Revista Construir Nordeste - Edição 64

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ano XIII | nº 64 | ago/set 2012 | www.construirnordeste.com.br

R$ 12,90 | € 5,60

RCN Editores Associados

arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços

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SUMÁRIO capa | 42

Certificado de Construção Sustentável, por que ele é tão importante?

Infraestrutura

60 O mais moderno Centro de Eventos do Nordeste foi inaugurado em Fortaleza tecnologia

64 Revestimento de cortiça é cada vez mais usado no isolamento térmico e acústico econômia & negócios

84 O impacto da redução da tarifa de energia elétrica no Brasil 88 Locação de máquinas vale a pena?

entrevista | 18 Joaquim Correia – O importante é saber fazer

seções

16 PALAVRA 22 Responsabilidade social 24 DIa a dia 26 PAINEL CONSTRUIR 31 VITRINE 35 ESPAÇO ABERTO 50 COMO SE FAZ 90 CUB 94 INSUMOS 104 ONDE ENCONTRAR colunas

14 SHARE – Asaph Sabóia 28 TRENA – Marianne Brito 48 MOVIMENTO EM JP – Ricardo Castro 66 Construir Direito – Rafael Accioly 74 VISTO DE PORTUGAL – Renato Leal 89 CONSTRUIR ECONOMIA – Mônica Mercês 92 INDICADORES IVV – Danyelle Monteiro

VidaSustentável | 69 76 ENTREVISTA

O agrônomo Antônio José Chagas explica por que faz bem ter plantas em ambientes internos

72 Eu Digo 80 Capa 82 Boas Práticas


CARO LEITOR Uma nova construção civil Caro Leitor, O modo de se pensar a construção civil passa por mudanças desde que chegaram ao Brasil os Certificados de Construção Sustentável. Nossa editora de conteúdo, Marianne Brito, ouviu engenheiros e especialistas na área de certificação da construção civil e conta como alguns empreendimentos do Nordeste estão sendo projetados para conseguir a certificação. Em alguns casos, a construtora para comprar uma lata de tinta lê a bula antes para saber se ela tem gases voláteis. O resultado você confere a partir da página 42. Na seção Dia a Dia (páginas 24 e 25) o repórter Yuri Assis mostra que o trabalho do almoxarife vai além de controlar a saída e entrada de materiais. É preciso saber inclusive informações específicas sobre a natureza de cada produto, o perigo que pode representar para as pessoas e o meio ambiente, além de medidas de primeiros socorros e instruções de manuseio. Na seção Economia & Negócios, páginas 84 e 85, abordamos um dos temas mais comentados nas últimas semanas: a redução da tarifa de energia elétrica para a indústria. O pacote divulgado pela presidente Dilma Roussef garantiu aos consumidores industriais um benefício de até 28% na redução da conta de energia. Preparamos esta edição da Construir Nordeste a tempo de prestigiar um dos maiores eventos da Construção Civil do Nordeste, a Ficons. Acompanhamos todas as oito edições da Feira Internacional de Materiais, Equipamentos e Serviços de Construção e somos testemunhas do seu crescimento. Esta é a maior e mais lucrativa edição do evento, que está fechado desde o ano passado. Na seção Trena (pág.28) temos mais informações que comprovam o sucesso desta que já é a maior feira comercial realizada em Pernambuco. Trazemos também a cobertura completa do Greenbuilding (pág. 52), SIACS – etapa Bahia (pág. 54), Feira Construir Bahia (pág. 56), e Concrete Show (pág.58). Na cobertura das edições de agosto e setembro do Fórum Pernambucano de Construção Sustentável, parte integrante do Movimento Vida Sustentável, foram apresentadas tecnologias que permitem reduzir custos, tanto por gerenciar as etapas do processo construtivo como por racionalizar o uso da energia na produção de água e refrigeração do ar. Entre as novas tecnologias construtivas o destaque foi para a plataforma Building Information Modelling (BIM), que foi tema do Fórum no mês de agosto. Já na edição de setembro do Fórum, o destaque foi soluções para economizar energia com o uso de sistemas de pressurização de bombas. Na ocasião, Bruno César Beltrão, da Grundfos Brasil, analisou o uso de bombas nas edificações e seus reflexos nos gastos com energia elétrica. A eficiência energética também foi tema da palestra de Francisco Dantas, da Interplan. O engenheiro detalhou o funcionamento do sistema de ar condicionado do shopping RioMar em construção no Recife, onde foi implantado um sistema híbrido de refrigeração. A reportagem completa de Juliana Outtes está nas páginas 78 e 79 do Caderno Vida Sustentável.

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EXPEDIENTE RCN Editores Associados

