CERNE UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
CERNE UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
CERNE - Centro de Referência em Pesquisa, Fomento e Desenvolvimento Florestal, Educação Ambiental e Ecosofia, Gestão Integrada de Território, Ecohidrologia, Cultura, Ciências e Inovação em Desenvolvimento Sustentável para a Cordilheira do Espinhaço Minas Gerais - Brasil
CERNE
UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO CERNE - Centro de Referência em Pesquisa, Fomento e Desenvolvimento Florestal, Educação Ambiental e Ecosofia, Gestão Integrada de Território, Ecohidrologia, Cultura, Ciências e Inovação em Desenvolvimento Sustentável para a Cordilheira do Espinhaço Minas Gerais - Brasil
CERNE UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
2018
A SERRA DO ESPINHAÇO A Serra do Espinhaço representa a faixa orogênica pré-cambriana mais extensa e contínua do território brasileiro, formando a única cordilheira do Brasil que se estende por cerca de 1.200 km, desde o território do estado de Minas Gerais chegando até o norte do estado da Bahia. A cordilheira do Espinhaço abriga três dos maiores biomas brasileiros: Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga, sendo dois deles hotspots mundiais de biodiversidade: Mata Atlântica e Cerrado, extremamente ameaçados pela degradação provocada por atividades econômicas e ocupação desordenada do território. Mais da metade das espécies de animais e plantas ameaçados de extinção em Minas Gerais estão presentes na Serra do Espinhaço, região que também resguarda espécies endêmicas da flora brasileira. Nas cotas altas da Cadeia do Espinhaço predominam uma fitofisionomia única no mundo, os campos rupestres, que ocorrem geralmente em altitudes superiores a 900 m. O campo rupestre, a fitofisionomia que distingue a Serra do Espinhaço de outras regiões do mundo, é um ecossistema extremamente frágil e de baixa resiliência. A Serra do Espinhaço é, sem dúvida, uma das regiões mais ricas e diversas do mundo. As características especiais da Serra do Espinhaço foram também reconhecidas por estudos globais de identificação de prioridades para conservação, sendo enquadrada nos Centros de Diversidade de Plantas da WWF/IUCN (Davis et al. 1.997), na lista da World Wildlife Funds’s Global 200 (WWF, 1.997) e nas Áreas de Endemismo de Aves - EBAs, da BirdLife International (Stattersfield et al. 1.998). Também por isso, as características biológicas e geomorfológicas da cordilheira do Espinhaço oferecem condições excepcionais para o desenvolvimento de pesquisas científicas que devem ser articuladas e intensificadas em seu território. Na região da Serra do Espinhaço, tendo em vista a alternância de altitude que varia de 600 metros até 2.030 metros, existe uma enorme diversidade climática e pluviométrica, fatores que permitem um amplo estudo do comportamento dos efeitos das alterações climáticas em seus ambientes variados de solos, vegetação, dentre outros. As montanhas, de maneira geral, tendem a receber um volume de chuva muito maior do que as terras baixas que as cercam, por causa das chamadas chuvas orográficas. Esse fenômeno confere às 4 | CERNE: UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
montanhas a capacidade de armazenar água. A água em seu estado líquido sempre flui dos lugares mais altos para os mais baixos; logo, é nas montanhas que surgem as principais nascentes, córregos e rios que fluem para os territórios. A Serra do Espinhaço, nesse sentido, tem uma grande importância para o país, pois suas montanhas abrigam nascentes de importantes cursos d’água brasileiros, destacando-se as bacias dos rios São Francisco (considerado o rio na união nacional), do rio Doce (recentemente degradada por um dos maiores desastres ambientais do mundo) e o rio Jequitinhonha (bacia que concentra um dos piores índices de desenvolvimento humano do Brasil).
Patrimônio Mundial A Serra do Espinhaço é um mosaico cultural, tendo sido eixo de ocupação para o território brasileiro. As raízes dos povos africanos, europeus e indígenas se misturam na Serra do Espinhaço, deixando marcas nos costumes e manifestações culturais das comunidades locais. Os conjuntos orogenéticos, as belezas naturais e a importância biológica, geomorfológica, histórica e cultural da Serra do Espinhaço foram reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2005, com a criação da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE), projeto que nasceu e foi gestado pelos membros da organização que hoje é o Instituto Espinhaço. A Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço abrange um território de cerca de 3,5 milhões de hectares, compreendendo 53 cidades e regiões, celeiro de cultura e matriz da economia do Estado de Minas Gerais.
Cachoeira do Tabuleiro, com 273 metros de altura. A maior do Estado de Minas Gerais.
O Desafio Histórico do Desenvolvimento X Conservação A formação geológica da Serra do Espinhaço caracterizou sua ocupação antrópica pela exploração de seus recursos minerais em toda sua história. O componente agropecuário serviu economicamente como apoio de sustentabilidade à atividade de extração mineral. Os impactos ambientais de três séculos da atividade de exploração mineral intensa deixaram marcas na paisagem geográfica e na constituição sociocultural das comunidades da região da Serra do Espinhaço. Essas duas principais atividades contribuíram decisivamente para que os remanes-
centes da vegetação nativa fossem sistematicamente desmatados, ao longo de séculos. Tal fato torna imperativo que um grande esforço permanente para a restauração florestal seja articulado e implementado, em escala, na Serra do Espinhaço. Todos esses cenários encontrados nos territórios da Serra do Espinhaço reafirmam, como fator imperativo, a necessidade da proposição de uma estrutura central, um eixo estrategicamente inserido no centro geográfico da Serra do Espinhaço, para funcionar como pilar para pensar o território da Serra do Espinhaço e, parte desse ponto central, fomentar e difundir as mais modernas pesquisas, tecnologias e plataformas para o desenvolvimento sustentável, alicerçados em um sítio reconhecido mundialmente. APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 5
O INSTITUTO ESPINHAÇO O Instituto Espinhaço - Biodiversidade, Cultura e Desenvolvimento Socioambiental, é uma OSC sem fins lucrativos, com atuação em pesquisa e desenvolvimento de projetos e ações estratégicas nos eixos de biodiversidade, cultura e desenvolvimento socioambiental, articulando práticas inovadoras no âmbito local com abrangência internacional. O Instituto Espinhaço foi criado com base no processo de mobilização social que resultou na chancela da Unesco para a Serra do Espinhaço como uma Reserva da Biosfera, em 2005. O Instituto Espinhaço possui membros em cinco estados brasileiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,
Rio Grande do Sul, Goiás) e no Distrito Federal e em nove países além do Brasil: Canadá, Suíça, França, Alemanha, Portugal, Estados Unidos, Espanha, Índia, China. Membro da IUCN - International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da Natureza) – organização internacional que tem mais de 1.100 membros em 160 países -, o Instituto Espinhaço coordena a implantação do projeto “Semeando Florestas, Colhendo Águas na Serra do Espinhaço”, uma das maiores iniciativas brasileiras de restauração florestal que plantará 3 milhões de mudas de árvores de espécies florestais
