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Motivações do autor

melhores condições climáticas para sua saúde, afetada pela radiação da bomba atômica, ele imigrou com a família para o Brasil em 1956. Em 1984, fundou junto à esposa a Associação Hibakusha Brasil pela Paz, com o intuito de lutar pelo auxílio aos sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki residentes no Brasil. Hoje propaga uma forte mensagem de esperança e crença na paz, pautada também no combate à guerra e às armas nucleares. Em 2011, recebeu uma homenagem do governo do Estado de São Paulo: passou a dar nome a uma escola técnica, a etec Takashi Morita, localizada no bairro de Santo Amaro, na cidade de São Paulo (sp).

Motivações do autor

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A história de Takashi Morita chegou até a editora Universo dos Livros por meio de Rogério Nagai, ator e diretor de teatro, que foi um entre os vários dos leitores do livro Eu sobrevivi ao Holocausto: o comovente relato de uma das últimas amigas vivas de Anne Frank, de Nanette Blitz Konig. Fascinado, ele entrou em contato com nossa gerente editorial, Marcia Batista, pois queria saber mais sobre a história da menina que sobreviveu a um campo de concentração. Durante a conversa, Rogério contou que conhecia outro personagem da Segunda Guerra Mundial, mas do lado japonês: um sobrevivente da bomba de Hiroshima. A história, que mais parecia um filme de terror, motivou o encontro com o senhor Takashi Morita.

À porta de sua mercearia em São Paulo(sp), esse simpático senhor recebeu a visita da editora oferecendo um sorriso extremamente sincero, sua marca registrada. Franzino no alto de seus 96 anos, porém lúcido e ágil, era difícil imaginar que um senhor tão gentil e amável pudesse ter passado por

tamanhas dificuldades. Naquele momento, já surgiu a questão: de onde esse senhor tirou forças para superar o insuperável e reconstruir sua vida? Era o mês de junho de 2016, e ali começou a se esboçar este livro.

Ao ouvir os relatos do senhor Morita e as consequências dessa data que marcou a História de maneira tão cruel, foi possível perceber a dimensão do sofrimento e da discriminação que aquele senhor e tantos outros sobreviventes tiveram de suportar. Logo ficou evidente que, assim como Nanette, o senhor Takashi Morita passava por cima de suas dores e seus pesadelos para que o mundo não esquecesse sua história e, principalmente, não a repetisse.

O senhor Takashi Morita concordou com nossa proposta de divulgar sua história em formato de livro, ciente de que esse seria mais um passo rumo a seu objetivo de dar visibilidade à luta hibakusha. Tornou-se essencial contar essa história de superação, especialmente por abordar um lado menos conhecido ou divulgado aqui no Ocidente. Existem inúmeros filmes e livros sobre a Segunda Guerra Mundial e sobre o episódio das bombas atômicas, mas em geral elas abordam a visão dos norte-americanos e dos Aliados (França e Inglaterra). A obra propõe-se então a mostrar uma nova perspectiva sobre o ocorrido: a visão de um soldado japonês que vivenciou de perto todo o horror da Segunda Guerra Mundial.

Com os bombardeios norte-americanos contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente, a história de toda a população foi drasticamente alterada. Isso se deu não apenas pela destruição e mortes imediatas, mas também em razão da intensa radia-

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