-AS EIS QUE SURGE COMO HERØI POP MILAGREIRO VISLUMBRE DE PADIM RAIO DE XANGÙ O DE &EVEREIRO O GRUPO UM TANTO COMITIVA GUERREIRA LIGA DA JUSTI A E BLOCO $O SACO SURGE A BANDEIRA AZOUGUE PARA NÎO TERMINAR O CARNAVAL % ELA VAI SE DESFRALDANDO SEM HINOS NA SÓNCOPE DO GRUPO !BERTA COMO SÓMBOLO NÎO DA .A ÎO COISA MAIOR MAS DAQUELAS PEQUENAS E SENHORAS SELVAGERIAS %SCANCARADA CLAMA AOS CÏUS A INCERTEZA DO SENTIDO %STANDARTE ANUNCIANDO A DERROTA DA CERTEZA UNÓVOCA :UMBI SOMOS NØS &RASE GRAVADA NO AR INCØGNITA NA CAL ADA :UMBI SOMOS NØS :UMBI GUERREIRO OU PARIAS 6ENCEDORES OU VENCIDOS )MORTAL HERØI OU MORTOS VIVOS :UMBIS SOMOS NØS 3ENHORES OU FANTASMAS %STANDARTE OU MORTALHA 5MA FERIDA EXPOSTA NO MEIO DA RUA UMA QUESTÎO COLOCADA PARA TODOS SEM NENHUM FLOREIO .ÎO MAIS A OP ÎO POR SER MARGINAL E SER HERØI MAS PELO MENOS PODER SER !QUELA BANDEIRA ALI ABERTA ERA A DISSOLU ÎO DO LINEAR E A DISPERSÎO DOS SENTIDOS ATE ENTÎO POSSÓVEIS :UMBIS SOMOS NØS 2ICARDO -UNIZ &ERNANDES
C A R T O G R A F I A D O R A C I S M O P A R A O J O V E M U R B A N O
01
O N D E P O I S
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C R E N Ç A S
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E S T Ã O V O C Ê S M E U S I R M Ã O S ? F I C A R N O E S C U R O A G O R A N Ã O P R E C I S A M A I S P O D E S A I R D E T R Á S D E S S A P A L M E I R Q U E P A L M A R E S J Á S E F O I E N A S E L V A D A C I D A D E D E S S E N O V O M A T O , S E I Q U E M É O C A P I J Á O L H E I N O S O L H O S D E L E E N Ã O M E A S S U S T O N Ã O P O I S E L E T A M B É M O L H O U N O S M E U S , E N Ã O S E P O I S N Ã O E N C O N T R O U N E M U M V E S T Í G I O D E S P O I S N Ã O S O U M A I S S E U E S C R A V O E F I N A L M E N T E E U D I S S E : N Ã O ! O N D E E S T Á V O C Ê M E U I R M Ã O ?
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01. INTRODUÇÃO 02. FLÁVIO SANT'ANA: SUSPEITO DE COR PADRÃO )%(% =iX^d\ekfj [X j\ek\e X [f ZXjf =c}m`f JXek 8eX )%)% F ]Xkf j\ kiXej]fidX \d \m\ekf )%*% <c\d\ekf jljg\`kf [\ Zfi gX[i f
03. RACISMO POLICIAL: QUEM POLICIA A POLÍCIA? *%(% Gfc`Z`Xc e f k\d Zfi k\d ]Xi[X *%)% Hl\d j f \ fe[\ dfiXd fj jljg\`kfj 6 *%*% D\[f XmXc`qX XYljf gfc`Z`Xc \ ^\iX \c`k\ \ok\id`eX[fiX
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06. ARQUITETURA DA EXCLUSÃO -%(% :fem`m eZ`X fl Zfem\e` eZ`X -%)% ÈBefn ^f Xi\XÉ -%*% Dlifj m`j m\`j \ `em`j m\`j -%+% FZlgX f Gi\jk\j DX`X1 hl`cfdYf liYXef -%,% 8 `e[ jki`X [f d\[f \ Xj Yfc_Xj [\ j\^liXe X
07. CRIMINALIZAÇÃO E CONFINAMENTO ')/ '*' '*. '+,
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08. ZUMBI SOMOS NÓS 04. O MITO DA DEMOCRACIA RACIAL
:Xikf^iX]`X# gXiX e j# ldX \jZi`kX \ek\e[`[X \d j\ek`[f Xdgcf# ldX gfjkliX [`Xek\ [f dle[f% Efj \ek\e[\dfj Zfdf ZXik ^iX]fj hlXe[f i\Zfe_\Z\dfj eXj gi}k`ZXj jfZ`X`j Zfk`[`XeXj efjjXj _\iXe Xj _`jk i`ZXj# hlXe[f [\jm\e[Xdfj f gXjjX[f ef gi\j\ek\ \# Xjj`d# gf[\dfj m`jcldYiXi \ `ejZi\m\i efmfj `k`e\i}i`fj% 8j [`]\i\ek\j c`e_Xj hl\ c`^Xd fj m}i`fj ÈgfekfjÉ [\jkX ZXikf^iX]`X# Zi`Xd ldX efmX `ek\igi\kX f [X efjjX jfZ`\[X[\% 8j X \j Xik jk`ZXj [f ^ilgf j`ek\k`qXd È}i\XjÉ [\jkX ZXikf^iX]`X% F ]fZf [`i\Z`feX[f gXiX f \jgX f liYXef# i\j`^e`]`ZX \c\d\ekfj Zfk`[`Xefj XkiXm j [f È[\jm`fÉ j`dY c`Zf% 8 gfk eZ`X [X X f [`i\kX# j\d d\[`X f `ejk`klZ`feXc \ X Zi`X f [\ j`klX \j gf k`ZXj XYi\d X jlYa\k`m`[X[\ } Zfejkil f [\ ld flkif ]lklif gfjj m\c%
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05. RACISMO NO COTIDIANO E SUA INTERNALIZAÇÃO ,%(% 8g\c`[fj ,%)% 8 [f\e X [f \dYiXehl\Z`d\ekf1 ld i\cXkf [\ =i\` ;Xm` ,%*% F hl\ ]\q f ZXY\cf gXiX j\i Z_XdX[f [\ il`d6 ,%+% @ea i`X fl IXZ`jdf
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09. APONTAMENTOS 0%(% 9`Yc`f^iX]`X 0%)% =`Z_X K Ze`ZX 0%*% 8^iX[\Z`d\ekfj
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F L Á VIO S AN T' A N A : S U SPE ITO DE C OR P A DR Ã O
2.1. do F r ag m cas e o F n to s d láv io S a sen 2. 2 .O a nt'A tenç em f a na eve a t o s e n to t ra nsf 2.3 orm . El a e de c o r m e n to pad s rão uspe i to
2.1
Fragmentos da sentença do caso Flávio Sant'Ana
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Processo no 001.04.005167-7 - Controle 182/04 - 2 Vara do Júri
) ÈGDj dXkXd [\ek`jkX XgfekX[f Zfdf cX[i fÉ% @e =fc_X [\ J f GXlcf# '0&')&)''+# g% :0%
#ONSTA DA DENÞNCIA QUE !NTONIO !LVES DOS !NJOS FORA VÓTIMA DE CRIME DE ROUBO E ACIONOU OS POLICIAIS ,UCIANO #ARLOS !LBERTO E 2ICARDO / TENENTE #ARLOS !LBERTO COMANDAVA AS DILIGÐNCIAS DE RUA E CONTAVA COM O APOIO DO CABO 2ICARDO PASSARAM A DAR INÓCIO A INVESTIGA ÜES NO INTERIOR DO VEÓCULO DE !NTONIO !LVES DOS !NJOS OPORTUNIDADE EM QUE PROCURAVAM UMA PESSOA NEGRA QUE SERIA O AUTOR DO CRIME CONTRA O PATRIMÙNIO MENCIONADO !VISTARAM A VÓTIMA &LÉVIO TAMBÏM NEGRA QUE CAMINHAVA PELA CAL ADA DA !VENIDA 3ANTOS $UMONT !BORDARAM NA DESPREZANDO POR COMPLETO AS NORMAS INTERNAS DA CORPORA ÎO NA MEDIDA EM QUE O SOLDADO ,UCIANO DESEMBARCOU DO VEÓCULO E ATIROU CONTRA A VÓTIMA &LÉVIO DISPAROS QUE FORAM REPETIDOS POR #ARLOS !LBERTO E 2ICARDO EM A ÎO CONJUNTA E SOLIDÉRIA !O PERCEBER A A ÎO DOS POLICIAIS &LÉVIO LEVANTOU OS BRA OS E PEDIU PARA QUE NÎO ATIRASSEM MAS FOI EXECUTADO SUMARIAMENTE A TIROS 4AMBÏM SEGUNDO A DENÞNCIA O CRIME FOI PRATICADO POR MOTIVO TORPE PORQUE OS POLICIAIS MILITARES EM ATIVIDADE EFETUARAM OS DISPAROS TÎO SOMENTE PORQUE SUSPEITAVAM QUE A VÓTIMA ERA AUTORA DO ROUBO COMETIDO CONTRA !NTONIO !LVES DOS !NJOS BEM COMO MEDIANTE RECURSO QUE IMPOSSIBILITOU A DEFESA DE &LÉVIO PELO FATO DESTA CAMINHAR NA CAL ADA SEM QUALQUER MOTIVO PARA ESPERAR A SURPREENDENTE E FULMINANTE AGRESSÎO A TIROS ATÏ PORQUE ESTAVA COM OS BRA OS LEVANTADOS Ì MERCÐ DOS EXECUTORES
2.2
O fato se transforma em evento
()
(*
0OLICIAIS CONFESSAM QUE FORJARAM PROVAS CONTRA DENTISTA QUE MATARAM 3EGUNDO ELES ESTAVAM TENTANDO SE DEFENDER 4RÐS DELES SÎO NEGROS ! ESTRATÏGIA DA DEFESA DO GRUPO Ï DIZER QUE FOI UM HOMICÓDIO CULPOSO SEM INTEN ÎO DE MATAR DESSA FORMA A PENA Ï MENOR
-AIS DA METADE DOS NEGROS BRASILEIROS JÉ FOI DISCRIMINADA PELA POLÓCIA SEGUNDO PESQUISA DA &UNDA ÎO 0ERSEU !BRAMO $ISCRIMINA ÎO 2ACIAL E 0RECONCEITO DE #OR NO "RASIL DE PESQUISADOS EM CIDADES AFIRMA TER SOFRIDO HUMILHA ÜES AGRESSÜES E TORTURAS $OS QUE SE SENTIRAM DISCRIMINADOS BRANCOS PRETOS PARDOS E ÓNDIOS (+
ACUSAM A 0OLÓCIA -ILITAR E A #IVIL /S AGENTES BRANCOS FORAM RESPONSÉVEIS POR DAS DISCRIMINA ÜES CONTRA NEGROS E DOS BRANCOS SE SENTIRAM DISCRIMINADOS POR
POLICIAIS NEGROS
$OS ENTREVISTADOS RELATARAM QUE FICARAM REVOLTADOS MAS NÎO PROCURARAM NINGUÏM PARA PEDIR PROVIDÐNCIAS
! RUA Ï O PRINCIPAL PONTO DE OFENSAS E MAUS TRATOS
! SEGUNDA INSTITUI ÎO QUE MAIS DISCRIMINA O NEGRO Ï O TRABALHO ! EDUCA ÎO TEM ÓNDICE DE E A SAÞDE DE
(,
%M CADA GRUPO DE JOVENS DE A ANOS ASSASSINADOS NO "RASIL SÎO NEGROS
(-
% AFIRMA O RELATØRIO g! VIOLÐNCIA NÎO TEM SØ IDADE 4EM COR RA A TERRITØRIO !S VITIMAS SÎO OS NEGROS OS POBRES OS MORADORES DE FAVELAS
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2.3
-OVIMENTOS NEGROS PRESSIONARÎO POR #0) SOBRE MORTES PELA 0- /S REPRESENTANTES DOS MOVIMEN TOS SE REUNIRAM NA !SSEMBLÏIA ,EGISLATIVA PARA REFOR AR O PEDIDO DE #0) PARA APURAR A VIOLÐNCIA POLICIAL NO %STADO
Elemento suspeito de cor padrão
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5 Ld Xef Xg j X dfik\ [\ =c}m`f JXek 8eX# =i\ek\ * [\ =\m\i\`if ]Xq X f \d ]i\ek\ X = ild [liXek\ alc^Xd\ekf [fj gfc`Z`X`j \emfcm`[fj%
/ -INISTRO -ÉRCIO 4HOMAZ "ASTOS AFIRMA QUE HÉ EVIDÐNCIAS DE QUE TENHA HAVIDO PRECONCEITO RACIAL NA MORTE DO DENTISTA
/ SUJEITO Ï SUSPEITO POR SI MESMO 0OR SER NEGRO E POBRE
))
Eu me formei suspeito profissional bacharel p贸s-graduado em tomar geral Racionais MCs
)*
)+
!NALISANDO A FALA DOS POLICIAIS O QUE SE VÐ Ï QUE A ATITUDE SUSPEITA NÎO SE RELACIONA A NENHUM ATO SUSPEITO NÎO Ï ATRIBUTO DO FAZER ALGO SUSPEITO MAS SIM DE SER PERTENCER A UM DETERMINADO GRUPO SOCIAL Ï ISSO QUE DESPERTA SUSPEITAS AUTOMÉTICAS *OVENS POBRES PARDOS OU NEGROS ESTÎO EM ATITUDE SUSPEITA ANDANDO NA RUA PASSANDO NUM TÉXI SENTADOS NA GRAMA DO !TERRO NA 0EDRA DO ,EME OU REUNIDOS NUM CAMPO DE FUTEBOL
),
! POLÓCIA NO 2IO DE *ANEIRO QUANDO ELA SE REFERE AO ELEMENTO SUSPEITO ELA FALA DO %LEMENTO 3USPEITO DE #OR 0ADRÎO % A COR PADRÎO NITIDAMENTE ESTÉ SE REFERINDO A UM NEGRO . 8 \ogi\jj f j\i`X ljX[X# j\^le[f i\cXkf [\ f]`Z`X`j ~ \hl`g\ [\ g\jhl`jX[fi\j# gfi
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)-
).
03
RAC I SM O P OL IC I A L : QU EM P OLI C I A A POL Í CIA?
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3.1. P o tem f licial não arda tem c or 3. 2. Q u m o ra e m s ã o e m os "susp onde e i to s "? 3.3. M e do a e ge r v a e l i t a l i z a ab us e ex t ermin o policia l a do r a
)0
3 .1
Policial não tem cor tem farda
*'
*(
0RINCIPAIS DENÞNCIAS QUE CHEGAM ÌS /UVIDORIAS DA 0OLÓCIA SÎO DE VIOLÐNCIA 30
CORRUP ÎO 2* E ABUSO DE AUTORIDADE -' Ef 9iXj`c# ,0 [Xj g\jjfXj [`jj\iXd k\i dX`j d\[f hl\ Zfe]`Xe X eX gfc Z`X% %%% Fj dX`j gfYi\j [`q`Xd hl\ gi\]\i`Xd# d`c m\q\j# kfgXi Zfd ld YXe[`[f hl\ Zfd ld gfc`Z`Xc eX ilX% Fj [\ ZcXjj\ d [`X X]`idXiXd hl\ X ck`dX g\jjfX hl\ \c\j Z_XdXi`Xd \d ldX j`klX f [\ i`jZf j\i`X f gfc`Z`Xc% %%% Hl\d m`^`X fj m`^`Xj# m`^`X dXc%
Primeira idĂŠia que os entrevistados associam Ă PolĂcia
Confiança na PolĂcia segundo raça ou cor
OpiniĂľes sobre se a PolĂcia ĂŠ mais, menos ou igualmente racista que o restante da sociedade
GflZX fl e\e_ldX
OpiniĂľes sobre a principal caracterĂstica geradora de suspeição policial
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h! POLÓCIA Ï RACISTA E O POLICIAL Ï RACISTA ! CORPORA ÎO Ï RACISTA h! POLÓCIA Ï UM APARATO DE CONTROLE SOCIAL %LA SURGIU NA
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)NGLATERRA NO CONTEXTO DA 2EVOLU ÎO )NDUSTRIAL %NTÎO OBVIAMENTE ERA UM CONTROLE DISCIPLINAR SOBRE A CAMADA OPERÉRIA #OMO Ï UMA SOCIEDADE MUITO HOMOGENIA PROPICIOU SE QUE SE DESENVOLVESSE ESSE MODELO MÓTICO DO POLICIAL QUE Ï UM BOM CIDADÎO UM CIDADÎO EXEMPLAR E UMA PESSOA PARTICULARMENTE POLIDA NO TRATO SOCIAL /U SEJA MUITO TREINADO PARA SER CIVIL NO TRATO COM AS PESSOAS 3ITUA ÎO QUE MUDOU NO PØS GUERRA JUSTAMENTE PORQUE AÓ HOUVE UMA ENTRADA EM MASSA DE EMIGRANTES NÎO INGLESES E AÓ O COMPORTAMENTO DA POLÓCIA COME OU A DEGRADAR ALTAMENTE NA DIRE ÎO DESSES EMIGRADOS % Ï UM POUCO O QUADRO DA %UROPA NO MOMENTO 6OCÐ TEM UMA POLÓCIA QUE Ï SIMPÉTICA COM O CIDADÎO E TERRÓVEL EM RELA ÎO AOS EMIGRANTES DE TODO O TIPO LEGAL OU ILEGAL % ISSO DÉ O QUADRO DE COMO A POLÓCIA MUDA SOBRETUDO EM UM CONTEXTO DE HETEROGENEIDADE SOCIAL ONDE EXISTE UM GRUPO QUE EM PARTICULAR Ï ESTIGMATIZADO % AÓ A ATUA ÎO SE TORNA SEM RÏDEAS EM DIRE ÎO A AQUELE GRUPO COM RELA ÎO A QUAL TUDO PODE .O "RASIL HÉ ESSA HETEROGENEIDADE CONSTITUTIVA DE UMA SOCIEDADE ONDE NEGROS E ÓNDIOS ERAM CONSIDERADOS COMO UMA PRESEN A ESTRANHA Ì CIDADANIA E ESSA CONDI ÎO APESAR DE TODAS AS MUDAN AS CULTURAIS DO PAÓS EM GRANDE PARTE PERMANECEU COMO UMA FORMA DE CONCEP ÎO DE QUE ESSE Ï O GRUPO POTENCIAL DOS EXCLUÓDOS E QUE COM ELE ESSAS REGRAS NÎO VALEM !PARTE DAS CONDI ÜES DA CIDADANIA v
(( C<D>IL9<I# Alc`kX% <eki\m`jkX gXiX X I\m`jkX ygfZX% ((&')&)''+% () C<D>IL9<I# Alc`kX% <eki\m`jkX gXiX X I\m`jkX ygfZX% ((&')&)''+% (* I8DFJ# J`cm`X DLJLD<:@# C\feXi[X% <c\d\ekf Jljg\`kf Æ 8Yfi[X^\d gfc`Z`Xc \
[`jZi`d`eX f eX Z`[X[\ [f I`f [\ AXe\`if% I`f [\ AXe\`if# :`m`c`qX f 9iXj`c\`iX# )'',%
(+ J<M:<EBF# E`ZfcXl% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
NA MEDIDA EM QUE AS INSTITUI ÜES NESSE PAÓS SÎO RACISTAS !GORA O POLICIAL NA SUA ATIVIDADE COTIDIANA ELE INCORPORA 0OLICIAL NÎO TEM COR TEM UNIFORME 1UER DIZER NA HORA QUE ELE VESTIU AQUELE UNIFORME ELE Ï POLICIAL E ELE VAI FUNCIONAR COMO UM INTEGRANTE DE UMA INSTITUI ÎO QUE HISTORICAMENTE SEMPRE TRABALHOU COM UM VIÏS RACISTA / RACISMO ESTÉ PRESENTE EM TODAS AS ETAPAS DO FUNCIONAMENTO DO 3ISTEMA DA *USTI A #RIMINAL / NEGRO Ï MAIS MORTO DO QUE O BRANCO ! DIFEREN A NÎO Ï A QUESTÎO DO ESTADO SØCIO ECONÙMICO ! POLÓCIA ROTULA DE !UTO DE 2ESISTÐNCIA O QUE ELA CHAMA DE CONFRONTOS COM A POPULA ÎO -AS NA VERDADE O QUE A POLÓCIA ESTÉ FAZENDO PODERIA SER CLARAMENTE DEFINIDO COMO !TOS DE %XECU ÎO 3UMÉRIA .ÎO Ï POSSÓVEL MAIS QUE POPULA ÜES QUE NÎO TÐM VOZ E QUE NÎO CONSEGUEM SE FAZER PRESENTES DE ALGUMA MANEIRA NA DISCUSSÎO DESSA QUESTÎO NA SOCIEDADE CONTINUE A SER POR EXEMPLO ABATIDA PELA POLÓCIA 1UER DIZER CLARAMENTE NØS TEMOS UMA POLÓCIA VIOLENTA E RACISTA #LARAMENTE A POLÓCIA TRABALHA COM A LØGICA DE QUE ELA VIVE UMA GUERRA %NTÎO
ELA TEM QUE ABATER O INIMIGO % TODAS AS PESQUISAS MOSTRAM QUE ESSE INIMIGO ABATIDO Ï DESPROPORCIONALMENTE JOVEM E NEGRO %NTÎO A GENTE TEM QUE ENTENDER QUE A LØGICA DA 3EGURAN A 0ÞBLICA NESTE PAÓS TEM RAÓZES NO PERÓODO DA $ITADURA QUER DIZER NA LØGICA DA 3EGURAN A DO %STADO DA SEGURAN A QUE NÎO ERA A 3EGURAN A DO #IDADÎO .UM PAÓS COMO O "RASIL EM QUE CLARAMENTE NØS TEMOS UMA POLÓCIA VIOLENTA UMA POLÓCIA QUE TRABALHA FREQàENTEMENTE NO LIMIAR ENTRE A MARGINALIDADE E A LEGALIDADE O CONTROLE EXTERNO PERSONIFICADO NA FIGURA DO /UVIDOR DE 0OLÓCIA NO "RASIL Ï UMA ESTRATÏGIA MUITO IMPORTANTE DE GARANTIA DA CIDADANIA / CONTROLE EXTERNO n QUE DEVERIA SER ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE AUTÙNOMO E DEVERIA PODER INVESTIGAR POR CONTRA PRØPRIA n NÎO Ï INDEPENDENTE NÎO Ï AUTÙNOMO E NÎO PODE INVESTIGAR POR CONTA PRØPRIA .ØS PRECISAMOS CONQUISTAR PARA AS /UVIDORIAS DE 0OLÓCIA O DIREITO DE INVESTIGAR POR CONTA PRØPRIA %NQUANTO ISSO NÎO ACONTECER AS /UVIDORIAS SERÎO REFÏNS DAS #ORREGEDORIAS E A GENTE VAI CAMINHAR MUITO POUCO NA ELUCIDA ÎO DOS CRIMES COMETIDOS POR POLICIAIS v
*,
h$ESDE O COME O A POLÓCIA TROUXE ESSA ÐNFASE FORTEMENTE REPRESSIVA MUITO MAIS DO QUE AGIR COMO ELEMENTO ASSEGURADOR DA ORDEM PÞBLICA E OBVIAMENTE DO BEM ESTAR DA QUALIDADE DE VIDA .ÎO ERA A FUN ÎO .O PRINCÓPIO ERA REPRESSIVA ERA ESSA DE PERSEGUIR GENTE QUE TINHA DETERMINADOS PERFIS / PERFIL DO ANARQUISTA EUROPEU E O PERFIL DO QUILOMBOLA DIGAMOS ASSIM DO PERÓODO FINAL DO SÏCULO 8)8 v
3.2
Quem são e onde moram os "suspeitos"?