Conselho Editorial Adriana Cavendish, Alexana Vilar, Augusto Santini, Bruno Ferraz, Carlos Valle, Celeste Leão, Clélio Morais, Eduardo Moraes, Elaine Lyra, Joaquim Correia, José G. Larocerie, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, José Antônio de Lucas Simon, Mário Disnard, Otto Benar Farias, Renato Leal, Risale Neves, Ricardo Leal, Serapião Bispo. Conselho Técnico Professores: Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos, Eliana Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas Publisher | Elaine Lyra elainelyra@construirnordeste.com.br A redação e a diagramação são da agência de comunicação EXClusiva!br Editora-executiva | Luciana Nunes Editora de conteúdo | Marianne Brito marianne@construirnordeste.com.br Reportagem Aline Franceschini | Gabriela Bezerra I Ingrid Melo I Juliana Outtes | Juliane Planzo | Yuri Assis Revisão de texto Bruno Marinho | Gabriela Bezerra I Ingrid Melo editora de arte | Paula K. Santos Diagramação e ilustração Ana Elisa Ribeiro | Glaucos Ribeiro | Juliana Delgado Fotografia | Guilherme Veríssimo Colunistas Asaph Sabóia | Danyelle Monteiro | Marianne Brito | Mônica Mercês Renato Leal | Ricardo Castro Publicidade Tatiana Feijó | tatiana@construirnordeste.com.br Pollyanny Chateaubriand | pollyanny@construirnordeste.com.br +55 81 3038-1045 | construir@construirnordeste.com.br Representantes para publicidade Ceará NS&A – Aldamir Amaral +55 85 3264.0576 | nsace@nsaonline.com.br Santa Catarina | Media Opportunities - Lúcio Mascarenhas +55 48 3025-2930 | luciomascarenhas@mobrasil.com.br Rio de Janeiro | AG MAIS Aílton Guilherme +55 21 2233.8505 | +55 21 8293.6198 | ailton.agmais@yahoo.com.br São Paulo | Media Opportunities - Demetrius Sfakianakis +55 11 3255-2522 | demetrius@mobrasil.com.br Rio Grande do Sul | Everton Luis +55 51 9986-0900 | paranhama@terra.com.br Portugal - B4- Business Consulting & Investiments - Renato Leal 351 210329111 | renato.leal@b4.com.pt Administrativo-Financeiro | Ebénezer Rodrigues rodrigues@construirnordeste.com.br Secretária Executiva | Pollyanny Chateaubriand pollyanny@construirnordeste.com.br Assinaturas e Distribuição | Tatiana Feijó tatiana@construirnordeste.com.br NÚCLEO ON LINE | Tatiana Feijó tatiana@construirnordeste.com.br | Asaph Sabóia Portal Construir NE | www.construirnordeste.com.br Twitter: @Construir_NE Facebook: Construir Nordeste Endereço e telefones Av. Domingos Ferreira, 890 sl 704 – Boa Viagem Recife - PE 51011 - 050 +55 81 3038 1045 / 3038 1046


CARTAS

AGENDA

Hoje ouvimos muito falar da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), principalmente, como uma ferramenta importante na adoção de medidas que tenha como foco a sustentabilidade do setor produtivo brasileiro, em especial, o setor da construção civil. Entretanto, aqui no Brasil a gente não vê uma prática dessa ferramenta, como nos países mais desenvolvidos. Qual é a nossa dificuldade de aplicar o ACV aqui no Brasil? Um recente estudo divulgado, que focou entre outras coisas esse tema na pesquisa, aponta como principal barreira a ausência de uma base de dados brasileira (inventários brasileiro). A coleção dos dados dos consumos de matéria e energia envolvidos nos processos de produção — aquilo que chamamos de dados de entrada e saída do sistema, que engloba, também, as emissões — É tratado, ainda, com muita restrição, considerando-os “confidenciais”. Mesmo que se consiga quebrar as barreiras internas nas empresas, surge um outro problema: os dados dos fornecedores. Esses, sim, é que, como estão fora do sistema de produção, dificultam ainda mais a coleta de dados. Então, isso nos remete a estimar por modelos teóricos ou usar dados internacionais, que, muitas vezes, não refletem a realidade local. Assim, a fase de construção dos inventários do ciclo de vida torna-se mais complexa e nos obriga a adaptar e ajustar, portanto, isso constitui a principal barreira à prática do ACV no Brasil.

Encontro Construir acústica urbana Data: 04 de outubro de 2012 Local: Centro de Convenções - Olinda/PE construirne.com.br IBRACON – 54º Congresso Brasileiro do Concreto Data: 08 a 11 de outubro de 2012 Local: Maceió/AL ibracon.org.br

*Prof. Arnaldo Cardim de Carvalho (PEC/Poli/UPE)

FESQUA – Feira Internacional de Esquadrias, Ferragens e Componentes | VITECH – II Glass Internacional Fair | ARCTECH – Feira Internacional de Tecnologias para Arquitetura e Urbanismo Data: 17 a 20 de outubro de 2012 Local: São Paulo/SP fesqua.com.br

Os resíduos da construção civil recebem algum tipo de tratamento especial quando destinados aos aterros sanitários? (Nathália Melo, 10º período de Engenharia Civil, UPE/POLI) Segundo a Resolução Nº 307, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), os resíduos de construção deverão ser destinados de acordo com a sua classe. Em se tratando dos resíduos da Classe A (por exemplo, tijolos, blocos, argamassa, concreto e solos), estes devem “[...] ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura”. Para isso, os resíduos de construção devem ser destinados a Áreas de Transbordo, Triagem e Reciclagem (ATTR) ou Aterro de Inertes. Dessa forma, os aterros sanitários devem contar com uma área específica para receber tais materiais. Contudo, deve-se lembrar que grandes volumes desses resíduos não são sequer destinados aos aterros sanitários, sendo dispostos, por pequenos geradores, em locais inadequados (margens de rios e estradas, terrenos baldios, etc.). Diante da complexidade da gestão desses resíduos, uma importante estratégia para promover a sua destinação adequada está no estabelecimento de Pontos de Entrega Voluntária (PEV), onde o pequeno gerador possa entregar pequenos volumes – menores que 1m3/dia – com facilidade de acesso e boas condições de tráfego.

