ÍNDICE ED. 15 | OUT.\NOV.\DEZ._2019
Destaque da edição
Nesta edição, a Predial Brazilian traz em seu destaque uma entrevista com o superintendente da Engeform, em que conta como é possível atuar em variados setores através do mercado construtivo
49 Engenheiro e gestor André Abucham
37 Novo aeroporto Eurico de Aguiar Salles, traz grandiosa estrutura na região Sudeste Para a conclusão do novo complexo aeroportuário, o Governo Federal investiu R$ 559,4 milhões, que inclui o terminal de passageiros, com 29,5 mil metros quadrados
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Em Belo Horizonte, expansão de aeroporto traz diferenciais construtivos em projeto
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Em Campinas (SP), alta complexidade compõe um dos maiores projetos de nova fonte de luz
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22 Conceito arquitetônico utiliza métodos práticos em revitalização de colégio
INSIDE
57 Em São Paulo, complexo de lazer ganha modernas instalações
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Implantação de materiais estabelece padrões contemporâneos em edifício corporativo
INSIDE
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Carta ao leitor
Marcas de grandes ações
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ão poderia estarmos mais orgulhosos ao descrever esta carta ao leitor, que consolida não somente a décima quinta edição da revista Predial Brazilian (RPB), mas também mais um ano da nossa publicação no mercado editorial construtivo. Nesse contexto, pensar no crescimento do conteúdo para a nossa revista foi um tanto notável para toda a equipe da rede Inside Comunique. Com muita honra tivemos a oportunidade de reviver acontecimentos importantes na trajetória da RPB e vivenciar matérias e entrevistas mais que marcantes. Contudo, o período que se consagrou foi quando promovemos uma reestruturação geral na publicação, em 2015, ao priorizar assuntos direcionados ao mercado da engenharia, arquitetura e infraestrutura, atingindo o objetivo inicial da rede de comunicação, mais do que isso, ultrapassamos as nossas expectativas. Com a retomada do mercado, conseguimos olhar para os momentos de crise e compreender de qual forma conseguimos contribuir na melhoria do setor. Enfim, a nossa missão de difundir informações de alto padrão de qualidade segue em atividade. Todo trabalho continuará de forma cada vez mais clara e transparente, ao revelar situações positivas em 2020.
editorial
Reestruturação, edificação e revitalização
C
om uma interpretação simples, a palavra revitalização, exprime a concordância do antigo ao novo. Na forma da engenharia, muito além da reestruturação de qualquer construção, de tal maneira, para acolher a conveniência de restaurar e resguardar traços arquitetônicos nos mais diversos empreendimentos, ao modo que se adequa e valoriza a materialização de modernos itens de conforto, segurança, sustentabilidade e outros requisitos. Essas dissoluções são cada vez mais demandadas em nosso mercado, de acordo com o crescimento das oportunidades para o enaltecimento com obras de requalificação. Nesse contexto, apresentamos nesta edição da Predial Brazilian, vários destaques de obras de revitalização, com diferentes portes e características de edificação. Assim, na cidade de Vitória (ES), para executar a reforma do aeroporto Eurico Aguiar Salles, o local recebeu novas estruturas em concreto e teve seu visual completamente transformado, além de ampliar o espaço destinando a pista de decolagem e a sala de desembarque. Outro case de evidência desta publicação é a revitalização do colégio Positivo Santa Maria, em Londrina (PR), onde o projeto foi concebido sob modernos conceitos arquitetônicos. A edificação da década de 70, que apesar de ter se apresentado bem preservada, estava totalmente desatualizada para os padrões funcionais e educacionais do grupo de ensino. Já em outra seção, trazemos uma entrevista especial com o superintendente da Engeform, Andre Abucham, que conta sobre as suas experiências à frente da diretoria da conceituada construtora brasileira. Ainda, nas próximas páginas a redação da Inside mostra que em Campinas (SP), foi implantado um mega projeto de construção batizado de Sirius (Laboratório nacional de luz síncrotron) (LNLS), o primeiro acelerador de partículas do hemisfério Sul, sendo o único da América Latina. Para finalizar, a revista traz detalhes da inauguração do SESC Guarulhos, em São Paulo, que nos remete a uma tipologia de arquitetura, ideal para áreas de lazer, ressaltando a liberdade projetual que o material construtivo propicia.
Desejo a você uma agradável leitura. Aproveite bem a revista!
Natasha L. Tassinari CEO da Inside Comunique
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panorama do
setor
Prédios como o recém-lançado Time Express Offices utilizam sistema de chuveiros automáticos, pressurização de escada e barramento blindado Muitos fatores precisam ser levados em consideração antes de escolher qual edifício para abrir um negócio. Algumas questões óbvias, como localização, valores, tamanho do imóvel, entre outros são relevantes, porém, o que os olhos não veem podem fazer toda a diferença na segurança, na economia, na conservação e na manutenção de valor de um imóvel. Atualmente, na engenharia, muitos recursos existem para tornar os imóveis mais seguros e práticos – mais do que se imagina. É o caso da pressurização automática das escadas. Esse sistema, além de ser obrigatório de acordo com a legislação, é também um item importante para a segurança de edifícios, tendo como objetivo manter livre de fumaça e de gases tóxicos o espaço destinado às escadas. Todas essas questões surgiram como soluções para maior conforto e segurança dos condôminos. Um exemplo disso é a recente obra concluída pela Thá Engenharia, o Time Express Offices. O prédio comercial reúne todas as caraterísticas citadas e ainda possui sistema de tratamento de águas cinzas provenientes de lavatórios, para uso em fins não potáveis, como em vasos sanitários ou regar plantas, gerando economia e preservação ambiental. O edifício fica localizado no bairro Cristo Rei, na rua Zeila Moura dos Santos, número 101, em Curitiba, e possui uma área construída de 14.033,00 m². Fotos: Divulgação
‘Obra & Arte’ transforma material que antes seria descartado em mobiliário e peças decorativas O projeto-piloto Obra & Arte apresenta o resultado de um ano de atividades, e ressignificação do uso de materiais descartados da construção civil, em exposição de 20 de novembro a 10 de janeiro no showroom da A.Yoshii, em Curitiba (PR). A partir da iniciativa do Instituto A.Yoshii, braço de responsabilidade do Grupo A.Yoshii, ao todo, cinco oficinas foram realizadas em 2019 com colaboradores da construtora na capital paranaense, ministradas pelo Coletivo ÔDA, formado por profissionais de design, arquitetura e artes de Curitiba e São Paulo. Doze funcionários, entre carpinteiro, pintor, pedreiro, encanador e armador, transformaram em mobiliário e peças decorativas restos de obras que iriam para o lixo. Vergalhões de aço, canos de PVC, barras de ferro e restos de arame são alguns dos materiais, comumente descartados, que compõem as peças de design. Na exposição, são apresentadas 16 obras criadas pelo Coletivo ÔDA e quatro pelos colaboradores da A.Yoshii, entre poltronas, esculturas, mesas e pendentes.
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panorama do
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Cris Furlan celebra 20 anos de arquitetura com lançamento de livro A arquiteta paulista Cristiane Furlan celebra duas décadas de carreira com o lançamento do livro “Cris Furlan – 20 Anos de Arquitetura”. A obra é um projeto do MBM Escritório de Ideias e foi organizada pelo publicitário Bruno Fernandes Chamochumbi, diretor da empresa.Os 1.000 exemplares da primeira edição de luxo, com 200 páginas, trazem aproximadamente 30 obras das mais de 200 assinadas pela arquiteta ao longo da carreira, e estão divididas entre as categorias residencial, comercial e mostras de arquitetura. “Há pouco mais de um ano, percebi que a Cris Furlan estava se destacando profissionalmente por uma série de fatores. Fizemos uma matéria especial para a Revista Tutti com alguns de seus projetos; ela participou de todas as edições do Village Arte Decor (mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo) de forma brilhante; assinou o maior decorado já colocado em exposição da região da cidade de Piracicaba/SP (no Lindenberg Timboril)”, relata Chamochumbi, justificando ter reconhecido o potencial da arquiteta para este projeto editorial.
Precificação de imóveis: utilidade vai além da venda, defende gerente da Apsa A avaliação pode ser feita de duas formas: verbalmente ou por meio de um parecer técnico, maneiras úteis para finalidades diferentes. “Se o cliente deseja apenas saber o valor para comercialização do imóvel, cabe aqui a forma verbal”, condiciona Gustavo, que atenta para outros fins que não comerciais: “Se essa mensuração é feita para outra finalidade, como discussão entre herdeiros ou partilha dos bens em um inventário, o parecer técnico se faz necessário”, avalia o gerente. O profissional tem o olhar mais atento para identificar os fatores que podem valorizar e desvalorizar o imóvel, de acordo com Gustavo. “Não se trata apenas de comparar o preço com imóveis parecidos na mesma região”, diz. Entre esses pontos, estão localização, tamanho, idade, andar, orientação solar, vagas de garagem, estado de conservação, decoração, entre outros. Uma comparação com os demais anúncios é válida, mas deve seguir critérios. “Ao comparar o preço com o de casas e apartamentos em endereços próximos, é mais assertivo escolher imóveis com tamanhos parecidos e de andares equivalentes”, afirma o gerente da Apsa. 17
Hub de Inovação da Smart City Laguna ganha prêmio alemão de arquitetura inovadora O Conselho de Design Alemão concedeu o prêmio Iconic Awards 2019: Innovative Architecture ao Hub de Inovação da Smart City Laguna, primeira Cidade Inteligente Inclusiva do mundo, que está sendo construída no Ceará pela Planet Smart City. O concurso internacional elege anualmente os projetos mais inovadores de arquitetura e design. A premiação aconteceu em 7 de outubro, no Pinakothek der Moderne, em Munique (Alemanha). O Hub de Inovação tem 1.000 m² e é o coração social da Smart City Laguna e showroom de tecnologia e inovação. É um lugar onde os cidadãos, sejam moradores de Laguna ou da região, podem experimentar e aprender através das soluções inteligentes disponíveis na cidade. Também é sede da biblioteca, do cinema e das atividades gratuitas do Instituto Planet, como cursos de tecnologia, inglês, empreendedorismo e artesanato. Conta com wi-fi grátis e espaços compartilhados que podem ser utilizados como coworking, além de estar disponível para eventos coletivos. Conselho Alemão de Design Fundado em 1953 pelo alemão Bundestag, é um dos principais centros de conhecimento do mundo em comunicação, design
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panorama do
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e marca. Atualmente, a organização possui mais de 300 empresas associadas e tem como missão apoiar e aprimorar a experiência em design no setor econômico da Alemanha. Um novo jeito de viver Projetada para receber 25 mil pessoas, a Smart City Laguna traduz um novo jeito de viver: conectado, sustentável e colaborativo para oferecer mais qualidade de vida aos seus moradores. Localizada em uma área de 330 hectares e a apenas 20 minutos das mais belas praias cearenses, a cidade inteligente está situada em uma das regiões que mais crescem no Brasil: o município de São Gonçalo do Amarante, a 55 km de Fortaleza. Em virtude do Complexo Portuário do Pecém, que possui porto de nível internacional, a região vive uma grande ascensão econômica, além de possuir belas praias e grande vocação turística. do Rio de Janeiro (Seconci-Rio).
