The Dosage Second Edition (Portugues)

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THE DOSAGE

ISSUE 02 MARCH 2022

Abordar a escassez de medicamentos e o impacto da Pandemia COVID-19


Equipa Editorial MS JOANNE SHEN Coordenador de Educação de Farmácia PARO 2021-2022

MS GABRIELLE GIMENES Diretor de Projetos Regionais PARO 2021-2022

MS MARIA GONZALEZ Oficial Regional de Media e Publicações PARO 2021-2022


ASSOCIAÇÕES PARO

IPSA-NSU | USA


Obrigado IPSF PARO gostaria de agradecer a todos os que contribuíram para a segunda edição do Dosagem. Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer aos escritores pelas suas contribuições. Obrigado por nos ajudar a abordar o tema da escassez de drogas. Em segundo lugar, gostaríamos de agradecer aos editores que ajudaram a rever os artigos. Gostaríamos também de agradecer à equipa de design por ter ajudado a juntar tudo isto. Por último, gostaríamos de agradecer aos leitores por terem tirado tempo para ler estes artigos.

de IPSF PARO


Tabela de Conteúdos 06

Prefácio

07

Sessão de Frases

08

Escassez de medicamentos no Brasil: Em busca do combate à desinformação e à burocracia Erick Tavares Marcelino Alves, Sophia Mikiko Oliveira Sueyoshi, Gabrielle Gimenes Lima, Linda Brenda Viríssimo Sirqueira

12

Situação de escassez de medicamentos em hospitais nas regiões costeiras e montanhosas do Peru Aron Francisco Cortez Quispe, Diego Waldir Cabana Huancachoque, Jorge Antonio Quispe Padilla, Melanie Jhenieffer Choquehuanca Mollocondo

17

Um Farmacêutico do Sono em tempos da pandemia Maria de Guadalupe Enriquez Anco

21

O impacto da escassez de medicamentos sobre o uso não licenciado de medicamentos Melissa Núñez Mora


Prefácio A escassez de medicamentos – especialmente medicamentos essenciais – tem-se revelado uma preocupação crescente em todo o mundo, uma vez que representam um desafio para os sistemas de saúde. São responsáveis por custos adicionais e ameaçam a segurança e a saúde dos nossos pacientes, considerando que isso pode resultar em subtratamento, não tratamento e possíveis erros de medicação quando os profissionais de saúde tentam substituir os medicamentos em falta. Embora a escassez de medicamentos não seja um fenómeno recente, a pandemia COVID-19 aprofundou os obstáculos a esse respeito. Os principais desafios são a regulação dos medicamentos, a falta de práticas de harmonização e garantir a qualidade dos fármacos devido ao intercâmbio de medicamentos devido às alterações, flutuações e instabilidades nas cadeias de fornecimento de medicamentos, comunicação com os principais intervenientes e necessidade de implementar protocolos e orientações de boas práticas nos hospitais.Para isso, a indisponibilidade de dados provenientes de países de baixo e médio rendimento, que provocam estudos de gestão de stocks difíceis e de efetividade de custos, incluindo a falta de sistemas de notificação de falta de medicamentos. A escassez de medicamentos nas instituições tornou-se um grande problema desde a pandemia. Foi predominantemente relatado ter resultados económicos, clínicos e humanísticos adversos para os pacientes. Isto afetou significativamente a relação paciente-provedor. Para acomodar as necessidades dos doentes para garantir o tratamento final dos doentes, é importante que os futuros farmacêuticos compreendam a importância e aprendam a abordar esta questão.

06


Sesion de Frases

A escassez de medicamentos pode resultar de problemas de fabrico, falta de incentivo por parte das empresas para produzirem medicamentos menos rentáveis e de falta de pessoal em matéria-prima. ... falta de incentivos governamentais e de mercado para sistemas de vigilância de qualidade que se centrem na melhoria contínua e na deteção precoce de questões da cadeia de abastecimento, outras decisões empresariais e questões políticas. Nos países de rendimento médio e inferior, a escassez de medicamentos pode decorrer de questões de licenciamento e contrabando de drogas.A escassez de medicamentos estará sempre interligada com as práticas dos profissionais de saúde. Podemos minimizar o seu impacto aprendendo a impedi-los e como lidar adequadamente com eles.

07


ESCASSEZ DE MEDICAMENTOS NO BRASIL: EM BUSCA DO COMBATE A DESINFORMAÇÃO E BUROCRACIA 1 . Erick Tavares Marcelino Alves, 2.Sophia Mikiko Oliveira Sueyoshi, Gabrielle Gimenes Lima, 3.Linda Brenda Viríssimo Sirqueira

2.

1 . Departamento de Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, University of São Paulo, Av Prof Lineu Prestes, 580, Bl. 17, CEP 05508-000, São Paulo (SP), Brazil. erickalves02016@gmail.com; sophiamikiko@gmail.com 2 . Edifício ICB - III, Avenida Prof. Lineu Prestes, 2415 - Cidade Universitária CEP 05508-900, São Paulo, SP. gabrielle.ggimenes@gmail.com 3 . .Universidade Nove de Julho, Rua Vergueiro, 235/249 - Liberdade, São Paulo SP, 01525-000. lindabrenda1000@gmail.com

Introdução

Discussão

A escassez de medicamentos é uma problemática

Causa da Escassez

antiga no Brasil, agravada pelo cenário da pandemia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em

decorrente de COVID-19 que acomete o país desde

março de 2020 que o mundo se encontrava em meio à

fevereiro de 2020. A crise sanitária veio acompanhada

pandemia do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19

de crise financeira e a falta de leitos, equipamentos

(Figura 1). As primeiras medidas tomadas foram as não

de proteção individual, respiradores, oxigênio, além

farmacológicas, como distanciamento social e bloqueio

de insumos para produção de kits de diagnósticos,

de circulação de pessoas (lockdown), visando diminuir a

medicamentos

grandes

contaminação pelo vírus. A inexistência de vacina ou

consequências não só para a população brasileira,

tratamento na época e o desconhecimento a respeito

mas também para os profissionais da saúde. (1)

da ação do vírus no organismo humano tornaram a

Os medicamentos mais susceptíveis à escassez foram

pandemia

os

profissionais de saúde.(3,4)

de

baixo

e

vacinas

valor

têm

unitário,

trazido

pois

são

os

mais

uma

situação

desafiadora

para

os

consumidos pela população, o que causa desinteresse

A população brasileira, que apresentava histórico de

de comercialização para as empresas farmacêuticas.

automedicação, apresentou aumento significativo em

(2)

comparação com os anos de 2018-2019: medicamentos

No

Brasil,

farmacêuticas

algumas

encerraram

grandes suas

indústrias

atividades

no

sem prescrição foram utilizados por em torno de 77%

mercado de fármacos de baixa complexidade para

dos brasileiros. E mesmo entre os que receberam

investirem na produção de medicamentos de alto

prescrição,

custo e baixo volume.

