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Pós-leitura

Essas interações são fundamentais para a formação do leitor. Sobre esse aspecto, veja o que diz Teresa Colomer:

Compartilhar as obras com outras pessoas é importante porque torna possível beneficiar-se da competência dos outros para construir sentido e obter o prazer de entender mais e melhor os livros. Também porque permite experimentar a literatura em sua dimensão socializadora, fazendo com que a pessoa se sinta parte de uma comunidade de leitores com referências e cumplicidades mútuas. (COLOMER, 2007, p. 143)

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PÓS-LEITURA

Uma leitura significativa não acaba ao se findar a última página ou ao fecharmos o livro. Ela permanece reverberando por muito tempo ou até pela vida inteira.

Para contar a história da professora, a autora Beatriz Parga utilizou os substratos da primeira entrevista que Rosa Fergusson lhe concedeu e a série de conversas que ambas tiveram posteriormente. Uma vez transcritas, essas conversas deram origem ao livro. Na obra, a autora nos dá detalhes da personalidade da biografada, além de informações sobre sua formação profissional, reflexões e sentimentos, como frequentemente é feito em relatos biográficos e autobiográficos. Percebemos, aqui, características de uma biografia:

• A obra apresenta a trajetória da vida de uma personalidade:

Rosa Fergusson.

• Fatos apresentados em ordem cronológica: a obra apresenta os principais episódios da vida da biografada, enfatizando determinadas fases da sua vida. • A narrativa está na terceira pessoa. Os verbos e os pronomes encontram-se na terceira pessoa do singular. • Na obra, a autora discorre sobre detalhes da personalidade da biografada, além de informar sobre sua formação profissional, suas reflexões e sentimentos, como frequentemente é feito em relatos biográficos. • Há no texto uso predominante de pronomes pessoais e possessivos na terceira pessoa; os verbos são constantemente conjugados no pretérito e algumas poucas vezes no presente; há presença abundante de palavras ou expressões como marcadores temporais (“há dez anos”, “naquele tempo”, “naquela época” etc.) e marcadores de lugar (“era uma região”, “naquele local”, “foi o lugar onde” etc.); o vocabulário é utilizado para identificar objetos da época citada.

Proponha que, após a análise das características do gênero, os estudantes expressem como se percebem em relação ao outro, dialogando a partir das seguintes questões:

• Rosa viveu em uma época austera em relação aos costumes.

Assim, foi submetida a muitas proibições, mas não tinha vergonha de defender suas convicções e ideias. Até que ponto uma pessoa tem a possibilidade de defender seus valores e ideais em nossa sociedade?

• Você seria forte, determinada(o) e altruísta como ela ao sustentar sozinha(o) sua família? • Você se identificou com alguma situação vivida pela protagonista?

A obra incentiva o leitor a se colocar no lugar do outro, a conhecer seu ponto de vista e suas motivações. Ao transformar o leitor em coautor por intermédio da leitura, ela proporciona a visão de outras realidades e da compreensão do passado para se entender o presente e se projetar o futuro. Encaminha o estudante a se perceber como sujeito pensante capaz de compreender a diversidade e a importância do convívio com as diferenças de maneira respeitosa. Afinal, como defendeu o antropólogo e filósofo Edgar Morin, a literatura nos oferece antenas para entrar no mundo.

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