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VITÓRIA STONE FAIR - 30ª Feira Internacional do Mármore e Granito Data: 26 de fevereiro de 2012 a 01 de março de 2013 Local: Vitória/ES vitoriastonefair.com.br EXPOREVESTIR Data: 5 a 7 de março de 2013 Local: São Paulo/SP exporevestir.com.br FEICON - 21º Salão da construção Data: 12 a 16 de março de 2013 Local: São Paulo/SP feicon.com.br

*Prof. Eder Carlos Guedes dos Santos (PEC/Poli/UPE)

CARTAS redacao@construirnordeste.com.br

COMPLAN – ADIT Seminário Internacional de Comunidades Planejadas Data: 18 a 20 de outubro de 2012 Local: Costa do Sauípe/BA adit.com.br

ATENDIMENTO AO LEITOR faleconosco@construirnordeste.com.br Tel: + 55 81 3038-1045 e 81-3038-1046 Segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h

REDAÇÃO/SUGESTÕES DE PAUTAS Avenida Domingos Ferreira, 890/704 Empresarial Domingos Ferreira Pina | Recife | PE | CEP: 51 001-050


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Estamos em Festa Asaph Sabóia

fotos: reprodução

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ão podemos deixar passar essa data sem comentar e ressaltar. Há 13 anos, Elaine Lyra, dava o pontapé inicial para esse projeto, que hoje é a Revista Construir Nordeste. Esse aniversário tem um gosto especial, pois marca o primeiro ano do portal Construir Nordeste. Lançado em 2012, o portal tem se consolidado como um dos principais veículos de comunicação na área. Os acessos não param de crescer, o aumento é de aproximadamente 4.000%.

já curtiu?

Com a palavra, nosso internauta

No Facebook, chegamos a mais de 2 mil seguidores. Muito mais do que número, essa é uma marca bastante valiosa, visto que, diariamente, essas pessoas comentam, compartilham, curtem e ajudam a fazer da fanpage da Revista Construir NE, muito mais que uma extensão do Portal Construir NE, mas um “cantinho” de conteúdo, amizades e discussões.

Olá, estou muito feliz por ter encontrado este site, pois, através dele estou conhecendo mais a fundo a construção sustentável. Bom, sou construtor e estou me formando em Administração. Estou elaborando minha monografia, cujo tema é Redução dos Impactos Ambientais Gerados pela Construção Civil como Diferencial Competitivo. O Construir Nordeste vem sendo um ótimo espaço para fazer pesquisas e compreender melhor o assunto. Obrigado. Douglas Lima

Cobertura Completa I Construbusiness Cobertura nas Redes Sociais A Construir Nordeste vem participando dos principais eventos de construção civil do Brasil. Além dos nacionais ADIT, Concrete Show, Feicon e Greenbuilding, nossa equipe vem fazendo a cobertura de vários eventos de âmbito local. Você pode acompanhar tudo em nossas redes sociais. No twitter, a cobertura sempre acontece no @construir_ne. Estamos no facebook.com/construir.nordeste

A primeira edição do Fórum Construbusiness teve cobertura completa do portal Construir Nordeste. O evento foi organizado pela Amcham-Recife (Câmara Americana de Comércio) e foi voltado para empresários e empreendedores que atuam na cadeia produtiva da construção civil ou industrial. Na ocasião, os especialistas discutiram sobre as principais tendências e desafios do mercado para os próximos anos. O tema Copa do Mundo foi uma das temáticas abordadas pelos palestrantes, que comentaram sobre as mudanças ocasionadas pela Cidade da Copa.

Acesse: www.construirnordeste.com.br Escreva: faleconosco@construirnordeste.com.br Siga-nos (Twitter): @Construir_NE Compartilhe nossa fan page no Facebook

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palavra

Nordeste: sinais de alerta

shutterstock

Tania Bacelar de Araujo

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Nordeste vem experimentando mudanças importantes, muitas delas associadas ao novo momento brasileiro. O momento pós-redemocratização, por exemplo, ao priorizar as políticas sociais e a elevação real do salário mínimo, trouxe impactos muito positivos para os mais pobres e para maioria dos trabalhadores da região. Mais renda junto com crédito farto e bem escalonado, num contexto de emprego em expansão, estimulou o consumo popular na região de forma nunca vista. O consumo dinâmico mexeu com as frágeis economias das pequenas localidades e ativou as bases produtivas dos médios e grandes municípios, estimulando e atraindo investimentos privados, sobretudo nos setores ligados ao consumo popular. Por sua vez, a tendência a ampliar investimentos, especialmente via Petrobras e via o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), trouxe projetos de peso e estruturadores de um novo momento da economia regional. Paralelamente, em várias políticas setoriais, o Governo atuou para estimular iniciativas no Nordeste. Talvez o mais relevante exemplo seja o da política de ensino superior e médio, que definiu a presença de novas universidades e de vários novos campi das federais nas

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cidades médias do interior nordestino, ao mesmo tempo em que diversos institutos federais e escolas técnicas se multiplicavam no interior da região. O resultado favorável é conhecido: o Nordeste foi revisitado e sua imagem no País mudou. No entanto, o hiato que separa essa região das mais ricas do País se encurtou pouco, tanto que abrigando quase 28% da população brasileira, continua respondendo por apenas 14% da produção nacional. E algumas tendências em curso são portadoras de ameaças para essa região. Uma primeira preocupação é com as consequências da exploração do pré-sal e a localização dos investimentos que ela propiciará. O setor de Petróleo & Gás vai liderar o crescimento industrial no País nas próximas décadas, como já o faz hoje. E o núcleo central da cadeia produtiva de fornecedores que ele mobilizará (eletro-metal-mecânica) está fortemente concentrado no Sudeste/Sul. O Brasil tende a colocar, assim, no novo momento do setor de P&G, uma cunha no modesto e recente movimento de desconcentração industrial que beneficiava o Nordeste. Outro exemplo é o da indústria automotiva que vai crescer rapidamente seus