medicamentos. O começo do período de pandemia foi

57%

não

fizeram

uso

correto

dos

marcado pelo uso indiscriminado de medicamentos, Objective

causado pela sensação de medo que tomou conta dos

O objetivo desta revisão é mostrar o panorama da

brasileiros na busca de uma prevenção ou tratamento

escassez de medicamentos no Brasil e no mundo

por meio da automedicação.(3)

durante

o

período

pandêmico,

e

A desinformação espalhada rapidamente fez com que

discutir a forma como os hospitais brasileiros foram

a cada hipótese de tratamento farmacológico para

capazes de lidar com o desabastecimento ocasionado

Covid-19

pela pandemia de Covid-19, visando avaliar desde as

determinado medicamento até que fosse comprovada

causas de desabastecimento até a resposta dos

sua ineficácia, levando ao descarte no ambiente

hospitais,

doméstico. Essa onda de consumo, na forma de uma

especialmente

dos

contextualizar

farmacêuticos

em

relação a crise no sistema de saúde público brasileiro.

gerasse

uma

onda

de

consumo

de

demanda temporária, alterou a dinâmica de oferta e demanda dos estoques em vários níveis da cadeia produtiva. O desabastecimento tornou-se um problema pois,

THE DOSAGE

08


no Brasil, a aquisição de medicamentos é feita por

Em um país como o Brasil que foi tomado com uma

etapas

“febre” de fake news (9), o farmacêutico deve estar

complexas envolvendo várias esferas de poder para

atento às prescrições e suas respectivas razões

depois ser distribuído nas unidades de saúde, onde

prezando pelos pacientes que realmente precisam

serão dispensados para os pacientes. Dessa forma,

dos medicamentos e que mais sofrem devido à

qualquer atraso ou falha nesse procedimento leva ao

escassez.10 Ainda, tal profissional é responsável por

desabastecimento dessas unidades de saúde.(5)

informar a população sobre a doença, sua forma de

um

processo

de

licitação

formado

por

Embora a demanda aumentada por certos tipos de

contágio, sintomas e como prevenir (figura 2), sendo

medicação tenha causado escassez de alguns destes,

o farmacêutico um dos principais agentes nessa luta

o fato de muitos terem matéria-prima originada de

contra as fake news. (9)

países longínquos como Índia e China também teve

Além disso, cabe aos farmacêuticos junto a outros

importante papel em tal escassez.(6)

membros do time multidisciplinar da saúde a

Somando a situação em que a população aumentou

avaliação de terapias e mudança para medicações

subitamente

medicamentos

alternativas genéricas e observar mudanças entre

momentaneamente, a demanda constante daqueles

opções terapêuticas durante essa época de escassez.

que faziam uso contínuo de determinados fármacos,

Por

o processo burocrático para compra de insumos

farmacológicos, os farmacêuticos são fundamentais

farmacêuticos, aumento da demanda nos hospitais

no uso de medicamentos adjuvantes visando a

pelo

poupança do uso de outros menos presentes em

o

consumo

aumento

ocasionadas

do

pela

impossibilidade

por

número

pandemia

de

de de

estocagem

internações

Covid-19

e

significativa

a em

conhecerem

estoque.(10)

aspectos

Para

tanto,

é

farmacocinéticos

importante

que

e

o

farmacêutico ou o profissional da saúde conheça

ambiente hospitalar, o Brasil encontrou-se a beira de

alguns

um colapso na saúde, especialmente nos hospitais.

contornar o problema da escassez de medicamento

Essa

como o publicado pela the American Society of

falha

pacientes

na

estrutura

tivessem

impediu

acesso

a

que

seus

diversos

tratamentos

conjuntos

Health-System

de

recomendações

Pharmacists10

e

visando

também

pela

adequados, de pacientes com quadros leves a graves,

Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).(6)

deparou-se com a necessidade de recorrer à planos

Um exemplo de troca que vem sendo observado nos

de contingência na farmácia hospitalar visando

hospitais

manter

cisatracurim para rocuronium.(10)

e

dar

continuidade

aos

serviços

farmacêuticos prestados.(5,7)

do

Brasil

é

do

agente

bloqueador

Como algumas medidas para suprir a necessidade evidenciada pela escassez de medicamentos tem-se

Contorno da escassez

a diversificação do suprimento, com o uso de análise

O Farmacêutico Hospitalar e Clínico é responsável

preditiva

pelo ciclo do medicamento e materiais hospitalares

cooperação

dentro da unidade de saúde, desde sua seleção

necessário frisar também a importância do incentivo

como por exemplo para não haver a escassez desse

por parte do governo em relação às fábricas de modo

medicamento, como seu armazenamento para que

a otimizar a produção de medicamentos sem causar

não haja perdas desnecessárias, e claro a dispensação

danos às boas práticas de produção. Ainda, a

e o uso com acompanhamento farmacoterapêutico

previsão epidemiológica é importante e deve ser

do paciente.(8)

adequada para cada país de forma a garantir o

Ainda, farmacêuticos também servem de base para

melhor suprimento no lugar certo e na hora certa.

educação no que se refere ao uso de medicamentos.

Uma

Tais

profissionais

com

comunicação

demanda

autoridades

visando

e

também

sanitárias.(9)

a

É

flexibilidade

de

o

procedimentos burocráticos envolvendo a compra de

relacionadas

a

medicamentos tem sido essencial, o que destaca a

prescrição apropriada e a dispensação correta de tais

importância de uma união entre o governo brasileiro,

medicamentos.9(,10)

ANVISA e países exportadores de matéria-prima.(9.11)

de

fundamentais

prever

para

desenvolvimento

são

para

políticas

THE DOSAGE

09


O

diálogo

e

a

cooperação,

tanto

intra

como

medicamentos. Além disso, o diálogo, embora seja

interinstitucional, de maneira geral é fundamental para um tanto quanto clichê, é o principal jeito de lidar o funcionamento do sistema de saúde, permitindo com essa situação. Seja intra e interinstitucional, seja ajustes.(10,12) Na Europa, o diálogo interinstitucional foi entre o governo, agências regulatórias e profissionais fundamental

para

que

indústrias

obtivessem de saúde, o diálogo é o melhor caminho rumo a

medicamentos para as pessoas em necessidade.(9) otimização do tempo de entrega de medicamentos. Encontros intrainstiucionais também são importantes (13) Porém, embora seja algo relativamente simples para

providência

de

atualizações

e

preocupações de fazer, muitas vezes existe uma grande guerra de

relacionadas à escassez de medicamentos dentro das egos instituições. (10)

entre

políticos

e

agências

regulatórias,

principalmente aqui no Brasil, o que por vezes acaba

No Brasil, em um relato obtido a partir do Instituto da interferindo diretamente na vida de várias pessoas. Criança do complexo do Hospital das Clínicas (ICr), percebeu-se que um aumento de comunicação entre a Conclusão e perspectiva farmácia hospitalar e famílias por meio de ligações e