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panorama do
setor
Brasília irá sediar o 2° Encontro Nacional de Obras Públicas
A segunda edição do Encontro Nacional de Obras Públicas deverá reunir na capital federal centenas de gestores e profissionais de engenharia nos dias 13, 14 e 15 de maio de 2020. Durante o evento, serão discutidos por meio de palestras, oficinas e debates os principais procedimentos e as boas práticas a serem observadas na gestão contratual de obras públicas, além da desburocratização das licitações, contratos e a execução de obras públicas no país. Além disso, serão abordadas outras questões importantes, como a melhoria da eficiência nas contratações de obras públicas; a Nova Lei de Licitações; a racionalização das contratações de obras públicas; a otimização da tramitação e processamen-
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to do procedimento licitatório segundo as regras atualmente existentes; a redução dos gargalos da fase de execução contratual; a inovação e a segurança jurídica. Público-alvo – O II Encontro tem como público-alvo gestores e fiscais de obras; servidores do setor de licitação, contratação, recebimento e aprovação de projetos; procuradores; pregoeiros; gerentes de contratos de obras; projetistas e empresas de engenharia consultiva; advogados; engenheiros; arquitetos; construtores; auditores e servidores de órgãos de controle interno e externo; peritos judiciais; orçamentistas; concessionárias de serviços públicos; profissionais ligados ao processo de gestão, planejamento, orçamentação, contratação e execução de empreendimentos de infraestru-
tura e gestores públicos em geral. Palestrantes renomados participam do evento, promovido pela ConTreinamentos, entre eles André Baeta, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU); Rafael Jardim, auditor do TCU; Karine Lilian de Souza Costa Machado, advogada e auditora do TCU; e Cláudio Sarian, auditor do TCU. “A desburocratização é um assunto de primeira hora na agenda do país e os profissionais do setor público podem fazer muita coisa dentro do órgão em que atuam, simplesmente pensando na forma de contratar, de modelar os contratos, mudando na forma de atuar, sem qualquer alteração legal, e também na hora de contratar as obras públicas”, afirma o engenheiro e coordenador técnico do evento, André Baeta.
ESTRUTURA
Educação sob a modernidade
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Instituição de ensino no PR adota modernos conceitos construtivos em revitalização
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esenvolvido pela Épya Arquitetura, um escritório composto pelas sócias Ane Flavia Saldanha, Juliana Leitão e Renata Ferreira, em Londrina (PR), o projeto de revitalização do Colégio Positivo - Santa Maria foi concebido sob modernos conceitos arquitetônicos. A edificação da instituição de ensino é uma construção da década de 70, que apesar de ter se apresentado bem preservada, estava totalmente desatualizada para os padrões funcionais e educacionais do Grupo Positivo. Para as arquitetas, um dos primeiros desafios foi elaborar uma linguagem de arquitetura moderna e contemporânea que traduzisse a qualidade do ensino ali proporcionado, para uma construção totalmente desatualizada e obsoleta. “Depois foi modernizar todas as salas de aulas, criando ambientes seguros, agradáveis e estimulantes para as crianças, de modo que aguçace ainda mais a curiosidade e vontade de aprender. E por último, o prazo de execução da obra, limitado ao período de férias escolares”, completam as profissionais. Um dos pontos fortes do conceito arquitetônico utilizado neste projeto, foi o uso de materiais de longa durabilidade, adaptação a
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qualquer clima e de fácil manutenção, como o ACM, telhas metálicas onduladas como revestimento de paredes, e a massa projetada. Outro ponto forte, foi a preocupação na questão da insolação, uma vez que a cidade de Londrina sofre com altas temperaturas durante grande período do ano. “Pensando nisto, propusemos o uso de brises metálicos, em frente às janelas, e também telhas micro-perfuradas, elementos estes que criam um sombreamento , porém permitindo a entrada da luz e ventilação”, relatam as arquitetas. O uso de espaços revestidos com madeira, para trazer um ambiente mais aconchegante para as crianças, e a preocupação com a valorização dos espaços através de um bom projeto de iluminação foram também alguns pontos de destaques. Na avaliação de Luciana Yamada Kaiser Pereira, engenheira do Grupo A.Yoshii, existem grandes desafios neste projeto, mas o principal desafio foi o prazo. Temos quatro meses para realizar os projetos e executar toda a obra, pois é uma área de 2.500 m² a ser construída e reformada. Luciana conta que as estruturas pré-moldadas que compõem a estrutura da nova edificação é de grande destaque, pois em dois
meses os projetos foram feitos e a estrutura estará toda montada na obra. Outro ponto forte são as coberturas metálicas. “Conseguimos viabilizar um telhado composto por forro metálico e telhas
metálicas, onde a estrutura em si não aparecerá. Para o revestimento das paredes externas iremos utilizar placas de gesso laminado revestidas e reforçadas com fibra de vidro para garantir a estan-
queidade”, afirma a engenheira do Grupo A.Yoshii, responsável pelo projeto de obra do Colégio Positivo - Santa Maria, em Londrina (PR). Ainda quanto à composição da obra é válido sinalizar que
todos os materiais envolvidos e processos executivos adotados no colégio do Grupo Positivo sempre buscam uma melhor eficiência, rapidez na execução e, claro, garantindo a qualidade.
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ESTRUTURA
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Existem grandes destafios neste projeto, mas o principal desafio foi o prazo. Temos quatro meses para realizar os projetos e executar toda a obra, pois é uma área de 2.500 m² a ser construída e reformada.”
Luciana Yamada Kaiser Pereira, engenheira do Grupo A.Yoshii
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Depois foi modernizar todas as salas de aulas, criando ambientes seguros, agradáveis e estimulantes para as crianças, de modo que aguçace ainda mais a curiosidade e vontade de aprender. E por último o prazo de execução da obra, limitado ao período de férias escolares”
Juliana Leitão , Ane Flavia Saldanha, e Renata Ferreira, sócias da Épya Arquitetura
Expertise diferenciada A A.Yoshii tem know how, além da construção e incorporação de empreendimentos imobiliários residenciais nos estados de Paraná e São Paulo, em grandes construções educacionais e industriais. em variados segmentos da economia em todo país, como: usinas sucroalcooleiras, centros logísticos, plantas automobilísticas, papel e celulose, alimentício, químico, agronegócio e energia. Destacamos os projetos
desenvolvidos para o Colégio Marista em Brasília (DF), fábrica da Honda em Sumaré (SP), PUCRS em Porto Alegre (RS), Brose do Brasil em São José dos Pinhais (PR) e Centro de Tecnologia Klabin (CTK) em Ortigueira (PR). Fundado em 1965, o Grupo A.Yoshii construiu mais de 2 milhões de m² do Sul ao Nordeste do Brasil, entre obras industriais, edifícios corporativos e residenciais, escolas, universidades, teatros e centros esportivos.
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Avanço construtivo Aeroporto no Paraná passa por revitalização com elevação significativa em sua capacidade de atendimento aos passageiros
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om um projeto moderno e atual, a revitalização e ampliação do Aeroporto de Foz do Iguaçu (PR) deverá ser concluída ainda em 2019, mediante a uma integração estratégica de
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expansão de 900 m² para 5.400 m² de área da sala de embarque. As obras também irão aumentar em 784 m² a área de embarque, e em 887 m² a sala de desembarque. A reforma e a ampliação do terminal oferecerão mais conforto e
segurança aos usuários e qualificarão os serviços com uma área comercial mais ampla. As áreas de check-in, saguão e espaços, esplanada contarão com um investimento de R$ 32,650 milhões. Esta obra é fruto de licitação,
feita no Regime Diferenciado de Contratação (RDC) na modalidade Integrada, onde a vencedora do certame fica responsável pela elaboração dos projetos (básico e executivo) e a obra. “Um dos principais pontos de
mudança da obra é a implantação de quatro novas pontes de embarque, que vão ampliar a fluidez na circulação dos passageiros que chegam e partem do terminal, além disso, o terminal contará com a instalação de
placas fotovoltaicas que, após a implantação, garantirão a sustentabilidade durante o dia”, afirma Marcelo Raggi, gerente de obras do Aeroporto de Foz do Iguaçu. “Ainda neste contexto, os sistemas de iluminação e ar condicio-
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nado serão automatizados, o que trará maior economia e eficiência, incluindo as obras no pátio que garantirão o atendimento a aeronaves de maior porte, além de aumentarem a capacidade de solo em 40%, paralelamente com as obras de drenagem, que manterão os melhores níveis de segurança na circulação das aeronaves”, relata Raggi. Ainda no escopo das obras, o gerente destaca que, a Infraero já concluiu a nova estação de tratamento de efluentes do Aeroporto de Cataratas, contudo, todo o esgoto do aeroporto está sendo tratado na nova estrutura, garantindo assim um “selo verde” ao Aeroporto de Foz do Iguaçu, em conformidade com as metas do Destino Iguaçu. “A Infraero também segue em elaboração de um novo projeto que deverá ser licitado ainda neste ano, que é a ampliação da pista de pouso e decolagem em 600 metros. Essa melhoria proporcionará um incremento das 30
cidades atendidas sem escalas, como voos para a América Central e Estados Unidos”, destaca o gerente de obras do Aeroporto de Foz do Iguaçu.