NA SERRA DO ESPINHAÇO
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nativas até o final do ano de 2018. Esse projeto já restaurou mais de 1600 hectares de florestas nativas nos biomas Mata Atlântica e Cerrado, no Estado de Minas Gerais. O Instituto Espinhaço trabalha para construir pontes entre os pensamentos globais e ações locais, integrando os conhecimentos científicos à vida prática do indivíduo, associando-os aos conhecimentos tradicionais. Na região da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, o Instituto Espinhaço atua diretamente em mais de 61 municípios com programas de sustentabilidade, divulgando e apoiando a Agenda 2030 e a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - 17 ODS, por meio de iniciativas de inovação e participação social, focando em soluções baseadas na natureza. Além dos objetivos descritos em seu estatuto de fundação, o instituto atua: 1. articulando estratégias de cooperação científica sobre as interações entre o homem e seu meio, buscando o entendimento dos mecanismos da convivência em todas as situações bioclimáticas e geográficas da biosfera, procurando compreen-
der as repercussões das ações humanas sobre os ecossistemas mais representativos; 2. promovendo o conhecimento, a prática e os valores humanos para implementar as boas relações entre as populações e o meio ambiente; 3. incentivando pesquisas científicas para o melhor conhecimento das causas da degradação ambiental do planeta e, simultaneamente, propondo a minimização e reversão dessas degradações; 4. propondo inovação em tecnologias sociais, planejamento e formação de redes de cooperação visando minimizar os efeitos da degradação ambiental e encontrar alternativas para iniciativas de desenvolvimento sustentável; 5. focando em ações locais, dentro de premissas globais, para contribuir com a restauração dos serviços ambientais e a conservação da biodiversidade, para fomentar o desenvolvimento econômico que seja sustentável do ponto de vista sociocultural e ecológico e apoiar a efetivação de projetos demonstrativos de desenvolvimento sustentável.
APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 7
CERNE: Centro de Referência em Pesquisa, Fomento e Desenvolvimento Florestal, Educação Ambiental e Ecosofia, Gestão Integrada de Território, Ecohidrologia, Cultura, Ciências e Inovação em Desenvolvimento Sustentável para a Cordilheira do Espinhaço O CERNE tem como objetivo central pensar, propor, gestar, desenvolver e implementar programas e projetos de desenvolvimento sustentável, com base na gestão integrada de territórios, conectando e criando sinergia entre as pautas de pesquisa e desenvolvimento em projetos de restauração florestal, alterações climáticas, estresse hídrico, gestão integrada de território, dentre outras, em parceria com instituições nacionais e internacionais. O CERNE atuará em rede no território da Serra do Espinhaço, no Estado de Minas Gerais e para além dela, com abordagem sistêmica e integrada, visando compreender e atuar nas causas da degradação socioambiental, cooperando para o planejamento estratégico e participativo e o desenvolvimento de estratégias de sustentabilidade para os territórios e as populações, em parceria com a academia, a sociedade civil organizada, o setor produtivo e o poder público, propondo e apoiando um conjunto de ações locais que promovam a compreensão global dos processos, enfatizando a centralidade de esforços para a pessoa humana e integrando as metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030. 8 | CERNE: UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
O CERNE tratará a pauta do desenvolvimento florestal como prioridade, uma vez que as florestas servem como armazenamento natural para o carbono e que o desmatamento é a segunda principal causa de emissões de carbono que contribuem para as mudanças climáticas. O CERNE promoverá a articulação de projetos de Gestão Cultural Integrada do Território e o desenvolvimento de pesquisas florestais inovadoras para a conservação dos recursos naturais, envolvendo o aprimoramento das cadeias produtivas de produção e restauração florestal e do mercado de serviços ambientais. Também por isso, o CERNE, por meio do LIGNUM - Centro de Pesquisa, Fomento e Desenvolvimento Florestal - atuará como referência regional para as ações do Serviço Florestal Brasileiro- SFB - e em apoio às metas da Declaração de New York sobre Florestas da Cúpula do Clima da ONU de 2014 e, ainda, em consonância com a abordagem de restauração da paisagem florestal (FLR), contribuindo para que o Brasil possa cumprir o compromisso de restauração de 12 milhões de hectares de florestas até 2.030. O CERNE propõe ser centralidade, em Minas
Gerais, para a causa da restauração florestal e a implementação dos compromissos do Bonn Challenge, buscando parceria com centros que trabalham restauração florestal e em sintonia com plataformas internacionais como o The Restoration Initiative (TRI). A temática da água é outra pauta central e estratégica para o CERNE, tendo em vista não apenas os cenários de estresse hídrico e o aumento da escassez de disponibilidade hídrica, mas, também, a segurança da água que é fundamental para o desenvolvimento sustentável, a redução da pobreza e a adaptação às mudanças climáticas. O CERNE contribuirá, por meio de pesquisas, projetos e ações demonstrativas, para que os serviços ecossistêmicos possam ser conectados de forma mais direta e clara ao desenvolvimento de infraestrutura hídrica, à adaptação às mudanças climáticas e à integração na segurança hídrica, alimentar e energética. O CERNE atuará com vigor na pauta das alterações climáticas, uma vez que os sistemas humanos e naturais são influenciados pela variabilidade e pelos perigos da mudança do clima que geram impactos negativos sentidos de forma mais severa nos
países em desenvolvimento, como o Brasil. O CERNE atuará para contribuir com a adaptação às mudanças climáticas com ações que promovam a redução da vulnerabilidade ou da melhoria da resiliência dos territórios e suas populações em resposta às mudanças climáticas. O CERNE atuará fortemente na difusão de abordagens baseadas em ecossistemas visando à adaptação às mudanças climáticas, gerando e conectando uma ampla gama de atividades de gestão de ecossistemas para aumentar a resiliência e reduzir a vulnerabilidade das pessoas e do meio ambiente às mudanças climáticas, ou seja, o uso da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos como parte de uma estratégia para ajudar as pessoas a se adaptarem aos efeitos adversos da mudança climática. O CERNE trabalhará os conceitos de educação ambiental integrada, concentrando-se nos benefícios que os humanos obtêm da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, e como esses benefícios podem ser utilizados diante das mudanças climáticas. Consequentemente, o CERNE está centrado nas pessoas, reconhecendo que a resiliência humana depende criticamente da integridade dos ecossistemas. APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 9
Dentre outros objetivos, o CERNE atuará para:
1