Com a atual pandemia de Covid-19 fica claro a

avisos relacionados ao estoque de medicamentos foi necessidade de uma gestão desde a fabricação até o essencial para contornar o problema da escassez.

momento

da

dispensação

ao

paciente

de

Ainda, tal profissional deve apoiar outros profissionais e suprimentos e também da regulação do fluxo de colaborar em um nível global relatando como contornar medicamentos, produtos de saúde e higiene e a escassez de medicamentos.(10)

serviços de assistência à saúde nos hospitais públicos

O governo de maneira geral também prega papel e privados, sendo que isto envolve profissionais importante

na

manutenção

de

estoque

de treinados adequadamente e suporte adequado de

medicamentos.11 Uma das medidas fundamentais a ser equipamentos e abastecimento de insumos (o qual o realizadas seria a criação de uma lista de medicamentos setor de compras do hospital exerce possui grande que

potencialmente

poderiam

se

tornar

escassos responsabilidade

necessitando

de

estratégias

durante o período pandêmico.(9) Além disso, em eficientes - reduzindo custos, e não deixando haver conjunto

com

estabelecimento

os

farmacêuticos, de

uma

poderia

haver

abordagem

o escassez,

comprometendo

o

atendimento

dos

para pacientes).

bioequivalentes genéricos alternativos que poderiam ser

Assim

sendo,

nacionalmente produzidos. Assim, deve existir um canal Implementação

é

da

de

suma

análise

de

importância dados

para

a o

de rápida comunicação entre instituições, facilitando o planejamento e distribuição de recursos, além da acesso a informações sobre escassez, garantindo a análise e gerenciamento de riscos. disponibilidade de medicamentos que poderiam salvar Para evitar o desabastecimento de medicamentos vidas.(10)

pode ser realizada uma seleção de quais seriam essenciais para o tratamento de pacientes mais

Prós e contras

graves, padronização destes, verificação de valor

Foram citadas várias medidas que têm sido utilizadas unitário e quantidade em estoque dos mesmos; em relação à situação da escassez de medicamentos, disponibilidade principalmente no Brasil. Tendo isso em vista, a tabela 2 fornecedores

e

tempo

lembrando

do

de

entrega

estoque

dos

mínimo

foi confeccionada analisando vantagens e desvantagens (compra reserva) que deve ser sempre analisado. percebidas em algumas das soluções para tal problema mencionadas anteriormente.

Pode-se também realizar parcerias com outros hospitais

e

realizar

ajuda

mútua

para

não

interromper um tratamento do paciente. Consideração dos autores

O farmacêutico tem um papel importante em diversos métodos de contorno relacionados a escassez de

THE DOSAGE

10


Bibliografia

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THE DOSAGE

11


SITUAÇÃO DE ESCASSEZ DE MEDICAMENTOS EM HOSPITAIS NAS REGIÕES COSTEIRA E MONTANHOSA DO PERU 1 . Aron Francisco Cortez Quispe, 2. Diego Waldir Cabana Huancachoque, 3. Jorge Antonio Quispe Padilla, 4. Melanie Jhenieffer Choquehuanca Mollocondo

1 . Professional School of Pharmacy and Biochemistry, Universidad Nacional San Luis Gonzaga de Ica, Ica-Peru, 3rd Year, Partner of APEFyB. aroncortezquispe@gmail.com 2 . Professional School of Pharmacy and Biochemistry, Universidad Privada Cayetano Heredia, Lima-Peru, 5th year, Partner of APEFyB. diegocabana835@gmail.com 3 . Professional School of Pharmacy and Biochemistry, Norbert Wiener Private University, LimaPeru, Bachelor, Partner of APEFyB. Jorgequisp3@gmail.com 4 . Professional School of Pharmacy and Biochemistry, Universidad Privada Andina Nestor Caceres Velasquez, Puno-Peru, Graduated in pharmacy and biochemistry, Partner of APEFyB. jhiem312@gmail.com

Introdução

ele curso da pandemia, também englobando o

A escassez de medicamentos é um fenômeno que

câncer

vem ressoando tanto em instituições públicas quanto

contraproducente, isso porque 19,3 milhões de novos

privadas, sendo que a Organização Mundial da Saúde

casos

(OMS) o reconhece como um problema global. A

Ministério da Saúde peruano. (4)É muito evidente as

escassez de medicamentos é entendida como "um

deficiências na estruturação e gestão do sistema de

problema de fornecimento de medicamentos que

saúde peruano, onde a resposta dos hospitais

demanda

no

públicos responsáveis pela MINSA é limitada, e

atendimento ao paciente e requer o uso de um

embora medidas tenham sido tomadas para reduzir

agente terapêutico alternativo" [Abarca L. E., Marro R.

infecções como o confinamento social, em 2021, o

D.

ser

Peru está na vanguarda no número de pacientes

temporário, e que pode ser resolvido com o passar do

falecidos, dos quais é mostrado nas especialidades

tempo, como, por isso, a retirada da droga do

do cuidado do Covid-19, oncológicas e emergências.

uma

2016]

mudança

sendo

que

esse

que

impacta

problema

pode

como foram

comorbidade

registrados

em

não

2020,

seria

segundo

o

mercado pelo proprietário de sua comercialização, devido

a

uma

constante

escassez

com

a

Objectivos

consequência de uma cessação permanente, para

Determinar os fatores e soluções sobre a escassez de

que pudesse alertar e até mesmo atingir um grau de

opioides,

alarme social. (1, 2)

oncológicos em hospitais de todo o país no contexto

Nos últimos anos, com a pandemia Covid-19, o

dos últimos anos (2013 - 2021).

problema acentuado,

da

escassez

com

de

hospitais,

medicamentos policlínicas

e

medicamentos

antihipertensivos

e

foi

outros

Método

estabelecimentos públicos de saúde responsáveis

Através

pelo MINSA imersos nesse problema.

informações registradas no banco de dados de

O Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI)

mecanismos de busca como Pubmed, Web of

apresentou, em 2020, os resultados da Pesquisa

science, SCIELO, Editorial Universidad de Granada,

Demográfica e de Saúde da Família (ENDES-2020)

INEI, Ministério da Saúde peruano e tese; da mesma

sendo que a população avaliada é de pessoas com

forma,

idade maior ou igual a 15 anos, tendo assim que 39%

medicamentos do III Hospital Essalud (Puno) e do

da população pesquisada sofre de pelo menos uma

Hospital Nacional Daniel Alcides Carrión (Callao)

comorbidade (fator de risco), sendo estas: obesidade

entre 2021 e 2022.