Comprometimento construtivo Outro elemento essencial nesta etapa foi sustentar a alta complexidade que envolve um prospecto estrutural. Quanto ao projeto de engenharia de lajes protendidas projetadas desenvolvido pela L2 Projeto, empresa contratada para elaborar este segmento. “Ao longo desse método construtivo, um dos principais desafios, por se tratar de um aeroporto com um perfil internacional, e de alta rotatividade, foram as necessidades de dominação dos grandes vãos com estruturas esbeltas que proporcionassem segurança, leveza e conforto aos passageiros e usuários, que ali circulam diariamente, entretanto, um desafio grandio-
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“Um dos principais pontos de mudança da obra é a implantação de quatro novas pontes de embarque, que vão ampliar a fluidez na circulação dos passageiros que chegam e partem do terminal. Além disso, o local contará com a instalação de placas fotovoltaicas que, após a implantação, garantirão a sustentabilidade durante o dia” Marcelo Raggi, gerente de obras do Aeroporto de Foz do Iguaçu
so, mas conseguimos um ótimo resultado, no que tange às estruturas de lajes protendidas”, afirma Guilherme Laini Silveira, diretor da L2 Projeto Estrutural Neste empreendimento, foi adotado o sistema de concreto protendido para que as estruturas ficassem leves e econômicas, consolidando o sistema de concreto, comprimindo o concreto em si. “Neste sentido, vale destacar que, temos o máximo de eficiência do material, obtendo menos deformação, lajes mais esbeltas e vãos maiores entre pilares, proporcionando melhor transição no concreto”, relata Silveira Outro fator importante deste case foi a prudência com o concreto protendido, que buscou atender os níveis de exigência, reduzindo expressivamente a quantidade de vigas essenciais para o equilíbrio das lajes, reconduzindo a execução
da estrutura muito mais frequente e simples, com mais vantagem técnica, reunindo um sistema altamente eficiente. O diretor conta que obtiveram uma perfeita parceria com a Damiani e Tangran, empresas contratantes, gerenciadoras da obra, resultando na consecução de um sistema construtivo rápido e objetivo, da protensão não aderente. “Neste projeto, vale evidenciar que todas etapas construtivas foram evidenciadas, aliando a mais alta tecnologia ao cumprimento dos prazos dentro das datas estipuladas, com um corpo técnico que conduziu com maestria as atividades entre as disciplinas, incluindo desempenho da ampliação do aeroporto demonstrando um impacto positivo para a região, e também para a comunidade internacional”, descreve Guilherme Laini Silveira, diretor da L2 Projeto Estrutural. 31
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É um prazer imenso participar de um projeto com tamanha relevância para a sociedade. É uma obra com abrangência internacional e fazer parte da sua construção nos enche de orgulho.” Guilherme Laini Silveira, diretor da L2 Projeto Estrutural
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Estrutura singular
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Novo Aeroporto de Vitória contempla facilidades ao promover comodidade e segurança para os passageiros
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leito como melhor terminal do Brasil na categoria até 5 milhões de passageiros, em 2018, o Aeroporto Eurico de Aguiar Salles, em Vitória, no Estado do Espírito Santo, passou recentemente por uma reestruturação após um longo período de obras para se tornar um aeroporto internacional. As obras foram iniciadas em 2005 e paralisadas dois anos depois. Em 2015, foi retomada após um novo processo de licitação. Para a conclusão do novo complexo aeroportuário, o Governo Federal investiu R$ 559,4 milhões, que inclui o terminal de passageiros, com 29,5 mil m²; pista de pouso e decolagem, com 2.058 metros de extensão por 45 metros de largura, capaz de receber aeronaves do tipo Boeing 767-200; além das pistas de taxiamento de aeronaves. A nova estrutura permite receber 8,4 milhões de passageiros por ano, ampliando a atual capacidade operacional, melhorando o serviço aos passageiros e possibilitando o desenvolvimento do transporte aéreo, da economia e do turismo no estado. Antes, a capacidade operacional do terminal era de 3,5 milhões de viajantes por ano. O terminal de passageiros possui 71 pontos comerciais, 12 banheiros públicos, oito elevadores, sendo dois panorâmicos, três escadas 37
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rolantes e 31 balcões de check-in, além de cinco esteiras de restituição de bagagem. Ainda nesse contexto de alto padrão estrutural, o aeroporto foi contemplado com sete pontos de embarques, um equipamento que traz mais comodidade, segurança e facilidades na mobilidade
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do passageiro da sala de embarque até a aeronave. Todos os equipamentos são contemplados com o ascenso e descenso, sendo elevadores que trazem do nível do embarque até o nível de pátio, em uma necessidade daquele que precisa, o cadeirante que tem dificuldade de
locomoção para fazer um embarque remoto. O local contemplou essas facilidades, visando sempre promover comodidade e segurança para o passageiro. O pátio das aeronaves possui espaço para 11 aviões, sendo que seis aeronaves vão desembarcar os passageiros pelas pontes de embarque. Ainda,
vale destacar que a capacidade do estacionamento do local é para 1.590 carros. Para promover toda essa estrutura a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) precisou contratar uma empresa especializada de engenharia para a construção do novo sistema de pistas, pátio de aeronaves, terminal de passageiros, central de uti-
lidades, sistemas viários, estacionamento, macrodrenagem interna e obras complementares do aeroporto. A pista do aeroporto possui a área de escape das aeronaves. Outro destaque da pista é a espessura da área, sendo várias camadas asfálticas com 29 centímetros somente de asfalto, além de mais 40 centímetros do mesmo material,
trecho considerado como base gramular, uma espécie de área compactada com brita/pedra, assim, a espessura da pista estabeleceu em torno de 70 centímetros. De acordo com a JL Construções, empreiteira paranaense responsável pelo consórcio de serviços deste complexo aeroportuário, durante a obra foi implantada no local duas usinas de asfalto e de concre-
A nova estrutura permite receber 8,4 milhões de passageiros por ano, ampliando a atual capacidade operacional, melhorando o serviço aos passageiros e possibilitando o desenvolvimento do transporte aéreo, da economia e do turismo no estado. 39
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Para que a pista não cedesse foi preciso estabelecer um reforço com mais rochas. A maior espessura da pista é para aguentar o impacto e o peso das aeronaves.” João Luiz Felix, diretor-presidente, JL Construtora
to. Essas usinas produzem duas mil toneladas por dia para atender essa demanda do aeroporto. “Consideramos essa implantação das usinas como um componente fundamental para o desempenho satisfatório de toda a obra, principalmente, no cumprimento de prazos”, afirma o diretor-presidente da JL, João Luiz Felix. Na época, em torno de 1.300 pessoas trabalharam na obra de ampliação do aeroporto, o dirigente recorda que durante a obra a sua equipe atuou dia e noite, sábado, domingo e feriados. “Estávamos todos empenhados a fim de concluir e entregar o complexo aeroportuário ao país”, completa. Conforme o executivo, o consórcio recrutou no Espírito Santo a equipe de trabalhadores. “Fomos três vezes a Vitória cuidar das primeiras contratações na área de engenharia. Montamos praticamente uma empresa dentro do canteiro”, 40
acrescenta Felix. Ainda segundo diretor-presidente, um dos desafios desta obra foi desenvolver um reforço em função do lençol freático ficar próximo da superfície do aeroporto. “Para que a pista não cedesse foi preciso estabelecer um reforço com mais rochas. A maior espessura da pista é para aguentar o impacto e o peso das aeronaves.” Também neste contexto de obstáculos, quase toda a área do aeroporto foi aterrada para fazer a obra, por isso foi necessário trazer ao local uma quantidade de areia equivalente a 75 mil caminhões carregados. Luiz Félix apontou que um procedimento importante nesta execução foi a drenagem do terreno, uma vez que “há influência da maré na região” e, com isso, a preocupação para não haver risco de inundação no futuro. Além disso, a construtora promoveu cuidados específicos em relação à fauna e à flora do local, com equipe especializada e ações direcionadas, como tratamento de animais doentes.
ARQUITETURA
Integração com a natureza
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Em São Paulo, arquitetura diferenciada em edifício compõe traços marcantes
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etomar o contato com a natureza e valorizar todas as boas sensações que ela proporciona. Não à toa a “Biofilia” vem ganhando espaço em diversas áreas. O termo vem literalmente do grego bios, que significa vida e “philia”, que tem o amor como significado e, junto, levam à frase “amor pela vida”. Na arquitetura a nomenclatura é Design Biofílico, caracterizado por ferramentas que buscam reconectar as pessoas com o ambiente natural e fomentar o respeito e a ligação com a natureza no dia a dia. Pioneira em diversas áreas, a It’s Informov mergulhou nesse universo e aprofundou estudos e aplicações sobre o assunto. Mais que isso, criou um espaço Biofílico para seus funcionários. O local, tem estações completas de trabalho, área de convivência e salas de reunião, inclui não apenas o verde – paisagismo natural, espécies secas e elementos alusivos –, como também projeto luminotécnico diferenciado, música ambiente, texturas variadas e aroma suave por conta da utilização da madeira. “A aplicação da Biofilia está aliada à nossa proposta de realizar projetos humanizados, com foco nas pessoas. Para nós, é essencial considerar o aspecto humano em cada etapa do planejamento e da execução da obra, colocando as pessoas que de fato irão usufruir do espaço como protagonistas”, explica Marcelo Breda, CEO da It´s In44
formov. O projeto, que é assinado pelos profissionais da Its em parceria com o escritório de paisagismo Takeda Design conta peças de cores e formatos desenvolvidos exclusivamente para a área, como as cadeiras de tom verde-seco. Por ser absolutamente funcional e agradável, o projeto é uma excelente vitrine para os clientes da Its Informov, além de ter a aprovação absoluta de quem atua por lá: “Chegar em seu trabalho, no sexto andar de um prédio em plena avenida Brigadeiro Faria Lima, pólo comercial da capital, e se deparar com um ambiente que te leva para a ‘natureza´ é incrível. É um privilégio poder olhar para qualquer canto e descobrir algo novo, seja uma espécie de
Erika Borges, membro da equipe de engenharia da It´s Informov.