apoiar as comunidades locais, sobretudo aquelas situadas em regiões prioritárias para a conservação da biodiversidade, na gestão sustentável dos territórios:
1.1 propor, divulgar e fortalecer a estratégia de gestão cultural integrada do território, identificando, articulando e apoiando a implementação de projetos demonstrativos, de modo a facilitar a governança territorial, a inovação e a aplicabilidade de novas modelagens, em sinergia com os 17 ODS; 1.2 pesquisar, propor e apoiar o desenvolvimento de projetos demonstrativos de sistemas agroflorestais, visando à geração de trabalho e renda sustentáveis que agirão como incentivos para a conservação dos locais prioritários na região da Serra do Espinhaço (por exemplo, a domesticação de espécies selvagens, a exploração madeireira sustentável de florestas controladas localmente, a colheita de produtos florestais não madeireiros, a agricultura sustentável, etc.); 1.3 aumentar a conscientização e a compreensão dos benefícios diretos e indiretos que as comunidades locais e regionais recebem do território da Serra do Espinhaço e seus serviços ecossistêmicos; 1.4 gerar informações localmente relevantes sobre os ecossistemas naturais (por exemplo, avaliações econômicas de serviços ambientais) de modo a influenciar a tomada de decisão política e dos sistemas econômicos, em favor da sua conservação; 1.5 facilitar parcerias entre as comunidades locais, a academia, o setor privado e os governos, visando apoiar e demonstrar modelos e práticas sustentáveis de mineração, silvicultura e agricultura sustentáveis, dentre outros; 1.6 apoiar o desenvolvimento de capacidades nas organizações da sociedade civil, incluindo mulheres e jovens, focando na conservação e gestão da biodiversidade e na identificação e promoção de alternativas para o desenvolvimento sustentável, visando desenvolver uma 10 | CERNE: UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
rede horizontalizada de atuação da sociedade civil em pautas diversas e complementares; 1.7 apoiar e fortalecer ações de organizações voltadas para a conservação e desenvolvimento lideradas por mulheres, associações e redes de promoção da igualdade de gênero na gestão dos recursos naturais e repartição social de benefícios; 1.8 Fortalecer a capacidade de comunicação de organizações locais da sociedade civil em apoio à sua missão e criar consciência pública sobre a importância dos resultados da conservação, da restauração florestal, dentre outros.
2
desenvolver pesquisa, fomento, produção e apoio técnico na área de restauração florestal visando apoiar ações conservação, geração de renda e consolidar a conectividade ecológica à escala da paisagem:
2.1 desenvolver estudos e pesquisas na área de tecnologia de produtos madeireiros e não madeireiros; 2.2 apoiar a formação e fortalecimento de redes de integração de cooperação entre centros e instituições de pesquisa na área florestal; 2.3 gerar base de dados para compartilhamento de informações científicas e tecnológicas sobre restauração e produtos florestais; 2.4 atuar para a disseminação e transferência de tecnologias, informações e conhecimento para o setor produtivo, promovendo o conhecimento, o uso sustentável e a ampliação da cobertura florestal, tornando a agenda florestal estratégica para a economia e o meio ambiente; 2.5 produzir mudas de espécies arbóreas de alta qualidade, com pesquisa e inovação, visando à propagação de projetos de restauração florestal em larga escala, no território da Serra do Espinhaço;
2.6 desenvolver, difundir e implementar estratégias regionais para a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD +) visando ampliar as florestas e a biodiversidade para mitigar os efeitos das mudanças climáticas; 2.7 apoiar estratégias para a ampla participação social na avaliação das causas do desmatamento e em ações cooperativas de restauração ambiental; 2.8 fomentar a análise dos impactos de REDD + sobre os meios de subsistência das comunidades, visando apoiar o monitoramento de linhas de base sociais como indicadores desses impactos; 2.9 fortalecer a participação de grupos vulneráveis na definição de atividades de REDD +; 2.10 Promover ações de recomposição da cobertura vegetal nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, visando à geração de trabalho e renda, por meio da implementação de um Centro de Desenvolvimento Florestal Sustentável que ofereça assistência técnica, capacitação, geração e difusão de tecnologias, produção de sementes e mudas e implementação de projetos demonstrativos de recomposição florestal.
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desenvolver pesquisas e promover a difusão de informações sobre alterações climáticas e ações de mitigação e convivência com as mudanças do clima, envolvendo as comunidades locais para o fortalecimento de capacidades, desenvolvimento de resiliência climática e implementação de ações para os mais vulneráveis e pobres nas áreas rurais:
3.1 apoiar o desenvolvimento de abordagens baseadas em ecossistemas para adaptação às mudanças climáticas visando aumentar a resiliência e reduzir a vulnerabilidade das pessoas e do meio ambiente às mudanças climáticas; 3.2 fomentar a avaliação dos impactos das mudanças climáticas nas espécies e nos ecossistemas por meio do trabalho de mitigação, com base em ecossistemas, adaptação e redução do risco de desastres, enfatizando a elaboração e implantação de propostas ancoradas em soluções baseadas na natureza;
3.3 atuar no apoio às instituições e aos indivíduos para que as políticas e ações para o clima sejam sensíveis às questões de gênero e sejam socialmente inclusivas e levem em conta as necessidades dos mais vulneráveis; 3.4 conectar a pauta florestas e mudanças climáticas, concentrando pesquisas e ações para a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD +) e apoiar a implementação e replicabilidade de projetos de restauração de paisagens florestais, em sinergia com a plataforma Bonn Challenge e outras; 3.5 apoiar e difundir ações demonstrativas para conservação, manejo sustentável e restauração de ecossistemas visando apoiar as pessoas a se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas; 3.6 promover a conexão das temáticas de floresta, água, gestão integrada de território e das mudanças climáticas, visando apoiar o enfrentamento dos problemas atuais relacionados à degradação ambiental e deterioração qualiquantitativa das águas e dos ecossistemas; 3.7 apoiar e fomentar processos de recuperação, conservação e preservação do meio ambiente, no intuito de reverter ou mitigar danos ambientais que impactam as bacias hidrográficas e os territórios; 3.8 apoiar a reversão ou mitigação dos impactos ambientais nos territórios hídricos por meio de ações integradas que promovam a proteção e conservação ambiental, o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria das condições socioambientais e da sociodiversidade, com o objetivo de aumentar a disponibilidade de água, em quantidade e qualidade para usos múltiplos e os serviços ecossistêmicos; 3.9 promover a integração de ações forma holística e integrada (think outside the water box), apoiando o desenvolvimento de cenários e estratégias de longo prazo para as comunidades e territórios; 3.10 promover e encorajar pesquisa, educação e capacitação relacionada à gestão de recursos ambientais e de recuperação de bacias hidrográficas.
APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 11
Por que implantar o CERNE? No cenário de economia globalizada, a resiliência dos territórios depende não apenas da sua diversidade interna, que é essencial, mas também da sua capacidade de se projetarem internacionalmente, por meio de parcerias estratégicas. Por isso, o CERNE terá parte de seu esforço focado na construção de parcerias e projetos cooperativos com outras instituições e organizações de âmbito nacional e internacional. Os dois últimos séculos foram marcados por profundas transformações, notadamente científicas e tecnológicas, que ampliaram a capacidade de intervir sobre as condições materiais que viabilizam a sobrevivência da espécie humana neste planeta. De igual maneira, as últimas décadas também foram marcadas por um isolacionismo sistêmico das instituições e pessoas, enfraquecendo ações potenciais e dificultando resultados e melhorias práticas. Reside aqui a estratégia matriz do CERNE: conexão de pesquisas, projetos e ações articuladas e inteligentemente aplicadas, nos territórios. O CERNE, concebido de forma orgânica e sistêmica propõe a percepção que o ambiente natural está, na atualidade, cada vez mais integrado ao conjunto das relações sociais e econômicas, ou seja,
tudo é natureza socializada. Muito do que antes era natural é, agora, produto da atividade humana ou é influenciado por ela. O ser humano e a natureza estão, cada vez mais, perpassados por complexas relações entre si, de ordem ecológica, política, econômica, social e assim por diante. O CERNE tem como epicentro a pauta do desenvolvimento sustentável voltado para a pessoa humana e sua relação harmoniosa com a biosfera. A proposta do CERNE defende uma visão inovadora quanto à articulação das iniciativas da sociedade civil organizada, das políticas públicas e ações da iniciativa privada, que deverão orientar-se com base em uma lógica de gestão integrada dos territórios. No centro das propostas para o desenvolvimento sustentável vinculadas ao CERNE está a valorização e o resgate permanente da cultura, como sendo um valor inestimável. O entendimento da natureza globalizada dos processos que hoje interferem na vida de cada um é essencial para que se possa, localmente, contribuir para a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em sinergia com as políticas públicas propostas pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Serviço Florestal Brasileiro.
8120000
500000
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650000
700000
750000
INSTI
$
Centr Desenv Gestão e Ino para
7880000
7960000
PR
Legenda Parques Nacionais Parques Naturais Municipais
7800000
Monumentos Naturais
7720000
O CERNE será implantando no município de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, Brasil. Nesse município nasceu o projeto de reconhecimento da Serra do Espinhaço como uma Reserva da Biosfera, pela Unesco. Conceição do Mato Dentro foi pioneira no movimento ecológico que criou amplas dimensões na região da Serra do Espinhaço. No município está localizada uma das joias do Brasil: a cachoeira do Tabuleiro, com 273 metros de queda, sendo a mais bela do país. Conceição do Mato Dentro fica distante 130km do aeroporto internacional de Confins. Também fica a 180km de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais.
600000
8040000
Localização ESTRATÉGICA do CERNE
550000
Parques Estaduais CERNE
1:1.600.000 0
15
30
Km 60
LOCALIZAÇÃO DO CERNE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO . MG . BRASIL 450000
500000
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600000
650000
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INST
$ 8040000
Centr Desenv Gestão e Inov para
Diamantina
UFVJM
7960000
n
Conceicao do Mato Dentro 7880000
` ^
Sete Lagoas
nUFSJ
7800000
n
UFMG
Belo Horizonte
Legenda
` ^
Universidades Federais
UFOP
n
Ouro Preto
7720000
n
CERNE
1:1.600.000 0
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30
Km 60
APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 13
A estrutura DO CERNE As estruturas físicas do CERNE têm a seguinte configuração:: 1. OIKOS - Centro para Pesquisa, Difusão, Capacitação e Articulação para os 17 ODS e a Agenda 2030; Centro de Ecohidrologia, Educação Ambiental e Ecosofia; Economia Criativa e Circular; Tecnologias Sociais; Design de Soluções Sustentáveis, dentre outros; (status: a implantar); 2. LIGNUM - Centro de Pesquisa, Fomento e Desenvolvimento Florestal: Viveiros de Produção de Mudas Arbóreas; Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Florestal; Capacitação e Desenvolvimento de Proto colos de Germinação e Produção de Sementes e Mudas; Escola viveiros de produção de mudas florestais arbóreas nativas e exóticas (status: estrutura física já implantada, faltando equipamentos de laboratório); 3. AURA BOTÂNICA - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Etnobotânica, Fito terapia da Serra do Espinhaço, Biofábrica de Óleos Essenciais de Plantas do Cerrado e Mata Atlântica, Florais e Spagiria (status: a implantar); 4. BIOSFERA - Estação Ciência da Biodiversidade e da História Geológica da Serra do Espinhaço (status: a implantar) e Museu da Água; 4.1. MTAI - Museu do Território, das Artes e da Inovação – Centro de Referência em Gestão Cultural Integrada do Território (status: a implantar); 5. Centro da Cultura e da Memória da Ocupação Humana na Serra do Espinhaço (status: a implantar).
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oikos aura botânica biosfera/mtai centro de cultura
APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 15
DETALHAMENTO DAS ESTRUTURAS DO CERNE OIKOS Maior unidade do CERNE, o OIKOS abrigará em sua estrutura pesquisa, difusão, capacitação e articulação para os 17 ODS e a Agenda 2030; Centro de Ecohidrologia, Educação Ambiental e Ecosofia; Economia Criativa e Circular; Tecnologias Sociais; Design de Soluções Sustentáveis. Essas agendas serão trabalhadas de forma orgânica e sinérgica, referências para todo o território da Serra do Espinhaço. O OIKOS é um centro de educação ambiental que propõe construir soluções inovadoras para as populações na região da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, pesquisando, exemplificando e difundindo novas modelagens de desenvolvimento para os territórios e para as comunidades, gerando matrizes e cenários de referência para a mitigação dos dilemas da atualidade. Para que as oportunidades pensadas a partir do OIKOS se transformem em realidades para as regiões da Serra do Espinhaço, serão criadas estratégias de atuações diferenciadas do OIKOS, que será integrado às outras estruturas do CERNE, atuando em um sistema em rede e cooperação com outras organizações da sociedade civil, universidades, governos e outros centros produtores de conhecimento. O desafio que se abre hoje aos municípios da Serra do Espinhaço é, sobretudo, o de construírem uma plataforma de desenvolvimento compartilhado e integrado, em suas microrregiões e, destas, com o todo do território da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço.