da

a

revisão

coleta

de

de

artigos

dados

do

científicos

inventário

e

de

e/ou diabetes mellitus e/ou hipertensão. (3) Da mesma forma, foi visto que as pessoas que sofrem ou sofreu de alguma comorbidade, seja aguda ou crônica, são ou foram as mais afetadas ao longo

THE DOSAGE

12


Imagem 1. Participação em compras corporativas no orçamento

de produtos farmacêuticos. MERCADO FARMACÊUTICO E ACESSO A MEDICAMENTOS NO PERU. MINSA, 2013. [5]

Mesa 1. Escassez no estoque de medicamentos oncológicos nos

períodos 2019-2022.Fonte: Hospital Nacional Daniel Alcides Carrion (Callao)

Imagem 2. Principais produtos do mercado público de oncologia

Ugarte O. Estratégias para melhorar o acesso a medicamentos no Peru. An Fac Med (Lima Peru: 1990) [6]

Mesa 2. Medicamentos opioides subabastecidosFonte: Inventário

do Hospital Público III Essalud (Puno)

THE DOSAGE

13


4.Barreiras no submercado público de medicamentos não estratégicos, conforme relatado pela DIGEMID em

2013,

nem

todas

as

instituições

públicas

participam de compras corporativas, apenas 28,4% das da Minsa, por 622 milhões, passaram por elas (6), como mostra a figura 1. Tudo isso devido a problemas na gestão, gerando atrasos nas compras e na oferta no setor público 5.

Barreiras

no

submercado

público

de

medicamentos oncológicos, devido à alta demanda e grandes empresas como a "Roche", que têm posições dominantes no mercado (6), como mostra a figura 2. In 2019 the company "Roche", has a position in the Mesa 3. Drogas anti-hiper-atenuastivas subabastecidas Fonte:

Inventário do Hospital Público III Essalud (Puno)

oncology market; which represents 52% of total government procurement. (6)

Discussão

Um dos direitos do cidadão, que estão na legislação vigente no nível da Organização Mundial da Saúde (OMS), é a capacidade de obter os medicamentos e/ou dispositivos médicos que são solicitados a fim de promover, preservar e/ou restaurar a saúde do indivíduo. Os relatos de escassez e escassez de medicamentos essenciais têm aumentado nos últimos anos. Tem sido descrito em países de alta, média e baixa renda e está ligado a problemas de fabricação, bem como dificuldades

de

financiamento

da

cadeia

de

suprimentos e cuidados de saúde, embora existam vários fatores que a causam, estes devido a barreiras invisíveis, que são as seguintes: 1. Barreiras

no

medicamentos

submercado estratégicos,

público devido

à

de alta

produtores. 2. As vacinas, devido à alta demanda, devido ao fato de o setor público assumir essas compras como políticas estaduais, e atualmente reforçadas pelo Covid-19, também devido à sua priorização, outras linhas de medicina são deixadas de lado. de

programas

Hospital Nacional Daniel Alcides Carrión (Callao), conforme mostra a Tabela 1. A Tabela 1 mostra as drogas com maior rotatividade no hospital. Observa-se que os números estão reduzindo a partir de 2020, isso devido a dois fatores: a pandemia Covid-19 e a péssima gestão de anos anteriores

em

fornecimento afetando

relação de

aos

cronogramas

medicamentos

diretamente

as

de

oncológicos,

importações

desses

medicamentos. Essa escassez é atualmente uma crise

nacional,

oncohematológicos

sendo os

mais

os

pacientes

afetados,

conforme

mostra a figura 3. O acesso à medicina foi violado

demanda do setor público e às altas ofertas dos

3. Medicamentos

Essa realidade ocorre em diversos hospitais, como o

por

pelo aumento dos preços no mercado farmacêutico. Deve-se notar, por exemplo: Paclitaxel, medicamento usado no Câncer de Mama, apresentação de 100mg em hospitais públicos tem um custo médio de 25 solas, atualmente devido a problemas de escassez seu preço foi alterado até 500% mais do que o habitual, da mesma forma, é o caso do hospital público III Essalud (Puno), como mostra a tabela 2 e a tabela 3.

resultados

(PPR), causados por problemas de programação e limitações no financiamento público.

THE DOSAGE

14


Bibliografia

Conclusão

A escassez causa um atraso no acesso dos cidadãos

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aos medicamentos e, em algumas situações, obstrui-

medicines:

o, e tem um impacto significativo sobre pacientes e

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saúde,

por

isso

as

agências

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is

behind

it?

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A estratégia atual promove uma vontade política

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forçarem a continuar a produção de medicamentos

PROVIDER INSTITUTIONS (IPRESS) IN PERU, IN

abandonados, investir mais em pesquisa, desenvolver

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novos medicamentos e estabelecer uma política real

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farmacêuticos

são

considerados

parceiros importantes na resposta à atual pandemia

0.500.12866/6611/Acceso_TenorioMucha_Janeth.p df?sequence=1&isAllowed=y

COVID-19. As farmácias hospitalares estão ampliando

3. 39.9% of Peruvians aged 15 and over have at least

serviços e horas para prestar serviços essenciais,

one comorbidity [Internet]. Gob.pe. [cited 13

colocando-se

February

na

vanguarda

do

atendimento

e

2022].

Available

in:

segurança do paciente para melhorar a saúde

https://www.inei.gob.pe/prensa/noticias/el-399-de-

pública. (8)Por essa razão, a análise como autores

peruanos-de-15-y-mas-anos-de-edad-tiene-al-

que vivem essa realidade, postulamos que esse

menos-una-comorbilidad-12903/

problema deve ser gerido pelo governo peruano

4. CANCER SITUATION IN PERU [Internet]. Gob.pe.

como um todo das entidades responsáveis pela

[cited

saúde pública, planejando estratégias updaable de

http://www.dge.gob.pe/portal/docs/tools/teleconfe

acordo com as necessidades e fatores que afetam a

rencia/2021/SE252021/03.pdf

realidade dos hospitais, e as repercussões para os pacientes

13

February

2022].

Available

in:

5. PHARMACEUTICAL MARKET AND ACCESS TO MEDICINES IN PERU - MINSA. Paho.org. [cited 17 February

2022].