SOB A GEOMETRIA DOS TONS Diante de toda a amplitude do projeto do empreendimento da nova Sede da IT’S Informov um dos destaques é a estrutura de pisos de madeira para o prédio. Nesta base, o que foi evidenciado foi a implantação de assoalho, utilizado por um sistema de manejo sustentável, bem como todo o material, de alta qualidade e secagem em estufa automatizada, além de compor todos os aspectos do prédio. “Neste período de obras, com uma proposta bem arrojada, a parceria com a IT’S Informov foi de
“Todo o nosso material tem o sistema de monitoramento e sustentabilidade. Inclusive, somos auditados por clientes internacionais com o objetivo de assegurar a rastreabilidade do produto desde a sua extração até o produto final.” Dimas Gonçalves, diretor comercial da Indusparquet. planta, uma textura ou até mesmo um som, já que alguns deles são capazes de nos levar mentalmente para um lugar bem longe do caos da metrópole. Ter isso é se sentir abraçado todos os dias. É definitivamente sentir-se em casa”, define
extrema importância com propensão de participação nas decisões, com soluções viáveis, em função da geometria sobre os tons de madeira e o tipo a ser escolhido, para a adequação correta ao ambiente”, afirma Dimas Gonçalves, dire-
tor comercial da Indusparquet. Neste contexto de manter a qualidade, a primeira e mais marcante impressão proporcionada pela obra foi o fornecimento do material composto, havendo um sistema de monitoramento e sustentabilidade, assegurando a rastreabilidade do produto, favorecendo a sua extração até o produto final. “Analisamos principalmente o fluxo de pessoas que circulará naquele ambiente, atentandose com o cronograma de execução, ao ajustar o prazo e pessoas alocadas para o projeto, e bem como o piso e as especificações das cores, tornando-o harmonioso com este projetos, assim como cada detalhe internamente ou externamente com locais dinâmicos e qualitativos”, complementa Gonçalves. Ao analisar detalhadamente este projeto, o dirigente ainda acrescenta que a especificação e a escolha dos produtos, para as áreas corporativas no sentido de visar sempre a harmonia de mobiliário e pisos é sempre um grande desafio.
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Décadas de qualidade Com 50 anos de história, a serem completados em 2020 e 800 colaboradores, a Indusparquet conta com um parque industrial de 450 mil m² em Tietê, interior de São Paulo, 17 estufas de secagem e dois laboratórios de alta tecnologia. Presente no Brasil e em todo o mundo, a empresa tem cerca de 90 revendedores no país, cinco lojas próprias em São Paulo e dois centros de distribuição nos Estados Unidos e Argentina. Sua preocupação com o meio ambiente garante sempre o menor impacto possível na natureza, desde o planejamento da extração das árvores até o aproveitamento de 100% de toda a madeira que chega à fábrica, 46
que é aprovada pelo Ibama. Além de manter um programa de reflorestamento em parceria com a ESALQ/USP, parte dos produtos da Indusparquet é certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC) – selo que identifica produtos fabricados com madeiras provenientes de florestas exploradas, respeitando aspectos ambientais, sociais e econômicos da região – e o Certificado Madeira Legal Cadmadeira, concedido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Praticamente em todos os estados do Brasil, bem como nas principais cidades. Além disso, a empresa exporta para mais de 40
países. O principal mercado são os Estados Unidos. O mercado imobiliário tem se recuperado aos poucos. Mas para o segmento corporativo, tem reativado com mais rapidez. Em especial na área de coworking e hotelaria, que são segmentos expressivos atualmente e devem seguir em alta no próximo ano. “Destacamos a nossa participação no projeto “Cidade Matarazzo”, complexo de residência, hotel, shopping e escritórios. Temos orgulho de ter participação nesse projeto, pois além de ser um local histórico para a cidade, também promoverá grande transformação na região”, relembra Gonçalves.
PREDIAL ENTREVISTA
A arte de engenheirar
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Grupo construtivo se consolida no mercado com centenas de empreendimentos concluídos no Brasil
S
ócio-Diretor e diretor-superintendente da Engeform Engenharia, onde está há mais de 14 anos, o engenheiro Andre Abucham passou pela posição de Diretor Técnico e Comercial e é responsável técnico por mais de 100 grandes projetos de engenharia. Dentro do grupo Engeform, atua como conselheiro das demais unidades de negócios: Engeform Desenvolvimento Imobiliário e Engeform Energia Renovável. Desta mesma forma, aconselha o Okara Hub, o hub de inovação idealizado pela Engeform em parceria com outras empresas, focado na tração de startups voltadas para os mercados de engenharia, construção civil, desenvolvimento imobiliário e cidades inteligentes. Em entrevista especial à Predial Brazilian, Abucham conta que o grupo empresarial que dirige possui mais de 600 empreendimentos entregues por todo o Brasil, com soluções inteligentes e relevantes para diversos mercados, como saúde, infraestrutura, edificações e energia. No setor de saneamento, foi responsável em consórcio, por uma das principais obras nacionais dos últimos anos: a transposição do Sistema Cantareira. O empreendimento interligou as bacias hidrográficas de Jaguari e Atibainha, e implantou uma estação elevatória de alta performance, que garantiu a segurança hídrica para o abastecimento de água da região Metropolitana de São Paulo.
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PREDIAL ENTREVISTA Revista Predial Brazilian - nais, a nossa “Visão” de empresa Quais foram os seus maiores é sermos referência em gestão e desafios à frente da Engeform? desenvolvimento de pessoas, capazes de gerar resultados positiAndré Abucham - Como a En- vos e bem-estar para nosso time, geform é uma empresa familiar, acionistas, clientes e sociedade. um dos desafios tem sido a tran- E em minha posição, tenho o desição da primeira geração para a ver de estar antenado, antecipar segunda. Até eu ocupar a cadeira tendências, olhar para o mercado de diretor-superintendente foram e, ao mesmo tempo, zelar pelo quase 12 anos de trabalho e pre- time como um todo. Em um munparação. Me dediquei muito para do dinâmico como o que vivemos, conquistar a confiança que os fun- conhecido como o mundo VUCA, dadores têm em mim atualmente preciso me renovar constantee sigo me aprimorando para dar mente. Como busco isso? Bom, continuidade a essa história de 43 tive a oportunidade de cursar o anos de sucesso da companhia. Owner and President ManageDestaco também ciclo de 8 anos ment Program, na Universidade que passei em Nova Iorque, antes de Harvard, realizei algumas espede retornar à Engeform e começar cializações nas áreas de engenhaminha preparação até assumir a ria, liderança, gestão, projetos e fiposição de CEO. Depois desse pe- nanças, sendo o meu estudo mais ríodo na cidade norte-americana, recente o voltado para tecnolovoltei cheio de ideias e com um gias exponenciais para os grandes olhar muito mais amplo em ter- desafios do mundo nos mercados mos de gestão para implementar de construção civil, engenharia, isso em nossa cultura corporativa. desenvolvimento imobiliários e Não é à toa que, ao definirmos os cidades inteligentes, conquistado nossos princípios organizacio- pela participação no evento The
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Dividimos nosso time em grupos, que trabalham durante um ano buscando inovação para solucionar uma oportunidade de melhoria mapeada André Abucham, diretor superintendente da Engeform
Future of Construction, promovido pelo YPO Program, na faculdade de Singularity, na Dinamarca. Também sou membro do YPO (Young Presidents’ Organization). E essa necessidade de atualização e visão de futuro está totalmente ligada ao nosso desafio de promovermos na Engeform a gestão do conhecimento, transformação digital e inovação, de forma que possamos contratar bons negócios, que superem a expectativa dos nossos clientes. Eu sempre digo que para uma empresa conseguir se manter e perpetuar de forma sustentável, ela precisa atuar na fronteira do conhecimento, antenada às novas soluções e ser protagonista em seu mercado. Na Engeform, desenvolvemos duas iniciativas voltada para isso. Uma delas, interna, é o Projeto Engenheirar, por meio do qual dividimos nosso time em grupos, que trabalham durante um ano buscando inovação para solucionar uma oportunidade de melhoria mapeada. No fim de cada período, o grupo que somar o maior número de pontos em termos de eficiência e economia para a empresa é premiado com um valor para ser investido em bolsas de estudo. E com essa oportunidade, também trabalho o desenvolvimento dos nossos profissionais e o reconhecimento pelo desempenho que apresentam, além de criar sinergia entre diversas áreas. A outra iniciativa é externa. No fim de 2017, idealizamos o Okara Hub, atualmente mantido por
nós e outras empresas parceiras. Nesse ecossistema de inovação, aceleramos startups dos mercados de engenharia, construção civil, desenvolvimento imobiliário e cidades inteligentes, sempre avaliando oportunidades de fomento do nosso setor e aprimoramento do nosso negócio. Atualmente, estamos na terceira fase de tração, com 13 novas construtechs. Nos ciclos anteriores, 22 passaram por nosso programa, das quais 12 projetos-pilotos implementamos em nossos canteiros e escritório. RP - Em mais de quatro décadas, quais são as grandes conquistas da companhia que você administra? André Abucham - Desde a origem da Engeform, seguimos ampliando nossa atuação, transformando sonhos, necessidades e desenhos em realidades. Atualmente, somos três unidades de negócios: Engeform Engenharia, Engeform Desenvolvimento Imobiliário e Engeform Energia Renovável. Especialmente no que diz respeito à construção civil, com mais de 600 empreendimentos e obras entregues, a Engeform Engenharia oferece soluções inteligentes e relevantes para diversos mercados (saúde, saneamento, energia, infraestrutura, indústria e edificações), marcando presença em todo o país. No setor de saneamento, fomos responsáveis, em consórcio, por duas das principais obras nacionais dos últimos anos: a transposição do Sistema Cantareira e a ETE Barueri. A pri-
PREDIAL ENTREVISTA
meira trata-se da interligação das bacias hidrográficas de Jaguari e Atibainha, com a implantação de uma estação elevatória de alta performance, que garantiu a segurança hídrica em São Paulo e Vale do Paraíba. Vale ressaltar que essa foi a maior obra de fundação submersa da América Latina, com 20 km de adutoras e túnel e uma vazão máxima de 8,5m³ de água por segundo da represa Jaguari para a Atibainha e de 12,2m³ por segundo no sentido contrário. Já a ETE Barueri é a maior unidade brasileira de tratamento de esgotos, capaz de tratar 16m³ por segundo. Destaco ainda que, em parceria com outra empresa, conquistamos um dos lotes da primeira PPP Municipal de Habitação do Brasil e construiremos mais de 160 mil m², 2,7 mil apartamentos na região da Mooca, Zona Leste de São Paulo. Os empreendimentos contemplarão espaços de lazer, entretenimento, esportes, unidades de serviços públicos e comercio. Na categoria “Construção”, nosso prédio Arquiteto Carlos Bratke possui a certificação Platinum e os edifícios SulAmérica e Jatobá, a Ouro. Além disso, com esse último, conquistamos recentemente o selo Platinum, na categoria “Operação e Manutenção”, colocando o empreendimento na seleta lista dos 10 do país com essa certificação. Por fim, com a Engeform Energia Renovável investimos na geração de energia proveniente de fontes renováveis, com o propósito de 52
ros contratos em andamento e o que me deixa mais orgulhoso em todos eles é que traduzem o nosso propósito: “desenvolver a arte de engenheirar para fazer a diferença na vida das pessoas”. Na frente de saneamento, por exemplo, estamos construindo uma adutora, também no extremo norte de São Paulo que, quando entregue, triplicará a vazão de água nas cidades de Caieiras, Pirituba, Perus e Jaraguá. Contratada pela Sabesp, a adutora terá RPB - Atualmente, quais são os um diâmetro 40% superior à exisprincipais projetos construtivos tente, que interligará os centros de redistribuição de água da reda empresa? gião mencionada. Especialmente André Abucham - Temos inúme- com relação à essa obra, destaco impulsionar a transição para um futuro sustentável. Possuímos experiência em prospecção de áreas e desenvolvimento de projetos, além da operação e construção de parques eólicos. Com um investimento superior a R$ 1 bilhão, atualmente, somos proprietários do Complexo Eólico Serra das Vacas, em Pernambuco, com 142 MW de capacidade instalada, 6 Centrais Geradoras Eólicas e 75 aerogeradores.