investimentos no Brasil nos próximos anos, mas já se encontra fortemente concentrada no Sudeste/Sul do País, onde existem melhores condições de competitividade. Se a decisão de localização for entregue apenas ao mercado, a concentração espacial dos novos investimentos será inevitável. No entanto, o novo marco do setor automotivo não explicita preocupação com a questão da localização regional. Por seu turno, o avanço da produção de etanol se dá concentrado em São Paulo e em parte do Centro-Oeste. O Nordeste tem perdido seguidamente peso na produção nacional deste combustível. Outro sinal de alerta. Como se não bastassem tais tendências, a correta decisão do Governo Federal de patrocinar a ampliação da infraestrutura rodoviária e ferroviária do País, que vai proporcionar investimentos da ordem de R$ 80 Bi nos próximos 5 anos, como vai ser feita via concessão ao setor privado, vai concentrar os investimentos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O mapa divulgado pelo Ministério dos Transportes fala por si mesmo. Na lista dos projetos rodoviários apenas um no Nordeste: o trecho da BR-101 que sai de Salvador para o sul da Bahia. No novo mapa das ferrovias, uma ligação de Belo Horizonte a Salvador e outro ligando Salvador ao Recife. Os exemplos acima sinalizam para a possibilidade dos próximos anos ficarem na história econômica do Brasil como um novo momento de concentração da base produtiva nacional, rompendo tendência à modesta desconcentração regional que se observava desde os tempos do II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) e que foi impulsionada no período recente, beneficiando o Nordeste. Eles são sinais de alerta. Tania Bacelar de Araujo é economista e professora da Universidade federal de Pernambuco.


Entrevista

Entrevista

Joaquim Correia Xavier de Andrade

O IMPORTANTE É SABER FAZER por Marianne Brito

fotos: adriana noya

O agricultor Joaquim Correia Xavier de Andrade era um homem de visão. Nascido em 1882, foi em busca de conhecimento e se formou engenheiro. Depois fez o filho, que leva seu nome, ter diploma no mesmo ofício. O engenheiro Joaquim Correia Xavier de Andrade Filho, 78 anos, ergueu milhares de apartamentos, ajudou a construir o metrô do Recife e fez barragens, mas se especializou em consultoria técnica e ensaios de materiais da construção civil. A empresa que fundou em 1992, Tecomat, é a única do Nordeste que tem seu laboratório de materiais acreditado pelo INMETRO, de acordo com a norma ABNT ISO/IEC 17025/05. Joaquim Correia, que foi professor de engenharia da Universidade Federal de Pernambuco por 48 anos, diz que tem receio de falar com jornalista. Mas medo mesmo só o de falhar com as famílias dos trezentos funcionários. Até hoje, é o primeiro a chegar no trabalho, mas não se gaba do sucesso. Diz que não é daqueles que vibra com a vitória e se decepciona com as derrotas.

Na hora de contratar um funcionário, a sua preferência é pelos que têm menos experiência. Por quê? A Odebrecht, onde eu fui consultor por mais de 30 anos, vai nas escolas e contrata estagiários e treina esses estagiários. Eu tive a sorte muito grande, quando me formei, de trabalhar numa empresa que tinha uma assessoria americana de mecânica de tratores. Eles jamais contratariam um mecânico, eles formavam mecânicos

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para que eles não trouxessem os vícios de fora, mas tivessem os vícios da empresa. Quase a totalidade dos nossos engenheiros foi feita aqui dentro. Quais são os critérios essenciais na sua avaliação? O meu ponto de vista é comprometimento. Eu prefiro um técnico com menos conhecimento e comprometido do que um de alto conhecimento, sem compromisso,

sem educação e sem saber tratar bem as pessoas. Eu nunca tive problema com aluno, em 45 anos nunca tive nenhuma briga. Como o senhor, filho de agricultor, enveredou para a engenharia? Aí é uma história engraçada. Meu pai nasceu em 1882. Naquela época só existiam três carreiras: medicina, engenharia e direito. Ele tinha três filhos homens, e eu fui escalado para ser médico, mas

durante o processo de estudar derivei para a agronomia. Foi quando um grupo muito forte de colegas do Colégio Oswaldo Cruz decidiu que íamos todos fazer engenharia. Eu sempre dizia aos meus alunos que se eu fosse começar hoje faria a mesma coisa. Meu filho é engenheiro e tenho um neto fazendo engenharia. A engenharia passou uma época terrível. Você dava uma aula na Federal para uma turma de quinze. Destes, talvez apenas 10% ficasse na área. Iam fazer concurso para banco, porque a engenharia civil dá uma visão muito ampla, cadeiras como matemática desenvolvem o raciocínio. Como o senhor chegou nesta área de análise de material de construção? Quando estava no quarto ano de engenharia, pagando a cadeira de materiais de construção, eu e outros sete colegas formos convidados pelo professor José Maria Cabral de Vasconcelos a trabalhar no laboratório da Escola de Engenharia, sem ganhar nada. Com seis meses tinham dois, com um ano só tinha eu. Passei 2 anos dando duas horas por dia no laboratório de pesquisa de madeira, então quando eu me formei abriu uma vaga de professor da área, eu me candidatei e entrei. Trabalhei em rede ferroviária, em equipamento rodoviário e passei seis anos na Sudene, quando resolvi pedir demissão e fui para a construção civil. Em 1982, decidi ser consultor, passei um ano praticamente sem fazer nada porque não tinha serviço. A minha formação como consultor foi quando fui para o metrô do Recife, onde consegui colocar em prática tudo tinha estudado. Quando terminou a obra, virei consultor de concreto em obras de barragens, sempre como pessoa física, independente. Depois, as construtoras passaram a exigir contratação como pessoa jurídica, aí eu criei a Tecomat e passei a trabalhar com um estudante de escola técnica, José Carlos Sampaio. Como foi o início da empresa? Não foi nem com concreto. A gente começou fazendo consultoria para a construção civil: programação de obra, problemas de execução de construção. Eu sempre fui de executar, a minha teoria é

a seguinte: é importante você fazer, mas é muito mais importante saber fazer. Eu digo sempre, quando você chega numa obra e o mestre tem uma dúvida, se o engenheiro disser “você não sabe não é?”, é porque ele (engenheiro) não sabe explicar e, pra se livrar, joga pro outro. Que obra marcou sua carreira? Uma obra que me caracteriza bem é a do metrô do Recife. Porque concreto você classifica pela resistência, e em 1984 eu desenvolvi um concreto de 60 mpa que não existia no Brasil naquela época. Consegui o material e estudei praticamente seis meses até chegar nesse concreto, que era o mais resistente que existia. Foi um