Available

in:

Esclarecimento

https://www1.paho.org/per/images/stories/ftpage/2

O presente trabalho foi trabalhoso no tema da busca

013/mercado_farmaceutico-

bibliográfica de estoques via web, sendo necessário

acceso_medicamentos-peru.pdf

para o sigilo de alguns hospitais privados, porém,

6. Ugarte Ubilluz O. Strategies to improve access to

acreditamos que para os hospitais públicos a questão

medicines in Peru. An Fac Med (Lima Peru: 1990)

do

[Internet]. 2019 [cited February 17, 2022];80(1):104–

inventário

deve

ser

tratada

com

mais

transparência, isso porque as pessoas poderiam

8.

procurar

http://www.scielo.org.pe/scielo.php?

quais

medicamentos

podem

ser

encontrados ou não em um estabelecimento, além

Available

in:

script=sci_arttext&pid=S1025-55832019000100019

de ajudar na gestão da informação e com potenciais auxílios ou soluções por estudantes e/ou profissionais de saúde.

THE DOSAGE

15


7. Portocarrero Reategui, M., 2016. EVALUATION OF THE FACTORS THAT CAUSE POOR ACCESS TO MEDICINES IN THE PHARMACY OF THE CAYETANO HEREDIA NATIONAL HOSPITAL . [online] USMP

ACADEMIC

REPOSITORY.

Available

at:

<https://repositorio.usmp.edu.pe/bitstream/handle/20 .500.12727/2956/portocarrero_rmj.pdf? sequence=3&isAllowed=y>

[Accessed

February

17,

2022]. 8. Aruru M, Truong H-A, Clark S. Pharmacy Emergency Preparedness and Response (PEPR): a proposed framework for expanding pharmacy professionals' roles and contributions to emergency preparedness and response during the COVID-19 pandemic and beyond. Res Social Adm Pharm [Internet]. 2021 [cited February

17,

2022];17(1):1967–77.

Available

in:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32389631/

THE DOSAGE

16


UN FÁRMACO DE SUEÑO EN TIEMPOS DE PANDEMIA 1. Maria de Guadalupe Enriquez Anco

1 . Universidad Andina Néstor Cáceres Velázquez, Faculty of Health, Professional School of Pharmacy and Biochemistry

Introdução

O medo foi exacerbado pela desinformação nas

SARS-CoV-2 é o novo coronavírus. Desde dezembro de

mídias sociais e na mídia, muitas vezes impulsionada

2019, tem sido a causa da atual pandemia global do

por notícias errôneas e mal-entendidos de mensagens

CoVID-19,

relacionadas

onde

mais

de

9.700

casos

foram

à

saúde.

Após

a

declaração

de

confirmados na China e em 106 em outros 19 países.

emergência, um estudo revelou um aumento das

(1) Embora em 2003 já tenha sido relatado sars-cov-1

emoções

(antecessor

indignação) e diminuição das emoções positivas

do

SARS-Cov-2),

que

infectou

8.422

negativas

(Organização Mundial da Saúde, 2003), medidas

comportamento diferente entre as pessoas, o que

preventivas não foram tomadas para controlar essa

levou

doença. Países como Itália e Espanha foram os

relacionadas à saúde mental.(3)

primeiros a sofrer as consequências da resposta tardia

Os problemas mais frequentes em todo o mundo

a esse vírus, e quando tentaram reagir, a propagação

devido à pandemia foram a insônia e a ansiedade

já havia se tornado incontrolável, vale ressaltar que,

entre outros, vale ressaltar que em países como os

em março de 2020, o diretor-geral da Organização

Estados Unidos, em 2017, uma prevalência anual de

Mundial da Saúde (1) declarou que o Covid-19 passou

uso

de uma epidemia para uma pandemia. (2) Devido ao

(aproximadamente 6 milhões de pessoas) é relatada

alto risco de contágio do vírus e ao número de

em pessoas com mais de 12 anos de idade, mas

pacientes e óbitos cada vez mais confirmados no

apenas 0,3% (739.000 pessoas) atenderam critérios de

mundo,

se

abuso ou dependência. Dados semelhantes foram

espalham ameaçando a saúde mental da população.

aumentando em outras partes do mundo 3, incluindo

De acordo com relatos de epidemias e pandemias

em países da América do Sul onde os BZDs são

ocorridas, sabe-se que pacientes e profissionais de

facilmente obtidos sem prescrição 4. Além disso, um

saúde podem sofrer situações de medo da morte e

aumento progressivo desses números pode ser visto

apresentar

nos últimos tempos 3,5, por outro lado, no Peru, a

pensamentos

sentimentos

de

negativos

solidão,

tristeza

e

irritabilidade e medo.

muitos

pacientes

indevido

de

Isso

a

sofrer

gerou

e

(felicidade

e

satisfação).

depressão

pessoas em 30 países causando a morte de 916

emoções

e

(ansiedade,

de

tranquilizantes

um

patologias

de

2,2%

Metropolitan Lima registra na população adulta uma prevalência de uso vitalício de "tranquilizantes" e

No início da pandemia SARS‐CoV‐2 na China, causou

"pílulas

alarmes e estresse na população em geral. O medo da

semelhante em adolescentes, em que a idade de

doença pode ser explicado pelo estar infectado e pela

início varia entre 12 e 15 anos. (4) É por isso que nosso

incerteza gerada. O número crescente de casos em

objetivo

pacientes fez com que a população se preocupasse

benzodiazepínicos usados para registrar o sono em

em se infectar.

pacientes

para

dormir"

principal

é

de

0,6%;

descrever

hospitalizados

a

o

devido

prevalência

consumo à

é

de

pandemia

coronavírus.

THE DOSAGE

17


Métodos

Este estudo é um estudo descritivo com desenho retrospectivo, uma vez que foi aplicada uma coleção de pesquisas aplicadas à saúde mental, bem como relatos

de

casos

de

pacientes

em

unidades

psiquiátricas em tempos de pandemia. Resultados

Mesa 3. Pacientes patologias tomando benzodiazepínicos durante

a internação. Análise univariada. (8)

Mesa

1.

Características

demográficas

e

co-morbidades

de

pacientes que tomam e não consomem benzodiazepínicos (8)

Mesa 2 Benzodiazepienes consumidos por pacientes

THE DOSAGE

18


Discussão

Analiticamente, 244 (42,4%) pacientes apresentaram

A principal motivação que apoia o uso inadequado

linfetonia no momento da internação e 365 (63,4%)

do BZD é determinar se os sintomas de sofrimento

em algum momento durante a internação. Quanto à

psíquico associados ou não a problemas de saúde

sua evolução, 400 (69,4%) pacientes necessitaram de

mental (5) neste caso falta de sono. Mas diferentes

oxigenoterapia; 82 (14,2%), ventilação invasiva; e 84

padrões de abuso de BZD (benzodiazepínicos) como

(14,6%), internação na UTI. 127 (22%) morreram. Além

em pacientes que desenvolvem algum grau de

disso,

dependência

benzodiazepínicos

problema

características demográficas e comorbidades e suas

subjacente, como ansiedade ou insônia, mas que não

respectivas diferenças de acordo com o sexo na

conseguem modificar suas doses prescritas, outra é

escala rankin(8).

