO da Vicunha Têxtil, é a personagem retratada nesta edição 60 FOR IT BY IT Alessandro Mazola, coordenador de infraestrutura e telecom, detalha o projeto de virtualização na Simpress FELIPE DREHER

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ue pede o plano traçado e o que nos podem oferecer. Onde você e falhas é um bom lugar para pios da inovação aberta. O segun-

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64 NA PRÁTICA Abyara Brokers adota thin clients e ganha velocidade em momento de expansão geográfica

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ERRAMOS 10 ENTREVISTA Diferente do Henry Chesbrough lista desafios e publicado na página oportunidades advindas de iniciativas de 91, da edição de inovação aberta lideradas por departamentos novembro de de tecnologia InformationWeek Brasil, o valor do 29 CIO INSIGHT do aspecto é olhar sua empresa por outro ângulo eek Brasil – Que tipo de contrato regrasfechado Eduardo Fontanella, da Eliane, ressalta a entre a Seguros e enxergar os novos desenvolvimentos que ma companhia precisaUnimed para e a Tivit importância de a TI fazer o dever deseus casa; é Mauricio Vianna, do CPqD, traça paralelo de R$ 14 milhões, recursos e capacidades internas ainda não estãoentre tura de inovação aberta? o papel de gestor e a microeletrônica; e Michel com duração mas que ouforças já ough – A primeira regra de a ser Seller, da Diebold, avaliaestão comosendo as cinco cinco anos,prontos para produzir, competitivas de Porter podem ser afetadas equivalente a um foram feitos fora de sua empresa e podem ser úteis ar um roadmap ou estruturar pela tecnologia da informação custo mensal de R$ para vocês. O último passo, e talvez a ser colocado mpanhia e olhar para recursos 233 mil. InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek 34 34 mais tarde, seria olhar para seus projetos internos ernas, verificar a existência de

que estão caminhando e criar processos para que eles possam sair de sua empresa e atingir outras companhias e, assim, serem usados em outros mercados ou negócios.

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Profi

68 TECH REVIEW Oferecer ferramentas para trabalhar de qualquer lugar exige tecnologia, processos e políticas, mas vale a pena. Veja dez passos para o suporte de funcionários móveis

Ilustração: Rodrigo Martins

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62 NA PRÁTICA Supricel adere à plataforma de desenvolvimento modular Genexus e, com isto, deixa de gastar R$ 350 mil em consultoria

QUAN InformationWeekBrasil | Janeirode2011

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2011 InformationWeekBrasil | Janeiro de 2010

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Carta ao leitor

ADilma,aIso20mil eosdatacenters

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o Congresso, naquele que — imagino — deve ter sido um dos dias mais significativos da vida de Dilma Rousseff, a nova presidente do Brasil destacou o fato de ela ser a primeira mulher a ocupar o cargo. Em meio ao longo discurso, o setor de TI teve vez. Na passagem, na qual frisava a manutenção dos fundamentos do governo e a inclusão de novas ferramentas e novos valores, ela mencionou em alguns (poucos) momentos este importante segmento para a economia. Afirmou que o uso intensivo da TI deve estar a serviço de um sistema de progressiva eficiência e elevado respeito ao contribuinte. Atrelou o avanço na qualidade de ensino ao alcance da sociedade da tecnologia e do conhecimento. Dilma foi certeira ao sinalizar que houve progressos em pesquisa e inovação, mas que ainda se deve ir muito além. No entanto, o ponto que mais me chamou a atenção foi a seguinte promessa: “Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e a inovação como instrumento da produtividade”. Durante a corrida presidencial, InformationWeek Brasil tentou por diversas vezes contato com a candidata petista, além de Marina Silva e José Serra, com objetivo de comparar os planos para o setor de TIC. Foi em vão. Justamente por este motivo, me surpreendeu a inclusão do mercado de tecnologia da informação no discurso de posse. Sim, tivemos avanços. Após crise, observamos um segmento aquecido. CIOs foram às compras e fornecedores trataram de correr para suprir a demanda. Contratações. Lucro. A soma de tantos fatores positivos

deixou eufóricos os presidentes de empresas da indústria de TIC. Um retrato deste cenário está estampado na reportagem de Felipe Dreher sobre o boom do mercado de data center. Basta analisar a recente onda de inaugurações de DC para constatar o aquecimento. “O fato pode ser explicado por diversas razões que vão de aspectos econômicos e comportamentais a rupturas tecnológicas, surgimento de modelos de negócio e automatização de processos”, escreveu. A última grande agitação neste segmento foi no pré-bolha da internet, quando as empresas se preparam para atender a uma demanda que, infelizmente, acabou não acontecendo como o previsto. Do lado das corporações consumidoras de tecnologia encontra-se a outra face deste otimismo. Com o amadurecimento da TI brasileira veio a disseminação da busca por certificações, como a ISO 20 mil. Os departamentos querem se adequar a padrões globais e, com isto, acabam exigindo mais de seus fornecedores. “As mudanças trarão uma pressão que exigirá, cada vez mais, um atendimento melhor e mais completo, equipes mais enxutas e com profissionais seniores, trabalhando dentro de padrões reconhecidos globalmente”, sentenciou Vitor Cavalcanti, autor do texto.

Foto: Ricardo Benichio

E você, lei t or, o que pensa de t udo is t o?

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Invista Fotos: divulgação

Entrevista

InformationWeek Brasil – Que tipo de regras ou processos uma companhia precisa para implantar a cultura de inovação aberta? Henry Chesbrough – A primeira regra a ser estabelecida é criar um roadmap ou estruturar os projetos da companhia e olhar para recursos e capacidades internas, verificar a existência de lacunas entre o que pede o plano traçado e o que os recursos internos podem oferecer. Onde você enxergar espaços e falhas é um bom lugar para aplicar os princípios da inovação aberta. O segun-

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do aspecto é olhar sua empresa por outro ângulo e enxergar os novos desenvolvimentos que seus recursos e capacidades internas ainda não estão prontos para produzir, mas que estão sendo ou já foram feitos fora de sua empresa e podem ser úteis para vocês. O último passo, e talvez a ser colocado mais tarde, seria olhar para seus projetos internos que estão caminhando e criar processos para que eles possam sair de sua empresa e atingir outras companhias e, assim, serem usados em outros mercados ou negócios. 2011 InformationWeekBrasil | Janeiro de 2010

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VITOR CAVALCANTI

Precursor do conceito de inovação aberta, Henry Chesbrough enumera que custo, tempo e risco são os três grandes benefícios e diz que os departamentos de TI têm possibilidade de não apenas participar como também de liderar iniciativas desse tipo Quando escreveu seu primeiro livro sobre inovação aberta, Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology, em 2003, Henry Chesbrough, diretor-executivo do Centro de Inovação Aberta do Instituto para Inovação Corporativa da Universidade da Califórnia, talvez não imaginasse a evolução que o conceito teria ao longo dos últimos anos. Se antes era algo restrito ao mundo de TIC (tecnologia da informação e comunicação), hoje, o conceito integra as mais diversas indústrias. O especialista, que esteve no Brasil como principal palestrante de um evento sobre o assunto, manda um recado aos que temem o risco de aplicar: “todo tipo de inovação envolve risco e não é diferente com a aberta, mas os resultados são surpreendentes.” Dono de um semblante sereno e voz calma, características típicas de um acadêmico, Chesbrough concedeu entrevista exclusiva à InformationWeek Brasil, quando frisou que a nova fronteira para adotar este tipo de trabalho são os serviços e apontou os países emergentes como os principais beneficiários do conceito neste momento da economia global. Aos departamentos de TI, ele aconselhou reservar, prioritariamente, uma parte do orçamento para inovação, de forma a não ser vítima dos projetos de open innovation que possam vir a integrar a estratégia da corporação. A seguir, os principais trechos da conversa.

IWB – Quais são as dificuldades para se adotar a inovação aberta? Chesbrough - Uma delas é o que chamamos em inglês de NIH (not invented here ou não inventado aqui), ou seja, é algo que, embora exista fora, pode-se fazer melhor internamente, o que resulta em excelência interna. Muitas vezes, isto ajuda bastante e mostra a capacidade do seu time. Já do ponto de vista do negócio, se tem algo externo que é bom o suficiente para sua aplicação, pode ser um erro esperar para que seja desenvolvido internamente, ainda que possa ficar melhor, por todo o processo de criação interna.

IWB — Em sua opinião, as companhias já entenderam que podem buscar ideias e projetos em outras empresas ou mesmo em outros mercados? Chesbrough – A primeira questão que envolve isto é a atitude. Se você pode fazer melhor internamente aquilo que é oferecido pelo mercado, então, não devemos usar as ideias externas. É preciso desenvolver uma cultura de valorização do uso de coisas externas quando elas forem boas para o seu negócio e focar em integrá-las às suas atividades. O segundo problema está relacionado à propriedade intelectual. Quando você traz ideias de fora, precisa

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Entrevista tomar cuidado e ter certeza de que possui todos os direitos legais para aplicar os conceitos em seu dia a dia. Falo isto, porque os riscos de infringir os direitos intelectuais de alguém pode bloquear o seu processo de desenvolvimento e você perde alguns meses. Até porque, você roubou ideias. Você pode dizer que não, que estamos em um trabalho conjunto, mas gera desacordos e deve ser uma preocupação. IWB — Ao olhar para fora você copia ou apenas aprende com a experiência alheia? Chesbrough – Algumas vezes, as pessoas apenas copiam, mas acredito que o que mais acontece ao trazer algo de fora é a integração aos aspectos do seu negócio, porque o projeto não vem pronto para sua cultura e seus produtos e, existe aí, um trabalho adicional que precisa ser feito por sua equipe para que realmente possa ser útil para a empresa. IWB – No Brasil, algumas empresas encaram a questão de inovação aberta como um risco. O que você diria a elas? Chesbrough – Não há dúvidas de que existem riscos e, algumas vezes, eles são novos para uma companhia. A empresa pode não ter bons processos para gerí-los. Mas o benefício deve se sobrepor. Quando falamos em inovação aberta, temos coisas boas como levar algo mais rápido para o mercado e, ao trabalhar com alguém, ter acesso a ideias por um custo mais baixo do que fazer sozinho, principalmente, quando ela pode ser usada em mais de um segmento. Então, você paga pelo seu mercado e os outros arcam com o custo para levar aos demais setores econômicos. Mas o custo total é compartilhado e o impacto final, um investimento inferior para desenvolver. O terceiro impacto positivo é o risco menor, porque, ao compartilhar conhecimento, há uma demonstração de que isto realmente pode funcionar. Você apenas aceita tecnologias que podem se demonstrar e você tem um risco menor do que tocar

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um projeto desde a fase embrionária em sua própria companhia. Então custo, tempo e risco são os três grandes benefícios. Não quero dizer que não há risco, mas você deve balancear e saber como e quando usar a inovação aberta. IWB – Podemos dizer, então, que há projetos e produtos onde se aplica a inovação aberta e outros não? Chesbrough – A questão é que, no início, não se pode querer aplicar inovação aberta em tudo. Escolha uma área ou um projeto e comece ali. Desenvolva a experiência, a capacidade de gerenciamento e, na medida em que aprende com os erros, você poderá expandir para outros departamentos. IWB – Que tipo de empresa pode se beneficiar do conceito? Chesbrough – Quando escrevi meu livro, há quase oito anos, toda minha pesquisa mostrou que apenas companhias que lidavam com tecnologia de ponta aderiam, a maioria da área de tecnologia da informação e comunicação. Mas, desde então, tenho visto open innovation sen-

do utilizada em vários segmentos e muito além de TIC. Na indústria farmacêutica está muito comum. Para desenvolver e criar componentes, com o processo de inovação aberta, as empresas trabalham em conjunto com universidades e startups e temos visto alguns desenvolvimentos fora das corporações, como testes clínicos, por exemplo. Outra indústria que tem usado muito é a automobilística. Eu diria que, há oito anos, a inovação aberta não tinha muito a oferecer a este segmento. Mas, particularmente, com as novas tendências, muita tecnologia tem vindo de startups, como novidades em bateria ou novos modelos de negócios. No caso de produtos destinados ao consumir final, os benefícios são grandes. Aqui no Brasil, a Natura tem feito um bom trabalho com a inovação aberta. A Procter & Gamble e a Unilever são outros exemplos. IWB – Desde que escreveu seu livro, em 2003, como você avalia a evolução do conceito de inovação aberta? Chesbrough – No início, eu olhava do ponto de vista tecnológico, depois, passei a estudar mais e ver a questão InformationWeek Brasil | Janeirode 2010 2011 InformationWeek Brasil | Outubro

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os e muito acêutica olver e sso de abalham e startups mentos es clínicos, ue tem . Eu diria erta não mento. ovas tenindo de teria ou caso de mir final, no Brasil, alho com Gamble e

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da propriedade intelectual, modelo de negócio e necessidade de mudá-lo em alguns casos. E, mais recentemente, passei a olhar também a inovação aberta nos serviços. Isto está no meu novo livro. No futuro, vejo mais colaboração entre companhias, universidades, população, de forma geral. Há excelentes maneiras de mobilizar mentes brilhantes em projetos de inovação. Acho que acontecerá isto. As políticas governamentais podem e precisam promover essa abertura para a sociedade. IWB – Como os departamentos de TI podem participar de um projeto de inovação aberta? O conceito está ligado à TI e as organizações entrariam apenas como um suporte provendo as ferramentas necessárias para estas interações? Chesbrough – Os departamentos de TI têm possibilidade de não apenas participar como também de liderar iniciativas de inovação aberta. Algumas organizações têm quase a totalidade do orçamento para manter sistemas rodando e também suas equipes e uma fração muito pequena para qualquer coisa adicional além da manutenção, estes departamentos serão desafiados pela inovação aberta. Mas há outros que se organizam para ter um porcentual saudável do budget para novas iniciativas e novos desenvolvimentos, talvez, novas plataformas, como mover projetos para a nuvem. Estes podem levar boas contribuições para as companhias. A Amazon, por exemplo, tem um departamento de TI muito forte, eles criaram serviços quando ofereceram a infraestrutura para outras empresas usarem, que hoje é chamado de Amazon Web Services. Assim, deixa de ser apenas um custo para a empresa e vira uma fonte de receita.

IWB – Mas, de forma geral, como você vê os departamentos de TI? Eles estão mais inclinados a fazer parte dessa onda ou tendem a ficar fechados? Chesbrough – Eu acho que muitos dos seus leitores reconhecem a importância de um orçamento para novas iniciativas. Em meu livro, falo que, se você tiver recursos para investir, a TI pode ser uma fonte importante de inovação para a empresa, mas é preciso ter uma mentalidade para reconhecer que a tecnologia pode gerar valor e receita para a corporação e não ser vista apenas como uma fonte de gerenciamento de custo e que faz com que as coisas do dia a dia funcionem. IWB – Atualmente, temos cada vez mais consumidores emitindo opiniões, participando, por exemplo, enviando fotos e feedbacks. Você acredita que estas pessoas se converteram em uma das principais fontes para inovação aberta? Chesbrough – Sim. Eu vejo isto claramente e não apenas com os consumidores atuais, como com os potenciais futuros clientes destas empresas. Companhias que fazem um bom trabalho podem promover um canal para que os compradores interajam com ela. Há investimentos

“Custo, tempo e risco são os três grandes benefícios. Não quero dizer que não há risco, mas você deve balancear e saber como e quando usar a inovação aberta” em TI para que os clientes possam interagir diretamente com os gestores de marca, isto leva a empresa até a organizar um site de mídia social e os conteúdos seriam providos pelos consumidores. São técnicas que não existiam há dez anos, mas que podem criar uma identidade muito forte com a marca e uma nova fonte de informação em tempo real do cliente para o fabricante. É uma fonte de conhecimento interessante. IWB – O que podemos esperar para o futuro? Chesbrough – Primeiro, veremos a inovação aberta se tornando mais forte nos mercados emergentes. Por conta da crise nos Estados Unidos, Europa e Japão, estes países baixaram os investimentos. Mas Brasil, China, Turquia, Índia e alguns outros, que passaram bem, continuaram investindo. Então, nos próximos anos, veremos mais inovações vindas do Brasil ou da Índia para outros países. Será algo mais global. O segundo ponto que destacaria é que teremos mais colaboração, redes de fornecedores trabalhando mais próximas, algo direcionado ao consumidor, o sistema integrado das atividades de cadeia de suprimento será mais colaborativo do que temos IWB atualmente.