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³ COMO DIZER TODA POPULA ÎO FAVELADA Ï NEGRA E TODO NEGRO Ï FAVELADO E BANDIDO ³ A NATURALIZA ÎO DO SUSPEITO 1UANDO A POLÓCIA SOBE OS MORROS MATA TRÐS OU QUATRO E DIZ QUE ERAM TODOS TRAFICANTES $E QUALQUER FORMA ISSO NÎO JUSTIFICA A PENA DE MORTE APLICADA NO LOCAL OU SEJA A ABORDAGEM DE ATIRAR PARA MATAR ANTES DE MAIS NADA %SSA ABORDAGEM Ï UMA FORMA DE HOMOGENEIZAR TODA A POPULA ÎO FAVELADA E NEGRA
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/ ARTIFÓCIO DA ATITUDE SUSPEITA VINCULA SE AO QUE 3IDNEY #HALHOUB CHAMOU DE ESTRATÏGIA DE SUSPEI ÎO GENERALIZADA UTILIZADA PARA O CONTROLE DAS POPULA ÜES NEGRAS RECÏM LIBERTAS NO FINAL DO SÏCULO 8)8 .O FINAL DO SÏCULO 88 ESSA ESTRATÏGIA CONTINUA ENTRANHADA NA CULTURA E NOS PROCEDIMENTOS POLICIAIS COMO FORMA DE MANTER SOB CONTROLE OS DESLOCAMENTOS E A CIRCULA ÎO PELA CIDADE DE SEGMENTOS SOCIAIS MUITO BEM DELIMITADOS ! ATITUDE SUSPEITA CARREGA UM FORTE CONTEÞDO DE SELETIVIDADE E ESTIGMATIZA ÎO
Os Batalhões nas áreas pobres estão lá
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para impor um controle, para impor uma ordem que é a ordem da elite da classe dominante. Julita Lemgruber
+(
Cidade de S達o Paulo
+)
+*
3.3
Me do ava l i z a abuso policial e gera elite exterminadora
++
+,
1UANDO A POLÓCIA BRASILEIRA FOI CRIADA SUA FUN ÎO PRIMORDIAL ERA CONTROLAR ESCRAVOS REPRIMIR QUILOMBOS E AJUNTAMENTOS E A OITAR ESCRAVOS EM LOCAIS PÞBLICOS .O PRIMEIRO PRESÓDIO DOS PRESOS ERAM ESCRAVOS
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.UNCA AQUI A POLÓCIA DEFENDEU A CIDADANIA %LA SEMPRE DEFENDEU UMA ELITE E ESTEVE A SERVI O DO PODER %SSA Ï A BARBÉRIE COTIDIANA QUE NORMALMENTE VITIMIZA QUEM NÎO TEM PODER PARA QUESTIONAR A ORDEM
A Revolta dos Malês 8 I\mfckX [fj DXc j ]f` ldX i\Y\c` f [\ ZXi}k\i iXZ`Xc# ZfekiX X \jZiXm`[ f \ X `dgfj` f [X i\c`^` f ZXk c`ZX% FZfii\l \d JXcmX[fi# \d aXe\`if [\ (/*,# Z`[X[\ hl\ ZfekXmX Zfd d\kX[\ [\ jlX gfglcX f ZfdgfjkX gfi e\^ifj \jZiXmfj fl c`Y\ikfj# [Xj dX`j mXi`X[Xj ZlckliXj \ gifZ\[ eZ`Xj X]i`ZXeXj# [\eki\ Xj hlX`j X `jc d`ZX# Zfdf fj È?XljjXjÉ \ fj ÈEX^ jÉ% =fiXd \c\j hl\ gifkX^fe`qXiXd X i\Y\c` f# Zfe_\Z`[X Zfdf [fj DXc # gf`j \jk\ k\idf [\j`^eXmX fj e\^ifj dl lcdXefj# hl\ jXY`Xd c\i \ \jZi\m\i f }iXY\% 8 gXik`i [X I\mfckX [fj DXc j Xj i\X \j Zfc\k`mXj m`jXe[f X kfdX[X [\ gf[\i ^Xe_Xd [\jkXhl\# jlg\iXe[f Xj i\X \j g\jjfX`j Zfdf ]l^Xj# Zi`d\j ZfekiX ]\`kfi\j \ f jl`Z [`f% Fj DXc j Zfdgi\\e[\iXd hl\ gf[\i`Xd ljXi f d\[f Zfdf \jkiXk ^`X# [X[X X Xkdfj]\iX [\ i\Z\`fj \ f Xld\ekf [Xj [`jZljj \j jfYi\ f ki}]`Zf e\^i\`if \ X \jZiXm`[ f% GXiX Xj \c`k\j# X `[\ek`]`ZX f [\ g\i`^fjXj Xd\X Xj \ X efd\X f [\ d\[fj Zfii\cXkfj aljk`]`ZXiXd ldX dX`fi `ek\i]\i eZ`X [f <jkX[f eX ÈjXcmX^lXi[XÉ [f gi`eZ`gXc dfefg c`f [X YfX jfZ`\[X[\# X \jZiXm`[ f%
+.
h! 2EVOLTA DOS -ALÐS FOI UM MOVIMENTO NA "AHIA EM POLITIZADO E ORGANIZADO QUE ASSUSTOU MUITO AS ELITES BRANCAS PORQUE ELES ERAM MU ULMANOS E SABIAM LER E ESCREVER ENQUANTO A ELITE ERA BASICAMENTE ANALFABETA %NTÎO FOI UMA COISA MUITO ASSUSTADORA 0OR QUE EU GOSTO DOS -ALÐS 0ORQUE ELES TINHAM UMA PERSPECTIVA UMA PERSPECTIVA DE TOMAR O PODER .O MEU LIVRO EU MOSTRO QUE OS LÓDERES -ALÐS ERAM TRATADOS COMO CRIMINOSOS COMUNS /S ADVOGADOS DOS -ALÐS QUASE FORAM LINCHADOS NA "AHIA ³ POLÓTICO 4UDO ISSO Ï POLÓTICO
$ESDE OS TEMPOS DA ESCRAVIDÎO A PRÉTICA SOCIAL ALIMENTADA PELAS ELITES Ï DE DELIMITAR O INIMIGO COMO O OUTRO NO CASO BRASILEIRO O NEGRO E O POBRE E CLAMAR POR ESTRATÏGIAS DURAS DE CONTROLE E PUNI ÎO ! ESTÏTICA DA ESCRAVIDÎO HERDADA PELA SOCIEDADE CONTEMPORÊNEA Ï MUITO PRESENTE NA ATUAL PARANØIA DA SEGURAN A VIVIDA NO PAÓS 3E ANTES A FANTASIA ERA O QUILOMBO HOJE O MEDO Ï DA PERIFERIA E DO MORRO !S ELITES TÐM MEDO MAS Ï A POPULA ÎO DA PERIFERIA E DA FAVELA QUE VIVE O TERROR E A BARBÉRIE NO DIA A DIA
h! POLÓCIA BRASILEIRA n TODO O SISTEMA POLICIAL TODO O SISTEMA PENAL n Ï FUNDADA PARA FAZER O CONTROLE DA ESCRAVIDÎO %RA O DILEMA DE COMO GOVERNAR COMO MANTER A ORDEM ESCRAVOCRATA n QUE Ï UMA ORDEM ONDE A MAIORIA DAS PESSOAS ESTÉ SUBMETIDA A CONDI ÜES DESUMANAS E UMA MINORIA BRANCA QUE Ï O MEDO BRANCO SEMPRE COM MEDO DO INEVITÉVEL DA INEVITÉVEL ERUP ÎO DESSA CONFLITIVIDADE QUE Ï ØBVIA n ENTÎO A POLÓCIA TEM ESSAS RAÓZES HISTØRICAS DE MANUTEN ÎO DA ORDEM ESCRAVOCRATA v
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04
O M ITO D A DE M OC R ACI A R AC I A L
+/
4.1. ResquĂcios da sociedade escravocrata: como nasce a "ciladania"? 4.2. Futebol como metĂĄfora da Democracia Racial
)0
4 .1
Resquícios da s oc i ed a d e es c ravoc rat a : como nasce a "ciladania"?
CILADANIA
CONCEITO DE CIDADANIA QUE ENTRA NO "RASIL E
AO MESMO TEMPO DESQUALIFICA TODO MUNDO QUE NÎO Ï BRANCO DO SEXO MASCULINO E PROPRIETÉRIO .O INÓCIO DO SÏCULO COM O DIREITO PENAL DA ESCRAVIDÎO *USTAMENTE NESSA CONJUNTURA DE LOGO APØS A )NDEPENDÐNCIA .ESSA ÏPOCA O PAÓS DEIXOU DE SER REGIDO PELAS ORDENA ÜES E EM TIVEMOS A PRIMEIRA #ONSTITUI ÎO $EPOIS EM TIVEMOS O PRIMEIRO #ØDIGO 0ENAL % Ï ISSO O QUE INSTAURA O QUE EU CHAMO DE CILADANIA CONCEITO DE CIDADANIA QUE ENTRA NO "RASIL E AO MESMO TEMPO DESQUALIFICA TODO MUNDO QUE NÎO Ï BRANCO DO SEXO MASCULINO E PROPRIETÉRIO 1UANDO O LIBERALISMO E SEUS DIPLOMAS LEGAIS
ENTRAM NO "RASIL VOCÐ TEM O TEMPO TODO A DESQUALIFICA ÎO JURÓDICA DO ESCRAVO QUE APARECE COMO COISA PERANTE O ORDENAMENTO POLÓTICO DA VIDA PRIVADA E COMO PESSOA APENAS PERANTE O DIREITO PENAL % O NEOLIBERALISMO COMPORTA ESSE LEGADO ESCRAVOCRATA PORQUE O TEMPO TODO NØS TIVEMOS UMA SUBCIDADANIA % ISSO QUER DIZER QUE NA VERDADE NUNCA HOUVE CIDADANIA PORQUE ESTE Ï UM CONCEITO QUE ESTÉ NAQUELA CATEGORIA NA QUAL OU TODO MUNDO Ï OU NINGUÏM Ï % ESSE CONCEITO JÉ ENTRA NO "RASIL COM AMBIGàIDADE
,(
,)
,*
/ "RASIL SEMPRE FOI UM PAÓS PERVERSO COM A SUA NEGRITUDE E AO MESMO TEMPO SEMPRE FOI UM PAÓS NEGRO UM PAÓS AFRICANO
4.2
Futebol como metáfora da Democracia Racial
,,
8 d\jk` X^\d Zi`fl ef 9iXj`c ldX j\ejX f [\ _Xidfe`X \ XZfdf[X f [fj [`]\i\ek\j gfmfj hl\ Zfejk`kl iXd \jj\ gfmf# gfmf YiXj`c\`if% LdX XgXi\ek\ X]\k`m`[X[\ \eki\ fj [`]\i\ek\j% )/ 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX
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h/ "RASIL NUNCA TEVE UMA SEGREGA ÎO RACIAL FORMAL INSTITUCIONALIZADA -AS NÎO TEVE PORQUE NÎO PRECISOU PORQUE ESTAVA NA REGRA SOCIAL ELA ERA PRATICADO NÎO PRECISAVA SER INSTITUCIONALIZADA v
,-
.O "RASIL O RACISTA Ă? SEMPRE O OUTRO E O 'RAFITE CAIU QUE NEM COLHER NA SOPA AĂ&#x201C; ESTAVA UM CASO DE RACISMO QUE NEM NOS COMPETIA NOS COMPETIA DELATAR AO OUTRO %SSA Ă? A DIFERENÂ A ENTRE UM FATO E UM EVENTO / FATO Ă? AQUELE COM O QUAL A GENTE CONVIVE NO DIA A DIA % O QUE Ă? UM EVENTO 5M EVENTO Ă? QUANDO O FATO ADQUIRE SIGNIFICAÂ Ă&#x17D;O %NTĂ&#x17D;O O QUE ME INTERESSA Ă? PENSAR PORQUE QUE O CASO 'RAFITE GANHOU REPERCUSSĂ&#x17D;O NA MĂ&#x201C;DIA SE NĂ&#x2DC;S CONVIVEMOS COM ISSO TODO O TEMPO 0OR QUE ESSE FATO SE TRANSFORMOU EM EVENTO .A MINHA OPINIĂ&#x17D;O Ă? PORQUE SE TRATAVA DA DEMONSTRAÂ Ă&#x17D;O DE UM PRECONCEITO DE TER PRECONCEITO /U SEJA NESSA SALA NINGUĂ?M TEM PRECONCEITO MAS TODO MUNDO CONHECE UM DESGRAÂ ADO QUE TEM PRECONCEITO %NTĂ&#x17D;O ESTAMOS CERCADOS POR RACISTAS E RESISTIMOS
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05
O R AC I SM O N O COTI DIAN O E S UA I NT E R NA L I ZA ÇÃ O
-+
me eci
qu ra n b em A d o D av i a 5.1. ç n ei do e d e F r A . ? e lo 5. 2 r e l a t o c ab e r u i m o um od fez ue amad q o ch .O ism 5.3 a s e r c a uR par ao i r jú . In 5.4 i do pel
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n to
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5 .1
Apelidos
°S VEZES A DISCRIMINA Ă&#x17D;O ESTĂ&#x2030; MENOS NAS PALAVRAS E MAIS NO JEITO DE OLHAR 9iXeZf% 8[a% (% ;`q$j\ [X `dgi\jj f gif[lq`[X ef Â?i^ f m`jlXc g\cfj iX`fj [\ clq e f [\ZfdgfjkX% )% ;X Zfi [X e\m\# [f c\`k\# [X ZXc2 Xcmf# Z e[`[f% *% ;`q$j\ [Xj Zf`jXj hl\# e f j\e[f YiXeZXj# kÂ&#x2020;d Zfi dX`j ZcXiX [f hl\ Xj flkiXj [X d\jdX \jgÂ&#x201E;Z`\% +% :cXif# kiXejgXi\ek\# kiXejcÂ&#x2019;Z`[f% %%% /% ;`q$j\ [\ `e[`mÂ&#x2C6;[lf [\ iXÂ&#x192;X YiXeZX% 0% =`^% J\d d}ZlcX2 `efZ\ek\# glif# Z e[`[f# `e^Â&#x2020;elf% GXi[f% 8[a% (% ;\ Zfi \eki\ f YiXeZf \ f gi\kf2 hlXj\ \jZlif% )% ;\ ld YiXeZf jlaf# [lm`[fjf% *% ;\ Zfi gflZf Yi`c_Xek\# \eki\ f XdXi\cf \ f ZXjkXe_f% +% ;`q$j\ [\ hlXchl\i Zf`jX [\jjXj Zfi\j% ,% DlcXkf , % J% d% -% 8 Zfi gXi[X% .% DlcXkf ( % E\^if% 8[a% (% ;\ Zfi gi\kX% )% ;`q$j\ [\jjX Zfi2 gi\kf %%% *% ;`q$j\ [f `e[`mÂ&#x2C6;[lf [\ iXÂ&#x192;X e\^iX2 gi\kf% +% Gi\kf% ,% Jlaf# \eZXi[`[f# gi\kf %%% .% Dl`kf ki`jk\2 cÂ&#x2019;^lYi\% %%% /% D\cXeZÂ?c`Zf# ]le\jkf# clklfjf %%% 0% DXc[`kf# j`e`jkif %%% ('% G\im\ijf# e\]Xe[f %%% ()% G% <ok% <jZiXmf%%%
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No Brasil, quantos se consideram:
h DOS NEGROS SĂ&#x17D;O ALVO DE OFENSAS h! PESQUISA QUE 9iXeZfj
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Gi\kfj
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AVALIOU A VIOLĂ?NCIA NAS ESCOLAS TAMBĂ?M MOSTRA QUE OS ESTUDANTES QUE DECLARARAM TER COR PRETA SOFREM MAIS COM O PRECONCEITO DELES JĂ&#x2030; FORAM XINGADOS POR CAUSA DE SUA COR DE PELE PERCENTUAL QUE CAI PARA ENTRE OS ESTUDANTES BRANCOS !LĂ?M DISSO ENTRE OS XINGAMENTOS MAIS COMUNS LEMBRADOS POR PROFESSORES E ALUNOS MUITOS DELES ERAM DE CUNHO RACISTA %NTRE AS PALAVRAS MAIS LEMBRADAS PARA AGREDIR OS ALUNOS CITARAM APELIDOS COMO MACACO ESCRAVA PICOLĂ? DE ASFALTO OU CABELO DURO !S AGRESSĂ&#x153;ES FEITAS POR PROFESSORES LEMBRADAS FORAM ARROMBADOS RAÂ A PODRE OU NEGROS DESCARADOS ENTRE OUTROS 5MA COISA Ă? O ALUNO GANHAR UM APELIDO POR CAUSA DA COR DA PELE /UTRA Ă? QUANDO ESSES APELIDOS SĂ&#x17D;O REPETIDOS COM O OBJETIVO DE AGREDIR OU OFENDER O ALUNO 0ROFESSORES E DIRETORES INTERFEREM POUCO NOS PROBLEMAS ENTRE OS ALUNOS E BOA PARTE DAS AGRESSĂ&#x153;ES VERBAIS A ESTUDANTES PROVĂ?M DOS PRĂ&#x2DC;PRIOS PROFESSORES v
]fek\1 =fc_X [\ JÂ f GXlcf# ]\m\i\`if [\ )''+% *, =<II<@I8# 8liÂ&#x201E;c`f 9lXihl\ [\ ?fcXe[X% ;`Z`fe}i`f 8liÂ&#x201E;c`f 9}j`Zf [X CÂ&#x2C6;e^lX Gfikl^l\jX% EfmX =ifek\`iX# I`f [\ AXe\`if# (00+% *- =fc_X [\ JÂ f GXlcf# '(&',&)''-%
1. acastanhada 2. agalegada 3. alva 4. alvarenta 5. alvarinte 6. alvinha 7. alvo-escura 8. alvorosada 9. amarela 10. amarelada 11. amarelo-queimada 12. amarelosa 13. amorenada 14. avermelhada 15. azul 16. azul-marinho 17. baiano 8. bem-branca 19. bem-clara 20. bem-morena 21. branca 22. branco-avermelhada 23. branco-melada 24. branco-morena 25. branco-pĂĄlida 26. branco-queimada 27. branco-sardenta 28. branco-suja 29. branquiça 30. branquinha 31. bronze 32. bronzeada 33. bugrazinha-escura 34. burro-quando-foge 35. cabocla 36. cabo-verde 37. cafĂŠ 38. cafĂŠ-com-leite 39. canela 40. canelada 41. cardĂŁo 42. castanha 43. castanho-clara 44. castanho-escura 45. chocolate 46. clara 47. clarinha 48. cobre 49. corada 50. cor-de-cafĂŠ 51. cor-de-canela 52. cor-decuia 53. cor-de-leite 54. cor-de-ouro 55. cor-de-rosa 56. cor-firma 57. crioula 58. encerada 59. enxofrada 60. esbranquecimento 61. escura 62. escurinha 63. fogoiĂł 64. galega 65. galegada 66. jambo 67. laranja 68. lilĂĄs 69. loira 70. loiro-clara 71. loura 72. lourinha 73. malaia 74. marinheira 75. marrom 76. meio-amarela 77. meio-branca 78. meio-morena 79. meio-preta 80. melada 81. mestiça 82. miscigenação 83. mista 84. morena 85. morenada 86. morenĂŁo 87. moreninha 88. moreno-bem-chegada 89. moreno-bronzeada 90. moreno-canelada 91. moreno-castanha 92. morenoclara 93. moreno-cor-de-canela 94. moreno-escura 95. moreno-fechada 96. moreno-jambo 97. moreno-fechada 98. moreno-parda 99. moreno-roxa 100. moreno-trigueira 101. mulata 102. mulatinha 103. negra 104. negrota 105. pĂĄlida 106. paraĂba 107. parda 108. pardo-clara 109. pardo-morena 110. pardo-preta 111. polaca 112. pouco-clara 113. pouco-morena 114. pretinha 115. puxa-para-branca 116. quase-negra 117. queimada 118. queimada-de-praia 119. queimada-de-sol 120. regular 121. retinta 122. rosa 123. rosada 124. rosa-queimada 125. roxa 126. ruça 127. ruiva 128. sapecada 129. sararĂĄ 130. saraĂşba 131. tostada 132. trigo 133. trigueira 134. turva 135. verde 136. vermelha JZ_nXiZq# C`c`X Dfi`kq 5 IXZ`jdf ef 9iXj`c & C`c`X Dfi`kq JZ_nXiZq $ J f GXlcf1 GlYc`]fc_X# )''( $ =fc_X \ogc`ZX
-0
5.2
A doença do embranquecimento: u m re l ato d e Fre i Dav i
.'
