Universidade Federal de São Carlos - UFSCar Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS Curso de Ciências Biológicas Departamento de Botânica - DB -
RELATÓRIO
AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
250171A - Propagação de Plantas Professora Doutora Sonia Cristina Juliano Gualtieri Tecnológo Biólogo Carlos Aparecido Casali
Beatriz Beltrami Camila Pereira Sabadini Inna Flávia Mascarin Mariana Cristina Dessi Mariana Mendonça Gobato São Carlos Dezembro de 2014
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
SUMÁRIO
Introdução
03
Estaquia Microestaquia Priming Enxertia Propagação de Caules Especializados
04 18 22 32 36
Referências Bibliográficas Referências das Imagens
46 48
Anexo
50
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
INTRODUÇÃO O relatório aqui presente tem como objetivo discutir as aulas práticas realizadas, e seus resultados, ao longo da Disciplina de Propagação de Plantas, neste segundo semestre de 2014. Os roteiros com as metodologias dos experimentos realizados foram disponibilizados pela Professora Doutora Sonia Cristina Juliano Gualtieri, que acompanhou e auxiliou-nos durante os experimentos.
3
4
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
ESTAQUIA ESPÉCIES UTILIZADAS ENRAIZAMENTO ESPONTÂNEO Hibisco (Hibiscus sp) Amoreira (Morus sp) 01. Hibisco (Hibiscus sp)
04. Maria-sem-Vergonha (Impatiens balsamina)
02. Amoreira (Morus sp)
05. Rosa-de-Pedra (Graptopetalum paraguayense)
03. Happy acuminata)
06. Roseira (Rosa x var.)
Happy tree (Camptotheca acuminata) Maria-sem-Vergonha (Impatiens balsamina) Rosa-de-Pedra (Graptopetalum paraguayense) ENRAIZAMENTO POR HORMÔNIOS Roseira (Rosa x var.)
tree
(Camptotheca
ESTAQUIA
ESTAQUIA 1. INTRODUÇÃO Há diversos métodos pelos quais podemos efetuar a propagação de plantas. A propagação por estacas é um deles, tendo como, principal característica ser uma técnica simplista que não demanda muitos gastos para ser realizada. A técnica consiste em utilizar partes da planta matriz como caule, folhas, gemas foliares e raiz para produzir descendentes. Sendo assim, é considerada uma técnica de reprodução assexuada, ou seja, não há fecundação, dessa forma já existe um genótipo que é escolhido (genótipo da planta matriz), que ao ser selecionado uma parte da planta, irá regenerar o todo, dando origem a indivíduos geneticamente semelhantes à matriz (HARTMANN et al., 2002). Para que as estacas selecionadas tenham sucesso é necessário que se leve em consideração o tamanho correto da estaca (recomenda-se de 12 cm a 15 cm ou de 10 cm a 20 cm) e o local que a estaca foi coletada da matriz (como do ápice do caule, por exemplo). Deve-se levar em consideração também as influências externas sob a estaca coletada que podem ser desde a estação do ano que foi feita a coleta (dias mais curtos ou
mais longos, dias frios ou quentes e intensidade luminosa), como também o local onde a matriz se encontra que pode ser perto de um corpo d’água (alta umidade) ou longe deste (baixa umidade). Fatores internos como saber se a planta matriz está em seu período vegetativo ou reprodutivo também influencia na qualidade da estaca coletada. A técnica de estaquia pode ser realizada de diversas formas: utilizando da ação de hormônios ou não; variando o substrato no qual a estaca será disposta (sólido orgânico ou meio líquido) e utilizalas com folhas ou sem folhas. Para ocorrer o enraizamento das estacas é necessário que ocorra a diferenciação celular, que consiste na capacidade de células diferenciadas retornarem a atividade meristemática. As raízes podem ser formadas naturalmente em várias plantas a partir das regiões intercalares na base dos internós, sendo estas denominadas raízes préformadas; como também, podem ser induzidas por feridas, que consiste na reposta das células ao ferimento, o que ocorre somente após a estaca ser feita (HARTMANN et al., 2002). O tempo de enraizamento varia amplamente entre as espécies e isso pode ser devido à localidade onde começa a formação da raiz dentro da planta (HARTMANN et al., 2002).
5
6
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
2. OBJETIVOS Identificar o enraizamento espontâneo de estacas obtidas a partir de caules de consistência lenhosa com ou sem folhas [Hibisco (Hibiscus sp), Amoreira (Morus sp), Happy tree (Camptotheca acuminata)]; caules de consistência herbácea [Maria-sem-Vergonha (Impatiens balsamina)] e estaquia de folhas de crassuláceas [Rosa-dePedra (Graptopetalum paraguayense)]. E também identificar o enraizamento com a ação de hormônios [Roseira (Rosa x var.)].
3. METODOLOGIA 3.1. ENRAIZAMENTO ESPONTÂNEO 3.1.1. Estacas Lenhosas: Hibisco (Hibiscus sp), Amoreira (Morus sp), Happy tree (Camptotheca acuminata) Cada grupo recebeu um balde contendo estacas com cerca de 15 cm que continham folhas jovens. Três dos seis grupos foram aconselhados a retirar as folhas das estacas e, logo após, cada integrante do grupo introduziu 04 estacas em um recipiente contendo substrato orgânico misturado com vermiculita. As estacas foram deixadas sob as condições da casa de vegetação por 06 semanas quando
realizamos a primeira observação dos resultados, apenas para estacas do nosso grupo (G2). Os resultados foram anotados e retiramos 03 brotos com cerca de 03 cm cada (para a microestaquia). Uma semana depois, voltamos a observar os resultados do nosso grupo (G2) e retiramos todos os brotos que possuíam pulgões. Após 08 semanas, retiramos algumas estacas do recipiente para avaliar as raízes e anotamos os resultados de todos os grupos (G1, G2, G3, G4, G5 e G6). Após 12 semanas de plantio, analisamos, novamente, os resultados de todos os grupos (G1, G2, G3, G4, G5 e G6): medimos as raízes daquelas estacas que haviam sido plantados novamente e que haviam enraizado. A distribuição das espécies de plantas e suas condições (com folha ou sem folha) para cada grupo estão indicadas na Tabela 01. 3.1.2. Estaca Herbácea: (Impatiens balsamina)
07. Estacas de Hibisco (Hibiscus sp) plantadas (G2)
08. Estacas de Maria-sem-Vergonha (Impatiens balsamina) plantadas (G2)
Maria-sem-Vergonha
Foram retirados 03 ramos de uma planta de Mariasem-Vergonha (Impatiens balsamina) e colocados em um recipiente com água. Na sexta semana, contamos o número de raízes daquelas que enraizaram e as medimos.
09. Folhas de (Graptopetalum plantadas (G2)
Rosa-de-Pedra paraguayense)
ESTAQUIA 3.1.3. Estaca de Folhas de Crassuláceas: Rosa-dePedra (Graptopetalum paraguayense) Coletamos 05 folhas mais apicais da planta Rosade-Pedra (Graptopetalum paraguayense, Família: Crassulaceae) e as dispusemos deitadas com pequena parte do corte do pecíolo próxima do substrato, em uma bandeja contendo vermiculita. Na sexta semana, após o procedimento, observamos os resultados e os analisamos. 3.2. ENRAIZAMENTO COM HORMÔNIOS
G1
Espécie / Condições das Estacas Amoreira com folha
Quantidade de Estacas / Grupo 24
G2
Hibisco sem folha
20
G3
Amoreira com folha
20
G4
Amoreira sem folha Happy tree com folha Happy tree sem folha
20
GRUPO
G5 G6
20 24
7
10. Estacas de Roseira (Rosa x var.) com AIB 100 ppm plantadas (G2)
Tabela 01: Distribuição das espécies e condições das estacas para cada grupo
3.2.1. Estaca Lenhosa: Roseira (Rosa x var.) Estacas de roseira foram tratadas com 03 tipos de auxina sintéticas, por 24 h: ácido naftaleno acético (ANA), ácido indol-3-butírico (AIB) e ácido 2,4-diclofenoxiacético (2,4 D) nas concentrações de 100 ppm, 200 ppm e 400 ppm. Cada grupo plantou 02 estacas de cada concentração e, além disso, foi plantado um grupo controle (sem tratamento) para comparação dos tratamentos. Após 07 semanas, analisamos os resultados.