<< Edificio Jatobá, São Paulo/SP
<< Edificio Sulamérica, São Paulo/SP
que já entregamos uma das fases com 16 meses de antecedência. Isso porque utilizamos tecnologia e inovação no processo de construção. Com a Levitar, uma das startups aceleradas no Okara Hub, que oferece serviços de engenharia, integrando operação com drones, tecnologia de precisão e análise de dados, realizamos o mapeamento topográfico completo da área do projeto por meio de VANTS (Veículos AéreosNão Tripulados), popularmente conhecidos como drones. Essa técnica forneceu um levantamento completo de informações e a Engeform conseguiu montar um estudo focado na possibilidade
de alteração, para o canteiro central, do traçado inicialmente projetado para ser realizado no terço da via. Essa proposta foi apresentada à Sabesp e à CET, que autorizaram a mudança e, por consequência, a obra se tornou mais eficaz e rápida. Em consórcio, a obra consiste na reestruturação de mais de 52KM de dutos, troca de 7,6 mil ramais – tubulação que interliga a rede pública de distribuição de água aos hidrômetros das residências e instalação de válvulas para o controle da pressão do sistema. Destaco ainda que, no início de 2020, também começaremos a construção de um sistema de es-
gotamento sanitário em Cariacica, região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo. Essa obra foi contratada pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN). No que diz respeito à habitação, além da PPP Municipal de Habitação que mencionei acima, ressalto o empreendimento do Conjunto Habitacional Chácara do Conde, executado em consórcio com outra empresa, na zona sul de São Paulo. Essa obra é dividida em duas frentes, uma voltada para a construção de mais de 1,2 mil apartamentos para famílias de baixa renda, em uma área de intervenção de 218 mil m²; e outra para a urbanização de toda a 53
PREDIAL ENTREVISTA
Edificio Módulo Rebouças, São Paulo/SP >>
<< Edificio Sulamérica, São Paulo/SP
região da bacia Billings. Com isso, os futuros e atuais moradores locais serão beneficiados com um sistema de saneamento de qualidade e revitalização dos bairros contemplados no contrato.
biente é pensado de forma a possuir mais verde/ vegetação, presença de horta etc. Para se ter uma ideia, durante a fase de obra do edifício Jatobá, que possui as certificações Green Building Consul Gold e Green Building Platinum em operação e manutenRPB - Sobre os projetos citados, houve alguma ção, a pré-certificação previu a diminuição do impacto de resíduos em aterro em 79%, utilização de medida de sustentabilidade? 20% de materiais com conteúdo reciclado e 48% de André Abucham - Com certeza. Ressalto novamente materiais regionais. Outro exemplo entre os Green os nossos edifícios comerciais, sob a gestão da En- Buildings do nosso portfólio é o edifício Arquiteto geform Desenvolvimento Imobiliário. Além dos Gre- Carlos Bratke que, além do selo LEED, tem também en Buildings, que possuem princípios sustentáveis o certificado Procel - Programa Nacional de Conserdesde a fase de execução de obras, outros prédios vação de Energia Elétrica. Já no canteiro de obra, também contam com iniciativas para a reutilização destacamos o residencial Chácara do Conde, onde de água das chuvas, design biofílico – quando o am- utilizamos uma máquina de corte de bloco com um 54
mecanismo que utiliza água para diminuir a poeira, sendo que essa água é sempre reutilizada. Nesse mesmo empreendimento, temos uma horta, reciclagem de materiais, coleta seletiva, kit de mitigação ambiental para garantir a segurança no manuseio de produtos químicos e treinamento dos funcionários para resgate de fauna. RPB - Independentemente da área com a qual a sua companhia assume um projeto, o principal compromisso de todo o grupo é com uma entrega bem-feita, com qualidade, segurança e funcionalidade. Como definir este conceito da sua empresa? André Abucham - Isso está tão arraigado em nosso modo de ser, que nosso princípio é justamente: “tudo que merece ser feito, merece ser bem feito”. O que procuramos é entender a fundo a necessidade do cliente que está nos contratando, para que possamos oferecer a ele a melhor solução, que seja viável e capaz de superar o resultado esperado. Promovemos a arte de engenheirar em tudo o que fazemos: da análise de oportunidades à gestão de empreendimentos, criamos, aplicamos e compartilhamos conhecimentos, oferecendo propostas inovadoras e relevantes para pessoas e projetos. Só conseguimos essas entregas cultivando um time de alta performance. Por isso, assim como mencionei na questão anterior, nosso compromisso com o desenvolvimento dos funcionários também é algo muito sólido e prioritário na Engeform. RPB - Você diz que acredita que não só o investimento em BIM, mas em inovação e gestão do conhecimento de forma geral é o caminho para conseguir perpetuar o negócio de maneira sustentável e bem sucedido por muitos e muitos anos. Como você avalia o impacto do BIM em uma obra? André Abucham - É um sistema que nos ajuda na gestão de todo o ciclo do empreendimento, integrando projetos, orçamento, planejamento, controle e administração contratual. Entre outros resultados
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Alguns deles [ novos contratos] em parceria, o valor gira em torno de R$ 1 bilhão, o que é consideravelmente superior às contratações de 2017 e 2018.”
que essa ferramenta proporciona estão a antecipação de erros, projetos contabilizados, possibilidade de realizar simulações de custo e prazo, redução de retrabalhos, informatização da empresa, marketing e redução de custos totais. RPB - Como você avalia o crescimento e investimentos no setor da construção civil diante do atual cenário desafiador em que se encontram a economia do país? André Abucham - O nosso setor foi um dos que mais sofreu com a retração econômica dos últimos anos, mas, na sequência do mercado imobiliário, já vem apresentando sinais de retomada. Segundo dados divulgados pelo IBGE em meados de outubro, no PIB do segundo semestre deste ano, nosso mercado demonstrou um crescimento de 2% em relação ao mesmo período de 2018. E esse foi primeiro resultado positivo depois de 20 quedas consecutivas. Isso nos dá uma perspectiva melhor para planejarmos o nosso futuro, com projeções mais positivas e com a possibilidade de elevarmos a “régua” das nossas metas. Na Engeform, por exemplo, apesar de não termos fechado os dados do último trimestre ainda, podemos afirmar que foi um período muito melhor do que 2018. Em termos de novos contratos, alguns deles em parceria, o valor gira em torno de R$ 1 bilhão, o que é consideravelmente superior às contratações de 2017 e 2018. 55
ARQUITETURA
Padrão de lazer referencial
N
o primeiro semestre deste ano, o Estado de São Paulo recebeu mais uma unidade do SESC, em uma edificação na cidade de Guarulhos. O novo complexo de lazer para a área cultural possui uma área construída de mais de 34 mil metros quadrados, com projeto assinado pelo escritório Dal Pian Arquitetos Associados. 56
A estrutura do prédio é formada por um conjunto aquático, ginásio poliesportivo e de eventos, café do teatro, espaço de exposições, biblioteca e clínica odontológica. A arquitetura foi idealizada para proporcionar acessibilidade com vagas para idosos, deficientes e paraciclos. Além dos grandes destaques da unidade, as obras de arte de Car-
lito Carvalhosa, Adriana Varejão e Janaina Tschäpe, ganharam o saguão de entrada, o ginásio e segundo piso do complexo de lazer. As práticas sustentáveis também ganharam uma atenção especial ao longo da obra. O local possui energia solar, teto verde, captação de água da chuva, iluminação natural e vagas para veículos elétricos. Ainda, o centro de educação am-
Estado de SP ganha mais uma moderna instalação do SESC sob um rigoroso gerenciamento de obra
biental oferece maquete topográfica com projeção mapeada, estações de realidade aumentada, mapa ativo, caixas de experimentações e atividades relacionadas à compostagem, horta, ervanário e mesa de sementes. Outro trabalho de destaque do SESC Guarulhos foi o gerenciamento de projeto da MBM Engenharia, para o acompanhamento e
desenvolvimento técnico da obra, durante a execução das instalações do empreendimento, sob um contrato estabelecido em 2010. Após a contratação, seguiuse a fase programática de instauração, levando em consideração as proposições de qualidade atendendo as normas definidas pela construtora. Com base neste suporte, a MBM
Engenharia montou uma equipe multidisciplinar, complementada por vários consultores, para fazer frente às várias especialidades e projetos em desenvolvimento. Os projetos evoluíram desde os conceitos e estudos preparatórios até ao seu detalhamento final com a entrega dos projetos executivos. “Para a MBM foi um grande desafio atuar nesta obra, sendo que tive57
ARQUITETURA mos envolvimento direto e participação ativa para que pudéssemos enfim sentir maior tranquilidade com a sensação de dever cumprido, de que tudo o que foi pensado no início de nossos trabalhos e ao longo desses nove anos de projetos, fossem executados e funcionassem atendendo satisfatoriamente a que se propunha”, afirmam Monica Mylaert e Claudio Mylaert, ambos engenheiros e diretores da MBM Engenharia. Os dirigentes contam que ainda na fase inicial foram lançados desafios complexos, para as diferentes necessidades de instalações de quilômetros de fios, tubulações e equipamentos que necessitam de muita habilidade para os torná-los invisíveis, ou seja, a procura constante por soluções técnicas que viabilizassem o empreendimento em termos de prazo e qualidade. Junto à esta fase de coordenação e desenvolvimento dos projetos, a MBM esteve diretamente integrada à construtora em todo o processo de licenciamento seguindo as normas da ABNT, Anvisa, Bombeiros, concessionárias, claro, além das normas próprias do SESC e das intencionadas. “Não podemos dizer que tenha sido fácil, cada palmo foi conquistado, às vezes arduamente, para proporcionar o nosso final com excelência. Porém, depois de visitar a obra pronta e funcionando, certamente temos a sensação de dever cumprido”, afirmam os diretores da MBM Engenharia. A forma implementada para que fosse possível a obtenção 58
