GOI Â NI A | GOI Á S | BRA S IL | E D IÇ Ã O 008
@ I NMAG AZ INEOFICIAL
AS DAMAS DO VINHO
“De produtoras a consumidoras, o universo que gira em tono da bebida se torna um espaço com cada vez mais mulheres.” Leia a matéria completa produzida pela jornalista Naiara Gonçalves
E T IQU E TA Fabi Calvo nos conta a importância da mesa posta como momento de reunião familiar
A R Q| DECOR O momento é de renovar os espaços sociais para comemorar a alegria da vida
TURISMO Conheça os encantos da famosa “Rota das Emoções” 1 | in!
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H O ME N A GEM
Foto: Nicole Oliveira @fotografia.nichole 4 | in!
UM CANDEEIRO Por Rimene Amaral
“Esta vida é uma estranha hospedeira, De onde se parte sempre às tontas, Pois nunca as nossas malas estão prontas, E a nossa conta nunca está em dia.” Mario Quintana
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ez ou outra a vida dá um jeitinho de cruzar nossos caminhos com os caminhos de pessoas especiais. Há quem as veja como anjos que cruzam nossas vidas, nem que seja pra ensinar que sorrir deixa a vida mais leve. E quando esses anjos de sorrisos largos e olhos apertados também usam a voz, aí já é extrapolar a energia. E existe muita gente assim. Mas poucas estão no mesmo caminho que o nosso. Era um sábado de feijoada, numa época em que aglomerar era permitido e a vida parecia ser eterna. E perecíamos imortais. Cheguei ao evento e, antes mesmo de cumprimentar os anfitriões, minha atenção foi atraída para o palco, e tirei os óculos escuros para “escutar melhor”. Alguém cantava MPB de olhos fechados, com a mão esquerda abraçando um microfone prata retrô, e a direita sendo embalada pelo som da voz, como se hipnotizasse o público. Eu ainda não tinha cumprimentado os anfitriões, mas quis saber quem era a dona daquela voz e daquela interpretação no
palco. “Carina Duarte. Você precisa conhecê-la”, alguém me disse. Carina não precisava de holofote. Tinha luz própria. E que luz! Era um candeeiro. Ouvir a voz da Carina era como transcender, sair da realidade sendo levado pelas notas – ora grave e macia, às vezes aguda e leve –, pela interpretação, pelo jeito, pelo abraço… Ela nos levava! O lugar da Carina nos palcos das artes e no palco da vida jamais será preenchido e sua voz nos fará falta. Carina nos fará falta! E nossas vidas ficarão um tanto triste com a ausência da sua voz. Com a ausência dela! É difícil falar da tristeza de se despedir de alguém que eu só conheci sorrindo. Parece que não é natural, que não é normal. E o sorriso, a voz, a energia da Carina ainda vão pairar por muito tempo nas nossas memórias. Tomara que o tempo possa acalmar nossos corações, enquanto a vida continue sendo essa “estranha hospedeira”. E que as lembranças estejam sempre presentes para fazer a alma respirar. 5 | in!
E DI TOR IA L
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CAPA
Foto: Letícia Coqueiro
ma edição nova, novas expectativas, novos sonhos, realizações a caminho, a esperança ainda toma conta de nós brasileiros, esperança de dias melhores, acreditando que no final tudo dará certo. Ainda estamos vivendo um momento que nunca esperamos viver, mas a vacina chegou, muitos já foram imunizados, porém, ficamos tristes quando constatamos que outros tantos, por uma irresponsabilidade, não tiveram a mesma chance, esperamos que num futuro breve, todos sejam vacinados, que estejam mais seguros. Torcemos para que tudo volte ao normal ou um “novo normal” se aposse do mundo, e que possamos cada vez mais aproveitar a vida e os momentos juntos a quem amamos. Estamos trazendo uma edição muito bonita, começamos com uma merecida homenagem a nossa grande diva Carina Duarte que nos deixou esse ano em decorrência de complicações da Covid-19. Essa edição está repleta de informações, artigos, várias dicas e muitos assuntos interessantes. Esperamos que leiam e que gostem dessa edição como gostamos em fazê-la. Obrigado a todos pelo tempo e por nos deixar fazer parte de suas vidas! Até a próxima edição! Nicholas Barhtras Editor Chefe
@inmagazineoficial
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AS DAMAS DO VINHO Convidadas: Emília Carvalho, Marlla Santos e Letticiae Bittencourt Foto: Leticia Coqueiro Direção: Nicholas Barhtras Styling: Flávio Ximenes Texto para a matéria: Naiara Gonçalves Criação: dg|in Locação: Vinoteca Escola de Vinhos e Adega
COLABORADORES NESSA EDIÇÃO EXPEDIENTE Diretor Geral: Nícholas Bárhtras Projeto Gráfico e Diagramação: DG IN! Fotos: Letícia Coqueiro, Nícholas Bárhtras, Tesouros do Brasil Colaboradores: Alysson Silva, Bruno Teixeira, Christian Blum, Cristiano Sousa, Danilo Orsida, Fabi Calvo, Flávio Ximenes Herbert Emílio Araújo Lopes, Hugo Alexandre Lima, João Victor, Júlio Manoel, Luiz Portal, Maíra Azevedo, Naiara Gonçalves, Rimene Amaral
H u g o A l ex an d r e
F ab i C al vo
Herbert Emílio Araújo Lopes
Danilo Orsida
C h r i st i an B l u m
A l y sso n S ilva
R i m en e A m ar al
Jú l i o Man oel
Departamento Comercial: NBPress Editora Gerente Comercial: Fernando Siqueira Fale com a Redação: revistain08@gmail.com “IN!” Magazine é um produto da NBPress Editora. +55 62 99931 1861 @inmagazineoficial A Revista “IN!” Magazine (digital) não se responsabiliza pelos artigos, matérias e textos assinados por seus colaboradores, bem como as fotos e imagens inseridas nos mesmos e também não possui nenhum tipo de vínculo empregatício com nenhum de seus colaboradores. É expressamente proibida a reprodução total ou parcialdas páginas sem autorização e citação da fonte.
B r u n o Tei x ei r a
Cris tiano Sous a
Fl á v i o Xi m e n e s
Maí r a A zev ed o
N ai ar a G o n çal v es
Jo ão Vi ctor
L u i z P o r tal 7 | in!
Í ND IC E
_ HOMENAGEM A CARINA DUARTE Por Rimene Amaral............. 04 _ EDITORIAL ................................................................ 06 _ EXPEDIENTE | COLABORADORES ........................... 07
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_ ÍNDICE ...................................................................... 08 _ ARQ | DÈCOR: ...Ainda dentro de casa ..................... 10 _ HORA DA PIPOCA: Filmes e séries .......................... 16 _ BELEZA & SAÚDE: Harmonização facial .................. 22
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_ MODA: Moda consciente made in Brazil ................... 26 _ ORATÓRIA: Falar bem e com segurança .................. 30 _ EDUCAÇÃO: Jovem sistêmico ................................ 34 _ ETIQUETA: A magia da mesa posta ......................... 36 _ CAPA: O vinho cai no gosto das mulheres............... 40
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_ GASTRONOMIA: ... E que parmegiana! ................... 44 _ COMPORTAMENTO: Angustia e regulação psicológica no contexto da pandemia de covid-19 ..................... 48 _ SAÚDE: Homens vão menos ao médico ................... 52 _ LIPOASPIRAÇÃO LAD: ............................................ 54
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_ ARTIGO: Digo Festival.............................................. 56
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_ NUTRIÇÃO: Saúde X Preço ....................................... 62 _ SEUS DIREITOS: A intolerância (política, religiosa e social) nos tempos de agonia do Eros ....................... 66 _ REFORMA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA ...................... 70 _ TURISMO: A rota das emoções ................................ 72
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A R Q|D È C OR
| Por Christian Blum
...AINDA DENTRO DE CASA Está chegando a hora de recebermos os amigos mais próximos no aconchego e na segurança de nossas casas. O momento é de renovar os espaços sociais para o prazer de estar novamente em companhia de nossos queridos para comemorar a alegria da vida
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ntensamente vividos, os espaços íntimos acabaram transformados com aspectos funcionais para suprir as necessidades do trabalho a distância. O momento, então, é de renovar os espaços sociais de nossas casas, para o prazer de estar novamente em companhia de nossos queridos para comemorar a alegria da vida. Conforto e envolvimento para longas conversas. Os sofás são elementos de destaque nos ambientes sociais, devem ser, além de confortáveis, elegantes e atrativos. Para um investimento durável, procure por marcas referência em qualidade, tecidos nobres e tratados, uma boa estrutura pode durar décadas. Sempre importantes na composição, as mesas de almoço e jantar devem ser mais generosas em espaço, deixando de serem confinadas em ambientes fechados,
e sim próximas a varandas e janelas, ou mesmo integradas aos de estar. Nesses espaços a iluminação natural é bem-vinda, no entanto, seu excesso pode ser amenizado com o uso de telas solares. Práticas, fáceis de instalar e de limpar, as telas solares podem ser escolhidas de acordo com a redução da luminosidade desejada, e podem ter seu acionamento integrado ao sistema de automação, sendo que este pode até ser controlado pelo celular, onde quer que você esteja. Móveis com desenhos especiais e complementos personalizados despontam como obras de arte, destacando notas de exclusividade aos ambientes. Sempre lembro também que os lavabos resumem o quanto especial é sua casa, pois é neles que seus convidados percebem, sem interferências, toda a riqueza nos detalhes da arquitetura e da decoração.
ESTAR Sofá curvo e poltrona Agogô das irmãs Lilly e Renata Sarti e mesas de centro Itabirapoã e Indaiá de Fernanda Marques para a Breton.
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JANTAR
Mesa de jantar Mantiqueira da coleção de mesas batizadas pela arquiteta Fernanda Marques com nomes de serras paulistas – a placa de mármore do tampo é contornada por uma moldura irregular de madeira com acabamento shou sugi ban, técnica japonesa de carbonização da superfície para a @bretonoficial
CORTINAS
A cortina rolô HunterDouglas garante conforto térmico e visual e é capaz de adequar o ambiente a necessidades específicas com ampla variedade de tecidos e diferentes níveis de privacidade: de translúcidos a opacos. Com larguras de até 580 cm e altura de até 900 cm, podem ser confeccionadas em poliéster, fibra de vidro com PVC, fibras naturais, juta ou celulose na @stermann.hd
AUTOMAÇÃO Interruptor com apresentação para uso fácil da Lutron - há uma variedade de componentes sem fio para personalizar ou expandir um sistema de automação, uma única sala ou para toda a casa, podendo integrar, também sem fio, cortinas e telas solares, bem como sensores de ocupação e termostatos, possibilitando controle total da casa. @lutroneletronics
Christian Blum, arquiteto e urbanista pela Universidade de Brasília, é especializado internacionalmente em Arquitetura Hoteleira de Luxo pela Faculdade Roberto Miranda, realiza renovação de embaixadas, hotéis, resorts, restaurantes e spas, além de reformas e projetos residenciais. Contato: @chrisbblum | 61 99177-8904 bassayblum@gmail.com
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CONFORTO SExclusividade da Natuzzi o sofá Trionfo tem a tecnologia CubiComfort Triple-Motion, sistema responsável por automatizar o movimento de cada módulo do sofá de maneira independente: apoio de cabeça, costas e pés são acionados separadamente, por botões discretos nas laterais internas dos assentos ou por dispositivo bluetooth, sim, podem ter seu movimento ativado por aplicativo no celular! @natuzzigoiania e @natuzzibrasilia
DESIGN Encomendado para uma mostra de decoração pelo arquiteto Christian Blum ao artista plástico Rogério Reis, o aparador Pendulum é uma homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer e foi inspirado nos monumentos em Brasília. A poesia das formas fluidas, a pureza do branco e o esforço para ir além da matéria, sublimando a gravidade expressam a utopia de uma cidade que foi concebida como promessa para a humanidade. O design do objeto é resultado do elegante equilíbrio entre matéria e gravidade, sintetizando o âmago da arquitetura e da cidade. A escultura faz parte da série “Utopia do amanhã” e é produzido pelo @atelierrogerioreis
ACESSÓRIOS Belíssimos e inovadores os complementos para lavabos da linha Cranium Vintage da Vallvé surpreendem pela irreverência. Disponíveis numa exuberante gama de cores em acabamento fosco ou polido na @vallve_brasilia
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DECORAÇÃO Alegria e vivacidade na nova coleção da Tidelli: as mandalas em corda náutica e o mobiliário assinado pelo colombiano baseado na Califórnia César Giraldo, são sucesso nas lojas do país norte americano e podem ter cores personalizadas na @tidellibrasil
CUBAS Lançamento mundial, a coleção de cubas Horizon assinada por João Armentano é internacionalmente premiada. Seu desenho minimalista possui acabamento com aparência aveludada, sem o inconveniente de manchar com o toque, e permite customizar o tampo em cores da paleta da Roca na @jotafranca_banho
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H O R A D A P IP O C A
| Por Alysson Silva
VIUVA NEGRA O longa chega com a sensação de dever cumprido e com as suas histórias amarradas e concluídas
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inalmente, mais de ano de espera, o tão aguardado “Viúva Negra” chega aos cinemas e de forma online pelo Premier Access no Disney+. Programado anteriormente para maio de 2020 e sofreu três atrasos até chegar em sua data final de lançamento. E o longa chega com a sensação de dever cumprido e com as suas histórias amarradas e concluídas. Eu confesso que a personagem Natasha Romanoff/ Viúva Negra é a minha personagem feminina favorita do MCU e digo com propriedade que o filme está a altura sim da personagem, para muitos o seu solo era para te chegado antes e alegam estar com o time errado, mas acredito que veio no tempo certo, ainda que possua problemas a história dela pode ter o seu protagonismo que tanto a personagem precisava, num tempo, onde ver mulheres heroínas protagonistas de filmes de super-heróis, ainda é alvo de muito preconceito e críticas, por não acreditarem que elas possam dar conta do recado e entregar uma história superior aos heróis masculinos, já vimos vários exemplos como Mulher Maravilha e Capitã Marvel, que sim, mulheres devem e precisam ser protagonistas de suas histórias. A trama começa mostrando os eventos do passado de Natasha/ Viúva onde nos primeiros 16
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minutos iniciais a sua infância em Ohio, no ano de 1995 onde convivia com seus pais e sua irmã Yelena. Podemos observar toda a sensibilidade em apresentar as cenas de abertura onde vemos uma família que aparentemente parece ser perfeita, com as meninas brincando ao redor da casa, e em cenas belas e delicadas envolvendo laços e dramas familiares de forma tocante e especial. Em contrapartida sua família na verdade, são agentes disfarçados e precisam fugir de onde moram. Tem boas cenas de aventuras, perseguições e muita adrenalina. Em Cuba, observamos essa família em ruínas, e Natasha tendo que fazer escolhas. É muito legal poder ver a essência dela, de todas as suas feições e com um instinto de proteção para com a sua irmã. Poder observar melhor os primórdios de quando era apenas uma menina, onde se mostrou corajosa, destemida e feroz e é isso que tanto amo na personagem, ver isso nas telas é algo muito bom e prazeroso de se acompanhar, além de assistir ao processo de recrutamento e preparação que fez dela ser a Viúva Negra que tanto amamos. Após a cena de abertura, e passados 21 anos, é quando podemos
Alysson Silva é aspirante a crítico, estuda sobre cinema e TV, natural de João Pessoa/PB, onde mora, é diretor do site Cine com Pipoca e da página Sétima Arte LGBTQIA+. Produtor de conteúdo, colunista e crítico de filmes e séries. @cinecompipoca @setimaartelgbtqia >> 17 | in!
