Aprofundamento

Sugerimos uma produção textual, em abordagem interdisciplinar, a partir da retomada do trecho das páginas 27, 30 e 22:

Sem responder, Gabito se deixava guiar, sentindo-se feliz com a atenção que Rosa lhe dava. Em seus cinco anos não podia entender essa sensação estranha que percorria seu corpo diante da presença de sua professora. Rosa havia se tornado sua grande motivação para ir a escola e um estímulo para que, nas tardes, se esforçasse ao chegar em casa e fazer suas tarefas, sempre impecáveis, tal como ela o havia ensinado. Ao se levantar para sair caminhando até à escola, se sentia feliz, antecipando que sua professora o aguardaria na entrada da sala de aula com seu sorriso

caloroso e suas acolhedoras palavras de boas-vindas.

[…] Mais de uma vez, no entanto, [Rosa] era surpreendida ao escutar de novo alguém que dizia: — Professora, não trabalhe tanto; você se esforça demais. Aqui as crianças quase

nem precisam de estudo. Não há muita coisa que este lugar lhes pode oferecer. Lembre-se que essas crianças nunca serão doutores. Esses comentários soavam como uma chibatada para a professora. Como era possível que as próprias mães de seus alunos não depositassem fé no futuro de seus filhos? Indispensavelmente, essas palavras se convertiam em um desafio. Toda a vez, a resposta de Rosa era sempre

a mesma.

— Meus alunos podem conseguir na vida o que eles pretenderem ser. Da minha sala de aula poderão sair não somente doutores, senão o melhor, até um prêmio Nobel. [...] Rosa ficou indignada. Mas fez um esforço para não demonstrar. Por acaso uma criança de origem humilde estava destinada a viver sempre na pobreza? Como foi possível então que alguns que cresceram em situações extremas chegassem aonde nunca ninguém havia sonhado? Rosa estava segura que conhecia a resposta. Ela atribuía essa mudança em grande parte à fortuna de uma boa educação.

Proponha aos alunos que redijam um artigo de opinião a partir da questão: “Como a educação pode dar autonomia às pessoas, de modo que possam construir o seu destino?”.

Para a elaboração de um artigo de opinião, sugerimos as seguintes etapas:

1. Escolha e definição do tema. 2. Pesquisa e busca de argumentos. Como se trata de um texto opinativo, é importante que o aluno sustente o ponto de vista com base em argumentos obtidos mediante pesquisa profunda e atualizada. 3. Seleção do material. O aluno deve relacionar, ao fim do texto, tudo o que foi consultado na pesquisa para compor a bibliografia. 4. Produção de texto. De acordo com a estrutura do texto de opinião, devendo conter introdução, desenvolvimento e conclusão, em linguagem formal.

Os textos poderão ser reunidos em uma coletânea a ser divulgada entre os estudantes e na comunidade escolar.