11. Estacas de Roseira (Rosa x var.) com AIB 200 ppm plantadas (G2)
12. Estacas de Roseira (Rosa x var.) com AIB 400 ppm plantadas (G2)
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
4. RESULTADOS
• resultados após 08 semanas de plantio (14-10-2014):
4.1. ENRAIZAMENTO ESPONTÂNEO
Os resultados estão na Tabela 02.
4.1.1. Estacas Lenhosas: Hibisco (Hibiscus sp), Amoreira (Morus sp), Happy tree (Camptotheca acuminata)
• resultados após 13 semanas de plantio (18-11-2014): Os resultados estão na Tabela 03.
Para este resultados:
experimento
temos
os
seguintes
13. Estacas de Hibisco (Hibiscus sp) com plantas invasoras (G2)
• resultados após 06 semanas de plantio (30-09-2014): Foi observada a presença de pulgões e formigas em quase todas as estacas, assim como a presença de 09 plantas invasoras que desconhecemos a procedência. Das 20 estacas plantadas, apenas 02 não possuíam nem folhas nem raízes, enquanto todas as demais se encontravam enraizadas e com algumas folhas. A maioria dos brotos estava na parte mais basal das estacas e apresentavam menos de 03 cm. Não foram observadas estacas mortas.
14. Plantas invasoras (G2)
• resultados após 07 semanas de plantio (07-10-2014): Das 20 estacas que possuíam brotos, nenhuma pode ser utiliza, porque estavam cheias de pulgões. Portanto, para impedir que estes se alastrassem retiramos todos os brotos.
15. Estaca de Hibisco (Hibiscus sp) com pulgões (G2)
ESTAQUIA Hibisco Sem Folha
Amoreira Com Folha 1 2
Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Estado (Viva ou Morta)
Tamanho da Raiz
Estado (Viva ou Morta)
02
3,5 cm
viva
15 cm
viva
03
5,0 cm
viva
15 cm
viva
05
5,5 cm
viva
03 01
2,5 cm 1,0 cm
viva viva
Número de Raízes muitas (cabeleira) muitas (cabeleira) muitas (cabeleira) Amoreira
Sem Folha Número de Raízes -
Tamanho da Raiz Sem Folha
9
31 cm
viva
-
-
16. Estacas de Hibisco (Hibiscus sp) enraizadas (G2)
Com Folha 3 Estado Número de (Viva ou Morta) Raízes 20 vivas Happy Tree
Tamanho da Raiz -
Estado (Viva ou Morta) -
Com Folha
Número de Estado Número de Estado Tamanho da Raiz Tamanho da Raiz Raízes (Viva ou Morta) Raízes (Viva ou Morta) 0 enraizada 0 enraizada 17 vivas 0 enraizada 0 enraizada 20 mortas 1 algumas estacas de amoreira com folha desenvolveram até mesmo estruturas reprodutivas 2 G1 3 G3 Tabela 02: Resultados após 08 semanas de plantio (14-10-2014) das estacas lenhosas, com enraizamento espontâneo
17. Estaca de Amoreira (Morus sp) enraizada e com frutos (G1)
10
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS Hibisco
Amoreira
Sem Folha
Com Folha 1
15 Estacas / 01 Enraizou
Não Houve Leitura
Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Calo
Estado (Viva ou Morta)
Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Calo
Estado (Viva ou Morta)
01
3,0 cm
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
viva
-
-
-
-
-
-
não
morta
-
-
-
-
-
-
não
morta
-
-
-
-
-
-
não
morta
-
-
-
-
18. Estacas de Hibisco (Hibiscus sp) após 13 semanas de plantio (G2)
Amoreira Sem Folha
Com Folha 2
17 Estacas / 00 Enraizou
17 Estacas / 10 Enraizaram Estado (Viva ou Morta)
Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Calo
Estado (Viva ou Morta)
não
viva
-
11,5 cm
sim
viva
-
morta
-
4,5 cm
sim
viva
-
-
morta
-
18,0 cm
sim
viva
-
-
morta
-
10,5 cm
sim
viva
-
-
-
morta
-
7,5 cm
sim
viva
-
-
-
morta
-
0,5 cm
sim
viva
-
-
-
morta
-
12,0 cm
sim
viva
-
-
-
morta
-
13,0 cm
sim
viva
-
-
-
morta
-
13,0 cm
sim
viva
-
-
-
morta
-
14,5 cm
sim
viva
-
-
-
morta
-
-
sim
viva
-
-
-
morta
-
-
-
viva
Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Calo
-
-
-
-
-
Tabela 03: Resultados após 13 semanas de plantio (18-11-2014) das estacas lenhosas, com enraizamento espontâneo
19. Estacas de Amoreira (Morus sp) após 13 semanas de plantio (G4)
20. Estacas de Amoreira (Morus sp) após 13 semanas de plantio (G3)
ESTAQUIA -
-
-
morta
-
-
-
viva
-
-
-
morta
-
-
-
viva
-
-
-
morta
-
-
-
viva
-
-
-
morta
-
-
-
viva
-
-
-
morta
-
-
-
morta
11
Happy Tree Sem Folha
Com Folha
24 Estacas / 00 Enraizou
19 Estacas / 00 Enraizou
Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Calo
Estado (Viva ou Morta)
-
-
sim
viva
-
-
sim
viva
-
-
sim
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
viva
-
-
não
morta
-
-
não
viva
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
não
morta
-
-
-
-
-
-
não
morta
-
-
-
-
-
-
não
morta
-
-
-
-
-
-
não
morta
-
-
-
-
-
-
não
morta
-
-
-
-
1
G1
2
G3
Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Calo
Estado (Viva ou Morta)
Tabela 03: Resultados após 13 semanas de plantio (18-11-2014) das estacas lenhosas, com enraizamento espontâneo
21. Estacas de Happy tree (Camptotheca acuminata) após 13 semanas de plantio (G6)
22. Estacas de Happy tree (Camptotheca acuminata) após 13 semanas de plantio (G5)
23. Detalhe de Calo na Estaca de Happy tree (Camptotheca acuminata)
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
4.1.2. Estaca Herbácea: (Impatiens balsamina)
Maria-sem-Vergonha
Após as 06 semanas (30-09-2014) de cultivo, apenas 01 estaca ainda continuava viva e enraizada com grandes quantidades de raiz (tipo cabeleira). 4.1.3. Estaca de Folhas de Crassuláceas: Rosa-dePedra (Graptopetalum paraguayense)
24. Estaca de Maria-sem-Vergonha (Impatiens balsamina) após 06 semanas de plantio (G2)
Após as 06 semanas (30-09-2014) de cultivo, havia apenas 04 folhas na bandeja, sendo que 02 delas estavam vivas e com raízes e as outras 02 estavam mortas. 4.2. ENRAIZAMENTO COM HORMÔNIOS 4.2.1. Estaca Lenhosa: Roseira (Rosa x var.) Os resultados estão na Tabela 04.
