LEIA UM CAPÍTULO de Arte cultura e cidade - Vera Pallamin

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VERA PALLAMIN

PROJETO VERA CAPA 03:Layout 1

ARTE, CULTURA E C IDADE

ARTE, CULTURA E CI DADE

Os textos aqui reunidos tratam de relações contemporâneas entre cidade, cultura e arte, organizando-se em torno de três núcleos interligados: o primeiro diz respeito à relação entre o estético e o político; o segundo, à relação entre cidade, arquitetura, espaço público e cultura urbana; e o terceiro, à arte urbana.

VERA PALLAMIN

Professora livre-docente da FAUUSP, graduada em Arquitetura e Urbanismo e em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Conduziu pesquisas de pós-doutorado na University of California, Berkeley (EUA) e na Università degli Studi di Firenze (Itália), voltadas à relação entre arte e esfera pública. Orienta pesquisas de mestrado e doutorado na área de Projeto, Espaço e Cultura, da FAUUSP. Suas publicações incluem Arte Urbana – São Paulo, região central (1945-1998), Annablume /Fapesp, 2000, Cidade e Cultura: esfera pública e transformação urbana (org.), Estação Liberdade, 2002/2013, Passagens sobre a relação entre o estético e o político nas cartas de Schiller (In: Ferrari, S. C. M. Aspectos da arte contemporânea, Educ/Fapesp, 2014), dentre outros.

O eixo transversal articulador desses núcleos é trabalhado a partir da filosofia de Jacques Rancière. No interior deste eixo assenta-se a questão da emancipação, considerada como a verificação polêmica da igualdade, que leva a atos intermitentes de resistência, efetuados diante da lógica da desigualdade inerente ao vínculo social. Esta verificação é precária, descontínua e consiste na introdução de algo que é, ao mesmo tempo, próprio e impróprio a desafiar a ordem estabelecida.

ARTE, CULTURA E CIDADE

aspectos estético-políticos contemporâneos

aspectos estético-políticos contemporâneos V E R A PAL L AMIN

Esse livro, que resulta de um intenso percurso de leituras e de pesquisa, é uma reflexão sobre as relações entre cidade, arte e política. A autora toma como ângulo privilegiado de observação três fragmentos em que os vínculos e tensões entre arte e cidade podem ser ao mesmo tempo identificados e tensionados, abrindo os espaços e as brechas por onde se insinuam as dimensões políticas. A metrópole paulista em seus fragmentos e em suas articulações vai ganhando contornos, como sugere uma das imagens utilizadas no livro, por entre a névoa que nubla aqui e ali a possibilidade de apreensão e de leitura da cidade. Em cada parte do texto, a possibilidade de leitura do todo, em cada momento tensões, invenções e capturas, nos autores que oferecem as pistas de leitura, a pulsão crítica, a busca de novos ângulos e de novas perguntas: é possível pensar a política a partir da produção estética nesse oceano de indistinções que conforma a trama urbana contemporânea? Como cultura e arte urbana podem se conformar como práticas estéticas, como partilha do sensível para além do desencanto pós moderno? O livro começa com um encontro marcado com J. Rancière, uma leitura e uma conversa onde se reencontra potência e alguma esperança e se desenrola tomando cenas e práticas estéticas e urbanas. A citação que fecha o primeiro capítulo é esse aceno que poderia bem ser a epígrafe de todo o livro. Vera Pallamin retomando Rancière nos lembra que é próprio da arte operar uma redivisão do espaço material e simbólico. Nessa partilha, nessas fendas, a possibilidade do encontro entre arte, cultura, cidade e política. Cibele Rizek

Socióloga, Professora e Pesquisadora Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP


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