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Foto: Magdalena Gutierrez

Estratégia Sergio Lozinsky

diretor da SLozinsky Consultoria de Negócios

twitter.com/slozinsky

Agenda empresarial 2011

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“O mais importante é não parar de questionar” (Albert Einstein)

passagem para um novo ano sempre nos motiva a projetar ideias e cenários para o período que se inicia. 2011 começa com muitas dúvidas sobre o comportamento da economia mundial e sob nova e desconhecida direção no Brasil. Mas, ao mesmo tempo, cheio de perspectivas positivas, com a maioria dos brasileiros achando que o período de “vacas gordas” vai continuar. Para as empresas, 2011 está sendo planejado como mais um ano de ganhos substanciais, com metas ousadas e projetos de expansão dos negócios. Nesse cenário, o papel de TI torna-se ainda mais crítico e é aconselhável preparar-se para isso. Como primeiro passo, é recomendável verificar se os investimentos previstos em tecnologia – assim como o valor orçado para esses investimentos – parecem estar consistentes com os planos da empresa. Por exemplo, se estão previstas aberturas de filiais ou escritórios, joint ventures ou aquisições, questões como escalabilidade da infraestrutura e dos sistemas e “kits” de TI que possam ser replicados rapidamente para as novas unidades ou empresas podem representar itens críticos para suportar a execução da estratégia empresarial. Para as empresas que pretendem aumentar as vendas de forma significativa e ganhar market share, o problema da qualidade e dos custos dos seus processos torna-se mais contundente à medida que

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os volumes de negócios crescem: processos obsoletos, inadequados, pouco automatizados e que dependem muito de algumas pessoas para serem executados, são candidatos a tornarem-se entraves do crescimento esperado – seja pelo custo, seja pelos prazos de execução. A TI precisa identificar esses custos e gargalos, e propor soluções – definitivas ou temporárias – que minimizarão os problemas e permitirão obter a maior parte dos ganhos esperados. Outras organizações pretendem aproveitar o bom momento da economia para darem vazão aos sonhos de “se modernizarem”: introduzir fortemente ferramentas de mobilidade, quem sabe ser pioneiro no uso de alguma tecnologia promissora ou participarem para valer de redes sociais. Nesses casos, não basta TI fazer um projeto. Há estudos e pesquisas a serem desenvolvidos, políticas a serem pensadas, parceiros de tecnologia que precisam ser cooptados a trabalhar em conjunto com a organização, projetos-piloto, e muito mais. A agenda 2011 – pelo seu caráter otimista – precisa encontrar uma TI que compreenda as mudanças que esses planos de crescimento trarão para o modelo de negócios da empresa, e que seja capaz de determinar que aspectos dos serviços e soluções tecnológicas precisam ser revistos, ampliados, repensados, terceirizados, emparceirados, orçados, testados, para que a tecnologia responda à sofisticação requerida pelas decisões de negócios. InformationWeekBrasil | Janeirode2011

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CONFIRA ALGUNS DOS ASSUNTOS POSTADOS PELOS BLOGUEIROS

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implementando? EIS ALGUMAS RAZÕES PARA SE FAZER UMA ‘IMPLANTAÇÃO DE ITIL’:

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Posse da Dilma e o mercado de TI

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xecutar as ‘melhores práticas’ significará que a empresa como um todo será mais eficiente? Que reduzirá custos, venderá e lucrará mais? Que vai satisfazer clientes e construir produtos melhores? Será mesmo? A resposta para essas perguntas depende de vários fatores. A começar do próprio entendimento do que é Itil. Sob uma perspectiva realista, trata-se de um conjunto de livros que um grupo de consultores experientes escreveu e que consolida um conjunto de conceitos para ‘gerenciar serviços de TI’. Não é uma receita de sucesso pronta para uso, mas uma referência que pode e deve ser adaptada à realidade de cada organização para atingir objetivos específicos. Além disso, mesmo considerando que diversas passagens foram baseadas em estudos acadêmicos, Itil não é uma compilação acadêmica que todos são ‘obrigados’ a seguir, mas uma referência de práticas, construída por profissionais qualificados. O lado bom (ou não) é que para o domínio de IT Service Management há poucas alternativas tão consistentes e completas. Isso o torna, no mínimo, uma referência. Para domínios como Enterprise Architecture e controles de governança corporativa de TI temos ainda TOGAF e Cobit. No caso do Itil, temos uma referência de ‘boas práticas’, porque sem uma comparação rigorosa, não há como dizer que é a ‘melhor’. Claro que isso não diminui sua importância, mas reforça o dever de uma abordagem pragmática e orientada a resultados, evitando cair na armadilha de usar a biblioteca para ditar ‘regras’. Itil não exige nada, apenas orienta. O objetivo não é implantar um modelo acadêmico, mas simplesmente melhorar a prestação de serviços. *Por Bruno Caiado, do blog Itil na Prática SE INTERESSOU PELO ARTIGO? Leia completo em www.itweb.com.br/blogs/itilnapratica InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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RECONHEÇA UM CNO Chief Networking Officer (CNO) é um mega estrategista e gestor de redes de relacionamentos. Ele atua de forma integrada no mundo real assim e no ambiente virtual. Ele domina a arte de transformar contatos em relacionamentos duradouros que levam a negócios efetivos. Octavio Pitaluga Neto

O QUE TE MOTIVA NO TRABALHO? Líderes dedicam um bocado de energia, todos os dias, motivando os demais, mas… o que será que motiva os líderes? Pablo A Andres

ENQUETE A TI PODE MELHORAR 2011? Facilitando o acesso à informação e o desenvolvimento profissional das parcelas mais baixas da população. Eduardo Moreira

O Facebook vale realmente US$ 50 milhões? A pergunta levantada por Felipe Dreher veio após o anúncio de um novo aporte no site e também a divulgação deste novo valor de mercado. Seria uma nova bolha?

PERSPECTIVAS (A TI ajudaria muito) atuando como um agente facilitador de uma economia sustentável. Adriano Donato Couto

IT WEB MULTIMIDIA

OTIMISMO Com a computação em nuvem e a maior automação e facilitação de processos podemos ter mais felicidades. Daniel Taiguara

1

Especial CES 2011: confira as novidades do evento

2

O futuro das redes sociais: oito tendências para 2011

3

Steve Jobs desafia o Google e o iPad domina os negócios

4

Portugal Telecom abandona sociedade no UOL

5

Global CIO: o PC está morrendo

Cobertura do IT Web apresenta boa parte dos lançamentos de um dos principais eventos de tecnologia no mundo

Especial traz estudo feito pela e.life, empresa de inteligência de mercado, que abordou os aspectos dessas mídias

Análise de Bob Evenas, da InformationWeek EUA, reflete a competição cada vez mais acirrada entre Google e Apple

Grupo português detinha quase 30% das ações do provedor. Saída foi motivada pela compra de parte da Oi

Ainda que o computador tradicional não esteja morto no sentido absoluto, o futuro de aplicações inovadoras e experiências sem precedentes se foram. Ainda existem milhões de PCs e muitos funcionarão nos anos que virão. Mas o iPad chega em volumes de difícil compreensão

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Você Sabia? Toda vez que você ver esses ícones pode acessar nosso portal e consultar fotos, vídeos e podcasts

Busca de domínio Cisco quer 50% do mercado de colaboração Armazenamento Consultor da EMC, Flávio Fomim, aborda últimas tendências no segmento de storage

Carreira Presidente da ABTA fala sobre mercado de trabalho no setor de TV por assinatura

Destaque 2010 Galeria de imagem ilustra e explica os dez principais fatos relacionados ao mundo do hardware no ano passado

Mobilidade Galderma investe em aplicativo para iPad e muda forma de trabalho dos representantes de venda

Nuvem Como os CIOs podem evitar os riscos? Rede Social Essas mídias podem substituir o CRM?

Imagens: ITWeb.com.br

o?

REDES SOCIAIS

RECOMENDAMOS

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IWB | Online

Crescimento Os gastos com TI devem continuar crescendo em 2011 no que depender das previsões das consultorias. O Gartner, por exemplo, estima um avanço de 5,1% neste ano. Em 2010, o crescimento foi de 5,4%, chegando a US$ 3,4 trilhões. Acompanhe no gráfico:

mais tímido Previsão de gasto

global com TI

2010

2011

Gasto

Crescimento

Gasto

Crescimento

Hardware

364,1

8,90%

391,3

7,50%

Software corporativo

235,9

6,10%

253,7

7,50%

782

2,50%

817,9

4,60%

Serviços de TI Equipamento Telecom

426,6

14%

465,4

9,10%

Serviço Telecom

1.593

3,90%

1.647,4

3,40%

3.401,6

5,40%

3.575,8

Total

11

5,10% (em bilhões)

4,54 milhões de pessoas trocaram de operadora sem mudar o número do telefone em 2010. A Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABR Telecom) afirma que as migrações superaram em

3,8% os números de 2009.

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de consoles de games com tecnologia 3D devem ser vendidos até 2014, aponta a In-Stat

com 3D embarcado em 2011 serão consoles. Até 2012, smartphones com 3D serão 45% de todos os embarques

Banda larga

A consultoria In-Stat calcula que 2010 encerrou com 763 milhões de assinantes de internet rápida globalmente

Tendência

Portabilidade

Vendas fortes milhões Outras constatações:65%dosdispositivosmóveis >Levantamento da Accenture aponta que compras de computadores pessoais e telefones móveis (exceto smartphones) cairão 36% e 56%, respectivamente, em 2011 comparado com o desempenho de 2010. Na outra ponta, os novos hypes tecnológicos terão um salto nas vendas.

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TV 3D: + 500% Tablets: + 160% E-readers: + 133% Smartphones: + 26%

A pesquisa ouviu oito mil consumidores em oito países: Brasil, China, Índia, Rússia, França, Alemanha, Japão e EUA. Apenas 17% dos entrevistados planejam a compra de um desktop ou laptop.

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Gestão

Populariz COMO CONSEQUÊNCIA DO AMADURECIMENTO DOS DEPARTAMENTOS DE TI, EMPRESAS DE DIVERSOS SEGMENTOS ESTÃO SE PREPARANDO PARA CONSEGUIR O SELO QUE AFERE A QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS. MAIS QUE SE ADEQUAR AOS PADRÕES GLOBAIS, TRABALHO MUDA INTERAÇÃO COM FORNECEDORES

VITOR CAVALCANTI

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mil InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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rização da Processo, processo e processo. Esse mantra deve dominar os departamentos de TI nos próximos anos. Se em um passado recente o discurso era renovação, alinhamento ao negócio e equipes menos técnicas, o foco agora está no refinamento do trabalho de forma a melhorar a prestação de serviço e garantir a satisfação do cliente interno e, também, fazer com que os projetos sejam mais bem executados. Para isto, mais que aderir às práticas tradicionais de Itil e Cobit, as corporações passam a considerar a certificação ISO 20 mil, principalmente por garantir o que os especialistas chamam de melhoria continuada, sobretudo, pela fiscalização que ocorre para manutenção do selo. Garantir essa certificação, entretanto, requer muito comprometimento da TI e investimentos em pessoas e na comunicação. Não necessariamente é preciso adquirir novas ferramentas para obter o selo. O orçamento alocado no projeto está estritamente relacionado à maturidade do departamento e o segredo está muito mais

no como fazer, ou seja, no processo. Este discurso, aliás, me traz à mente uma conversa que tive há alguns meses com um CIO que me confidenciou que o futuro do cargo pode estar na conversão para uma espécie de CPO (chief process officer). Mas, se é algo tão difícil, por que apostar numa certificação em vez

de focar apenas nas práticas tradicionais? É nesta fase do debate que entra o argumento da continuidade, ou seja, quando você treina pessoas em melhores práticas, porém, não acompanha de perto, com o passar dos anos, se perde. No caso de um selo como ISO 20 mil, a melhoria tem que ser contínua, do contrário, numa

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Gestão

Foto: Saulo Cruz

m Bernstorff, do Banco do Brasil: a instituição recebeu o selo em outubro de 2009 após um trabalho de dez meses

fiscalização de rotina, o departamento pode perder o certificado. Uma das primeiras companhias a garantirem a certificação foi o Banco do Brasil. A instituição recebeu o selo em outubro de 2009 após um trabalho de dez meses iniciado em outubro de 2008. De acordo com Victor Hugo Bernstorff, assessor máster da diretoria de TI da instituição e que esteve à frente do projeto, o investimento total não chegou a R$ 80 mil. E você entenderá o porquê do baixo custo a seguir. O banco vinha se preparando para este momento desde 2005, quando iniciou a aplicação de processos em Itil. Como explica Bernstorff, houve mudanças até na estrutura organizacional para que tudo estivesse em conformidade. “Depois começamos a estudar ISO, que é mais que Itil por envolver conceitos de qualidade, e falar sobre ciclo de PDCA [sigla do inglês para planejar, executar, verificar e agir], processo com fornecedor. Itil não tinha esse nível de detalhes.” O projeto rolava com a premissa de execução ao menor custo possível. Com isto, Bernstorff decidiu com a equipe que a primeira auditoria para verificar gaps seria feita por pessoas internas, descartando uma consultoria externa. Após a decisão, os designados para o diagnóstico verificaram os cerca de 240 itens da norma e concluíram que 80 não estavam dentro

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do padrão esperado. Como havia dúvida se o trabalho tinha sido feito com nível de crítica elevado ou mesmo com alguma falta de atenção, eles chamaram a empresa espanhola Aenor para uma pré-audição em dezembro de 2008. Em cinco dias, a auditoria soltou o resultado, mostrando algo muito próximo ao apontado pelos funcionários do banco. Um dos pontos de melhoria era a necessidade de criar auditores internos. “Assim, formamos InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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mil

“A indústria tem uma cultura forte de ISO, mesmo TI não sendo o core da empresa, pode-se aproveitar. Mas insisto que o maior diferencial é para o provedor, pois quem não tiver, perde em competitividade”, Milena Andrade, da Exin ENTENDA A CERTIFICAÇÃO O QUE É?

A ISO 20 mil nada mais é que um framework e especificações reconhecidas em todo o mundo para avaliar de forma padronizada os serviços de TI, ou seja, o selo serve para gerir a qualidade do que é entregue em tecnologia. Assim como em outros selos, a proposta é de melhoria contínua. Para isso, existe um conjunto mínimo de requisitos que os prestadores devem alcançar. Estabelecido pela International Organization for Standardization (ISO), substituiu o BS 15000. Além de estar baseado no próprio BS 15000, o padrão segue diretrizes Itil e ISO/ IEC 20000-2.

ATRASO NO BRASIL

uma equipe de avaliadores. Foi o segundo estágio do projeto, quando contratamos treinamento para 22 pessoas com a Global Stend. Eu só poderia contratar a auditoria final se os 240 itens estivessem 100%”, relembra Bernstorff. Este time de melhoria contínua trabalhou fortemente entre março e junho de 2009, sendo responsável pelo mapeamento e adequação dos processos dentro das melhores práticas. Se fizesse uso de uma consultoria para todo o trabalho, o profissional lembra que investiria algo próximo a R$ 1 milhão. Com a Aenor e o treinamento ele gastou em torno de R$ 30 mil e contou com um coaching

A certificação ISO 20 mil é relativamente recente. No mundo, com esta nomenclatura, existe desde 2005, mas a tradução para o português e lançamento no mercado brasileiro ocorreu três anos mais tarde. Desde então, as companhias tentam tirar esse atraso. “O País está um pouco atrasado. Existe um movimento de adoção de melhores práticas baseado em frameworks conhecidos, como Itil e Cobit, mas muitas companhias perdem todo o esforço destinado à implementação. A ISO é um mecanismo que a empresa precisa manter o mínimo, cria-se uma espécie de lacre que não pode ser rompido senão perde o selo”, avalia Bauer, da Kalendae. “O Brasil demorou a aderir às melhores práticas, a Europa tem há 20 anos.”

da própria Global Stend para responder às dúvidas no momento da auditoria para certificação, que foi feita pela BSI Brasil, em agosto de 2009, e consumiu R$ 45 mil na ocasião. No total, 200 pessoas foram auditadas para garantia do selo. A instituição foi a quinta empresa certificada no Brasil. No Banco do Brasil, eles optaram por certificar o serviço de compensação de cheques que é prestado ao Banco Central e aos demais bancos. “Sou um bureau de serviços e optamos por algo que estava maduro, que é crítico e onde a certificação seria importante. É uma solução de TI que tenho muitas tipologias, transmissão, armazenamento, mainframe, ponto final, é muito abrangente. Além disso, muito do [processo] que ajustei para compensação, usei em outros serviços, é uma escala.”

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Indústria

4 LIÇÕES

PARA GARANTIR A ISO 20 MIL • Primeiro tenha claro aquilo que busca: melhoria, consolidação de melhores práticas, ter selo, conhecimento; • Com a visão clara, delimite o escopo. Você pode querer certificar toda a TI, embora não seja recomendado, ou apenas um serviço ou área do departamento; • O próximo passo, depois de definir o que irá certificar, é avaliar as falhas. Com técnica e metodologia é possível montar um mapa e saber quais pontos precisam de mais esforço; • Depois de tudo, é hora de partir para a implantação em si. O custo e tempo do projeto dependem muito da maturidade do departamento, tamanho da companhia e área a ser certificada. *Fonte: Kalendae

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ACULTURAÇÃO Na Companhia Energética do Maranhão (Cemar) a certificação ainda não veio. José Lobo, gerente de tecnologia e telecomunicações da companhia, trabalha pesado para ver o selo garantido ao service desk. E existe explicação para isso. “O help desk é um serviço comum para toda a empresa, é a porta de entrada para pedir algo para a TI e, por isso, tem muita oportunidade de melhoria. A busca pela certificação foi uma decisão minha para atuar dentro de um padrão de mercado.” Na empresa desde 2008, Lobo decidiu que trabalharia com processos padronizados desde o começo. Inicialmente ele aderiu ao Itil e, depois, passou a se focar para atender aos requisitos da ISO 20 mil, sempre pensando no bom atendimento aos clientes internos. A equipe já conta com alguns membros certificados em Itil, o que foi buscado por iniciativa própria. O executivo comenta que a ideia era tentar a ISO em 2008 e obter o selo em 2009, mas percebeu que seria complicado garantir a certificação naquela ocasião. “Precisávamos de um framework como o Itil para aculturar a TI e a empresa como um todo. Então, neste momento, continuo focando a aculturação em Itil para, em 2011, ter a certificação do service desk.” Apenas em treinamentos ele estimar investir em torno de R$ 200 mil. O executivo não consegue calcular qual será o custo total para garantir a ISO, uma vez que precisará implantar uma ferramenta já adquirida da Automatos, que demandará algum redesenho. E, como de costume em projetos de TI, a maior barreira enfrentada é cultural. “Temos que convencer de que será melhor. Muda a tecnologia e os clientes também precisam aceitar o processo e entender que não é burocracia.” Ele avisa que hoje o trabalho está concentrado na TI e que a comunicação com toda a empresa será a feita partir de fevereiro. Assim como a Cemar, outras companhias brasileiras têm buscado este tipo de certificação. Além do Banco do Brasil, o escritório de advocacia Machado Meyer Sendacz e Opice é um exemplo. Em São Paulo, a Polícia Militar também está em processo para garantir, sem contar outras corporações que ainda não divulgaram InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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FOCO NOS CLIENTES Na Siemens, além de um alinhamento global, a busca pela certificação tinha o objetivo de atender bem os clientes internos em três verticais de atuação: energia, saúde e indústria. Como explica Luiz Fernando Guglielmi, hoje program director para Business Continuity na sede da empresa, na Alemanha, a ISO 20 mil foi destinada ao serviço de gerenciamento de aplicação para plataforma SAP, que envolve suporte de segundo nível e novos desenvolvimentos, do Global Shared Services Application Management Center América Latina, departamento que ele dirigia na época do projeto. Embora a atuação do centro seja AL, o selo é destinado para a operação brasileira. “Fazia parte da estratégia para melhorar o atendimento. Somos orientados aos clientes internos e buscamos alinhamento com novos processos”, comenta. Sem precisar cifras, Guglielmi lembra que houve um esforço muito grande e, além da consultoria, foram gastas 2,5 mil horas no aprimoramento dos processos para garantir a certificação, recomendada em junho de 2010. Todo o projeto se arrastou por dez meses. “Trabalhamos fortemente, a ISO está em cima de Itil, então, fizemos um trabalho prévio e certificamos 80 consultores em Itil V3.” Guglielmi lembra que o alinhamento de processo envolve muito o cliente, que precisa estar orientado a trabalhar em linha com os novos padrões.

suas informações. Mas a maior onda de adoção no Brasil ainda é entre fornecedores, que veem nesse tipo de selo a chance de melhorar a imagem perante os clientes ou, como lembra Sérgio Bauer, vice-presidente de consultoria da Kalendae, se antecipam às demandas futuras que virão dos compradores que poderão colocar como exigência em concorrências a certificação ISO 20 mil.

mil

MAIS EXIGÊNCIAS Milena Andrade, country manager da Exin, entidade certificadora, lembra que na primeira fila de adoção estão organizações internacionais e com base no Brasil. “A indústria tem uma cultura forte de ISO, mesmo TI não sendo o core da empresa, pode-se aproveitar. Mas insisto que o maior diferencial é para o provedor, pois quem não tiver, perde em competitividade.” Na verdade, quando um departamento de TI se certifica em ISO 20 mil, automaticamente, ele pode passar a exigir que seu parceiro também trabalhe dentro dessas práticas e, como lembrou Bauer, pode ser que, de olho nessas possibilidades, os fornecedores brasileiros tenham se antecipado a esta provável exigência. Lobo, da Cemar, comentou que a ideia é realmente agir dessa forma. “Nosso service desk é terceirizado, temos alguns níveis internos e os demais atendidos por fornecedores, quando desenhamos a estratégia, antecipamos que buscávamos um padrão e que eles [os parceiros] precisariam falar a mesma linguagem, tanto é que alguns já buscaram certificação. Quando tivermos o selo, a obrigatoriedade estará no contrato. A ideia é uniformizar o atendimento.” Além de barganhar com o fornecedor, Lobo espera mudar a imagem da TI na empresa. Se hoje o departamento é visto como uma área que não consegue acompanhar a velocidade com que as coisas acontecem na corporação, no futuro, ele quer melhorar a percepção e isso passa por um atendimento correto já no primeiro chamado. Ainda é cedo para dizer se realmente o líder de TI se converterá em um especialista na refinação de processos ou mesmo se assistiremos a um boom de certificação de organizações de tecnologia da informação na ISO 20 mil, até mesmo pela falta de estatísticas sobre postulantes ao selo. Mas é certo que as mudanças às quais os departamentos de tecnologia estão expostos, trará uma pressão que exigirá, cada vez mais, um atendimento melhor e mais completo, equipes mais enxutas e IWB com profissionais seniores e, claro, trabalhando dentro de padrões reconhecidos globalmente.