25. Folhas de Rosa-de-Pedra (Graptopetalum paraguayense) após 06 semanas de plantio (G2)
26. Folhas de (Graptopetalum enraizadas (G2)
Rosa-de-Pedra paraguayense)
ESTAQUIA
13
ANA - 100 ppm Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Parte Aérea
Estado (Viva ou Morta)
00
-
não
viva
ANA - 200 ppm Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Parte Aérea
Estado (Viva ou Morta)
muitas (cabeleira)
5,0 cm
sim
viva
AIB - 200 ppm Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Parte Aérea
Estado (Viva ou Morta)
muitas (cabeleira)
6,0 cm
sim
viva
AIB - 400 ppm Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Parte Aérea
Estado (Viva ou Morta)
muitas (cabeleira)
6,0 cm
sim
viva
2,4 D - 400 ppm Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Parte Aérea
Estado (Viva ou Morta)
00
-
sim
morta
Controle - H2O Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Parte Aérea
Estado (Viva ou Morta)
-
-
-
-
Tabela 04: Resultados das estacas lenhosas, com enraizamento com hormônios
27. Estacas de Roseira (Rosa x var.) (G2)
14
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
5. DISCUSSÃO 5.1. ENRAIZAMENTO ESPONTÂNEO 5.1.1. Estacas Lenhosas: Hibisco (Hibiscus sp), Amoreira (Morus sp), Happy tree (Camptotheca acuminata) De acordo com os resultados observados é possível notar que algumas espécies tem maior facilidade de enraizamento em relação às outras. Um exemplo disso é a quantidade de amoreiras que enraizaram estando nas mesmas condições ambientais nas quais as outras plantas estavam expostas. Isso pode acontecer devido à sensibilidade da amoreira aos reguladores de crescimento, ou seja, ela pode ser classificada como planta easy-to-root, pois apresenta todas as substâncias endógenas necessárias, além da auxina. A auxina exógena pode potencializar o enraizamento, mas geralmente não é necessária. Geralmente são plantas jovens (HARTMANN et al., 2002). Os hibiscos enraizaram mais lentamente, o que pode ter acontecido devido a esse tipo de planta possuir morfógenos, porém, com quantidades limitadas de auxina, e para aumentar o enraizamento pode ser necessária à aplicação de auxina exógena; esse tipo de planta pode ser denominada de moderatelyeasy-to-root (HARTMANN et al., 2002). Já a happy tree não apresentou nenhum enraizamento, o
que pode ser justificado pelo fato dessas plantas não possuírem morfógenos para enraizamento ou pelas suas células não responderem a eles, independente da quantidade de auxina presente. Logo, mesmo que haja a aplicação de auxina ela terá efeito pequeno ou nenhum no enraizamento. Geralmente, são plantas maduras denominadas de recalcitrantes (HARTMANN et al., 2002). Também é possível verificar que as estacas de amoreira que continuaram com folhas apresentaram maior sucesso de enraizamento. Isso se deve pelo fato de as folhas jovens produzirem auxina que é transportada de maneira basípeta para a base do caule, induzindo a divisão celular e a não diferenciação das células, o que dá origem a formação do calo. A auxina presente devido à produção nas folhas jovens, juntamente com o etileno produzido devido ao ferimento causado na planta quando esta foi cortada ao ser retirada da planta matriz, induzem o crescimento de raízes adventícias (TAIZ e ZEIGER, 2004) que em plantas lenhosas como happy tree e amoreira surgem, normalmente, na região do floema ou do câmbio e, em espécies herbáceas, como o hibisco, surgem normalmente na proximidade dos feixes vasculares (HARTMANN et al., 2002).
ESTAQUIA 5.1.2. Estaca Herbácea: (Impatiens balsamina)
Maria-sem-Vergonha
raízes (HARTMANN et al., 2002). 5.2. ENRAIZAMENTO COM HORMÔNIOS
Foi observado o enraizamento de 1/3 das amostras analisadas e o insucesso pode ter ocorrido devido a variações de temperatura que levaram as estacas a morte.
5.2.1. Estaca Lenhosa: Roseira (Rosa x var.)
Houve o enraizamento de apenas 02 das 05 folhas que colocamos para germinar, sendo que foi possível ver a formação das primeiras folhas dos novos indivíduos. O desaparecimento de uma das folhas sugere que ela também tenha morrido e entrado em decomposição assim como as outras duas que morreram. Isso pode ter acontecido devido ao aumento de temperatura, gerando baixa umidade que deixou o ambiente em condições desfavoráveis para o enraizamento. A formação de raízes a partir de estacas foliares nesse caso se dá a partir do desenvolvimento de meristemas secundários que são induzidos pelo
Como não tivemos acesso aos resultados do controle e das concentrações de 400 ppm do hormônio ANA, de 100 ppm de AIB e das concentrações de 100 ppm e 200 ppm do 2,4 D podemos afirmar, apenas, que no processo de enraizamento somente o AIB nas concentrações de 200 ppm e 400 ppm e o ANA na concentração de 200 ppm foram eficientes; o que pode ser explicado pelo fato de que em estacas, ou seja, em partes da planta, quando há a aplicação de auxina ocorre o estimulo para formação de raízes e isso é melhor verificado quando a auxina é sintética devido a maior efetividade dessas nesse processo (TAIZ e ZEIGER, 2004). O ANA a 100 ppm manteve a estaca viva, mas não foi suficiente nem para o desenvolvimento de raízes, nem para o desenvolvimento da parte aérea, devido ao fato de que a auxina, em baixas concentrações, pode inibir
ferimento gerado na coleta da estaca. Também, altos níveis de auxinas juntamente com baixos níveis de citocinina favorece a formação de raízes, portanto, em espécies com baixos níveis de citocinina é mais fácil o processo de formação de
a formação de raízes se a quantidade de citocininas é maior, o que estimularia a formação de brotos (HARTMANN et al., 2002), no tanto, não foram identificados brotos. Já o 2,4 D na concentração de 400 ppm gerou o desenvolvimento da parte
5.1.3. Estaca de Folhas de Crassuláceas: Rosa-dePedra (Graptopetalum paraguayense)
15
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
aérea, mas depois gerou a morte da estaca. Isso pode ter acontecido devido ao fato deste tipo de auxina sintética ser ativa como herbicida em dicotiledônias, matando-as (TAIZ e ZEIGER, 2004); sendo que o desenvolvimento da parte aérea pode ser justificado pela falta de dominância apical que foi ocasionada com a retirada do ápice durante a coleta da estaca o que promove o desenvolvimento de gemas laterais (TAIZ e ZEIGER, 2004).
6. CONCLUSÃO Com esses experimentos podemos concluir que o enraizamento irá ocorrer em condições ótimas tanto ambientais (temperatura, umidade e luminosidade) quanto fisiológicas (concentração dos hormônios, disponibilidade deste e interações entre eles), podendo as condições fisiológicas ser endógenasdevido a hormônios que a própria planta produz ou exógenas com a aplicação de hormônios sintéticos.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
MICROESTAQUIA ESPÉCIE UTILIZADA Hibisco (Hibiscus sp)
01. Hibisco (Hibiscus sp)
MICROESTAQUIA
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MICROESTAQUIA 1. INTRODUÇÃO A microestaquia é uma técnica de propagação vegetativa na qual são utilizados propágulos (microestacas), rejuvenescidos em laboratório de micropropagação, retirados de estacas para serem posteriormente enraizados, visando à obtenção de mudas. A técnica de microestaquia apresenta vantagens e desvantagens comparada a técnica de estaquia convencional. Como vantagem, temos uma maior taxa de crescimento e sobrevivência; maiores índices de enraizamento obtidos; supressão de gastos com jardins clonais; melhor qualidade no sistema radicular em termos de vigor, uniformidade, volume, aspecto e formato. Como desvantagem, pode-se observar que as microestaquias apresentam maior sensibilidade a condições ambientais.
2. OBJETIVO Identificar o enraizamento espontâneo de microestacas obtidas a partir de brotos de Hibisco (Hibiscus sp), colhidos de estacas enraizadas espontaneamente, verificando, assim, se essa
técnica de micropropagação foi eficiente para o enraizamento.
3. METODOLOGIA Depois de concluído o enraizamento, total ou parcial, das estacas de Hibisco (Hibiscus sp) sem folhas, cultivadas pelo nosso grupo (G2), foram cortados brotos de 03 cm a 05 cm, do ápice da planta, com um instrumento cirúrgico esterilizado em água sanitária. Na sequência, o material resultante do corte foi colocado em bandejas de isopor para mudas, sendo um broto por célula, com substrato e regado.