acompanhar a história de Natasha e sua irmã Yelena (Florence Pugh) como viúvas negras. Enquanto Natasha está se refugiando, com novas identidades, após os eventos envolvendo os Vingadores, onde ela e o Capitão América estão foragidos. Já em Marrocos vemos a Yelena em sua missão para combater um inimigo, após uma série de incidentes Natasha vai rumo a Budapeste onde veremos
todo o desenrolar, do que de fato, aconteceu por lá que tanto mexeu com a Viúva Negra. A narrativa procura contar as histórias inacabadas e até então não reveladas nos filmes, sobre o passado de Natasha/Viúva e posso afirmar que as cenas de luta, foram muito bem orquestradas, não deixando nada a desejar aos filmes anteriores do estúdio. Com um roteiro de Eric Pearson (que roteirizou “Thor Ragnarok” e a série “Agent Carter”) traz um enredo satisfatório, de forma que o longa tivesse seus arcos fechados sobre a protagonista e poder efetuar uma despedida para a personagem. A direção ficou a cargo de Cate Shortland (que possui poucos filmes em seu currículo), ela fez o que pôde para tentar trazer um filme mais feminino, onde que pudesse mostrar um lado mais humano das protagonistas e menos machista. Infelizmente o roteiro apesar de ser
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bom, possui diversas falas envolvendo muito machismo, prejudicando um pouco a narrativa em alguns momentos. De certo, se o roteiro tivesse sido escrito por uma mulher o resultado poderia ter sido melhor. O que não falta são cenas de ação, lutas e explosões. Com vários efeitos especiais e cenas grandiosas envolvendo perseguições de motos e carros pelas ruas de Budapeste. Um fato curioso e interessante, as filmagens foram feitas na Austrália. Natasha queria ser muito mais do que uma assassina treinada. Spoiler: A Viúva Negra junto com Yelena vão rumo a sala vermelha combater o seu treinador e o vilão do filme, o DreyKov (Ray Winstone), que sua missão sempre foi recrutar garotas para participarem de seu projeto de montar um exército de mulheres (Viúvas Negras) onde ele as controlavam pela mente e quem não se adaptasse, morreria covardemente, as que tinham serventia a ele, viravam máquinas de matar. O segundo ato, vemos o desenrolar da busca de libertar o até então pai fake Alexei (David Harbour) e o roteiro busca mostrar as conexões dos laços familiares envolvendo a sua família quando ainda criança e o reencontro deles ativa em Natasha e Yelena traumas do seu passado e feridas ainda abertas. Foi incrível poder ver a Viúva Negra como Natasha e toda a sua humanidade, vulnerabilidade e sua força, mantendo sua essência, não perdendo o seu lado humano, sensível e humilde. Características que tanto gosto nela. O ato final, vemos a conclusão dos eventos na sala vermelha, a descoberta de segredos do seu passado, as cenas de lutas, de destruição ao ar livre, são boas e bem filmadas. A narrativa das Viúvas Negras mostra um pouco da força do girl power, mesmo que timidamente, algo que possa ser explorado em
histórias futuras. A dupla protagonista trouxe bastante luta, garra, força e emoção. Scarlett Johansson, Florence Pugh e Rachel Weiz fazem um bom trabalho. Senti que os personagens de David Harbour e Ray Winstone foram pouco desenvolvidos, além de acreditar que o filme poderia ter um vilão de peso, mas o que foi apresentado foi fraco e aquém das expectativas. No geral Viúva Negra é um bom filme, e
traz um filme à altura da personagem, iniciando bem a fase 4 do MCU, ainda que a história dela tenha chegado ao fim, ela ficará para sempre em nossos corações. • PS: Esperem os créditos acabarem para assistir uma cena pós crédito, algo já tradicional em filmes da Marvel.
NOTAS TRÊS METROS ACIMA DO CÉU
Baseado no livro “Três Metros Acima do Céu” de Federico Moccia, a série italiana original da Netflix que teve a sua segunda temporada lançada recentemente no catálogo da plataforma, busca atrair o público jovem e fãs da obra original que teve dois filmes adaptados para o cinema, dos dois primeiros livros da trilogia. Aqui vemos a história de Summer (Rebecca Coco Edogamhe) que vive com sua mãe Isabella (Thony) e irmã Blue (Alicia Ann Edogamhe) na costa adriática da Itália. Ela passa os seus dias trabalhando em um hotel local e a passear com sua melhor amiga Sofia (Amanda Campana) e Edo (Giovanni Maini), seu amigo de infância. A protagonista tem sua vida virada de cabeça para baixo com a chegada de Alessandro (Ludovico Tersigni) que é rico e ela é da classe média, ambos pertencem a duas realidades completamente distintas. Como os opostos se atraem ela logo se vê envolvida e se apaixona perdidamente por ele, vivendo um verão inesquecível que os levará para bem distante das pessoas que eram antes de se conhecerem. Na primeira temporada com oito episódios em média de 39 a 54 minutos de duração, vemos o desenrolar do amor entre Summer e Alessandro e todas as dificuldades para ficarem juntos. Ao mesmo tempo vemos outras histórias se desenvolvendo, do desabrochar da sexualidade de Sofia e de suas experiências com mulheres, das desventuras de Dario (Andrea Lattanzi) para conquistar garotas e do Edo que é apaixonado pela Summer e ainda não contou para ela. Todos terão que lidar com as ciladas que a vida proporciona nessa fase e de como eles tem de crescer e evoluir rumo a uma vida melhor. A segunda temporada mostra um novo quadrilátero amoroso entre Summer, Edo, Alessandro e Lola (Amparo Piñero) e os desafios de se viver um grande amor. Enquanto isso vemos Sofia lidando com seu amor recente, e Dario tentando viver um novo amor. A trama é cheia de reviravoltas, repleta de cenas de ação, aventura, drama e romance. Vemos os personagens tendo que amadurecer e lidar com as consequências de seus atos rumo a dias
melhores, almejando a tão sonhada felicidade. essa obra. A jovem detetive não é uma criação de Conan Doyle. Na verdade, é uma fanfic de 2006 que virou filme (e dor de cabeça) no serviço de streaming. O autor, que publicou entre 1887 e 1930, nunca citou nenhuma irmã. Na verdade, Sherlock tinha oficialmente apenas um irmão mais velho, Mycroft Holmes, que aparece em três obras. Conan Doyle faleceu em 1930 sem nem imaginar que criariam uma irmã mais nova para seus personagens. Enola Holmes surge apenas em 2006 como criação de Nancy Springer, uma escritora norteamericana. Nas histórias, Enola investiga casos de desaparecimento, desvendando as pistas até encontrar seus procurados. Ao decorrer da série, ela segue se esquivando de seus irmãos mais velhos, que insistem em colocá-la no internato e no uso de espartilhos. O grande problema vem por conta disso; a adaptação não agradou a todos e está gerando alguns probleminhas na justiça. A família de Conan Doyle está processando a Netflix por violação de direitos autorais. Além do serviço de streaming, a escritora Nancy Springer, a produtora Legendary Pictures e a editora Penguin Random House também estão na reta.
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SPECIAL
Com duas temporadas na Netflix, Special se trata de uma série do gênero comédia/drama que conta sobre a vida de Ryan O’ Connell um homem gay que possui uma paralisia cerebral desde a sua infância, agora com 20 anos precisa encarar a vida adulta, enfrentando os desafios de um trabalho exigente, sua busca de se apaixonar de verdade, ter o seu primeiro relacionamento, poder sair de casa para ficar longe de sua mãe super protetora e ter a sua tão sonhada liberdade. A série é curta, tem apenas oito episódios por temporada, “maratonando”, passa voando de tão boa que é. Inspirada na vida do criador e estrela da série,
Ryan O Connell está incrível em cena, ao mesmo tempo que aborda um assunto delicado, o enredo é divertido e leve. É muito bom acompanhar as aventuras de Ryan desde as suas investidas amorosas, sua primeira vez e todos os dilemas da vida adulta. Na primeira temporada cada episódio tem entre 14 a 17 minutos onde vemos o protagonista enfrentando os preconceitos da sociedade, sua busca por fazer sexo e conhecer um homem melhor, além da sua difícil relação com a mãe. A Netflix renovou a série para uma segunda e última temporada, de forma que pudesse fechar e amarrar as histórias dando uma conclusão. A temporada final fala muito sobre a evolução do personagem, desde a suas novas experiências afetivas, em se aceitar do jeito que é na busca por fazer novas amizades e se acertar com sua mãe. Special chega ao seu final, com sensação de dever cumprido e gostinho de quero mais, tendo episódios maiores que variam de 28 a 36 minutos. É muito interessante ver o amadurecimento do Ryan, sua melhor amiga Kim (Punam Patel) e sua mãe Karen Hayes (Jessica Hecht. Com temas atuais, e de extrema importância, a série é um deleite para o público, por sua abordagem e enredos engraçados, divertidos e arrebatadores. Uma série obrigatória não só para o público LGBTQIA+ quanto para o público em geral que ama uma boa história.
EU NUNCA...
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É uma série de drama adolescente e comedia romântica, criada por Mindy Kaling e Lang Fisher, que foi parcialmente baseada na história real da infância da comediante Mindy Kalling, que cresceu na região de Boston. A história mostra a vida moderna e complicada de Devi (Maitreyi Ramakrishnan), uma adolescente hinduamericana, filha de indianos, cujo seu pai morre durante o seu primeiro ano do ensino médio e deixa situações importantes em sua vida pessoal. Ela é uma aluna que não é nada popular na escola e acaba se envolvendo com Paxton (Darren Barnet), que tem uma paixão secreta. Ao mesmo tempo que tem que lidar com seu inimigo Ben (Jaren Lewison) e junto com suas amigas Fabiola (Lee Rodriguez) e Eleanor (Ramona Young), viverão a melhor fase de suas vidas: a adolescência. A primeira temporada foca na trama de Devi e sua busca por ser a garota mais popular do colégio e viver uma grande paixão pelo Paxton. No meio disso está sua prima Kamala (Richa Moorjani) que está com um casamento arranjado e terá que lutar para poder viver o seu grande amor verdadeiro. Nesse meio vemos Fabiola e sua
descoberta da própria sexualidade e seu possível envolvimento com garotas e Eleanor e seus dilemas com sua mãe. O interessante ressaltar é que “Eu Nunca...” é uma série leve, divertida e engraçada, que aborda temas bem atuais e que conversam com o seu público. A cada episódio podemos ver o desenvolvimento de um personagem de forma que possamos conhecer melhor todos a fundo e todos os seus dilemas. A segunda temporada foi aprovada pela Netflix
e estreou no dia 15 de julho, prometendo voltar do ponto onde terminou a primeira temporada, mostrando a vida de Devi e de seus amigos, com a adição de novos personagens e um triangulo amoroso entre Devi, Paxton e Ben. Será muito bom poder rever as aventuras dessa turma, com novas tramas, o desabrochar da sexualidade de Fabiola e muito mais. Ao todo a série já tem 20 episódios disponíveis para você maratonar, rir, se divertir e se apaixonar por cada um dos personagens.
GOSSIP GIRL (2021)
Acaba de estrear na HBO Max, o primeiro episódio da série Gossip Girl, que vai trazer um novo frescor para uma nova geração de fãs. A trama se trata de uma continuação dos eventos ocorrido em 2012, nove anos depois do final da série original que teve no total de seis temporadas, levando em consideração a mesma essência da série, mas com novos personagens, novos enredos a cada semana. A narrativa entrega um bom desenvolvimento inicial para conhecermos um pouco mais dos personagens e o que poderemos ter ao longo da temporada. Vemos as protagonistas Julien Calloway (Jordan Alexander) e Zoya Lott (Whitney Peak), que são irmãs que nunca se conheceram pessoalmente, mas que agora tem a oportunidade desse encontro acontecer e poderem ter uma vida juntas como família e estudando no mesmo colégio. Ao redor delas vemos os outros personagens, todos ricos e do mesmo grupo. O enredo nos mostra que teremos uma serie altamente diferente da original, mais inclusiva, e representativa com atores negros, personagens LGBTQIA+ e também abordando tramas como rivalidade feminina, sexo casual, rixa entre professores e alunos, triângulos amorosos, racismo, trisal e muito mais. A Gossip Girl está de volta e mais afiada e pronta para revelar os mais diversos segredos dos estudantes e “causar”. A temporada terá 10 episódios no total com duração aproximadamente de 1 hora cada.
