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Secretaria de Oração: vida e obra de Jan Huss

Os seguidores de Huss foram os hussitas ou irmãos boêmios, que mais tarde deram origem aos irmãos morávios, famosos por seu zelo missionário

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IPN na Reforma

Em 22 de janeiro de 2017, a Secretaria de Oração da Igreja Presbiteriana Nacional, sob a direção do presbítero Wolmer Horst, conduziu o Momento da Reforma falando sobre a história de Jan Huss. Precursor da Reforma, Huss foi o pensador e pré-reformador que iniciou um movimento a partir das ideias de John Wycliffe. Sua extensa obra escrita teve um importante papel na história literária tcheca, sendo o responsável pela introdução do uso de acentos na língua tcheca. Hoje em dia, a sua estátua pode ser encontrada na praça central de Praga, a Praça da Cidade Velha. Em 1390, Huss matriculou-se na Universidade de Praga e se destacou nos estudos. Após terminar o mestrado em 1396, vinculou-se à Faculdade de Filosofia da universidade. Em 1402 foi nomeado reitor da universidade e começou a pregar na Capela de Belém, que futuramente se transformou em um centro reformador. Embora a hierarquia da igreja o encarasse com certo temor, muitos nobres e grande parte do povo o seguiam, além de contar com o apoio de reis.

A partir das ideias de John Wycliffe, que tinham críticas à imoralidade clerical, rejeição

O presbítero emérito Wolmer Horst falou sobre a história de Jan Huss, que iniciou movimento a partir das ideias de Wycliffe

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da doutrina medieval da transubstanciação e insistência sobre o acesso leigo à Escritura na língua vernácula, Huss concordou com muito do que o reformador inglês tinha dito, embora se opusesse à rejeição da transubstanciação de Wycliffe.

Huss iniciou um novo tempo na Boêmia com pregações, dentre outros temas, do Sacerdócio Universal dos Crentes, segundo o qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação sacramental e eclesial. Seus sermões no púlpito de Belém refletiam cada vez mais a preocupação de Wycliffe com a corrupção no interior da igreja. Sua pregação era imensamente popular, atraindo multidões de vários milhares. Huss definia a Igreja por uma vida semelhante à de Cristo, e não pelos sacramentos. Dizia que todos os eleitos são membros da Igreja e que seu cabeça é Cristo, não o papa. Ele insistia na autoridade suprema das Escrituras. Huss foi condenado à fogueira pelo Concílio de Constanza.

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A morte de Huss

Em 6 de julho de 1415, Huss foi despojado das suas vestes clericais, enfeitado com um chapéu de burro com desenhos de demônios, amarrado a uma estaca e queimado até a morte. De acordo com um relato de testemunhas, ele confiou a sua alma a Deus e cantou um hino a Cristo enquanto as chamas o envolviam.

Numa carta que escreveu durante sua prisão, a esperança de que “pássaros” mais fortes do que ele surgiriam para continuar seu trabalho foi expressa pelo pregador, e isso se popularizou como uma profecia. “Se ele fosse profético, deve ter feito referência a Martinho Lutero, que surgiu cerca de cem anos depois”, escreveu John Fox em seu Livro dos Mártires do século 16, referindo-se a uma declaração atribuída ao reformador boêmio Jan Huss.

Huss nasceu na cidade de Husinec (literalmente, “Goosetown”, Cidade do ganso), ao sul da Boêmia, onde agora é a República Tcheca. Seu sobrenome, derivado do seu lugar de nascimento, significa “ganso” em tcheco. De fato, foi Lutero, em escritos da década de 1530, que transformou as palavras de Huss em um oráculo que encontrou sua realização nele. Seja como for, acredita-se que Huss se alegraria ao ver o dia em que Lutero afixou suas 95 teses na Capela de Todos os Santos, em Na imagem acima, estátua de Huss em Praga. Westminster, na Alemanha. ◆ Abaixo, o reformador sendo amarrado a uma estaca e queimado até a morte

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