Características e premissas do OIKOS a) dinâmico e integrativo: os indivíduos e a comunidade devem tomar consciência do seu meio ambiente e adquirirem conhecimento, valores, habilidades, experiências e determinação para que se tornem aptos a intervir na resolução dos problemas ambientais; b) participativo: despertar e estimular o envolvimento nos processos coletivos de transformação das realidades locais; c) globalizador: fazer com que os territórios sejam compreendidos em seus múltiplos aspectos (natural, social, econômico, político, histórico, cultural, moral, ético e estético) e abrangências (local, regional e global); e d) contextualizador: atuar nas realidades locais dos municípios da Serra do Espinhaço sem perder de vista a perspectiva planetária. 16 | CERNE: UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
01. Entrada Principal 02. Praça Central . Jardins do Espinhaço 03. Copa / Cozinha / Refeitório 04. Vestiários Fem. / Masc. 05. Escritórios com banheiros 06. Salão de Exposição
07. Biblioteca 08. Galpão de Oficina 09. Sanitários Fem. / Masc. 10. Auditório Interno 11. Palco multiuso (para uso interno e externo) 12. Anfiteatro externo
O OIKOS tem o propósito de trazer à reflexão o locus da vida humana, a partir do território da Serra do Espinhaço, oportunizando espaços de diálogos multidisciplinares sobre as questões relacionadas ao comportamento humano, na perspectiva de construir possibilidades educativas voltadas para a promoção do desenvolvimento sustentável e, acima de tudo, da emancipação dos cidadãos. Propomos, por meio do CERNE e, nesta recorte, com a ação do OIKOS, a sensibilização e mobilização social através de métodos demonstrativos com o objetivo de haver uma melhor compreensão da dimensão ambiental para ser iniciada em cada cidadão, no seu cotidiano. Cada indivíduo deve perceber-se como parte integrante desse conjunto, do território por ele habitado, daí a necessidade de se ampliar o entendimento a respeito da complexidade da natureza e das inter-relações desta para a manutenção da qualidade de vida das comunidades, despertando um sentido de cooperação e divisão de responsabilidades. Ao compreender quão importante e essencial é o equilíbrio dessa rede de inter-relações para a sustentabilidade da vida, esperamos que cada cidadão possa fazer escolhas mais inteligentes, no sentido não só de garantir viabilidade para a vida no território em que habita, mas de fazê-la com qualidade, cooperação e solidariedade.
Objetivos do Centro de Ecohidrologia, vinculado ao OIKOS O principal objetivo do Centro de Ecohidrologia, vinculado à estrutura do OIKOS, é promover o desenvolvimento científico, educação e disseminação do conceito de Ecohidrologia, em nível regional, na Serra do Espinhaço, e em nível nacional, em sinergia com as plataformas do Programa Hidrológico Internacional e dos 17 ODS da ONU. Além desse, são objetivos específicos do CEH: • Viabilizar espaço físico para reunir as comunidades científicas e educacionais para, em conjunto com os setores institucionais e socioeconômicos, discutir as boas práticas existentes e as soluções necessárias para garantir a segurança dos corpos d’água e a sustentabilidade do meio ambiente; • Constituir uma plataforma de conexão de saberes e ações entre universidades, centros de pesquisa, redes e organizações que lidam com questões da água, para promover a concepção de programas de educação em ecohidrologia, em todo o território da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço; • Promover a cooperação científica transdisciplinar no tema da Ecohidrologia, abordando as diferentes realidades da região da Serra do Espinhaço e do Brasil; APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 17
• Facilitar a disseminação de tópicos relacionados com a água em geral e o conhecimento e conceito de ecohidrologia, em particular, para a sociedade. A referência proposta pelo OIKOS objetiva trazer para o diálogo as questões que estão ocupando as grandes discussões da atualidade do mundo, da região da Serra do Espinhaço e dos territórios. Diante da complexidade do mundo contemporâneo, é imperativo encontrar outros e melhores caminhos para uma necessária reflexão sobre o fenômeno ambiental, trazendo, inevitavelmente, a internalização da dimensão ambiental, de forma transversal.
O OIKOS atuará com base • em educação ambiental, embasada na formação crítica e cidadã, como um processo contínuo, permanente, articulado e com capilaridade para alcançar e envolver os segmentos locais e toda a diversidade de atores sociais da região da Serra do Espinhaço; • na construção de processos de educação ambiental com base nas necessidades e experiências das comunidades rurais e urbanas inseridas no território da Serra do Espinhaço; • no reconhecimento à diversidade natural, cultural, étnica, socioeconômica de espécies e de ecossistemas existentes no território do Espinhaço; • na promoção da valorização da cultura, do conhecimento, das experiências e práticas das comunidades tradicionais (rurais e urbanas), garantindo o protagonismo das comunidades locais; • na busca pela construção de uma sociedade sustentável em suas diversas dimensões social, ambiental, política, econômica, ética e cultural, por meio da adoção de novos padrões de relação com 18 | CERNE: UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
o meio natural, visando garantir a qualidade de vida para as presentes e futuras gerações; • no fortalecimento e no incentivo para o envolvimento dos diversos atores sociais nos processos participativos que impliquem tomadas de decisões coletivas; • no direito à participação e ao acesso democrático do público-alvo à produção e à difusão da informação relativa aos processos de educação ambiental; • no estímulo aos processos de troca de conhecimentos e vivências entre os diversos representantes da comunidade, bem como à promoção do reconhecimento e da integração entre os saberes tradicionais e populares e o conhecimento técnico-científico; • no incentivo e no estímulo para o despertar do sentimento de pertencimento aos territórios; • no respeito ao pluralismo de ideias e no estímulo ao diálogo entre as diferentes visões de mundo, em cada território; • na abordagem de forma articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; • no estímulo à participação e ao protagonismo social; • na promoção da reflexão sobre a realidade local e os modelos de desenvolvimento econômico e social, visando ao fortalecimento dos meios de produção, comercialização e consumo que utilizem práticas cooperativas, solidárias e sustentáveis; • no estímulo às ações educativas que conectem e criem sinergia entre as unidades de conservação inseridas no território dos biomas Cerrado e Mata Atlântica, na Serra do Espinhaço; • na atuação como polo difusor, nos municípios da Serra do Espinhaço, das premissas e conceitos dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030, apoiando a implementação de projetos demonstrativos e replicáveis.