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B E L EZ A & S A ÚD E
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| Por Hugo Alexandre Lima
HARMONIZAÇÃO FACIAL Popularmente conhecida como a ‘plástica sem cortes’, a harmonização facial é um conjunto de procedimentos realizados na face, com a aplicação do ácido hialurônico, a fim de proporcionar um formato de rosto mais jovem e uma aparência menos cansada e mais saudável
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‘protagonista’ da harmonização facial é o ácido hialurônico – um gel sintético totalmente biocompatível e praticamente idêntico ao ácido hialurônico produzido pelo nosso organismo, que é uma substância que preenche os espaços entre as células. Por ser um excelente estimulador do colágeno, ele é o responsável por deixar a pele mais hidratada, firme e elástica. O ácido hialurônico é uma substância totalmente segura e usada por dermatologistas há mais de 20 anos. Seu tempo de efeito depende do local da aplicação e varia de nove meses a dois anos. Em áreas com muita movimentação, as aplicações tendem a durar menos. Existem várias marcas e com concentrações diferentes do princípio ativo. A fim de alcançar um melhor resultado estético, há um tipo de produto mais adequado para cada região do rosto. A escolha do melhor produto também é fundamental para resultados mais naturais e duradouros. A finalidade da harmonização facial é promover um efeito ‘lifting’ e diminuir os sinais do envelhecimento pela perda natural de colágeno e gorduras em determinadas partes do rosto. Também é possível corrigir
assimetrias da face, queixo retraído, olheiras e deixar o nariz reto e empinado (rinomodelação). Além disso, a técnica é utilizada para deixar um rosto bonito ainda mais bonito com pequenos ajustes de volume e proporção.
Hugo Alexandre Lima é Médico Dermatologista e Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. CRM-GO: 11101; RQE: 9563. 62 3998 5444 - 98110 0816 (whatsapp) @drhugoalexandrelima
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As áreas mais comumente tratadas são as ‘maçãs’ do rosto, as pálpebras (olheiras), o queixo, o contorno da mandíbula, o nariz, as têmporas, os lábios e os sulcos faciais – ‘bigode chinês’ e ‘marionete’. Há alguns anos, era muito comum a procura pelo preenchimento do ‘bigode chinês’ e dos lábios. Nos dias de hoje, não é indicado tratar apenas essas partes dos rosto. A face é vista como um todo - cada detalhe é tratado buscando a harmonização entre as partes do rosto. Os homens, assim como as mulheres, são adeptos da harmonização facial. Eles têm procurado os consultórios de dermatologia para deixar o rosto com um formato mais quadrado, mais másculo e mais definido. É muito importante a avaliação detalhada da face por um dermatologista antes do tratamento com o ácido hialurônico. Doenças autoimunes - o lúpus, por exemplo - devem ser investigadas e contraindicam a aplicação do produto. O ácido hialurônico não pode ser injetado em regiões 24 | in!
que já receberam preenchedores definitivos como o polimetilmetacrilato (PMMA). Ele deve ser evitado, também, durante a gestação. O tratamento é realizado, no consultório médico, e é praticamente indolor. Algumas formulações já vêm com anestésicos, garantindo mais conforto para os pacientes durante a aplicação. A correta higienização e a assepsia da pele são muito importantes para não causar infecções e garantir ótimos resultados estéticos. Após a aplicação, não há necessidade de repouso, mas deve-se evitar exercícios físicos, praia, piscina e banhos de sol. Inchaços, pontos roxos e pequenos hematomas podem ocorrer pela introdução das agulhas e microcânulas. Esses transtornos são totalmente passageiros e regridem em poucos dias. Como qualquer tratamento estético, a harmonização facial pode causar danos se não praticada por profissionais competentes – deformidades, infecções, necroses da pele e até cegueira podem ocorrer. Conhecer, a fundo, a anatomia da face e praticar a técnica, com cuidado e cautela, são primordiais.
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M OD A
| Por Flávio Ximenes
MODA CONSCIENTE MADE IN BRAZIL O processo de sustentabilidade, além de preservação ao meio ambiente é um resgate a um conceito de reuso, livre de sobras e rejeitos da indústria têxtil
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ntrodutoras de comportamento ,as marcas de moda brasileiras podem ser alinhadas a sustentabilidade com sotaque regional e podemos falar de dois diretores de criação o Mineiro Eduardo Amarante e o goiano Theo Alexandre.
O processo de sustentabilidade, além de preservação ao meio ambiente é um resgate a um conceito de reuso, livre de sobras e rejeitos da indústria têxtil. Eduardo Amarante diretor criativo à frente de grandes marcas nacionais como a Skasi e Lança Perfume, resolveu lançar sua marca autoral a Amarante. O DNA mineiro,
Theo Alexandre ao lado e acima uma de suas criações vestida pela galerista Wanessa Cruz.
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Eduardo Amarante acima e ao lado estão duas de suas criações.
vestindo muitas famosas como Paula Fernandes, Virginia, Elba Ramalho e a BBB Juliette Freire. Alfaiataria impecável, volume, bordados e decotes, traz uma mulher extremamente sexy com peças autorais e atemporais. A promessa do estilista é de lançamentos mensais a pronta entrega a venda pelo e-commerce e nas lojas multimarcas do pais. Já o goiano Theo Alexandre diretor criativo da Thear, busca entre os resíduos e sobras têxteis a sustentabilidade que é a sua maior fonte de inspiração. Uma moda diferente e conceitual o levaram a ser o primeiro goiano a participar da Casa de Criadores um dos maiores eventos de moda do país. A Thear surgiu em 2015 na busca por uma moda diferente e consciente através dos resgates. Tecidos como algodão e o próprio demim fazem parte de suas criações, muitas delas agênero e ecofashion. Dessa vez a inspiração para a nova coleção vem das comemorações dos 88 anos da
capital goiana, uma cidade cheia de prédios Art Déco. Theo mostrou as suas criações durante um desfile no formato Digital que aconteceu entre os dias 26 e 30 de julho na semana de moda da Casa de Criadores.
Flávio Ximenes é Colunista de Moda @flavioximenes
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NOTAS & AFINS A BEIRA MAR A apresentação da nova coleção primavera/verão 2022 da Label Prada é sinônimo de sofisticação com peças icônicas. Já começa pelo fashion filme do desfile onde os modelos atravessam um túnel vermelho desembarcando na praia do sul da Sardenha no mar mediterrâneo. A parceria da estilista-chefe Miuccia Prada com o Designer Belga Ralf Simons, traz uma paleta de cores sóbrias em perfeita harmonia com as cores vibrantes e claras da nova estação. A estética casual e neutra em termos de gênero, vem bem forte também. Os shorts vão ficar mais curtos uma referência aos anos 70 sem falar nos decotes quadrados, regatas em tricô e estampas. O que podemos observar é uma mistura de peças curtas com sobreposições e outras oversized, acessórios a parte, o chapéu bucket continua forte, sem falar nas bolsas, botas e meias pretas. Essa é a nova utopia da normalidade perante Prada.
COLEÇÃO CAPSULA VERÃO 22 TREND “ASPAS” Os estilistas Stefano Gabanna e Domenico Dolce renovaram a estética dos anos 2000. Toda coleção Dolce&Gabanna vem luminosa com um colorido reatualizado. Pedrarias, bordados, transparências. O grande destaque é a moda praia DG, super sexy e bem pequena.
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O estilista Nicholas Barhtras desenvolveu uma coleção capsula para a marca goiana Comfort Club. A coleção “NB-Verão22” vem marcada por peças casuais, combináveis entre si e muito confortável, já que essa é a principal preocupação da marca. Nicholas traz uma roupa para uma mulher pratica que precisa estar bem vestida o dia todo, para que possa sair do trabalho e ir para um evento, mudando, as vezes somente um acessório ou sapato. A marca Comfort Club faz questão de muita praticidade porem com beleza e muito conforto. Assim é a coleção “NB-Verão22” de Nicholas Barhtras para a Comfort Club que você encontra no instagram @comfortclub_ e na loja InFesta Multimarcas.
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A R T I GO
FALAR BEM E COM SEGURANÇA Cerca de 55% do que transmitimos é através da comunicação não verbal. Isso inclui a postura, movimentos das mãos, dos braços, expressões faciais e outros fatores Por Luiz Portal
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ocê sabia que a comunicação vai muito além do uso das palavras? Cerca de 55% do que transmitimos é através da comunicação não verbal. Isso inclui a postura, movimentos das mãos, dos braços, expressões faciais e outros fatores. Diante desse cenário e enxergando uma oportunidade de mercado, os empresários Bruno Cunha e Luiz Portal resolveram trazer para Goiânia a primeira unidade da Vox2you, a maior rede de escolas de oratória da América Latina, para o Centro Oeste e que recentemente completou um ano de muito sucesso em nossa cidade. A Instituição fica estrategicamente localizada no Setor Marista, com salas automatizadas e climatizadas, para proporcionar a experiência única ao aluno, além de técnicas de ponta com melhor metodologia que pode existir em relação a cursos de oratória.
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A Vox2you atende todo tipo de público, desde pessoas que desejam apenas melhorar a forma de se expressar no dia a dia, até quem procura a escola para melhorar sua performance profissional, como vendedores, empresários, artistas, formadores de opinião, celebridades, políticos, grandes executivos, etc. A escola foca em formatos de cursos e horários que se encaixam na rotina dos alunos e em um conteúdo sempre atualizado e tudo pensado por um time pedagógico de peso, colocando a quantidade de horas aula, trilha de aprendizado de forma otimizada e sempre com foco prático e na qualidade de ensino. VOCÊ TEM MEDO DE FALAR EM PÚBLICO? Falar em público traz um potencial risco social real e isso gera ansiedade e medo reais.
Ainda assim, fique tranquilo, esta é uma habilidade que pode ser desenvolvida, mesmo para os mais tímidos. A seguir o professor Luiz portal apresenta um passo a passo para você perder esse medo, deixando claro que não existe receita pronta e milagrosa... Antes de tudo, antes mesmo do primeiro passo, você precisa
entender que sem técnicas e treino não há boa performance e não existe atalho para se alcançar alta performance como orador. Se você seguir as dicas do professor, após muita prática, vai perceber que o medo vai influenciar cada vez menos nossos sentimentos e portanto, nosso equilíbrio.
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SIGA AS DICAS DO PROFESSOR LUIZ PORTAL PARA REALIZAR APRESENTAÇÕES MAIS FLUIDAS, IMPACTANTES. 1. Se conheça, entenda qual é seu perfil comportamental, sem autoconhecimento não há autodesenvolvimento, somente uma pessoa com personalidade madura pode ajudar ou transmitir verdadeiramente um conhecimento outras pessoas; 2. Estude o assunto, se já o domina, revisite, ainda que mentalmente, sobre o resultado que deseja alcançar na sua fala, qual o entendimento que deseja que seu público tenha do assunto; 3. Estude o público para o qual você irá falar, é fundamental conhecer o perfil do público e saber para quantas pessoas irá falar para definir o melhor formato e estratégia de sua fala e portanto, maximizar o entendimento e aproveitamento de sua fala por este público; 4. Entenda ou defina o canal pelo qual irá falar, seja sobre um palco, numa sala de reunião, através de um vídeo ao vivo ou gravado. Ter clareza do canal pelo qual irá falar e definir um formato adequado é fundamental para o sucesso de sua fala; 5. Faça uma colinha, não escrevendo toda a sua fala, mas em tópicos, como check points, para que esses tópicos lhe indiquem o caminho, o roteiro da jornada de sua fala; 6. Se prepare para eventuais problemas durante a apresentação, como queda de energia, problemas técnicos em sua apresentação ou equipamentos; 7. Faça uma refeição leve antes de se apresentar, mesmo que não esteja com vontade. Ao comer antes de se apresentar, você reduz sua adrenalina e assim se mantém afastado do stress e reduz a probabilidade de perder o raciocínio; 8.
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O tempo deve ser seu aliado,
saiba quanto tempo terá e certifiquese de que o conteúdo caiba nesse tempo. Ainda que tenha que sintetizar o assunto, seja pontual, um orador que não é pontual pode perder o público e a credibilidade; 9. Construa sua fala seguindo as 4 partes do discurso: introdução, preparação, assunto central e conclusão. Seja pitch comercial, seja palestra ou até mesmo aula, independente do formato, evite atalhos e respeite o passo a passo de uma boa fala; 10. Organize tudo com antecedência, teste os equipamentos, luz, audiovisual, assim terá tempo de substituir ou corrigir algum problema que poderia atrapalhar ou até mesmo arruinar sua fala; 11. Faça reconhecimento do local, no caso do formato presencial, certifiquese que há estrutura adequada, como assentos suficientes, banheiro, isso fará diferença no resultado do seu discurso e principalmente lhe dará mais segurança; 12. Medite, isso irá deslocar o foco de seus pensamentos para sua respiração, reduzindo as reações fisiológicas da ansiedade, é prático, pode ser feito em qualquer lugar e se bem-feita em pouco tempo; 13. Se conecte com seu público, defina como irá conquistar sua confiança e o interesse de ser ouvido. Usando rapport, punch, efeito sarik ou outra técnica, seu público deve confiar e querer te ouvir até o final; 14. Ao iniciar entre minutos antes do horário de sua apresentação, em silêncio, cumprimente com gestos as pessoas, sinta seu coração batendo, respire e se ambiente; 15. O combinado não sai caro, deixe claro para seu público qual é sua expectativa em relação a eles e sobre o assunto, estabeleça o tempo, se poderão interromper durante a fala, se
haverá momento após para perguntas, até como o público deve sair para ir ao banheiro pode ser importante, dependendo do local, assunto; 16. Esteja atento as reações de seu público durante sua fala, se precisar mudar o rumo de sua apresentação, não exite, lembre-se que você está no comando, conduzindo o conteúdo, a responsabilidade de ser entendido é sua e não de seu público; 17. Dê espaço para perguntas, quando possível, é importante para seu público ter a oportunidade de se “Não existe receita pronta, indolor, rápida e fácil para perder o medo de falar em público. Entretanto lhe garanto que se você seguir essas boas práticas que aqui proponho, esse medo vai deixar de ser um empecilho para você se tornar um excelente orador, na medida da quantidade de treino e
manifestar após ou durante sua fala, um bom orador não deixe o público com dúvida; 18. Encerre bem sua fala, se for no palco, lembre-se que você não está ali pelo aplauso, é bom receber, mas encarando como dever bem cumprido, se for em vídeo, seja gravado ou ao vivo, de a seu público algo para refletir, um desafio ou qualquer ação concreta. Terminar uma fala com frases vagas, reduzindo tudo que você falou a “era só isso” ou “só tinha isso para falar” diminui seu valor e de tudo que você acabou de falar. prática que você trilhar cada passo acima, completa Luiz Portal. “Para quem quiser conhecer a Vox2you, venha tomar um café conosco e conhecer o nosso método de ensino”, convida os empresários Bruno Cunha e Luiz Portal.