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ARQUITETURA
de certificação Gold do Leed, foi a criação de intervenientes nas quais foram elaborados já com o objetivos (equipamentos economizadores, especificações de materiais das tubulações e seu isolamento para evitar perda de energia, tipos de motores, redes independentes de água potável e não potável), encontrado-se o equilíbrio entre a economia de energia (elétrica e gás), e água (inclusive tivemos a crise hí60
drica no meio desse processo). “Hoje em dia, principalmente, em se tratando de edificações de grande porte e com acesso a público em geral, há que se balizar sob pensamentos sustentáveis para tudo, indispensavelmente”, relatam os engenheiros, ainda neste contexto de proporcionar conforto e qualidade ao empreendimento no que tange ao princípio de sustentabilidade. “Não se trata de apenas um plus, como considerá-
vamos no passado. Temos que conceituar as instalações partindo de princípios sustentáveis, entendendo que além da possibilidade na redução de custos, também podemos dispor de maior conforto – novas tecnologias estão aí para isso mesmo”, explica Monica Mylaert. Além disso, vale-se destacar as soluções pretendidas e sua adequabilidade de ponto importantes como estação de tratamento de esgoto, aquecimento solar
e reaproveitamento de água da chuva (captação, tratamento, reservação e utilização nos pontos de consumo de bacias sanitárias, mictórios e torneiras de lavagem). Por se tratar de um complexo de lazer, as exigências a nível comercial tiveram também algum impacto no desenvolvimento e coordenação do projeto. “Desde o início de nossos trabalhos - em 2010 - foram desenvolvidos inúmeros estudos de viabilidade e
análises de economia considerando diversas formas de instalações diferenciadas, como por exemplo o atendimento integral de toda a carga elétrica da edificação pelos geradores com uma adequação mais recente”, afirma os diretores da MBM Engenharia. Outro imprescindível desafio foi atender às exigências do cliente no que consiste na adequação à agilidade de operação e manutenção das
instalações ao longo de sua utilização, “Isso porque as exigências acabam sendo um tanto diferentes de outros clientes como construtoras ou órgãos públicos que focam sempre no menor preço, sem a preocupação necessária de uma manutenção a longo prazo e acabam optando por baixar o custo inicial de implantação dos equipamentos”, afirma m os diretores da MBM Engenharia. 61
a Trabalho sob excelência
“
A MBM também atuou na aprovação junto ao Corpo de Bombeiros para obtenção do AVCB desta unidade do SESC, sendo predominante o atendimento ao Decreto e às Instruções Técnicas.” Monica Mylaert e Claudio Mylaert, ambos Engenheiros e diretores da MBM Engenharia
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No mercado, o que diferencia a MBM é a expertise que a empresa obteve depois de várias décadas no desenvolvendo dos projetos de alta complexidade como edificações hospitalares e de múltiplos usos, como o Sesc, por exemplo, que possui dentro dele auditórios e teatros, cozinhas industriais e refeitórios, área de atendimento odontológico, piscinas e quadras, etc. “Entendo que somente com esse conhecimento fica possível realmente oferecer as melhores soluções de engenharia. Passamos um período bastante complicado ultimamente, juntamente com toda a construção civil no país.”
ESTRUTURA
Monumento tecnolรณgico
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Projeto Sirius - Nova Fonte de Luz Síncroton Brasileira inicia operações em Campinas (SP)
C
om 68 mil metros quadrados, o prédio onde foi construído o projeto Sirius (Laboratório nacional de luz síncrotron) (LNLS) está entre as obras civis mais sofisticadas já construídas no País. O local é o primeiro acelerador de partículas do hemisfério Sul, sendo o único da América Latina. O Sirius é composto por um conjunto de aceleradores de elétrons, por estações experimentais, chamadas de linhas de luz em um prédio que abriga todo esse complexo. Os aceleradores de elétrons com as dimensões e especificações técnicas da nova fonte de luz síncrotron Sirius e suas linhas de luz demandam de prédios e instalações de alto desempenho, chamadas edificações de missão crítica, nas quais características como estabilidade (dimensional, térmica e vibracional), disponibilidade e viabilidade de manutenção são imprescindíveis. Este edifício foi instalado em terreno contíguo ao campus do CNPEM, localizado no Polo II de Alta Tecnologia do Município de Campinas, em São Paulo, uma área de 150 mil metros quadrados, proveniente de um terreno desapropriado pelo Governo do Estado de São Paulo para construção do Sirius. Segundo o arquiteto responsável, Paulo Bruna: “no local a luz tem que girar 24 horas por dia e, quanto maior a velocidade, mais o feixe de elétrons gera um fluxo organizado e se torna brilhante – daí o nome Sirius”, detalha o profissional. Em ou65
ESTRUTURA tra perspectiva, o arquiteto descreve que: “Pesquisadores, vindos do mundo todo, apresentarão seus pedidos para usar ‘X’ horas de luz e realizar seus experimentos. Virão com suas equipes e poderão usar alguma das tangentes para fazê-lo, consecutivo”. Nesse sentido, surge a referência das outras instalações complementares previstas no projeto e ainda nem todas finalizadas, como hotel, auditórios, restaurante, entrada e estacionamento (os últimos três localizados no desnível do terreno), para acomodar os cientistas visitantes durante as intensas jornadas que passarão no local. “A análise para a realização da fundação também com as conformidades e procedimentos necessários à realização da ciência de ponta, introduziu visitas a instalações similares mundo afora. Isso porque o sonhado feixe de elétrons deveria passar por dentro de um tubo com apenas 1 centímetro de diâmetro, livre de qualquer vibração.” Ainda, o arquiteto diz que o conceito consistia em uma descoberta do físico Richard Feynman, que inventou um aparelho capaz de identificar os átomos de um determinado material, mas que só funciona com vibração zero. “Quando o local para a implantação foi definido – com uma estrada movimentada a 1 km de distância – fez-se urgente encontrar uma solução para conter as ondas que se propagavam pelo solo. 66
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ESTRUTURA
Garantia necessária Além da arrojado arquitetura inserida no projeto Sirius (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) (LNLS), outro ponto de destaque deste conceituado case que se apresenta eficiente de modo conceitual foi a contratação da MHA Engenharia, no gerenciamento da obra. O projeto foi implementado respeitando os estágios construtivos do empreendimento, durante a obra, a empresa disponibilizou três engenheiros residentes, além de diversos outros profissionais que faziam visitas periódicas, intervenientes nas quais foram analisadas e discutidas as soluções a implementar tendo em conta o objetivo a atingir. “Nossa empresa é conhecida por fazer projetos de engenharia integrados, normalmente somos responsáveis por diversas disciplinas da engenharia em um empreendimento. Isso é algo que faz parte do nosso DNA e entendemos que o projeto flui melhor
assim, pois há maior eficiência de comunicação, linguagem e entendimentos, além de ser mais benéfico para o cliente, que passa a ter apenas um interlocutor”, afirma José Mazelli Filho, diretor adjunto da MHA Engenharia. Ao longo do processo construtivo, a MHA desenvolveu medidas amplamente satisfatórias com as demais empresas que participaram da obra. “As disciplinas se complementam e o diálogo é sempre muito positivo, pois há aprendizado, troca de conhecimento e uma construção conjunta do empreendimento. Todos ganham”, afirma Mazelli. Desde o início das operações das obras, dois estudos de viabilidade estão entre os destaques: o controle de velocidade e variação de temperatura do sistema de HVAC, tanto dentro do túnel de luz como hall experimental. Foram solicitadas especificações, com restritivas ao máximo para que não afetassem os experimentos em si como também de não provocar a deformação do piso. Mazelli conta que no decorrer da obra houve uma atenção em
especial com a descrição dos circuitos de refrigeração das fontes dos sistemas de luz, com vazões e necessidades extremas. Ainda em relação aos procedimentos, a obra contou com a fixação das tubulações de HVAC como hidráulicas e incêndio para não vibrarem quando em regime de trabalho. “O principal desafio, tanto interno quanto externo, para um projeto dessa magnitude é a coordenação entre as várias disciplinas. Parte estava sob nossa responsabilidade, outra com o gerenciador do consórcio e outra com o próprio cliente. A maturidade nas relações e a obstinação em confeccionar um projeto tão inovador no Brasil e espelho para o mundo trouxe a equipe o senso de responsabilidade tamanha que não foram medidos esforços para a completude do trabalho”, relata o diretor adjunto da MHA Engenharia. Na obra, um estudo minucioso foi realizado, mas sem a necessidade da certificação LEED, mas a parte de sustentabilidade foi de extrema importância.
As disciplinas se complementam e o diálogo é sempre muito positivo, pois há aprendizado, troca de conhecimento e uma construção conjunta do empreendimento. Todos ganham.”