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Gestão

SharePoint 2010: uma boa opção para PME? Pequenas e médias empresas (PME) experimentam a tecnologia SharePoint, cujas partes centrais estão incluídas no Windows Small Business Server. Mas a ferramenta foi desenvolvida para esse segmento? Um representante da companhia admite que a adoção da plataforma ocorre com mais frequência entre grandes empresas, mas existe um movimento de firmas de menor porte aderindo à solução. Nos Estados Unidos, por exemplo, o grupo de escoteiros Boy Scouts of America, que conta com 56 mil jovens, 15 mil líderes voluntários e uma equipe assalariada de 80 pessoas, adotou a plataforma. O site da organização, que permite aos líderes de 15 regiões coordenarem atividades e atualizarem seus blogs, roda em servidor SharePoint 2010. O grupo avaliou diversas soluções, incluindo ferramentas em código aberto e aplicativos personalizados, desenvolvidos especialmente para organizações sem fins lucrativos. “Percebemos que em um piscar de olhos poderíamos configurar 15 blogs WordPress para nossos distritos”, disse Joe Mueller, diretor de relações públicas da entidade. “Mas quando olhamos pelo ponto de vista do gerenciamento das informações, o SharePoint faria mais sentido.” O novo site permitiu mudanças culturais com o desenvolvimento do conteúdo colaborativo. “Em breve, daremos permissão para os voluntários escreverem posts nos blogs”, conta. “Será uma enorme mudança em nossa cultura. Sempre fomos uma organização hierárquica, no ponto de vista da comunicação, e agora estamos abrindo novos canais.” LEIA MAIS: www.itweb.com.br/iwb/sharepointpme

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NA NUVEM Fundada em 1864, nos Estados Unidos, a RR Donnelley posiciona-se como um dos principais players da indústria gráfica do mundo, com vendas da ordem de US$ 9,8 bilhões (em 2009) e somando 55 mil funcionários no mundo. Agora, esse gigante se move em direção à nuvem. Um memorando encaminhado pelo CIO da companhia, Ken O’Brien, aponta que a empresa parte para um projeto de adoção do Google Apps for Business. “Um novo olhar, novas capacidades e um notável conjunto de ferramentas de colaboração estão chegando ao seu computador e telas de celulares em abril próximo”, diz o documento, apontando a adoção da ferramenta fornecida pela gigante de buscas como plataforma para suas comunicações eletrônicas. No comunicado, o executivo lista entre os benefícios da solução ganhos de flexibilidade e colaboração que ajudarão a empresa na redução de custos e melhoria dos serviços. A expectativa é que o sistema do Google ajude a resolver desafios de negócio, amplie disponibilidade de ferramentas de mensagem instantânea com acesso em qualquer local ou dispositivo e reduza custos de TI.

OPERACIONALIZE FERRAMENTAS ANALÍTICAS A IBM realizou uma pesquisa com mais de três mil executivos e analistas de negócios, de 108 países e 30 segmentos para avaliar como as organizações enxergam as possibilidades proporcionadas pelo uso de sistemas analíticos. Das melhores práticas encontradas, a companhia elaborou cinco recomendações: 1. Mire nos objetivos de negócio; 2. Comece com questionamentos, não dados; 3. Embarque "insights" para direcionar ações e entregar resultados; 4. Aprenda com a evolução do processo; 5. Utilize uma agenda da informação para planejar o futuro. InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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Foto: Madalena Gutierrez

Segurança Edgar D’Andrea

Edgar D’Andrea é sócio da área de segurança e tecnologia da PwC.

Você está fazendo a diferença?

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m novo ano. Um momento de muita energia positiva em que dedicamos parte do nosso tempo para avaliar, confirmar e renovar votos, desejos, objetivos, metas e projetos nos planos familiar, pessoal e profissional. “Será que estou realmente fazendo a diferença?”. Esta é a pergunta que vai e volta e provoca reflexões mais profundas por ocasião do Natal e do Réveillon. A cada ano, o desafio está em estabelecer objetivos realísticos, ter disciplina na execução e fazer cumprir os planos de metas. O problema é que, cada vez mais, o tempo parece voar e, num instante o ano se vai, e com ele os nossos objetivos não cumpridos. Uma forma prática de tratar este desafio é definir, nesse período de reflexão, uma relação com dez pequenas coisas que essencialmente nos ajudariam a fazer a diferença. No plano familiar, um esteio para todos nós, só a disciplina nos fará cumprir aquela promessa renovada a cada ano novo de dedicarmos mais tempo aos familiares, equilibrando a relação trabalho e família. Também, fazer a diferença é dar atenção aos pequenos gestos e promover o bem estar. Pelo lado pessoal, muitas vezes relegado, é preciso ter foco e dedicação para alcançar os objetivos pessoais estabelecidos para o novo ano e com isso fazer a diferença. Ao elaborar a lista com as dez pequenas coisas considere como objetivos, por exemplo, ter uma base de relacionamento de coachs, ampliar conhe-

cimentos técnicos e não-técnicos, exercitar as práticas de autoconhecimento, desenvolver a inteligência emocional, cultivar o espírito comunitário, cuidar da saúde e do espírito, exercer um papel participativo na sustentabilidade e ser uma pessoa melhor a cada dia. No plano profissional, obter o orçamento e os recursos necessários é importante para se fazer a diferença? Ter segurança e tecnologia da informação alinhada aos objetivos de negócio também é importante? A resposta a essas duas perguntas é “sim, sem dúvida”. Entretanto, tê-las não basta. Então, o que mais é preciso? Planejar e executar bem. Da mesma forma, saber ouvir, dar e valorizar o feedback, ser empático, se comunicar de maneira eficaz, escutar e considerar outras opiniões, refletir antes de se expressar, compreender as expectativas, os benefícios, os desafios e as limitações de cada situação, criar redes de relacionamento profissional, manter-se atualizado, se tornar um coach confiável, elogiar e agradecer, somar esforços, comemorar e compartilhar conquistas e vitórias, cumprir os prazos, agendas e horários, ser um exemplo de “bem estar” também ajuda a fazer a diferença no plano profissional. Já estamos no início de um novo ano. Já renovamos os votos e as metas para os próximos 12 meses. Recarregamos as energias com as férias. E quanto às dez pequenas coisas, que acreditamos nos ajudarão a fazer a diferença este ano nos planos familiar, pessoal e profissional, já estão definidas?

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AG O RA TAM BÉM N O

t wi t t er . com/i t _web


www.informationweek.com.br

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CIO INSIGHT TER UMA VISÃO AMPLA, SABER RELACIONAR-SE, RECONHECER VALORES, IMPULSIONAR NEGÓCIOS. A LISTA DE ATRIBUTOS EXIGIDOS DO LÍDER É LONGA E TRANSITA POR DIVERSAS ÁREAS DE CONHECIMENTO. OS ARTIGOS IMPRESSOS NAS PRÓXIMAS TRÊS PÁGINAS DÃO A DIMENSÃO DE QUÃO COMPLEXA TORNOU-SE A TAREFA DOS PROFISSIONAIS QUE COMANDAM DEPARTAMENTOS DE TECNOLOGIA.

OBRIGAÇÃO ESTRATÉGICA

3 ARTIGOS ESPECIAIS lay_cioinsight.indd 29

Michel Seller, da Diebold, analisa como a forças competitivas atuam sobre a empresa e de que forma elas podem ser afetadas pela TI. Página 32

Foto: divulgação

Mauricio Vianna, do CPqD, transporta lições da microeletrônica para o processo de gestão de pessoas no ambiente de TI. Página 31

Foto: divulgação

Foto: divulgação

Ser estratégico sem deixar de fazer o dever de casa. Eduardo Fontanella, da Eliane, destaca a importância da entrega de recursos requeridos pelo negócio. Página 30

Eduardo Fontanella | Mauricio Vianna | Michel Seller

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F CIO Insight Leia todos os artigos em: www.itweb.com.br/iwb/cioinsight

Dever de casa Concordo plenamente com tal visão, mas, na prática, vejo que muitos CIOs deixam de fazer suas atividades operacionais básicas como, por exemplo, manter os sistemas sob sua gestão disponíveis o maior tempo possível. Claro que isso está relacionado aos níveis de investimentos, mas também é inegável que diversas companhias dedicam muito dinheiro sem obter o retorno esperado. Vou citar o caso de um de nossos clientes que tem suas ferramentas de e-mails hospedadas em um grande fornecedor brasileiro. Não estávamos conseguindo entregar mensagens para esta empresa e após análise do nosso técnico foi detectado um problema de rejeição indevida no sistema do provedor. Ao tentarmos falar com a área de TI do cliente, fomos informados que deveríamos ligar diretamente para seu provedor para discutir tecnicamente o assunto. Seguimos a orientação e, em contato com esse fornecedor, o atendente fez as perguntas básicas e concluiu erroneamente que o problema não era dele, negando-se a repassar o chamado para o suporte de segundo nível. Tivemos que conviver alguns dias com a falha até que, após muita discussão, conseguimos transpor o atendimento de primeiro nível. Um técnico mais capacitado conseguiu resolver o transtorno. Neste caso, provavelmente os SLAs acordados entre as partes (nosso cliente e seu fornecedor de e-mail) não foram descumpridos, visto que o atendimento ocorreu imediatamente, porém sem resolver a questão. Também é provável que este problema não tenha chegado ao conhecimento dos gestores de TI do cliente. Analisando o caso pela ótica da área de negócio, podemos imaginar o transtorno que isso causou, pois as mensagens referiam-se a confirmações de pedidos, propostas comerciais, etc. A indisponibilidade, com certeza, trouxe algum prejuízo financeiro e de produtividade. Com base no exemplo, proponho a reflexão: de que adianta participarmos de todas as decisões da empresa e estarmos

Cabe a nós, gestores de TI, entregarmos atributos requeridos pelo negócio, objetivando a maximização dos investimentos feitos frente às necessidades da companhia

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Foto: Ijalma

Tenho lido muitos artigos que citam TI como estratégica dentro das organizações e que seus gestores devem estar muito próximos da direção, participando efetivamente das decisões que norteiam o futuro dos negócios.

Eduardo Fontanella é coordenador de Infraestrutura/Telecom da Eliane

envolvidos diretamente nas questões estratégicas, se não conseguirmos entregar o básico que se espera de uma área de TI? Já é realidade que as empresas, para poderem operar, dependem profundamente de seus sistemas de informação. Cabe a nós, gestores de TI, entregarmos atributos requeridos pelo negócio, objetivando a maximização dos investimentos feitos frente às

necessidades da companhia. Não quero, com isso, dizer que a área de TI deva ficar restrita ao suporte, mas, com certeza, antes de ser estratégica, é nosso dever manter os sistemas disponíveis o maior tempo possível. Assim, estaremos dando uma grande contribuição ao negócio. Após feito o dever de casa, teremos carimbado nosso passaporte na busca por novos desafios dentro das organizações.

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ia

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Lições da microeletrônica

Foi nesse ambiente que entendi a importância de projetos, requisitos, simulações, testes, desempenho. Sempre achei que a engenharia (em especial a de semicondutores) seria uma referência para desenvolvimento de software. O tempo passou, mas muitos dos problemas dos projetos de sistemas persistem – os números falam por si. Quando assumi a gestão de infraestrutura de TI, uma das primeiras coisas que fiz foi tentar levar para esse ambiente a experiência que carregava da microeletrônica. A coisa não deu muito certo, pelo menos na medida das minhas expectativas na época. Vários foram os motivos, mas o principal talvez tenha sido não ter preparado a equipe para atuar dessa nova maneira. Claro que a maturidade de processos e ferramentas, no caso da microeletrônica, também era primordial e muito mais bem resolvida. Contudo, com o tempo, fomos estabelecendo papéis e envolvendo as

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pessoas nas devidas fases dos projetos. Mesmo assim, o controle nem sempre se mostrava eficiente. O coordenador de projeto também atuava em outras frentes. O que sentimos na prática é que isso não estava sendo produtivo delegar muitos papéis para as pessoas, embora parecesse atraente. Na posição de gestor de tecnologia, percebi que a área de sistemas também passava por problemas semelhantes. Estabelecer um escritório de projetos de TI parecia resolver a questão, mas como implementá-lo? Fizemos treinamentos e conscientização da equipe e, aos poucos, elegemos os que mais se identificavam com o papel de coordenador. A vantagem desse processo, embora demorado, foi que o time se envolveu com a disciplina de gestão, validando e valorizando essa atividade. Hoje temos menos de um quarto do número de coordenadores de projetos, se comparado ao que tínhamos há dois

Foto: Ijalma

O início da minha carreira foi em microeletrônica, uma área fascinante, em que a engenharia e a computação complementam-se de maneira intensa. Um circuito integrado necessita séries de simulações lógicas e elétricas para garantir o funcionamento, num processo posterior, do que será depositado em camadas numa lâmina de silício. Trabalhando em escalas tão pequenas (milionésimos de milímetros), não há espaço para erros e as correções dos componentes são inviáveis. Errou? Nova versão, nova “fornada” de silício, sendo que cada uma delas consumia dezenas de milhares de dólares.

Mauricio Vianna é gerente de TI do CPqD

Trabalhando em escalas tão pequenas (milionésimos de milímetros), não há espaço para erros e as correções dos componentes são inviáveis anos. Isso não significa que tenhamos menos trabalho ou que ele tenha ficado menos complexo. Pelo contrário, agora os coordenadores têm dedicação exclusiva a essa atividade, o que permite foco, concentração e maior troca de experiências. Para o restante da equipe também foi bom, pois as tarefas de coordenação, que acabavam por ser “mais um trabalho” a demandar um tempo razoável nas rotinas profissionais, hoje são concentradas em atividades fim.

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F CIO Insight Foto: Ijalma

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Michel Seller é CIO da Diebold

Como as cinco forças competitivas definidas por Michael Porter atuam sobre a empresa e de que forma elas podem ser afetadas pela tecnologia da informação

O papel estratégico da TI Já parece ser um consenso a importância estratégica da tecnologia da informação. A sua influência se verifica tanto na forma de a companhia operar internamente quanto em suas relações externas com fornecedores, clientes e competidores. Dessa forma, a TI pode afetar a competição em um determinado setor de três formas: criando novas vantagens competitivas ao reduzir custos, aumentar a diferenciação ou alterar o escopo competitivo; transformando a estrutura competitiva do setor; ou, finalmente, criando negócios totalmente novos, geralmente a partir da operação existente. Estas considerações básicas, que tratam de aplicar os conceitos de estratégia de Porter à tecnologia, representam uma boa plataforma para que os CIOs dialoguem com os líderes das áreas de negócios em busca de vantagem competitiva através de TI. Um bom ponto de partida para esta discussão é a análise das cinco forças competitivas que atuam sobre a empresa (poder dos clientes, poder dos fornecedores, ameaça de entrantes no mercado, ameaça de produtos substitutos e rivalidade entre os competidores existentes), e como estas forças podem ser afetadas pela tecnologia da informação. Algumas questões que precisam ser respondidas nesta análise são: a TI pode estabelecer barreiras à entrada de novos competidores? Ou ela pode afetar o relacionamento com fornecedores ou clientes,

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alterando seu poder de barganha ou levando ao estabelecimento de novos modelos de relacionamento? Ou ainda pode permitir que a companhia diversifique seus produtos ou serviços? Outro ponto importante na discussão diz respeito ao posicionamento da área dentro da estrutura da empresa e qual a melhor forma de gerenciá-la. Partindo da análise do impacto da TI nos negócios no presente e no futuro, pode-se concluir que a melhor decisão estratégica é a terceirização, para os casos em que, devido às características do negócio e da empresa, tais impactos são baixos. Ou a conclusão pode ser que a TI possui alto impacto no presente, mas não se prevê iniciativas futuras que tenham relevância estratégica; nestes casos, o foco deve residir em

se obter ganhos de eficiência, já que a eficácia foi obtida. Finalmente, a conclusão pode ser que, tanto no presente como no futuro, o impacto da TI seja alto, com grande poder transformador de negócios, o que caracteriza um forte apelo estratégico da área, que deve estar posicionada no nível hierárquico mais alto da empresa e cujo foco deve ser a busca da eficácia. Estes elementos servem para que os executivos priorizem ações e investimentos, visando o uso estratégico da TI. Obviamente, o tema não se esgota aqui. Outro foco de análise é “para dentro”, ou seja, quais são as habilidades que a área deve possuir para que seja considerada uma competência importante da empresa. Fica para um próximo artigo.