4. RESULTADOS A primeira retirada de brotos do ápice das estacas de hibisco sem folha ocorreu no dia 30-09-2014, mas poucas estacas apresentaram brotos com tamanho suficiente para realizar o corte; além disso, as estacas de hibisco estavam com pulgões e formigas. Dessa forma, apenas, 03 brotos foram removidos e plantados. Na semana seguinte, 07-10-2014, tentou-se, novamente, retirar brotos das estacas, porém,
02. Retirada do broto de Hibisco (Hibiscus sp)
03. Uma das microestacas de Hibisco (Hibiscus sp)
04. Três microestacas de Hibisco (Hibiscus sp) plantadas (G2)
20
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
tal tentativa não obteve sucesso. As estacas de hibisco estavam repletas de pulgões e formigas, e os brotos que poderiam ser utilizados tiveram que ser descartados para poder livrar as estacas dos pulgões. Observou-se que 02 dos 03 brotos plantados anteriormente morreram. Devido as dificuldades em se fazer o procedimento de microestaquia, tal experimento foi interrompido, sem sucesso.
05. Pulgões no Broto de Hibisco (Hibiscus sp)
5. DISCUSSÃO Devido a falhas, ao longo do experimento, como a infestação de pulgão nas estacas e problemas com as condições ambientais da casa de vegetação, este experimento não teve sucesso. 06. Microestacas de Hibisco (Hibiscus sp) (G2) no dia 07-10-2014: 02 mortas e 01 viva.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
PRIMING ESPÉCIE UTILIZADA Crambe (Crambe abyssinica) 01. Sementes de Crambe (Crambe abyssinica)
PRIMING
PRIMING 1. INTRODUÇÃO A viabilidade de um lote de sementes é expressa em termos de percentagem de sementes vivas capazes de germinar. Muitas vezes, ela é semelhante a germinação, por isto o teste padrão de germinação pode ser utilizado para ambas determinações. Entretanto, cabe lembrar que nem toda semente viável irá germinar. A metodologia do teste de germinação tem sido padronizada para estabelecer um alto nível de reprodução e confiança do teste, através das Regras Internacionais para Análise de Sementes, estabelecidas pela International Seed Testing Association (ISTA). Estas regras contêm, entre outras, recomendações de substratos a serem usados para cada espécie, temperatura de incubação, necessidade de luz e períodos das contagens. Em termos fisiológicos, germinação é definida como o processo que inicia com a absorção de água, até a protrusão da raiz primária através do tegumento da semente. As Regras para Análise de Sementes da ISTA discordam desta definição e descrevem germinação em termos de morfologia de plântula. Uma semente é considerada como germinada somente se originar uma plântula.
Sementes que produzem plântulas anormais não são incluídas na contagem da germinação, embora a emergência da raiz primária e subsequente desenvolvimento tenha sido realizado. Por exemplo, um resultado de germinação de 60%, não implica, necessariamente, que 40% das sementes estejam mortas. A ficha de anotações da análise de sementes indica a percentagem de plântulas normais e anormais, sementes dormentes e mortas, observadas no teste. De acordo com a ISTA, sob condições de campo, as plântulas anormais teriam poucas condições de desenvolveremse e tornarem-se plantas produtivas, sendo por isso, desconsideradas na percentagem final de germinação. Na prática, a percentagem de viabilidade ou de germinação não reflete necessariamente a percentagem de emergência, a qual é obtida sob condições de campo. A alta germinação do lote de sementes de cultivares semelhantes, sua classe de certificação e idade cronológica influenciam no desempenho das sementes no campo. O componente da qualidade, resultante da diferença entre alta germinação do lote de sementes e eficiência no campo, é referida como vigor de sementes. De acordo com a Associação Oficial dos Analistas
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
de Sementes dos Estados Unidos (AOSA, 2009) vigor de sementes são aquelas propriedades das sementes que determinam o seu potencial para uma emergência rápida e uniforme e o desenvolvimento de plântulas normais sob ampla diversidade de condições de ambiente. Muitas características fisiológicas e bioquímicas, juntamente com suas complexas interações, contribuem para o vigor das sementes. A exata contribuição e a interação entre essas propriedades das sementes, não é entendida completamente, por isso, a falta de precisão sobre o que é realmente vigor de sementes. O que facilmente é entendido são as consequências práticas do vigor das sementes, considerando um estabelecimento padrão. A ocorrência da deterioração das sementes pode ser considerada como o principal causa da redução do vigor. A deterioração das sementes durante a colheita, beneficiamento e armazenamento ocorre numa taxa fortemente influenciada pela genética, fatores produtivos e ambientais. Esse tempo pode levar poucos dias a muitos anos, sendo geralmente progressivo e seqüencial, embora seja muito
mudanças hormonais, diminuição das proteínas e da síntese de RNA, danos genéticos e acumulação de metabólitos tóxicos estão também envolvidos na deterioração. A deterioração das sementes é manifestada como uma redução progressiva na capacidade produtiva, incluindo a redução na taxa e uniformidade de germinação, reduzindo a tolerância ao estresse ambiental, com emergência inferior e menor desenvolvimento de plântula. Ela é importante para distinguir a perda de vigor que precede a perda da capacidade de germinação. O resultado do teste de germinação, conduzido depois do armazenamento das sementes, é, portanto, inadequado para representar o grau de deterioração que possa ter ocorrido nas sementes durante o armazenamento. O vigor das sementes não pode ser diretamente determinado (como pode ser a germinação), com resultados expressos em termos absolutos, tais como percentagem de vigor. Não há uma escala absoluta de vigor, contudo, o vigor das sementes é um componente de qualidade tão importante que cientistas tem direcionado as pesquisas para testes de laboratórios rápidos e simples, que sejam
difícil a distinção das causas primárias e efeitos secundários. Danos físicos nas membranas celulares e tempo fisiológico, provavelmente sejam a causa principal da deterioração das sementes. Respiração,
capazes de fornecer uma indicação do vigor das sementes. In: <http://coral.ufsm.br/sementes/textos/vigor.pdf>. Acesso 0812-2014. In: <http://www.ragricola.com.br/capas/ragricola11.pdf>. Acesso 08-12-2014.
PRIMING ENVIGORAMENTO OU PRIMING As plantas, dificilmente, crescem em ambientes ideais podendo ser expostas a estresses ambientais que modificam a sua morfologia e taxa de crescimento (BUXTON & FALES,1994). Dentre estes se destacam os estresses hídrico e térmico, como dois de maior ocorrência e impacto. A capacidade de aclimatação e/ou adaptação a essas flutuações varia para cada espécie e pode significar a sua sobrevivência ou não em determinados ambientes (TAIZ & ZAIGER, 2009). Embora a germinação esteja diretamente relacionada com a constituição genética da espécie, a forma como essa se expressa pode ser modificada pelas pressões e variações ambientais (SANTOS et al., 1992). Dentre os diversos fatores ambientais capazes de influenciar o processo germinativo, a disponibilidade de água é um dos mais importantes, uma vez que limita o início do processo germinativo das sementes e as demais etapas do metabolismo. A capacidade de absorção de água pelas sementes durante a germinação depende de vários fatores e dentre eles as características de cada espécie, a área de contato entre a semente e o substrato, a idade da semente, o teor de umidade e a temperatura (ROCHA, 1996). As variações de temperatura também podem afetar a velocidade, a porcentagem e a uniformidade da
germinação, de forma diretamente proporcional ao afastamento da temperatura conhecida como ótima para a espécie. Ou seja, quanto mais distante da temperatura ótima, maior o estresse causado às sementes. Em níveis críticos, isso pode causar injúrias a essa estrutura, inclusive alterando as atividades metabólicas inerentes ao processo de germinação, altamente dependentes de sistemas enzimáticos específicos (MARCOS FILHO, 2005). Assim, a “fisiologia do estresse” analisa esses fenômenos para que se possa entender a respostas desses espécimes frente a determinadas situações, ou até mesmo utilizar esse conhecimento como base para o melhoramento dos mesmos. Entretanto, nas últimas décadas, a aplicação de estresses visando a melhoria dos aspectos germinativos vem sendo utilizado, referindo-se ao termo priming ou envigoramento, ou até mesmo condicionamento fisiológico (HEYDECKER & COOLBEAR, 1977; HAIGH, 1988; ROBERTS & ELLIS, 1989; MARCOS FILHO, 2005), neste trabalho utilizou-se a terminologia osmocondicionamento. Este método pode levar a uma maior uniformização do processo germinativo e obtenção de plantas mais vigorosas, podendo otimizar a produção de mudas em larga escala. In: SOUZA, Cíntia Luiza Mascarenhas. Germinabilidade de Sementes de Physalis angulata L. (Solanaceae) sob Condições de Estresses Abióticos. Dissertação de Mestrado. UEFS, Departamento de Ciências Biológicas, Feira de Santana, 2009.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
2. OBJETIVOS
TESTES PARA AVALIAR A VIABILIDADE E O VIGOR
Esta aula prática tem como objetivo avaliar a viabilidade e o vigor de sementes de Crambe (Crambe abyssinica), utilizando a técnica de Priming ou Envigoramento.