.(
h%NTREI NO SEMINÉRIO EM MAR O DE ,É NO SEMINÉRIO ÏRAMOS EM SEMINARISTAS $ESSES ACHO QUE UNS ERAM BRANCOS DE ORIGEM ITALIANA ALEMÎ ETC % NO DIA DE MAIO ELES DECIDIRAM COMEMORAR A ,EI UREA %NTÎO NO REFEITØRIO GRANDE NA MESA DO MEIO DO REFEITØRIO ELES ENFEITARAM DE .AVIO .EGREIRO % FALARAM h/LHA TODOS OS NEGROS VÎO RECEBER UMA
HOMENAGEM DEVEM SENTAR NA MESA DO MEIO PARA ALMO ARv
.)
%U VINHA DE UMA REALIDADE ONDE MEU PAI Ï MUITO NEGRO E MINHA MÎE Ï MUITO BRANCA 5MA REALIDADE ONDE A FAMÓLIA UM POUCO NEUTRALIZOU A DISCUSSÎO RACIAL % NOS COLOCOU Ì FAMÓLIA DA MINHA MÎE BRANCA %NTÎO NØS CARREGAMOS CONOSCO A IDÏIA DE QUE NØS ÏRAMOS BRANCOS NØS ÏRAMOS UMA PESSOAS QUEIMADAS PELO SOL MORÉVAMOS NA BEIRA DA PRAIA ÓAMOS A PRAIA %RA SØ ISSO
.ESSE DIA DE MAIO DE OS SEMINARISTAS ENTÎO FAZENDO UMA BRINCADEIRA DO DE -AIO QUANDO TODOS OS NEGROS SE SENTAM NA MESA ALGUÏM GRITA h/PA TEM UMA CADEIRA VAZIA FALTA ALGUÏM QUEM ESTÉ FALTANDO v !Ó GRITARAM hAAAHH Ï O $AVI v -E PEGARAM PELOS BRA OS ME ARRASTARAM E ME COLOCARAM NA MESA ENTRE OS NEGROS 0ARA MIM AQUILO FOI A COISA MAIS CRUEL DA MINHA VIDA PORQUE ME CHAMARAM PUBLICAMENTE DE NEGRO !SSIM QUE ME SOLTARAM DEI UMA PORRADA NA MESA QUEBREI UM PRATO SAÓ E FUI EMBORA &UI ARRUMAR A MALA PARA IR EMBORA PARA CASA %U PENSEI ASSIM hEU VIM AQUI PARA VIVER A
FRATERNIDADE MAS AQUI VOCÐ ME CHAMA DE NEGRO ENTÎO NÎO TEM FRATERNIDADE AQUI 4Ù FORA v
% AÓ ENQUANTO EU FUI PARA O DORMITØRIO ARRUMAR A MALA PARA VIM EMBORA ALGUÏM CORRE E AVISA AO MESTRE h/LHA HOUVE UM INCIDENTE COM UM SEMINARISTA COM O SEMINARISTA $AVI E ELE ESTÉ ARRUMANDO A MALA PARA IR EMBORAv / MESTRE SAIU CORRENDO FOI PARA LÉ VER &ALOU h$AVI O QUE ACONTECEU v %U DISSE h/LHA &REI ME CHAMARAM DE NEGRO %U ACHO QUE TEM QUE SE RESPEITAR AS PESSOAS E ME CHAMAR DE NEGRO Ï OFENSA %U VIM AQUI PARA VIVER A FRATERNIDADE 3E Ï PARA SER OFENDIDO PREFIRO IR EMBORA v %LE DISSE h$AVI SE VOCÐ QUER IR EMBORA Ï UM DIREITO SEU .O ENTANTO QUANDO VOCÐ CHEGOU AQUI VOCÐ DISSE QUE QUERIA VIVER A FRATERNIDADE SABER PERDOAR VOCÐ QUERIA SER FRANCISCANO PORQUE O FORTE DE &RANCISCO DE !SSIS Ï PERDOAR VIVER A FRATERNIDADE %NTÎO QUANDO VOCÐ ENCONTRA O PRIMEIRO PROBLEMA A SOLU ÎO Ï ARRUMAR A MALA E IR EMBORA ³ SINAL DE QUE VOCÐ AINDA NÎO TEM CONVIC ÎO AINDA PARA SER FRANCISCANO %NTÎO SE VOCÐ QUER IR EMBORA VAI -AS PELO MENOS FIQUE UM POUCO MAIS E VIVENCIE UM PEDACINHO DO SEU FRANCISCANISMO !GàENTE AQUI ATÏ AMANHÎ OLHE PARA CARA DE SEUS COMPANHEIROS QUE TE OFENDERAM PERDOE A CADA UM E AMANHÎ COM O CORA ÎO RESOLVIDO VOCÐ PODE IR EMBORA EM PAZ SEM GUARDAR ØDIO DOS SEUS IRMÎOS &AZENDO ISSO EU ACREDITO QUE VOCÐ QUER SER FRANSCISCANO QUE VOCÐ Ï ALGUÏM QUE VAI SER MUITO BOM NA SOCIEDADE v "EM EU AGORA FIQUEI EM XEQUE MATE 3E EU FOSSE EMBORA JÉ ELE DIRIA QUE REALMENTE EU ERA ALGUÏM QUE NÎO TINHA CONVIC ÎO NO QUE ESTAVA PREGANDO %NTÎO FIQUEI FIQUEI MAIS UM DIA PARA CONVIVER PEDIR PERDÎO E IR EMBORA %SSE &REI ME ESCALOU PRO TRABALHO DA TARDE ME ESCALOU PARA COLHER FRUTAS E ME COLOCOU NUM GRUPO QUE ERA SØ COMPOSTO POR AQUELES QUE FIZERAM COMIGO AQUELE ATO
% QUANDO PERCEBI AQUILO PENSEI h0UXA VIDA FOI A PIOR COISA DO MUNDO 4É BOM 6OU LÉ COM O GRUPO COLHER FRUTA MAS O QUE EU FA O v %SCOLHI A ATIVIDADE MENOS INTERATIVA &OI SEGURAR A CESTA %LES COLHIAM A LARANJA JOGAVAM A LARANJA NA CESTA E EU LEVAVA PARA A SACOLA 0ORTANTO ERA SØ SEGURAR A CESTA E OLHAR PARA BAIXO % ASSIM FIZ SEGUREI A CESTA !CABOU O TRABALHO COMUNITÉRIO SUBO PRO BANHO E ELE ME CHAMA h$AVI TE OBSERVEI 6OCÐ NÎO OLHOU PRO ROSTO DOS SEUS COMPANHEIROS VOCÐ NÎO OS PERDOOU 0ORTANTO NADA ESTÉ RESOLVIDO EM VOCÐ %U HOJE A NOITE APØS O JANTAR NÎO VOU SAIR PARA ATIVIDADE PARA DAR AULA NA FACULDADE VOU FICAR AQUI E POSSO TE RECEBER PARA UMA CONVERSA VOCÐ ACEITA v 2ESPONDI h3IM &REI !CEITO v % FIQUEI % ALI ELE COME OU NA CONVERSA A NOITE CHEGOU COME OU h/LHA POIS Ï O &LAMENGO Ï UM TIME LEGAL TATATÉ v h³ &REI %U SOU &LAMENGO TAMBÏM v #RIOU UM CLIMA DE DESCONTRA ÎO 1UANDO ELE PERCEBEU QUE EU TAVA TOTALMENTE LIGHT ELE FALOU h6OCÐ TEM AÓ UMA FOTO DA SUA MÎE v h4ENHO &REI v %NFIEI A MÎO NA CARTEIRA TIREI A FOTO DA MINHA MÎE BRANCA E MOSTREI PARA ELE %LE OLHOU E FALOU h5Ï 3UA MÎE Ï BRANCA v h,ØGICO &REI EU SOU BRANCO MINHA MÎE Ï BRANCA v %LE MUDOU DE ASSUNTO E FALOU EM PRAIA FALOU EM PRAIA DE #OPACABANA E ATÏ QUE CHEGOU NAS PRAIAS DA MINHA CIDADE 6ITØRIA %SPÓRITO 3ANTO FALOU EM 'UARAPARI FALOU DA PRAIA DE #AMBURI 0RAIA DA #OSTA %U DISSE h0OIS Ï &REI !LI FOI MINHA ÉREA DE CONVÓVIO TOMAVA MUITO BANHO DE PRAIA v 1UANDO EU COME O A FALAR DE PRAIA QUE ELE VIU QUE EU TAVA SOLTO ELE PERGUNTA h6OCÐ TEM AÓ UMA FOTO DO TEU PAI v &REI h4ER TENHO MAS ESTÉ LÉ NA MALA v h0OIS Ï 6AI LÉ BUSCAR PARA EU VER CONHECER SEU PAI v h-AS &REI A MALA ESTÉ FECHADA JÉ VOU EMBORA AMANHÎ PARA QUE IR BUSCAR A FOTO DO MEU PAI v !Ó h.ÎO %U JÉ CONHECI SUA MÎE PELA FOTO ME DÐ ESSE PRAZER %U QUERO CONHECER SEU PAI PELA FOTO TAMBÏM v
!Ó TODO CHATEADO LEVANTEI FUI LÉ NO DORMITØRIO ABRI A MALA E LÉ NO FUNDO DA MALA ESTAVA A FOTO DO VELHO 0EGUEI A FOTO DELE E TROUXE TODO ENVERGONHADO
-OSTREI PARA ELE E ELE GRITOU h/H 0ARABÏNS SEU PAI Ï NEGRO v 1UANDO ELE FALOU ISSO PÉ ME DEU UM CHOQUE NO CORPO % ALI COMECEI A PASSAR MAL %LE FOI PEGOU A ÉGUA ME DEU PARA TOMAR E ALI MANDOU SENTAR E FALOU h/H $AVI %U PEDI PARA VOCÐ TRAZER UMA FOTO DO TEU PAI PORQUE EU QUERIA SABER O QUANTO VOCÐ ESTÉ DOENTE %U QUERIA SABER O GRAU DA DOEN A EM VOCÐ ³ $AVI VOCÐ TEM UMA DOEN A CHAMADA DE IDEOLOGIA DO EMBRANQUECIMENTO .*
6OCÐ ASSIMILOU A SOCIEDADE DOMINANTE QUE LHE FALOU QUE SER BRANCO Ï SUCESSO % VOCÐ QUER SER BRANCO VOCÐ NEGA SEU POVO NEGRO 3Ø QUE ISSO Ï UMA DOEN A 6OCÐ NÎO ESCOLHEU VOCÐ FOI CONTAGIADO % TEM OUTRA $AVI SØ EXISTE UM REMÏDIO PARA ESSA DOEN A %STÉ NA SUA CABE A ³ VOCÐ TRABALHAR LIMPAR AS MÉS INFORMA ÜES E REFORMATAR AS FORMA ÜES DE SUA MENTE v % ALI EU CHORANDO JÉ MEIO COMPLICADO .ÎO ERA MAIS BRANCO .ÎO ERA MAIS NEGRO %U NÎO TINHA MAIS BASE EU ESTAVA QUEBRADO EU ESTAVA DESTRUÓDO NÎO SABIA O QUE FAZER MAIS % ALI ENTREI EM CRISE NÎO CONSEGUI MAIS PENSAR % PEDI A ELE QUE SUSPENDESSE A CONVERSA E SAÓ ANDEI UM POUQUINHO E FUI DORMIR % NA CONVERSA ELE FALOU O SEGUINTE h%U FAMÓLIA &RITZEN DURANTE TODA A MINHA VIDA DE SEMINÉRIO LI DEZENAS DE LIVROS SOBRE O POVO ALEMÎO E NA LÓNGUA ALEMÎ v
.O DIA SEGUINTE QUANDO EU ACORDEI ISSO FICOU NA MINHA CABE A LEU DEZENAS DE LIVROS SOBRE O POVO ALEMÎO NA LÓNGUA ALEMÎ 0ENSEI h%SPERA AÓ EU NUNCA LI UM LIVRO
SOBRE NEGRO E NEM EM LÓNGUA AFRO 1UE HISTØRIA
Ï ESSA 0OR QUE ELE PODE E EU NÎO POSSO v %NTÎO IMEDIATAMENTE E FUI PARA BIBLIOTECA DO SEMINÉRIO E LÉ PROCUREI EM TODOS OS ARQUIVOS EM TODAS AS ESTANTES UM LIVRO QUE FALASSE SOBRE NEGRO .ÎO ENCONTREI EM LÓNGUA AFRICANA E NEM EM LÓNGUA PORTUGUESA % ALI COME OU A NASCER O PRIMEIRO VEIO DO $AVI GUERREIRO EXIGINDO
5.3
O que fez o cabelo p a r a s e r c h a m a d o d e r u i m?
.+
.,
&UI BATI NA PORTA DO QUARTO DELE E FALEI h/H &REI / SENHOR FALOU PARA MIM QUE O SENHOR LEU LIVROS DO SEU POVO ALEMÎO %U FUI BUSCAR
LIVROS DO MEU POVO NEGRO E NÎO ENCONTREI EM NOSSA BIBLIOTECA .ÎO SERIA POR ISSO QUE EU ESTOU DOENTE .ÎO SERIA POR ISSO QUE OUTROS NEGROS ESTÎO DOENTES 0ORQUE A SOCIEDADE NÎO DÉ OPORTUNIDADE DE CONHECER A NOSSA HISTØRIA v h0UXA ³ MESMO 6AMOS COMIGO LÉ NA CIDADE COMPRAR LIVROS SOBRE O NEGRO v % AÓ COME OU % AÓ NASCEU O $AVI QUE HOJE ESTÉ AQUI %U SØ ESTOU AQUI HOJE LUTANDO PELO NEGRO PELO INGRESSO DO NEGRO NA UNIVERSIDADE PORQUE SOFRI RACISMO E AQUELE RACISMO FOI MARCANTE E ME TRANSFORMOU v *. ;8M@;# =i\`% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
G`fi hl\ X Zfi [f e\^if j\l ZXY\cf# gfi iXq f [\ Xc^ld k`gf [\ g\ZX[f XeZ\jkiXc# \jk\ gfmf ]f` ZXjk`^X[f Zfd ld ZXY\cf j\Zf# Zi\jgf \ XidX[f# ZXY\cf il`d # \ f ^iXe[\ jf]i`d\ekf [\ kf[fj# d\jdf fj [\jZ\e[\ek\j [\ g\c\ ZcXiX# f hl\ ]Xq\i gXiX \jZfe[\i [X jfZ`\[X[\ f kXc [f ZXY\cf il`d 6 F hl\ ]\q f ZXY\cf gXiX j\i Z_XdX[f [\ il`d6 IflYfl# dXkfl6 < f hl\ ]\q f ZXY\cf gXiX j\i Z_XdX[f [\ Yfd6 y c`jf# ZcXif# i`Zf fl ]\q Z_Xg`e_X6 8j dlc_\i\j eX jlX dX`fi`X j\ i\e[\iXd X `em\e f efik\ Xd\i`ZXeX [fj Xc`jXd\ekfj% 8c^ld `[ e\f `ejk`klkf [\ g\jhl`jX a} c\mXekfl hlXekXj Z_Xg`e_Xj# i\cXoXd\ekfj \ Xc`jXd\ekfj [\ ZXY\cf j f ]\`kfj ef 9iXj`c gfi [`X% Gfi hl\ f ZXY\cf e f Yfd g\cf j`dgc\j ]Xkf [\ j\i ZXY\cf6 Fj ^Xifkfj# gfi jlX m\q# iXjgXd X ZXY\ X \ e f k`iXd fj Yfe j fl kfZXj \# \d efd\ [f \jk`cf fl d\jdf [X df[X# \jZfe[\d kXdY d j\lj ZXY\cfj# hl\ eleZX j f dfjkiX[fj% F dX`j `ek\i\jjXek\ [\jkX _`jk i`X kf[X# hl\ hlXe[f ldX ]Xd c`X k\ekX \m`kXi hl\ ld [\ j\lj d\dYifj j\ ZXj\ Zfd ldX g\jjfX dX`j e\^iX# ^\iXcd\ek\ ljX f j\^l`ek\ Xi^ld\ekf1 E f k\dfj eX[X ZfekiX X Zfi e\^iX# dXj a} `dX^`efl j\ fj ]`c_fj eXjZ\i\d Zfd Xhl\c\ ZXY\cf6 @jjf c_\ kiXi} dl`kf dX`j [`]`Zlc[X[\j ef ]lklif%%% <ehlXekf e f efj Xgi\j\ekXidfj \d efjjX kfkXc`[X[\# eleZX j\i\dfj j\i\j Zfdgc\kfj%
5 .4
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.ØS TEMOS AÓ ESSES ANOS TODOS DE UM PADRÎO ESTÏTICO 'LOBO QUE Ï UM PADRÎO BRANCO ONDE OS PAPÏIS NAS NOVELAS SÎO SEMPRE PAPÏIS QUE SÎO CHAVÜES PARA MANTER OU A FIGURA BOA OU A EMPREGADA DOMÏSTICA QUE Ï SOLIDÉRIA COM O PATRÎO %SSE Ï O SISTEMA QUE TEM O MONOPØLIO DA IMAGEM BRASILEIRA
I n j u r i a o u r a c i s m o?