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José Mazelli Filho, diretor adjunto da MHA Engenharia
ESTRUTURA
FICHA TÉCNICA Sirius, Laboratório Nacional da Luz Síncrotron – CNPEM Local Campinas (SP) Início do projeto 2013 Conclusão da obra 2019 Área do terreno 150.000 m² Área Construída 68.000 m² Autores Paulo Bruna Arquitetos Associados - Paulo Bruna e Pedro Collet Bruna (autores), Ana Caraloni Bertassoni, Ana Beatriz Barros, Camila Schmidt, Dayane Gusso Miranda, Elnei Tavares, Filipe Pujol, Gabriela Sendyk, Joan Font, Katia Vieira (equipe) SOMAR - soluções de Engenharia Térmica Roofway Kalzip (cobertura); Nora (piso de borracha); Portinari (porcelanato): Stone (piso elevado externo); Effectus - piso em concreto monolítico);
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Comissionamento do sistema de ar condicionado no Projeto Sirius A SOMAR ENGENHARIA foi contratada pela empresa HEATING COOLING, instaladora do sistema de ar condicionado, para executar os serviços de Comissionamento do sistema de ar condicionado no Projeto Sirius, que beneficia o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncroton), conforme descritos a seguir: O Comissionamento implementa um processo, focado na qualidade, para verificar e documentar que o desempenho de instalações, sistemas e conjuntos satisfazem os objetivos e critérios definidos nos Requisitos de Projeto do Proprietário (Intenção do Projeto ou Especificação de Requisitos do Usuário) – Fonte: 2015, ASHRAE Handbook. Desta forma, é válido destacar que o Comissionamento promove uma abordagem de Engenharia bem planejada, documentada e gerenciada para partida e transferência de sistemas e equipamentos para o usuário final (operação), que resulta em um ambiente funcional seguro, que atende aos requisitos estabelecidos no projeto e às expectativas dos envolvidos – Fonte: ISPE – Commissioning and Qualification, volume 5. Nesse sentido, de proporcionar qualidade aos procedimentos, a SOMAR faz um bom planejamento, para alcançar o sucesso de qualquer projeto. Para elaborar um bom planejamento divide-se o projeto em atividades menores, tais como:
• Identificação de escopo • Preparação da documentação • Execução dos ensaios • Montagem dos relatórios • Aprovação dos relatórios • Fechamento e finalização dos relatórios para a entrega ao cliente
1 - Identificação do escopo Definição clara de quais componentes e equipamentos fazem parte do comissionamento; Definição dos procedimentos para os ensaios; Definição do sequenciamento de execução dos ensaios; Recursos necessários para execução (pessoas, instrumentos, ferramentas e dispositivos especiais); Tempo necessário de execução; Cronograma da atividade de comissionamento. 2 - Preparação da documentação A documentação é elaborada de forma inteligente para que suporte o processo de transferência do ativo para o cliente, através da aprova-
ção dos ensaios nos subsistemas e sistemas da instalação. Essa documentação inclui os seguintes documentos: Plano de Comissionamento (define os sistemas e subsistemas, os protocolos, planos de teste, bem como as responsabilidades dos envolvidos); Protocolo de Comissionamento (define o escopo do subsistema e relaciona todos os ensaios aplicáveis e respectivos planos de teste); Planos de teste (descrevem os procedimentos, os formatos de relatórios e os critérios de aceitação dos ensaios). 3 - Execução dos ensaios Os ensaios são executados conforme descrito nos Planos de teste, que contém os prérequisitos, a metodologia e os critérios de aceitação. Os registros dos ensaios são executados conforme planilhas aprovadas no Plano de teste. 4 - Montagem dos relatórios Os relatórios são montados conforme instruções contidas nos Planos de teste aprovados, sendo que são de fundamental importância: Declaração de que os resultados obtidos atenderam (ou não) aos critérios de aceitação; Registro de eventuais desvios dos resultados obtidos. 5 - Aprovação dos relatórios Os relatórios apresentados serão aprovados pela equipe do cliente, de forma que este reconheça tanto os resultados positivos quanto os desvios observados. Os resultados positivos confirmam que os requisitos do projeto do proprietário foram alcançados. A ferramenta “Comissionamento”: Verifica se a instalação está conforme o previsto; Verifica se o desempenho da instalação atingiu o que era previsto; Prepara os operadores para as novas instalações.
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Tempo de execução das atividades: Entre julho de 2018 a fevereiro de 2019
V – LINHA DE LUZ VI – LINHA DE LUZ VII – CPD (EQUIPAMENTOS DE PRECISÃO) VIII – CASA DE MÁQUINAS I IX – EXAUSTÃO PIPE RACK Atividades de comissionamento executadas. Verificação de instalação de equipamentos, componentes e dispositivos (condicionadores, fancoils, fancoletes, ventiladores, bombas); Balanceamento da distribuição de ar dos ambientes beneficiados; Balanceamento da vazão da CAG - Central de Água Gelada; Balanceamento da vazão de água gelada dos condicionadores que compõem o sistema; Balanceamento da vazão de água quente; Balanceamento da vazão de água gelada das válvulas balanceadoras que atendem as áreas de processo; Teste funcional da instalação em Auxilia a transferência dos ativos 6 -Sistemas abrangidos pelo esco- conjunto com a empresa responsável pela instalação da automapara os responsáveis pela operapo do serviço. ção. ção. I- HALL EXPERIMENTAL Emissão dos respectivos relatóAuxilia o empreendedor a verifiII- TÚNEL LUZ SÍNCROTON rios, apresentando os resultados car se o resultado do investimento III – LINHA DE LUZ das verificações e ensaios execuestá conforme ao previsto inicialIV – LINHA DE LUZ tados. mente.
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Cada vez mais referência
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Execução das obras da expansão do Aeroporto Internacional de Confins (MG) apresenta relevância por eficiência nas operações
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m pouco mais de quatro anos, a BH Airport investiu cerca de R$ 1 bilhão na ampliação e modernização da infraestrutura e na implantação de um novo terminal de passageiros no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, também conhecido como Aeroporto Internacional de Confins (MG), em operação desde dezembro de 2016. Tal expansão aumentou a capacidade do aeroporto para o patamar de 22 milhões de passageiros por ano, suficiente para absorver a demanda para os próximos dez anos. Hoje, o aeroporto é o único no país a oferecer o maior número de destinos para as regiões Nordeste e Sudeste. No total, são 45 destinos operados, entre domésticos e internacionais. Apenas em 2017 foram anunciados 12 novos voos diretos, sendo dois para o exterior. “Continuamos comprometidos com o desenvolvimento do Estado e atentos às necessidades dos nossos passageiros. Por isso, desenvolvemos os nossos projetos com foco na evolução constante dos nossos serviços”, afirma Adriano Pinho, diretor-presidente da BH Airport. Nesse contexto de propor qualidade nas estruturas, o projeto de arquitetura do novo terminal do aeroporto procurou favorecer a circulação dos usuários com a construção de amplos vãos livres e de espaços integrados. Também houve a preocupação de privilegiar a área destinada ao pátio de aeronaves, que passou a ter um tráfego mais fluido e racional. O projeto previu, ainda, a racionalização do uso da água, com redes de utilização de águas cinzas e de reúso, além de estações de tratamento. A tecnologia de ar-condicionado por termoacu78
mulação foi a escolhida por propiciar menor custo de operação. As soluções técnicas adotadas para criar a infraestrutura para a nova área da Central de Água Gelada (CAG) do aeroporto de Confins, uniram conceitos de fundações e contenções pesados para serem executados com rapidez, eficiência e economia. Além disso, deveriam ser compatíveis e permitir a montagem eletromecânica da própria CAG ao mesmo tempo que a equipe de engenharia executou a sua infraestrutura. Assim, foram utilizadas diversas soluções para as fundações (estacas hélice contínua monitorada, estacas raiz, radier em placas), que foram executadas simultaneamente. Ademais, as contenções executadas em perfis metálicos gravados e elementos pré-moldados de concreto atirantados, foram pensados para possibilitar o mínimo de interferência com as outras atividades que se desenvolviam na obra. “Enfrentamos diversos desafios na execução das obras das áreas comerciais, mas o principal, sem dúvida alguma foi trabalhar nas áreas de embarque e desembarque de passageiros. As restrições inerentes a execução de obras civis em uma área com grande acesso de terceiros, nos obrigaram a criar soluções especiais para: acesso de funcionários; acesso de materiais e equipamentos; redução de poeira e redução de ruídos, entre outros”, destaca Geraldo Belloni, diretor da Collem Construtora Mohallem. Sempre com o intuito de causar o menor transtorno aos usuários do terminal, a equipe de obras alcançou o objetivo. “Durante a execução dos trabalhos não houve qualquer tipo de reclamação de usuários do terminal junto a
administração do aeroporto quanto a incômodos ou desconfortos gerados pelo nosso trabalho”, completa o diretor da Collem Construtora Mohallem. Na obra de recuperação dos dispositivos de drenagem do aeroporto, a Collem refez três canais de drenagem. Para Belloni, este realmente foi um trabalho tecnicamente bastante complexo. A recuperação em uma extensão total superior a 2,6 quilômetros com proble-
mas estruturais variados e com soluções de recuperação diferentes para cada problema, exigiu bastante da equipe de obras em várias áreas de conhecimento, sendo eles: técnico para detectar todos os problemas estruturais existentes em toda extensão da galeria, apontando a melhor solução técnica para cada um dos problemas detectados; e gerencial para planejar a execução de todos os serviços necessários, muito pressionados pela chegada
do período chuvoso, que poderia assim, colocar a perder todo o trabalho executado e ainda causar muitos danos aos canais caso não fossem recuperados a tempo. “O conhecimento das soluções tecnológicas apontados, além do domínio e capacidade técnica da nossa equipe na sua execução, permitiriam à Collem executar a infraestrutura para a nova CAG do aeroporto de Confins atendendo todos os requisitos exigidos pelo contratante, tanto
técnicos, quanto de prazos. Foi uma ótima oportunidade para demonstrar a capacidade técnica operacional que a Collem adquiriu nestes quase 40 anos de existência”, acrescenta Belloni. O sistema gerencial agregado à capacitação técnica da equipe da Collem foram os pilares de nossa atuação nesta obra no aeroporto. O sistema gerencial, administrativo e de execução da empresa, é certificado por normas nacionais e internacionais. 79
INFRAESTRUTURA A Collem possui todos os seus procedimentos de planejamento, execução e controle de resultados trabalhados de forma padronizada e planejada, garantindo a qualidade do trabalho, a segurança de seus colaboradores, o prazo de execução pactuada, o custo orçado e a entrega conforme escopo contratado. “Todas as obras que executamos são tratadas como a mais importante e a mais complexa, independentemente de ser um trabalho muito simples ou de uma
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complexidade imensurável. Para nós da Collem, participar deste empreendimento foi considerado, a princípio, um grande desafio. Contudo, durante sua execução, foi se transformando em um grande teste para a nossa capacitação, com uso das diversas competências desenvolvidas ao longo dos quase 40 anos de atuação. Agora, com o término do trabalho, é motivo de grande orgulho pelos resultados obtidos”, avalia Belloni.