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Ilustração: Rodrigo Martins

Toda atividade econômica passa por ciclos de investimento. A indústria de data center (DC) vive um momento intenso. O fato pode ser explicado por diversos fatores que vão de aspectos econômicos e comportamentais a rupturas tecnológicas, surgimento de modelos de negócio e automatização de processos. A conjunção destes pontos faz pipocar projetos de ampliação de capacidade, atualização e construção de novos centros computacionais Brasil afora. No entanto, para se explicar o que ocorre hoje, é preciso regressar a história para um pouco antes. Vamos ao ano 2000. As perspectivas naquela época apontavam para um mundo suportado pelos alicerces da rede mundial de computadores. O dinheiro corria solto e centros de dados precisaram ser construídos para suportar o universo virtual projetado. Contudo, as paredes da bolha eram frágeis. Veio o estouro e aquelas estruturas transformaram-se em grandes “elefantes brancos”. “Os DCs, em muitos casos, viraram micos porque as empresas não conseguiam transformar aquilo em lucro”, pontua Hugo Zanon Jr., diretor-geral da Terremark no Brasil. Os anos que se seguiram foram sombrios e os grandes prédios iam sendo ocupados mais lentamente que o ímpeto dos empresários. Mas os ventos mudaram. Eis que o Brasil ingressa em um ciclo de crescimento acelerado; arquiteturas em lâmina ganham terreno; a virtualização traz uma camada de abstração; começa-se a questionar recursos desperdiçados na computação distribuída; o modelo de outsourcing ganha maturidade; a nuvem abre novos modelos de negócio. Passaram-

-se, neste ínterim, cerca de sete anos. Grande parte dos DCs que atendiam ao mercado nacional foi criada no período pré-estouro da bolha. Mas apesar de estes complexos terem sido construídos com recursos sofisticados da década de 90, em tecnologia, tal intervalo de tempo é longo demais. As robustas infraestruturas do passado não suportam os requisitos atuais. “Isso acarretou situações onde os provedores tinham de preparar novas áreas para abrigar clientes ou informar que não tinha condição de atendê-los”, avalia Zanon. Chegara a hora de se modernizar. E os fornecedores se prepararam para captar a demanda do acelerado ritmo de crescimento projetado para o País. Abstraindo a evolução econômica nacional, a necessidade de poder computacional pelas empresas e a tendência de terceirização, pode-se analisar a evolução do mundo dos DCs em três frentes: a de facilities (geradores e ar-condicionado mais robustos); a de equipamentos computacionais (maior desempenho

em menos espaço, o que impacta no custo de energia); e a de processos. Cada estágio destes obedece a diferentes ciclos de vida. Afinal, se a depreciação de um gerador se dá em duas décadas, a de um servidor não leva muito mais do que três anos. “Nosso sentimento é que as empresas levaram muito tempo para fazer uma atualização da estrutura de seu data center e virou uma questão de negócio. Elas precisam disto para crescer”, avalia Norma Garcia, responsável pela divisão de consultoria da HP Technology Services, percebendo uma demanda reprimida. “Estivemos em contato com várias empresas de colocation (compartilhamento de localização) que começaram a enfrentar grandes dilemas, fizeram investimentos e não conseguiram crescer na proporção da demanda. Com o aquecimento da economia nacional, o que estava ocioso desapareceu, acarretando mudanças na quantidade e qualidade de equipamentos e tipos de serviço ofertados.”

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Alog vai construir mais um data center, seu terceiro e maior. Os investimentos serão de R$ 60 milhões, sendo R$ 30 milhões nos primeiros 18 meses

Phelipe, da Ativas: “Preparamo-nos para sermos virtual de fim a fim”

JANELAS ABERTAS Números globais coletados pela consultoria IDC apontam que o mercado de infraestrutura de data center expandiu receitas em 6,9% no segundo trimestre de 2010 em comparação com o mesmo período do ano anterior. De fato, há um aquecimento perceptível no segmento. Prova disto vem do volume de investimento realizado pelos provedores ao longo dos últimos meses. Pipocaram notícias de grandes players do mercado nacional informando alocação de recursos pesados, de milhões de reais, para construção ou reformulação de suas estruturas. Quer um exemplo? A tinta ainda deve estar fresca nas paredes do data center de US$ 50 milhões inaugurado em setembro, em Belo Horizonte, e a Ativas já pensa no próximo passo. “O mercado está muito aquecido”, enfatiza Antônio Phelipe, CTO da companhia pertencente ao grupo Asamar e Cemig. Enquanto prevê uma ocupação gradual da infraestrutura de 6 mil metros quadrados até 2014, o executivo revela que há um segundo complexo que deve começar a ser erguido em 2011, com previsão de conclusão no ano seguinte. O trabalho nesta frente consiste na definição de local (provavelmente fora de MG), na concepção do modelo e na elaboração do orçamento para viabilizar o projeto. A Ativas monta sua estrutura já dentro dos pre-

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ceitos modernos que regem o universo dos data centers. Ou seja, significa trabalhar com alta densidade, o que implica colocar muito mais processamento em metro quadrado e, por sua vez, pede infraestrutura de energia e refrigeração robustas. De fato, a empresa nasce sem legados e foi concebida em um momento de ruptura tecnológica, preparando-se para ser virtual de fim a fim. “As pessoas se esquecem de ver que os DCs do passado ficaram obsoletos. A tecnologia evoluiu muito. As densidades de energia e refrigeração subiram, assim como a velocidade dos cabeamentos, isto sem falar de servidores. A estrutura por trás disso precisa acompanhar a evolução”, avalia André Almeida, diretor de operações da T-Systems. Com a verticalização do segmento, houve uma concentração de energia e calor, o que obrigou muitos provedores a refazerem planos de investimento para equalizar a infraestrutura de maneira organizada. Até 2006, a Locaweb sublocava o data center da Embratel. “Crescemos mais do que eles podiam proporcionar de espaço”, cita Gilberto Mautner, CEO da companhia que se posiciona como provedora de computação em nuvem. Foi a deixa para lançar um site próprio. A companhia adquiriu um prédio construído para ser um centro de processamento de dados (CPD) e inaugurou sua segunda unidade em 2009, ano em que investiu R$ 49 milhões. O local tem capacidade de acomodar mais de 25 mil servidores, multiplicando por oito a capacidade de 2006. Atualmente, são mais de 2 mil servidores em funcionamento. “A ocupação está sendo bem rápida”, diz o executivo, projetando alocação de mais R$ 111 milhões em recursos em infraestrutura até 2017. Para captar o momento, a T-Systems também resolveu apostar R$ 50 milhões em um data center em Tamboré. “É estratégico pra gente”, sintetiza Almeida. O executivo observa a procura por InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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rapidamente você cubra gaps. Os clientes, mesmo os nacionais, estão ficando globais. O Brasil, diferentemente dos anos passados, vem registrando crescimento exponencial. Daqui a dez anos não enxergo um ambiente que não seja flexível”, diz Norma, da HP, citando que muitos empreendedores criam negócios rapidamente através da nuvem. A agilidade dos provedores vai definir quem vai ou não competir no futuro. Marco Américo, gerente-geral de data center da Diveo — adquirida pelo UOL em dezembro —, enxerga um mercado preocupado em comprar soluções integradas e sob demanda, transcendendo a questão do hosting e colocation. “Cada dia que passa, tenta-se agregar novos Legos para que o cliente decida o que ele vai comprar dentro de um menu de serviços”, ilustra. Com isso, surge uma maior necessidade de automação e provisionamento. A própria Terremark, uma empresa que tem entre seus sócios a VMware, mudou seu modelo de atuação no Brasil migrando para oferta de computação em nuvem. “Trouxemos uma plataforma para oferecer de infraestrutura de TI como serviço e ampliamos os serviços gerenciados”, diz Zanon Jr., diretor-geral da provedora no Brasil. Em janeiro de 2010, a companhia concluiu uma expansão de sua infraestrutura no País em um movimento que consumiu investimentos da ordem de US$ 5 milhões. Segundo o executivo, a nova área já está 80% tomada. O mercado quente já direciona a empresa a planejar uma ampliação de mais mil metros quadrados, previsto para o segundo semestre de 2011, e que deve consumir recursos superiores aos alocados na empreitada recente. Afora isto, prevê a construção de um novo edifício no País. A corporação cresce localmente a taxas superiores a 50% ao ano e esperava faturar algo entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões em 2010. A ampliação que será tocada nos próximos 12 meses deve suportar até o novo site ficar pronto.

este tipo de infraestrutura crescer ano a ano. “Há mais demanda do que espaço”, define. No início de dezembro, a companhia inaugurou os primeiros 600 metros quadrados de piso elevado. O data center tem capacidade de ampliação em até 1,8 mil metros quadrados, movimento previsto para ser feito em mais duas etapas que consumirão, respectivamente, R$ 25 milhões e R$ 20 milhões e devem começar a ser feitas já a partir de 2011. O diretor enfatiza que o apelo do empreendimento vincula-se à plataforma de computação em nuvem. “Colocation não é foco. Não se sustenta no longo prazo. Queremos oferecer valor agregado”, reforça. O executivo cita uma inclinação que aparece no discurso de praticamente todos provedores de serviços de data center. Em sua visão, se até dois anos a nuvem era apenas uma novidade, já deixou de ser uma promessa e todo mundo prepara-se para explorá-la.

Apesar de ser considerado um mercado commodity, a nuvem criou outros espaços e oportunidade de negócios. Hoje, consumidores buscam serviços que, muitas vezes, não eram terceirizados. “O dinamismo das soluções ofertadas atualmente permite com que

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PÉS NO CHÃO

Mautner, da Locaweb: empresa projeta alocar R$ 111 milhões em infraestrutura até 2017

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Indústria CONFIANÇA “Com o aumento da complexidade das operações, o volume de informações armazenadas e o lançamento de aplicações faz com que os DCs sejam procurados como forma de prover serviços especializados com nível de qualidade mais alto”, comenta Zanon Jr., em mais um indício do que justificaria o avanço dessa indústria. “Mercados que no passado eram resistentes em terceirizar infraestrutura, hoje, estão mais amigáveis, o que revela maturidade do outsourcing”, comenta Gil Toquato, diretor-corporativo do UOL. Peter Catta Preta, diretor de infraestrutura da Alog, mostra-se otimista. “Os clientes passam a ideia de que, quem ainda não terceirizou, irá terceirizar algo em DC. A decisão é quando fará isto”, anima-se. A provedora também vai construir mais um data center, seu terceiro e maior, para suportar a demanda que se desenha. Localizado em Barueri (SP), receberá investimento de R$ 60 milhões, sendo R$ 30 milhões nos primeiros 18 meses e outros R$ 30 milhões nos cinco anos seguintes. O amadurecimento do outsourcing também surge no discurso defendido pela Tivit. “Sentimos aumento na demanda e a dinâmica baseia-se em uma questão de confiança por parte dos CIOs”, define Armando Lins Neto, vice-presidente de ITO da provedora, citando que esta relação vem dentro de uma estrutura em espiral. “As empresas começaram a experimentar modelos de terceirização e, com o tempo, a espalhar boas experiências”, acrescenta. Ele revela que os elos dessa relação ficaram cada vez mais sólidos nos últimos três anos e projeta que ainda levará entre cinco e dez anos para que a relação atinja seu ápice. “Isto mostra espaço para os provedores crescerem”, define. Há ainda a aceleração econômica brasileira. Com as tecnologias mais disponíveis, hospedadas em uma infraestrutura terceirizada e adquirida sob demanda, surge um cenário propício para explorar novos mercados. “Hoje, é possível montar uma empresa ou novo negócio sem comprar nenhum hardware

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nem software além do computador para acessar a internet”, comenta Torquato. O mundo ganhou flexibilidade. No início de 2010, o UOL construiu um novo data center em São Paulo (SP) para sustentar o crescimento. A estrutura com mais de seis mil metros quadrados nasce com a capacidade para abrigar cerca de 30 mil servidores físicos. A expectativa é que, até o meio do ano, 50% do espaço esteja ocupado.

ELETRICIDADE E GELO Nada será como antes. “O seu data center será qualquer coisa, menos aquilo que você enxerga nele hoje”, aponta Cassio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisa do Gartner. A consultoria reforça tendências importantes que impactam esse mercado. Uma delas é o extremo da virtualização. “A visão lógica que teremos no futuro não corresponde a visão física dos recursos”, acrescenta, dizendo que ainda há muita coisa para mudar. Além da virtualização extrema, formando essas redes virtuais que amplificam recursos disponíveis, há toda uma nova forma de como se constrói um data center que também trará impacto, contemplando aspectos como sustentabilidade e expansão. “Uma das coisas que falamos é sobre a computação em todo lugar [ubíqua]. As contas estão sendo levadas em consideração. Até no ponto de projeções de carga elétrica e de refrigeração”. O Gartner aponta que algumas tendências nos projetos de DCs ajudam a incrementar a capacidade das infraestruturas em 300% considerando um InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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Rodabé Informatio


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espaço 60% inferior. Construções modernas contemplam eficiências quanto a utilização de energia, de espaço e de capital investido. As organizações começam a encarar mais seriamente tais questões. Isto força a explorar densidade, o que impacta distribuição de calor e recursos energéticos. A tendência de alta ocupação de data centers avançará até 2012. Ao que tudo indica, muita água ainda vai rolar por baixo IWB dessa ponte.

Toquato, do UOL: Mercados, antes resistentes, estão mais amigáveis a terceirização de infraestrutura

TIER 1 - BÁSICO • Não possui requisitos com relação a proteção contra eventos de natureza física, intencionais ou acidentais, naturais ou causados por erro humano, que podem causar parada do data center; • Piso elevado, gerador de energia e UPS opcionais; • Itens básicos de segurança de acesso e fogo; • Via única de distribuição; • Condições controladas de temperatura e umidade, sem redundância. TIER 2 – COMPONENTES REDUNDANTES • Não possui requisitos suficientes para proteção contra eventos de natureza física, intencionais ou acidentais, naturais ou causados por erro humano, que podem causar parada do data center; • São menos susceptíveis a interrupções de atividade planejada e não planejada do que o Tier 1; • Possuem, gerador, UPS redundantes (N+1), piso elevado, porém rota/via única de distribuição; • Equipamentos críticos de comunicação, provedores de acesso, roteadores, chaves, devem ter redundâncias individuais (dupla alimentação e controle). TIER 3 – SUSTENTÁVEL - MANUTENÇÃO CONCOMITANTE • Possui requisitos com relação a proteção contra grande variedade de eventos de natureza física, intencionais ou acidentais, naturais ou causados por erro humano, que podem causar parada do data center; • Construção civil com requisitos de proteção corta fogo para os ambientes

• Proteção contra fogo para informações vitais e equipamentos críticos • Permite atividades de manutenção planejada sem interrupção (preventiva, corretiva, substituição, acréscimo, testes, etc); • Possui redundância para os componentes como geradores, tanques de combustível, sistema de energia ininterrupta UPS, sistema de climatização HVAC, entradas e equipamentos de telecom próprios; • Os sistemas além dos equipamentos redundantes o ambiente deve possuir caminhos de distribuição redundantes para água gelada, tubulações de combustíveis e sistema de distribuição elétrica e lógica; • Via dupla de alimentação de energia da concessionária onde uma estará ativa e outra em stand by; • Requisitos de sistemas para Operado 24h; • Entradas de provedor de acesso redundantes; TIER 4 – RESISTENTE A FALHA • Capacidade de infraestrutura para permitir qualquer atividade planejada sem interromper a carga crítica; • Capacidade da infraestrutura do local de sustentar pelo menos uma falha simultânea à uma manutenção. Suporta alguns tipos de eventos de impacto para manter a continuidade do negócio; • Duas vias de distribuição simultaneamente ativas; • Todo o hardware de TI deve ter dupla entrada de energia;. • Dois provedores de acesso diferentes; • Localização geográfica favorável; • Maior nível de automação e compartimentalização. DISPONIBILIDADE DOS SITES (DOWNTIME HORAS/ANO) Tier I – 99,671% (28,8 horas/ano) Tier II – 99,749% (22,0 horas/ano) Tier III – 99,982% (1,6 horas/ano) Tier IV- 99,995% (0,4 horas/ano)

Fonte: Aceco TI

Ativas. A empresa de tecnologia dos Grupos Asamar e Cemig. Empresa certificada

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Indústriadechippassaafocar mobilidadeecompetiçãotendease acirrarnamedidaemqueplayersdo mundoPCtentamganharrelevância emsmartphones etablets A Intel, líder no mercado de microprocessadores para PCs e que tem investido muito na plataforma Atom para diversos dispositivos com acesso à internet, sabe que precisa correr para aproveitar a rentabilidade deste segmento. Américo Tomé, gerente de produtos e novas tecnologias da fabricante para América Latina, reconhece que um dos principais desafios está em adaptar a arquitetura x86 para as necessidades de consumo energético de aparelhos menores. Ao mesmo tempo, o executivo está otimista e acredita que, em 2011, o mercado terá os primeiros smartphones rodando um chip Intel. “O mercado de celulares inteligentes é o mais avançado e a Intel enxerga grandes oportunidades. Temos que atuar. Esperamos ter, a partir deste ano, produtos com base em nossa tecnologia. [Assim como foi] em outros segmentos, onde [a Intel] não liderou desde o início e fez investimentos, até via aquisição, para atender demandas”, pontua Tomé. No passado, a fabricante chegou a ter um braço que trabalhava com a arquitetura ARM, mas abriu mão para focar na x86, entendendo que há possibilidade de levar novas funcionalidades para aparelhos como tablets e smartphones. “O x86 viabilizará uma experiência de uso diferenciada pela vivência no mundo da informática.” O objetivo da Intel é a ser a principal plataforma para dispositivos com acesso à web, não importa tipo ou tamanho. E é de se entender essa busca da fabricante e de outras empresas por uma solução nesta área. Dados do Gartner mostram que smartphones, PCs móveis e tablets levarão o mercado de processadores a um crescimento forte até 2014. O sucesso do iPad impulsionou novos provedores a lançarem seus dispositivos aquecendo o mercado. E, apenas para

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A popularização dos smartphones e o rápido crescimento da presença dos tablets devem reconfigurar o mercado de computação pessoal. Na área de processadores, segmento que deve atingir receita de US$ 314 bilhões em 2011, de acordo com projeções do Gartner, a movimentação tem sido intensa e fabricantes tradicionais, acostumados à arquitetura x86, aceleram os passos para não perder a vez e construir relevância neste rentável ambiente. O que se vê, por enquanto, é um domínio soberano de chips com arquitetura da britânica ARM. A empresa afirma estar em praticamente 100% dos smartphones comercializados atualmente. E no que depender das previsões de analistas do Goldman Sachs, essa liderança deve continuar. Em recente estudo, os especialistas disseram esperar que a maioria dos novos devices, sejam celulares inteligentes ou tablets, deve rodar arquitetura ARM e plataformas iOS ou Android. Eles lembram que, em três décadas, será a primeira vez que a dupla Windows e Intel não estará à frente de algo que domina a computação pessoal.