em pessoas que iniciam um BZD medicamente

Quanto ao consumo de BZD, veram-se que está

prescrito, mas depois desenvolvem uso inadequado e

associado a maior gravidade da doença COVID-19,

aumentam suas doses excessivamente. Um terceiro

significativamente

grupo composto por pessoas que nunca foram

necessidade de oxigenoterapia, ventilação invasiva,

prescritas BZD, mas usá-los para fins recreativos.

internação na UTI, síndrome de angústia respiratória

Poucos casos de pacientes para BZD passam do

aguda, doença grave devido ao COVID-19, linfetonia

grupo a) para o grupo. Um grande desafio na

no início da internação ou linfetonia durante a tabela

diferenciação entre o uso indevido e o uso irracional

III. Como em todos os casos o valor p foi maior que

do BZD é a ampla intersecção entre uso clínico

0,2, não realizamos modelos multivariados.De acordo

legítimo, auto administração para fins terapêuticos e

com

uso não médico(6). Na verdade, é comum que o uso

momento da internação, 39 (28,3%) morreram, nove

não prescrito de medicamentos controlados seja

(6,5%) ainda estavam internados no momento da

relatado com base em razões que fingem ser

análise e 90 (65,2%) tiveram alta.

terapêuticas(6). Causando uma tolerância aos efeitos

Desse último grupo, 85 (61,6%) pacientes mantiveram

sedativos da droga mais rapidamente do que aos

BZDs na mesma dose, dois (1,5%) descontinuaram,

outros efeitos terapêuticos específicos, o que leva a

dois (1,5%) mudaram de substância ativa e um (0,7%)

uma escalada de dose a fim de alcançar a sedação

reduziram a dose. Entre os 235 pacientes com menos

desejada rapidamente. (7)

de 65 anos, 41 (17,4%) tomavam benzodiazepínicos,

Os problemas de desconforto emocional diminuem o

em comparação com 97/341 (28,4%) com mais de 65

limiar para crises emocionais e, assim, levam ao

anos (p = 0,003). Pacientes com menos de 65 anos

aumento das doses da substância controlada, neste

atualmente

caso, o BZD e ainda mais em tempo de pandemia

também não apresentaram maior mortalidade (8)

pelo alarme de muitos fatores que influenciam o

(OR: 1,1; IC 95% 0,3-4; p = 0,887) ou aumento do risco

efeito

de doença grave de COVID-19 (OR: 0,8; IC 95% 0,4-1,6;

sedativo.

BZD

Atualmente,

o

um

periódico

de

os

138

na

com

pacientes

tratados

Tabela

maior

que

com

1

consumiram

para

de

uma

que

de

regular

como

pacientes

resultado

prescrição

física

os

apresentam

probabilidade

tomavam

BZD

as

de

no

benzodiazepínicos

neurologia publicou dados de um estudo com 576

p = 0,562).

pacientes que dentro deles é um percentual que

Na análise de regressão univariada, não houve

utiliza benzodiazepínicos que é de 24% em relação à

evidência de aumento do risco de síndrome de

aplicação do diagnóstico foi realizado pela reação

angústia respiratória aguda nesse grupo (OR: 1,1; IC

em cadeia de polimerase em 546 (94,8%) e/ou

95% 0,5-2,5; p = 0,887) nem necessidade aumentada

sorologia em 175 (30,4%). Do total, 549 (95,3%)

de ventilação invasiva (OR: 1; IC 95% 0,4-2,5; p = 0,992)

apresentaram pneumonia. A gravidade da doença foi

ou internação em UTI (OR: 0,6; IC 95% 0,2-1,6; p =

leve em 32 (5,6%) casos, pneumonia descomplicada

0,282). (8)

em 142 (24,7%), pneumonia grave em 269 (46,7%) e síndrome de angústia respiratória aguda em 124 (21,5%).

THE DOSAGE

19


Conclusão

Atualmente nossa população a grande maioria sofre

6. Sanders R, Godlee A, Fujimori T, Goulding J, Xin G,

de patologias em saúde mental. Uma delas é, a

Salek-Ardakani S, et al. Benzodiazepine augmented

pandemia coronavírus. Tendo em conta que o grupo

γ-amino-butyric acid signaling increases mortality

de medicamentos de benzodiazepínicos são usados

from pneumonia in mice. Crit Care Med 2013; 41: 1627-

como sedativos ou para causar o sono como

36

resultado do medo entre outros, é muito importante

7. Millar A, Hughes C, Ryan C. Evaluating the

mencionar que a pesquisa relata que eles não

prevalence of potentially inappropriate prescribing in

apresentaram maior mortalidade. Da mesma forma,

older adults in intermediate care facilities: a cross-

não está associado a ter um grau de risco em

sectional observational study. Int J Clin Pharm 2017;

complicações

39: 527-35

da

síndrome

do

desconforto

respiratório agudo, internação na UTI ou maior

8. Martínez s, E., García D., Trigo J., Talavera B., Valle

linfetonia.

Peñacoba, G., Hernández I. & ArenillasF. (2021). Effect of benzodiazepine treatment on hospital prognosis of

Bibliografia

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2020.

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Update

Novel

201-209.

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coronavirus

(COVID-19).

https://www.paho.org/sites/default/files/202002/2020-feb-28-phe-actualizacion-epi-covid19.pdf 2. Adhanom, T. 2020. "Coronavirus: WHO declares the global pandemic due to Covid-19". Medical writing. https://www.redaccionmedica.com/secciones/sani dad-hoy/coronavirus-pandemia-brote-de-covid19-nivel-mundial-segun-oms-1895 3. Mejia, C. R., Rodriguez, J. F., GarayL., Enriquez, M., Moreno, A., Huaytan-Rojas, K. & Curious, W. H. (2020).

Perception

transmitted

by

the

population

during

of

fear

media the

or in

exaggeration the

COVID-19

Peruvian pandemic.

Cuban Journal of Biomedical Research, 39(2). 4. National

Institute

Epidemiological

Study

of of

Mental Mental

Health. Health

in

Metropolitan Lima and Callao. Replication 2012. General Report. Annals of Mental Health. 2013; 29(Sup1): 0-0. [ Links ] 5. Nakafero G, Sanders R, Nguyen-Van-Tam JS, Myles PR.

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and influenza-like illness-related pneumonia and mortality: a survival analysis using UK Primary Care data. Pharmacoepidemiol Drug Saf 2016; 25:1263-73

THE DOSAGE

20


O IMPACTO DA ESCASSEZ DE MEDICAMENTOS SOBRE O USO OFF-LABEL E NÃO LICENCIADO DE MEDICAMENTOS 1 . Melissa Núñez Mora 1 . the University of Costa Rica. Member of Costa Rican Federation of Pharmacy Students (FECOEF).