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Crime de Racismo Art. 20 Lei 7716/89 Racismo: :i`d\ `dgi\jZi`k m\c [`i\`kf hl\ e f g\i[\ f j\l \]\`kf g\cf [\Zfii\i [f giXqf \ `eX]`Xe }m\c e f XZ\`kX ]`Xe X # j\^le[f f Xik% , # `eZ`jf OC@@# [X :fejk`kl` f =\[\iXc# j\e[f X eXkli\qX [X X f g\eXc g Yc`ZX `eZfe[`Z`feX[X dfm`[X# gfikXekf# gfi d\dYif [f D`e`jk i`f G Yc`Zf
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Crime de Injúria Qualificada por Preconceito Art. 20 Lei 7716/89
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Injúria: y gi\jZi`k m\c \ XZ\`kX ]`Xe X# Xc d [\ j\i# m`X [\ i\^iX# X X f g\eXc [\ `e`Z`Xk`mX gi`mX[X# fl j\aX# fYi`^X$j\ X m k`dX# Xc d [\ gi\fZlgXi$j\ Zfd X gfjj`Y`c`[X[\ [\ \ok`e f [\ ld [`i\`kf gfi e f k\i j`[f \o\iZ`[f ef giXqf c\^Xc# X`e[X X mXc\i$j\ [\ ld X[mf^X[f%
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06
A RQUITE T U RA D A E XC LUS Ã O
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6.1. Convivência ou conveniência 6.2. !Know go area" 6.3. Muros visíveis e invisíveis 6.4 . Ocupação Prestes Maia: quilombo urbano 6.5. A indústria do medo e as bolhas de segurança
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6 .1
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C o n v i v ê n c i a o u c o n v e n i ê n c i a?
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%LAS SÎO MEIO INVISÓVEIS NA ESTRUTURA SOCIAL -AS FAZEM TUDO NOS DOCES LARES DAS CLASSES MÏDIAS E ALTAS &AXINEIRAS AMAS DE LEITE CONDUTORAS DE CACHORRINHOS BABÉS LAVADEIRAS COZINHEIRAS 1UANDO VIVEM COMO AGREGADAS DA CASA GRANDE MORAM EM CUBÓCULOS INDIGNOS DE QUALQUER VIGILÊNCIA SANITÉRIA MUITOS DELES DESENHADOS NOS ESCRITØRIOS MAIS BADALADOS DA ARQUITETURA MODERNA NACIONAL /S ELEVADORES DE SERVI O SELAVAM DE FORMA CLARA O APARTHEID SOCIAL E RACIAL DO DESTINO DE NOSSAS DOMÏSTICAS ,EIS MUNICIPAIS RECENTES TENTARAM COIBIR A DESCRIMINA ÎO SECULAR -AL CONSEGUIRAM NA MAIORIA DOS CONDOMÓNIOS ELAS AINDA SÎO CONSTRANGIDAS A SE DIRIGIREM ÌS PORTAS DOS FUNDOS //
!S DOMÏSTICAS REPRESENTAM NAS CIDADES BRASILEIRAS O PAPEL DE BØIAS FRIAS E OUTROS SETORES DE TRABALHADORES RURAIS VIVENDO NOS LIMITES DA ESCRAVIDÎO OU SERVIDÎO #OMO PREVIU ENTRE OUTROS *OAQUIM .ABUCO EM SEU LÞCIDO LIBELO / !BOLICIONISMO O ESPECTRO DA SENZALA CONTINUA A RONDAR A PAISAGEM HUMANA BRASILEIRA SEJA NA FIGURA DO QUARTINHO PRECÉRIO DA ÉREA DE SERVI O SEJA NAS VIVENDAS DE FAVELAS DISTANTES NAS PERIFERIAS TÎO NOSSAS DE CADA DIA ! DOMINA ÎO CORDIAL CONTINUA A MANTER DESIGUALDADES SOCIAIS E RACIAIS E DE GÐNERO SOB O MANTO DE PATERNALISMO QUE A TUDO QUE EXPROPRIA NATURALIZA NUM SØ MOVIMENTO
;`jj\ f Zfd\iZ`Xek\ 8ek e`f :Xicfj >fd\j# ,-1 h³ INCRÓVEL COMO ESSES RICOS TIRAM DA GENTE O DIREITO DE ENTRAR ONDE ELES ESTÎO MESMO QUE ESSE LUGAR SEJA ONDE SEMPRE
ESTIVEMOS E ONDE ESTAREMOS AMANHÎ v
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6.2
!Know go area"
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WORKSHOP > Frente 3 de Fevereiro
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Preparativos da viagem à Alemanha: Ef Zfek\okf [\ eXZ`feXc`jdf \ \l]fi`X hl\ gX`iX jfYi\ X 8c\dXe_X eX :fgX [f Dle[f )''-# X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if [\j\emfcm\l ld gifa\kf [\ `ek\im\e f \d 9\ic`d k\e[f Zfdf ]fZf X j`klX f [f `d`^iXek\ eX <lifgX%
Workshop + intervenção + apresentação: 8kiXm j [\ ld nfibj_fg# ]f` ]\`kf ld [`jZljj f Zfd ^ilgfj Xc\d \j [\ Xik\ \ Xk`m`jdf% 8 i\cX f [f `d`^iXek\ Zfd X Zfdle`[X[\ \lifg `X ]leZ`fefl Zfdf gfekf Z_Xm\ gXiX X [`jZljj f [f iXZ`jdf# \d ZfekiXgfj` f ~ `dX^\d Zfejkil [X gfi \m\ekfj Zfdf X :fgX [f Dle[f# efj hlX`j Xj [`]\i\e Xj gfc k`ZXj# jfZ`f\Zfe d`ZXj \ ZlckliX`j gXi\Z\d j\i jlg\iX[Xj j\d Zfe]c`kf% GXiX X i\Xc`qX f [Xj `ek\im\e \j# X =i\ek\ Zi`fl gXiZ\i`Xj Zfd fj ^ilgfj BXeXb 8kkXZb \ CX GcXkX]fidX%
Retorno para São Paulo: C\mXekXd\ekf [Xj \og\i` eZ`Xj [X m`m eZ`X kiXej]fidfl f kiXYXc_f [f ^ilgf \d J f GXlcf%
Título:
Estratégia:
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Questões norteadoras: Hl\d Xc\d f6 Hl\d 8c\dXe_X6 MfZ 8c\dXe_X6 8gXi\c_f i\gi\jjfi \d i\cX f Xf `d`^iXek\ eX Zfdle`[X[\ \lifg `X6 MfZ Y\d m`e[f eX 8c\dXe_X6 :fdf f iXZ`jdf XgXi\Z\ eX :fgX [f Dle[f6 F hl\ X :fgX [f Dle[f \jZfe[\ \ f hl\ X :fgX [f dle[f i\m\cX6 :fgX [f Dle[f Zfdf X ]\jkX [X gXq# gXq [fj m\eZ\[fi\j% 8 j\^liXe X \ m`^`c eZ`X# Zfekifc\# X d [`X `ek\ieXZ`feXc# Zfejkil f [f \jg\k}Zlcf d`[`}k`Zf%
Ambiente "alfabetizador": F XdY`\ek\ [\m\ Xgi\j\ekXi# XkiXm j [\ `dX^\ej# X hl\jk f gfi hl\ YXe[\`iX6 % 8gi\j\ekXi# XkiXm j [\ `dX^\ej# f gifZ\jjf \jg\Z ]`Zf [f ^ilgf hl\ i\m\c\ X gfk eZ`X [X ]fidX \ jlX aljk`]`ZXk`mX ZfeZ\`klXc% 5 DXgX [\ 9\ic`d 5 HlX[if YiXeZf
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No Go Area Área não recomendável Lugar de risco Área de risco Zona inacessível Área restrita Lugar não disponível Zona exclusiva
0-
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6.3
Muros visíveis e invisíveis
00
%STAMOS SEMPRE IMPREGNADOS DE UMA HERAN A ESCRAVAGISTA DO SÏCULO 8)8 QUANDO HAVIA O CONTROLE DA MOVIMENTA ÎO DOS NEGROS QUE SØ PODIAM SE DESLOCAR COM UM DOCUMENTO ASSINADO PELO SENHOR NO QUAL ESTIVESSE ESCRITO PARA ONDE IRIA COM QUEM FALARIA E QUANDO VOLTARIA ! POPULA ÎO JOVEM DE PERIFERIA VIVE A PERMANÐNCIA DISSO NA FORMA COMO SÎO ABORDADOS PELA POLÓCIA 5M GRUPO DE MENINOS DA PERIFERIA SE DESLOCANDO PELA CIDADE LEVA DURA DA POLÓCIA TODA HORA
/ -ORUMBI NÎO SERÉ MAIS O MESMO Ï O QUE PROMETE A PUBLICIDADE DO EMPREENDIMENTO #IDADE *ARDIM UM COMPLEXO COM MIL METROS QUADRADOS QUE VAI ABRIGAR UM SHOPPING CENTER DE ALTO LUXO O MAIS COMPLETO SPA DO PAÓS NOVE TORRES RESIDENCIAIS E EDIFÓCIOS COMERCIAIS VOLTADOS PARA O PÞBLICO DA CLASSE TRIPLO !
/S DOIS EXTREMOS SOCIAIS ESTARÎO SEPARADOS POR POUCO MAIS DE DOIS METROS DE TIJOLOS / -ORUMBI HISTORICAMENTE UM BAIRRO DE
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CONTRASTES TEM ERGUIDO ENCLAVES DE RIQUEZA FORA DO CENTRO EXPANDIDO DA CIDADE 0ORÏM NUNCA UMA DIFEREN A FOI TÎO ACINTOSA QUANTO ANTES ! INCÙMODA PERGUNTA SOBRE A EXISTÐNCIA DE ALGUM PROJETO PARA REMO ÎO DA FAVELA FICOU SEM RESPOSTA PELA ASSESSORIA 2ESPOSTA QUE TRANQàILIZARIA OS MORADORES APREENSIVOS COM A POSSIBILIDADE DE SEREM RETIRADOS OU DE TEREM DE VENDER SUAS CASAS PARA A EXPANSÎO OU hSEGURAN Av DO EMPREENDIMENTO $A MESMA FORMA UM OUTRO SILÐNCIO CONSTRANGEDOR TEM SIDO O DOS VEÓCULOS DE COMUNICA ÎO QUE IGNORAM A PRESEN A DA FAVELA E EXALTAM OS NÞMEROS FARAÙNICOS DO CONDOMÓNIO QUE TEM COMO UM DOS SEUS PRINCIPAIS ATRATIVOS EXATAMENTE A SEGURAN A h0ROCESSOS COMO ESSE DE EXPULSÎO DA POPULA ÎO POBRE ACONTECEM EM TODA h6OCÐ TEM UM ORDENAMENTO ESTÏTICO NA CIDADE ONDE AS CIDADE $ESVENDAR COMO ISSO OCORRE Ï UM PRIMEIRO PASSO PARA A CONSTRU ÎO PESSOAS OLHAM SEMPRE O JOVEM NEGRO COM MEDO %SSAS DE UMA CIDADE MAIS JUSTA DA QUAL TODOS POSSAM DESFRUTARv ANALISA FRONTEIRAS QUE VÎO SE ERIGINDO NA CIDADE SÎO FRONTEIRAS OBJETIVAS TODA HORA 4IARAJU 0ABLO UM GRUPO DE MENINOS POBRES NEGROS JOVENS ESTÉ SENDO PARADO PELA POLÓCIA PARA ENTRAR NUM SHOPPING OU NUM ÙNIBUS ELE VAI REVISTADO -AS TEM TAMBÏM AS FRONTEIRAS SUBJETIVAS %U ACHO QUE O "RASIL Ï UM PAÓS MUITO CRUEL NESSE SENTIDO VOCÐ TEM UMA HIERARQUIZA ÎO SOCIAL MUITO FORTE LUGARES CERTOS ++ 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX LUGARES PRØPRIOS LUGARES IMPRØPRIOS ENTÎO O QUE EU ACHO QUE Ï MAIS CRUEL NO X =fc_X [\ J f GXlcf# )*&')&)''+% +, È=Xm\cX gifk\jkX \d cXe Xd\ekf [\ "RASIL E O QUE MAIS DIFÓCIL DE SE LUTAR CONTRA Ï ESTA INTERNALIZA ÎO DO OLHAR Zfe[fd e`f Y`c`fe}i`fÉ% @e :XikX DX`fi# ),&',&)''-% +- 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX SUSPEITOSO E TODA BARBÉRIE QUE ISSO ACARRETA v X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if% +. J<M:<EBF# E`ZfcXl% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
h! FORMA ÎO DOS BOLSÜES DE EXCLUSÎO TEM A VER COM A LØGICA DA CIDADE MODERNA NO SENTIDO EM QUE ELA Ï UMA ÉREA ALTAMENTE PLANEJADA E QUE JÉ TRAZ IMPLICITAMENTE NO PRØPRIO PLANEJAMENTO O PRINCÓPIO DA SEGREGA ÎO E DA EXCLUSÎO SOCIAL %STÉ NA ORIGEM DO PROBLEMA ³ CONSTITUTIVO DA CIDADE MODERNA NA MEDIDA EM QUE ELA SE DEFINE DESSA MANEIRA HÉ UMA DIMENSÎO n AQUELA QUE O PLANEJAMENTO ALCAN A n QUE Ï O MODERNO E ALI ONDE O PLANEJAMENTO NÎO ALCAN A Ï O NÎO MODERNO !Ó VOCÐ JÉ POR TABELA EXCLUI O QUE Ï A PARTE DA POPULA ÎO INTEGRADA NA MODERNIDADE E A PARTE QUE ESTÉ EXCLUÓDA OU SEGREGADA DELA E NESSE SENTIDO O PRØPRIO CRESCIMENTO DA CIDADE Ï O CONTÓNUO PROCESSO DE IDENTIFICA ÎO DESSE MESMO PROBLEMA /U SEJA O PRINCÓPIO DA DESIGUALDADE ESTÉ NO PROCESSO ORIGINÉRIO O QUE OBVIAMENTE TEM A VER COM A MANEIRA COMO A SOCIEDADE ORGANIZADA PELO MERCADO E PORTANTO PELO CONSUMO POR SI SØ Ï REPRODUTORA DE FORMAS DE DESIGUALDADE %SSA DESIGUALDADE OBVIAMENTE TEM UMA DEFINI ÎO QUE EM PRIMEIRO LUGAR Ï SOCIAL OS QUE TÐM E OS QUE NÎO TÐM MAS EM SEGUNDO LUGAR ELA TERÉ UMA DEFINI ÎO ÏTNICA PARTICULARMENTE NO CONTEXTO DE SOCIEDADES DE PASSADO COLONIAL QUE TRAZEM TODO UM LA O DE ESCRAVIDÎO E PORTANTO UMA DIMENSÎO SIGNIFICATIVA DAQUELA SOCIEDADE TRAZ ESSE ESTIGMA JÉ NA ORIGEM %NTÎO QUANDO HOUVER EXCLUSÎO E QUANDO HOUVER SEGREGA ÎO ESSA POPULA ÎO ESTIGMATIZADA Ï QUEM SERÉ PREFERENCIALMENTE A VÓTIMA DESSE PROCESSO %NTÎO O PROCESSO DE PLANEJAMENTO n QUE EM PRINCÓPIO SERIA UM SIGNO DA PROSPERIDADE DO PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO DA MODERNIDADE ENFIM NOMES ESSES TODOS POSITIVOS n VAI SIMULTANEAMENTE DIFUNDINDO ESSAS MARCAS DE EXCLUSÎO QUE PRATICAMENTE ASSINALAM OS GRUPOS QUE VÎO ESTAR DESDE SEMPRE E PARA SEMPRE EXCLUÓDOS PORQUE TAL MARCA SIGNIFICA EXATAMENTE O CONTRÉRIO OU SEJA GENTE QUE Ï ASSOCIADA COM O QUE Ï O PASSADO COM O QUE Ï O ATRASADO COM O QUE Ï UMA CONDI ÎO REGRESSIVA E UMA CONDI ÎO ANTI PROGRESSISTA E ANTI MODERNA .ESSE SENTIDO NÎO APENAS O ESTIGMA DO PASSADO JAMAIS Ï ELIMINADO COMO ELE Ï CADA VEZ MAIS INTENSIFICADO PELO PROCESSO DA PUBLICIDADE DA DIFUSÎO EM AMPLA ESCALA DAS IMAGENS COMO A FORMA DE GLAMURIZA ÎO DA
MERCADORIA E QUE VÎO SEMPRE CARREGAR ESSES MESMO ELEMENTOS DE VALORIZA ÎO DE UMA DIMENSÎO DA SOCIEDADE Ì DISPENSA DA ESTIGMATIZA ÎO E EXCLUSÎO DA OUTRA %MBORA A GENTE SINTA ISSO NA CARNE AQUI AGORA HOJE NESSE MOMENTO O PROCESSO Ï BASTANTE ANTIGO ELE TEM A RAIZ NO PASSADO COLONIAL % Ï CLARO QUE LUTAR CONTRA ESSE PROCESSO TEM UMA IMPLICA ÎO QUE VAI ALÏM DE APENAS TENTAR INTEGRAR GRUPOS MAS TEM QUE SE ENTENDER O CONJUNTO DESSA ESTRUTURA HISTØRICA E TENTAR DECOMPOR DESARMAR DESESTRUTURAR ESSA HERAN A COMPLEXA QUE VEM DO PASSADO 3ÎO 0AULO Ï QUASE QUE UMA EXCE ÎO NO CONJUNTO DAS CIDADES BRASILEIRAS .O CONJUNTO DAS CIDADES BRASILEIRAS HÉ UMA TENDÐNCIA DE CONVÓVIO DE SEGMENTOS PRØSPEROS COM GENTE DE ORIGEM MAIS HUMILDE QUE NÎO NECESSARIAMENTE SE MISTURAM MAS QUE PELO MENOS SE VÐEM QUE DE ALGUMA FORMA SE TANGENCIAM QUE CONVIVEM 3ÎO 0AULO Ï UMA DAS POUCAS CIDADES DO PAÓS n "RASÓLIA TALVEZ SERIA O OUTRO ÞNICO GRANDE EXEMPLO n EM QUE SE FORMOU UM IMENSO BOLSÎO DE PRIVILÏGIO EMPURRANDO A MISÏRIA PARA UMA PARTE EM QUE ELA SE TORNASSE INVISÓVEL OU PELO MENOS FICASSE LONGE DE QUALQUER ESPÏCIE DE CONVÓVIO COM ESSA ÉREA PRIVILEGIADA .ESSE SENTIDO O PROCESSO DE EXCLUSÎO SOCIAL DE SEGREGA ÎO SOCIAL EM 3ÎO 0AULO Ï MAIS PERVERSO DO QUE NO CONJUNTO DO PAÓS % OBVIAMENTE ELE TENDE A SE REPRODUZIR COM ESSAS MESMAS CARACTERÓSTICAS .A MEDIDA EM QUE A CIDADE NÎO TEM MAIS ESPA O PARA SE EXPANDIR n PORQUE ESTARIA ATRAVESSANDO ESSE BOLSÎO DE MISÏRIA n A IDÏIA Ï EXPANDIR PARA SUBÞRBIOS DISTANTES QUE SE REPRODUZAM COMO CIDADES MURALHAS FORTIFICADAS QUASE COMO CASAMATAS EM QUE A POPULA ÎO FIQUE COMPLETAMENTE LACRADA SEM QUE HAJA POSSIBILIDADE DE GENTE DO ÊMBITO EXTERNO PENETRAR OU DE QUE QUEM ESTEJA LÉ DENTRO SAIA A NÎO SER EM VEÓCULOS BLINDADOS OU EM HELICØPTEROS QUE DE UMA ÉREA DE PRIVILÏGIO VAI PARA UMA OUTRA ÉREA DE PRIVILÏGIO SEM QUALQUER CONTATO COM O QUE HAJA NO MEIO .ESSE SENTIDO DE FATO 3ÎO 0AULO Ï O PIOR EXEMPLO PARA O PAÓS E AQUI A SITUA ÎO Ï MAIS DIFÓCIL DE SER ENFRENTADA DO QUE EM QUALQUER OUTRA PARTE JUSTAMENTE PORQUE ESSE CONVÓVIO NÎO FAZ PARTE DO COTIDIANO DE GRANDE PARTE DA POPULA ÎO QUE VIVE EM CONDI ÜES PRIVILEGIADAS NO ÊMBITO PAULISTANO v
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Ocupação Prestes Maia: quilombo urbano
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-AS EIS QUE SURGE COMO HERØI POP MILAGREIRO VISLUMBRE DE PADIM RAIO DE XANGÙ O DE &EVEREIRO O GRUPO UM TANTO COMITIVA GUERREIRA LIGA DA JUSTI A E BLOCO $O SACO SURGE A BANDEIRA AZOUGUE PARA NÎO TERMINAR O CARNAVAL % ELA VAI SE DESFRALDANDO SEM HINOS NA SINCOPE DO GRUPO !BERTA COMO SÓMBOLO NÎO DA .A ÎO COISA MAIOR MAS DAQUELAS PEQUENAS E SENHORAS SELVAGERIAS %SCANCARADA CLAMA AOS CÏUS A INCERTEZA DO SENTIDO %STANDARTE ANUNCIANDO A DERROTA DA CERTEZA UNÓVOCA :UMBI SOMOS NØS &RASE GRAVADA NO AR INCØGNITA NA CAL ADA :UMBI SOMOS NØS :UMBI GUERREIRO OU PARIAS 6ENCEDORES OU VENCIDOS )MORTAL HERØI OU MORTOS VIVOS :UMBIS SOMOS NØS 3ENHORES OU FANTASMAS %STANDARTE OU MORTALHA 5MA FERIDA EXPOSTA NO MEIO DA RUA UMA QUESTÎO COLOCADA PARA TODOS SEM NENHUM FLOREIO .ÎO MAIS A OP ÎO POR SER MARGINAL E SER HERØI MAS PELO MENOS PODER SER !QUELA BANDEIRA ALI ABERTA ERA A DISSOLU ÎO DO LINEAR E A DISPERSÎO DOS SENTIDOS ATE ENTÎO POSSÓVEIS :UMBIS SOMOS NØS / BLOCO AO REDOR DO PANO PINTADO VOLTAVA Ì FOLIA AZOUGUE FAZENDO EFEITO FULMINANTE ! FRASE ONDULAVA E REPERCUTIA NO VENTO / BLOCO CRESCEU ERAM SEM TETOS BURGUESES BRANCOS PRETOS MASCARADOS DESDENTADOS E DOUTORES %RA TORCIDA ORGANIZADA DE UM TIME CAMPEÎO %RAM TODOS E ERA NENHUM $AS JANELAS ESCRITURÉRIOS OFICIAIS E RÉBULAS LIAM A SENTEN A E TAMBÏM PENSAVAM 3OMOS NØS :UMBIS 3OU EU :UMBI 3ÎO ELES QUE EXISTEM RESISTEM E INCOMODAM #OISA RÉPIDA RELÊMPAGO E A EQUA ÎO SE DESMONTOU DEIXANDO UM VAZIO OCUPANDO A ÉREA UM SILÐNCIO ESPALHADO E A PERGUNTA EM LETRAS GARRAFAIS NEGRAS SOBRE O BRANCO AINDA REPERCUTINDO NAS CABE AS $ÞVIDA CRAVADA NA MEMØRIA NO DESEJO DE UM POUCO MAIS DE CADA UM 0OLICIAIS PERGUNTAM E OUSAM QUESTIONAR O QUE PODEMOS DIZER QUE NEM MESMO ACONTECEU -AIS UM DE FEVEREIRO DIA COMO OUTRO QUALQUER MAS COM UM MONUMENTO ERGUIDO NAS MEMØRIAS GRAVADO :UMBIS