Os empresários e sócios Bruno Cunha e Luiz Portal trouxeram a primeira unidade Vox2you, a maior rede de escolas de oratória da América Latina, para o Centro Oeste
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E DU C A Ç Ã O
JOVEM SISTÊMICO O novo ensino médio e as oportunidades para uma aprendizagem completa Por Itla José de Almeida
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novo ensino médio apresenta oportunidades para as escolas dialogarem com os dias atuais, formarem seres humanos autônomos, protagonistas e alinhados com seu projeto de vida. Nossos adolescentes estão inseridos em um mundo, volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA-traduzido do inglês) e prepará-los para este mundo é também papel da escola. A implantação do novo ensino médio colaborará com a transformação necessária na escola, ao tempo, que possibilitará uma aprendizagem com sentido ao aluno. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do novo ensino médio - homologada em 14 de dezembro de 2018 pelo Ministério da Educação - é um documento que define o conjunto de aprendizagens essenciais que os estudantes devem desenvolver a partir de
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Itla José de Almeida é Coordenadora Administrativo e Pedagógica do Colégio ALFA
conhecimentos, competências e habilidades. A base estabelece dez competências gerais (Conhecimento; Pensamento Crítico e Científico; Repertório Cultural; Comunicação; Cultura Digital; Trabalho e Projeto de Vida; Argumentação, Autocuidado e Autoconhecimento; Empatia e Cooperação; Responsabilidade e Cidadania) e norteia a elaboração dos currículos escolares. As dez competências e a flexibilização da grade curricular apresentadas na BNCC são oportunidades para as
levam as empresas à falência. No mundo corporativo a integração dos departamentos melhora a comunicação, eleva a satisfação de clientes, reduz custos operacionais, otimiza o tempo, etc. Já a integração das disciplinas no ambiente escolar proporciona ao estudante uma visão crítica, analítica e reflexiva, formando assim cidadãos ativos e participantes no processo de ensino aprendizagem e preparados para serem inseridos no mercado de trabalho. O papel da escola na articulação dos componentes
escolas aproximarem os estudantes da realidade do mundo no qual eles estão inseridos, realizarem aulas, onde as disciplinas deverão ser articuladas (interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e multidisciplinaridade) e promover um ensino sintonizado com o mundo contemporâneo. Neste sentido, podemos comparar as disciplinas com os departamentos de uma empresa, pois a articulação é essencial em ambos casos. Disciplinas ministradas de forma isolada não geram aprendizado significativo ao estudante, assim como departamentos desarticulados
curriculares, no aprofundamento de conhecimentos e no desenvolvimento de competências são recursos que a escola possui para tirar o aluno do papel de espectador passivo e transformá-lo em protagonista de sua própria vida. Acredito que o novo ensino médio apresenta a oportunidade de o ensino fazer sentido ao estudante, com currículos flexíveis que possibilitem diferentes experimentações, novas formas de aprender, de resolver problemas reais utilizando os conhecimentos previstos na BNCC de forma aplicada.
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E TIQU E TA
| Por Fabi Calvo
A MÁGICA DA MESA POSTA: UM HÁBITO QUE BENEFICIA CORPO, MENTE E RELAÇÕES Sentar à mesa, como em um ritual, diariamente para as refeições é uma tradição que transcende fronteiras culturais e vem de séculos
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que muita gente ainda não sabe, é que os benefícios da mesa já podem ser percebidos de forma tangível
no desenvolvimento infantil escolar, na consciência alimentar dos jovens e inclusive na qualidade das relações familiares.
Os adolescentes que fazem refeições em família têm três vezes mais probabilidade de dizer que possuem um excelente relacionamento com ambos os pais. Estes jovens, são ainda duas vezes mais propensos a considerar que os seus pais são muito bons em ouvi-los. As informações foram extraídas de um estudo da Columbia University, nos EUA, realizado após mais de uma década de coleta de dados. O legal é que os próprios adolescentes conseguem entender o valor da refeição familiar: 07 em cada 10 concordam que jantar com os pais é importante e 60% deles gostariam de fazer as refeições juntos com mais frequência. Os números mostram ainda que, 03 em cada 04 adolescentes, conversam com os pais sobre o que está se passando em suas vidas, durante o jantar em família. Em contrapartida, 08, em cada 10 pais, concordam que, fazendo as refeições juntos ficam sabendo muito mais da vida de seus adolescentes.
boas risadas. A pandemia trouxe consigo, inegavelmente, muitos pontos de crise. Contudo, a imposição de estar mais tempo em casa, por sua vez, contribuiu também para o resgate da mesa e a redescoberta de seus encantos. Este ritual de preparar a comida e a mesa e sentarem todos juntos, fortalece os laços familiares. O enriquecimento na qualidade de vida impacta pessoas de todas as idades, em especial, as crianças que crescem confiantes em si e na família. Os laços afetivos são eternos e essas memórias são responsáveis pelo enraizamento de valores que levamos para a vida adulta. Cria-se assim uma conexão real entre os familiares e isso não tem preço que pague.
DEFINITIVAMENTE ESSE “ENGOLIR E SAIR” NÃO É UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL. A correria do dia a dia, muitas vezes, impõe adaptações como lanches rápidos, refeições na mesa de trabalho ou mesmo o adiamento do período de alimentação. Os fast-foods e a tecnologia foram dois pontos que contribuíram para a acentuação deste padrão de comportamento. Atualmente, mais de 50% dos jovens brasileiros comem em frente à televisão, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira. Se olharmos brevemente, em retrospecto, as histórias das gerações anteriores nos ensinam sobre um período em que todos sentavam à mesa para fazer as refeições e mastigar bem. A comida, era feita em casa - comida de verdade. Ali, desfrutavam da companhia uns dos outros, entres discussões e
Fabiane Calvo é Master Etiqueta & Boas Maneiras, especialista em Evento & Protocolo | Table Decor | Ritual do Afternoon Tea, Sommelier de chá | Wset nível 1 (vinhos), associada a ABDE - Associação Brasileira Ensino à Distância e IAPO - International Association of Professional Etiquette Consultants Contatos WhatsApp: +55 21 99999 8356 Instagram: @fabicalvooficial
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Pesquisadores de Harvard concluíram que crianças que comem diariamente com os pais, consomem mais frutas e verduras, além disso, ingerem menos frituras e refrigerantes do que aquelas que raramente compartilham as refeições em família. Este hábito reduz ainda a probabilidade de as crianças se tornarem fumantes, de consumirem bebidas alcoólicas e utilizarem drogas ilícitas. A mesa posta também vem sendo apontada como uma poderosa auxiliar na redução dos casos de depressão, nas taxas de obesidade infantil e nas chances de tentativas de suicídio. Adquirir bons hábitos alimentares na infância é fundamental para a formação de adultos mais saudáveis. Quando montamos uma mesa posta, mesmo a do dia a dia, muitas experiências, trocas e aprendizados acontecem. A comida conforta e a palavra conforto significa “aliviar a dor, fazer alguém mais forte”. Costumo dizer que é a mágica da mesa posta! MESA POSTA SE ENSINA DESDE O BERÇO Pesquisas de psicologia e nutrição concordam que o ato de fazer as refeições em locais apropriados diminui as chances de desenvolvimento de distúrbios alimentares. Crianças que são ensinadas a comer à mesa, por exemplo, apresentam melhor desempenho escolar e desenvolvimento psicossocial mais saudável. Enquanto estão à mesa, além de aprenderem regras básicas de etiqueta e a como usar os talheres, os pequenos também aprendem novas palavras. Uma das consequências? Vão melhor na escola. Além disso, sentem-se mais amados pelos pais e, consequentemente, apresentam um adiamento do início da vida sexual no início da juventude. Os benefícios da mesa na infância se estendem para a vida.
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M AT ÉR I A D E C A PA
VINHO CAI NO GOSTO DAS MULHERES De produtoras a consumidoras, o universo que gira em tono da bebida se torna um espaço com cada vez mais mulheres Texto: Naiara Gonçalves. Fotos: Letícia Coqueiro.
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onsiderado, por muito tempo, um universo quase predominantemente masculino, o mundo do vinho conquista cada vez mais mulheres. Desde ao plantio da uva, aos processos de fabricação, nas vinícolas, até a fase do consumo, o grupo feminino se torna mais presente a cada ano. São vinicultoras, enólogas, sommelières, jornalistas, estudantes, vendedoras, proprietárias de importadoras de vinhos e adegas… esse é um universo gigante e cada vez mais em expansão para elas. Apesar de pesquisas da Wine Intelligence, apontar que as mulheres sentem que possuem menos conhecimento em relação a vinhos do que os homens. Essa é uma impressão falsa, já que as mesmas pesquisas comprovam que o nível de conhecimento entre os dois grupos é o mesmo. Além disso, pesquisas realizadas pelo jornalista de vinhos Marcelo Copello, com cerca de 500
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mulheres em 18 estados brasileiros, apontam que quase 80% delas acham o mercado de vinhos machista. Assédio, discriminação e dificuldade de crescimento na área em relação aos homens estão entre os principais motivos apontados. A Associação Brasileira de Sommelier (ABS) indica ainda que 50% dos alunos em cursos de formação sobre vinhos são mulheres. “Nos cursos que são com viés profissionalizante, ainda tem mais homens. Mas as mulheres estão entrando aos poucos. Aqui em Goiânia é um pouco mais devagar, mas já dá para observar bem como elas cresceram como consumidoras”, relata Letticiae Bittencourt. Ela é sócia-proprietária da escola de vinhos Vinoteca, localizada no Setor Marista, e presidente da Associação Brasileira de Sommeliers de Goiás. Emília Carvalho, que é sommelière e proprietária do winebar goiano A Kombi do Vinho, que fica
“A presença feminina é cada vez maior, o vinho tem várias roupagens, como as mulheres” Emília Carvalho @akombidovinho
no Setor Jaó, também nota esse aumento do público feminino, tanto de consumidoras quanto de profissionais. “A presença feminina é cada vez maior, o vinho tem várias roupagens, como as mulheres”, conta sobre sua experiência nesse mercado. “O vinho sempre nos traz um clima de férias, momento em que nós nos desconectamos, relaxamos e rimos. Porém, tem ainda as profissionais do vinho muito atuantes e bem sucedidas”, completa. E foi justamente pensando no público feminino que Emília idealizou A Kombi do Vinho. “Ao abrirmos o winebar, pensei num lugar feminino, Foto: Acervo pessoal
Fernanda Cury é proprietária do bistrô Empório Áquila.
Emília Carvalho, que é sommelière e proprietária do winebar A Kombi do Vinho
com uma pegada elegante. Onde as mulheres pudessem vir e se sentir à vontade”, descreve. PAIXÃO PELO VINHO A partilha de conhecimento e a paixão pela enologia entre mulheres tem feito surgir espaços cada vez mais confortáveis para o público feminino em todas as áreas desse mercado. “Quebra-se o tabu de achar que só os homens sabem beber ou que sabem fazer vinho. Hoje temos várias mulheres à frente desse negócio”, comenta Fernanda Cury, proprietária do bistrô goiano Empório Áquila, no Jardim América, que oferece degustação e harmonização com vinhos. Ela fala ainda sobre a aproximação entre as pessoas que é proporcionada pela bebida. E essa é uma característica muito presente nas falas das amantes dos vinhos: os encontros que proporcionam trocas de experiências.
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Foto: Acervo pessoal
“Com o tempo percebemos em nossa sede, uma procura e uma frequência maior de mulheres” Marlla Santos @mywinery Aracele Leal - Bacharel em Direito e Enófila.
A bacharel em Direito, Aracele Leal, é enófila e se interessou pelo mundo do vinho em uma viagem que fez a Europa. Hoje, se reunir com os amigos para apreciar a bebida é um de seus hobbies. Além disso, a curiosidade sobre o tema é motor para buscar cada vez mais conhecimento no assunto. “Eu estive com pessoas que sempre tentavam me mostrar alguma coisa diferente e aquilo foi me deixando intrigada”, conta Aracele.
Marlla Santos é sócia-proprietária da importadora My Winery.
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“Quando me encontro com amigas para tomar vinhos, vamos descobrindo sempre que a gente se identifica mais e isso é curioso”. DE MULHER PARA MULHER Quem traz outro exemplo do crescimento do número de mulheres na vitivinicultura é Marlla Santos, sócia-proprietária da importadora goiana My Winery, localizada no Parque Ateneu há nove anos. “Quando decidimos abrir nossa empresa, eu sentia uma certa resistência de alguns clientes ao serem atendidos por uma mulher. Mas com o tempo percebemos uma procura e uma frequência maior na nossa sede exatamente por elas”. O mesmo acontece na Vinoteca Escola de Vinhos e Adega da Sommelière Letticiae Bittencourt, que possui uma equipe só de mulheres e hoje atende mais confrarias exclusivamente femininas do que masculinas ou mistas. “Nos cursos, recebemos muita mulher porque é um ambiente em que elas se sentem à vontade, se sentem seguras”, completa Letticiae. “O vinho é uma bebida de relacionamento, desde o produtor, do enólogo, da vinícola com toda cadeia comercial até o cliente final e essas relações me impressionam e me deixam fascinada”, conta Marlla. Com uma proposta women friendly, A Kombi do Vinho é propícia para mulheres que desejam frequentar
ELAS NOS VINHOS DO CERRADO
Letticiae Bittencourt é Sommelière e sócia-proprietária da Vinoteca Escola de Vinhos e Adega.
o winebar acompanhadas ou sozinhas, sem preocupação. A ideia do local é oferecer um espaço para uma boa conversa, novas amizades, podendo usufruir da boa bebida acompanhada por saborosos petiscos, durante a semana, e cardápio personalizado às sextas-feiras, além de um agradável som ambiente. “Costumo dizer que é o nosso jardim secreto”, diz Emília.