1 - Teste de germinação em laboratório (expresso em porcentagem de germinação e porcentagem de plântulas normais e anormais). 2 - Teste de condutividade elétrica (antes e depois do condicionamento). 3 - Teste de estresse térmico. 4 - Teste de emergência em casa de vegetação (expresso em porcentagem de plântulas emergidas e peso de biomassa incorporada após 28 – 35 dias do plantio). Todas as avaliações realizadas com as sementes pré-condicionadas de diferentes formas foram comparadas com os resultados obtidos com o grupo controle (sem pré-condicionamento).
3. METODOLOGIA As sementes de crambe foram pré-embebidas em uma solução de PEG 6000 (polietileno glicol) ou KNO3, com diferentes potenciais osmóticos. Dois lotes da sementes foram pré-embebidos em água, durante 07 dias sob temperatura de 05 °C. Depois as sementes foram secas até atingir o peso apresentado antes do condicionamento. Um desses lotes permaneceu armazenado em geladeira durante um 01 mês e outro foi prontamente utilizado. Quatro lotes de sementes permaneceram durante uma semana em solução de PEG - 1,0 MPa e PEG - 0,5 MPa, sob 05 °C. Depois foram lavadas, secas em bancada até atingir, o mesmo peso apresentado antes do condicionamento. Dois lotes permaneceram armazenados durante 01 mês, em geladeira, antes de serem utilizadas nos experimentos de viabilidade e vigor. O lote controle não sofreu nenhum tipo de tratamento pré-germinativo.
PRIMING
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tratamento Réplica
4.1. TESTE DE GERMINAÇÃO EM LABORATÓRIO Os resultados estão na Tabela 01. O aumento do déficit hídrico induzido através do incremento nas concentrações de PEG 6000 na solução foi responsável por decréscimos significativos nos valores médios do índice de germinação. O mesmo podemos observar com o incremento nas concentrações de KNO3 na solução, sendo responsável pela diminuição nos valores de índice de germinação. Portanto, a redução do potencial osmótico da solução do substrato e o incremento nas concentrações de KNO3 tornou a germinação mais lenta, e distribuída de forma irregular ao longo do tempo, influenciando negativamente o vigor das sementes de crambe.
Controle
KNO3 (- 0,5 MPa)
KNO3 (- 1,0 MPa)
PEG 6000 (- 0,5 MPa)
PEG 6000 (- 1,0 MPa)
H2O
A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D
Germinação Anormais (%) (%) 100 0 92 0 92 20 84 8 48 0 64 16 56 36 76 48 0 0 48 28 0 0 48 20 80 0 88 0 88 2 84 0 76 12 84 12 92 0 88 12 76 16 88 4 0 0 0 0
Mortas (%) 6 2 48 20 32 0 0 0 6 20 0 8 14 1 4 0 8 72 28 24 4 8 0 0
Tabela 01: Valores de porcentagem de germinação, sementes anormais e mortas para sementes de crambe pré-condicionadas ou não
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
4.2. TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
Tratamento Réplica
Os resultados estão na Tabela 02. Para esse experimento de condutividade elétrica, foram utilizados cinco tipos de tratamentos: KNO3 (- 0,5 MPa), KNO3 (- 1,0 MPa), PEG 6000 (- 0,5 MPa), PEG 6000 (- 1,0 MPa) e H2O. Como podemos observar o tratamento com KNO3, em ambas concentrações, apresentou os valores mais elevados de todo experimento, o que implica em baixa germinação, pois as membranas celulares estão danificadas. Além disso, os valores elevados de condutividade elétrica de sementes inteiras, como as utilizadas neste estudo, pode ser correlacionada com as características do pericarpo, que são estruturas lignificadas e que podem causar aumentos na condutividade elétrica, ou a acumulação de outras substâncias que podem causar diferenças na permeabilidade das membranas celulares. Após o condicionamento das sementes e sob temperatura subótima (12 ºC), foi verificada uma tendência de germinação em menos tempo e maior porcentagem, à medida que o potencial osmótico das soluções de PEG foi reduzido. O condicionamento foi eficiente em aumentar o desempenho germinativo, quando comparado ao baixo desempenho das sementes que não foram condicionadas.
Controle
KNO3 (- 0,5 MPa)
KNO3 (- 1,0 MPa)
PEG 6000 (- 0,5 MPa)
PEG 6000 (- 1,0 MPa)
H2O
A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D
Condutividade (mS/cm) 124,5 111,3 109,9 116,6 91,7 87,6 87,3 80,1 117,8 120,6 123,1 135,5 24,3 34,4 29 25,7 36,2 33,0 39 35,3 38,1 34,8 33,0 28,2
Tabela 02: Valores de condutividade para sementes de crambe pré-condicionadas ou não.
PRIMING 4.3. TESTE DE ESTRESSE TÉRMICO Os resultados estão na Tabela 03. Os efeitos da temperatura na germinação de sementes podem ser avaliados pelas mudanças ocasionadas na porcentagem, velocidade e freqüência relativa de germinação durante o período de incubação (LABOURIAU e OSBORN, 1984). A temperatura pode atuar tanto como fator de quebra de dormência, como no controle da germinação de sementes. Pode-se dizer que a germinação ocorre dentro de um certo limite cuja amplitude e valores absolutos dependem de cada espécie. Dentro da faixa de temperatura em que as sementes de uma espécie germinam há, geralmente, uma temperatura ótima, acima e abaixo da qual a germinação é diminuída, mas não completamente interrompida. A temperatura ótima pode ser aquela em que a maior germinação é alcançada no menor tempo (MAYER e POLJAKOFF-MAYBER, 1979). Uma possível explicação para que a taxa de germinação da maioria das sementes estudadas tenha dado zero é que houve perda de solutos das sementes e os solutos lixiviados estimularam a atividade microbiana, pois segundo Nascimento & West, (1998) “outro pré-requisito para o sucesso da técnica é o uso de sementes livres de microrganismos, pois durante a fase inicial de
embebição na solução osmótica, ocorre perda de solutos das sementes, e esses lixiviados podem estimular a atividade microbiana, geralmente saprófitas”. Outro ponto a ser considerado é o efeito fitotóxico do fungicida sobre as sementes.