MUSEU DO TERRITÓRIO, DAS ARTES E DA INOVAÇÃO - MTAI O território do Médio Espinhaço necessita de uma rede institucional que suporte os processos sociais e econômicos, nas suas várias dinâmicas culturais. Esses processos implicam tensões, que não são negativas, pois são elas que geram a inovação, a mudança e o desenvolvimento. Mas, para que as tensões gerem inovação e não ruptura, é preciso que existam não apenas estruturas de governança, mas também espaços de convergência, em torno do conhecimento e da memória. Esses espaços são raros na sociedade atual, pelo que é necessário construir uma matriz territorial que apoie esses processos. A matriz territorial de GIT tem como núcleo o centro de recursos que denominamos Museu do Território, das Artes e da Inovação – MTAI. Essa estrutura atuará associada ao Centro de Cultura, configurado como um espaço de memória para o Médio Espinhaço. O MTAI funcionará como um centro para a produção de informações e laboratório prático, nos territórios da Serra do Espinhaço, para a implementação de unidades demonstrativas de projetos de Gestão Cultural Integrada do Território. Nesse sentido, o CERNE trabalhará para elevar a consciência crítica dos indivíduos, de forma que se restaurem as noções básicas que permitem dominar os conceitos de espaço (território), tempo (dinâmicas) e causalidade (cruzamento das dinâmicas no espaço), visando minimizar as perdas num contexto de crescente entropia. No centro chamado MTAI serão trabalhados os temas da gestão integrada que façam a didática da óbvia interdependência entre as variáveis consi-
deradas, que construam de forma pragmática soluções flexíveis que melhorem de forma sustentável as dimensões econômica, social e ambiental das comunidades, conferindo espaço para a sua reorganização identitária, com base no humilde reconhecimento de que o mundo está mudando de forma cada vez mais rápida e que é necessário encontrarmos soluções compartilhadas e sistêmicas que possam fazer frente aos dilemas da atualidade. Na relação entre os dois e todas as demais estruturas da sociedade, é possível gerar reflexões prospectivas e dinamizar o território de forma sustentável. Os meios, instrumentos e recursos que a gestão integrada do território se deve dotar encontram-se dispersos, na sociedade atual, em diversos quadros institucionais (públicos e privados), pois a APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 19
Diagrama de Gestão Integrada do Território Diagrama de Gestão Integrada do Território
sua articulação, nos diversos territórios, é essencial. Esse é o fundamento do MTAI. A forma mais eficaz de fazê-lo, por concentrar os meios e potencializar novas dinâmicas de governança, é a criação de centros de recursos como o MTAI, ou seja, de núcleos de reflexão participativa e geradora de discussões prospectivas e de ações, com vistas ao desenvolvimento integrado, diversificado e sustentável, associado ao CERNE e às estruturas pensadas para esse centro singular de geração e reunião de conhecimentos e práticas para o desenvolvimento sustentável dos territórios. O MTAI atuará para fomentar a aprendizagem, a projeção de memória e identidades e a articulação de agentes operativos nos setores da sociedade, dos setores público e privado, envolvendo empresas, organizações da sociedade civil, ensino e ativos individuais, em ações concretas que estimulem, também, o empreendedorismo e a geração de renda para as comunidades abrangidas pela ideia do MTAI. Em cada território os eixos de potencial ruptura iminente são sempre em número limitado. Numa lógica de construção da matriz territorial e
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de dinâmicas de governança, a GIT promoverá, por meio dos espaços integrados do MTAI e do OIKOS, orientações que apoiarão as vontades individuais na busca por soluções para dificuldades estratégicas do território. Nesse processo, o CERNE, através do MTAI, proporcionará, mais do que reflexões espaços para fazer avançar pesquisas e produções de conhecimento sobre ambiente, economia ou cultura. É a palavra território que se torna nuclear, e num futuro que se apresenta incerto e inseguro, a concorrência entre territórios e a sua possível certificação serão certamente realidades. Os desafios do planeta, perante os quais o CERNE, através do MTAI, do OIKOS e de outras estruturas pensadas para esse complexo que buscam dar seu contributo, passam pela capacidade de promover a valorização de insumos e a tecnologia, sem rupturas ambientais ou sociais, com base em uma diversidade de perspectivas culturais. Na metodologia desenvolvida, o objetivo é influenciar o futuro baseado na mobilização de uma cidadania consciente dos cidadãos da região da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais.