A Vinícola Brasília, a primeira da Capital Federal, é um projeto colaborativo que existe desde 2018 e reúne dez agricultores do Distrito Federal, com rótulos próprios de vinhos produzidos durante o inverno no Cerrado. Marchese Vinhos, um dos vinhedos que faz parte do grupo, iniciou em 2021 o plantio de videiras para elaborar seus vinhos para 2023. Renata Sanchez, proprietária da Marchese Vinhos e sócia da vinícola Brasília, se aprofunda cada vez mais na enologia para que, além do trabalho como empreendedora, possa criar também uma identidade própria e produzir um vinho de qualidade. Atualmente, o público das redes sociais da Marchese Vinhos é composto por 56% de mulheres que, segundo Renata, é um grupo mais exigente e audacioso, buscando sempre por novidades. “Da muda da uva plantada até esse vinho chegar na garrafa e na casa das pessoas, tem muitos processos e cada movimento que você faz, vai influenciar nesse vinho final. Acredito que é o perfil da mulher querer aprender mais, querer estudar. Então, vejo que quando entra nesse mundo, ela realmente é uma pessoa focada e interessada, que se sobressai muito”, completa Renata.
Letticiae Bittencourt @vinotecaescolaeadega
Foto: Acervo pessoal
“Nos cursos, recebemos muita mulher porque é um ambiente em que elas se sentem à vontade, se sentem seguras” Renata Sachez é proprietária da Machese Vinhos e uma das sócias da Vinícola Brasília.
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G AST R ON OM I A
| Por Rimene Amaral
...E QUE PARMIGIANA!
Portofino - Riviera italiana
Quando falamos em comida, a Itália é um dos lugares mais lembrados. Por lá tudo o que entra numa cozinha e sai para a mesa dentro de um prato é sagrado Texto e fotos: Rimene Amaral
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omer. O verbo é um dos cinco* mais praticados nas viagens. Aliás, comer faz parte da cultura. Talvez a comida seja a base da cultura de qualquer povo e, por mais que os séculos passem e a cozinha se modifique ou sofra o efeito do raio gourmetizador, a essência de um prato sempre estará presente nos típicos restaurantes, onde o que é bom é preservado. E quando falamos em comida, a Itália é um dos lugares mais lembrados. Por lá tudo o que entra numa cozinha e sai para a mesa dentro de um prato é sagrado. E é mágico! Tem o poder de trazer calma ou euforia, de nos fazer esquecer dos problemas do mundo – nem que seja por alguns minutos ao redor da mesa – e de acalmar a alma. A comida italiana faz isso. Era primavera de 2012. Saímos bem cedo de Nice, na Riviera Francesa, rumo à Itália, depois de um café da manhã generoso. Na estrada, o ‘sunrise’ à nossa direita, mostrava um céu em chamas, quando sol já escovava os dentes para sair e refletia as cores quentes no mar brilhante. Nosso destino: Santa Margherita Ligure. De lá para Portofino – 30 minutos de barco pelo Mar da Ligúria. Portofino é uma aldeia piscatória na Riviera italiana, a sudeste da cidade de Génova. As casas cor de pastel, as boutiques de luxo e os restaurantes de marisco rodeiam a Piazzetta, uma pequena praça calcetada com vista para o porto, repleto de superiates. Existe um caminho que conduz da Piazzetta ao Castello Brown, uma fortaleza e museu do século XVI, com exposições de arte e vistas panorâmicas da cidade e do Mar da Ligúria. Ah, e em Portofino uma única laranja pode custar €4,00 ou cerca de R$30. Capuccino também não é barato:
€20,00. E foi lá, neste simpático reduto, que experimentei o bife de lombo suíno à parmegiana. O que mais me recordo era o cheiro de noz-moscada fresca perfumando o pequeno salão, com apenas três mesas. Depois de meia jarra de vinho da casa – um Ciantti, safra 2010 – Giancarllo chegou com o prato, uma cesta de pães e outra de batatas rústicas crocantes, “assadas em forno de barro com azeite e alecrim”, explicou o chef. O que eu consegui entender, mais o que consegui detectar com meu paladar me deu coragem para repetilo em casa, numa receita baseada em sensações. Divido com você. *Os cinco verbos mais ditos numa viagem: comer, beber, fotografar, andar e observar.
Rimene Amaral é Jornalista / Fotógrafo Instagram: @rimene / @santopratomidia
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BIFE DE LOMBO SUÍNO À PARMEGIANA
alguns pedaços, não liquidifique.
Antes de mais nada é preciso preparar o molho de tomate com ervas. Você vai precisar de:
A CARNE
04 tomates maduros picados grosseiramente 01 cebola roxa picada em pétalas grandes 01 cenoura pequena picada em rodelas 02 talos de salsão picados 05 dentes de alho picados 01 prato de sobremesa de folhas frescas de manjericão 01 ramo generoso de alecrim fresco 03 ramos de tomilho Pimenta do reino, pimenta calabresa e sal a gosto 1 colher de chá de raspas de limão siciliano Azeite em abundância FAÇA ASSIM: Numa panela coloque o tomate, a cebola, o salsão, a cenoura e o alho e deixe “tostar”. Com fogo alto, mexa de vez em quando para não grudar. Quando tudo isso murchar e formar aquele fundo de panela, coloque azeite para que o sabor dos ingredientes possa ser encorpado e mexa por mais uns cinco minutos. Acrescente todas as ervas, as pimentas e o sal, junte duas xícaras de água e deixe ferver em fogo baixo até que comece a desmanchar. Acrescente as raspas de limão, acerte o sal e processe rapidamente – deixe
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Enquanto o molho te espera, abra um vinho e vamos ao filé. Um bom corte é um bife alto de lombo (pode ser pernil), com aquela gordurinha marota na lateral. Bata o bife para expandilo e tempere com sal, pimenta do reino e noz-moscada. Passe-o na farinha de trigo, no ovo batido (com uma pitada de sal de pimenta do reino) e na farinha de rosca (pode substituir por farinha de mandioca fina). Frite-o em óleo quente até a farinha ficar dourada. MONTAGEM Num recipiente que possa ir ao forno, forre o fundo com uma camada generosa daquele molho de tomate que você já deve ter experimentado com uma fatia de pão e uma taça de vinho. Coloque o bife empanado por cima, cubra com fatias de muçarela e aí finalize com outra camada de generosa de molho de tomate. Leve ao forno pré-aquecido a 180° por 30 minutos. Sirva com batatas rústicas, arroz branco ou abóbora cabotiá com casca (como eu fiz). Abra um Primitivo di Manduria e mantenha o pão ao lado. Você vai precisar dele para limpar o prato. E… mangia che ti fa bene! Buon appetito!
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C O MP OR TA M E N TO
| Por Júlio Manoel
ANGÚSTIA E REGULAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19 A vivência do “agora” tem se contaminado, mais do que de costume. Processos de privação e sofrimento tão prolongados e com perspectiva de fim tão imprecisa, não por acaso, conduzem pessoas a consumirem recursos valiosos no mero ato de sofrer e lamentar
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o passo em que avançamos na superação do momento mais crítico da pandemia de Covid-19, cabe refletir, particularmente no contexto brasileiro, a respeito dos efeitos
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que dessa crise sanitária sobre a saúde mental. Embora reconhecendo tratar-se de um recorte bastante privilegiado, reconhecemos que crises como essa escancaram, ainda mais, a desigualdade social
e geram sentimentos ambivalentes e adoecedores em quem goza de certos privilégios. Quem não de goza privilégio algum adoece por razões mais fáceis de se explicar, infelizmente. Eu arriscaria dizer que a vivência do “agora” tem se contaminado, mais do que de costume, pela crise de referências de futuro. Processos de privação e sofrimento tão prolongados e com perspectiva de fim tão imprecisa – como o que vivemos nessa pandemia –, não por acaso, conduzem pessoas a “gastarem-se”, a consumirem recursos valiosos (sobretudo o tempo e as palavras) no mero ato de sofrer e lamentar. Afinal, se não há esperança no horizonte, ocupar-se do mero sofrer mostra-se algo não tão inadaptado. Esse sofrimento evidencia-se de variados modos. Tem sido baixa a efetividade das nossas empreitadas. O trabalho não rende como gostaríamos ou tínhamos costume; os estudos são, compulsoriamente, feitos à distância; o modo como mantemos relacionamentos mostra sinais de desgaste, devido à baixa de investimentos em presença. Nesse contexto no qual nada é vivido plenamente (mesmo mantendo a lucidez de entender que plenitude é utopia), qualquer felicidade, quando ocorre, acaba por poder ser vivida, basicamente, a um modo clandestino Tente visualizar esta cena: você criou condições para comemorar seu aniversário em família – você, seus avós e suas tias já foram vacinados
e os demais convidados moram com você. Tudo certo, não é mesmo? Mais ou menos... Sabe-se que é improvável que algum de vocês venha a ser hospitalizado por Covid, mas ainda podem portar o vírus, mas... não, não vamos entrar na análise técnica dessa questão. Quero falar de outro ponto: a “felicidade clandestina”. Não aquela da personagem de Clarice, a meninamulher que fingia, para si mesma, não ter consigo o livro-amante tão desejado para então, mais tarde, surpreender-se uma vez mais com a posse do que tanto desejou. Abordo, aqui, a felicidade de quem não pode dizer que está feliz e precisa viver esse sentimento escondido do outro e, também, de si mesmo. Aquela alegria de quem, mesmo quando por direito socialmente reconhecido, teve a oportunidade
Júlio Manoel é Psicólogo (CRP 09/7467), Especialista em Psicologia Clínica, Mestre em Psicologia e Membro da British Psychological Society (MBPsS 483834). Contato: (62)98178-1271 (WhatsApp) juliomsfilho@gmail.com
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de ser vacinado ainda no finalzinho de janeiro ou mesmo em fevereiro de 2021 e escolheu conter o grito de comemoração ao dar-se conta da proporção gigantesca de miséria e desesperança que o cercava. Por convicção ou culpa, não pode dizer, mas, como sentimento é algo que precede à reflexão, sentiu. E quando a gente sente algo que acreditamos que não deveríamos estar sentindo, a conta emocional não fecha:
emoção plena é emoção vivida e, quando contida, vira outra coisa que geralmente não é boa. Voltemos ao seu aniversário. Suponhamos que, ao menos dentro da sua bolha, esteja tudo certo. Cenário ideal. Comemoração com direito a avós e tias. Ninguém usa máscara. Contaminação zero. Sucesso. Você tem sorte. Deve ter se cuidado antes, ou nem tanto. Ainda assim tem sorte. Tem vida e
sorte e fez essa bela comemoração... você está bem, feliz, satisfeito... está mesmo? É possível estar verdadeiramente bem dentro do caos? É aqui que a felicidade passa a ser escondida, vivida de forma clandestina, não pelo seu caráter acintoso ou imoral, mas por sua incoerência e esvaziamento
de sentido. Sendo radical, faria sentido, em meio a uma guerra, falar ao aniversariante “desejo que você realize seus sonhos e tenha muitos anos de vida”? Não seria mais adequado desejar, em meio ao campo de batalha, “que a gente saia junto dessa (com vida) e que o mundo seja um lugar possível para vivermos bem”?
Falamos em guerra... é radical pensar assim? Em menos de dezoito meses, morreram, por uma única causa, mais de meio milhão de brasileiros. Nesse cenário, a perda de sentido frente àquilo que fazemos para celebrar a vida não é uma abstração. Ao contrário, é sinal de contato puro com a realidade. Não surpreenderei se eu disser que essa verdade gera sofrimento. Que fazer, então? De quais manobras cognitivas vamos lançar mão para afirmar que “apesar de TUDO ISSO, vamos ficar bem”? Sem querer parecer cínico, sim, vamos utilizar alguma manobra cognitiva. Utilizamos diariamente e assim prosseguiremos. Vamos nos alienar da realidade externa tanto quanto pudermos e vamos celebrar, dentro de nossas bolhas de sorte e privilégios, a vida em seu sentido mais particular, mais privativo. Não sejamos moralistas nessa leitura. Se conseguimos sucesso nessa abstração, isso é sinal de que temos boa saúde mental. Afinal, viver em um país socialmente tão desigual nos treina, diariamente, a relativizar o sofrimento que não toca nossa carne. Aos mais variados modos, precisamos aprender muito cedo a lidar com a contradição da felicidade dentro de recortes bem definidos. Se não aprendemos a fazer essa relativização e não criamos mecanismos psicológicos compensatórios da culpa (seja lutando por políticas públicas inclusivas, fazendo caridade ou adotando um discurso meritocrático
simplista), o desespero é nosso destino. Mas, “como estar bem se...” Veja bem, não quero, aqui, censurar suas parcas alegrias. Também não quero dizer de um caminho possível para viver “de forma leve” essa situação por vezes imoral ou questionável de sentirse feliz em meio ao caos. Gostaria, ao contrário, de me solidarizar com você. Quero chamar sua atenção para uma das origens do sofrimento relativo às dificuldades de manter-se na vivência do momento presente. Às vezes vem a angústia e essa angústia, embora possa ter sentidos bem particulares para cada pessoa, talvez encontre sentido em um contexto maior. A nossa angústia, por vezes, encontra o caos atual enquanto objeto doador de sentido. Sabemos que quando a angústia encontra objeto, ou seja, “tem explicação”, ela deixa de ser angústia para se tornar um sentimento mais bem delimitado, mais palatável. Esse contorno que torna os sentimentos disponíveis para nossa assimilação racional, ou seja, que nos possibilita nomeá-los, também permite nosso deslocamento da posição do gastar-se em sofrimento para colocar nossos preciosos recursos pessoais em algum nível de ação transformadora. Assim, se por um lado nosso cinismo diante aos problemas coletivos não sai de graça, a tomada de consciência sobre a realidade concreta que sustenta o mal-estar emocional abre chance de redenção subjetiva.
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S AÚ D E
HOMENS VÃO MENOS AO MÉDICO Dia 15 de julho é comemorado o Dia do Homem e os médicos urologistas alertam para a importância de buscar acompanhamento ainda na adolescência para cuidar da saúde e prevenir doenças Por Karolina Vieira.
