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ITAD chega ao Brasil
ITAD chega ao Brasil
CONHEÇA O CENTRO DE ALTA TECNOLOGIA PARA TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE ATIVOS DE TI
E m abril de 2018, a Ingram Micro Brasil inaugurou um centro ITAD (IT Asset Disposition) em São Paulo (SP) – o primeiro da América Latina. O objetivo da operação, que já está presente em diversos países ao redor do mundo, é dar o destino adequado aos ativos de TI de empresas de todos os portes, garantindo que os equipamentos sejam descartados de forma segura e sustentável. Quando há possibilidade, os itens ainda podem ser reinseridos no mercado ou na cadeia produtiva sob a forma de commodities.
Com a evolução das tecnologias, os descartes de aparelhos eletrônicos pessoais e empresariais se tornaram um problema global. Só em 2016, a população mundial gerou cerca de 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico (também conhecido como e-waste) – o equivalente ao peso de cerca de 4,5 mil torres Eiffel. Os dados são do relatório Global E-waste Monitor 2017, pesquisa internacional elaborada pela Universidade das Nações Unidas (UNU) em parceria com a União Internacional das Telecomunicações (UIT) e a International Solid Waste Association (ISWA – Associação Internacional de Resíduos Sólidos).
“No Brasil, a demanda por soluções que assegurem a destinação correta de equipamentos eletrônicos vem aumentando”, ressalta Mauricio Araujo, Head of Operations, Purchasing and Customer Service da Ingram Micro Brasil. “Isso ocorre não só por conta da conscientização geral sobre a importância da preservação do meio ambiente, mas também por razões legais.”
Em 2010, a lei número 12.305/10 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. “A PNRS institui a responsabilidade compartilhada de fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos”, explica Araujo.
Como funciona
Quando os clientes pretendem fazer uma renovação de computadores, por exemplo, eles precisam decidir o que fazer com os aparelhos antigos. A função do ITAD é auxiliar nesse processo.
Carla Albino Maia, Business Development Manager ITAD no Brasil, explica que, além de vender a safra nova de computadores, a Ingram Micro, quando possível, compra a antiga e leva os equipamentos para o ITAD. Assim que chegam à unidade, eles são testados e passam por um processo de data wipe, que consiste em apagar todos os dados da máquina de forma segura. Assim que isso é feito, o cliente recebe um certificado que garante que 100% do conteúdo que estava salvo foi apagado.
Se o cliente autorizar, os equipamentos que ainda funcionam podem ser revendidos pela Ingram Micro ou por outras empresas. Os produtos não aproveitados são direcionados para parceiros de reciclagem, que fazem com que um item seja reutilizado e volte à cadeia produtiva. Nesse caso, o cliente também recebe um certificado. O documento garante que a destruição do eletrônico foi feita da maneira correta e segundo as normas. Vale destacar que todos os parceiros da operação ITAD são homologados e contam com os selos e as certificações necessárias.
“A maioria dos componentes de um ativo de TI pode ser reciclada, como plásticos, cobre, alumínio, silício e aço. Os materiais desses dispositivos eletrônicos são enviados para refinarias especializadas. Quando os materiais saem dessas refinarias, eles já estão na forma de matérias-primas, prontas para serem reutilizadas em produtos feitos de plástico e metais”, conta Martin Garcia-Brosa, ITAD Regional Director.
“A necessidade de realizar a logística reversa de equipamentos eletrônicos é universal, pois os recursos são finitos e é preciso agir para reduzir impactos ambientais, reutilizando e reciclando materiais” diz Luis Lourenço, VP & Brazil Chief Executive. “Com a nova operação ITAD, a Ingram irá prover uma solução completa a seus clientes, entregando equipamentos novos, mas também desmontando o parque antigo e cuidando de sua destinação com segurança, incluindo serviços como o cancelamento total dos dados armazenados nos equipamentos antes que saiam da empresa.”
Economia e praticidade
A grande vantagem que o ITAD oferece para os clientes é a possibilidade de concentrar mais serviços na Ingram Micro Brasil. Isso significa que, em vez de providenciar uma empresa especializada em cuidar de equipamentos antigos, é possível tratar diretamente com quem está fornecendo os novos. Isso agrega valor à proposta de venda, já que o consumidor sabe que a frota antiga terá a destinação correta, sustentável e de acordo com as normas.
“A área de ITAD nos diferencia da concorrência e pode gerar valor na venda da revenda ao usuário final, na medida em que podemos utilizar esses serviços como moeda de troca na venda de produtos”, explica Sandra Fantoni, Diretora de Marketing e Produtos Commercial & Consumer Ingram Micro Brasil. “Ela será de grande valor agregado às vendas de PCs e Mobilidade, já que o crescimento previsto até 2021 em base instalada será menor que dois dígitos”, completa.