Tratamento Réplica
Controle
KNO3 (- 0,5 MPa)
KNO3 (- 1,0 MPa)
PEG 6000 (- 0,5 MPa)
PEG 6000 (- 1,0 MPa)
H2O
A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D
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Germinadas (%) 44 32 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 44 44 40 16 0 0 0 0 16 0 12 20
Tabela 03: Valores de porcentagem de germinação para sementes de crambe após o estresse término de 24 h
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
4.4. TESTE DE EMERGÊNCIA EM CASA DE VEGETAÇÃO Os resultados estão na Tabela 04. As características avaliadas nas sementes de crambe apresentaram-se com menores médias na casa de vegetação em relação ao laboratório de análise. Porém, de acordo com a Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, Vol.6, podemos observar que as médias em casa de vegetação foram maiores. Esses resultados corroboraram com BORGHETTI e FERREIRA (2004), que afirmam que espécies que crescem sob dossel ou cobertura vegetal densa não requerem, em geral, muita luz enquanto espécies que se desenvolvem em locais abertos, sem vegetação, como é o caso do crambe, exigem quantidades relativamente maiores de luz para que ocorra uma germinação com maior uniformidade. Assim, podemos concluir que os índices foram menores em casa de vegetação em relação ao laboratório devido a falhas técnicas no experimento realizado.
A
Leitura 29-10-2013 4
B
8
8
0
C
4
4
4
D
24
44
20
A
0
0
0
B
0
0
0
C
0
0
0
D
0
0
0
A
0
0
0
B
0
0
0
C
0
0
0
D
0
0
0
A
0
0
0
B
0
0
0
C
0
0
0
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0
0
0
A
8
4
4
B
20
24
24
C
0
0
0
D
0
0
0
Tratamento Réplica
KNO3 (- 0,5 MPa)
KNO3 (- 1,0 MPa)
PEG 6000 (- 0,5 MPa)
PEG 6000 (- 1,0 MPa)
H2O
Emergência de Plântulas (%) Leitura Leitura 05-11-2013 12-11-2013 8 4
Leitura 19-11-2013
4 8 4 8 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tabela 04: Valores de porcentagem de emergência de plântulas originadas de sementes de crambe pré-condicionadas ou não
PRIMING
5. OBSERVAÇÃO Os dados aqui discutidos foram obtidos na Disciplina de Propagação de Plantas no ano de 2013, pois neste ano de 2014, houve problemas e falhas ao longo do experimento, como a infestação por fungos na maioria das amostras dos experimentos e problemas com as condições ambientais da casa de vegetação, que levou a morte tudo que foi plantado. Assim, para podermos discutir sobre a técnica do Priming, nos baseamos em resultados que não foram os nossos.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
ENXERTIA ESPÉCIES UTILIZADAS Abobrinha (Cucurbita pepo) Pepino (Cucumis sativus)
01. Abobrinha (Cucurbita pepo)
02. Pepino (Cucumis sativus)
ENXERTIA
ENXERTIA 1. INTRODUÇÃO
obtém frutos menos cerosos.
A propagação por enxertia consiste na união de um enxerto com um porta-enxerto, advindos de plantas distintas de modo que elas cresçam e se desenvolvam como um único indivíduo, pois cada parte confere uma característica especial ao todo. Logo, é uma reprodução assexuada, envolvendo a união de partes da planta por meio de regeneração de tecidos. O enxerto é o pedaço com a parte aérea da planta, com brotos, do cultivar que se deseja reproduzir. Já o porta-enxerto é a parte que contém a raiz, sendo vigoroso e resistente aos fatores
2. OBJETIVO
adversos da região do plantio. O desenvolvimento de um enxerto compatível se dá pela a aderência do porta-enxerto e enxerto; pela proliferação da ponte de callus e pela diferenciação vascular através da interface do enxerto (HARTMANN et al., 2002). Neste experimento, se faz a enxertia da abobrinha (Cucurbita pepo) com o pepino (Cucumis sativus), porque a abobrinha, como porta-enxerto, é resistente aos patógenos de solo, pois possui maior desenvolvimento radicular e rusticidade; assim, evitam-se perdas significativas na produção, que inviabiliza algumas áreas de produção comercial de hortaliças, além disso, com essa enxertia se
Acompanhar a enxertia da abobrinha (Cucurbita pepo) com pepino (Cucumis sativus), observando se o enxerto é compatível e se há sucesso nessa propagação.
3. METODOLOGIA Sementes de abobrinha (Cucurbita pepo) e pepino (Cucumis sativus) foram plantadas, individualmente, em células de bandeja de isopor contendo substrato Plantmax para formação de mudas. As plântulas estão prontas para realização da enxertia quando ocorre a expansão total dos cotilédones e o surgimento dos primórdios foliares (entre 1,0 cm a 2,0 cm), isso ocorre entre 07 e 09 dias após o plantio. Os caules da abobrinha e pepino (hipocótilo) devem ter tamanhos de diâmetros próximos para a realização da enxertia. Escolhidos os caules, com uma lâmina de bisturi se faz um corte no sentido oblíquo (chanfrado) até o centro do caule tomando cuidado para não cortar toda a planta: o porta-enxerto, a plântula de abobrinha,
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
recebeu o corte no sentido de cima para baixo do caule; o enxerto, a plântula de pepino, de baixo para cima (método por encostia). Após 07 a 14 dias, tempo suficiente para que haja a possibilidade de ocorrer o sucesso da enxertia, é feita a remoção da parte aérea do porta enxerto, abobrinha, e a raiz do enxerto, pepino.
ENXERTO DE ABOBRINHA COM PEPINO Número de Raízes
Tamanho da Raiz
Parte Aérea
Estado (Viva ou Morta)
muitas (cabeleira)
15 cm
sim
viva
Tabela 01: Resultados da enxertia de abobrinha e pepino
4. RESULTADOS Os resultados estão na Tabela 01.
5. DISCUSSÃO A planta enxertada sobreviveu, com compatibilidade entre as plantas de abobrinha e pepino, apresentando uma boa cicatrização entre porta-enxerto e enxerto. O enraizamento da espécie se deu de maneira satisfatória com raiz tipo cabeleira longa.
6. CONCLUSÃO Houve compatibilidade e viabilidade do emprego da abobrinha (Cucurbita pepo) como porta-enxerto do cultivar de pepino (Cucumis sativus).
03. Enxerto de Abobrinha (Cucurbita pepo) com Pepino (Cucumis sativus)
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS ESPÉCIES UTILIZADAS Alho (Allium sativum) Cebola (Allium cepa)
01. Alho (Allium sativum)
02. Cebola (Allium cepa)
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS 1. INTRODUÇÃO Caules especializados são estruturas de propagação vegetativa que, primariamente, funcionam para o armazenamento de nutrientes e água durante condições ambientais adversas. Estas estruturas podem ser: • bulbos: órgão subterrâneo com haste central, também chamada de placa basal onde há um ponto de crescimento no seu ápice, cercada por grossas camadas de folhas modificadas carnudas que tem a capacidade de armazenar água e nutrientes. Eles podem ser tunicados, cuja túnica protege contra a infestação de patógenos. • cormos: possui uma estrutura de caule sólido com distintos nódulos e internódulos, que consistem em tecidos de armazenamento constituído por células do parênquima. Os cormos são capazes de produzir dois tipos de raízes, as raízes fibrosas que se desenvolvem na base do cormo mãe e as raízes contráteis carnudas que se desenvolvem a partir da base do novo cormo. As raízes se desenvolvem em respostas a temperaturas instáveis. Os cormelos são pequenas estruturas que se desenvolvem entre o velho e o novo caule. São necessários um ou dois anos para atingir o tamanho da floração.