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ais de 50% dos homens chegam aos consultórios com doenças em estágios avançados, já com a necessidade de intervenções cirúrgicas, ou buscam tratamento quando algum sintoma atrapalha muito a rotina. Isso é o que mostra uma pesquisa realizada pelo Centro de Referência
Dr. Rodrigo Lima - Médico Urologista
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em Saúde do Homem. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens vivem sete anos a menos que as mulheres, o que é explicado pela menor adesão às consultas de rotina e ao abandono das medicações ou do seguimento com o tratamento recomendado. Enquanto as mulheres são levadas pelas mães ao ginecologista, muitos meninos não fazem acompanhamento com um urologista, e essa ausência persiste até os 50 anos, quando eles chegam ao consultório para fazer check-up e iniciar o rastreamento do câncer de próstata. O medo dos homens de irem ao médico pode estar relacionado a diversos tabus e isso causa impactos negativos na saúde masculina, além de ocultar o diagnóstico de doenças silenciosas. Segundo o médico urologista da Singulari Medical Team, Rodrigo Lima, por um bom tempo a sociedade criou uma imagem do homem infalível, provedor, que não fica doente e que não precisa de ajuda para resolver seus problemas. “Esse impacto cultural ainda é muito forte em algumas regiões do
nosso país. Não devemos ter vergonha de procurar ajuda ou atendimento para sanar dúvidas, cuidar da saúde ou tratar doenças. Recomendamos que os homens iniciem seguimento regular com o urologista ainda na adolescência, para que já cultivem o hábito de se cuidar”, afirma Lima. ORIENTAÇÃO E RASTREIO DE DOENÇAS DEVEM COMEÇAR CEDO A máxima “É melhor prevenir do que remediar” vale muito quando se fala da saúde masculina. Existem doenças que afetam os homens mais na adolescência e no início da vida adulta, como câncer de testículo e torção testicular, por exemplo. “A vacina para HPV também está indicada em meninos entre 9 e 14 anos, antes do início de atividade sexual. Infecções sexualmente transmissíveis, avaliação de fertilidade, cálculos renais, entre outros, são situações vistas em consultório, muitas vezes, em homens mais jovens”, explica o médico urologista. Os atrasos nos diagnósticos e
no início do tratamento de algumas doenças urológicas podem impactar os resultados desses tratamentos. A hiperplasia prostática benigna, por exemplo, que é o crescimento benigno da próstata tem consequências na saúde do homem quando diagnosticada e tratada tardiamente. A demora em iniciar avaliação pode comprometer o funcionamento da bexiga, levando um paciente que seria candidato a tratamento com remédios a ter uma indicação cirúrgica, caso demore muitos anos para procurar ajuda. “Sempre gosto de mencionar com os pacientes que, mais do que buscar doenças, o acompanhamento com o urologista de confiança é uma medida importante de promoção de saúde. É uma ótima oportunidade para o paciente checar a sua saúde como um todo, aferir a pressão arterial, dosar glicemia, colesterol, ácido úrico, função da tireoide e do fígado, avaliar os órgãos abdominais com ultrassonografia e outros cuidados”, finaliza o urologista Rodrigo Lima.
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LIPOASPIRAÇÃO LAD
Cirurgião plástico Danilo Dalul explica que a lipoaspiração de alta definição não é indicada para quem quer perder peso e deve ser bem avaliada para não gerar frustrações com o resultado Por Karolina Vieira.
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os últimos meses, a Lipoaspiração de Alta Definição (LAD) gerou interesse porque algumas famosas passaram pelo procedimento, como as ex-BBBs Vihh Tube e Sarah e a cantora Ludmilla. A lipo LAD é o mesmo procedimento cirúrgico tradicional que tem como objetivo aspirar a gordura corporal. Sua diferença está na valorização de algumas transições da musculatura do corpo para dar mais contorno e uma aparência mais tonificada, como abdome, tórax, braços, coxas ou costas. “Inclusive, o termo mais correto para essa técnica seria ‘lipoescultura de melhor definição’ porque essa definição pode ter vários graus. Outro erro comum é que essa técnica não depende de aparelhos específicos que geram energia de calor e pode ser realizada com cânulas convencionais e com a vibrolipoaspiração”, explica o médico cirurgião plástico Danilo Dalul.
e tenta esculpir musculatura com gordura, o que obviamente não vai dar certo porque se a paciente ganha peso no futuro o relevo de gordura pode aumentar e criar um aspecto ruim”, diz. De maneira geral, o médico afirma que a técnica da LAD normalmente entrega tratamentos satisfatórios para a silhueta corporal, mas a cirurgia deve ser feita por cirurgiões plásticos devidamente habilitados e registrados. “Por ser uma técnica mais minuciosa, é uma linha tênue entre sucesso e complicação. Os cuidados devem ser redobrados, uma vez que em algumas áreas a lipoescultura será feita de forma mais superficial, se sem cuidados necessários ou conhecimento correto da técnica, há aumento de risco de morte ou necrose de pele”, finaliza Dalul.
LIPO LAD NÃO É INDICADA PARA PERDER PESO “A lipoescultura de alta definição é indicada para pacientes com perfis mais atléticos, praticantes de atividades físicas que já têm definição muscular e querem aprimorá-la. A lipoescultura de média definição é indicada para quem quer melhorar sua silhueta abdominal e corporal dentro do peso corporal adequado, mas sem necessidade de uma definição tão acentuada”, explica Dalul. Para o cirurgião plástico, a classificação correta das pacientes é muito importante para o planejamento da cirurgia e para ajustar expectativas e entregar o melhor tratamento para o seu caso. “Um erro grosseiro que vejo nas redes sociais são casos em que o profissional excede na técnica
Dr. Danilo Dalul - Cirurgião Plástico
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A R T IGO
EU DIGO O Santo de Casa faz milagre sim! O Cinema diverso goiano conquista o mundo Por Cristiano Sousa
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longo processo de transição política desde a ditadura política no Brasil foi sempre marcado pela crescente busca de visibilidade e cidadania. Diversos movimentos sociais e organizações da sociedade civil desempenharam um papel fundamental na luta pela liberdade, reconhecimento das nossas
identidades e empatia humana. O DIGO Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás foi criado no intuito de busca pela conscientização da cultura da diversidade através do cinema, estimulando e promovendo a conscientização do público, no que tange o respeito integral aos
Digo Festival 2019 - Foto: Divulgação.
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direitos humanos e a inclusão da diversidade, a preservação e a promoção da identidade cultural através de discussões e relacionados a sexualidade trazendo Goiás mais uma vez, como referência internacional – respeitando a todos os seres humanos em sua totalidade, contribuindo para valorização, a preservação e a promoção da Identidade Cultural, preservação e difusão das manifestações culturais com a temática no Estado de maneira efetiva e internacional. O Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás tem o intuito de abranger uma região com 13 milhões de habitantes ávida pela discussão de gênero e sexualidade em um espaço onde, mesmo neste século é ainda necessário falar sobre o motivo da repressão e incômodo ainda existe, por isso evoluiu para além de um festival que exibe filmes, um festival de artes integradas. Em 2021, em sua sexta edição, não foi diferente, a programação do evento contou com a exibição de longas, curtas metragens, bate-papos, workshop, webinars, espetáculos teatrais e exposição artística (esta última: presencial e online). Os filmes foram exibidos pelo site: digofestival.com. br e as demais atrações no facebook do festival. O acesso foi totalmente gratuito! Os melhores filmes escolhidos pelo júri e público receberam o troféu DIGO e prêmios de parceiros. O envio dos troféus foi feito pelo correio. O voto do público ocorreu até o dia 8 de junho e a premiação aconteceu no dia 9 de junho de 2021. Além da exibição no site do festival, a plataforma https:// cinebrac.com.br/ disponibilizou uma mostra especial com filmes do 6º DIGO, durante todo o mês de junho. Na plataforma Cinebrac também foram realizados bate papos com os diretores
dos filmes e sessões ao vivo de exibição. O DIGO se consolidou no Centro Oeste como um evento que estimula e conscientiza seu público, no que tange o respeito integral e a inclusão. Pioneiro na região, o festival evidencia
Cristiano Sousa é roteirista, produtor e diretor audiovisual, possui dezenas de prêmios em festivais de cinema no Brasil e exterior. Curador e diretor de três festivais de cinema pioneiros no Centro-Oeste, atua também como jurado e curador de festivais nacionais e internacionais. Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás, foi premiado com o Troféu Buriti concedido pelo Conselho Municipal de Cultura e Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Goiânia como destaque do audiovisual em Goiânia 2016/2017. Homenageado pela Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas da Prefeitura de Goiânia, como destaque na reverberação de Direitos Humanos no audiovisual e também, recebeu a homenagem “Amigo da Cultura” pela Câmara Municipal de Goiânia. Fotógrafo premiado em editais e concursos é também produtor de espetáculos teatrais e artes integradas. Instagram: @cristianoosousa e @digofestival
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Hugo _ 18h30 - James Maciver - França - Ficção.
Memória de quem (não fui) - Thiago Kistenmacker - RJ - Ficção.
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as cores do cinema pautadas na luta pelos Direitos Humanos, gerando a oportunidade para manifestações artísticas em favor da diversidade, inovação e do amor sem tabus ou restrições. O projeto obteve grande repercussão com mídia espontânea em todas as fases desde a abertura de inscrições a divulgação dos premiados e ainda é o único festival competitivo da região e se transformou em um ponto de artes integradas no tema e ao mesmo tempo agrega ações concretas. Além do tema proposto pelo projeto junto a Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Goiânia foram desenvolvidas várias atividades com a inclusão da logo em workshop, lives no instagram, encontro de festivais do Brasil e encontro de festivais de cinema da América Latina e Caribe, 15 bate papos sendo 8 com linguagem de sinais, espetáculos de teatro com linguagem de sinais, exposição virtual e presencial em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos potencializando o projeto a um nível de alto padrão como festival de cinema no Centro Oeste brasileiro. Foram inscritos 612 filmes para
o VI DIGO - Festival Internacional da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás sendo que São Paulo, assim como no ano passado, foi o estado que mais enviou filmes, com 19,3%, seguido do Rio com 9,6%. No âmbito internacional, a Espanha foi a campeã com 2,5% dos filmes inscritos, seguido por filmes dos EU com 1,8%. Foram recebidos filmes da Finlândia, Istambul, Irã, Holanda, Bélgica, Israel, Áustria, Peru, Colômbia, México, Argentina, Chile, Estônia, Itália, Reino Unidos, Canadá e Cuba. Deste montante 26,3% dos filmes enviados foram dirigidos por mulheres. 41 filmes exibidos em cinco mostras competitivas: Mulher LGBTI+, Nacional, Internacional, Longas Metragens e ‘A pandemia é política’ além de uma mostra paralela ‘Open Reel” (não competitiva) fruto de uma parceria inédita e internacional com filmes premiados distribuidora europeia
The Open Reel. O DIGO ainda realizou durante a sua programação a conferência chamada Ensaios LGBTI+ em forma de webinars. Foram oito aulões com professores e ativistas de renome nacional, que ministraram aulas sobre politização LGBTI+. “O objetivo foi de contribuir para o poder de fala e de rebate a ignorância e ao fascismo. Com foco em assuntos pertinentes a todo brasileiro, que deseja aprender e compreender as diversas necessidades da sociedade. Humanização, empatia e amor ao próximo são alguns dos temas tratados com centenas de participantes. “Documentando com Marlom Meirelles” é o nome do Workshop que aconteceu durante o festival, que promoveu uma discussão sobre narrativas documentais e representatividade LGBTI+. O evento aconteceu de forma online pela plataforma zoom, no dia 04 de junho.
Mourn O Nature - Nino Laisné - França - Ficção.
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22 pessoas participaram do curso incluindo alunos de todo o Brasil e Argentina, todos com certificados. O ministrante. Marlom Meirelles é coordenador e também professor dos projetos Documentando e Mídias Móveis, oficinas temáticas de iniciação audiovisual. Fotógrafo com experiência internacional e dois prêmios Pernambuco Nação Cultural. Orientou e co-dirigiu mais de 70 documentários, muitos deles premiados e exibidos em festivais de cinema. No Teatro, o público do festival pôde conferir “VerbOverdose” com Rodrigo Rosado. O espetáculo ao vivo
Peça teatral Porco Espinho - Foto: Divulgação.
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com duração de 25 minutos trata-se de uma leitura dramática pensada para o formato virtual e contou com média de 50 pessoas. É um experimento baseado no conto “O Homem da cabeça de papelão” de João do Rio, escrito em 1910 e relatos pessoais do processo de aceitação de ser gay em uma sociedade machista. Outro espetáculo foi “Porco Espinho” um monólogo interpretado por Fábia Mirassos. A atriz em pesquisa sobre a solidão da travesti debruçouse sobre a metáfora do filósofo Arthur Schopenhauer para explorar os dilemas afetivos da convivência humana. Escrita pelo dramaturgo Marcelo Oriani, a peça metragem tem a duração de 32 minutos e foi exibida no domingo (06/06) às 21h. As duas peças foram exibidas apenas uma vez e contaram com média de 50 a 100 pessoas ao vivo por sessão. Nesta edição aconteceram dois encontros importantes entre realizadores e produtores. O primeiro é o III Encontro de Festivais de Cinema e Mostras LGBTI+ do Brasil, sobre Desafios de Produção de Projetos LGBTI+ no Brasil. O segundo foi o I Encontro de Festivais LGBTI+ da América Latina e Caribe - da Red Divercilac que o festival faz parte desde a primeira edição. Foi a primeira atividade internacional de festivais da América Latina sobre o futuro dos festivais lgbti+ na América Latina. O alcance do projeto foi excepcional, ultrapassando centenas de milhares de interações em redes sociais e no site do festival, com resposta centenas de votos com pesquisa de público. Obtivemos mídia espontânea em todo o país e também no exterior (Argentina). Os premiados receberam os troféus enviados pelo correio e foi concedida uma bolsa de estudo da AIC para o melhor filme realizado por Mulheres LGBTI+ proporcionando um festival de alto nível e com parcerias
Exposição Performatividades Drag: As cores e a força da arte.
internacionais e reconhecimento de importância. O ponto alto desta edição foi mais um projeto inédito: a exposição Performatividades Drag: as cores e a força da arte - uma produção em conjunto com a professora Solange Amarilla e do artista visual e fotógrafo Chris, The Red com alunes da Escola do Futuro em Artes Basileu França que representa através de indumentárias e ensaio fotográfico e a força de vontade em realizar e exercer a criatividade em plena pandemia, como um exemplo de força e de superação de obstáculos com um significado importante para a diversidade da cultura de Goiás e do Brasil que emerge mesmo em situações de adversidades movidas pelo preconceito. A exposição e este catálogo são um verdadeiro presente ao público goiano que teve e ainda tem graças ao ambiente virtual, a possibilidade de acompanhar todo o
Panthers - Èrika Sánchez - Espanha - 2020 - 22′.
processo de criação e concepção de algo realizado com muita perseverança e garbosidade. Como um dos fundadores da Red DIVERCILAC – Diversidad en el Cine Latinoamericano y Caribeño – rede de festivais da América Latina e do Caribe, já inspirou e produziu parcerias internacionais como a criação do INDIGO Festival da Diversidade de Almada, Portugal, se tornando uma importante vitrine de audiovisual com a temática LGBTI+. A luta não pode parar e mesmo com todas as adversidades, seguimos em frente com orgulho, coragem e de peito aberto contra a repressão e o preconceito. É preciso ser forte, estamos aqui e ocupamos o nosso espaço na sociedade como pagantes de impostos e seres humanos.