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Enfrentamos diversos desafios na execução das obras das áreas comerciais, mas o principal, sem dúvida alguma foi trabalhar nas áreas de embarque e desembarque de passageiros. As restrições inerentes a execução de obras civis em uma área com grande acesso de terceiros, nos obrigaram a criar soluções especiais para: acesso de funcionários; acesso de materiais e equipamentos; redução de poeira e redução de ruídos, entre outros.” Geraldo Belloni, diretor da Collem Construtora Mohallem
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AVALIAÇÃO MAIS QUE NECESSÁRIA Toda a estruturação do Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi concebida sob rigorosos projetos técnicos e análises essencialmente criteriosas, a fim de se conferir ao empreendimento alta qualidade em sua infraestrutura. Nesse sentido, os cuidados com a utilização do solo, do concreto e do asfalto para o desenvolvimento predial aeroportuário foi um dos fatores primordiais à garantia de um local livre de qualquer danificação futura. Para promover tal serviço de inspeção geotécnica do aeroporto, fez-se necessária a verificação da qualidade dos materiais utilizados na obra, além da conferência quanto à origem do concreto, da composição da mistura asfáltica e detalhamento técnico sobre as atuais condições do solo. Durante todo o processo de avaliação geotécnica, atentouse para os níveis de qualidade da pavimentação, revestimento asfáltico, camada em concreto compactado a rolo e do pavimento rígido. “A equipe da Solocap se reportava diretamente à BH Airport, concessionária que administra o aeroporto, através do gestor do contrato e da gerenciadora que acompanhava o projeto, todos os dias, durante os 12 meses de execução do contrato. Todo o resultado de conformidade era aprovado. Para aqueles que ‘não estavam em conformidade’, era gerado um relatório para a gerenciadora e a BH Airport com vista a notificar o empreiteiro”, relembra o engenheiro Cristiano Costa Moreira, diretor geral da 82
Solocap, empresa responsável por todo o procedimento de verificação do controle tecnológico do tipo Spot Check, no aeroporto. Segundo o dirigente, para fazer este acompanhamento, no canteiro de obras do aeroporto, a Solocap instalou um laboratório equipado para ensaios em solos, misturas betuminosas e concreto, com rastreabilidade de equipamentos calibrados pela RBC - Rede Brasileira de Calibração. A equipe do laboratório era composta por um técnico master e um auxiliar técnico. Neste caso, a Solocap prestava assessoria para os processos operacionais. “O laboratório servia para avaliar os materiais agregados do concreto, das misturas, dos solos das camadas de fundação dos pavimentos, subleito, sub-base e base, convencional e em brita graduada simples BGS ou base de brita graduada tratada com cimento BGTC ou, ainda, CCR - Concreto Compactado com Rolo”, acrescenta o profissional. Moreira afirma que prestar serviço para o principal aeroporto de Minas Gerais foi um grande desafio, pois a Solocap teve que redobrar a atenção aos aspectos de segurança dos trabalhadores da obra em função das operações aeroportuárias, além de executar as atividades técnicas de forma altamente criteriosa. “Quando se trabalha em um ambiente onde há somente obras, você tem que prestar muita atenção nos aspectos de segurança ao redor. Quando se opera em um empreendimento igual ao do aeroporto, além de você ter sido treinado em todos os cursos que a BH Airport exige, tivemos que, em tempo integral, pôr em prática todas as medidas de segurança
pertinentes ao local, bem como aplicar o rigor das técnicas, uma questão está associada à outra.” Ainda nesse contexto, vale destacar que todos os procedimentos técnicos executados pelos operadores contaram com a devida rastreabilidade, ou seja, possuíam registro e relatório.
Experiência certificada Ao longo de um ano, a Solocap promoveu um trabalho intenso nessa magnífica obra de infraestrutura. Para tanto, ela empregou toda a sua expertise amplamente reconhecida em Minas Gerais como a única empresa a possuir laboratório acreditado pela norma ISO 17025 - Requisitos para Competências de Laboratório de Ensaios e Calibração, com escopo de 30 ensaios. Tal norma é utilizada para implementação de sistema de gestão da qualidade no que tange a laboratórios de ensaios e calibração, sendo uma
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Quando se trabalha em um ambiente onde há somente obras, você tem que prestar muita atenção nos aspectos de segurança ao redor.” Engenheiro Cristiano Costa Moreira, diretor geral da Solocap
norma reconhecida e utilizada internacionalmente. Além disso, ressalta-se a acreditação do laboratório da Solocap pelo INMETRO, sendo este um diferencial fundamental na garantia da aplicação das melhores técnicas. Com isso, Cristiano Moreira destaca que a atuação na obra da BH Airport foi uma missão de ampla importância para o histórico da empresa no mercado geotécnico. “Avaliamos que nenhuma inconformidade por parte de nossa equipe com a gerência do aero-
porto ficou pendente”, finaliza. Em 2017, a Solocap fez parte do Consórcio de cinco empresas que participaram do chamamento público de estudos CPE nº. 1/2017 do Ministério da Infraestrutura para elaboração dos projetos, levantamento, investigações e estudos geotécnicos que subsidiaram a modelagem das concessões para expansão, exploração e manutenção de 22 aeroportos localizados nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. E em 2019 a Solocap esteve en-
tre as cinco empresas que participaram do chamamento público de estudos CPE nº. 2/2019 do Ministério da Infraestrutura para elaboração dos projetos, levantamento, investigações e estudos geotécnicos: Deflexão (FWD - Falling Weight Deflectometer), IRI (Perfilômetro a Laser), Sondagem SPT (Vídeo Filmagem) que subsidiaram a modelagem das concessões para expansão, exploração e manutenção de 22 aeroportos localizados nas regiões Norte, Sul e Central do país.
FICHA TÉCNICA Aeroporto Internacional de Belo Horizonte Local: Confins (MG) Início do projeto: 2014 Conclusão da obra: 2017 Área construída: 52.000 m2 (TPS2), 1.500 m2 (CUT2), 1.830 m2 (viaduto) Área de reforma 77.154 m2 (TPS1), 6.436 m2 (TPS3) Arquitetura: Bacco Arquitetos Associados Contratante: BH Airport Masterplan AMD Sigma Lutz Weisser Construção: RacionalEngenharia Fotos Ana Mell
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Modelo em diversificação Primeiro shopping de Foz do Iguaçu completa 12 anos sob projeção da quarta expansão estrutural
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naugurado em outubro de 2007 sob um investimento de de R$ 60 milhões, o Cataratas JL Shopping está em constante crescimento e renovação estrutural a fim de proporcionar mais conforto e variedades aos seus clientes. Em uma cidade com tantos atrativos como Foz do Iguaçu (PR), o empreendimento busca sempre a excelência em seus serviços e na sua edificação para se destacar no mercado de entretenimento aliado às compras. Quando o shopping se ergueu foram abertas 140 lojas, com 18 opções gastronômicas, quatro salas de cinema, três pisos de estacionamento com 5 mil vagas rotativas cobertas, além de oito vagas para ônibus de turismo. Toda essa estrutura foi construída em uma área bruta locável de 18.000 m² e uma área total de 49.510,33 m². A localização próxima ao centro da cidade torna o espaço prático e acessível a todos. Os moradores fazem compras e passeiam com amigos e a família, já os turistas usam 85
ARQUITETURA o local principalmente para alimentação, obter informações e utilizar os múltiplos serviços existentes, de casa de câmbio, internet, farmácias, salão de beleza aos caixas automáticos. Com o compromisso de atrair importantes marcas do varejo, o Cataratas JL se consolida a cada ano como um dos principais centros comerciais e de lazer do oeste do Paraná, atraindo marcas nacionais e internacio-
nais nos segmentos de varejo, lazer, gastronomia e serviços. Para se modernizar ainda mais, o shopping planeja dar início à sua quarta expansão no primeiro semestre do ano de 2020. Com a ampliação, o Cataratas irá ganhar uma nova âncora, mais quatro lojas e quatro salas de cinema, para somar as quatro já existentes no piso L3. O sucesso do empreendimento pode ser atestado pelo fluxo
médio de 450 mil pessoas por mês. Isso comprova que o shopping está presente no cotidiano das pessoas que vivem em Foz do Iguaçu e na região. Para atender a demanda do público, o shopping é responsável pela geração de 1.400 empregos diretos e outros 2.500 indiretos. O Cataratas JL Shopping é um empreendimento da Construtora JL. Considerada a 18ª maior construtora do país segundo o
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O primeiro shopping da cidade, não somente executamos, mas também fizemos o shopping funcionar. Foi um grande desafio na época fazer um shopping entrar em operação em Foz do Iguaçu. Relembro que foi a maior obra do gênero construída na região Oeste do Estado”, João Luiz Félix, diretor presidente da Construtora JL
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ranking ITC, a empresa tem mais de quatro décadas no mercado da construção civil e conquistou essa posição graças a sua competência e solidez. A credibilidade e o compromisso com a qualidade se traduzem na construção de prédios, hospitais, fóruns, prefeituras, universidades, edifícios, escolas e casas em todo o Brasil. “O primeiro shopping da cidade,
não somente executamos, mas também fizemos o shopping funcionar. Foi um grande desafio na época fazer um shopping entrar em operação em Foz do Iguaçu. Relembro que foi a maior obra do gênero construída na região Oeste do Estado”, descreve o engenheiro e construtor João Luiz Félix, diretor presidente da Construtora JL. Segundo o dirigente, o maior de-
safio de todo esse processo é a manutenção constante de um trabalho de excelência. “Mesmo com a conclusão da obra, a JL manteve no desenvolvimento funcional do shopping. Assumimos toda a gestão do empreendimento. A cada dia é uma missão de proporcionar qualidade estrutural com conforto aos clientes”, conclui.
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Ficha Técnica Empreendimento: Cataratas JL Shopping Endereço: Av. Costa e Silva, 185 – Polo Centro 85863-000 Foz do Iguaçu – PR Inauguração: 31/10/2007 140 lojas 18 opções gastronômicas 4 salas de cinema3 pisos de estacionamento com 5 mil vagas rotativas cobertas 8 vagas para ônibus de turismo Área Bruta Locável: 23.059m² Área Total do Empreendimento: 63.144m²
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