“Em 1984, eu desenvolvi um concreto de 60 mpa que não existia no Brasil naquela época”

desafio porque eu fui sozinho para essa obra. Inclusive, o dormente precisava ser feito em 18 horas para atingir essa resistência, com a evolução nós chegamos a 12. Eu diria que é a obra de que eu tenho mais orgulho. Vários prédios desabaram no Grande Recife, o senhor acompanhou esses episódios onde se questionou muito os materiais usados nas obras? Isso aí é um negócio que me preocupa, porque eu construí muitos prédios desses e até hoje estão todos de pé, mas a gente

está sujeito a qualquer coisa porque esses prédios (o último que eu fiz tem mais de 30 anos) ficam como, com que manutenção? Eu não quero dizer que não tenha erros, em muitos houve erros, mas também tem problema de manutenção. Na época me chamaram no CREA e me perguntaram qual a principal causa dos desabamentos. Eu disse “os responsáveis são vocês”, é o Governo. Por que a cidade não é saneada. Sabe-se hoje que as águas sulfatadas que existem nos terrenos atacam os materiais, então você pode ter um prédio estável hoje e amanhã ser atacado. Isso me preocupa. Existe erro, existe coisa mal feita, existe material vagabundo, existe por desconhecimento ou para ganhar dinheiro, porém também podem acontecer casos em que houve um ataque, houve falta de manutenção. Material de construção, todo ele, tem prazo de validade? É uma questão de durabilidade, de dosagem do concreto. Você hoje constrói um prédio nos países adiantados para durar 50 anos, para durar 100 anos, mas você toma providências para que aquele tipo de concreto seja durável. As normas brasileiras, até pouco tempo, não tratavam disso. De uns 15 anos para cá elas tratam. Todo prédio construído no Recife antes de 1990 tem problemas. Todos, sem exceção. Problema de corrosão da estrutura porque foi construído com concreto que não era durável. Recife, Fortaleza, essas cidades à beira mar, têm que ter um tipo de concreto diferente de Caruaru, Petrolina, porque o ambiente é agressivo. O que deve ser feito nesses prédios? Recuperar. O prédio em que eu moro tem trinta e tantos anos e teve a estrutura recuperada. O prédio é como a gente. A gente adoece, não adoece? Prédio adoece também, tem uma vida útil que não é indefinida. Hoje as normas amarram isso com mais rigor do que antigamente. Qualquer obra, para ser financiada pela Caixa nessas novas tecnologias, que não são normalizadas, tem de passar pela avaliação de desempenho. Somos o único laboratório fora de São Paulo que faz isso, somos da Instituição Técnica de

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Entrevista

Na década de 60, Joaquim Correia desenvolveu a tecnologia de concreto para os dormentes com 60 MPa

“Prefiro um fracasso financeiro a um fracasso técnico”

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Por que existem tantos buracos nas ruas das cidades e os recapeamentos não resolvem o problema? Porque os calçamentos estão velhos, acabados, não são benfeitos. Não deveria haver o recapeamento, deveria ser tirado o revestimento porque a base já tem problema. Aí você bota o asfalto em cima do concreto e daqui a pouco é uma tapioca caída.

concreto tem. O concreto que é usado em pavimentação é calculado para ter resistência a uma tração determinada. Você poderia achar que eu iria pender para o concreto porque é a minha especialidade, mas em muitas rodovias poderia ser asfalto, não tenho nada contra, depende do fluxo de veículos. Se você pode ter uma estrada mais duradoura e com um tráfego maior o ideal é concreto, benfeito. O problema todo é que o Brasil não tem o costume de manutenção, o cabra quer fazer mas não quer manter. Você pegue sua casa e não a mantenha, pegue seu carro e não troque o óleo. Eu trabalhei com manutenção na Sudene e tenho um carro velho, que já completou 13 anos e funciona que é uma maravilha.

E para os novos corredores de ônibus que estão sendo criados, que pavimento é melhor? O problema do asfalto é o seguinte, nas paradas de ônibus não pode ser asfalto porque quando você freia o ônibus dá um esforço de tração no pavimento e o asfalto não tem resistência a isso, o

O senhor fez análise, o que isso melhorou na sua profissão. Eu fiz análise três anos, três dias por semana e foi um negócio extraordinário. Minha mulher diz que eu melhorei 100%. Só tem um defeito, eu começo a conversar e, agora mesmo, já estou analisando você.

Avaliação (ITA), ligada ao Ministério das Cidades. Eu digo sempre que prefiro um fracasso financeiro a um fracasso técnico. Nós estamos sempre buscando ser avaliados, credenciados pelo INMETRO, ABCP. Meu objetivo não é ser o maior, é ser o melhor.

DANICA


responsabilidade social

fotos: arquivo casa da criança

Q’ALEGRIA PARA CRIANÇAS COM CÂNCER

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projeto Casa da Criança levou o espaço Q’Alegria, para a ala de oncologia pediátrica do Hospital de Câncer de Mato Grosso. O Q’Alegria tem uma metodologia inovadora, que leva entretenimento durante as sessões de quimioterapia, proporcionando uma melhor qualidade ao tratamento do câncer entre os pacientes infantojuvenis. O Q’Alegria foi criado pelos arquitetos Marcelo Souza Leão e Patricia Chalaça, ambos fundadores do projeto Casa da Criança. Eles têm como objetivo disseminar este conceito em território nacional para melhorar o tratamento de quimioterapia das crianças e adolescentes em tratamento do câncer. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT) viabilizou os equipamentos Q’Alegria em Cuiabá, já o custeio para o desenvolvimento dessa tecnologia ocorreu graças ao parceiro máster do Q’Alegria, a Pizza Hut das cidades de João Pessoa e Fortaleza. A implantação do Q’Alegria no Hospital de Câncer de Mato Grosso caracteriza a terceira atuação do projeto Casa da Criança neste hospital, que realizou