LIGNUM: Centro de Pesquisa, Fomento e Desenvolvimento Florestal O LIGNUM - Centro de Pesquisa, Fomento e Desenvolvimento Florestal está com a maioria de suas estruturas físicas já implantadas, restando apenas a aquisição dos equipamentos para os laboratórios de pesquisa e de outros equipamentos necessários à produção de mudas florestais arbóreas nativas. O LIGNUM será voltado para a pesquisa e o desenvolvimento de tópicos como restauração de paisagens florestais, restauração de APP’s, apoio ao PRA (pós-CAR), manejo integrado de florestas, silvicultura e manejo, gerenciamento ambiental, monitoramento de microbacias, educação ambiental, pesquisas e protocolos relacionados a sementes florestais, produção de mudas e restauração florestal nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. O LIGNUM trabalhará em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro e em sinergia com outros centros similares no Brasil, visando criar protocolos e metodologias para a restauração florestal. O LIGNUM, com outras estruturas do CERNE atuará para orientar, desenvolver, promover e supervisionar a execução de ações e pesquisas relativas à manutenção do equilíbrio ecológico e à proteção da biodiversidade; promover a identificação de matrizes florestais para alimentar um banco de germoplasma com as espécies florestais dos biomas Mata Atlântica e Cerrado; realizar o mapeamento, o inventário e o monitoramento da cobertura vegetal na Serra do Espinhaço; promover a recomposição da cobertura vegetal natural; promover a recuperação de áreas degradadas e a restauração dos
ecossistemas naturais do Cerrado e Mata Atlântica, dentre outros. Além disso, o LIGNUM, por meio do conjunto do CERNE, atuará com finalidade múltipla, bem como desenvolver ações que favoreçam o suprimento de matéria-prima de origem vegetal, mediante assistência técnica, prestação de serviços, produção e distribuição de mudas destinadas a projetos de restauração florestal e promoverá a educação ambiental, em conjunto com o centro OIKOS, visando à compreensão pela sociedade da importância das florestas e da biodiversidade, bem como manterá sistema de documentação, informação e divulgação dos conhecimentos técnicos relativos a esses recursos naturais. As tecnologias que serão pesquisadas no LIGNUM incorporarão o manejo florestal, tanto de espécies nativas quanto introduzidas; recuperação de áreas degradadas; sistemas agroflorestais; produtos não madeireiros; monitoramento ambiental e temas mais recentes como florestas destinadas à produção de energia; mudanças climáticas; integração lavoura-pecuária-floresta e biotecnologia florestal. O LIGNUM atuará em conexão com as principais universidades de Minas Gerais e possibilitará a difusão de informações e conhecimentos, além de atuar como referência para o desenvolvimento florestal em Minas Gerais, nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. O LIGNUM propõe criar e desenvolver instrumentos, metodologias e estratégias de ação que possibilitem contribuir com as metas de recuperação de áreas alteradas e/ou degradadas estabelecidas no Planaveg, do Governo Federal, visando, ainda: APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 21
• fomentar plantios de base florestal à agricultura familiar na região da Serra do Espinhaço; • estimular a conscientização dos agricultores familiares sobre a importância do uso de práticas sustentáveis dos recursos naturais, principalmente, a conservação, com foco especial na recuperação do passivo ambiental; • contribuir com a redução do desmatamento sobre as áreas de florestas; • possibilitar a recuperação de áreas alteradas com a implantação de sistemas agroflorestais – SAF, etc.; • contribuir com incremento de renda para as famílias inseridas na região da Serra do Espinhaço; • contribuir com a difusão e a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, na agenda 2030; • apoiar a conservação da biodiversidade, o restabelecimento e a melhoria dos serviços ecossistêmicos e o fomento ao uso sustentável dos recursos naturais; • reforçar modelos existentes e apoiar a criação de novas modelagens de desenvolvimento sustentável; • apoiar a criação de rede de experiências exitosas de desenvolvimento sustentável no território da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço; • proporcionar a geração de pesquisa científica e redes de experimentação para a extensão acadêmica, no território da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço; • contribuir para a redução das emissões brasileiras de gases de efeito estufa; • promover a restauração e/ou recuperação de 22 | CERNE: UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
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áreas de preservação permanente e reserva legal, em sinergia com o CAR/PRA, restaurando áreas estratégicas para a “produção” de águas; contribuir para o aumento da cobertura vegetal nativa brasileira nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, promovendo a restauração de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade e a formação de corredores de biodiversidade; implementar plantios florestais em áreas degradadas visando, dentre outros, à oferta de produtos não madeireiros, ao desenvolvimento de novas cadeias produtivas, apoiando a geração de renda para pequenos agricultores; cooperar em ações e estudos para identificação e desenvolvimento de alternativas que visem minimizar impactos negativos ao meio ambiente causados por padrões insustentáveis de ocupação e uso dos solos; desenvolver uma rede de parcerias visando à geração de conhecimentos científicos, à valorização de conhecimentos tradicionais, à transferência de tecnologias e à implementação de múltiplas plataformas de desenvolvimento sustentável; desenvolver projetos demonstrativos de gestão cultural integrada de território, em parceria com universidades, ONGs e organismos internacionais; multiplicar informações voltadas para o entendimento do risco e dos potenciais impactos das mudanças climáticas e outras mudanças ambientais globais induzidas pela ação antrópica local, bem como cooperar com identificação de opções para adaptação e mitigação de emissões de gases de efeito estufa;
• cooperar para disseminar, em nível local e regional, as conclusões e os resultados dos painéis nacional e internacional sobre mudanças climáticas, visando aumentar o nível de conscientização e a capacidade de resiliência das comunidades e dos territórios; • cooperar com estudos e análises de tendências e modelagens de cenários do uso do solo e mudanças climáticas em territórios de reservas de biosfera; • promover o desenvolvimento de boas relações entre as populações e o meio ambiente, implementando projetos demonstrativos de desenvolvimento sustentável.
BIOSFERA - Estação Ciência da Biodiversidade e da História Geológica da Serra do Espinhaço e Museu da Água Única cordilheira brasileira, a Serra do Espinhaço começa agora, 300 anos depois dos primeiros relatos de naturalistas europeus, a ser foco de atenção e cuidado em todo o mundo. A Cordilheira do Espinhaço possui montanhas, serras, montes, vales reunidos por um mesmo motivo natal: dobramentos geológicos acontecidos no final do período proterozoico, ou seja, há mais de 2,5 bilhões de anos. A Serra do Espinhaço tem um papel estratégico no território brasileiro, distribuindo, dividindo e abastecendo mais de 20 milhões pessoas. E é exatamente por conta dessa importância que nossos olhares devem estar ainda mais atentos para a pro-