Privilegiada - Alex de la Croix - Espanha - Ficção.
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NUTRIÇÃO
| Por Maíra Azevedo
SAÚDE X PREÇO
Alimentação saudável pode ser simples e barata. Uma alimentação saudável é aquela que garante, principalmente, que seu organismo esteja recebendo todos os nutrientes de que ele precisa
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m dos maiores mitos na nutrição é o de que alimentar de maneira saudável custa caro, mas será que é verdade? Antes de responder a esse questionamento, vamos entender o que é de fato uma alimentação saudável. Uma alimentação saudável é aquela que garante, principalmente, que seu organismo esteja recebendo todos os nutrientes de que ele precisa. E para isso é preciso pensar em variedade, equilíbrio, quantidade e na segurança dos alimentos que estão sendo ingeridos. E diferente do que muitos pensam, não é cheia de restrições, e muito menos sem sabor. O Guia Alimentar da População Brasileira recomenda que a base da nossa alimentação seja de alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de origem vegetal,
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que são a base para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável. Alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas ou de animais e não sofrem qualquer alteração após deixar a natureza. Já os alimentos minimamente processados correspondem a alimentos in natura que foram submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento e processos similares que não envolvam agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original. Exemplos: Legumes, verduras, frutas, batata, mandioca e outras raízes e tubérculos in natura ou embalados,
fracionados, refrigerados ou congelados; arroz branco, integral ou parboilizado, a granel ou embalado; milho em grão ou na espiga, grãos de trigo e de outros cereais; feijão de todas as cores, lentilhas, grão de bico e outras leguminosas; cogumelos frescos ou secos; frutas secas, sucos de frutas e sucos de frutas pasteurizados e sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas, nozes, amendoim e outras oleaginosas sem sal ou açúcar; cravo, canela, especiarias em geral e ervas frescas ou secas; farinhas de mandioca, de milho ou de trigo e macarrão ou massas frescas ou secas feitas com essas farinhas e água; carnes de gado, de porco e de aves e pescados frescos, resfriados ou congelados; leite pasteurizado, ultrapasteurizado (‘longa vida’) ou em pó, iogurte (sem adição de açúcar); ovos; chá, café, e água potável. Já os alimentos processados devem ser consumidos com muita moderação, e não podem ser a base da nossa alimentação. Esses alimentos são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar ou outra substância de uso culinário a alimentos in natura para torna-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. Exemplos: cenoura, pepino, ervilhas, palmito, cebola, couve-flor preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre; extrato ou concentrados de tomate (com sal e ou açúcar); frutas em calda e frutas cristalizadas; carne seca e toucinho; sardinha e atum enlatados; queijos; e pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal. Embora o alimento processado mantenha a identidade básica e a maioria dos nutrientes do alimento do qual deriva, os ingredientes e os métodos de processamento utilizados na fabricação alteram de modo desfavorável a composição nutricional. A adição de sal ou açúcar, em geral em
quantidades muito superiores às usadas em preparações culinárias, transforma o alimento original em fonte de nutrientes cujo consumo excessivo está associado a doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas. Os alimentos a seguir entram na categoria de ultraprocessados, e devemos evitar seu consumo pois são ricos em gorduras ou açúcares, sódio
Maíra Azevedo é Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica e Esportiva - CRN 8740 Contato whatsapp: 62 99307 1928 Instagram: @mairaazevedonutri
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saudável é necessário consumir alimentos diet, light, zero, fit, sal do Himalaia e todos os alimentos que são vendidos como “saudáveis”. Agora que você já sabe o que é de fato uma alimentação saudável, e que a base deve ser de alimentos in natura ou minimamente processados, podemos comparar o preço de alguns para que você realmente fique convencido que uma alimentação saudável não custa caro.
e, muitas vezes, simultaneamente ricos em gorduras e açúcares. Exemplos Vários tipos de biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral, cereais açucarados para o desjejum matinal, bolos e misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos ‘instantâneos’, molhos, salgadinhos “de pacote”, refrescos e refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados, bebidas energéticas, produtos congelados e prontos para aquecimento como pratos de massas, pizzas, hambúrgueres e extratos de carne de frango ou peixe empanados do tipo nuggets, salsichas e outros embutidos, pães de forma, pães para hambúrguer ou hot dog, pães doces e produtos panificados cujos ingredientes incluem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificantes e outros aditivos. E sabe o que deixa uma alimentação saudável cara? Modismos! Observe que em nenhum momento foi dito que para ter uma alimentação
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Biscoito de água de sal 1 pacote de 400g = R$5,90 1kg de laranja = R$1,75 1 kg de pão de queijo = R$35,50 1kg de pão integral = R$16,00 1 prato de comida composto por arroz, feijão, carne magra e salada pesando em média 500g = R$22,00 1 sanduiche gourmet simples = R$26,00 2L de coca cola = R$14,00 1kg de manga = R$3,50 1kg de peito de frango congelado = R$15,00 1kg de lasanha congelada = R$15,59 1 cartela contendo 12 ovos = R$10 500g de cereal matinal sucrilhos = R$15,49 Viu? Alimentos saudáveis custam bem mais barato. Basta você saber escolher. E o mais importante, não caia em modismos alimentares. >> Compre frutas e verduras da safra; >> Olhe os dias de promoção nos supermercados que estão perto da sua casa; >> Compre castanhas e outros produtos naturais em lojinhas de produtos naturais (no supermercado é extremamente caro); >> Faça comida em casa e leve marmitinhas para o trabalho;
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S E U S D I R E ITO S
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| Por Herbert Emílio Araújo Lopes
A INTOLERÂNCIA (POLÍTICA, RELIGIOSA E SOCIAL) NOS TEMPOS DE AGONIA DO EROS O filósofo sul-coreano, radicado na Alemanha, ByungChul Han, tem se dedicado a apresentar arqueologias de conceitos que revelam o vasto repertório que mobiliza e nos autoriza a supor que certas matérias precisam ser buscadas tanto na literatura, quanto na psicologia; tanto na história dos homens, quanto no modo como se relacionam em sociedade
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autor ganhou repercussão em terras brasileiras ao lançar a obra Sociedade do Cansaço, sob a perspectiva de que vivemos numa época de velocidade e esgotamento, numa forma precisa de transmitir para o público leitor o aspecto de indivíduos inquietos e hiperativos que se arrastam no cotidiano produtivo realizando múltiplas tarefas, onde o bem-estar e o lazer não seriam précondições para viver mais e melhor, mas recompensas pela maior eficácia e eficiência como prestadores(as) de serviços, ou seja, o excesso de liberdade trouxe, de modo diverso, uma escravidão do próprio ser. Ficando conhecida como a sociedade do desempenho. Ao nos tornarmos nossos próprios coaches, a disciplina não precisa
Herbert Emílio Araújo Lopes é Advogado, Professor Universitário, Mestre em Direito. Atualmente é Assistente de Direção do Curso de Direito da UniEvangelica - Anápolis. Professor das disciplinas de Direito Civil e Coordenador das Atividades simuladas do curso.
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mais ser imposta, ela se torna uma meta tatuada em nosso mindset e de alguma maneira se naturaliza. Se tudo apenas de nós depende, querer é poder. Inclusive a melhor “mercadoria” do Tinder. Por isso, agora a relação não é entre ter e ser, mas entre produzir e existir. Após esse primeiro choque de realidade, lançou outra obra, uma continuação da Sociedade do Cansaço, que foi batizada com o nome Agonia do Eros (na mitologia grega Eros representava o deus do amor), que retrata a falta de empatia vivida na sociedade atual, período este que convencionamos de chamar de pósmoderno. Engana-se quem pretende separar o individual do coletivo, como
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se dispuséssemos de botões on/off, feito os gadgets que utilizamos. O livro começa com a afirmação de que hoje, providos da “infinita liberdade de escolha, da multiplicidade de opções e da coerção de otimização”, nos debruçamos pela busca de um ideal de amor. Ao compararmos tudo com tudo, nivelamos tudo ao igual e desgastamos a ideia do outro. No Eros, não é possível nos centrar em nós mesmos e em nossas expectativas, mas sim no outro, na diferença da negatividade. Porém, na sociedade do desempenho não há espaço para a negatividade, vivemos o excesso da positividade. As crises de relacionamento pessoal ligam-se à atuação coletiva: o
narcisismo consumista evoluiu para a forma dos megaindivíduos, a disputar centímetros, gritos, holofotes, likes e hits numa sociedade de sujeitos atomizados, paradoxalmente cheios de si, mas vazios em relação aos demais. Quanto mais denegamos o senso de coletividade e mais introjetamos a falsa crença de que o sucesso pessoal depende da pretensa exclusividade de seres unos, mais condenamos o emprego de certas palavras como solidariedade, união, empatia ou comunidade, pois elas sinalizariam indesejável grau de compaixão. Ao contrário do que muitos pensam, a capacidade de solidarizarse com a causa “dos outros” tem sido dissimulada, quando não contestada, segundo a ideologia de que o sucesso só depende de cada um. De modo ainda que, a empatia tem sido vista como sinal de fraqueza. Assim, os constantes ataques de alguns setores da sociedade aos tipos sensíveis, e também aos intelectuais (por extensão, à coisa pública), envolvem um modo estreito e pobre de conceber um país exclusivista, como o nosso, em que uns e outros se relacionam segundo a órbita planificada pelo dogmatismo de pseudorreligiosos e o descaso de incertos políticos, armados de pistola, bíblia e má-intenção. O terreno é dos mais férteis para que se introjete a ideologia do êxito pessoal e profissional, simulacros da suposta liberdade. Qual o lugar da civilização e da democracia numa sociedade que cultiva a violência e positiva o ódio
como se se tratasse de sentimento legítimo e legitimado pela série de absurdos disputados pelos jornais ditos tradicionais e os chamados alternativos? Qual a engrenagem do discurso de ódio? Vivemos numa sociedade que se torna cada dia mais narcisista, e explico que que isso não significa amor próprio, mas uma delimitação frente ao outro em benefício a si mesmo, ou seja, o sujeito narcisista não consegue perceber no outro a sua diferença, lembrando Caetano na música Sampa: É que Narciso acha feio o que não é espelho. Assim, só encontra significação ali onde consegue reconhecer de algum modo a si mesmo, por isso, vagueia nas sombras de si mesmo até que se afoga em si mesmo. E hoje o sujeito, voltado narcisicamente ao desempenho, está à busca do sucesso, o que traz a confirmação pelo bom resultado, e quando não se alcança vai se criando a depressão do sucesso, em que o sujeito afunda e se esconde em si mesmo. O pensamento sem Eros é meramente repetitivo e aditivo. E o que fazemos não é exatamente pensar. Nós calculamos. E números não geram transformação e sim conservação. O amor torna-se empecilho para o cálculo, a projeção de metas, a produtividade. A narradora de Água Viva alertava: “Amor demais prejudica o trabalho”. Eros, a exemplo dos efeitos despertados pela arte, é improdutivo. Paradoxalmente, é justamente dessa falta de produtividade que mais carecemos.
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A R T I GO
REFORMA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA Dentre as diversas reformas encampadas colocadas em pauta no país, dentre elas, a mais sensível e, talvez mais polêmica seja a da reforma tributária Texto: Danilo Orsida.
Ora, não é preciso ser nenhum especialista em assuntos tributários para saber que o sistema de arrecadação tributária de do nosso país é a mola propulsora do funcionamento de toda a estrutura da máquina pública, bem como um dos principais instrumentos de intervenção na economia. Aliás, nota-se que na atual conjuntura econômica, muitas empresas veem seus crescimentos barrados em razão da carga tributária a que são submetidas. E se empresas não crescem empregos não são gerados, a economia não movimenta e dessa conta você sabe o resultado: a economia brasileira fica estagnada. Outro ponto merece atenção, uma das características de nosso sistema tributário que nos difere dos países desenvolvidos é a grande concentração da arrecadação na tributação sobre o consumo em detrimento da arrecadação sobre a renda, o que termina por onerar mais gravosamente os menos favorecidos. 70 | in!
Estima-se que na média paísesmembros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) recebem 37% de suas receitas da tributação da renda e 25% da do consumo, no Brasil, a tributação sobre bens e serviços responde aproximadamente por 51% da carga tributária, enquanto a sobre a renda representa somente 18%. É neste ponto que se revela a necessidade de equacionar a tributação sobre o consumo para a renda, buscando atingir uma incidência de carga tributária similar a dos países da OCDE. Em linhas gerais, temos 03 propostas de Reforma em tramitação. A primeira tramita na Câmara dos Deputados (PEC 45/2019) e que propõe, em síntese, a unificação de cinco tributos, que seriam transformados em um único, que incidiria sobre o consumo. A proposta foi apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). No Senado, uma comissão especial discute uma proposta (PEC 110/2019)
proposta pelo ex-deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Pela proposta propõe-se a extinção nove tributos e a substituição por um imposto sobre bens e serviços denominado de “IVA dual”. De outro lado, o Poder Executivo, em paralelo, constrói uma proposta pautada em três pilares, quais sejam: a criação de um imposto único; a reformulação do Imposto de Renda e a implementação de uma contribuição sobre pagamentos (CP), nos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). Como se vê, há uma disputa por protagonismo na aprovação da Reforma Tributária, contudo, apesar das inúmeras propostas existentes e o intenso debate nos foros técnicos, resta o questionamento: qual a melhor reforma para o País? É imprescindível que o debate seja fomentado entre a sociedade civil. Tratando de tributação estadual, outro ponto que merece reflexão diz respeito à incidência do IPVA sobre embarcações e aeronaves. É preciso repensar os contornos da exação fiscal, pois, a tributação deve ser utilizada como instrumento de justiça tributária, privilegiando os princípios da capacidade contributiva e da progressividade. Ora, o Brasil possui uma das maiores frotas de aeronaves e embarcações do mundo, sendo em grande parte veículos de esporte e lazer, nesse sentido, seus proprietários demonstram maior capacidade contributiva em contribuir para o custeio do Estado. Desta feita, a noção de justiça fiscal não se coaduna com a realidade que vivenciamos, cujos proprietários de automóveis populares sujeitamse a tributação dos impostos sobre veículo automotor - IPVA, enquanto que os proprietários de lanchas e helicópteros, em grande parte utilizados em atividades de lazer, não contribuem
para as expensas do Estado. Ainda há inúmeros pontos polêmicos que precisam de maior reflexão, como a extinção dos benefícios fiscais, que afetará sobremaneira as indústrias estabelecidas nos Estados do Centro-Oeste, todavia, dois pontos são consensuais e devem nortear este debate, quais sejam: a necessidade de simplificação o sistema tributário bem como a redefinição das competências tributárias, descentralizando a arrecadação dos cofres da União e prestigiando os Estados e Municípios. É preciso que os interessados fomentem o debate, na busca pelo consenso no intuito de se formatar a melhor reforma, aquela que será boa para toda a sociedade, colocando o País de volta nos trilhos do crescimento e desenvolvimento econômico.