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a reforma da ala de oncologia pediátrica em 2006 e a humanização do ambulatório das crianças e adolescentes em 2011. E, este ano, inaugura esse novo espaço destinado ao tratamento de quimioterapia: o Q’Alegria! Lembrando ainda que antes de dar início a esta sequência de ações beneficentes neste hospital, o Abrigo Bom Jesus foi benefici ado com o Casa da Criança no ano de 2003. Saiba mais sobre o Q ‘Alegria acessando: www.projetocasadacrianca.com.br

A implantação do Q’Alegria é a terceira atuação do Projeto Casa da Criança no Hospital de Câncer de Mato Grosso

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dia a dia

dia a dia

Materiais guardados do jeito certo A integridade dos materiais usados na obra passa pelo controle rigoroso do almoxarifado

fotos: guilherme veríssimo

por Yuri Assis

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garantia de que nenhum material vai faltar durante uma construção vem de um dos setores mais importantes da obra: o almoxarifado. A função do almoxarife é controlar toda a entrada e a saída de materiais de acordo com as solicitações dos encarregados e engenheiros. Absolutamente tudo passa por este profissional, desde britas, concreto e argamassa até solventes e tintas. O almoxarife administra a quantidade, o tipo e a marca dos produtos, além de requisitar, com antecedência, produtos essenciais como cimento, areia e cal. Esse controle evita desvios no orçamento, promovendo

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o desenvolvimento da construção dentro do planejamento estipulado. O almoxarife Erasmo Alves é um dos funcionários mais antigos da Pernambuco Construtora. Ele tem 20 anos de carreira, com plena experiência na armazenagem e controle dos itens da obra. “Como a Pernambuco Construtora obteve o certificado de qualidade ISO 9001, é necessário seguir uma série de recomendações, como no caso dos produtos químicos, que têm um controle mais rigoroso”, explica. O almoxarife se refere à Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ),

Responsável por armazenar, controlar e distribuir os materiais da obra, o almoxarifado tem papel fundamental na construção civil

na qual constam informações específicas sobre a natureza de cada produto, seu potencial de perigo para as pessoas e para o meio ambiente, além de medidas de primeiros socorros e instruções de manuseio. “Apenas funcionários capacitados podem realizar a retirada desse tipo de produto”, explica Alves. Todos os dias, junto com seu assistente Roberto Farias, ele atualiza uma planilha de estoque no software Microsiga, auxiliar no monitoramento dos materiais. Com a aproximação do fim da semana, é apresentado um relatório impresso ao engenheiro da obra, no caso, a engenheira Maria do Carmo. “Como a saída de material é diária, evitamos imprimir relatórios desnecessários, considerando apenas os balanços para cada semana”, afirma Alves. O processo de requisição acontece por meio de um talão, preenchido pelos encarregados dos setores ou pelo mestre de obras. Os operários apresentam o documento ao setor e já saem do local com o material em mãos. “Isso só não ocorre no caso de o material estar em falta. Mas as aquisições são raras, pois são realizadas antes do início da construção, de acordo com o planejamento da obra”, completa o almoxarife. Segundo Alves, no pique de uma obra como a que ele trabalha hoje, do Edifício Benfica Prince, saem por dia 50 sacos de cimento, destinados para alvenaria e para o revestimento de fachadas; 30 a 40 sacos de argamassa, empregadas no

assentamento de cerâmica, revestimento de paredes e alvenaria; 30 sacos de cal; 20 m³ de areia; 50 m³ de concreto, usados na estrutura das lajes; e mil tijolos. A armazenagem de todo esse montante é gerenciada conforme a natureza dos produtos. “Os materiais ensacados ficam no exterior do canteiro, separados nas baias. A parte de instalações elétrica e hidráulica, como tubos, fios e conexões, fica dentro do almoxarifado. Já os produtos químicos são armazenados em depósitos separados”, esclarece. Ainda consta, dentre as tarefas do almoxarife, a supervisão da integridade dos materiais, que ele realiza guiando-se pela Ficha de Verificação de Materiais (FVM). Anexa, encontra-se a Tabela de Inspeção, Armazenamento e Manuseio, indicando os locais e as condições de armazenagem de cada material. “Assim que recebemos os materiais, precisamos preencher essa ficha para verificar se correspondem às características necessárias para uso, além de assegurar que essas características sejam conservadas, já que os materiais vão ser utilizados até o fim da obra”, acrescenta Alves. A obra do Benfica Prince tem previsão de término na segunda quinzena de setembro de 2012. A Pernambuco Construtora, que atua há 45 anos no mercado imobiliário, conta com cerca de dez obras de incorporação e seis obras de prestação de serviços, nos quais a supervisão dos itens empregados na obra é realizada por meio desse setor.

Com 20 anos de experiência, o almoxarife Erasmo Alves controla rigorosamente todo o material armazenado nas prateleiras do almoxarifado

Média diária de saída de materiais Saiba a quantidade de material que o almoxarife Erasmo Alves despacha por dia: Cimento: 50 sacos, aproximadamente 2.500 kg Argamassa: 30 a 40 sacos, aproximadamente 800 kg Cal: 30 sacos, aproximadamente 600 kg Areia: 20 m³ Concreto*: 50 m³ Tijolo: 1.000 unidades *Quantidade usada no momento de concretagem da laje

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painel construir diVULGAÇÃO

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painel construir

COM VISTA PARA SUAPE

CASA COR RIO GRANDE DO NORTE A parceria entre os franqueados da Casa Cor no RN e a Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea do Estado tem um grande valor social. Em setembro, foi realizado um encontro com empresários locais para apresentar o trabalho desenvolvido pela instituição. Na ocasião, a HATMO recebeu uma doação de equipamentos da linha branca (geladeira, lava-louça, micro-ondas, lavadora e forno), além da contribuição de empresas locais.