• tubérculos: consiste em um tipo especial de caule inchado e modificado que funciona como um órgão de armazenamento subterrâneo. O processo de tuberização se inicia com a inibição do crescimento terminal e a dilatação das células e divisão na região subapical dos estolões. Este processo está associado com dias curtos; temperaturas baixas; redução da intensidade luminosa; baixas concentrações de nitrogênio; o aumento de citocininas e inibidores do tipo ácido abcísico (ABA), além da redução dos níveis de giberelina na planta. • raízes tuberosas: são raízes que armazenam nutrientes como a inulina e o amido. As brotações desse tipo acontecem em um pedaço de caule. • caule tuberoso: são produzidos pelo alargamento de parte do hipocótilo e podem incluir os primeiros nós do epicótilo e a secção superior da raiz principal. • rizoma: consiste em um caule subterrâneo em que o crescimento ocorre no sentido horizontal. Existem alguns tipos de rizoma: o parchymorfo (que é grosso; carnudo e encurtado em relação ao seu comprimento; tende a ser orientado horizontalmente com raízes emergentes a partir do lado inferior) e o leptomorfo (que é delgado; com entrenós longos; cresce continuamente em comprimento a partir do
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
ápice e dos ramos laterais). • pseudobulbos: é considerado um falso bulbo e consiste em uma estrutura de armazenamento presente em muitas espécies de orquídeas. É o alargamento do caule em uma secção carnuda. Garantem a sobrevivência das espécies por acumular água e nutrientes durante o período de dormência. A propagação por caules e raízes pode ocorrer devido a existência de caules especializados. As plantas podem se propagar de forma sexuada (meiose e variabilidade genética) ou assexuada (mitoses e clones). A reprodução assexuada pode ocorrer por: separação, corte do caule, divisão e micropropagação. Assim, a propagação dos caules especializados pode ocorrer de diversas formas como, por exemplo: com a formação do bulbo sobre o caule gerando os bulbilhos; com o corte basal (que consiste na retirada da placa basal de um bulbo maduro fazendo com que os bulbilhos adventícios se desenvolvam a partir da base das escalas do bulbo exposto); com a plantação de tubérculos ou peças resultantes do corte de secções em que cada uma tem um ou mais botões. In: HARTMANN, Hudson T.; KESTER, Dale E.; DAVIES JR., Fred T.; GENEVE, Robert L. Hartmann and Kester’s Plant Propagation: Principles and Practices. 8ª Edição (Revisão da 7ª Edição, 2002). New Jersey: Prentice Hall, Upper Saddle River, 2002.
2. OBJETIVOS O objetivo geral dos experimentos, aqui relatados, é a avaliação do desenvolvimento do caule tipo bulbo. Para isso, se observará as espécies de Alho (Allium sativum) e Cebola (Allium cepa): • na espécie de Alho (Allium sativum) se analisará: - se o armazenamento dos bulbos a baixas temperaturas influencia no desenvolvimento vegetativo; - se a posição do bulbilho no plantio está relacionada ao melhor desenvolvimento dos brotos; - se há relação entre o tamanho do bulbo e o melhor desenvolvimento vegetativo da espécie. • na espécie de Cebola (Allium cepa) se observará o desenvolvimento de brotos e bulbilhos em pedaços de bulbo, contendo a placa basal.
3. METODOLOGIA 3.1. EXPERIMENTO I Efeito da temperatura de armazenamento dos caules tipo bulbo de Alho (Allium sativum) sobre o desenvolvimento vegetativo. Primeiramente, observamos o número total de bulbilhos presentes na cabeça do alho condicionada ao armazenamento entre 05 °C e 07 °C por 15
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS dias e na cabeça sem o condicionamento. Cada bulbilho teve seu tamanho medido com o auxílio de uma régua levando em conta se havia dentes muito finos, danificados ou com sinais de apodrecimento, sendo que aqueles que tivessem alguma dessas características deveriam ser descartados. Ver Tabela 01. Depois, foi feito o plantio de 02 bulbilhos da cabeça sem condicionamento e 02 da cabeça com condicionamento a uma profundidade de 03 cm a 05 cm, em copos de polietileno, devidamente identificados. Foram retiradas as túnicas de cada um dos bulbilhos.
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3.3. EXPERIMENTO III Efeito do tamanho do bulbo no plantio e desenvolvimento da cultura do Alho (Allium sativum). Escolhemos 02 bulbilhos de cada cabeça de alho (com e sem condicionamento), sendo um pequeno e outro grande. Os bulbilhos foram plantados a uma profundidade de 03 cm a 05 cm, em copos de polietileno, devidamente identificados. Foram retiradas as túnicas de cada um dos bulbilhos.
03. Bulbilho de Alho (Allium sativum), sendo plantado com ponta para cima
3.4. EXPERIMENTO IV 3.2. EXPERIMENTO II Efeito da posição do bulbo no plantio e desenvolvimento da cultura do Alho (Allium sativum). Escolhemos 02 bulbilhos de cada cabeça de alho (com e sem condicionamento). Para cada cabeça, foi plantado um bulbilho com a ponta para baixo e outro com a ponta para cima, a uma profundidade
Análise do desenvolvimento da Cebola (Allium cepa), a partir da placa basal do bulbo. Foi retirado, a partir de um corte transversal em um bulbo de cebola, a região da placa basal desta, que foi plantada a uma profundidade de 02 cm (o suficiente, apenas, para revestir somente sua base).
04. Bulbilho de Alho (Allium sativum), sendo plantado com ponta para baixo
de 03 cm a 05 cm, em copos de polietileno, devidamente identificados. Foram retiradas as túnicas de cada um dos bulbilhos. 05. Placa basal da Cebola (Allium cepa) sendo plantada.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
4. RESULTADOS Os resultados de todos os experimentos foram avaliados 03 semanas após o plantio dos bulbos. 4.1. EXPERIMENTO I Os resultados estão na Tabela 02. 4.2. EXPERIMENTO II Os resultados estão na Tabela 03. 4.3. EXPERIMENTO III Os resultados estão na Tabela 04. 4.4. EXPERIMENTO IV Observou-se a formação de 03 brotos.
Bulbilhos Cabeça 01 Cabeça 02 (condicionada) (não condicionada) Tamanho do Bulbilho Tamanho do Bulbilho 2,0 cm 2,5 cm 3,0 cm 2,7 cm 1,5 cm * 2,7 cm 2,5 cm 3,0 cm * 2,1 cm 2,5 cm 2,8 cm 2,0 cm 2,9 cm 2,0 cm 3,1 cm * 2,5 cm 2,5 cm 1,9 cm * 2,6 cm 2,0 cm 2,5 cm 2,5 cm 2,8 cm 3,0 cm 3,0 cm 2,5 cm média: 2,6 cm média 2,4 cm em nenhuma das cabeças havia dentes muito finos, danificados ou com sinais de apodrecimento * bulbilhos utilizados no Experimento III Tabela 01: Avaliação dos bulbilhos
06. Cebola (Allium cepa) germinada e com brotos e raízes - Experimento IV
07. Detalhe dos brotos de Cebola (Allium cepa) - Experimento IV
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS
01 02 03 04
Bulbilhos Sem Condicionamento Ponta para Cima Sem Condicionamento Ponta para Cima Com Condicionamento Ponta para Cima Com Condicionamento Ponta para Cima
Germinação
Radícula
Raiz
Parte Aérea
sim
não
4,0 cm
-
sim
sim
4,0 cm
6,0 cm
sim
sim
6,0 cm
1,5 cm
sim
não
4,0 cm
-
08. Bulbilho 01 - Experimento I
Tabela 02: Resultados do Experimento I
09. Bulbilho 02 - Experimento I
10. Bulbilho 03 - Experimento I
11. Bulbilho 04 - Experimento I
41
42 01 02 03 04
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS Bulbilhos Sem Condicionamento Ponta para Cima Sem Condicionamento Ponta para Baixo Com Condicionamento Ponta para Cima Com Condicionamento Ponta para Baixo
Germinação
Radícula
Raiz
Parte Aérea
sim
3,5 cm
7,5 cm
sim
sim
4,5 cm
6,0 cm
sim
não
-
-
-
não
-
-
-
12. Bulbilho 01 - Experimento II
Tabela 03: Resultados do Experimento II
13. Bulbilho 02 - Experimento II
14. Bulbilho 03 - Experimento II
15. Bulbilho 04 - Experimento II
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS
01
02
03
04
Bulbilhos Sem Condicionamento Ponta para Cima Grande Sem Condicionamento Ponta para Cima Pequeno Com Condicionamento Ponta para Cima Grande Com Condicionamento Ponta para Cima Pequeno
Tabela 04: Resultados do Experimento III
Germinação
Radícula
Raiz
Parte Aérea
não
-
-
-
não
-
-
-
não
-
-
-
não
-
-
-
16. Bulbilho 01 - Experimento III
17. Bulbilho 02 - Experimento III
18. Bulbilho 03 - Experimento III
19. Bulbilho 04 - Experimento III
43
44
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
5. DISCUSSÃO 5.1. EXPERIMENTO I Observamos que as condições eram propicias para germinação, sendo que os resultados obtidos para os bulbilhos com e sem condicionamento foram muito semelhantes. Assim, nesse caso, o condicionamento não gerou alterações no desenvolvimento do bulbilho, e, portanto, a temperatura baixa não influencia no desenvolvimento vegetativo do alho. 5.2. EXPERIMENTO II Observa-se que nas amostras em que a ponta do bulbilho está para cima, a raiz é direcionada para baixo e a radícula crescia na parte face superior. Já, quando o bulbilho do alho foi plantado com a ponta para baixo a raiz crescia, mas envergava apontando para baixo, enquanto a radícula, quando crescia, e também envergava crescendo em direção a superfície. 5.3. EXPERIMENTO III Não obtivemos os resultados esperados por erro procedimental, pois mantivemos a túnica quando deveríamos tê-la retirada.