SOMOS NØS
%RA UMA MEMØRIA VIVIDA DO AVESSO ERA MANIFESTO LEMBRAN A DA TRAGÏDIA
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K\okf \em`X[f gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if g\cf ZliX[fi I`ZXi[f Dle`q =\ieXe[\j \d )''-% +0 ;fjj` [\e eZ`X1 M`fcX \j [fj ;`i\`kfj ?ldXefj ef Z\ekif [\ J f GXlcf s = ild :\ekif M`mf# )''-%
F gi [`f [X Xm\e`[X Gi\jk\j DX`X# 0((# Zfd Z\iZX [\ +.' ]Xd c`Xj hl\ `ek\^iXd f Dfm`d\ekf J\d$ K\kf [f :\ekif DJK: # XYi`^X *(, Zi`Xe Xj# */' X[fc\jZ\ek\j# ,-( dlc_\i\j \ +-- _fd\ej% F Gi\jk\j DX`X# ld [fj dX`fi\j \[`] Z`fj fZlgX[fj [X 8d i`ZX CXk`eX# ld `d m\c Zfd [ m`[Xj [\ @dgfjkf Gi\[`Xc K\ii`kfi`Xc \ LiYXef @GKL [\ dX`j [\ I , d`c_ \j% <c\ a} k\m\ jlX i\`ek\^iX f [\ gfjj\ dXiZX[X X gXik`i [\ (, [\ ]\m\i\`if [\ )''- \ gfjk\i`fid\ek\ gfjk\i^X[X gfi [f`j d\j\j# Xg j `eZfek}m\`j \j]fi fj k Ze`Zfj# jfZ`X`j \ gfc k`Zfj alekf X \ek`[X[\j ^fm\ieXd\ekX`j cfZX`j# \jkX[lX`j# ]\[\iX`j# `ek\ieXZ`feX`j \ fi^Xe`jdfj \ `ejk`kl` \j [\ [\]\jX [fj [`i\`kfj _ldXefj% ?} hlXj\ j\`j d\j\j# fj dfiX[fi\j hl\ m`m\d eXj [lXj kfii\j [f \[`] Z`f [\j[\ efm\dYif [\ )'') j\ \eZfekiXd jfY f k\dfi [f [\jg\af \ [\ ld Zfe]ifekf Zfd f ^iXe[\ \]\k`mf gfc`Z`Xc hl\# j\^le[f `ek\^iXek\j [f :fdXe[f [X Gfc Z`X D`c`kXi# \jkXi`Xd gifekfj ÈgXiX f hl\ [\i \ m`\iÉ% Fj dfiX[fi\j i\ZcXdXd f i\Zfe_\Z`d\ekf [f j\l [`i\`kf ~ dfiX[`X \ X m`m\i eldX i\^` f [X Z`[X[\ j\im`[X [\ j\im` fj \ `e]iX$\jkilkliX \# \jg\Z`Xcd\ek\# fe[\ X dX`fi`X [\c\j kiXYXc_X% 8 Xd\X X [\ [\jg\af m\d j\e[f \m`kX[X Xg\eXj gfi ZXljX [X ^iXe[\ dfY`c`qX f \ i\g\iZljj f jfZ`Xc [X clkX [fj dfiX[fi\j [f \[`] Z`f Gi\jk\j DX`X g\cf j\l [`i\`kf ~ Z`[X[\%
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6 .4
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A indústria do medo e as bolhas de segurança
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%STAMOS ACOSTUMADOS DESDE PEQUENOS A VIVENCIAR A VIOLÐNCIA NOS ÊMBITOS FAMILIAR E ESCOLAR .O PAÓSES ESCANDINAVOS POR EXEMPLO QUALQUER FORMA DE VIOLÐNCIA Ï INACEITÉVEL .O "RASIL ATIVIDADES DE LAZER SÎO RECHEADAS DE VIOLÐNCIA PERSONAGENS DE NOVELAS SE ATACAM FISICAMENTE EM HORÉRIO NOBRE E ISSO Ï CONSIDERADO ENTRETENIMENTO .ESSE CONTEXTO O PAPEL DA POLÓCIA QUANDO REPRESSIVO E VIOLENTO Ï CONSIDERADO ACEITÉVEL SENÎO ENCORAJADO POR BOA PARTE DA SOCIEDADE .UM PROCESSO DE A ÎO E REA ÎO VIOLÐNCIA GERA VIOLÐNCIA QUE NOS ÞLTIMOS DIAS TEM SIDO ORQUESTRADA PELO CRIME ORGANIZADO MAS QUE TEM SE ESPALHADO DE FORMA DESORDENADA AFETANDO PRINCIPALMENTE QUEM VIVE FORA DAS BOLHAS DE SEGURAN A ! TAXA DE HOMICÓDIOS TANTO NA CAPITAL QUANTO NO %STADO DE 3ÎO 0AULO TEM CAÓDO DESDE ,ESÎO CORPORAL TEM AUMENTADO O QUE INDICA QUE A VIOLÐNCIA TEM SE TORNADO MENOS LETAL %SSES INDICADORES DEVERIAM AFETAR O QUANTO A POPULA ÎO SE SENTE SEGURA MAS O SENTIMENTO DE SEGURAN A Ï DETERMINADO POR OUTROS FATORES QUE VÎO ALÏM DA CRIMINALIDADE PROPRIAMENTE DITA .AS ÞLTIMAS DÏCADAS A SEGURAN A SE TORNOU UMA MERCADORIA %SSA INDÞSTRIA CRESCEU MUITO E TEM ATINGIDO DIFERENTES ESTRATOS DA SOCIEDADE QUE PODEM PAGAR POR ISSO !S CIDADES SE TRANSFORMARAM #ADA VEZ QUE VOLTO Ì MINHA CIDADE NATAL VEJO QUE OS MUROS QUE RODEIAM AS CASAS ESTÎO MAIS ALTOS E AS FACHADAS DAS CASAS HERMETICAMENTE FECHADAS &IOS ELÏTRICOS CÎES DE GUARDA GUARDAS NOTURNOS CADEADOS GRADES ALARMES PORTEIROS 4UDO FAZ PARTE DESSA INDÞSTRIA QUE AJUDA A MANTER O NÓVEL DE INSEGURAN A LATENTE .O "RASIL MUITOS NÎO CONSIDERAM O CONTEXTO EM QUE A VIOLÐNCIA Ï GERADA COMO SE SURGISSE DO NADA E Ï ASSIM QUE ELA Ï CONSIDERADA PELAS POLÓTICAS DE SEGURAN A BRASILEIRAS
h%SSA INDÞSTRIA DO MEDO NÎO PODE SER EXAMINADA SE A GENTE NÎO EXAMINAR TAMBÏM O PAPEL DA MÓDIA NESSA INDÞSTRIA NESSE CONTEXTO ! MARCA DAS ÞLTIMAS DÏCADAS Ï DE UMA MÓDIA QUE TRATOU DESSA QUESTÎO DE UMA FORMA MUITO SENSACIONALISTA E EXPLORANDO CERTAMENTE ESSAS FIGURAS SOBRE AS QUAIS DEVERIA RECAIR A PREOCUPA ÎO DO APARATO DE SEGURAN A PÞBLICA % EVIDENTEMENTE SE VOCÐ PROJETA E CONTINUAMENTE PUBLICA E REPUBLICA IMAGENS DE ALGUNS DESSES CRIMINOSOS ALGUNS DELES NEGROS VOCÐ TAMBÏM CONTRIBUI PARA CRISTALIZAR UMA IMAGEM DE QUEM Ï O CRIMINOSO 1UER DIZER EU ACHO QUE A MÓDIA TAMBÏM CONTRIBUI PARA ISSO v
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h/ MEDO Ï O EIXO CENTRAL DE MANTER AS HIERARQUIAS SOCIAIS ÏTNICAS E CULTURAIS BRASILEIRAS MAS TEM ALGO QUE SEMPRE TRANSBORDA E ISSO ESTÉ SEMPRE TRANSBORDANDO .OSSO PRINCIPAL VENENO Ï A NATURALIZA ÎO DOS LUGARES MARCADOS % QUANDO EU FALO QUE VAZA Ï PORQUE O TEMPO TODO ISSO ESTÉ EXPLODINDO ! ESTRATÏGIA DO MEDO Ï A QUE MANTÏM ESSA PERVERSIDADE ESSE ÓNDICE DE LETALIDADE E ESSA HIERARQUIA SOCIAL TÎO CRUEL BRASILEIRA % NÎO Ï Ì TOA QUE O "USH TAMBÏM TRABALHA O TEMPO TODO COM MEDO MEDO DOS ÉRABES MEDO DE UM ATENTADO E Ï ISSO QUE VAI ENDURECENDO VAI LEGITIMANDO Ï TORTURA v
,' :<::8KF# M e`X% <eki\m`jkX gXiX X =fc_X [\ J f GXlcf# )(&',&)''-% ,( C<D>IL9<I# Alc`kX% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if% ,) 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
07
CR I MIN A L IZ A ÇÃ O E C ON FI N A M E N TO
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iá t ic a ç ã o m id n e v r e t u m a in 7.1. P C C : ação" " d e m o n iz e d o s s oce 7.2. O p r ç ã o d e u m novo tru s n na co p ú b li c o in im igo ade n e c e s s id s t iç a a s s o n r fa z e r o d e ju 7.3. S a t is a c o m u m t e a t nç d e v in ga formas ntar as e v in e r is a m o s 7.4 . P r e c n c ia iv ê d e c o nv
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7. 1
PCC: uma intervenção midiática
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h! ORGANIZA ÎO QUE SURGE DALI Ï PROPORCIONAL ÌS VIOLÐNCIAS SOFRIDAS PELAS PESSOAS QUE ESTÎO DENTRO DO SISTEMA .ØS ESTAMOS MUITO IMPREGNADOS DO DOGMA DA PENA ! PENA n A PENALIZA ÎO A PRISÎO n SØ TRAZ DOR SOFRIMENTO ELA NÎO SERVE PARA NADA / NEOLIBERALISMO CRIMINALIZA A CONFLITIVIDADE SOCIAL PORQUE ELA NÎO TEM OUTRA OP ÎO PARA ESSA POTÐNCIA JUVENIL E PRINCIPALMENTE PARA OS AFRO DESCENDENTES v
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#OMO INTEGRANTE DO 0RIMEIRO #OMANDO DA #APITAL O 0## VENHO PELO ÞNICO MEIO ENCONTRADO POR NØS PARA TRANSMITIR UM COMUNICADO PARA A SOCIEDADE E OS GOVERNANTES ! INTRODU ÎO DO 2EGIME $ISCIPLINAR $IFERENCIADO ;2$$= PELA ,EI NO INTERIOR DA FASE DE EXECU ÎO PENAL INVERTE A LØGICA DA EXECU ÎO PENAL % COERENTE COM A PERSPECTIVA DE ELIMINA ÎO E INABILITA ÎO DOS SETORES SOCIAIS REDUNDANTES LEIA SE gA CLIENTELA DO SISTEMA PENALg A NOVA PUNI ÎO DISCIPLINAR INAUGURA NOVOS MÏTODOS DE CUSTØDIA E CONTROLE DA MASSA CARCERÉRIA CONFERINDO Ì PENA DE PRISÎO O NÓTIDO CARÉTER DE CASTIGO CRUEL / 2EGIME $ISCIPLINAR $IFERENCIADO AGRIDE O PRIMADO DA RESSOCIALIZA ÎO DO SENTENCIADO VIGENTE NA CONSCIÐNCIA MUNDIAL DESDE O ILUSIONISMO ;SIC= E PEDRA ANGULAR DO SISTEMA PENITENCIÉRIO A ,%0 *É EM SEU PRIMEIRO ARTIGO TRA A COMO OBJETIVO DO CUMPRIMENTO DA PENA A REINTEGRA ÎO SOCIAL DO CONDENADO A QUAL Ï INDISSOCIÉVEL DA EFETIVA ÎO DA SAN ÎO PENAL 0ORTANTO QUALQUER MODALIDADE DE CUMPRIMENTO DE PENA EM QUE NÎO HAJA CONSTÊNCIA DOS DOIS OBJETIVOS LEGAIS CASTIGO E A REINTEGRA ÎO SOCIAL COM OBSERVÊNCIA APENAS DO PRIMEIRO MOSTRA SE ILEGAL EM CONTRADI ÎO Ì #ONSTITUI ÎO &EDERAL 1UEREMOS UM SISTEMA CARCERÉRIO COM CONDI ÜES HUMANAS NÎO UM SISTEMA FALIDO DESUMANO NO QUAL SOFREMOS INÞMERAS HUMILHA ÜES E ESPANCAMENTOS .ÎO ESTAMOS PEDINDO NADA MAIS DO QUE ESTÉ DENTRO DA LEI 3E NOSSOS GOVERNANTES JUÓZES DESEMBARGADORES SENADORES DEPUTADOS E MINISTROS TRABALHAM EM CIMA DA LEI QUE SE FA A JUSTI A EM CIMA DA INJUSTI A QUE Ï O SISTEMA CARCERÉRIO SEM ASSISTÐNCIA MÏDICA SEM ASSISTÐNCIA JURÓDICA SEM TRABALHO SEM ESCOLA ENFIM SEM NADA 0EDIMOS AOS REPRESENTANTES DA LEI QUE SE FA A UM MUTIRÎO JUDICIAL POIS EXISTEM MUITOS SENTENCIADOS COM SITUA ÎO PROCESSUAL FAVORÉVEL DENTRO DO PRINCÓPIO DA DIGNIDADE HUMANA / SISTEMA PENAL BRASILEIRO Ï NA VERDADE UM VERDADEIRO DEPØSITO HUMANO ONDE LÉ SE JOGAM SERES HUMANOS COMO SE FOSSEM ANIMAIS / 2EGIME $ISCIPLINAR $IFERENCIADO Ï INCONSTITUCIONAL / %STADO $EMOCRÉTICO DE $IREITO TEM A OBRIGA ÎO E O DEVER DE DAR O MÓNIMO DE CONDI ÜES DE SOBREVIVÐNCIA PARA OS SENTENCIADOS 1UEREMOS QUE A LEI SEJA CUMPRIDA NA SUA TOTALIDADE .ÎO QUEREMOS OBTER NENHUMA VANTAGEM !PENAS NÎO QUEREMOS E NÎO PODEMOS SERMOS ;SIC= MASSACRADOS E OPRIMIDOS 1UEREMOS QUE UM AS PROVIDÐNCIA SEJAM TOMADAS POIS NÎO VAMOS ACEITAR E NÎO FICAREMOS DE BRA OS CRUZADOS PELO QUE ESTÉ ACONTECENDO NO SISTEMA CARCERÉRIO $EIXAMOS BEM CLARO QUE NOSSA LUTA Ï CONTRA OS GOVERNANTES E OS POLICIAIS % QUE NÎO MEXAM COM NOSSAS FAMÓLIAS QUE NÎO MEXEREMOS COM AS DE
7. 2
O processo de "demonização"na construção de um novo inimigo público
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$O PONTO DE VISTA DAS ELITES BRASILEIRAS AS MASSA URBANAS DE TRABALHADORES EM SUA MAIORIA NEGROS VIVENDO NOS MORROS QUILOMBADOS CONSTITUEM CONTINGENTES PERIGOSOS 2EIVINDICAM SE MAIS E MAIS INVESTIMENTOS NOS MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL PENAS MAIS DURAS / ESTEREØTIPO DO BANDIDO VAI SE CONSUMANDO NA FIGURA DE UM JOVEM NEGRO FUNKEIRO MORADOR DE FAVELA PRØXIMO DO TRÉFICO DE DROGAS VESTIDO COM TÐNIS BONÏ CORDÜES PORTADOR DE ALGUM SINAL DE ORGULHO OU DE PODER E DE NENHUM SINAL DE RESIGNA ÎO AO DESOLADOR CENÉRIO DE MISÏRIA E FOME QUE O CIRCUNDA ! MÓDIA A OPINIÎO PÞBLICA DESTACA O SEU CINISMO A SUA
AFRONTA 3ÎO CAMELÙS FLANELINHAS PIVETES E ESTÎO POR TODA PARTE ATÏ EM SUPOSTOS ARRASTÜES NA PRAIA .ÎO MERECEM RESPEITO OU TRÏGUA SÎO OS SINAIS VIVOS OS INSTRUMENTOS DO MEDO E DA VULNERABILIDADE PODEM SER ESPANCADOS LINCHADOS EXTERMINADOS OU TORTURADOS 1UEM OUSAR INCLUÓ LOS NA CATEGORIA CIDADÎ ESTARÉ FORMANDO FILEIRAS COM O CAOS E A DESORDEM E SERÉ TAMBÏM TEMIDO E EXECRADO %XISTE ALGUMA COISA DE NOVO NESTA CONFIGURA ÎO SIMBØLICA DA CRISE URBANA BRASILEIRA /U HISTORICAMENTE SE REPRODUZ TODO O PROCESSO DE FORMA ÎO DE NOSSAS CIDADES CONCENTRA ÎO DE DESCENDENTES DE EX ESCRAVOS
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h/ DRAMA DAS NOSSAS CIDADES O DRAMA DAS NOSSAS ÉREAS METROPOLITANAS Ï O DRAMA DE UMA QUANTIDADE ENORME DE JOVENS QUE POR ABSOLUTA LIMITA ÎO DE POSSIBILIDADE DE ASCENSÎO SOCIAL E DE USUFRUIR DOS PADRÜES DE CONSUMO DESSA SOCIEDADE CLARAMENTE NÎO TEM OUTRAS OPORTUNIDADES QUE NÎO TEM OUTRAS OP ÜES E ACABAM OPTANDO PELA OP ÎO DO CRIME / PROBLEMA NÎO Ï RELA ÎO DA POBREZA COM A CRIMINALIDADE / PROBLEMA Ï O TIPO DE CRIME QUE O POBRE COMETE E O TIPO DE CRIME QUE O RICO COMETE %M GERAL OS CRIMES DOS POBRES SÎO CRIMES COMETIDOS NO ESPA OS PÞBLICOS E EM GERAL SÎO OS CRIMES CONTRA O PATRIMÙNIO n SÎO FURTOS ROUBOS OU MAIS RECENTEMENTE A GENTE TEM ESSA JUVENTUDE POBRE QUE CLAMA POR INCLUSÎO ENVOLVIDA NO TRÉFICO QUE Ï UMA FORMA TAMBÏM DE PARTICIPAR DESSA SOCIEDADE DE CONSUMO EM GERAL O CRIME DO RICO ACONTECE NUM ESPA O PRIVADO %NTÎO Ï MUITO MENOS VISÓVEL JÉ NUM PRIMEIRO MOMENTO %LE VAI ESTAR MUITO MENOS EXPOSTO AO CONTROLE DA POLÓCIA DO QUE O CRIME DO POBRE
!S LEIS SÎO FEITAS POR UMA ELITE DE ACORDO COM SEUS PRØPRIO INTERESSES &OUCAULT DIZIA hPARA DEIXAR NO CLARO A CRIMINALIDADE QUE SE
QUER ABATERv E hDEIXAR NO ESCURO A CRIMINALIDADE QUE NÎO SE QUER COMBATERv OU SEJA A CRIMINALIDADE DA CLASSE DOMINANTE PASSA BASICAMENTE PELA CORRUP ÎO PELAS JOGADAS n QUE PODEM SER JOGADAS EM "OLSAS DE 6ALORES n QUE AO FIM VÎO PREJUDICAR MILHARES DE PESSOAS -AS A MAIOR PARTE DESSES ATOS NÎO ESTÉ TIPIFICADA NO #ØDIGO 0ENAL E NÎO VÎO SER SUJEITOS A QUALQUER CONTROLE POR PARTE DO ARCABOU O *URÓDICO 0ENAL DO PAÓS .ÎO HÉ UMA ÉREA DE ATUA ÎO DO CRIME ORGANIZADO SEJA TRÉFICO DE DROGAS TRÉFICO DE ARMAS TRÉFICO DE CARGAS ROUBO DE BANCO EM QUE VOCÐ PERCEBA UM MÓNIMO DE ESTRUTURA DESSES GRUPOS CRIMINOSOS EM QUE NÎO HAJA PARTICIPA ÎO DE POLICIAIS /U ELES PARTICIPAM REALMENTE COMO PARCEIROS OU ELES PARTICIPAM DANDO PROTE ÎO A ESSES GRUPOS v
h;%M RELA ÎO Ì= JUVENTUDE NEGRA BRASILEIRA VOCÐ ESTÉ DIVIDIDO ENTRE A CRIMINALIZA ÎO E A CARIDADE VOLUNTÉRIA ! CARIDADE VOLUNTÉRIA VAI SEMPRE TRABALHAR COM UMA IDENTIDADE VISUAL QUE VAI DIZER O SEGUINTE AJUDE ESSE MENINO ANTES QUE ELE VIRE UM CRIMINOSO / MENINO Ï ASSIM ELE TEM QUE SER AJUDADO PORQUE Ï COMO ELE FOSSE UM CRIMINOSO NATURAL ! GENTE TEM UM PARADIGMA DE CONTROLE SOCIAL E DE CONTROLE POLICIAL QUE Ï UM PARADIGMA DE CONTROLE TOTAL NÎO O PARADIGMA DA TOLERÊNCIA DE DEIXAR DE CONVERSAR Ï UMA COISA MEIO INQUISITORIAL .A CONSTRU ÎO SOCIAL DA FIGURA DO TRAFICANTE NÎO TEM NADA QUE SE ASSEMELHE MAIS A FIGURA DO HEREGE NA INQUISI ÎO DO QUE A FIGURA DO TRAFICANTE 1UEM Ï QUE ESTÉ CONFINADO .ÎO SÎO AS ELITES GRADEADAS QUE ESTÎO AÓ MANTENDO A INDÞSTRIA DO CONTROLE SOCIAL E A INDÞSTRIA DA SEGURAN A QUE Ï HIPER LUCRATIVA NO CAPITALISMO HOJE E TENTANDO CONFINAR OS MIL PRESOS NUMA FORMA VERGONHOSA v
,, 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% ;`] Z\`j >Xe_fj =}Z\`j Æ [if^Xj \ alm\ekl[\ gfYi\ ef I`f [\ AXe\`if% I`f [\ AXe\`if# I\mXe# )''*% g% *-% , C<D>IL9<I# Alc`kX% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if% ,. 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
7. 3
Satisfazer nossa necessidade de vingança com um teatro de justiça
((.
