
4 minute read
Os efeitos da era do plástico para a saúde
Nos próximos dias, porque os participantes queriam saber mais sobre os locais para fazer o SEP. Entramos em contato com os responsáveis pelos laboratórios, hospitais e universidades. Tivemos 2 dias onde falamos sobre as vagas que oferecemos no nosso SEP, Pesquisa em Universidades, Farmácia Hospitalar e Farmácia Comunitária. E no último dia, convidamos a equipe SEP da IPSF e alguns SEOs ao redor do mundo para falar sobre o SEP aos nossos alunos.
Além disso, para o nosso momento social, fizemos uma festa virtual, que foi muito legal. Fizemos pelo Facebook e os alunos de todo o mundo puderam interagir conosco nos comentários e também no envio de alguns áudios para o nosso Dj Diego Alonso para colocá-los ao vivo. Fizemos algumas dinâmicas, algumas perguntas como: Como vocês estão estudando nessa pandemia? Muitos alunos enviaram seus áudios e algumas saudações públicas. A temática que fizemos com o Dj foi como estar em uma drogaria e o logotipo da nossa associação. Foi uma experiência incrível para compartilhar com todos os alunos.
Advertisement
Por fim, queremos motivar todos os SEOs a fazerem um SEP virtual também. Apesar desta pandemia, existem muitas maneiras de promover nosso SEP e ficar atento aos alunos que estão interessados em fazer o SEP com seu país. Agradecemos a todos os alunos e todas as pessoas que nos ajudam em nosso SEP Virtual, faremos outro em breve.
F e b . d e 2 0 2 0 | V o l . 8
OS EFEITOS DO PLÁSTICO ERA PARA A SAÚDE
Todos os dias somos cercados por produtos feitos de plástico: garrafas de bebidas, sacolas plásticas, escovas de dente, cosméticos, tecidos, embalagens de alimentos. E o pior: não temos informações suficientes sobre como esses plásticos podem interagir com o organismo humano.
Microplásticos (MP' s) são partículas de plástico decompostas em tamanhos de cerca de 5 mm ou até menos. Devido ao seu pequeno tamanho, eles podem interagir facilmente com diferentes organismos e se dispersar no ar e na água. Os MPs mais comumente encontrados são tereftalato de polietileno (PET), seguido por polietileno (PE), poliestireno (PS) e polipropileno (PP), e geralmente estão na forma de uma fibra ou fragmento.
Uma das maiores preocupações relacionadas a este assunto é a capacidade que os poluentes orgânicos persistentes (POP' s), como organoclorados, bisfenol A e metais tóxicos, têm de adsorver na superfície desses microplásticos, pois se sabe que esses componentes são capazes de gerar alterações nos níveis hormonais e neurológicos. Até agora, poucos estudos in vitro e in vivo foram realizados para verificar as interações dos MPs com as funções fisiológicas e bioquímicas humanas.
Conhecendo as vias de contaminação mais comuns, como os alimentos, o Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Rações (RASFF) e a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) já começaram a apresentar notificações da presença de MP em produtos alimentares. Entre eles, mas não só, estão alimentos como mel, leite, cerveja, carnes acondicionadas em bandejas, chás, sal (de várias regiões do mundo) e frutos do mar, os mais contaminados 1,2,3,4,5, 6 Há também um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre
Por se tratar de um tema com debate crescente, os resultados estão finalmente sendo alcançados: os pesquisadores italianos detectaram pela primeira vez a presença de microplásticos em 4 das 6 placentas analisadas, totalizando 12 microplásticos. Também teorizaram a entrada dessa substância no corpo humano por meio da alimentação e da respiração, com a ação das células M, difusão paracelular, macrófagos e epitélio ciliado, sendo transportados para o sangue pelas células dendríticas 8.
F e b . d e 2 0 2 0 | V o l . 8
Pesquisa anterior, realizada por Schwabl e colaboradores, analisou a presença de microplásticos como resultado da digestão, encontrando todas as amostras (n = 8) contendo cerca de 20 microplásticos em 10g de fezes, como polipropileno (PP) e tereftalato de polietileno (PET) 9
As consequências da exposição crônica e aguda de MP no sistema dos mamíferos ainda são muito obscuras. E tem mais: esses MPs podem ser decompostos em nano tamanhos (nanoplásticos), potencialmente entrando no sistema de circulação e interagindo com a albumina e outras proteínas do sangue, provavelmente modificando a distribuição do medicamento.

Depois de todas essas informações, você deve estar se perguntando: o que podemos nós, como farmacêuticos e futuros farmacêuticos, fazer a respeito? Uma das melhores formas de agir com rapidez é estimular o descarte correto de medicamentos e embalagens nos pontos de coleta e até mesmo o uso de bioplásticos é uma alternativa. Mas mais: podemos explorar este campo como pesquisadores, esclarecendo as potenciais interações que esses MPs e NPs têm com parâmetros fisiológicos e medicamentos.
Referências
[1]. Liebezeit, G., & Liebezeit, E. Non-pollen particulates in honey and sugar. Food Addit Contam Part A, 2013, 30(12), 2136–2140. doi:10.1080/19440049.2013.843025
[2]. Lusher, A. L., McHugh, M., & Thompson, R. C. Occurrence of microplastics in the gastrointestinal tract of pelagic and demersal fish from the English Channel. Mar Pollut Bull. 2013, 67(1-2), 94–99.
[3]. Lachenmeier, D.W., Kocareva, J., Noack, D., Kuballa, T. Microplastic identification in German beer-an artefact of laboratory contamination? Deutsche Lebensmittel-Rundschau. 2015, 111 (10), pp. 437-440.
[4]. Hernandez, L.M., Xu, E.G., Larsson, H.C.E., Tahara, R., Maisuria, V.B., Tufenkji, N. Plastic teabags release billions of microparticles and nanoparticles into tea. Environ. Sci. Technol. 2019, 53(21), 12300-12310.