“Com essa estrutura, dispomos de todos os requisitos para o tratamento e destinação de resíduos eletrônicos de forma compatível com as normas legais no Brasil e de acordo com as melhores práticas internacionais”, aponta Araujo.
Garcia-Brosa concorda e ressalta a importância do ITAD para a Ingram Micro. “É essencial fornecer uma oferta abrangente de serviços aos seus clientes, de modo que, enquanto eles adquirem novos ativos, tenham também uma solução para a disposição dos antigos. Esses benefícios oferecidos aos consumidores têm implicações socioambientais, legais, econômicas e de proteção de dados.
Trajetória
A história do ITAD começou há cinco anos, quando a Ingram Micro adquiriu a empresa norteamericana CloudBlue. A companhia atuava no setor desde 2001 e tinha uma base com mais de mil clientes – boa parte deles dos Estados Unidos. O objetivo da compra foi dar escala global às operações e levar os serviços para mercados internacionais.
“Nossas novas instalações em São Paulo são parte integrante do crescimento orgânico contínuo da Ingram Micro ITAD. Nos últimos quatro anos, abrimos 15 novos locais em todo o mundo para fornecer serviços de ITAD e de suporte ao ciclo de vida para clientes atuais e novos”, diz Todd Zegers, vice-presidente de ITAD & Logística Reversa da Ingram Micro.
Zegers ainda destaca que a iniciativa dos centros de tecnologia deve continuar crescendo. Ainda em 2018, a Ingram Micro irá abrir unidades de ITAD no Chile, no Peru e na Colômbia, além de ter inaugurado uma recentemente na cidade de Vancouver, no Canadá. Em 2019, a operação deve chegar à Cidade do México, no México, à Austrália e à Itália. “Aberturas em outros lugares do mundo vão depender das necessidades de clientes e dos volumes”, finaliza o especialista.
E-waste no mundo
Todos os anos, milhões de toneladas de lixo eletrônico são descartadas ao redor do mundo. Atualmente, a China é o país que mais produz e-waste em todo o planeta. Só em 2016, os chineses descartaram mais 7,2 milhões de toneladas de aparelhos eletrônicos. O número é tão elevado que corresponde a cerca de 39% do lixo eletrônico produzido pelos 49 países da Ásia juntos – o total é de 18,2 milhões de toneladas.
Rússia, Japão, Indonésia e Índia são algumas das nações asiáticas que mais geram lixo eletrônico. Em 2016, todas elas produziram mais de um milhão de toneladas. Vale destacar que, no total, a Ásia é responsável por 40,7% de toda a produção de e-waste no mundo.
O relatório Global E-waste Monitor 2017 mostra que o Brasil também descartou muitos equipamentos. O País é o segundo maior gerador de lixo eletrônico das Américas, com registro de 1,5 milhão de toneladas em 2016. O líder da lista é os Estados Unidos, que descartou 6,3 milhões de toneladas de eletrônicos no mesmo período.
No total, os 35 países da América do Sul, Central e do Norte, foram responsáveis pela produção de 11,3 milhões de toneladas em 2016 - 25,3% de toda a produção mundial. Segundo o relatório, apenas 1,9 milhão de toneladas desse total foram documentadas como coletadas corretamente e recicladas.
A Europa tem números parecidos com os das Américas. Em 2016, o continente foi responsável por 27,5% da produção global de lixo eletrônico – foram 12,3 milhões de toneladas. Isso significa que cada habitante do Velho Continente produz em média 16,6 kg de e-waste.
O Reino Unido e a Irlanda do Norte são as nações europeias que mais geram lixo eletrônico. Em 2016, foram 1,6 milhão de toneladas. A Alemanha ocupa o segundo lugar do ranking, com 1,8 milhão de toneladas. França e Itália seguem com 1,3 e 1,1 milhão de toneladas, respectivamente.
África e Oceania foram os continentes que menos registraram produção de lixo eletrônico no ano analisado pelo Global E-waste Monitor 2017. Os 53 países africanos foram responsáveis por 5% do resultado mundial (20,2 milhões de toneladas). Isso quer dizer que cada habitante descartou em média 1,9 kg de equipamentos eletrônicos.
A Oceania representou apenas 1,6% do número global. Foram 0,7 milhão de toneladas produzidas por 13 países. Como se vê, no conjunto global, há muito e-wate sendo produzido.
Todos esses números somente comprovam que, mais do que se preocupar com a destinação de ativos, a Ingram Micro está na vanguarda por um planeta melhor, mais sustentável e que garanta mais qualidade de vida para as gerações futuras.