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s esses devices, a consultoria acredita que o mercado de chips saltará de um faturamento de US$ 2,4 bilhões, em 2010, para US$ 17,8 bilhões, em 2014. Na AMD, outra fabricante ambientada no mundo PC, já está definido que é preciso entrar no segmento móvel o quanto antes. Roberto Brandão, engenheiro de tecnologia da companhia no Brasil, afirma que a empresa acredita que, no longo prazo, o celular inteligente será a tela número 1, pela possibilidade e facilidade de uso do e-mail e vídeochamada, por exemplo. “Ideia era ter x86 em smartphone, mas consumo é uma barreira. AMD continuará com foco em notebooks e o Fusion (novo produto da companhia) será forte. Um foco derivado seria um tablet, que é um notebook econômico. Migração para smartphone é mais complexa”, avalia. Além disso, Brandão não se mostra mui-

to preocupado com os tablets, dizendo que eles não devem capturar mais de 20% do mercado global de notebooks. A visão, entretanto, não é a mesma dos analistas da Goldman Sachs. No relatório que compila a avaliação, eles dizem que, embora muitos fabricantes não acreditem em canibalização de desktop e netbooks com advento dos tablets, esses devices substituirão um em cada três PCs. Com esse número, eles avaliam que os dispositivos podem prejudicar as vendas de PCs antes do esperado, o que desafiaria players como Microsoft e Intel, se falharem ao responder rapidamente a esse mercado. Para a líder ARM, manter o posicionamento em smartphones e avançar em tablets é questão de honra. Além disso, a companhia pretende expandir seu escopo para aparelhos maiores como notebooks, desktops e servidores. “Temos 15 bilhões de core no mercado global e, até 2014, deveremos chegar a 30 bilhões”, contabiliza José Antônio Scodiero, CEO da FastCompany Brazil, business developer de ARM. Scodiero frisa que seu diferencial está no baixo consumo de energia, essencial para esses dispositivos. “Você muda smartphone para atuar em x86, tem toda mudança de código que acontece e tem que ser trazida para a mesa”, provoca. “Há uma mudança muito grande. O forte da ARM é o baixo consumo, arquitetura única, modelo colaborativo de atuação com vários players sem estar engessado.” Samsung e Texas Instruments são algumas das empresas que usam a arquitetura. A própria Apple, embora a ARM não confirme, mas o mercado sabe, utiliza essa tecnologia em seus processadores móveis. Aos que ainda duvidam da força deste segmento, o Goldman Sachs avisa, por exemplo, que a Microsoft tem demorado para responder às ações de Google e Apple, e chama a atenção para o fato de a maioria dos devices não usarem processadores Intel. Em 2011, os analistas esperam embarques de 54,7 milhões de tablets, um salto de mais de 500% em relação a 2010. Com certeza, ninguém vai querer ficar de fora e com a tendência de adoção do mercado corporativo, os tablets devem seguir o mesmo caminho dos smartphones, ganhando poder de processamento, durabilidade de bateria e funcionalidades extras. A própria ARM já prepara tecnologia para um processador móvel de 2,5 Ghz, elevando a velocidade do dispositivo que recebê-lo. Ainda que os players tradicionais digam que isso é apenas o começo, eles precisam de ações ágeis para afastar o risco de perder a oportunidade de integrar essa onda, deixando com que os concorrentes surfem na liderança e IWB elevem faturamento e valor de mercado.

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Indústria

Com in memory

e mobilidade, SAP prepara virada VITOR CAVALCANTI

À frente da vice-presidência global de soluções para indústria na SAP, a alemã Kirsten Geiger viaja para diversos pontos do mundo, especialmente mercados emergentes, para captar tendências, entender as demandas de clientes, interpretar estas informações e transmiti-las para o time de desenvolvimento que trabalha na criação de novas soluções ou na evolução de produtos existentes. “Mobilidade, por exemplo, é uma grande estratégia da SAP”, comenta. Kirsten diz que, ao trabalhar nas tendências, tenta compreender o quão grande é o mercado, como será possível cobrir, o que a fabricante precisa para atuar e onde e de que forma pode-se faturar. “Nossa estratégia de negócio como um todo é baseada em três pilares: momento, valor e pessoas. A SAP precisa entender as necessidades da TI e também das áreas de negócio.” Diante das mudanças, a companhia que por anos ficou conhecida pelo seu software de gestão empresarial, corre para mostrar aos clientes que possui um plano que permeia venda de licenças, o mundo do software como serviço e, por último, mobilidade. “Em termos de inovação, achamos que aqui [em mobilidade] está a saída. É uma forma de fazer seu negócio voltado para as pessoas.” Mesmo com o otimismo na fala, Kirsten reconhece que há muito a fazer para mudar essa percepção sobre a SAP. Mas, se mobilidade tem mexido com o modelo de negócio da fabricante, algo que está saindo do forno deve produzir um barulho ainda maior. Trata-se da tecnologia in-memory. A promessa é de acelerar o acesso a dados estratégicos em dez mil vezes quando comparado com um banco de dados tradicional. “Talvez seja a maior inovação em que estamos trabalhando neste momento. Isso é realmente tempo real e nossa ideia inicial é rodar aplicações analíticas”, explica Kirsten. De acordo com a executiva, o conceito permitirá, quase que de forma instantânea, fazer análises, gerar relatórios e até deslocar mercadorias de acordo com a previsão do tempo. Alguns clientes da fabricante já rodam a tecnologia em forma de piloto e, recentemente, a companhia anunciou ao mercado o High-Performance Analytic Appliance (Hana), o primeiro passo para entregar a promessa do in-memory.

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APROVADO Depois de as autoridades norte-americanas darem aval positivo, a União Europeia aprovou a aquisição da McAfee pela Intel. Em agosto de 2010, a fabricante de chip comprou a companhia de segurança pelo valor de US$ 7,68 bilhões e preocupou o órgão regulador antitrust da UE. Os reguladores tinham ressalvas sobre a intenção da Intel em incluir funções de segurança em seus processadores. A UE temia que o acordo entre as duas empresas dificultasse os negócios dos concorrentes, já que a McAfee teria acesso privilegiado às funções dos chips da companhia.

RECICLAGEM O setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) nacional deverá aprofundar, a partir deste ano, o projeto Reciclaação, que objetiva difundir o hábito de reciclar eletrônicos. Criado pela RioSoft, agente do programa Softex do governo federal no Rio de Janeiro, o projeto visa a estimular entre as empresas o descarte correto e a reciclagem, reduzindo as agressões ao meio ambiente. “Queremos motivar uma ação que seja não apenas das empresas filiadas”, disse o presidente do Seprorj, Benito Paret. InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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Foto: Magdalena Gutierrez

Mercado Roberto Carlos Mayer

é diretor da MBI, presidente da Assespro São Paulo e membro do conselho da Assespro Nacional.

E-mail: rocmayer@mbi.com.br

Tigreceltaougato

demendigo?

O

O “tigre celta” virou “gato de mendigo”: o ministro irlandês das Empresas, Batt O’Keeffe, afirmou que “a soberania do nosso país foi conquistada a muito custo e o governo não abrirá mão dela em favor de ninguém”. Duas semanas depois dessas declarações, a Irlanda obteve um empréstimo de mais de 80 bilhões de euros junto ao Banco Central Europeu. A Irlanda se tornou um país independente somente em 1919 (até então era parte do Reino Unido). O norte da ilha, conhecida como Irlanda do Norte, continua sob domínio britânico sendo que as guerras religiosas só foram pacificadas nesse território há poucos anos. Desde a sua independência política até os anos 70, era considerada um país periférico da Europa, com uma economia baseada na agricultura. Mas, no começo dos anos 80, foi iniciada uma estratégia de desenvolvimento econômico, baseada em incentivos fiscais para empresas multinacionais se instalarem por lá, com um foco especial na área de TI. Adicionalmente, sua adesão à União Europeia lhe permitiu ter acesso aos fundos de desenvolvimento que também beneficiaram países como Portugal, Espanha e Grécia. Nesse período, a Irlanda se tornou um player importante na produção de software

(por exemplo, com a maior fábrica de CDs e DVDs da Microsoft no mundo), nos serviços de call center e, de forma incipiente, começou a gerar uma indústria local de software. Esse ciclo de prosperidade lhe valeu, em comparação com os “tigres asiáticos”, o apelido de “tigre celta”. Entretanto, a dependência irlandesa da produção britânica de muitos bens continuou, e perdura até hoje. O Reino Unido exporta mais para a Irlanda do que para o Brasil ou a Rússia. Quando a crise global de fins de 2008 chegou, a economia irlandesa entrou num ciclo negativo, que originou a situação atual. A forte dependência das empresas multinacionais para a manutenção do crescimento de seu PIB se tornou um ponto fraco. O tigre virou um gatinho, seu dono teve que pedir “esmola” ao Banco Central Europeu. No Brasil, essa dependência do capital multinacional é muito menor e restrita a alguns setores da economia (como o automobilístico, por exemplo). A experiência irlandesa ensina que não devemos incentivar essa dependência, se não quisermos “miar”. Precisamos decidir logo qual deve ser o animal escolhido como mascote para o Brasil. Devemos fazer isso antes que um mágico de plantão transforme tigre em gato!

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STARTUP

Escola corporativa

dentro do celular FELIPE DREHER

Imagem: thinkstockphotos

Demanda crescente por cursos a distância somada ao avanço da mobilidade abre oportunidades para a Aztec lançar solução de e-learning direcionada a dispositivos móveis

De um lado a mobilidade, de outro o e-learning. A startup Aztec uniu estas duas pontas em uma solução que entrega o modelo de ensino não-presencial suportado por tecnologia em dispositivos móveis como smartphones e tablets. “Propomos que o conteúdo não pode ser simplesmente uma adaptação do que existe no modelo convencional. Ele precisa obedecer às restrições das platafor-

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mas novas”, comenta Eduardo Seiti Teruiya, sócio-diretor da nascente. O executivo acredita na maturidade do conceito de cursos a distância no Brasil. “O treinamento corporativo é uma necessidade para as empresas se comunicarem com colaboradores de força de venda e em campo”, ilustra, citando que a demanda por e-learning cresce exponencial-

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A CADA EDIÇÃO, A SEÇÃO STARTUP conta a história de uma empresa nascente.

Você conhece alguma organização de TI jovem e inovadora? ESCREVA PARA fdreher@itmidia.com.br

Transmitindo conteúdos sem rodeios, de forma didática e lúdica, a empresa aposta que o receptor da informação tem condições de criticar, elencar a relevância do contexto do que recebeu e, se quiser, partir para um aprofundamento do tema em outras plataformas mente no País. “Se não me engano a uma taxa superior a 100%”, arrisca. Ele acredita que tal avanço vincula-se bastante ao fato de que essa modalidade de ensino, aos poucos, passa a ganhar respaldo no mercado nacional. Mas, talvez, a grande sacada da nascente resida em unir esse ponto a outro fenômeno recente: a propagação acelerada dos dispositivos móveis, cada vez mais presentes na hierarquia empresarial para além dos cargos de alto escalão. “Nossa proposta é quebrar o paradigma de achar que a plataforma móvel não serve para soluções de aprendizado”, avalia o diretor. A questão é que dispositivos móveis – de forma geral – são equipados com telas menores e poder computacional mais limitado, o que exige uma abordagem diferenciada na entrega da informação. “Você precisa ir direto ao ponto”, resume. Transmitindo conteúdos sem rodeios, de forma didática e lúdica, a empresa aposta que o receptor desta informação tem condições de criticar, elencar a relevância do contexto do que recebeu e, se quiser, partir para um aprofundamento do tema em outras plataformas. A proposta prevê comunicação ágil (por exemplo, vídeos de, no máximo, três minutos) capaz de causar o impacto necessário para passar a ideia central dos conceitos que a empresa pretende transmitir a seu público-alvo. “Queremos pegar uma informação que é boa na essência e deixá-la disponível de uma forma que as pessoas queiram ter contato com isto”, diz Teruiya, afirmando que, além de vídeo, a startup gera conteúdo em outros formatos e elabora questionários para testar a retenção de conhecimento das pessoas que participam destes cursos a distância. O teor das “aulas” é baseado nas demandas passadas pelas empresas. Mas um celular é uma plataforma viável para tal finalidade, principalmente se pensarmos em todas as dúvidas envolvendo a qualidade dos serviços de banda larga móvel? A Aztec garante que sim. “A rede 3G hoje já permite. Além disso, as [grandes] cidades têm muitos hotspots para acesso Wi-Fi”, avalia. A tecnologia funciona com um software embarcado no smartphone dos funcionários destinados aos treinamentos. Como outras empresas, a nascente baseia seu modelo de negócios na oferta de software como serviço. “Cuidamos de praticamente tudo, da infraestrutura a pro-

dução de conteúdo”, afirma Teruiya, dizendo que o cliente paga pela produção e acesso ao material. “Os valores ainda estão sendo fechados”, comenta o executivo, que acrescenta: “mas irá custar até 30% a mais do que o conteúdo mais sofisticado existente no e-learning tradicional”. O porquê disto? “Perceba o seguinte: o que propomos é algo que tenha atratividade, seja diferenciado e traga retorno grande. Além de olhar o investimento, é importante olhar o retorno”, diz o executivo. O momento ainda é de prospectar mercado. Contudo, a meta está delineada dentro da previsão de fechar 2011 com faturamento acima de R$ 1 milhão e uma base de clientes de 25 empresas de grande e médio portes. “Temos certeza que estes números serão extrapolados”, anima-se o diretor, estipulando que a operação deve atingir o break even no primeiro semestre IWB do próximo ano.

RAIO X O QUE FAZ: e-learning para dispositivos móveis VALOR ESTIMADO DO PRODUTO: a definir META COMERCIAL: R$ 1 milhão, em 2011 PROJEÇÃO DE CLIENTES: 25 empresas em um ano FUNCIONÁRIOS: três sócios mais empresa parceira de produção de vídeo

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PRÊMIO

EXECUTIVO DE TI DO ANO DESTACANDO E CONECTANDO OS MELHORES DA TI E TELECOM

O Prêmio Executivo de TI do Ano, em sua 10ª edição, mais uma vez premia os melhores profissionais da área. Agora a fase de coleta da pesquisa já foi encerrada e os dados estão sendo analisados. A premiação acontecerá em março. Aguarde! Para mais informações sobre o estudo: (11) 3823-6687 www.informationweek.com.br/executivo

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Carreira

Profissão

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QUANTO GANHA?

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Essa é uma questão mais complexa do que definir o cargo. Sabe-se que um evangelista ganha mais do que um profissional em um cargo semelhante, em geral um técnico sênior ou um gerente. Mas o porcentual depende da empresa — pode variar de 20% a 50%. A principal vantagem está na valorização profissional. “É comum termos de repor nossa equipe, porque nossos profissionais com essa função são solicitados para assumir operações em empresas”, diz o diretor de software da Totvs, Gilsinei Hansen, chefe dos 12 evangelistas da empresa. O executivo explica que como todos são seniores e possuem vivência em mercados específicos, a procura é grande.

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Fora do comum, este cargo começa ganhar força e popularidade nas empresas. Mas antes de se animar conheça mais sobre esta difícil função, que requer do candidato visão ampla, conhecimentos que vão do técnico a sociologia, economia e psicologia Gilberto Pavoni Junior, especial para InformationWeek Brasil

Você sabe muito sobre tecnologia, está sintonizado com as tendências, consegue ser crítico quando surge um hype, tem simpatia e atrai a atenção de qualquer tipo de ouvinte? Então, há uma carreira de TI muito valorizada esperando por seu talento. A função de evangelista tem crescido nas principais empresas do setor e com excelentes perspectivas de ganhos e valorização. É difícil achar uma empresa de tecnologia que não tenha um. Microsoft, IBM, Apple, Amazon, Google, assim como praticamente todas as companhias que trabalham com código aberto ou plataformas de desenvolvimento possuem este cargo. O termo foi importado dos Estados Unidos (evangelist) e, aqui no Brasil, por vezes, é chamado de evangelizador. Contudo, não chega a ser um cargo. É mais uma

função ou especialidade. Pode-se até encontrar cartões de visitas com o termo, porém, oficialmente para a burocracia dos recursos humanos, estes profissionais possuem outras funções, tanto técnicas como de negócios. “Essencialmente, um evangelizador é responsável por espalhar o benefício das tecnologias que a empresa possui”, explica o evangelista de Jboss da Red Hat, Edgar Silva, cujo cargo oficial é middleware technology lead. O evangelho segundo a tecnologia é algo simples: produtividade e lucratividade. “Nesta função, eu não me aproximo da explicação sobre as características do parafuso, mas, sim, em explicar os benefícios, como ele afeta o lucro da operação e a rotina do negócio da empresa”, aponta o evangelista da IBM, César Taurion. É como a própria definição religio-

sa da função. Um evangelista não é aquele que vai espalhar a salvação onde ela não é conhecida. Isto caberia aos apóstolos. O evangelista deve explicar de forma fácil o evangelho que defende e arrebanhar as mentes com explicações que sejam entendidas no dia a dia. “O problema é que a tecnologia evolui muito rapidamente e nosso trabalho é cheio de armadilhas que podem comprometer o discurso e a aceitação do público”, explica Taurion. O principal erro se dá quando um evangelista se torna um apologista, alguém que defende a verdade absoluta e fica cego para a percepção realista e operacional. “As pessoas lidam com tecnologia constantemente, os clientes sabem que há problemas dos mais diversos e não há algo que seja absolutamente perfeito”, expõe o profissional da IBM.