No entanto, observando o experimento dos outros grupos, nota-se um melhor desenvolvimento para os bulbilhos grandes, devido a maior oferta de reservas, em relação a bulbilhos pequenos. 5.4. EXPERIMENTO IV Observamos a formação de 03 ramos, que, posteriormente, formará 03 caules, mostrando que é eficiente a propagação da cebola, a partir de sua placa basal.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ESTAQUIA HARTMANN, Hudson T.; KESTER, Dale E.; DAVIES JR., Fred T.; GENEVE, Robert L. Hartmann and Kester’s Plant Propagation: Principles and Practices. 8ª Edição (Revisão da 7ª Edição, 2002). New Jersey: Prentice Hall, Upper Saddle River, 2002. TAIZ, Lincoln; ZEIGER, Eduardo. Fisiologia Vegetal. Tradução Eliane Romanato Santarém et. al. Porto Alegre: Artmed, 2004.
MICROESTAQUIA WENDLING, I. Propagação Vegetativa. I Semana dos Estudantes Universitários - Florestas e Meio Ambiente, Embrapa Florestas, 2003.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ENXERTIA HARTMANN, Hudson T.; KESTER, Dale E.; DAVIES JR., Fred T.; GENEVE, Robert L. Hartmann and Kester’s Plant Propagation: Principles and Practices. 8ª Edição (Revisão da 7ª Edição, 2002). New Jersey: Prentice Hall, Upper Saddle River, 2002. <http://www.emepa.org.br/revista/volumes/tca_v5_n2_ jun/tca03_pepino.pdf>. Acesso 07-12-2014. < h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? p i d = S 0 1 0 2 05362002000100018&script=sci_arttext>. Acesso 0712-2014. < h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ arttext&pid=S0103-90162000000100027>. Acesso 0712-2014.
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS HARTMANN, Hudson T.; KESTER, Dale E.; DAVIES JR., Fred T.; GENEVE, Robert L. Hartmann and Kester’s Plant Propagation: Principles and Practices. 8ª Edição (Revisão da 7ª Edição, 2002). New Jersey: Prentice Hall, Upper Saddle River, 2002.
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RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS ESTAQUIA 01. <http://flores.culturamix.com/blog/wp-content/ galler y/hibiscus-rosa-sinensis-2/Hibiscus-Rosa%E2%80%93-Sinensis-6.jpg>. Acesso 08-12-2014. 02. <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/ FontesHTML/Amora/SistemaProducaoAmoreiraPreta/ imagens/fig_87.gif>. Acesso 08-12-2014. 03. <http://farm3.static.flickr. com/2646/3694678756_69b5fb8acf_m.jpg>. Acesso 08-12-2014. 04. Foto: Inna Flávia Mascarin, 19-08-2014. 05. Foto: Inna Flávia Mascarin, 07-10-2014. 06. <http://wallpaper.ultradownloads.com.br/161210_ Papel-de-Parede-Rosas--161210_1280x960.jpg>. Acesso 08-12-2014. 07. Foto: Inna Flávia Mascarin, 19-08-2014. 08. Foto: Inna Flávia Mascarin, 19-08-2014. 09. Foto: Inna Flávia Mascarin, 19-08-2014. 10. Foto: Inna Flávia Mascarin, 14-10-2014. 11. Foto: Inna Flávia Mascarin, 14-10-2014. 12. Foto: Inna Flávia Mascarin, 14-10-2014. 13. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 14. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 15. Foto: Inna Flávia Mascarin, 07-10-2014. 16. Foto: Inna Flávia Mascarin, 14-10-2014. 17. Foto: Inna Flávia Mascarin, 14-10-2014. 18. Foto: Inna Flávia Mascarin, 18-11-2014. 19. Foto: Inna Flávia Mascarin, 18-11-2014.
20. Foto: Inna Flávia Mascarin, 18-11-2014. 21. Foto: Inna Flávia Mascarin, 18-11-2014. 22. Foto: Inna Flávia Mascarin, 18-11-2014. 23. Foto: Inna Flávia Mascarin, 18-11-2014. 24. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 25. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 26. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 27. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014.
MICROESTAQUIA 01. <http://flores.culturamix.com/blog/wp-content/ galler y/hibiscus-rosa-sinensis-2/Hibiscus-Rosa%E2%80%93-Sinensis-6.jpg>. Acesso 08-12-2014. 02. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 03. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 04. Foto: Inna Flávia Mascarin, 30-09-2014. 05. Foto: Inna Flávia Mascarin, 07-10-2014. 06. Foto: Inna Flávia Mascarin, 07-10-2014.
PRIMING 01. Foto: Inna Flávia Mascarin, 26-08-2014.
ENXERTIA 01. <http://calphotos.berkeley.edu/ imgs/512x768/0000_0000/0807/0348.jpeg>. Acesso 08-
RELATÓRIO: AULAS PRÁTICAS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS 12-2014. 02. <http://www.agroatlas.ru/content/cultural/Cucumis_ sativus_K/Cucumis_sativus_K.jpg>. Acesso 08-12-2014. 03. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014.
PROPAGAÇÃO DE CAULES ESPECIALIZADOS 01. Foto: Inna Flávia Mascarin, 11-11-2014. 02. <http://pammiksch.files.wordpress.com/2013/02/ cebola-2.jpg>. Acesso 08-12-2014. 03. Foto: Inna Flávia Mascarin, 11-11-2014. 04. Foto: Inna Flávia Mascarin, 11-11-2014. 05. Foto: Inna Flávia Mascarin, 11-11-2014. 06. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 07. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 08. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 09. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 10. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 11. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 12. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 13. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 14. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 15. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 16. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 17. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 18. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014. 19. Foto: Inna Flávia Mascarin, 02-12-2014.
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ANEXO CRONOGRAMA AULAS PRÁTICAS 19-08-2014 - Estaquia / Microestaquia 26-08-2014 - Priming 02-09-2014 - Priming 16-09-2014 - Priming 23-09-2014 - Priming 30-09-2014 - Estaquia / Microestaquia / Priming 07-10-2014 - Estaquia / Microestaquia / Priming 14-10-2014 - Estaquia 28-10-2014 - Enxertia 11-11-2014 - Propagação de Caules Especializados 18-11-2014 - Estaquia 25-11-2014 - Retirada do Embrião da Semente 02-12-2014 - Estaquia / Enxertia / Propagação de Caules Especializados