Com projeto paisagístico do escritório de arquitetura britânico AECOM, a Reserva do Paiva ganha o primeiro parque público integrado à praia e cercado pelos dois novos residenciais da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) e dos Grupos Ricardo Brennand e Cornélio Brennand. O investimento é de R$ 160 milhões. A Reserva do Paiva já soma investimentos de R$ 880 milhões em três condomínios residenciais, um complexo empresarial e mall associado ao Sheraton Hotel and Convention Center. O espaço tem 6,6 hectares e é a primeira de oito áreas públicas que estão previstas no empreendimento.

Baba e Guinter

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Gustavo Farach

O município de Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco, vai ganhar um bairro planejado para atender a alta demanda de imóveis residenciais para quem trabalha na região do porto de Suape. O Reserva Ipojuca, empreendimento da Pernambuco Construtora, com projeto de Rangel Moreira Arquitetura, foi planejado para ter 152 torres distribuídas em 17 condomínios. O valor geral de vendas é estimado em R$ 700 milhões.

Um Parque na praia

A designer de produtos Baba Vacaro e Guinter Parschalk, arquiteto especialista em iluminação, fizeram palestra no Recife com o tema “Formas e sentidos: uma visão da arquitetura e do design”. Na plateia, estavam arquitetos, designers, decoradores e engenheiros civis, que tiveram uma experiência lúdica e participativa, revelando alguns mistérios da percepção visual. O evento foi promovido pelo Ciclo de Palestras Docol (que completa cinco anos), em parceria com o Home Center Ferreira Costa.

MARIANNE BRITO

CASA COR PERNAMBUCO

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MULHERES QUE CONSTrOEM

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Os arquitetos já deram início aos trabalhos para realizar a Casa Cor Pernambuco. Em uma área de 6.300 m², estarão distribuídos 40 ambientes compostos de duas casas para exposições e um complexo de lazer, equipado com lojas variadas, champanheria, sorveteria e café – todos voltados para a Praça de Eventos, onde ficará o palco para as atividades culturais. As franqueadoras RitaTristão e Amelinha Peixoto receberam a aprovação dos profissionais que participam da Casa Cor Pernambuco por terem escolhido um antigo instituto psiquiátrico como sede da mostra em 2012.

Um dos destaques da Concrete Show, realizada em São Paulo, foi o estande da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Profissionais do projeto Mulheres que Constroem ergueram no local parte de uma casa popular. O objetivo foi mostrar, na prática, as qualidades do trabalho feminino para a construção civil.

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trena

Um ano para se comemorar

que está fervendo. Esta oitava edição foi a mais concorrida e lucrativa, segundo informações de Gisela Latache, organizadora da Ficons. A maior feira realizada em Pernambuco na área comercial teve crescimento de mais de trinta por cento de área e mais de quarenta empresas entraram na fila de espera por uma vaga. Faltando três semanas para o evento, já haviam mais de seis mil pessoas cadastradas para visitação. Como em todos os eventos, a consolidação dos negócios fechados só se tem com certeza meses após a realização da Feria. mas como é de praxe dar ao menos alguma previsão, aí vai: R$ 150 milhões.

Arquitetura com sotaque inglês Antes do mercado europeu entrar em crise, o governo da Inglaterra já fazia prospecção para fechar negócios com outros países. Recife, que passou a ter um Consulado Geral Britânico em 2011, apareceu como um local estratégico para atender as demandas do nordeste, principalmente na área de arquitetura comercial e industrial. A primeira parceria acaba de ser fechada entre o escritório pernambucano Amplus Projetos de Espaços e o Aukett Fitzroy. A empresa tem sede em Londres e 25 escritórios espalhados pelo planeta, com obras em cidades como Moscou, Madri, Berlim, Praga, Abu Dhabi e Marselha. O foco são os grandes empreendimentos, como hotéis e shoppings, além de trazer para a terra do frevo tecnologias sustentáveis, como o carbono zero e o retrofit. As arquitetas Gisele Carvalho, Roberta Pessoa de Melo e Ana Amélia Andrade Velloso lembram que a parceria soma a experiência de 20 anos da Amplus e o know how do Aukett Fitzroy, que está entre as dez maiores empresas de arquitetura da Europa. Em passagem pelo Recife, Raul Curiel, diretor da Aukett, disse que o mercado europeu começou a focar na América do Sul, com atenção especial para o Brasil. A vantagem dos escritórios, Curiel é que eles têm personalidade própria no mercado local. O clima, a cultura e até o sotaque da região precisa ser levado em consideração na hora de se elaborar um projeto de arquitetura e urbanismo.

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FICONS 2010, no Cecon de Pernambuco

guilherme veríssimo

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este segundo semestre, a Construir Nordeste acompanhou de perto algumas das principais feiras e convenções voltadas para o setor da construção civil, a exemplo da Adit Invest, do Concrete Show, Tecobi e Greenbuilding. Todas realizadas com sucesso de público, com debates que muito contribuíram para o crescimento do setor. Agora chega a vez do evento mais importante da construção em Pernambuco, a Ficons. Como acontece a cada dois anos, a Feira Internacional de Materiais, Equipamentos e Serviços de Construção é um bom termômetro para avaliar o movimento da construção civil no Nordeste,

Fotos: Divulgação

por Marianne Brito


vitrine/ficons A edição especial da seção Vitrine apresenta os lançamentos da Ficons 2012 - 8° Feira Internacional de Materiais, Equipamentos e Serviços de Construção, que acontece em Recife, no mês de outubro

Medição a laser O micro LM-100, da RIDGID, fornece uma simples, rápida e precisa leitura de distâncias com alcance de 50 metros, precisão de cerca de 1,5mm, em pés, metros ou polegadas com apenas um toque. Basta pressionar o botão de medições para acionar um laser especial (ultra sharp), apontar o aparelho para o ponto a ser medido e apertar a tecla de medição. A leitura da distância aparece no monitor LCD em instantes. O monitor mostra as três últimas medições e armazena as 20 últimas medições. A duração de bateria é estimada em 4.000 medições.