!S PESSOAS ESTÎO CONVENCIDAS DE QUE A PENA Ï REGULADORA DE CONFLITOS SOCIAIS ! GENTE CONVIVE COM CORPOS DE JOVENS NEGROS JOGADOS NA VALA NA CA AMBA % ISSO Ï NATURALIZADO / MEDO Ï INCENTIVADO ELE INTERESSA 0ARA SE MANTER UMA ORDEM MUITO INJUSTA SØ SE DISCIPLINA POR MEIO DO TERROR ³ A PUNI ÎO ALÏM DO CRIME ³ O CONTROLE SOCIAL
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5MA VEZ CONSTATADA A RAPIDEZ COM QUE OS CAPITALISTAS SELVAGENS DO TRÉFICO DE DROGAS DESESTABILIZARAM O COTIDIANO DO ESTADO MAIS RICO DO "RASIL NÎO DÉ MAIS PARA ESCONDER O FATO DE QUE NOSSA PRECÉRIA TRANQàILIDADE DEPENDE INTEGRALMENTE DA TRANQàILIDADE DELES 3E OS DEFENSORES DA LEI E DA ORDEM NÎO MEXEREM COM SEUS NEGØCIOS ELES NÎO MEXEM CONOSCO #ASO CONTRÉRIO SE SEUS INTERESSES FOREM AFETADOS ELES PÜEM PARA FUNCIONAR IMEDIATAMENTE A REDE DE MISERÉVEIS A SERVI O DO TRÉFICO CONECTADA ATRAVÏS DE CELULARES AUTORIZADOS PELO SISTEMA CARCERÉRIO QUE OUTRA EXPLICA ÎO PARA A FALTA DE BLOQUEADORES E DE DETECTORES DE METAL NOS PRESÓDIOS E TOLERADAS PELO GOVERNADOR DE PLANTÎO .O CASO O MESMO GOVERNADOR QUE NA HORA DO APERTO REJEITOU TRABALHAR EM COLABORA ÎO COM A 0OLÓCIA &EDERAL E HORAS DEPOIS NEGOU TER FEITO ACORDOS COM OS LÓDERES DO 0## 3EGUNDA FEIRA NOS TELEJORNAIS O GOVERNADOR ,EMBO NOS FEZ RECORDAR A RETØRICA AUTORITÉRIA DOS MILITARES NADA A DECLARAR ALÏM DE hTUDO TRANQàILO TUDO SOB CONTROLEv ³ PRECISO ENCONTRAR SUSPEITOS ENFRENTÉ LOS A TIROS MOSTRAR ALGUNS CADÉVERES Ì SOCIEDADE
3ATISFAZER NOSSA NECESSIDADE DE JUSTI A COM UM TEATRO DE VINGAN A ! ESQUIZOFRENIA DA CONDI ÎO DOS POLICIAIS MILITARES FOI REVELADA POR ALGUMAS NOTÓCIAS DE JORNAL ENCAPUZADOS COMO BANDIDOS EXECUTAM INOCENTES SEM RAZÎO ALGUMA PARA A SEGUIR EXIBINDO A FARDA FINGIREM TER CHEGADO A TEMPO DE LEVAR A VÓTIMA PARA O HOSPITAL )SSO Ï O QUE ALGUNS 0-S FAZEM NA PERIFERIA NOS BAIRROS POBRES ONDE TAMBÏM ELES MORAM ONDE O DESAMPARO EM RELA ÎO Ì LEI Ï MAIS ANTIGO E MAIS RADICAL DO QUE NAS REGIÜES MAIS CENTRAIS DA CIDADE .AS RUAS ESCURAS DAS PERIFERIAS OS 0-S CUMPREM SEU DEVER DE VINGAN A E ATIRAM NO ENTREGADOR DE PIZZA !TIRAM NO MENINO QUE ESPERAVA A NOIVA NO PONTO DE ÙNIBUS OU NOS ANÙNIMOS QUE CONVERSAM DESPREVENIDOS NUMA ESQUINA QUALQUER .O MOTOBOY QUE FUGIU ASSUSTADO n QUEM MANDOU FUGIR !LGUMA ELE
FEZ .ÎO PERCEBEM n OU PERCEBEM n QUE O ARBÓTRIO E A TRUCULÐNCIA COM QUE TRATAM A POPULA ÎO POBRE CONTRIBUI PARA O PRESTÓGIO DOS CHEFES DO CRIME QUE ÌS VEZES SE OFERECEM ÌS COMUNIDADES COMO ÞNICA ALTERNATIVA DE PROTE ÎO !SSIM A POLÓCIA VEM hTRANQàILIZANDOv A CIDADE AO APRESENTAR UM NÞMERO DE CADÉVERES hSUSPEITOSv SUPERIOR AO NÞMERO DE SEUS COMPANHEIROS MORTOS PELO TERRORISMO DO TRÉFICO .O "RASIL NINGUÏM A NÎO SER OS FAMILIARES DAS VÓTIMAS REPROVA A POLÓCIA PELAS EXECU ÜES SUMÉRIAS DE CENTENAS DE hSUSPEITOSv -AS ATÏ MESMO OS FAMILIARES TÐM MEDO DE DENUNCIAR O ARBÓTRIO TEMENDO RETALIA ÜES !QUI ACHAMOS MELHOR FINGIR QUE OS SUSPEITOS ERAM PERIGOSOS E SEUS ASSASSINATOS SÎO CONDI ÎO NA NOSSA SEGURAN A $EIXEMOS O -ARCOLA EM PAZ ELE SØ ESTÉ CUIDANDO DE SEUS NEGØCIOS .EGØCIOS QUE SE LEGALIZADOS DEIXARIAM O CAMPO DE FOR AS MUITO MAIS CLARO E MENOS VIOLENTO MORRE MUITO MAIS GENTE INOCENTE NA GUERRA DO TRÉFICO DO QUE MORRERIAM DE OVERDOSE SE AS DROGAS FOSSEM LIBERADAS n DISSO ESTOU CERTA -AS SÎO NEGØCIOS QUE SE LEGALIZADOS DARIAM MUITO MENOS LUCRO / CRIME Ï QUE COMPENSA %NTÎO FICAMOS ASSIM O ESTADO NEGOCIA SEUS INTERESSES COM OS DO -ARCOLA UM HOMEM PODEROSO FINO QUE LÐ $ANTE !LIGHIERI E TEM MUITO DINHEIRO $EIXA EM PAZ OS SUPERIORES DO -ARCOLA QUE VIVEM SOLTOS POR AÓ NO #ONGRESSO TALVEZ OU ABRIGADOS EM ALGUMAS SECRETARIAS DE GOVERNO $ELES PELO MENOS A POPULA ÎO SABE O QUE PODE E O QUE NÎO PODE ESPERAR % JÉ QUE Ï PRECISO DAR ALGUMA SATISFA ÎO Ì SOCIEDADE ASSUSTADA DEIXEMOS A POLÓCIA Ì VONTADE PARA MATAR SUSPEITOS NA CALADA DA NOITE /S POLICIAIS SE ARRISCAM TANTO COITADOS 'ANHAM TÎO POUCO PARA SERVIR Ì SOCIEDADE E PODEM TÎO POUCO CONTRA OS CRIMINOSOS DE VERDADE %LES PRECISAM ACREDITAR EM ALGUMA COISA PRECISAM DE ALGUMA COMPENSA ÎO *É QUE NÎO TEMOS JUSTI A POR QUE NÎO NOS CONTENTAR COM A VINGAN A /S MENINOS PARDOS E POBRES DA PERIFERIA ESTÎO AÓ PARA ISSO MESMO 0ARA MORRER NA LISTA DOS SUSPEITOS ANÙNIMOS 0ARA SEREM EXECUTADOS PELA POLÓCIA OU PELOS TRAFICANTES 0ARA SE VICIAREM EM CRACK E SE ALISTAR NAS FILEIRAS DOS SOLDADINHOS DO TRÉFICO 0ARA SUSTENTAR NOSSA ILUSÎO DE QUE OS BANDIDOS ESTÎO
((0
7.4 .OSSA POLÓTICA CRIMINAL DE DROGAS NÎO DIMINUIU A PRODU ÎO PELO CONTRÉRIO ELA AUMENTOU NÎO DIMINUI O CONSUMO NÎO DIMINUIU O TRÉFICO AUMENTOU A VIOLÐNCIA E A CORRUP ÎO %M TUDO O QUE ELA SE PROPÜE A FAZER ELA Ï UM FRACASSO RETUMBANTE %NTÎO NØS TEMOS QUE PENSAR O SEGUINTE PARA QUE ELA SERVE v ()'
Precisamos reinventar as formas de convivência
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h/U A GENTE APERFEI OA OS CONTROLES INTERNOS E OS CONTROLES EXTERNOS PARA QUE REALMENTE A GENTE TENHA CONDI ÎO DE EXCLUIR OS QUADROS DAS POLÓCIAS DOS MAUS POLICIAIS OU NØS VAMOS CONTINUAR REFÏNS DO CRIME ORGANIZADO #ONSTRUÓRAM SE UNIDADES PRISIONAIS MAS
NÎO HOUVE O CUIDADO DE PROVER ESSAS UNIDADES PRISIONAIS COM OS RECURSOS NECESSÉRIOS PARA TORNAR A VIDA DAQUELAS PESSOAS ALGO MINIMAMENTE CONDIZENTE COM O QUE A LEI DETERMINA %SSE Ï O DRAMA DO 3ISTEMA 0ENITENCIÉRIO DO "RASIL 0ELO FATO DE O %STADO NÎO ESTAR PRESENTE CUMPRINDO A LEI QUER DIZER PROVENDO AS UNIDADES PRISIONAIS DAQUILO QUE A LEI MANDA O %STADO DÉ ESPA O PARA ESSES GRUPOS ! GENTE VAI APENAS ACREDITAR QUE A SOLU ÎO DA CRIMINALIDADE QUER DIZER A LUTA CONTRA A CRIMINALIDADE TEM QUE SE FAZER ATRAVÏS DE UM AUMENTO BRUTAL DA TAXA DE ENCARCERAMENTO E UM AUMENTO BRUTAL DE PESSOAS SUBMETIDAS A UM REGIME DISCIPLINAR DO TIPO 2$$ .ÎO VAMOS NOS ILUDIR NØS NÎO VAMOS CHEGAR A LUGAR NENHUM COM ISSO %NQUANTO A GENTE CONTINUAR ACREDITANDO QUE A QUESTÎO SOCIAL Ï UMA QUESTÎO DE POLÓCIA A GENTE VAI CONVIVER COM NÓVEIS ALTÓSSIMOS DE CRIMINALIDADE E VIOLÐNCIA ESSA Ï QUE Ï A REALIDADE v
,/ 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX
gXiX X =fc_X [\ J f GXlcf# )*&')&)''+% ,0 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =fc_X [\ J f GXlcf# )*&')&)''+% -' 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =fc_X [\ J f GXlcf# )*&')&)''+% -( 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =fc_X [\ J f GXlcf# )*&')&)''+% -) B<?C# DXi`X I`kX% 8 DXkXe X [fj jljg\`kfj % @e :XikX DX`fi# (/&',&)''-% -* 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if% -+ C<D>IL9<I# Alc`kX% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
2EINVENTAR AS FORMAS DE CONVIVÐNCIA QUE PRIVILEGIEM A BUSCA DA INTEGRA ÎO
EM PROVEITO DA COLETIVIDADE
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h%M GRANDE PARTE O QUE ACONTECEU FOI QUE O 0## TROUXE O PERIGO PARA ONDE O PERIGO JAMAIS ERA SUPOSTO ESTAR %LES PENETRARAM COM UMA ATIVIDADE PROVENIENTE DE UM AMBIENTE DE CLANDESTINIDADE SOCIAL OU CRIMINAL EM ÊMBITOS ONDE ELA NUNCA HAVIA SE MANIFESTADO PUBLICAMENTE DE MANEIRA TÎO INTENSA E DE MANEIRA TÎO SISTEMÉTICA )SSO PROVOCOU UMA EVACUA ÎO COMPLETA DA CIDADE ALGO JAMAIS VISTO ANTES EM TERMOS DE FENÙMENO SOCIAL %NTÎO UM GRUPO CRIMINOSO COM SEUS LIAMES DE CONEXÎO COM ESSAS ÉREAS PERIFÏRICAS DE SÎO 0AULO ACABOU SE INFILTRANDO E PRATICAMENTE COLOCANDO PELA PRIMEIRA VEZ O PRIVILÏGIO FACE A FACE COM A EXCLUSÎO FACE A FACE COM A CONFRONTA ÎO SOCIAL 0ELA PRIMEIRA VEZ SÎO 0AULO RECUOU PELA PRIMEIRA VEZ TREMEU NA BASE PELA PRIMEIRA VEZ SENTIU A PRESEN A E O ROSTO DOS EXCLUÓDOS .ESSE SENTIDO O FATO Ï CHOCANTE E NOTÉVEL TAMBÏM PARA REVELAR ESSE FRAQUEZA DA CIDADE O QUÎO DESPREPARADA ELA ESTÉ PARA COMPREENDER ONDE Ï QUE ELA NA VERDADE SE COLOCA EM TERMOS DA RELA ÎO COM A SUA PRØPRIA POPULA ÎO %M OUTRAS CIDADES POR EXEMPLO O 2IO DE *ANEIRO A CRIMINAL IDADE Ï UMA CONSTANTE COMO Ï EM SÎO 0AULO MAS Ï UMA CONSTANTE COM A QUAL O CONJUNTO DA POPULA ÎO Ï OBRIGADO A CONVIVER PORQUE ELA PRATICAMENTE PERMEIA TODOS OS ÊMBITOS DA CIDADE E OS GRUPOS AS CAMADAS EXCLUÓDAS ESTÎO SEMPRE AO REDOR DE ONDE QUER QUE SE INSTALEM AS POPULA ÜES MAIS PRØSPERAS %NTÎO ESSE CONTATO Ï MAIS DIRETO TANTO NO SENTIDO DO CONVÓVIO PACÓFICO E SOCIALMENTE INTEGRADO DE AMBAS AS PARTES QUANTO TAMBÏM NO ATRITO EM CIRCUNSTÊNCIAS DE CONFRONTA ÎO OU DE CRIMINALIDADE PROPRIAMENTE DITA .ESSE SENTIDO NÎO Ï NENHUMA NOVIDADE QUE ALGUÏM SE DEPARE COM UMA SITUA ÎO FORTUITA AMEA ADORA NO SEU COTIDIANO NUMA CIDADE COMO O 2IO DE *ANEIRO -AS EM 3ÎO 0AULO A EXPECTATIVA DE GRANDE PARTE DESSA POPULA ÎO QUE VIVE NO NÞCLEO PRIVILEGIADO Ï JAMAIS NA VIDA SE ENCONTRAR JAMAIS NA VIDA CRUZAR COM ISSO VIVER COMPLETAMENTE Ì PARTE DA EXISTÐNCIA DESSA CAMADA SOCIAL QUE ESTÉ EVENTUALMENTE FOR ADA NOS LIMITES DA TRANSGRESSÎO DA CRIMINALIDADE !O INVÏS DE UMA SITUA ÎO COMO ESSA PRODUZIR UM ALERTA PARA JUSTAMENTE TRAZER A DISCUSSÎO SOBRE A MANEIRA PROFUNDAMENTE DESIGUAL E DESENCONTRADA COMO ESSA CIDADE HISTORICAMENTE SE DESENVOLVEU E PRODUZIR UMA DISCUSSÎO SOBRE AS FORMAS DE REVERSÎO DESSE QUADRO E DE INTEGRA ÎO MAIS IGUALITÉRIA DO CONJUNTO DA MALHA