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Foto: Ricardo Benichio

Carreira

Silva, da Red Hat: “Essencialmente, um evangelizador é responsável por espalhar o benefício das tecnologias que a empresa possui”

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FORMAÇÃO COMPLEXA E AMPLA Ter o tipo de visão exigida para a função está longe de ser simples. Ainda mais no ramo da TI onde não faltam defesas cegas sobre as vantagens sobrenaturais dos produtos. Quem exerce o posto tem em comum uma formação ampla. Silva, da Red Hat, sabe falar como poucos sobre Jboss, Java e Delphi. Mas esta é a sua experiência técnica e não o ajuda muito quando precisa convencer seus colegas de vendas e marketing ou quando ele conversa com CEOs e estudantes de administração. Pela própria definição, um evangelista precisa falar para as massas. “Se ele só consegue se comunicar com um público técnico, ele faz a empresa perder negócios”, destaca Silva. Para os céticos, o evangelista poderia ser uma pessoa de pré ou pós-venda. Suas características também se encaixariam em um típico vendedor que sabe trabalhar de forma consultiva. Só que no contexto da TI atual, a definição é muito mais ampla. Ele está acima dessas funções e é um dos poucos profissionais numa empresa de tecnologia que podem se dar ao luxo de parar e pensar. Isto faz dele um porto seguro quando a tentação por resultados diários começa a tomar conta de todos e a visão das metas de longo prazo se perde. O evangelista precisa orientar do presidente à recepcionista, do técnico de laboratório ao vendedor mais

agressivo da companhia. Para tanto, precisa ter retórica. O discurso deve ser fácil e o convencimento baseado em argumentação lógica tem de ser usado. “É necessária uma formação ampla, que inclui mais as ciências humanas do que as exatas”, define Taurion. O estado da arte da tecnologia, algo que convence multidões, forma-se por tudo que gira em torno da tecnologia e não por ela em si. Para conseguir este perfil de competência, os evangelistas de tecnologia têm algum tipo de formação em administração e marketing. MBAs e cursos de extensão nestas disciplinas e aprimoramento constante são comuns em seus currículos. Conhecer sociologia, economia e psicologia torna-se quase sempre mais importante no trabalho de espalhar o evangelho segundo a TI do que qualquer conhecimento sobre programação e funcionalidades de um produto. Outra dica essencial que os evangelistas dão é a leitura. Todos são vorazes consumidores de livros e notícias. Novamente, o foco não se restringe ao técnico. Livros como Wikionomics, Free ou The World Is Flat mostram-se mais importante que o último lançamento sobre tecnologias específicas. E mesmo estes livros são devorados de forma diferente. Um bom evangelista sabe quando a publicação começa a “encher linguiça” para completar o número de

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Taurion, da IBM: “Não me aproximo da explicação sobre as características do parafuso, mas, sim, em explicar os benefícios, como ele afeta o lucro da operação e a rotina do negócio da empresa”

páginas a fim de ficar comercialmente viável ou tem partes que estão ali somente para introduzir o assunto para públicos leigos. O noticiário também tem uma abordagem diferenciada. As notícias do setor são extremamente importantes: ele deve saber como ninguém interpretar as manchetes e entender qual a oportunidade de negócio que se esconde atrás do fato em si. Por exemplo, se o mundo está preocupado com a guerra cambial entre China e Estados Unidos, este profissional precisa sacar qual o impacto disto para o mercado de ambos os países, como afetará o preço das commodities no mercado internacional e como influenciará as decisões das empresas de agronegócios brasileiras? Um talento primordial para que a empresa que vende tecnologia possa ter um produto disponível quando a demanda se concretizar. Por exemplo, o evangelizador do segmento de serviços financeiros da Totvs (a empresa é uma das que não usa o termo evangelista para não confundir com o sobrenome homônimo), Nilton Martins Vieira, tem lido muito sobre as notícias que envolvem a formatação dos juros, spread bancário e cadastro positivo no sistema financeiro do Brasil. Tais assuntos têm ligação com a possível futura decisão sobre compra de tecnologia. É preciso fazer algumas ligações e conhecer como funcionam para entender como isto se transforma em tecnologia. “É necessário ter um olhar diferenciado para ser um evangelista porque somos responsáveis por criar elos entre assuntos e áreas da empresa que são distantes para fazer com que as coisas aconteçam”, comenta.

SEM PLANO DE CARREIRA Martins é um dos 12 evangelizadores da Totvs. A empresa criou este grupo há dois anos ao sentir a necessidade de convencer o mercado sobre suas soluções. Ele é o mais novo na função, porém, aos 48 anos, não é o mais jovem do grupo. A equipe tem média de idade que se aproxima dos 40 anos. Ainda que sênior, antes de a Totvs tomar a decisão de criar esta turma, Martins não fazia ideia que poderia ocupar tal função. Ele é um típico caso de (não) planejamento de carreira para evangelista. Se você deseja seguir este caminho, fique atento e tenha sorte. É impossível ter um plano para isto. As vagas estão se expandindo, mas ainda são poucas. E elas surgem sem aviso e

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Carreira Foto: Ricardo Benichio

EVANGELISTA PRECISA DE

GURU?

Martins, da Totvs: “Só comecei a pensar neste tipo de carreira quando vi como era a rotina”

os profissionais mais cotados para preenchê-las possuem os mais distintos perfis possíveis. “Só comecei a pensar neste tipo de carreira quando vi como era a rotina dos evangelistas da Totvs, há dois anos”, diz Martins. Não existem cursos nem livros ou professores. E, se surgirem, é bom desconfiar, pois não se trata de função com linhas definidas, degraus para galgar, planos ou mestres (confira o quadro ao lado). Este tipo de profissional tem uma missão e precisa desempenhá-la de forma convincente em um mundo imprevisível, que pode chegar a ser descrente e cheios de cultos ao hype e fanáticos cegos para os problemas inevitáveis das tecnologias. Se você tem talento para lidar com tudo isto, vá em frenIWB te. O mercado ainda tem espaço para mais evangelistas.

Parece que não. Os evangelistas mais conhecidos do mundo são profissionais que tiveram ou têm uma importância grande para o evangelho que defendem, mas podem não ser úteis para outros temas. A principal dica é: siga o seu caminho. Confira alguns dos principais evangelistas. Vint Cerf – há cinco anos é o mais famoso evangelista do Google. Defende a rede livre. Foi um dos criadores do protocolo IP e é considerado um dos pais da internet. A menos que você tenha criado algo tão importante quanto a internet, não é uma pessoa de quem vai conseguir seguir os mesmos passos profissionais. Guy Kawasaki – atualmente é empreendedor de fundos de venture capital para tecnologias inovadoras. Foi o principal executivo a fazer o marketing do Macintosh pra o mercado de consumo nos anos 80. Ajuda muito o trabalho que fez com a marca Apple, tornando isto quase seu sobrenome. A menos que você possa usar o mesmo artifício, esqueça. Richard Stallman – principal voz do software livre no mundo. Tem discurso libertárioextremista, conhece a fundo o que fala e tem visual rock’n roll dos anos 70. Se você defende alguma tecnologia proprietária ou está em empresas consideradas players do capitalismo voraz, é melhor não ter um discurso idêntico.

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Seis competências

novos tempos Ione de Almeida Coco, vice-presidente do Programa Executivo do Gartner para a América Latina, separou seis tópicos como competências essenciais para os executivos de TI enfrentarem os novos tempos. Você já possui todas? Gerenciar risco – A pessoa deve demonstrar que é capaz de analisar, avaliar alternativas e gerenciar a exposição da empresa a riscos, além de atribuir responsabilidades. Navegar na complexidade - A fluidez das relações modernas de trabalho irá se revelar assustadora para muitos. Pessoas que navegam na complexidade manterão um relacionamento com colaboradores, parceiros, formadores de opinião para a obtenção de resultados através da interação com as partes e dos domínios do conhecimento. Manter visibilidade - Enquanto empresas ampliam suas redes de fornecedores, compradores, parceiros, funcionários, consultores, consumidores e autoridades, as pessoas vão se dirigir aos colegas que servem como hubs de informação e conectores organizacionais. No centro desta competência está a capacidade dos indivíduos em se tornarem conhecidos por pessoas de fora de seus domínios tradicionais de especialização. Tratar altos níveis de interação com habilidade - Mais de 75% dos clientes do Gartner trabalham em dois ou mais projetos de uma vez, mais de 60% foi destacado para um número crescente de grupos de trabalho ad hoc, e cerca de 90% passa mais da metade do tempo trabalhando em grupo. Assim, é intenso o nível de interações eletrônicas. Demonstrar desenvoltura - As culturas e as cargas de trabalho racham as equipes, as regiões e as entidades empresariais. Os CIOs devem capitalizar sua força interior (ser organizados, por exemplo), usar a imaginação para desenvolver novas abordagens e lidar eficazmente com as dificuldades e situações mutantes. Construir relacionamentos - Com as organizações se achatando e o trabalho se deslocando para equipes colaborativas, contatos e relacionamentos reforçam a colaboração. O diretor de TI deve identificar que habilidades e competências satisfarão as necessidades de recursos e quando serão necessárias; avaliar se elas serão encontradas e mantidas dentro ou fora da organização; e, depois, planejar como desenvolver, compartilhar e capitalizar sobre essa base.

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SérgioArai assumeTIda SCPCBoaVista Sérgio Arai deixou a diretoria-executiva de TI do Hospital Israelita Albert Einstein no final de 2010. O executivo segue rumo à empresa de análise de crédito SCPC Boa Vista Serviços, onde responderá pela área de tecnologia da informação. Com 12 anos de carreira no segmento, o CIO registra no currículo passagens também por organizações como Vale (Companhia Vale do Rio Doce), Unibanco Asset Management e Booz Allen & Hamilton do Brasil. Até o fechamento desta edição, o Einstein ainda não havia definido quem sucederá o executivo à frente da área de tecnologia. A assessoria de imprensa do hospital revelou que o nome do substituto de Arai será revelado em um futuro breve.

CIOdaVisteon, CarlosLemosé promovido Carlos Lemos, mais conhecido como Kaká, está de mudança para Espanha. Baseado em Barcelona, ele terá como missão repetir nas bases europeias da Visteon o que fez no departamento brasileiro de TI: migrar os sistemas legados e, no lugar, implementar o ERP da QAD, largamente usado na indústria automotiva. Com a mudança, a companhia espera economizar US$ 20 milhões.

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Perfil

Fotos: Ricardo Benichio

JANET SIDY DONIO

Sempre tive vontade de conhecer o mundo VITOR CAVALCANTI

Vontade e organização são palavras que permeiam com frequência o vocabulário de Janet Sidy Donio, gerente de TI da Vicunha Têxtil. Adepta a desafios, a executiva mostra não temer o dia de amanhã. Entre suas experiências de vida está um intercâmbio pouco típico em Israel, onde conviveu com o centro de tecnologia Technion, em Haifa. A experiência internacional, sempre desejada por ela, rende frutos até hoje. Da habilidade em lidar com pessoas ao convívio com centros de excelência passando pelo apreço à fotografia, tudo remete à vivência em Israel. O intercâmbio ocorreu em uma fase onde poucos se arriscam. Janet havia se formado em ciência da computação pela Universidade de São Paulo (USP), curso que começara em 1985, primeiro ano em que a carreira integrou o vestibular da instituição. À época ela também estava empregada no Banco Real, tinha entrado em 87 num programa de trainee, sendo efetivada em 1989. Mas um desejo pulsava internamente. “Sempre tive vontade de conhecer o mundo”, lembra. A escolha pelo país do Oriente Médio tem uma explicação: “pela minha origem (os avós paterno e materno eram turcos) era mais fácil ir para lá, tive uma ajuda e me dei muito bem.” O que era para durar 12 meses se estendeu por um ano e meio e só não teve continuidade pela Guerra do Golfo. Janet comenta que, quando deixou a região, o Iraque havia invadido

o Kuwait e estava para lançar ataques contra Israel. “Se não fosse a Guerra, poderia ter tido outro rumo.” Ao deixar Israel, aproveitou para conhecer outros países, fazendo um mochilão de quatro meses pela Europa. De volta ao Brasil, em 1991, iniciou a busca por oportunidades, chegando, então, à Elizabeth Têxtil, companhia que tinha laços familiares com a Vicunha, embora, gerencialmente, não estivessem ligadas. “Eles estavam promovendo mudanças e a microinformática começava a ganhar força nas empresas. Entrei como analista e fui crescendo até chegar à gerência de TI em 1998.”

NUMA BOA Janet afirma que desde o início esteve mais ligada à aplicação da tecnologia e aos benefícios que ela poderia possibilitar ao negócio que à parte técnica em si. A escolha pela carreira se deu mais ou menos desta forma. Como o curso de TI era algo novo nas universidades, ela optou, inicialmente, pelo apreço que tinha por exatas como um todo. Quando iniciou a faculdade, aos 17 anos, a informática era algo ainda distante do dia a dia das pessoas. Entre projetos implantados antes de virar gerente está a leitura de código de barras no chão de fábrica, algo que muitos duvidaram, até pelo impacto que traria à cultura organizacional. “Ensinei todo mundo e o pessoal adorou. Éramos quatro InformationWeekBrasil Brasil||Janeiro Janeirode de2010 2011 InformationWeek

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meninas e chegávamos com os leitores de radiofrequência. Sempre tive esse perfil de ver as coisas acontecerem”, relembra. Esse envolvimento com processos e pessoas foi fundamental em sua evolução profissional. Sem ter sofrido preconceito na companhia ou durante a formação, ela lembra apenas de uma situação que considera engraçada. Conta que uma vez viajou a trabalho aos Estados Unidos, nos idos dos anos 1990. Ela era a única mulher entre 36 participantes. “Ouvia coisas do tipo: ‘você é casada ou solteira?’, ‘não vai casar nunca’, ‘ninguém vai querer uma mulher que viaja muito’. Mas foi só isso, nunca tive problemas”, diverte-se. Ela brinca que, no final das contas, demorou mesmo a casar, mas não credita isso à atenção demasiada à carreira. O gosto por viagens e esportes tomava muito tempo e Janet acha que pode ter influenciado, mas não se penaliza, acreditando que tudo tem seu momento. E por falar em aproveitar a vida, manda um recado aos que culpam o trabalho pela falta de tempo: “é uma questão de planejamento e organização.” Depois da Elizabeth, a carreira de Janet em TI sofreu poucas mudanças. Com a reestruturação da companhia em 1999, após a fusão da Elizabeth Têxtil, Fibra, Fibrasil e Vicunha, formando a atual Vicunha Têxtil, a executiva optou por deixar o grupo em 2000, entendia que as coisas não estavam boas, principalmente em termos de crescimento profissional. De lá, partiu para a Arte Imagem, onde trabalhou junto

à gestão da companhia. Foram dois anos de aprendizado quando, em 2003, foi convidada à voltar ao grupo têxtil, desta vez, para cuidar do planejamento estratégico. “Em 2006 houve uma nova reestruturação e reassumi a TI, mas já era algo totalmente diferente do que vivi na Elizabeth. Naquele momento, a companhia já tinha o data center no Ceará, por exemplo”, comenta, lembrando que inicialmente assumiu a parte de sistemas, dividindo a gestão do departamento com um profissional de infraestrutura e, após um período, passou a liderar toda a área. A perseverança de Janet, bem como sua dedicação e organização, pode estar relacionada com a cultura de seus antepassados. O pai, por exemplo, foi convocado para a 2ª Guerra Mundial. Ela constrói uma relação interessante entre a vida pessoal e profissional. Afirma que leva da TI para sua rotina fora da empresa a lógica do pensamento. “Sou muito prática.” Na inversão do caminho, passa para seus subordinados a importância do relacionamento interpessoal e a necessidade de se fazer o que gosta. “É preciso fazer o dia a dia prazeroso”, ensina. Entre seus prazeres, além dos esportes e viagens, está a fotografia. É algo que despertou quando estava em Israel e, conhecendo lugares e pessoas diferentes, viu na foto a possibilidade de um registro mais bonito das coisas. “Fiz um curso rápido para melhorar algo que para mim é importante. O ato de fotografar é gostoso”, comenta Janet, quase iwb ao final do bate-papo de 40 minutos.

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Foto: divulgação

Telecom Luís Minoru Shibata

Diretor de consultoria da PromonLogicalis.

twitter.com/luisminoru

Momento de refletir

C

hegou aquela época em que é inevitável – e recomendável – parar para fazer uma reflexão. Momento de rever os erros e acertos, aprender, e planejar o ano seguinte. Mais que isso, se preparar para executar e não se frustrar novamente pelas coisas que ficaram no planejamento. Assim como nos anos anteriores, vou aproveitar para fazer uma análise nas previsões que fiz 12 meses atrás para dar uma calibrada nos meus palpites. Até porque, está cada vez mais difícil fazer previsões relacionadas às Tecnologias da Informação e Comunicações (TICs) por conta da velocidade da transformação. O mercado de tablets, impulsionado pelo lançamento do iPad, em janeiro de 2010, ou a velocidade do crescimento das redes sociais são alguns exemplos disso. Acertei a maioria das previsões. O Twitter não só foi adotado pelos brasileiros como também ganhou destaque na mídia, criando ainda mais curiosidade, erros e acertos. Mais personalidades estão presentes, mais promoções sendo feitas (algumas não foram bem-sucedidas), profissionais foram demitidos por depoimentos desencontrados e praticamente todos os eventos se utilizaram do microblog como ferramenta de comunicação. Debates quentes aconteceram durante as eleições e o mundo se mobilizou pelo “Cala a boca Galvão”. No setor de telecomunicações, mais do que anunciar um Plano Nacional de Banda Larga, a Telebrás foi reativada e já fez contratos para fornecimento de infraestrutura. Em paralelo, vimos operadoras

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fazendo seus acordos de compartilhamento de rede, visando também a oferta de banda larga. Ainda que a expectativa fosse de ter acontecido no primeiro trimestre, a regulamentação das operadoras móveis virtuais (MVNOs) saiu no final do ano. Também avançou a possibilidade da entrada das operadoras de telecom no mercado de TV paga. As telcos deram continuidade à inovação e o mercado de terminais inteligentes continua cada vez mais aquecido, gerando uma competição também nos padrões de sistemas operacionais e aplicações. No segmento corporativo aumenta a adoção não só de conectividade, mas também de soluções no conceito de nuvem por consequência da oferta de soluções de serviços gerenciados, data centers e colaboração. Um universo novo de valor adicionado graças à migração para o ‘mundo IP’. Mas algumas coisas ainda ficaram na expectativa. O compartilhamento das redes de acesso ainda acontece de forma muito limitada no Brasil e, apesar das operadoras terem melhorado muito a oferta, não existe um ambiente único e simplificado para os clientes de banda larga fazerem compras de aplicações e conteúdo. Coisas que continuam na expectativa para acontecer dando mais transparência ao consumidor e alternativas de pacotes mais customizados não só de conectividade, como também de serviços de valor adicionado. Previsões que não foram concretizadas, porém são apenas uma questão de tempo. Acontecerão naturalmente em breve. E para os corneteiros de plantão, o mesmo pensamento é válido para o Corinthians. Libertadores e o segundo mundial é só uma questão de tempo. InformationWeekBrasil | Janeirode2011

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For IT by IT

Realidade

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Adoção da virtualização significou um grande ganho de flexibilidade e possibilitou à Simpress implementar novas aplicações com maior agilidade e de acordo com as particularidades de cada demanda

Quando iniciamos o projeto para a implantação de um ERP de mercado na companhia, identificamos a necessidade de rever a estrutura de servidores para suportar as novas tecnologias que chegariam. O desafio foi planejarmos as mudanças necessárias de forma a atender novas demandas, alinhadas a um investimento adequado, objetivando reduzir custos com infraestrutura e melhorar o nível dos serviços. Além disto, seria necessário conduzir a execução das atividades sem comprometer a operação. Estes fatores nos levaram a avaliar mais profundamente o tema virtualização.