Danilo Orsida é Advogado tributarista, economista, sociólogo, pósgraduado em Gestão Financeira, pós-graduado em Direito e Processo Tributário. Doutorando em Direito Econômico pela Universidade de Coimbra – Portugal. Mestre em Direito e Relações Internacionais. Exconselheiro da Conselho Administrativo Tributário (CAT), da Prefeitura Municipal de Goiânia.
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TURISMO
| Por João Victor e Bruno Teixeira
ROTA DAS EMOÇÕES
Icaraí de Amontada ou Icaraizinho, como foi apelidada, é uma vila de pescadores no meio de um coqueiral
É um projeto de turismo criado para mostrar as belezas de parte do Ceará, Piauí e Maranhão passando por três unidades de conservação: Jericoacoara, Delta do Parnaíba e Lençóis Maranhenses
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magine atravessar 900 km de praias ainda selvagens, campos de caatinga, florestas de mangue, foz de rios, vilas de pescadores, numa viagem onde você come o que tem de mais fresco saído do mar, conhece culturas preservadas por saberes centenários e nada em lagoas de água cristalina que aparecem e somem como se quisessem nos dizer “ano que vem, tem mais”. Isso é a Rota das Emoções, um projeto de turismo criado para mostrar as belezas de parte do Ceará, Piauí e Maranhão passando por três unidades de conservação: Jericoacoara, Delta do Parnaíba e Lençóis Maranhenses. Nós fizemos a Rota em
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2015 e seguimos o roteiro quase tradicional ficando em Jeri, Parnaíba e Barreirinhas, exceto por Atins, um vilarejo num dos cantos do Parque Nacional de Lençóis pelo qual nos apaixonamos. Quando criamos o canal Tesouros do Brasil em 2019, queríamos muito refazer a rota e voltar a Atins. A pandemia veio e adiamos nossos planos até que surgiu a oportunidade esse ano, mas 6 anos depois, muita coisa mudou, então escolhemos um roteiro alternativo para ver o que há de novo descobrir o futuro da Rota das Emoções. Nossa viagem de 2021 começou por São Luís. Chegamos e fomos direto para Santo Amaro, um povoado na margem sudeste do PARNA Lençóis
Maranhenses. Dá para visitar o parque também a partir de Barreirinhas e Atins, mas aqui é aonde se chega mais rápido às dunas. Da nossa pousada até a primeira lagoa levava 5 minutos de carro e essa é outra vantagem do acesso por Santo Amaro, os passeios seguem circuitos pré-definidos pelo IBAMA, mas os veículos podem chegar bem próximos às lagoas, ideal para quem tem dificuldade de mobilidade. Fizemos dois desses circuitos de “dia inteiro”, o Betânia, com paradas em lagoas lindas e almoço no povoado de mesmo nome, e o Travosa, que atravessa todo o parque até chegar ao mar. Além das lagoas azuis, esse trajeto tem outras com muita vegetação, atraindo bandos de pássaros e manadas de cabras e jeguinhos. É lindíssimo. No almoço conhecemos dois patrimônios da culinária maranhense, a tiquira Guaaja, que é uma aguardente de mandioca, e o sarnambi, um pequeno molusco que é catado no mangue, nos fundos do restaurante Toca da Guaaja. Foi uma refeição memorável. Santo Amaro ainda está se desenvolvendo para receber mais turistas, mas tem tudo para virar a principal porta de entrada dos Lençóis. Tem poucas hospedagens e a que ficamos, Rancho das Dunas, é a melhor, atualmente. É uma pousada simpática, simples, mas bastante confortável e com ar-condicionado nos quartos. A vila tem poucos restaurantes e a maioria dos visitantes comem nas pousadas. Para ir de Santo Amaro para Atins pegamos um trecho de estrada e outro de barco a partir de Barreirinhas, descendo o rio Preguiças com direito a parada para dar um mergulho nas lagoas dos Pequenos Lençóis, uma APA estadual, e comer no restaurante da Graça. Atins é mais charmosa que Santo Amaro, com ruas de areia, atmosfera de vila de pescadores e por estar na foz do rio, atraiu os kite-
sufistas e, por consequência, tem mais hotéis bacanas para atendê-los. Nós ficamos na Vila Jurará, que tem quartos básicos e espaçosos, com banheiro grande e ar-condicionado. Atins conta com um centrinho mais movimentado, com alguns restaurantes, mas os turistas também aproveitam os das pousadas. Aqui seguimos o mesmo roteiro de passeios para as lagoas, que são menores, porém mais azuis.
João Victor Depois de anos trabalhando como engenheiro civil resolveu transformar sua paixão pela nossa cultura em uma nova carreira, encontrando na criação de conteúdo sua nova vocação. Brasiliense, mudou para o Rio de Janeiro a trabalho e por lá ficou. Hoje é criador do Tesouros do Brasil, canal de YouTube e Instagram onde está o vídeo desses quatro dias passados em Búzios e Arraial, e muitas outras viagens pelo Brasil. www.youtube.com/tesourosdobrasil - www. instagram.com/tesourosdobrasil Bruno Teixeira Co-criador do Tesouros do Brasil, trabalha com turismo há 24 anos e é gerente de marketing na operadora Blumar, parceira do canal. Brasiliense de nascença e goianiense de criação, mora no Rio desde 2000. Conhece o Brasil de norte a sul e cria roteiros inusitados como esse. www.blumarturismo.com.br
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Icaraí de Amontada
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O destaque ficou por conta de uma surpresa que foi uma das experiências mais sensacionais que já vivemos, um café da manhã nas dunas, às margens de uma lagoa. Ver o sol nascer e ir iluminando os Lençóis, aquele brilho laranja na areia, refletindo na água, foi emocionante. Mais um dia de traslado / passeio, seguimos de 4x4 pelos Pequenos Lençóis e fomos até o povoado e praia de Arpoador. Lembra que queríamos ver o futuro da Rota? Já existem duas pousadas nesse lugar que fica entre as lagoas e o encontro de um dos braços do Delta do Parnaíba com o mar. Voltamos para Tutóia, sede do município e porto de onde partiu nosso barco para atravessar o maior delta das Américas. Após o almoço, paramos na Baía das Canárias que tem dunas enormes cortando a floresta de mangue para chegar ao rio. A última
foi de frente para uma pequena ilha coberta de árvores, já com o sol na linha do horizonte, para presenciar um dos espetáculos mais sensacionais da nossa fauna. De repente, uma revoada de guarás vermelhos vindos de todos os lados para pousar na ilha. Estávamos ansiosos para ver isso de novo, mas fomos surpreendidos com um número muito maior de aves do que vimos em 2015. Ao final do passeio, chegamos no Piauí, é o Parnaíba que faz a divisa entre os estados. Continuamos pela estrada até Barra Grande, um dos destinos de praia que despontou por causa da Rota das Emoções. Escolhemos uma hospedagem alternativa nesse local, um chalé do Primatas Guest House, que é uma das casas do Chão Piauí, um projeto de valorização do turismo e da cultura local que tem tudo a ver com o Tesouros do Brasil. Além do cuidado
Barra Grande, um dos destinos de praia que se despontou por causa da Rota das Emoções.
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com a sustentabilidade, as casas têm a essência de vilarejo de BG, sem abrir mão do conforto. Nossos dias foram preenchidos com pedalada de fatbike pela praia até o mangue, muitas horas de relaxamento nos bares de praia, piquenique na beira da lagoa de Santana, cozinhamos em casa, mas o auge ficou por conta do passeio que fizemos no barco de um pescador até uma praia deserta. Ele assou camarões, peixe e batata doce no fogo enquanto nós bebíamos Berrió, uma cerveja piauiense feita com caju. Barra Grande já tem uma variedade maior de pousadas e restaurantes, fica cheia de kite-surfistas de agosto a novembro. De volta ao 4x4, entramos no Ceará e pegamos outro trecho de praias lindas, Bitupitá, Curimãs, atravessamos de balsa a Barra dos Remédios e paramos para almoçar na praia de Maceió, já no município de Camocim. Esse é outro lugar que a Rota das Emoções descortinou. A grande maioria das pessoas pulavam de Jeri direto para o Delta, mas aos poucos estão descobrindo essa região com lagoas e dunas que vão até o rio dos Remédios, o lugar que escolhemos para fazer um piquenique organizado pelo nosso hotel. O Baía das Caraúbas é um glamping, a junção das palavras glamour e camping. São só sete chalés de madeira construídos bem na praia. Por dentro eles são lindos, com luxo essencial, ar-condicionado e chuveiro quente. O sol descia no mar de frente para nossa varanda. Entre os chalés, a piscina e o restaurante foram usadas plantas nativas de restinga para compor o paisagismo. Logo na primeira noite, montaram um luau romântico para nós, na areia. Foram dias perfeitos de descanso. Nosso último trecho off-road foi cheio de surpresas boas. Fizemos esse trajeto como parte do nosso traslado para o próximo destino, mas isso 76 | in!
também pode ser feito de bugue saindo tanto de Camocim quanto de Jeri. Cruzamos o rio Coreaú de balsa em frente a Camocim para chegar na Ilha do Amor e seguimos por uma estrada no meio de uma floresta de carnaúbas. Subimos a Duna do Funil que, de tão alta, permite uma visava panorâmica da região. Paramos para um banho na lagoa da Toca, e comemos uma lagosta com mais caipirinhas de cajá. Esse cantinho foi um achado porque os bugues não vem até aqui, param numa lagoa maior, que não é tão bonita. Para vir até aqui, tem que pedir. Seguimos até a praia onde atravessamos o mangue seco e depois de mais uma balsa, estávamos no Parque Nacional de Jericoacoara. Optamos por pular Jeri nessa viagem e conhecer mais um lugar novo, Icaraí de Amontada. Se você ainda não ouviu falar desse lugar, já coloque na sua lista antes dele ficar famoso. Icaraizinho, como foi apelidada, é uma vila de pescadores no meio de um coqueiral. A costa faz uma curva longa e suave com campos de dunas, passando pela praia de Moitas, que tem corais que formam piscinas naturais, e segue até a barra do rio Aracatiaçu. O mar é quentinho, sem ondas, de cor azul esverdeado, com jangadas de velas coloridas, um idílico cenário do Ceará. Icaraí já tem boas acomodações e acabou de receber uma adição de peso, o Makena, que nos hospedou. O hotel tem linhas modernas misturando madeira, pedras, cimento queimado e muitas referências da cultura nordestina. Nossa suíte era elegante sem deixar de lado a atmosfera praiana. O Makena disponibiliza cadeiras e guarda-sol na praia, que fica a 10 minutos de caminhada, e manda petiscos e um cooler com bebidas, é só pedir pelo WhatsApp da recepção. Terminamos aqui nossa viagem, em grande estilo, e voltamos para o Rio
pelo aeroporto de Jeri. Antes de programar a viagem, é preciso entender como e quando fazer a Rota. Boa parte dela, como a costa do Ceará e do Piauí, pode e deve ser visitada o ano todo, afinal, são praias do Nordeste com clima quase sempre favorável. O limitador para quem quer fazer a Rota completa são os Lençóis. Aquele cenário de dunas de areia branquinha com milhares lagoas azul turquesa – que só tem no Brasil! – Precisa da convergência de três fatores: muita chuva, muito sol e você estar lá na época certa. Isso acontece a partir de junho, depois que choveu muito nos últimos 5 meses e o sol volta com força. Só que, sem chuva e com sol forte, as lagoas começam a secar, em outubro já são poucas as que restam e elas não são as mais bonitas. Então, a melhor época para cruzar a Rota toda é de junho a setembro. Agora, a forma de ir de um lugar
ao outro da Rota também impacta na experiência final. Hoje já é possível alugar um carro e chegar nas principais atrações por estradas asfaltadas, que estão em melhores condições no PI e CE, mas desse jeito perdese o que, para nós, é o maior atrativo dessa Rota, todo o trajeto off-road onde cada trecho se torna um passeio com direito a paradas para apreciar a vista, tirar fotos, descobrir lugares inusitados, parar para tomar banho de mar e comer lagosta a R$30 num restaurante à beira da praia! A Rota das Emoções foi idealizada para ser feita com um motorista local que conhece os caminhos, os pontos onde ficam as balsas para atravessar os rios, que terá um carro 4x4 para atravessar dunas e vai poder dirigir depois que você tomar umas cervejinhas no almoço. Programese, junte sua família, 4 amigos ou dois casais e faça a Rota como ela deve ser feita.
O local que ficamos hospedados nos preparou uma surpresa, foi uma das experiências mais sensacionais que já vivemos, um café da manhã nas dunas, às margens de uma lagoa. Ver o sol nascer e ir iluminando os Lençóis, aquele brilho laranja na areia, refletindo na água, foi emocionante!
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Festival Á be R$
,90 69 por pessoa
Festival de comida árabe, de segunda a segunda. Coma à vontade!
@restaurantearabe 78 | in!
Av. 83, nº 205, Setor sul. Goiânia/GO