posição de iniciativas que promovam novas modelagens, a partir do conhecimento dos territórios e seus ecossistemas, incluindo os dilemas que os territórios experimentam: êxodo rural, mineração predatória, monoculturas e extração ilegal de plantas e animais despontam no pior cenário. O objetivo do centro Biosfera é constituir um centro de informações sobre a biodiversidade e a geologia da Serra do Espinhaço, sendo um ponto referencial para pesquisa e difusão de informações. O Museu da Água, vinculado ao centro Biosfera, será um espaço que terá como foco principal os aspectos da água numa abordagem pedagógica, científica e transdisciplinar, ao mesmo tempo em que propõe ser referência da transmissão de saberes e pesquisas relacionadas aos aspectos conhecidos e sutis da água. Desde o alvorecer da humanidade, rios e lagos foram investidos com significado mitológico e espiritual. Eles foram associados à sobrevivência da humanidade e deram origem ao nascimento de civilizações. Até os dias atuais, eles têm sido um símbolo de vida, alegria, divindade, catarse, poder, euforia, crescimento. Hoje em dia, no entanto, esta relação vital está em perigo, devido à escassez de água e contaminação. Assim, o Museu da Água terá como objetivo central ressignificar os territórios hídricos da região da Serra do Espinhaço e do Brasil, visando ao fortalecimento de capacidades para as comunidades regionais para minimizar os impactos da mudança do clima nos sistemas hídricos. O Museu da Água atuará como ponto difusor das iniciativas de ecohidrologia e do Programa Hidrológico Internacional, da UNESCO. APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 23
Centro de Cultura O primeiro critério utilizado para designar uma reserva da biosfera, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), expressa a relevância das formas de interação do homem com o seu meio: “Englobar um mosaico de sistemas ecológicos representativos das principais regiões biogeográficas, incluindo uma gradação de intervenções humanas no sistema”. Na lista de prioridades do Programa Homem e Biosfera – Man and the Biosphere (MaB) –, da Unesco, as pessoas ocupam um dos pontos mais altos. Por isso, conhecer os mecanismos dessa convivência é o primeiro passo na busca por um desenvolvimento econômico que seja sustentável do ponto de vista sociocultural e ecológico. A serra do Espinhaço é uma porção singular do Brasil onde homem e natureza estão em constante diálogo. Os campos rupestres, o Cerrado e a Mata Atlântica influenciaram diretamente as formas de uso e ocupação do solo diante do modo de produção que, historicamente, também condicionou essas realidades sociais. As memórias e histórias de vida dialogam com o contexto espacial no qual se desdobraram os processos de interação das pessoas com o meio natural da Serra do Espinhaço, imprimindo marcas na paisagem e atribuindo valores especiais às cidades pessoas da região do Espinhaço. Por essa razão, ao propormos a criação de um Centro de Cultura e Memória da Ocupação Humana na Serra do Espinhaço, intencionamos resgatar e reproduzir memórias e histórias que cunharam o modus vivendi e as trocas das pessoas com os territórios da Serra do Espinhaço. O centro também será uma estrutura destinada a contribuir com as memórias das comunidades no processo de ocupação mineira e importância vital para a construção e o fortalecimento das identidades locais da Serra do Espinhaço. O projeto busca guardar, para as gerações futuras da região, a oportunidade de conhecer parte importante de suas histórias. A importância maior do projeto consiste em preservar e (re) conhecer o patrimônio cultural imaterial em vias de desaparecimento, e pede urgência, uma vez que se trata de uma corrida contra o tempo para registrar essas memórias. Atualmente, as comunidades têm sofrido intenso processo de sufocamento decorrente de transformações 24 | CERNE: UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
socioespaciais, e seus saberes e manifestações culturais correm o risco de desaparecer com o desaparecimento dessa população histórica, sem que tenham sido registrados e investigados de forma organizada. Isso tem reflexo direto na relação homem-ambiente, promovendo, como temos visto, processos de desconexão do homem com suas raízes e que, por sua vez, favorecem processos de destruição ambiental nos territórios. Este Centro Cultural propõe ser local de inovação, de descoberta, de desvelamento da realidade.
AURA BOTANICA A unidade Aura Botânica atuará como referência para catalogar os saberes e os usos da farmacopeia natural na comunidade rural e urbana dessa região, notadamente os guardados pelas mulheres e pelos curandeiros, ao longo dos territórios da Serra do Espinhaço. Como parte integrante de suas finalidades, o Aura Botânica atuará para: • catalogar as plantas e ervas medicinais utilizadas pelas famílias locais; • criar um viveiro da memória familiar com plantas adquiridas e/ou doadas pelas famílias ou
parceiros; • estimular a formação de horta e ervanário orgânico nas residências, nas áreas rural e urbana; • montar um centro de técnicas sustentáveis para educar e capacitar as comunidades rural e urbana no uso e nos conhecimentos de práticas ecológicas, sustentáveis e naturais; • contribuir na formação integral das crianças e adolescentes, propiciando por meio da ecopedagogia uma ação educativa e complementar ao ambiente escolar; • enriquecer e estimular a busca e a troca de saberes, possibilitando a vivência de experiências de cooperação e compartilhamento de desejos e ideais. O Centro Aura Botânica propõe ser um conjunto de atividades que incluiu uma pequena escala industrial, além de pesquisa e de serviços que atuam de forma interligada envolvendo a pesquisa, a produção, a industrialização, a comercialização e o consumo de plantas medicinais e fitoterápicos. O que se pretende com o Aura Botânica é valorizar o potencial das espécies medicinais nativas, comprovar que o uso de plantas medicinais pode ser uma alternativa econômica viável para a agricultura familiar, desenvolver tecnologia de me-
dicamentos fitoterápicos com base nos esforços próprios das comunidades científica e tradicional e, principalmente, provar que o uso de medicamentos fitoterápicos pode ser uma alternativa terapêutica confiável. O Aura Botânica atuará, dentre outros para: • produção de extratos de espécies vegetais seguindo as Boas Práticas de Fabricação (BPF); • caracterização e otimização de extratos de espécies vegetais; • desenvolvimento de extratos nanoestruturados para a produção de fitoterápicos, fitocosméticos e nutracêuticos; • validação de metodologias analíticas; • desenvolvimento e gestão de projetos de inovação para a produção de fitoterápicos, fitocosméticos e nutracêuticos; • treinamento e formação técnica de recursos humanos na área dos fitoterápicos, fitocosméticos e nutracêuticos; • geração de ideias por meio da cadeia de valor; • estabelecimento de modelagens colaborativas e consórcios não competitivos (redes de inovação). Será criada uma rede com produtores e universidades envolvidas e pesquisadores associados. APRESENTAÇÃO | INSTITUTO ESPINHAÇO | 25
Rede de Parceiros do instituto espinhaço | cerne
Ministério do Meio Ambiente
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CERNE UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
CERNE UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
PERSPECTIVA CONCEITUAL
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OIKOS
CEERNE - PERSPECTIVA CONCEITUAL
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VISTA AÉREA DO CERNE
PERSPECTIVA CONCEITUAL DO CERNE
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VISTA AÉREA DO CERNE
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO DO CERNE
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OIKOS . PRAÇA CENTRAL . ENTRADA . JARDINS DO ESPINHAÇO
CEERNE - PERSPECTIVA CONCEITUAL
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12. Anfiteatro externo
11. Palco multiuso (para uso interno e externo)
10. Auditório Interno
09. Sanitários Fem. / Masc.
08. Galpão de Oficina
07. Biblioteca
06. Salão de Exposição
05. Escritórios com banheiros
04. Vestiários Fem. / Masc.
03. Copa / Cozinha / Refeitório
02. Praça Central . Jardins do Espinhaço
01. Entrada Principal
SETORIZAÇÃO . MASTERPLAN DE OCUPAÇÃO
CEERNE - PLANTA OIKOS
CERNE UMA VISÃO INOVADORA PARA O FUTURO
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INFORMAÇÕES E CONTATOS
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