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Solus Christus
Apóstolo João na Basílica de Roma (1714-1718)
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Solus Christus Presb. Amaro Paixão Patrícia Rosas
Professores da Escola Bíblica Dominical
Você conhece a história do profeta Jonas? O profeta fujão que se negou cumprir a vontade do Senhor e ir à pervertida cidade de Nínive? Em leitura menos desavisada, parece que Jonas não queria ir a Nínive simplesmente porque não desejava se dispor a cumprir a missão determinada por Deus. Há mais significado nisso quando conhecemos um pouco melhor do passado de Jonas.
O profeta fujão era filho do profeta Amitai. A narrativa ocorre no tempo em que o povo de Israel era governado pelo Rei Jeroboão II, na expansão do reino do norte. Era tempo de guerra e o povo Assírio, do qual os ninivitas faziam parte, oprimia o povo de Israel, portanto, esses dois povos eram inimigos militares. Jonas se ressentiu quando o Senhor mandou-o pregar o evangelho a um povo que guerreava e oprimia o povo de Israel, pois sabia que aquele povo impiedoso e opressor, quando, ouvisse a palavra do Senhor experimentaria a maravilhosa graça de Deus e seria salvo. Jonas não desejava isso.
A narrativa afirma que o profeta Jonas precisou ir ao profundo, no coração dos mares. O abismo o rodeou. Então, em angústia, clamou ao Senhor e Ele o respondeu. Jonas experimentou trevas em razão de sua desobediência. Sua empáfia e soberba foram quebradas. Então, apesar de já ser profeta, pôde experimentar o verdadeiro e incondicional amor de Deus,
Profeta Jonas Congonhas do Campo, Minas Gerais
Artigo
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que é a verdadeira motivação para pregação do evangelho.
Hoje o povo de Israel, a igreja, vem aparentemente encontrando dificuldades para a pregação do Evangelho. Há diversidade cultural, excesso de zelo e respeito pela individualidade em detrimento da coletividade, valorização da relatividade de valores e visível perseguição aos padrões judaico-cristãos. Nosso comodismo e medo de não aceitação social nos têm paralisado. Temos nos acovardado diante de nosso mandado de proclamadores do Evangelho.
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. Nada há de novo debaixo do sol, diz o Rei Salomão, em Eclesiastes. Essa verdade é inteiramente aplicável em nossos dias, pois sempre existiu oposição ao Evangelho, e sempre existirá, até que chegue o glorioso dia do retorno de Jesus, que voltará não para salvar, mas agora, então, para julgar (Hb 9.27,28).
No livro de Apocalipse, capítulo 3.15, o apóstolo João fala sobre a igreja de Laodiceia. Ele relata que aquele que é morno está apodrecido, estragado e por isso causa ânsia de vômito, pois não é quente e nem frio. O nosso
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Profeta Jeremias Congonhas do Campo, Minas Gerais
relacionamento com Deus não pode ser superficial, demanda intensidade. O Evangelho nos ensina que não apenas devemos amar ao Senhor, mas devemos amá-lo com intensidade, com todo o nosso coração, com nossa alma, com todo o nosso entendimento e força. O profeta Jeremias declara: “Buscar-me-ei e me achareis quando buscares de todo o vosso coração”.
Quando o Evangelho entra em nossas vidas, ele não pode mudar apenas parte de nosso ser, ele tem que transformar o modo de ser e viver. Tem que ter intensidade, a mudança é radical e permanente. Há um afastamento do que era tradicional em nós. As verdades de Cristo passam a ter infinita importância. As verdades do Evangelho começam a transbordar em nosso viver e atingir o nosso relacionamento com o Criador e com toda criação. Temos uma nova forma de ser. Somos novas criaturas em Cristo Jesus.
Essa disposição de disseminar o Evangelho não é espontânea e natural, por causa do pecado que habita em nós. Evangelizar precisa ser aprendido, experimentado, motivado, exercitado, praticado a cada dia, e a única e verdadeira razão para isso é o amor que temos pelo Senhor Jesus e por sua obra.
Por que será que o Senhor não completa sua boa obra sozinho? Ele é suficiente e soberano para decretar, justificar e salvar o povo que escolheu, o povo de Israel. Entretanto, Ele continua a usar arautos falíveis para a proclamação da sua palavra e a exposição do Evangelho. Usa o fraco para falar ao fraco e, assim, estabelecer uma relação de proximidade. Ele prova nossa obediência e fraqueza e as usa para honra e glória do seu santo nome.
Alcançados pela Graça do Senhor, exercemos importante papel na criação: glorificar ao nosso Deus em tudo o que fazemos. Nossa omissão tem tido efeito colateral em nossas vidas e na sociedade em que fomos inseridos. Temos experimentado uma sociedade cheia de malícia e corrupção. Vidas e famílias estão sendo destruídas por falta do Evangelho.
O medo de pregar o Evangelho é do nosso coração. Falta confiança nos ensinamentos de Cristo e no poder do Espírito Santo de Deus. Enquanto estivermos cheios de justiça própria e de medo, seremos como o profeta fujão, e vamos continuar fugindo da esplendorosa e sublime missão que o Senhor nos concede: a de pregar o Evangelho.
A fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus. É a Palavra de Deus que transforma corações, a vida e a sociedade. Mas como serão transformados sem o Evangelho de Cristo? Como crerão se não há quem pregue? ◆
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