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Embora já utilizando este conceito como laboratório (na antiga tecnologia do Virtual Server, da Microsoft) para alguns servidores de missão não-crítica, criamos uma frente específica para avaliar a tecnologia Hyper-V, da mesma fabricante. Foi preciso realizar uma validação minuciosa junto a cada um dos fornecedores das aplicações que fariam parte deste composto tecnológico e garantir que todas estariam homologadas para esta plataforma de virtualização. Após concluirmos tais validações, idealizamos todo o desenho da nova arquitetura baseado então na virtualização (Hyper-V) e comparamos com o modelo tradicional, que seria a utilização de apenas servidores físicos. Para consolidar a decisão, fatores como TI verde (conseguimos reduzir sensivelmente o consumo de energia para manter os equipamentos e a climatização do data center), ganho de espaço físico, que nos proporciona um crescimento imediato, e um novo horizonte de computação em nuvem foram considerados. Ainda pudemos contar com a racionalização e consequente redução de custos utilizando a escalabilidade de licenças no modelo. Partimos, então, para a capacitação da equipe e aquisição dos equipamentos que foram mapeados como necessários para atender a nova arquitetura. O investimento no hardware foi significativamente menor comparando-se à aquisição de todos os servidores físicos. Iniciamos as atividades de adequação da infraestrutura da companhia, atualizando serviços como AD e Exchange, além do upgrade dos servidores de banco de dados, para podermos realizar as instalações do novo ERP. Após seis meses de muito trabalho (foram várias noites e finais de semana) estávamos com a estrutura pronta para o go live do 2011 InformationWeekBrasil | Janeiro de 2010

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ARQUITETURA DE SERVIDORES

ALESSANDRO BRAGUIM MAZOLA

Imagems: divulgação

> É COORDENADOR DE INFRAESTRUTURA E TELECOM DA SIMPRESS DESDE 2008; > POSSUI PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE DE SISTEMAS E BANCO DE DADOS PELA UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO (UNAERP); > FEZ MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL PELA FGV/ SP, EM 2008, E MBA EXECUTIVO INTERNACIONAL NA UCI (UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA, IRVINE/EUA), EM 2010; > FOI RESPONSÁVEL PELA ÁREA DE INFRAESTRUTURA E TELECOM DA DM FARMACÊUTICA DE 2003 A 2007.

ERP. Durante este período foram realizadas algumas simulações para validar o desempenho. Os resultados obtidos foram bastante positivos. Um ponto importante a ser mencionado foi a necessidade de adequar as rotinas de backup para esta nova tecnologia que possui vários recursos de recuperação. O início da operação na nova plataforma sistêmica ocorreu dentro do planejado. A infraestrutura que foi preparada suportou a carga demandada conforme havia mostrado nas simulações. Posteriormente foram necessários pequenos ajustes (tunning) que estavam planejados para otimizarmos um pouco mais o ambiente. O hardware hoje apresenta uma carga de processamento em torno de 45%, o que nos possibilita uma expansão de recursos imediata. Utilizamos cinco servidores organizados em cluster e ligados em um storage de última geração através de canais de fibra ótica, além de uma rede SCSI específica. Temos atualmente 20 servidores nesta estrutura e uma escalabilidade de cerca de 80%. Não poderia deixar de citar a utilização do System Center Virtual Machine Manager para gerenciarmos de forma centralizada de toda a estrutura do Hyper-V, com muita facilidade e agilidade, permitindo rapidamente o incremento de novos servidores virtuais. Ainda em 2011, temos um projeto para implantação de novas funcionalidades no ERP, que hoje se encontram no legado e que serão alocadas nesta mesma estrutura virtual, uma vez que o planejamento inicial já contemplava este crescimento. Este é um dos benefícios de utilizar a virtualização. Além desta estrutura onde implantamos o software de gestão, temos instalado em ambiente virtual nossas principais aplicações, como o CRM, portal corporativo, website e e-mail. Nossos ambientes de desenvolvimento e homologações também caminham neste sentido, sendo que já possuímos cerca de 60% de nossa plataforma de apoio virtualizada. A adoção da virtualização significou um grande ganho de flexibilidade possibilitando implementarmos novas aplicações com maior agilidade e de acordo com as particularidades de cada demanda.

Virtualização permitiu redução no consumo de energia, conferiu ganhos de espaço físico e apontou para um novo horizonte de computação em nuvem

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Na Prática

Missão crítica e baixo custo VITOR CAVALCANTI

Supricel adere à plataforma de desenvolvimento modular. Com isto, obtém a satisfação da diretoria e, só em consultoria, deixa de gastar R$ 350 mil

Em dias de orçamentos cada vez mais controlados e board demandando projetos que gerem economia de recursos, nada melhor que implantar um sistema e, como resultado, além da evolução de processos, apresentar um investimento muito menor que o previsto. A cena descrita ocorreu, de fato, no departamento de TI da Supricel, uma holding que congrega restaurantes, logística, construção e combustível. O caso em questão é um sistema de missão crítica para atender, principalmente, aos gargalos da divisão de logística. A área da logística é a maior da holding, mas, também, onde se tinha mais dificuldade em gerar inteligência, como contou o gerente-corporativo de TI, Willian Luís Domingues. Além do ERP da Totvs, o executivo comenta ter implantado o TMS (transportation management system) da Signa Info, mas nada que resolvesse a necessidade da divisão em sua totalidade. “Tínhamos alguns buracos em processos de inteligência. Possuímos filiais em todo o País, assim, você pode ter um ótimo link em São Paulo e nada no Pará, precisávamos de rastreamento de frota, conhecimento, comunicação, planos de viagem; o ERP e o TMS não propiciavam isto.” Em busca de uma solução, Domingues analisou o mercado e calculou que, só em consultoria, precisaria investir em torno de R$ 350 mil. No encalço disto, a diretoria do grupo exigia que todo o processo de inteligência ficasse no legado e não dentro do ERP ou TMS, sob o risco de ser vendido no mercado como plug-in pelos fornecedores. Desta forma, por experiências anteriores, ele aderiu ao desenvolvimento interno tendo como base a plataforma GeneXus, da Artech. Domingues comenta que deslocou apenas duas pessoas para o trabalho. O projeto, em si, envolveu em torno de 30 pessoas, até porque, as áreas de negócios precisavam passar as demandas. “Hoje, o sistema já possui mais de 50 módulos, a maioria para logística. Estamos partindo agora para levar a solução para smartphones.”

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FUTURO Com o sistema criado, ficou mais fácil acessar informações e os dados sobre a frota de cerca de 400 veículos tornaram-se mais completos. A diretoria consegue acompanhar, por exemplo, a localização. O pessoal de gerenciamento de risco e da área financeira também registra ganhos. “Na parte de risco, monitora quanto tempo o veículo está parado. Toda a frota vê um mapa logístico e, com isto, gera, inclusive, economia de combustível [hoje em torno de R$ 200 mil por mês], que é nosso segundo maior custo.” Antes de escolher o GeneXus, Domingues lembra que chegou a considerar .Net, Java e algumas outras linguagens, mas achou melhor optar pela criação modular. “Uma das vantagens é não precisar ir atrás da evolução tecnológica a toque de caixa. Seria difícil, por exemplo, desenvolver para iPhone e terei isto. Eles estão criando um gerador que atenderá Android e iPhone.” Mas, quando se fala em projeto, o custo sempre se destaca como um luminoso durante a aprovação. Neste caso, entretanto, a diretoria deve ter comemorado. Em vez de pagar por duas mil horas de desenvolvimento,

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conforme cálculos de Domingues, por consultoria, entre outros serviços, ele investe apenas R$ 8 mil ao ano, referente ao custo da licença da plataforma. “Eu tinha um analista de suporte que foi treinado para isto e se transformou no programador.” O profissional começou a criação em dezembro de 2008 e, em julho de 2009, já havia parte em funcionamento. Nem mesmo a integração com os demais softwares foi um problema. O executivo afirma que Totvs e Signa se dispuseram a abrir o dicionário de dados para permitir a interação. Hoje, tendo em mãos um sistema parrudo, ele já pensa em novas funções. E a principal delas poderá auxiliar na prevenção de acidentes. Os caminhões possuem dois equipamentos: o rastreador e a telemetria. Neste último, por meio de 15 sensores, é possível monitorar RPM, velocidade, acionamento de limpador de para-brisa, freadas bruscas, entre outros. Ao jogar isso num banco de dados, será possível montar cenários. “A ideia é inserir códigos para prevenir acidentes. Ainda não enviamos recados, até porque não é seguro durante a condução, mas, quando o motorista retorna à empresa, pode ser chamado para uma conversa ou entrarmos em contato por telefone quando a unidade estiver19:43:15 parada.” Anuncio N&DC.pdf 10.11.10

O trabalho de desenvolvimento de dois profissionais da TI da holding gerou resultados surpreendentes em termos de controle, melhoria de processo e economia de recursos. No total, entre investimento reduzido, renegociação com parceiros e outros pontos, Domingues acredita ter economizado na ordem de R$ 1 milhão IWB entre a gestão de 2009 e 2010.

EM FOCO DESAFIO: instalar um software de missão crítica para área de logística e resolver pendências como controle de frota SOLUÇÃO: adesão à plataforma de desenvolvimento modular Genexus que custou à companhia R$ 8 mil de licença por ano RESULTADO: economia de recursos da ordem de R$ 1 milhão, melhoria de controle e de processo e simplificação do projeto, dispensando diversas ferramentas de mercado caso optasse por algo mais convencional

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Na Prática

Energia para o crescimento Felipe Dreher

Alguns movimentos que, numa primeira análise, parecem coisas simples podem reverter resultados surpreendentes. Uma iniciativa que nasceu para resolver um gargalo operacional acabou conferindo agilidade em um momento de expansão acelerada vivido pela Abyara Brokers. Um esforço de adoção de thin clients deu à companhia agilidade para inaugurar cerca de uma dezena de lojas em menos de um ano e meio. “Abrimos a filial em Campinas (SP) em 13 dias e com quase cem máquinas”, ilustra Adriano Aquino, CIO da empresa. De acordo com o executivo, um dos desafios de negócio vivenciados pela companhia reside justamente em acompanhar o ritmo alucinante pelo qual passa o mercado imobiliário brasileiro. Claro que não dá para atribuir todo sucesso apenas a esta iniciativa, mas é inegável seu papel importante dentro de um conjunto de estratégias de TI. A tecnologia, no caso, entrou para acelerar a operacionalização e os terminais se encaixaram perfeitamente. Como ilustra o diretor, graças ao modelo, foi possível colocar “cem pessoas no ar” com trabalho do time de TI de duas noites. Aquino acrescenta que a configuração dos equipamentos leva cerca de cinco minutos e há, ainda, a facilidade do gerenciamento centralizado. A empresa tem, hoje, uma média de 600 terminais rodando. A adoção dos thin clients veio como solução para

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Foto: Ricardo Benichio

Abyara Brokers adota thin clients para resolver desafio energético em um de seus escritórios. Tecnologia confere velocidade em momento de expansão geográfica da companhia

Aquino, da Abyara Brokers: “Vivíamos um momento de ampliação das equipes e precisávamos de otimização de espaço”

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A tecnologia entrou para acelerar a operacionalização e os thin clients se encaixaram perfeitamente. Além disso, terminais consomem 10% dos recursos elétricos demandados por um PC tradicional resolver um problema de infraestrutura energética e falta de espaço em uma loja em São Paulo. Quando assumiu a TI da Abyara, Aquino deparou-se com um parque de máquinas obsoleto no salão de vendas onde ficam os corretores. “Vivíamos um momento de ampliação das equipes e precisávamos de otimização de espaço”, cita. O desafio era ampliar usando o mesmo espaço e sem sobrecarregar a rede elétrica. Ao observar que o trabalho dos corretores está muito focado em webmail e acesso à internet, o CIO notou que não necessitava de máquinas com armazenamento local. O projeto contou com terminais fornecidos pela INIT, servidores HP e licenças do Windows Server. O trabalho foi desenvolvido e implantado pela Aviv Solutions e incluiu ainda cabeamento estruturado, no-break e rede de telefonia. Os terminais consomem 10% da energia demandada por um PC tradicional, reduzindo a conta com eletricidade. O primeiro esforço serviu de escola para replicar o modelo de forma ágil nos movimentos de expaniwb são geográfica da Abyara.

Em foco Desafio: resolver um problema de infraestrutura energética e falta de espaço em uma loja em São Paulo Solução: projeto de reformulação que teve adoção de thin clients Resultado: agilidade para abrir novas filiais trazidas pela facilidade de configuração dos novos equipamentos em um momento de expansão do mercado imobiliário brasileiro

Realização:

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GeneXus, a mudança de paradigma; descrever ao invés de programar Assista a esta palestra e conheça a idéia básica do GeneXus que é automatizar tudo aquilo que for automatizável. Baseado nos requerimentos dos usuários realiza o projeto, o que permite gerar aplicações para múltiplas plataformas e arquiteturas.

Palestrante: P allestra t nte: t Engenheiro de Sistemas e sócio fundador da Artech

www.itweb.com.br/webinars

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Foto: Ricardo Benichio

Novo mundo Alberto Leite

é diretor-executivo e publisher da IT Mídia

twitter.com/albertoleite

MeninosdeOuro

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rankie Dunn, personagem do delicado e majestoso filme dirigido por Clint Eastwood “Menina de Ouro”, não sabia exatamente que seus conselhos poderiam extrapolar os limites do ginásio onde treinava incansavelmente um grupo de lutadores de boxe. Durante o longa-metragem, algumas boas pitadas de dicas de gestão de pessoas foram passadas. Uma delas, visível e audível aos olhos e orelhas nuas, era implacavelmente repetida durante as lutas de sua pupila Maggie, interpretada firmemente por Hilary Swank, tratava sobre competidores. Frankie dizia sempre antes da luta: nunca tire os olhos do oponente. O boxe ensina muitas coisas às pessoas, em especial aqueles que não prestam muita atenção aos que estão a sua volta. Tenho uma teoria sobre gestão de pessoas e gostaria de compartilhá-la com você, meu amigo leitor. É sobre velocidade, força e tempo de resposta. Tudo isso vem do boxe, esporte que nunca pratiquei, mas que marcou minha vida por ter sido fã de Rocky Balboa quando criança. Só por este motivo. Imagine um saco daqueles de treino. Ele está lá, pesado, estático, pendurado no teto. Se você vier com toda a sua força e bater, provavelmente quebrará o punho e o saco mexerá bem pouco. Se socar com firmeza, mas com atenção ao ritmo e no lugar certo, verá se movendo um pouco mais. Se mantiver o ritmo e a mesma força, perceberá que o saco começa a se levantar e voltar. Se o ritmo for mantido, a força poderá ser menor do que a do início. E assim por diante. Em determinado momento você perceberá que o saco está quase batendo no teto e você está só empurrando com o dedo, mais ou menos como se fosse uma velocidade de cruzeiro.

Gestão de pessoas é exatamente igual. Bater com força no início cria paralisação. Ritmo, firmeza e força moderada fazem com que o ritmo das pessoas acompanhe o seu. Nitidamente sua velocidade e energia serão sempre superiores às do seu time. Se a equipe responder mais rápido, pode ter certeza que, assim como no boxe, você não está na cadência correta. Como no esporte, se em algum momento você bater no ritmo errado, o saco ou o time param na hora. Se mantiver a intensidade, a equipe segue o seu ritmo, sua força, dando respostas rápidas e crescem, até o teto. Se o boxeador tirar os olhos do saco terá uma tremenda dor de cabeça, pois ele voltará diretamente contra o seu corpo. Mantenha os olhos sempre na equipe, no ritmo, na energia, no clima, senão a dor de cabeça aparece. Pessoas olham para seus líderes o tempo todo, perceba. Por que não fazer o contrário? Muita gente fala da geração Y, pessoas novas, ansiosas, capacitadas, sem experiência, procurando espaço no mundo. Vamos lembrar algumas coisas: a geração Y é maior no planeta, são seres éticos, pensam em sustentabilidade, em negócios bons para todos, entendem o valor do dinheiro, gostam de marcas e produtos novos, independente se vêm dos Estados Unidos ou da Argélia. Se souber dar a atenção que merecem e ouvi-los notará que, assim como no filme, são meninos de ouro, com um pouco de ritmo e firmeza nas decisões, chegarão no teto. E que este seja bem alto.

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Tech Review

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Ilustração: IW E.U.A.