Introdução

licenciados

A escassez de medicamentos tornou-se um problema de

medicamentos

saúde pública desde a segunda década do século real. (1)

específicas,

Não há consenso sobre a definição real desse fenômeno,

pediátricos, onde a prescrição não licenciada e fora

embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha se

do rótulo é a única solução. (5) A prática de usar

reunido para desenvolver definições técnicas deste termo

medicamentos

em 5 de outubro de 2016.Diferentes eventos podem

altamente

causar esse fenômeno, classificado em quatro critérios

especialmente em populações com doenças raras

como Acosta et al. definidos em seu estudo. O primeiro

onde a demanda não é suficiente para produzir ou

diz respeito ao ciclo de vida da droga, o que significa que

investigar

a disponibilidade do tratamento depende se ele está em

pessoas. Outro exemplo são as populações que

ensaios

mercado,

geralmente são excluídas do ensaio clínico. Como

concorrência genérica ou declínio de marketing por causa

resultado, nenhum medicamento pode atender às

de um novo produto que substitui o primeiro. O segundo

necessidades dos pacientes. (6,7) Um produto é

refere-se à existência ou falta de substitutos — por

utilizado em condições fora do rótulo quando

exemplo,

O

prescrito de forma que a Autoridade sanitária do

terceiro discute problemas na cadeia de suprimentos, se

país não aprovou. Um produto não licenciado, não

há um problema na importação logística, produção ou no

registrado ou não autorizado não tem autorização

nível de compra de atacadistas ou varejo. O quarto

de comercialização dada pela Autoridade sanitária

considera

problemas

do país. (8) Em relação a essa ideia, quando não há

regulatórios, como aumentos inesperados ou redução de

tratamento para um paciente cujo bem-estar está

preços. (2)Houve diferentes iniciativas ao redor do mundo

em perigo, os profissionais de saúde enfrentam

para resolver a escassez de medicamentos. As soluções da

uma situação ética. Não ter nenhum medicamento

cadeia de suprimentos podem incluir a concepção de

disponível por causa da escassez os leva a procurar

redes de cuidados de saúde que maximizem o nível de

uma alternativa, mesmo sabendo que o uso de um

serviço. (2) De acordo com Abarca Lachén e Marro Ramón,

medicamento disponível, mas em condições fora

uma excelente solução para fornecer uma droga sem

do rótulo ou sem licença, também pode causar

equivalente ou sem produto genérico é usar fórmulas

reações adversas nos pacientes. (9)

magistral. (3) Países como Albânia, Canadá, Chipre,

para os farmacêuticos é um problema porque eles

República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, Itália, Holanda e

devem dizer ao paciente que sua medicação não

Portugal estabeleceram licenças especiais para importar e

está disponível. O dever e a responsabilidade dos

dispensar

o

farmacêuticos estão proporcionando aos pacientes

folheto informativo do paciente não esteja na língua

seu tratamento como é conhecido. Quando não

oficial do país ou não esteja licenciado no país. (4)

podem fazê-lo, seu compromisso profissional é

Além disso, o uso de medicamentos off-label e não

afetado.

clínicos,

sob

tratamentos

a

exclusividade

equivalentes

demanda,

medicamentos

os

preços

importados

de

no

e

mercado.

os

mesmo

que

THE DOSAGE

é

elevado

devido

aprovados

como

à

para

difundida

tratamentos

e em

não

de

populações

pacientes

off-label

falta

neonatais

licenciados

todo

específicos

o

e

é

mundo,

para

essas

Além disso,

21


Os

farmacêuticos

devem

julgar

se

algum Discussão

equivalente disponível que possam dispensar ou se a Como

mencionado,

a

definição

de

escassez

de

prescrição fora do rótulo ou não licenciada é eficaz e medicamentos até o momento não tem uma definição segura para o paciente. (9) Este artigo tem como oficial. Durante a reunião da OMS, cada país participante objetivo

examinar

o

impacto

da

escassez

de deu sua definição, que finalmente não deu uma

medicamentos no uso off-label e não licenciado de definição completa. Assim, lendo as definições dos 58 medicamentos e suas consequências.

participantes

finais,

é

possível

abordar

algumas

semelhanças, como mostra a Figura 1. (17,20)Portanto, é Método

possível descrever a escassez de medicamentos como

A investigação é uma revisão bibliolúcola de artigos uma situação em que a oferta de medicamentos práticos de pesquisa sobre escassez de medicamentos aprovados pela Autoridade sanitária do país não atende e medicamentos fora do rótulo e sem licença. Os à demanda atual, à saúde pública ou às necessidades trabalhos selecionados foram publicados entre 2012 e dos pacientes. (20)Consequentemente, esse problema 2021. As bases de dados consultadas foram Science afeta diretamente os pacientes. O estudo de Said et al. Direct, Elsevier, Pubmed, JAMA International Medicine sobre a incidência de consequências apresentadas pelos e a Organização Mundial da Saúde. Para a pesquisa pacientes após receberem um medicamento substituto. restrita, as palavras-chave utilizadas foram escassez de Os

autores

constataram

medicamentos, farmácia, farmacêutico, off-label, não comunitárias licenciado, não aprovado, legislação, raciocínio moral, distribuem ética

da

farmácia

e

reações

adversas

e

que

72,7%

das

medicamentos

54,9%

das

farmácias menos

farmácias

hospitalares eficazes

ou

de adequados, 15% das farmácias comunitárias e 39,4% das

medicamentos. Para selecionar os artigos, devem farmácias hospitalares negaram tratamentos que salvam abordar

as

soluções

medicamentos,

relativas

definições

à

do

escassez

conceito,

de vidas, e 60,4% das farmácias comunitárias e 18,2% das base farmácias hospitalares relataram reações adversas a

legislativa, importação sem licença, uso off-label e uso medicamentos

(ADR)

em

seus

pacientes

após

não licenciado de medicamentos, reações adversas a receberem um medicamento substituto. (17) Atif et al. medicamentos, perspectiva farmacêutica de escassez também descobriram que a escassez de medicamentos de medicamentos, segurança dos pacientes, raciocínio produz ADR e um alto risco de mortalidade por causa de ético e moral dos profissionais de saúde. Portanto, os substitutos inadequados de medicamentos. (18)O uso de artigos foram categorizados seguindo esses critérios medicamentos não registrados e fora do rótulo é de inclusão.

considerado uma solução razoável para a escassez de medicamentos em países do mundo todo. Segundo

Resultados

Vogler e Fischer, as medidas regulatórias para minimizar

Vinte trabalhos preencheram os critérios de inclusão. o impacto da escassez de medicamentos da Moldávia e Quatro abordaram reações adversas de medicamentos chipre são importar medicamentos não licenciados com causadas pelo uso fora do rótulo e não licenciados; uma licença especial. (4) Da mesma forma, Bochenek et quatro descreveram a importação não licenciada e a al. descobriram que os 28 países estudados tinham a base legislativa. Cinco relacionaram o uso off-label e possibilidade legal de prescrever medicamentos não não

licenciado.