URBANA O EFEITO ACABA EM GRANDE PARTE SENDO O OPOSTO ³ PRECISO MAIS DO QUE NUNCA INTENSIFICAR MEDIDAS DE ISOLAMENTO MEDIDAS DE SEGURAN A EXTREMA QUE JÉ ESTÎO EM CURSO % JÉ SE CRIOU UMA INDÞSTRIA PARALELA DE CARROS BLINDADOS E DE ALARMES DE SEGURAN A DE CERCAS ELETRIFICADAS DE HOLOFOTES DE UM ENORME CONTINGENTE DE GUARDAS E MILÓCIAS PARALELAS ENFIM TUDO AQUILO QUE SE PODE CONSIDERAR COMO RECURSOS ANTI SOCIAIS PORQUE SÎO AQUELES PELOS QUAIS UMA PARTE DA COMUNIDADE QUER DE TODA FORMA EVITAR O CONTATO COM A OUTRA )SSO Ï O OPOSTO DO PRINCIPIO DA EXISTÐNCIA DE UMA CIDADE QUE Ï A CIVILIDADE QUE Ï O ENCONTRO COTIDIANO DAS DIFEREN AS DAS PESSOAS DE DIFERENTES CONDI ÜES DE DIFERENTES POSI ÜES EM DIFERENTES ÉREAS O TEMPO INTEIRO )SSO Ï QUE Ï O VIVER NA CIDADE Ï ESSE ENCONTRO PERMANENTE DIÉRIO DE SITUA ÜES AS MAIS INESPERADAS E QUE SÎO TODAS ELAS FORTEMENTE INFORMATIVAS ENRIQUECEDORAS DO PONTO DE VISTA DE UM CONHECIMENTO MELHOR DE TODAS AS PARTES DO CONVÓVIO SOCIAL E DA PERCEP ÎO DE COMO Ï DESSE CONJUNTO DE SITUA ÜES DIFERENCIADAS QUE SE PRODUZ A DIVERSIDADE QUE Ï A RIQUEZA DO CONVÓVIO URBANO .A MEDIDA EM QUE VOCÐ TEM A ATITUDE GRUPOS DISPOSTOS A SE CERCAR SE ISOLAR SE FECHAR BLOQUEAR TOTALMENTE O CONTATO DOS MEMBROS DA SUA FAMÓLIA PARTICULARMENTE O DAS CRIAN AS COM QUALQUER OUTRA PARTE DA CIDADE A NÎO SER AQUELAS EXATAMENTE IDÐNTICAS Ì SUA IMAGEM E SEMELHAN A NUMA COMPLETA CONCEP ÎO DE ASSEPSIA TOTAL E JAMAIS TER CONTATO COM NADA QUE NÎO SEJA A REPRODU ÎO DESSES MESMÓSSIMOS GRUPOS COM OS MESMÓSSIMOS VALORES E PARTICULARMENTE COM O MESMO PADRÎO DE CONSUMO O QUE VOCÐ TEM Ï UMA DOEN A SOCIAL O QUE VOCÐ TEM Ï UM ESTADO DEGENERATIVO DE DEGRADA ÎO DO CONVÓVIO E DE DILACERAMENTO DAS FORMAS DE SOCIABILIDADE E DE COESÎO QUE DEVERIAM FAZER DE UMA CIDADE O ESTEIO DE UMA VIDA PÞBLICA DE UMA VIDA CÓVICA O QUE Ï A BASE DE UMA CONSTITUI ÎO E DE UMA DEMOCRACIA REPUBLICANA COMO ESSE PAÓS PRETENDE SER .ESSE SENTIDO BOA PARTE DO IMPACTO QUE TEVE ESSA SITUA ÎO ALARMANTE DOS EVENTOS NOS QUAIS O 0## INTERFERIU COM O COTIDIANO DA CIDADE FOI NO SENTIDO OPOSTO MUITO MAIS DE PROVOCAR RETRA ÎO A RETRANCA DESSES SISTEMAS EXASPERADOS DE SEGURAN A DO QUE TRAZER PARA O ÊMBITO PÞBLICO O DEBATE SOBRE ESSE INSUSTENTÉVEL SISTEMA DE DESIGUALDADE QUE ESSE CIDADE COMPORTA v
.ØS ESTAMOS DIANTE DE UM CONFLITO CIVIL VIOLENTO TRAVADO ENTRE A ETNIA DOMINANTE E A ETNIA DISCRIMINADA (É UMA VIOLÐNCIA CIVIL NO PAÓS QUE NÎO DEVE SER CONFUNDIDA COM A VIOLÐNCIA CRIMINAL 1UANDO EM UMA SOCIEDADE A VIOLÐNCIA CIVIL VAI SE AVOLUMANDO COMO NO "RASIL ISSO CONFIGURA UMA SITUA ÎO DE REVOLTA !QUELES QUE SE ACHAM DONOS DA SOCIEDADE ESSES QUE INTEGRAM A ETNIA DOMINANTE QUEREM SIM UMA POLÓCIA VIOLENTA CONTRA OS OUTROS E NÎO CONTRA ELES
/ PRECONCEITO O RACISMO A DISCRIMINA ÎO ÏTNICA SÎO COISAS QUE CEGAM TANTO AS PESSOAS QUE ELAS NÎO CONSEGUEM PERCEBER QUE Ï IMPRATICÉVEL .ÎO Ï FACTÓVEL O QUE ELAS ESTÎO IMAGINANDO ³ UM SONHO ! ETNIA DOMINANTE DO 2IO DE *ANEIRO PENSA EM DORMIR UM DIA E ACORDAR NO DIA SEGUINTE COM UMA NOVIDADE AS FAVELAS SUMIRAM ³ UMA ILUSÎO ! SOCIEDADE BRASILEIRA PRECISA REPENSAR A CONVIVÐNCIA COM ESSES ESPA OS .ÎO DÉ MAIS PARA RESOLVER COM A FOR A (ISTORICAMENTE AS ELITES POLÓTICAS INTELECTUAIS E ECONÙMICAS DO 2IO DE *ANEIRO SEMPRE QUISERAM TRANSFORMAR A CIDADE NUMA 0ARIS !SSIM SEMPRE SE SENTIRAM MUITO INCOMODADOS COM OS NEGROS COM OS NORDESTINOS ! QUESTÎO SOCIAL BRASILEIRA TEM COR / CONCEITO ÏTNICO TEM UM COMPONENTE SOCIAL 1UESTÎO SOCIAL E QUESTÎO ÏTNICA NÎO SÎO EXCLUDENTES (É UM GRUPO SOCIALMENTE BEM SITUADO ESSENCIALMENTE DE NATUREZA BRANCA -ESMO QUE DELE FA AM PARTE ALGUMAS PESSOAS NEGRAS ESSE GRUPO Ï UM GRUPO ETNICAMENTE BRANCO (É UM OUTRO GRUPO QUE Ï ETNICAMENTE NEGRO E NORDESTINO .ELE HÉ BRANCOS POBRES QUE SÎO ETNICAMENTE INCLUÓDOS NAQUELE GRUPO
/U O %STADO SE INSTRUMENTALIZA PARA MANTER UMA REDE DE PROTE ÎO SOCIAL DENTRO E FORA DA CADEIA DIGNA DA NOSSA CONSTITUI ÎO E DAS NOSSAS LEIS /U NØS VAMOS CONTINUAR REFÏNS DO CRIME ORGANIZADO E REFÏNS DESSES GRUPOS DENTRO DAS CADEIAS -- J<M:<EBF# E`ZfcXl% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if% -. C<D>IL9<I# Alc`kX% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
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h&ICOU MUITO ASSINALADA A PARTICIPA ÎO DE RAPAZES SOBRETUDO DE MUITO JOVENS DESSAS ÉREAS PERIFÏRICAS COM CERTO PERFIL SOCIAL COM CERTA ATITUDE COMPORTAMENTAL ;NOS ATAQUES DO 0##= QUE SE ENQUADRARAM UM POUCO NO IMAGINÉRIO COMO SENDO OS PORTADORES POTENCIAIS DA VIOLÐNCIA E OBVIAMENTE SE TORNARAM O ALVO PRINCIPAL DA REPRESSÎO POLICIAL NOS DIAS QUE SE SUCEDERAM E DESDE ENTÎO ATÏ HOJE ³ MUITO TRISTE VER QUE A COMUNIDADE SE VOLTA CONTRA SI MESMA E QUE ESSES JOVENS QUE SÎO A FINA FLOR LITERALMENTE DA JUVENTUDE QUE ESTARIA n Ï O QUE TODOS ESPERAMOS n NA POSI ÎO DE SER A PRØXIMA GERA ÎO DOS GESTORES DESSA SOCIEDADE DOS AGENTES SOCIAIS NAS VÉRIAS PROFISSÜES NOS VÉRIOS RAMOS DE ATUA ÎO DESSA CIDADE DE REPENTE NESSA SITUA ÎO POSSAM SE VER JOGADOS CONTRA A PAREDE 3USPEITOS DE SEREM OS AGENTES DA CRIMINALIDADE AS PRESEN AS
ANTI SOCIAIS OS INIMIGOS DA POPULA ÎO AS PESSOAS QUE SE ALGUÏM VIR NA RUA MUDA PARA OUTRA CAL ADA ³ ABSOLUTAMENTE TERRÓVEL O MODO COMO ISSO PRODUZ O EFEITO DE DILACERAMENTO NO NOSSO CONVÓVIO E NA NOSSA VIDA COTIDIANA NA NOSSA CIDADE 5MA VEZ MAIS A MÓDIA TEM UM PAPEL NEGATIVO EM REPORTAR TAMBÏM ESSE TIPO DE PERFIL COMO SE FOSSE UMA GARANTIA DE QUE QUEM SE ENQUADRA NELE DE FATO INCORPORA UMA ATITUDE CRIMINOSA % EU ACHO QUE ERA PRINCIPALMENTE O RESGATE DESSA JUVENTUDE QUE TERIA QUE ESTAR NA PAUTA DOS NOSSOS DIRIGENTES DAS NOSSAS ASSOCIA ÜES DE INTEGRA ÎO SOCIAL PORQUE MAIS DO QUE NINGUÏM ELES SÎO O FUTURO ELE SÎO O QUE ESSA CIDADE SERÉ E SE A GENTE ENVENENA ESSAS GERA ÜES A GENTE ESTÉ ENVENENANDO O PRØPRIO FUTURO %U ACHO PORTANTO QUE A A ÎO JUNTO Ì JUVENTUDE Ï O ELEMENTO ESTRATÏGICO DE QUALQUER TENTATIVA DE COME AR A PENSAR EM REVERTER ESSE QUADRO
.ESSE SENTIDO Ï NOTÉVEL O TRABALHO QUE VÉRIOS GRUPOS DE 2AP FAZEM NO SENTIDO DE PRODUZIR ESSE ESTADO DE CONSCIÐNCIA DE COMPREENSÎO SIMULTANEAMENTE DA INJUSTI A QUE ENVOLVE ESSA POLÓTICA CENTRADA EM PRÉTICAS EXCLUSIVAMENTE REPRESSIVAS E DE OUTRO LADO DAS RESISTÐNCIAS QUE ESSES JOVENS TÐM QUE TER DIANTE DA ATRA ÎO QUE A CRIMINALIDADE REPRESENTA NÎO COMO CRIME NECESSARIAMENTE MAS COMO UMA FORMA DE REA ÎO CONTRA ESSA BRUTALIDADE COMO SE O CRIMINOSO FOSSE UM HERØI JUSTAMENTE PORQUE ELE CONTRA ATACA QUEM ESTÉ SENDO TÎO AGRESSIVO CONTRA A SUA PESSOA CONTRA SEUS OS IGUAIS CONTRA GENTE QUE TENHA O SEU PERFIL E O SEU COMPORTAMENTO ³ UMA SITUA ÎO MUITO COMPLICADA E A GENTE ESTÉ NUM LIMIAR EXATO OU SE FAZ ALGUMA COISA OU A SITUA ÎO TENDE A DEGENERAR DE UMA MANEIRA IRREVERSÓVEL / QUE ERA PRECISO ERA TROCAR ESSA POLÓTICA DE ÐNFASE MERAMENTE REPRESSIVA COMO SE ISSO FOSSE LEVAR A ALGUM RESULTADO QUE NÎO SEJA A INTENSIFICA ÎO
DESSE MESMO QUADRO E DE MANEIRA IMPREVISÓVEL CADA VEZ MAIS NA DIRE ÎO DE UMA CATÉSTROFE EMINENTE PARA SE BUSCAR FORMAS DE CONSTRUIR PONTOS DE ENCONTRO PONTOS DE INTEGRA ÎO EM PARTICULAR DESSA JUVENTUDE DAS ÉREAS PERIFÏRICAS COM A CIDADE COMO UM TODO COM OS GESTORES SOCIAIS COM AQUELES GRUPOS E ORGANIZA ÜES QUE FAZEM TRABALHOS LIGADOS A PRÉTICAS ARTÓSTICAS A PRÉTICAS DE RECUPERA ÎO URBANA A PRÉTICAS EDUCATIVAS E DE DISTRIBUI ÎO DE CONHECIMENTOS DE RECURSOS PARA INTEGRAR A COMUNIDADE Ì INFORMA ÎO % COLOCAR ESSA GENTE EXCLUÓDA DA MODERNIDADE NO CENTRO DA PRØPRIA MODERNIDADE PORQUE ELES SÎO A ENERGIA DO FUTURO 1UER DIZER NÎO PARECE SER NADA MUITO ESTRANHO NADA MUITO COMPLEXO NADA MUITO DIFÓCIL DE IMPLEMENTAR Ï UMA QUESTÎO DE MUDAR O QUADRO POLÓTICO MUDAR A LØGICA DA INTERVEN ÎO AO INVÏS DE SER POLICIAL SER EDUCACIONAL AO INVÏS DE SER EXCLUSORA SER COMUNITÉRIA AO INVÏS DE ESGAR AMENTO DA SOCIEDADE QUE SEJA DE PRODUZIR COESÎO v
-/ J<M:<EBF# E`ZfcXl% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
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08
ZU M BI S OM OS N ÓS
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mbi? oi Zu f m m b o lo e u um sí 8.1. Q e d ição inscr acial : s a t r o 8. 2. C i g u a l d a d e de: lica a a par nalida rça simbó i g r a m fo da M ética violência e l a i D a 8.3. oa tênci rtend res i s e d c o nv e c a n to : um a r o p iás 8.4 . D
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8 .1
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Quem foi Zumbi?