SUPORTE MÓVEL EM

Kurt Marko* | InformationWeek EUA

Oferecer a seus funcionários ferramentas para trabalhar de qualquer lugar exige uma mistura de tecnologia, processos e políticas, mas o resultado mostra que vale a pena 68 68

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PASSOS

A força de trabalho móvel é uma poderosa ferramenta para reduzir custos e, ao mesmo tempo, incentiva a produtividade e motivação. Com o desenvolvimento de um programa forte de teletrabalho, até empresas de menor porte podem ter acesso a uma união de talentos multinacional. Tempestades, engarrafamento, epidemia de gripe? Esqueça, esses eventos já não serão problema. Porém, a vitória da produtividade para o negócio pode significar o oposto para as equipes de TI, que precisam encarar novos riscos de segurança,

decorrentes do uso de redes públicas pelos funcionários, e a necessidade de acelerar a adoção de tecnologias de colaboração e mídias sociais para grupos de empregados dispersos. O planejamento para acesso remoto e mobilidade requer foco em segurança de rede, gerenciamento de clientes e comunicação centrada em internet, assim como políticas que regularizem o novo paradigma de trabalho. Uma empresa de CPA (Certified Public Accounting), que suporta o governo dos Estados Unidos, deixa 2011 InformationWeekBrasil | Janeiro de 2010

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claro para seus funcionários que mobilidade e segurança são uma troca conveniente. “Usamos criptografia total de disco ao nível de BIOS para todos laptops”, afirma um executivo da empresa. Para clientes, são usados dispositivos Seagate BlackArmor NAS, que oferecem capacidades avançadas de segurança. A área de TI precisa aprovar qualquer instalação de aplicativo nesses aparelhos. “Tentamos ser flexíveis, mas se a TI acredita que certa aplicação apresenta riscos, o funcionário precisa justificar sua necessidade.” Estabelecer regras desde o início é bom não apenas por segurança. Existem elementos para um programa de trabalho remoto bem-sucedido e nem todos relacionados à tecnologia. Definimos dez das nossas melhores práticas em requerimentos rígidos e flexíveis – os focados em habilitação de tecnologias e os que lidam com políticas, gerenciamento e administração.

1 - CRIE UMA REDE REMOTA ROBUSTA Michael Peachey, vice-presidente de gerenciamento de produtos e marketing da fornecedora de nuvem Pareto Networks, aconselha a não conceituar o escritório remoto como um ambiente isolado, mas como “uma filial para um”, com necessidades iguais de aplicativos, infraestrutura e serviços do escritório central. O fundamento óbvio para isso é banda larga confiável, o que antes significava DSL ou cabo, agora, inclui fibra, como a FiOS, da Verizon ou rede sem fio fixa 4G, como a WiMax, da Clearwire. Permitir que os funcionários encontrem o melhor serviço disponível em suas regiões e cuidar da parte financeira, por meio de voucher ou verba adicional, como muitas empresas já fazem com celular, é a opção melhor e mais comum. Dada a confiabilidade das conexões de banda larga (nos EUA), um circuito de backup geralmente não é necessário. Mas se tiver um funcionário que precise de tempo de atividade contínuo, considere o uso de um roteador com capacidade failover embutida na conexão sem fio, normalmente por meio de um adaptador 3G USB. Existem modelos disponíveis da CradlePoint, D-Link, Netgear e outros. A conexão de banda larga é apenas o ponto de partida; funcionários remotos precisam acessar, com segurança, dados e aplicativos. Serviços VPN, oferecidos por fornecedores de segurança e muitas telco, podem eliminar a necessidade

FIQUE DE OLHO Nos próximos dois anos, quais dispositivos crescerão em porcentagem como aparelhos de usuário final em sua empresa? Dispositivos móveis pequenos (smartphones, etc)

87%

Dispositivos portáteis maiores (laptops, notebooks, tablets)

68%

Dispositivos fixos (desktop, estações de trabalho)

8%

Os números devem permanecer iguais

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Dados: Pesquisa Segurança e Gerenciamento de Dispositivos Móveis, da InformationWeek Analytics, com 307 profissionais de tecnologia do negócio. Março 2010.

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Tech Review de ter a área de TI operando um gateway VPN agindo como um “intermediário seguro” entre o usuário final e a rede, realizando rescisão e autenticação de usuário e, então, canalizando todo o tráfego cliente por uma VPN separada para a rede corporativa.

2 - Explore virtualização de desktop Depois de estabelecer as conexões de rede, o próximo componente na estratégia é oferecer hardware e aplicativos. Isso significa comprar dispositivos dedicados para uso exclusivo no trabalho; no entanto, a tecnologia domesticada, a mudança no conteúdo online e o crescimento das mídias sociais ofuscam as delimitações, de forma que o conceito de um computador dedicado ao “trabalho” é tão estranho quanto um telefone analógico. A resposta, até para pequenas empresas, pode ser a virtualização. Jay Thimmes, gerente de TI do escritório do Habitat for Humanity, em Ohio, nos EUA, suporta 35 funcionários e um grupo flexível de voluntários, com baixo orçamento, usando thin clients e Windows Server 2008 R2 Remote Desktop. “Conseguimos um

Principais Controles de Segurança para Dispositivos Móveis

Quais controles de segurança já foram ou devem ser implantados para dispositivos móveis? *Implantado

**Implantados em até 12 meses

***Não implantado/Sem planos

>> Antivírus e outros anti-malware *93%

**5%

***2%

**14%

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***27%

>> SSL VPN *65% >> IPsec VPN *57%

>> Limitar direitos de usuário local ou partes do hardware no dispositivo móvel para suportar conceitos de menos privilégios *46%

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***34%

>> Criptografia total de disco *43%

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***31%

>> Autenticação de dois fatores *42%

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Dados: Pesquisa Segurança e Gerenciamento de Dispositivos Móveis, da InformationWeek Analytics, com 307 profissionais de tecnologia do negócio. Março 2010.

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bom preço porque somos uma organização sem fins lucrativos”, explica. “Mas qualquer empresa pode fazer o mesmo, sem custos, com hardware em commodity.” Recomendamos o uso de máquinas virtuais para separar o perfil pessoal do corporativo. Existem duas arquiteturas possíveis: - Virtualização Client-side ou local, que aplica, essencialmente, o modelo de virtualização de servidor em PCs, rodando diversas máquinas virtuais em um único sistema. - Virtualização de desktop, também conhecida pela sigla VDI, é como um tipo de aplicativo de servidor cliente em que a imagem do sistema operacional roda em um servidor central, com o desktop exibido remotamente em um PC. Em qualquer situação, o desktop nativo se torna um ambiente pessoal, enquanto a máquina virtual corporativa, rodando local ou remotamente. A beleza da virtualização é que ela tira das mãos da TI a padronização de hardware, já que a camada abstrata suportada se torna o espaço de trabalho. Apesar dessas vantagens, menos da metade dos entrevistados pela pesquisa da InformationWeek Analytics sobre tal questão disse que suas empresas usam VDI e, dentre esses, apenas 14% têm mais de um quarto de seus desktops virtualizados. O estudo sugere, no entanto, que o uso da tecnologia tende a crescer.

3 - Sistemas remotos de segurança Usuários remotos, especialmente aqueles que viajam e acessam diferentes redes públicas, estão mais suscetíveis a contaminações via web que seus colegas do escritório. Recomendamos não permitir acesso às redes corporativas antes de serem examinados meticulosamente. Controle de acesso à rede é uma tecnologia poderosa na mitigação de riscos. O software NAC pode garantir que um cliente está livre de vírus, com configurações de segurança certas, proteção contra malware e as atualizações de sistema operacional instaladas antes de receber permissão para acesso. Esse é um aspecto essencial da iniciativa de teletrabalho do U.S. Patent and Trademark Office, que permite que os funcionários utilizem seus próprios hardwares. Os PCs que não são aprovados no exame inicial são 2011 InformationWeekBrasil | Janeiro de 2010

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transferidos para uma rede de quarentena com acesso limitado ou para um portal web cativo, onde podem ser submetidos a alterações em configurações e consertos. Existem dois tipos de controle de acesso à rede, pré e pós-admissão, que diferem em onde as regras de segurança são aplicadas. No pré-admissão, os dispositivos devem ser autenticados na rede (geralmente usando protocolo 802.1X) e passam por um exame antes de receberem permissão. No segundo, todos têm permissão de acesso, mas verificações em tempo real restringem suas ações.

4 - Torne o telefone local neutro As empresas com muitos usuários remotos devem mudar seus sistemas de telefonia para um PABX IP. Colocar um número de telefone VoIP na casa do funcionário é relativamente simples, exigindo apenas um adaptador via internet e mudanças na configuração do PABX. Pequenas empresas podem achar a sugestão cara e desencorajadora. Para elas, um serviço de hospedagem VoIP é uma opção mais sensata. Algumas podem considerar até serviços quase gratuitos de voz e vídeo, como o Skype, que tem um portal corporativo para gerenciar contas e rastrear o uso. Experimente combinar serviços básicos de telefonia com capacidades de comunicação unificada, como mensagens instantâneas, status de presença em tempo real e videoconferência. Dado o isolamento físico do seu funcionário, esses canais podem oferecer benefícios.

5 - Crie um espaço de trabalho virtual verdadeiro É importante criar ambientes online para colaboração formal e informal dos funcionários. As plataformas líderes (pense em SharePoint 2010 e Lotus Notes/Domino) uniram funções e características dos populares sites Web 2.0 para criar uma versão corporativa de serviços como blogs, microblogs, wikis e outras ferramentas de publicações eletrônicas, como Google Docs, redes sociais e videoconferência. Essas novas ferramentas são essenciais para forças de trabalho distribuídas. Elas permitem que seus funcionários anulem distâncias físicas e compartilhem documentos de trabalho, mensagens e informações pessoais (como perfis do Facebook) com os colegas. Ao suportar um grupo mais abrangente de canais de comunicação, tanto formais quanto informais, a TI pode ajudar os colaboradores remotos a se sentirem parte da equipe e da empresa.

6 - Contas para smartphones Devido ao potencial de perda de dados e o crescimento dos smartphones como um vetor de malware, a TI precisa rastrear e controlar remotamente esses aparelhos. Softwares de gestão de dispositivos móveis, ou MDM, que também existem na modalidade como serviço (SaaS, na sigla em inglês), podem ajudar. Os MDMs permitem reforçar políticas de segurança, rastrear e monitorar dispositivos, fornecer aparelhos inteligentes, gerenciar ajustes e configurações, fazer backup de dados e até executar remotamente solução de problemas, atualização de

firmware e eliminação de dados. O Microsoft Exchange (ActiveSync) e o BlackBerry Enterprise Server (BES) trazem aplicativos básicos e dedicados, há ainda opções em SaaS com conjuntos de funções mais ricas como de operadoras (Verizon e AT&T) e empresas como HP e IBM.

7 - Olhe para a nuvem Mesmo que você não vá adotar SaaS ou outro serviço em nuvem nos escritórios principais, os fornecedores dessas tecnologias geralmente têm ofertas para funcionários remotos. Dois principais exemplos são desktop como serviço e gerenciamento de rede distribuída baseada em nuvem. Já falamos sobre os benefícios do VDI, e implantar essa tecnologia in-house não é muita vantagem para empresas que usam servidores virtuais no data center. No entanto, aqueles que ainda não se arriscaram na virtualização, podem preferir a entrega terceirizada de desktops virtuais

Desktops Virtuais Qual porcentagem do seu atual ambiente de desktop é virtualizado? E nos próximos 18 meses? *Atual

**18 Meses

>> Nada *48%

**5%

>> Entre 1% e 25% *38%

**43%

>> Entre 26% e 50% *6%

**27%

>> Entre 51% e 75% *4%

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>> Entre 76% e 100% *4%

**9%

Dados: Pesquisa Virtualização de Desktop, da InformationWeek Analytics, com 328 profissionais de tecnologia do negócio usando, testando ou avaliando VDI. Julho 2010.

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Tech Review por empresas como Desktone, Enomaly, MokaFive e ThinkGrid; elas oferecem opções interessantes, incluindo acesso offline a desktops. Até mesmo a Citrix está entrando na onda, se unindo à CSC. A segurança não precisa ser um problema. A empresa de CPA que mencionamos inicialmente usa SaaS de fornecedores que demonstraram proteção aceitável. “Enquanto a regra é manter dados da companhia apenas em dispositivos corporativos, os dados armazenados em nuvem podem ser acessados por qualquer dispositivo”, disse o diretor. Por outro lado, a tecnologia oferece apenas parte do suporte total aos trabalhadores remotos. É preciso cultivar habilidades de suporte dentro da área de TI e trabalhar em conjunto com o negócio e RH para garantir que normas e políticas sejam cumpridas.

8 - HABILIDADES AFIADAS Enviar suporte presencial para um funcionário remoto é caro e nada prático, do mesmo modo, enviar laptops de casa para a matriz reduz a produtividade. É crucial que a TI tenha softwares e habilidades para realizar administração por meio de conexões remotas entre desktops, uma função padrão no Windows desde a versão XP. Garanta as rotas de suporte remoto dos funcionários e que a TI tenha direitos de acesso. Mais além, funcionários remotos devem ter acesso às tecnologias de colaboração. Considere uma equipe dedicada de suporte remoto ou, pelo menos, algum treinamento específico para os que fazem suporte geral.

9 - CRIE FERRAMENTAS ONLINE DE AUTOAJUDA

10 - POLÍTICAS FORMAIS PARA O TRABALHO REMOTO Políticas de governança e procedimentos de suporte geralmente são ignorados nos programas de acesso remoto. Devido às questões técnicas, gerenciais e legais que envolvem forças de trabalho remotas, essas regras não são responsabilidade apenas da área de TI e devem ser desenvolvidas, em conjunto, pelos departamentos jurídico e de recursos humanos. O objetivo é garantir que todos conheçam regras, cargos, responsabilidades e expectativas. Em nosso relatório, discutimos cinco áreas específicas que as políticas de telecom devem cobrir. Mas uma que se destaca cada vez mais, conforme empresas contratam forças de trabalho internacionais, de acordo com a advogada Nicole Belson Goluboff, é a de funcionários remotos que vivem em jurisdições civis, fora de escritórios corporativos e que acabam em uma zona legal obscura, sujeitos a confusões de padrões legais e regulamentais que governam desde seguro desemprego e compensações até reclamações de discriminação. Talvez seja interessante consultar um advogado trabalhista. UBM *Kurt Marko é um escritor de tecnologia e veterano da indústria de TI.

Usuários remotos, especialmente aqueles que viajam e acessam diferentes redes públicas, estão mais suscetíveis a contaminações via web de seus colegas de escritório

Outra forma de reduzir o fardo de suporte imposto por uma força de trabalho remota é encorajando a autoajuda. Isso pode incluir diversos canais de entrega, como documentos online pesquisáveis, FAQs, fóruns (de preferência monitorados pela TI, assim um especialista pode ajudar quando outros usuários não resolverem o problema ou passarem informações erradas) e, até mesmo, bate-papo em tempo real. O uso eficiente da atual abundância de tecnologias de colaboração pode minimizar custos com chamadas de suporte e até elevar o nível de satisfação e produtividade.

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Estante

Future minds Vivemos tempos de pequenas transformações que, quando somadas, revelam profundas mudanças nos rumos da humanidade. Pare para pensar: as coisas nunca foram tão instantâneas. Talvez por isso vêem-se tantos autores promovendo esforços na tentativa de compreender para onde caminhamos. Richard Watson reflete sobre como a era digital está mudando nossas mentes, por que isso importa e o que podemos fazer a respeito. O livro aborda como a proliferação tecnológica influencia a maneira como nos comportamos e interagimos em sociedade.

Editora: Nicholas Brealey Publishing Preço sugerido: US$ 12,21

O líder comunicador Transforme sua mensagem em uma história convincente em sete passos. Sensacionalismos a parte, Jerry Weissman apresenta os segredos para montar uma apresentação de sucesso. Afinal, uma comunicação eficaz pode ser o diferencial na hora de mostrar valor da área ou pleitear recursos para projetos. A obra traz casos de empresas como Microsoft, Cisco e Intel.

Editora: Campus Preço sugerido: R$ 59,90

Satisfação garantida Negócios não existem sem clientes. Tony Hsieh revoluciona a interação com o mercado suportado pela premissa de criar ambientes de satisfação dentro e fora da empresa. Para tanto, desafia-se com técnicas de trabalho muitas vezes inusitadas e, com elas, consegue resultados surpreendentes nos negócios. Algumas dessas experiências figuram no livro do executivo que muitas vezes aproveitou momentos de tédio para criar formas de inovar.

Imagens: divulgação

Editora: Thomas Nelson Brasil Preço sugerido: R$ 39,90

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Inovação

Três ideias para 2011

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aneiro é sempre um bom mês. O ano recém-terminado transforma em meras lembranças os desafios enfrentados no passado. Muitos de nós aproveitamos um merecido período de descanso com família e amigos. E o melhor de tudo, estamos ansiosos pelo ano que se inicia, trazendo novas oportunidades e possibilidades. Como aproveitar ao máximo o que nos aguarda? Aqui estão três boas ideias para se considerar: Menos é mais. Sucesso estratégico não é apenas questão de fazer as melhores escolhas sobre os próximos passos. É, também, um ponto de decidir o que não fazer. Frequentemente nos tornamos vítimas de nosso próprio sucesso. Somos realizados no que fazemos. Dizemos “sim” com muita facilidade. E o resultado é bem evidente. Acabamos sobrecarregados e estressados. Nossa vida profissional perde seu equilíbrio e, em alguns casos, isso se reflete em nossa saúde física. Aprender quando e como dizer “não” é tão importante (se não, mais importante) quanto dizer “sim”. Decida quais atividades do ano passado precisam ser terminadas antes de iniciar novos projetos. Lembre-se

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Foto: Divulgação

Soumitra Dutta

é reitor para relações exteriores da Insead e professor de negócios e tecnologia da Roland Berger soumitra.dutta@insead.edu

que menos pode ser mais. Seja ousado. Estamos no meio de mudanças tectônicas – sejam causadas pelo crescimento de mercados emergentes ou pela rápida transformação da tecnologia. Não é hora de ser tímido. Você precisa pensar grande. Pensar no futuro. Pensar com amplitude global. Você precisa ser inovador. Precisa ser ousado para aproveitar as oportunidades. Os riscos existem, mas também há oportunidades, não importa qual seja sua área de atuação. Lembre-se que o que parece arriscado para você é uma oportunidade para outra pessoa. Você é caça ou caçador? Faça o bem. Negócio nenhum pode ser bem-sucedido em uma sociedade falida. Manter seu foco restrito ao desempenho de sua empresa não é mais o bastante. As fronteiras estão mudando. É preciso pensar além. É preciso pensar em como colaborar com o contexto social em que se opera. E não se trata apenas de um programa corporativo de responsabilidade social, mas de mudar o centro de seu negócio. É garantir que essa colaboração social esteja gravada no DNA de sua equipe. O ano está apenas começando. Cabe a você aproveitá-lo da melhor maneira. InformationWeekBrasil | Janeiro de 2011

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