Importância de uma colaboração interdisciplinar para a prevenção e controle de doenças zoonóticas emergentes

Conseguimos um total de 13 grupos inscritos para a atividade e tivemos 17 pessoas durante o show de talentos, bem como mais de 60 espectadores em uma reunião de zoom e uma transmissão ao vivo na página do Facebook da OEQF.

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Também foi feito um vídeo com fotos de Estudantes de Química Farmacêutica da Universidade de San Carlos de Guatemala (USAC) e da Universidade del Valle de Guatemala (UVG). O tema do vídeo era a vida dos alunos de Farmácia, e foi publicado no dia 25 de setembro nas páginas de mídia social da OEQF (da USAC) e da AEQF (da UVG).

Esta tem sido a atividade de maior sucesso que o OEQF teve no ano passado, no que diz respeito a todas as atividades realizadas no local pré-pandemia e na perspetiva online, e esperamos manter esta expectativa para as próximas celebrações.

Nas últimas décadas, a humanidade tem enfrentado diversos tipos de desafios, sociais, econômicos e fenômenos derivados das mudanças climáticas, como as Doenças Zoonóticas Emergentes (EZD). Zoonose é definida como qualquer doença infecciosa que animais e humanos podem transmitir uns aos outros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define zoonoses emergentes como aquelas que foram recentemente reconhecidas ou de evolução recente, ou que ocorreram anteriormente, mas apresentam aumento da incidência, expansão da distribuição geográfica, hospedeiro ou vetores (1). Este texto abordará as ameaças que os EZDs representam para o bem-estar social, economia e equilíbrio ecológico. Da mesma forma, será compartilhada uma ideia para enfrentar esse problema e os desafios que isso representa.

No que diz respeito à natureza, as doenças infecciosas representam uma ameaça aos ecossistemas, pois são importantes forças bióticas que podem precipitar o declínio da população de espécies silvestres, o que pode impactar no equilíbrio da dinâmica ecológica e levar à perda da biodiversidade (2). Em relação aos impactos das EZD na saúde pública, que causam milhões de mortes humanas por ano, os números são alarmantes principalmente no desenvolvimento

países. Foi demonstrado em diferentes epidemias que os sistemas de saúde ficam saturados, há também falta de medicamentos e o acesso à saúde se torna complicado. Os custos hospitalares para o cuidado direto de pessoas com zoonoses são estimados em centenas de milhões de dólares por ano nos Estados Unidos (3).

Como os EZDs são desconhecidos, não existe um plano de manejo específico para prevenir sua ocorrência. A possibilidade de um surto está sempre presente nos sistemas de produção de animais destinados ao consumo humano. Os impactos das EZDs neste setor são de extrema importância, uma vez que representa uma das principais atividades econômicas e fontes de alimentos em todo o mundo.

A possibilidade de manifestação de EZD requer investimento dos governos, uma vez que exigem a destinação de recursos para pesquisas em novas doenças, experimentação de tratamentos, estudos epidemiológicos, geração ou aquisição de vacinas no caso de doenças virais, geração e implantação de protocolos de controle e prevenção , etc. O problema de EZD deve ser abordado sob a abordagem de Uma Saúde, definida pela OMS como uma " abordagem concebida para projetar e implementar programas, políticas, leis e pesquisas em que vários setores se comunicam e colaboram para alcançar melhores resultados de saúde pública " ( 4). Atualmente existem documentos que incluem orientações sobre como prevenir e controlar a EZD, garantir o bem-estar animal e uma produção ecologicamente correta. Esses documentos são desenvolvidos por especialistas das principais instituições intergovernamentais da One Health em todo o mundo e são publicados para que diferentes governos possam basear-se neles para desenvolver suas próprias políticas públicas. Exemplos desses documentos são ‘‘ Um Guia Tripartido para Enfrentar as Doenças Zoonóticas nos Países ’’ da FAO, OIE e OMS; e ‘‘ Os Padrões Internacionais da OIE ’’ . Outro documento que já aborda as doenças zoonóticas são os ‘‘ Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ’’ das Nações Unidas.

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Todo o exposto levanta questões sobre se: as recomendações estabelecidas neste tipo de documento são realmente utilizadas por diferentes países na elaboração de suas próprias políticas públicas? E, se realmente o fazem, essas políticas são realmente seguidas de maneira adequada ?.

Desenvolver, implementar e manter uma estratégia nacional de prevenção e controle de EZD com base nos princípios de Uma Saúde representa um grande desafio, que inclui: a conscientização nacional dentro das profissões médicas e veterinárias, comunidade científica, instituições governamentais, tomadores de decisão e sociedade civil sobre o poder da abordagem One Health para melhorar a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente. Na minha perspectiva, ainda existem setores sociais que simplesmente não se interessam em adotar ações solidárias e se recusam a enfrentar os problemas socioambientais que a situação atual exige.