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Carta ao professor

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Leitura

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Cara professora, caro professor.

O novo Ensino Médio conta com uma linha pedagógica que instiga professores e estudantes a voltar sua atenção às novas possibilidades dos meios digitais. Desse modo, a integração e a inclusão digital são os princípios que deverão, cada vez mais, nortear o mundo escolar.

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Diante desse cenário, apresentamos a você uma obra que admite leitura plural, pois mistura ficção e realidade, história e literatura. Proporciona igualmente uma abordagem que permite relacionar várias disciplinas e o nosso passado com o nosso presente, atualizando oprocesso de aprendizagem. Falamos do livro Os inconfidentes: uma história de amor e liberdade.

A obra proporciona o resgate de uma figura feminina histórica, Bárbara Heliodora (1759-1819). O romance narra o empenho dessa mulher para acompanhar os acontecimentos da Inconfidência Mineira (1789) não apenas como uma figura de bastidores, mas como participante ativa do levante, aconselhando figuras proeminentes e reais, como Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, reivindicando para si maior espaço de participação pública e política. É, enfim, um livro que nos faz refletir sobre os papéis do Estado e da mulher, ontem e hoje.

A escolha dessa personagem como protagonista revela atitude de coragem do autor, pois, ao escolher não as figuras tarimbadas dos livros didáticos, mas Heliodora, como figura e símbolo desse evento histórico, o livro liga o passado à questão do papel da mulher em sociedade hoje.

Esse caráter plural do livro encontra eco também na forma como se apresenta aos leitores: trata-se de romance histórico, mas também idealizado, dado o seu evidente caráter ficcional. Se o autor procura resgatar a biografia de seus personagens, ele o faz lançando mão de passagens poéticas, além de análises da sociedade daquele tempo, direta ou indiretamente realizadas pelo narrador. Assim, além dos gêneros descritivos e narrativos — as formas mais características do romance —, o que se estabelece no livro é um diálogo transitório entre a forma tradicional do romance e outros gêneros textuais, justamente aqueles que são trabalhados no ano letivo pelo professor, seja por meio da lírica poética, seja por meio do texto de caráter argumentativo, forma também proporcionada pelo narrador do livro.

O autor da obra, Carlos Alberto de Carvalho, é doutor em Letras com ênfase em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2005), mestre em Letras com ênfase em Literatura Brasileira pela mesma instituição (1996) e graduado em Letras pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Suas experiências literárias vão da mitologia à fabulação, dos romances históricos aos temas das culturas grega, africana e brasileira. Atualmente, é professor universitário e da rede pública de ensino.

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