Três

eram

sobre

a

perspectiva registrados, se necessário, devido à escassez. A Suíça

farmacêutica de uma escassez de medicamentos de também autoriza a importação de medicamentos não raciocínio ético e moral dos profissionais de saúde. licenciados. É vital notar que o Reino Unido aceitou uma Dois

discutiram

a

segurança

dos

pacientes. prescrição de medicamentos sem licença durante a

Finalmente, sete artigos descrevem a escassez de escassez de medicamentos. (19) A base legal para esta medicamentos, causas, consequências, soluções e ação é evidente no artigo 5º da Diretiva 2001/83/CE. (1) definições. Além disso, os papéis de Mason et al., Gray No entanto, não é viável dar um produto não licenciado e Manasse, Vogler e Fischer, Acosta et al., e Whitfield et ao paciente em vez do produto original prescrito sem o al. incluíram informações úteis para examinar mais de consentimento do médico. uma categoria.

THE DOSAGE

22


Sabendo

da

escassez,

o

médico

deve

prescrever

compreensão do paciente dos possíveis riscos de

ao

receber esse tipo de tratamento como forma de

paciente. (19) Como Gray e Manasse apontaram, o

fornecer-lhes uma solução para a falta de seus

mercado global não conseguiu atender às necessidades

tratamentos

dos pacientes pediátricos. (13) A pediatria é uma das

representa uma questão que farmacêuticos e outros

principais áreas onde medicamentos sem rótulo e sem

profissionais de saúde devem abordar. Kruijtbosch et

licença

al. demonstraram que os farmacêuticos acham

expressamente

devem

medicamentos

o

medicamento

não

licenciado

ser

usados

devido

à

para

esses

pacientes.

escassez Por

de

exemplo,

iniciais.

complicado

(16)

substituir

O

um

aumento

da

tratamento

ADR

devido

à

Borges et al. descobriram que 50% dos pacientes

escassez, uma vez que sua decisão pode afetar

pediátricos brasileiros que participaram do estudo foram

negativamente a saúde dos pacientes. Assim, fazer

tratados

essas avaliações de mudança de tratamento requer

com

pelo

menos

um

medicamento

antiepiléptico não licenciado. (14) Da mesma forma,

conhecimentos

Acosta et al. viram que mais de 35% da escassez de

habilidades de comunicação para dar ao paciente

medicamentos

uma

na

América

do

Sul

consiste

em

farmacêuticos

explicação

eficiente

avançados

da

situação

e

e suas

tratamentos para o sistema nervoso. (2) Assim, Whitfield

implicações. (9) A escassez de medicamentos é um

et al. descobriram que, nos Estados Unidos, uma das

problema que envolve esforços políticos e precisa da

principais

de

expertise dos profissionais de saúde, pois esse

medicamentos era mudar as formulações e diluições dos

problema afeta diretamente os pacientes. Negar um

medicamentos, que faz parte da prática fora do rótulo.

tratamento

(15)

Uma vez que medicamentos off-label e não

medicamentos menos eficazes ou gerar ADR não é

licenciados são amplamente utilizados, as implicações

um risco que se deve estar disposto a tomar. (17,18)

devem ser analisadas. Pratico et al. estudaram o

Consequentemente,

emprego de medicamentos fora do rótulo em 5060

preparar

pacientes

aqueles

científicas, que cuidam da saúde dos pacientes. (9)

pacientes tratados com um medicamento fora do rótulo

Além disso, muitos pacientes apresentam ADRs ao

tinham uma probabilidade de 7,3% de apresentar um

dar-lhes a alternativa off-label ou sem licença. No

ADR, enquanto a probabilidade dos pacientes no rótulo

entanto,

era de 1,2%. (12) Estudo comparável na população adulta,

necessário

feito por Eguale et al., concluiu que a taxa de ADR foi

Consequentemente, mesmo que uma solução para a

maior nos pacientes que receberam um medicamento

escassez

fora do rótulo do que aqueles que utilizam um

medicamentos fora do rótulo e sem licença, quanto

medicamento no rótulo. (11) Bellis et al. também

mais ele é aceito e mais escassez de medicamentos,

estudaram o ADR após o uso de medicamentos off-label

maior o uso desses medicamentos em diferentes

e

esses

condições dos originais. Portanto, seguir essa prática

medicamentos têm mais probabilidade de causar ADR

pode arriscar a saúde de muitos pacientes, razão pela

do que os medicamentos no rótulo e autorizados. (10)

qual outras soluções devem prevalecer sobre esta.

não

estratégias

para

pediátricos

licenciados

e

e

mitigar

a

concluíram

escassez

que

determinaram

que

que

para

não

salva

os

medicar

dar

aos

farmacêuticos

enfrentar

também de

vidas,

decisões

um não

devem

difíceis,

paciente é

medicamentos

pacientes

uma

seja

o

se

mas

quando opção. uso

de

Farmacêuticos e médicos enfrentam dificuldades éticas e morais quando há escassez de medicamentos. O uso

Conclusões

de medicamentos não licenciados e fora do rótulo para

A escassez de medicamentos leva a um aumento no

resolver a deficiência de medicamentos leva a mais

uso

pacientes que apresentam ADR durante seu tratamento.

medicamentos, o que representa um risco na vida

(10–12) Assim, devem garantir que os pacientes tenham

dos pacientes e pode aumentar a manifestação das

seu tratamento, assegurando que sua saúde não esteja

RS. No entanto, não procurar uma solução também

comprometida com a decisão. Portanto, educar o

coloca em risco a saúde dos pacientes. Essas

paciente em seu tratamento alternativo é essencial, uma

circunstâncias levam a um problema ético: o uso ou

vez que a medicação original não está disponível, bem

não de medicamentos pode prejudicar um paciente.

como para garantar a aceitação, a conscientização e a

fora

THE DOSAGE

do

rótulo

e

não

licenciado

de

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Os farmacêuticos têm o protagonismo nessa questão, pois devem conduzir um julgamento profissional e ético em relação ao risco/benefício e considerar a saúde do paciente uma prioridade. Fazendo mais pesquisas sobre novos medicamentos, novos usos dos

medicamentos

comercializados

e

ensaios

clínicos podem ajudar a diminuir a escassez de medicamentos e reduzir o uso de medicamentos não licenciados e fora do rótulo.

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