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h/ QUE Ï O ZUMBI / :UMBI Ï UMA COMUNIDADE QUE CRESCEU DE POPULA ÜES AQUILOMBADAS E QUE TOMOU UMA TAL DIMENSÎO QUE VIROU UMA IMENSA CIDADE UMA METRØPOLE COM UMA COMPLEXA VIDA ECONÙMICA E SOCIAL E QUE TINHA INTERA ÎO COM TODA A ECONOMIA DA REGIÎO COM AS FAZENDAS COM A EXPORTA ÎO IMPORTA ÎO ETC 0ORTANTO UMA ENTIDADE VIVA E DAS MAIS DINÊMICAS DA NA ÎO
³ A PARTE VIVA DINÊMICA DA SOCIEDADE QUE Ï DE REPENTE IDENTIFICADA COMO INIMIGO DA SOCIEDADE /U SEJA Ï O CORPO SOCIAL Ï COMO VOCÐ MUTILAR UMA PARTE DO SEU PRØPRIO CORPO (**
5MA PARTE ENORME DA POPULA ÎO QUE ESTÉ SENDO CRIMINALIZADA QUE ESTÉ SENDO DEMONIZADA ESTÉ SENDO EXCLUÓDA E TENDO SEU FUTURO NEGADO -AS ELES SÎO O PAÓS ELES SÎO O CORPO SOCIAL ELES SÎO MUITO MAIORES DO QUE O CONJUNTO DO RESTANTE DA POPULA ÎO %LES SÎO O FUTURO $ADAS A ESSAS PESSOAS A TODOS ESSES JOVENS CONDI ÜES DE SE EDUCAREM COM QUALIDADE O PAÓS SALTA PARA UMA OUTRA DIMENSÎO %NTÎO SE A GENTE VÐ A HISTØRIA DO PAÓS POR QUE O PAÓS DEU ERRADO EM SI MESMO O TEMPO INTEIRO ³ PORQUE ELE LUTA CONTRA SI MESMO DESDE O PERÓODO COLONIAL v
-0 ><EFM<J<# <l^\e\% ;X I\Y\c` f ~ I\mfcl f% J f GXlcf# >cfYXc# (0/*% .' J<M:<EBF# E`ZfcXl% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
8.2
(*+
Cotas: inscrição de um sĂmbolo para a igualdade racial
(*,
/ DRAMA DO NEGRO
O PROBLEMA DO NEGRO NĂ&#x17D;O FOI CRIADO PELO NEGRO &OI CRIADO POR OUTROS
h0ORTANTO A SOLU ÎO DO PROBLEMA DO NEGRO Ï UMA SOLU ÎO NACIONAL 5MA SOLU ÎO QUE PRECISA ENVOLVER A TODOS 0ARA NØS Ï QUASE QUE MALDADE QUERER QUE O PROBLEMA DO NEGRO SEJA RESOLVIDO SØ PELO NEGRO .ÎO .ÎO 1UEM GEROU O PROBLEMA FOI A SOCIEDADE BRASILEIRA QUANDO NÎO SOUBE REPARTIR NÎO SOUBE INTEGRAR MAS SOUBE EXPLORAR SOUBE HUMILHAR !GORA A SOLU ÎO PRECISA SIM PASSAR TAMBÏM PELOS BRANCOS COMO ALGUÏM QUE Ï PARTE INTEGRANTE DESSE PROBLEMA QUE ATRAVESSAMOS
#OTA Ï UMA POLÓTICA QUE OLHA PARA TRÉS QUE TENTA RESOLVER OS PROBLEMAS MAL RESOLVIDOS AO LONGO DO PROCESSO % SE VOCÐ QUER FAZER UMA POLÓTICA OLHANDO PARA FRENTE TEM QUE SE MELHORAR O %NSINO &UNDAMENTAL E -ÏDIO QUE Ï A LUTA DA COMUNIDADE NEGRA TAMBÏM 3Ø ABRIREMOS MÎO DAS COTAS QUANDO
(*+
TIVERMOS CONSEGUIDO EQUALIZAR AS OPORTUNIDADES DE BRANCOS E NEGROS NO "RASIL ! POLÓTICA DE COTAS NORTE AMERICANA CONSEGUIU E MUITO TIRAR O NEGRO DA MISÏRIA E MELHORAR A RELA ÎO ENTRE NEGROS E BRANCOS NOS %STADOS 5NIDOS .ØS TEMOS PLENA CONVIC ÎO DE QUE A INCLUSÎO O PROBLEMA DO NEGRO ALÏM DE SER UM PROBLEMA SOCIAL Ï TAMBÏM UM PROBLEMA RACIAL %NTÎO SØ FAZENDO UMA POLÓTICA DE ENFOQUE SOCIAL NÎO RESOLVE O PROBLEMA DO NEGRO 0OR EXEMPLO NO "RASIL DAS PESSOAS QUE ESTUDAM NA 2EDE 0ÞBLICA DO %NSINO -ÏDIO SÎO PESSOAS DE CLASSE MÏDIA 3E VOCÐ FAZ UMA POLÓTICA DE A ÎO AFIRMATIVA DE COTAS SØ PARA ALUNOS DA REDE PÞBLICA n O QUE ALGUMAS PESSOAS APLAUDEM E DIZEM QUE
ISSO Ï A SOLU ÎO n Ï UMA POLÓTICA MUITO EQUIVOCADA PORQUE VAI PRIMEIRISSI MAMENTE DAR OPORTUNIDADE Ì CLASSE MÏDIA QUE ESTÉ NA REDE PÞBLICA E SØ DEPOIS QUE ESSE GRUPO FICAR INCLUÓDO Ï QUE VAI PEGAR BRANCOS POBRES E NEGROS (OJE NO "RASIL JÉ TEM MUITAS UNIVERSIDADES QUE JÉ FECHARAM PESQUISAS PROVANDO QUE O ALUNO QUE ENTROU COM COTAS ESTÉ TENDO NOTA IGUAL OU SUPERIOR AO ALUNO QUE ENTROU PELO MÏTODO TRADICIONAL ! ESTRATÏGIA NOSSA Ï DE OCUPAR TODAS AS VAGAS POSSÓVEIS UMA VEZ QUE A DEMANDA REPRIMIDA DE NEGROS E NEGRAS QUERENDO EXERCER O SEU SAGRADO DIREITO DE EDUCA ÎO Ï VEZES MAIOR DO QUE O QUE O GOVERNO ESTÉ OFERECENDO 4ANTO FAZ PÞBLICA OU PARTICULAR O DETERMINANTE Ï A GARRA DO ALUNO Ï A ESTRATÏGIA DA APRENDIZAGEM E O FAZER TAMBÏM O ESTUDO ALTERNATIVO ,ER JORNAL ASSISTIR A FILMES PARTICIPAR DE TEATROS EVENTOS CULTURAIS PARTICIPAR DA MILITÊNCIA POLÓTICA ESTÉ SENDO HOJE UM TREMENDO CABEDAL DE QUALIFICA ÎO DO JOVEM POBRE % NO MOMENTO ESTAMOS COM A GRANDE LUTA EXIGINDO COTAS NA CULTURA DE VAGAS EM TODOS OS TEATROS MUNICIPAIS E ESTADUAIS PARA NEGROS E POBRES JUSTAMENTE PARA GARANTIR ESSE CURRÓCULO INVISÓVEL QUE O RICO TEM E O POBRE NÎO TEM /S ATOS PÞBLICOS ;DO %DUCAFRO= EXISTEM E EXISTIRÎO ENQUANTO O CLAMOR DO POVO NÎO Ï OUVIDO PELAS AUTORIDADES / NEGRO Ï BOM ENQUANTO ELE ESTÉ QUIETINHO NA IGREJA 1UANDO O NEGRO FALA DISCUTE E PROVOCA ELE INCOMODA % EU ENTENDO QUE *ESUS INCOMODOU E NÎO SOU EU QUEM VAI SE OMITIR EM INCOMODAR v
h/ MEDO TEM QUE SER MANTIDO COMO O GRANDE REGULADOR O MEDO DO -ALÐS O MEDO DOS #ABANOS DE TODA ESTA FOR A QUE Ï A JUVENTUDE POPULAR A JUVENTUDE MEIO ÓNDIA MEIO NEGRA MEIO CAFUZA UNS BRANCOS LÉ NO MEIO QUE PASSARAM PRO OUTRO LADO %NQUANTO NÎO TOMAR O PODER NØS VAMOS FICAR NESSAS IDAS E VINDAS MAS A PERSPECTIVA Ï PODER POLÓTICO POLÓTICO NO SENTIDO MACRO DE TOMAR O PODER MESMO ! GENTE TEM QUE ROMPER PRIMEIRO A MURALHA DOS MEIOS DE COMUNICA ÎO O MONOPØLIO DA IMAGEM DA IMAGEM DO AFRO BRASILEIRO DO AFRO DESCENDENTE DA IMAGEM DO PROBLEMA CRIMINAL E TER UMA PROPOSTA DE PODER v
h.ÎO HÉ DÞVIDA A RESPEITO DA QUESTÎO DA JUSTI A DAS COTAS MAS LIMITAR O DEBATE NAS COTAS Ï DEIXAR O SISTEMA INTEIRO COMO ELE ESTÉ PORQUE O PROBLEMA DO SISTEMA Ï UMA EDUCA ÎO QUE ESTÉ ELA TODA CENTRADA NO NÓVEL BÉSICO PARA O ENCAMINHAMENTO PARA O VESTIBULAR E DEPOIS PASSADO NO VESTIBULAR PARA A FORMA ÎO DE UM ALUNO QUE FOI FORMATADO PELO VESTIBULAR .ÎO HÉ EDUCA ÎO HÉ VESTIBULARIZA ÎO ³ LAMENTÉVEL PORQUE O SISTEMA DE SELE ÎO PARA A UNIVERSIDADE PASSA A TER UM CRITÏRIO MERAMENTE NUMÏRICO VOCÐ FAZ UM DETERMINADO CURSINHO QUE TE DÉ UM PRINCIPIO NORMATIVO DE RESOLU ÎO DE QUESTÜES ALTAMENTE FORMALIZADAS E SE VOCÐ TEM UM TREINAMENTO SUFICIENTEMENTE INTENSO NESSE PROCESSO DE RESOLU ÎO DE QUESTÜES MAIS OU MENOS PREVISÓVEIS VOCÐ CONSEGUE PASSAR SE VOCÐ NÎO TEVE CONDI ÜES SOBRETUDO DE PAGAR UM CURSINHO PARA PODER PASSAR POR ESSE TREINAMENTO VOCÐ NÎO TEM ACESSO E O QUE A UNIVERSIDADE FAZ ENTÎO Ï ADMINISTRAR GENTE QUE TEVE ESSE TREINAMENTO E NÎO GENTE QUE FOI EDUCADA / QUE ME PARECE CRUCIAL Ï ELIMINAR ESSA SITUA ÎO DO VESTIBULAR %U ACHO QUE SOBRETUDO A UNIVERSIDADE PÞBLICA DEVIA FUNCIONAR COMO UM SISTEMA QUE PERSONALIZASSE O RECRUTAMENTO DOS ALUNOS 1UE NÎO FOSSE ALGUÏM QUE PASSASSE POR UMA PROVA DE MENSURA ÎO DE RESOLU ÎO DE TESTES MAS UM EXAME QUE ATRAVÏS DE ENTREVISTAS E DO CONHECIMENTO DA VIDA PREGRESSA DAS PESSOAS JUSTAMENTE PROCURASSE RECRUTAR AQUELE QUE VEM DE UM MEIO SOCIAL COMPLEXO AQUELE QUE TEM UMA EXPERIÐNCIA DE INTEGRA ÎO SOCIAL MAIS COMPLEXA E POR ISSO UMA RIQUEZA DE CONVÓVIO COM AMPLOS SETORES DA SOCIEDADE QUE PODE SER LEVADA PARA DENTRO DA UNIVERSIDADE E GERAR FRUTOS DENTRO DA UNIVERSIDADE 1UE QUANDO A PESSOA SAIR DE LÉ NÎO ESTARÉ PENSANDO SØ NA SUA CARREIRA PARTICULAR COMO UMA CARREIRA DE SUCESSO PARA ENRIQUECIMENTO PESSOAL PARA TER UMA ASCENSÎO SOCIAL OU
PESSOAL MAS PENSARÉ QUE ELE ESTÉ NUMA UNIVERSIDADE PÞBLICA PARA CUMPRIR UM PAPEL PÞBLICO E TER UM RESULTADO POSTERIOR COMO UM AGENTE DE INTEGRA ÎO DA SOCIEDADE COMO UM TODO ³ ESSE O PERFIL DE ALUNO QUE INTERESSA PARA UNIVERSIDADE INTERESSA O ALUNO QUE TEM MENOS NA CABE A UMA MOTIVA ÎO DE CARREIRA INDIVIDUAL O QUE TEM MAIS PREOCUPA ÎO DA UNIVERSIDADE SER UM PØLO DE INTEGRA ÎO DA SOCIEDADE E QUEM TEM A CABE A ASSIM Ï QUEM ESTEVE MAIS DEPENDENTE DE INTERA ÜES DESSA NATUREZA PERCEBENDO COMO Ï PRECISO QUE DIFERENTES AGENTES EM DIFERENTES CIRCUNSTÊNCIAS SOB DIFERENTES GRUPOS SOB DIFERENTES CIRCUNSTÊNCIAS COLABOREM ENTRE SI PARA PRODUZIREM RESULTADOS QUE SEJAM BENÏFICOS A TODOS % COMO A UNIVERSIDADE COMO A TECNOLOGIA MODERNA COMO TODOS OS POTENCIAIS DO CONHECIMENTO MODERNO PODEM SERVIR PARA PRODUZIR ESSE EFEITO INTEGRATIVO E EQUALIZADOR NA SOCIEDADE %NTÎO O RECRUTAMENTO DO ALUNO PARA DENTRO DA UNIVERSIDADE DEVIA TRAZER PARA DENTRO QUE TEM ESSE TIPO DE PROBLEMA E ESSE Ï O QUE TEM QUE PASSAR NO PROCESSO DE SELE ÎO E NECESSARIAMENTE VAI SER O ALUNO QUE TEM ESSA VIDA MUITO MAIS MARCADA POR EXPERIÐNCIAS SOCIAIS %U ACHO QUE SE MUDAREM ESSES CRITÏRIOS DE SELE ÎO MUDA O SENTIDO DA EDUCA ÎO COMO UM TODO !S ESCOLAS VÎO PROCURAR SE ENVOLVER EM TRABALHOS COMUNITÉRIOS PARA QUE SEUS ALUNOS TENHAM ESSA BAGAGEM ENTRE SI E PARA QUE ELES POSSAM TER A OPORTUNIDADE DE SEREM SELECIONADOS NA UNIVERSIDADE PORQUE TIVERAM UMA VIDA TODA DEDICADA AO TRABALHO SOCIAL E ESSE Ï O CRITÏRIO DOMINANTE 3E A PESSOA TEM ESSE PERFIL ESSA PESSOA Ï A QUE MERECE A OPORTUNIDADE DE ESTUDAR NUMA ESCOLA PÞBLICA COM RECURSOS PÞBLICOS CARÓSSIMOS PORQUE DELA SE ESPERA QUE ELA VAI SABER DAR O RETORNO PÞBLICO PARA ESSE INVESTIMENTO v
.( ;8M@;# =i\`% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if% .) 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if% .* J<M:<EBF# E`ZfcXl% <eki\m`jkX gXiX X =i\ek\ * [\ =\m\i\`if%
(*,
8.3
Dialética da marginalidade: convertendo a violência em força simbólica
(*/
(*0
! VIOLÐNCIA SOMENTE REFOR A A DESIGUALDADE SOCIAL $E UM LADO LEGITIMA A REPRESSÎO POLICIAL QUE JÉ AFETA COTIDIANAMENTE A POPULA ÎO DAS ÉREAS MAIS POBRES $E OUTRO LADO ESTIMULA AS CORRENTES MAIS REACIONÉRIAS DA SOCIEDADE CIVIL SEMPRE PRONTAS A EXIGIR A PENA DE MORTE E O AUMENTO DO APARATO REPRESSIVO ³ COMO SE O SISTEMA SE BENEFICIASSE DA VIOLÐNCIA E ATÏ MESMO CONTASSE COM ELA A FIM DE JUSTIFICAR SUA PRØPRIA NECESSIDADE ! ALTERNATIVA PORTANTO Ï CONVERTER A VIOLÐNCIA COTIDIANA
EM FOR A SIMBØLICA POR INTERMÏDIO DE UMA PRODU ÎO CULTURAL VISTA COMO MODELO DE ORGANIZA ÎO COMUNITÉRIA
h0ROPONHO UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA EM RELAÂ Ă&#x17D;O Ă&#x152; SOCIEDADE BRASILEIRA E SOBRETUDO Ă&#x152; CULTURA BRASILEIRA CONTEMPORĂ&#x160;NEA 4ALVEZ A hDIALĂ?TICA DA MALANDRAGEMv TAL COMO FORMULADA POR !NTONIO #ANDIDO NUM TEXTO FUNDAMENTAL ESTEJA SENDO SUBSTITUĂ&#x201C;DA POR UMA hDIALĂ?TICA DA MARGINALIDADEv ! hDIALĂ?TICA DA MARGINALIDADEv PRETENDE SUPERAR A DESIGUALDADE SOCIAL MEDIANTE O CONFRONTO EM LUGAR DA CONCILIAÂ Ă&#x17D;O ATRAVĂ?S DA EXPOSIÂ Ă&#x17D;O DA VIOLĂ?NCIA EM LUGAR DE SEU OCULTAMENTO 0ORTANTO SE A hDIALĂ?TICA DA MALANDRAGEMv SUPĂ&#x153;E UMA FORMA DESCONTRAĂ&#x201C;DA JOVIAL DE LIDAR COM A INJUSTIÂ A SOCIAL E O COTIDIANO A hDIALĂ?TICA DA MARGINALIDADEv IMPĂ&#x153;E SE MEDIANTE A EXPLORAÂ Ă&#x17D;O E MESMO A EXPOSIÂ Ă&#x17D;O METĂ&#x2DC;DICA DA VIOLĂ?NCIA A FIM DE EXPLICITAR O DILEMA DA SOCIEDADE BRASILEIRA / ENFRENTAMENTO DESSES DOIS MODOS DE COMPREENDER O PAĂ&#x201C;S CRIA UMA hBATALHA SIMBĂ&#x2DC;LICAv 3E MINHA HIPĂ&#x2DC;TESE FOR PROCEDENTE O FUTURO PRĂ&#x2DC;XIMO DEVE TRAZER UMA MUDANÂ A
FUNDAMENTAL NA PERCEPÂ Ă&#x17D;O QUE OS BRASILEIROS TĂ?M DE SUA PRĂ&#x2DC;PRIA CULTURA n UMA PERCEPÂ Ă&#x17D;O QUE EM PARTE TEM SIDO DETERMINADA PELO MODO COMO OS BRASILEIROS SĂ&#x17D;O VISTOS NO EXTERIOR 3E %LIZABETH "ISHOP FOSSE ESCREVER O SEU LIVRO HOJE CERTAMENTE IDENTIFICARIA UMA MUDANÂ A SUTIL MAS DECISIVA NA ATITUDE DO BRASILEIRO MĂ?DIO QUANDO SUBMETIDO A INTERMINĂ&#x2030;VEIS FILAS EM ZIGUEZAGUE ELE APRENDEU A PERDER A PACIĂ?NCIA COM RAPIDEZ %M DE AGOSTO DE #AROLINA DE *ESUS ESCREVEU EM SEU DIĂ&#x2030;RIO h&UI CARREGAR Ă&#x2030;GUA 1UE FILA 1UANDO EU VEJO A FILA FICO DESANIMADA DE VIVERv -AIS IMPORTANTE AINDA DO QUE SIMPLESMENTE FICAR DESANIMADO DEVE SE APRENDER A DAR VOZ Ă&#x152; IMPACIĂ?NCIA E SOBRETUDO A QUERER EXPRESSAR A PRĂ&#x2DC;PRIA VOZ %M h2APAZ #OMUMv OS 2ACIONAIS -# S SUGEREM h/LHA NO ESPELHO E TENTA ENTENDERv -UITOS DOS MANOS QUE TEIMAM EM CONTRARIAR AS ESTATĂ&#x201C;STICAS ESTĂ&#x17D;O SEGUINDO O CONSELHO %SSE Ă? O PROJETO DA hDIALĂ?TICA DA MARGINALIDADEv
8 .4
DiĂĄspora: um canto de resistĂŞncia
Abrem-se as portas E a diåspora se levanta Espanta A dor, o medo a dúvida Desconfianças Inseguranças Complexos de inferioridade Inconsciência Esquecimento Não då mais para adiar Agora Ê a hora Chegou o momento Identidade Qual Ê a sua? Quem Ê você? Seus pais E os pais de seus pais
Qual a origem da sua cultura? De onde vieram seus ancestrais? Pois respeitar quem veio antes Ă&#x2030; ensinar quem vem depois Conhecer a histĂłria Ativar a memĂłria Saber quem ĂŠ quem Dar nome aos bois: Zumbi dos Palmares, Luiza Mahin, Ă&#x201A;ngela Davis, Patrick Lumumba, AlmĂlcar Cabral, JosĂŠ do PatrocĂnio, Solano Trindade, Luis Gama, Malcon X e James Brown, Tim Maia, Jorge Bem e Mano Brown. Marthin Luther King, pastor na vida e na morte, guerreiro da manobra da libertação e de todos os mĂĄrtires da paz perseguida.
Abolicionistas, guerrilheiros, lutadores, guerreiros, quilombolas E todos os que, lutaram e deram a vida para que pudÊssemos estar aqui agora Neste momento entramos em cena, pedimos a todos para participar E no passado nos foi concedida a permissão para começar Planto os meus santos, abro o meu canto Me visto de fÊ de amor e de paz Vejo uma estrela, se aproximando, Toda grandeza dos orixås O brilho da lua, do ferro e do fogo A terra a lama o vento e o mar Peço licença e vou chegando Respeito e humildade Eu quero Ê cantar.
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09 APONTAMENTOS 9.1 BIBLIOGRAFIA
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È=Xm\cX gifk\jkX \d cXe Xd\ekf [\ Zfe[fd e`f Y`c`fe}i`fÉ% @e :XikX DX`fi# ),&',&)''-% ÈGDj dXkXd [\ek`jkX XgfekX[f Zfdf cX[i fÉ% @e =fc_X [\ J f GXlcf# '0&')&)''+% 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% <eki\m`jkX gXiX X =fc_X [\ J f GXlcf# )*&')&)''+% 98K@JK8# M\iX DXcX^lk`% ;`] Z\`j >Xe_fj =}Z\`j Æ [if^Xj \ alm\ekl[\ gfYi\ ef I`f [\ AXe\`if% I`f [\ AXe\`if# I\mXe# )''*% :<::8KF# M e`X% <eki\m`jkX gXiX X =fc_X [\ J f GXlcf# )(&',&)''-% =<II<@I8# 8li c`f 9lXihl\ [\ ?fcXe[X% ;`Z`fe}i`f 8li c`f 9}j`Zf [X C e^lX Gfikl^l\jX% EfmX =ifek\`iX# 66666 (00+% ><EFM<J<# <l^\e\% ;X I\Y\c` f ~ I\mfcl f% J f GXlcf# >cfYXc# (0/*% ?8I;D8E# =iXeZ`jZf =ffk% ÈJ g\cX \ekiX[X [\ j\im` fÉ% @e =fc_X [\ J f GXlcf# )/&'-&)''-% B<?C# DXi`X I`kX% 8 DXkXe X [fj jljg\`kfj % @e :XikX DX`fi# (/&',&)''-% C<D>IL9<I# Alc`kX% <eki\m`jkX gXiX X I\m`jkX ygfZX% ((&')&)''+% I8DFJ# J`cm`X DLJLD<:@# C\feXi[X% <c\d\ekf Jljg\`kf Æ 8Yfi[X^\d gfc`Z`Xc \ [`jZi`d`eX f eX Z`[X[\ [f I`f [\ AXe\`if% I`f [\ AXe\`if# :`m`c`qX f 9iXj`c\`iX# )'',% IF:?8# Af f :\qXi [\ :Xjkif% È8 ;`Xc k`ZX [X DXi^`eXc`[X[\É% @e =fc_X [\ J f GXlcf# 66666 IF:?8# Af f :\qXi [\ :Xjkif% È8 ^l\iiX [\ i\cXkfj ef 9iXj`c Zfek\dgfi e\fÉ% @e 66666
9.2 FICHA TÉCNICA
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9.3 AGRADECIMENTOS
-AS EIS QUE SURGE COMO HERØI POP MILAGREIRO VISLUMBRE DE PADIM RAIO DE XANGÙ O DE &EVEREIRO O GRUPO UM TANTO COMITIVA GUERREIRA LIGA DA JUSTI A E BLOCO $O SACO SURGE A BANDEIRA AZOUGUE PARA NÎO TERMINAR O CARNAVAL % ELA VAI SE DESFRALDANDO SEM HINOS NA SÓNCOPE DO GRUPO !BERTA COMO SÓMBOLO NÎO DA .A ÎO COISA MAIOR MAS DAQUELAS PEQUENAS E SENHORAS SELVAGERIAS %SCANCARADA CLAMA AOS CÏUS A INCERTEZA DO SENTIDO %STANDARTE ANUNCIANDO A DERROTA DA CERTEZA UNÓVOCA :UMBI SOMOS NØS &RASE GRAVADA NO AR INCØGNITA NA CAL ADA :UMBI SOMOS NØS :UMBI GUERREIRO OU PARIAS 6ENCEDORES OU VENCIDOS )MORTAL HERØI OU MORTOS VIVOS :UMBIS SOMOS NØS 3ENHORES OU FANTASMAS %STANDARTE OU MORTALHA 5MA FERIDA EXPOSTA NO MEIO DA RUA UMA QUESTÎO COLOCADA PARA TODOS SEM NENHUM FLOREIO .ÎO MAIS A OP ÎO POR SER MARGINAL E SER HERØI MAS PELO MENOS PODER SER !QUELA BANDEIRA ALI ABERTA ERA A DISSOLU ÎO DO LINEAR E A DISPERSÎO DOS SENTIDOS ATE ENTÎO POSSÓVEIS :UMBIS SOMOS NØS 2ICARDO -UNIZ &ERNANDES
C A R T O G R A F I A D O R A C I S M O P A R A O J O V E M U R B A N O