Sinhá Rosa é o livro de estréia da recifense, radicada em São Paulo, Maurinete Lima. Já em sua apresentação Élida Lima afirma: “Maurinete é a mais contemporânea de nós e há mais tempo”. Em pouco mais de cento e trinta páginas de sentimentos, afirmações e pensamentos, a poeta ainda nos revela os Brasis. Frescor, talvez seja a palavra apropriada para abarcar toda a contemporaneidade que os poemas de Maurinete Lima representam. Eliminando as palavras há tanto tempo ultrapassadas na mesma proporção em que alerta para o que ainda está em vigor: “Não, senhores, a senzala não acabou, ela só mudou de morada”. Em Sinhá Rosa a poeta subverte a herança: (...)“eras Sinhá sem nunca teres sido Sinhazinha”. Resgata pensamentos, sentimentos, afirma e convida a uma nova ordem: “Desalinho para alinhar”. Maurinete Lima nos convoca a reflexão de uma maneira doce e afiada, que só a poesia pode proporcionar.