CIMENTO APODI

LEVE E VERSÁTIL A Marko Sistemas Metálicos, empresa especializada na fabricação de coberturas e estruturas metálicas, apresenta na Ficons a Viga Universal. O produto, que teve investimento de R$ 6 milhões, traz um conceito e design diferenciado, sendo mais leve, econômico e versátil, podendo atender às mais variadas cargas e vãos. A Viga Universal foi desenvolvida pela Marko em conjunto com algumas universidades, entre elas a UFRJ e a Carleton University do Canadá.

Força na mangueira

BONITA E RESISTENTE Modelo Unika, da Haga S/A Indústria e Comércio, é uma Maçaneta 120 alumínio, disponível nos acabamentos cromado e cromo acetinado; roseta 524 alumínio, cilindro multiponto, com 5 chaves. Conjunto resistente a condições severas de umidade, intempéries e tráfego intenso. Fundada em 1937, a Haga é hoje uma das dez maiores fabricantes de fechaduras do País e seu sistema de gestão é considerado referência.

A Vonder lança a linha de Lavadoras de Alta Pressão, que promete economia de água e maior eficiência. Direcionada e recomendada para diferentes atividades semiprofissionais ou mesmo domésticas, as novas máquinas possuem forte ação de limpeza em aplicações como automóveis, pisos, fachadas e outros ambientes que requerem a utilização de um equipamento para a perfeita conservação e limpeza. Seu funcionamento conta com sistema que gera mais pressão e libera menos água, tornando-as mais eficientes e diminuindo desperdícios. Além disso, toda a linha é certificada de acordo com a norma IEC 60335-1, 60335-279 do Inmetro, e possui um ano de garantia. São quatro modelos: LAV 2000 I (com 2000 W de potência), LAV 1800 I (com 1800 W de potência), LAV 1800 (com 1800 W de potência) e LAV 1400 (com 1400 W de potência).

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vitrine/ficons Elevadores pra toda obra O Grupo Baram lança nova linha de elevadores de cremalheira - equipamento destinado à movimentação de cargas e pessoas em obras civis e industriais, se utilizando do sistema pinhão cremalheira acionado por um ou mais moto-freios. O equipamento, com capacidade de carga de 1300kg, possui um inversor de frequência e freios de segurança com acionamento automático sempre que a cabine ultrapassar 15% da velocidade normal de funcionamento.

Tomadas em 45 graus A Daneva lança nova extensão elétrica No Shock 45 Terra, com tomadas em 45°. Com esta extensão, é possível conectar adaptadores, fontes e carregadores em geral sem perder espaço.

Sisloc Softwares A Sisloc Softwares é líder no segmento de gestão em Rental no mercado brasileiro, e especializada em locadoras de diferentes grupos de equipamentos. Com sede em Belo Horizonte (MG), atende pequenas, médias e grandes locadoras de todo o Brasil. Em 21 anos de mercado, tem uma carteira de aproximadamente 300 locadores e cerca de 2,5 mil usuários.

NAS ALTURAS Fundada em 2004, a Adler trabalha com locação de andaimes necessários para a implantação, expansão e manutenção de plantas industriais e construção civil. A equipe técnica é especializada em montagem de equipamentos de acesso temporário.

PORTFÓLIO LED A Jotama Distribuidora, especializada em materiais elétricos e iluminação, possui o maior portfólio de produtos LED para uso residencial, comercial e industrial. Hoje, a iluminação LED promove uma economia de até 80% comparada a uma incandescente com uma durabilidade de até 25 vezes mais.

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vitrine

COR NO TELHADO A Abtelhas Soluções e Tecnologia em Telhas inova com os modelos de telhas de cimento Tradicional e Plana com diversas pigmentações. Na sua fabricação, não há queima de lenha ou uso de gás e os resíduos são reutilizados. Além disso, as telhas de cimento oferecem variação de tonalidades, resistência do material à maresia e um custo por metro quadrado inferior ao da maioria das telhas cerâmicas.

DESENHO PREMIADO O Ralo Linear Master Line é uma faixa metálica 100% em aço inox 304, instalado na junção da parede com o piso. A água passa pelas imperceptíveis frestas entre a tampa e o piso e entre a tampa e o revestimento da parede. Proporciona facilidade na instalação e finalização do acabamento, redução no desperdício de materiais, segurança em relação a infiltrações, eliminação de pontos empoçados, bloqueio total do acesso de insetos e praticidade na limpeza.

MANCHAS? JÁ ERA O PEK Lacre é o novo produto da Pisoclean, referência nacional no segmento de produtos para limpeza, tratamento, restauro e conservação de pisos e revestimentos. A resina monocomponente, tem alto teor de sólidos, destinada à impermeabilização do verso de pedras de revestimento. Sua aplicação forma uma camada de barreira intransponível contra umidade e ele pode ser aplicado em todos os tipos de pedras e revestimentos porosos, como granitos, mármores, cerâmicas, além de fachadas. De fácil utilização, a lata de 2,6 litros rende até 25m².

3 EM 1 Uma tinta sem cheiro, que protege contra bactérias e mofo. Segundo a Coral a tinta Premium é produto inédito no Brasil protege até três vezes mais contra mofo em comparação às tintas convencionais e sua tecnologia antibactérias elimina até 99,9% das bactérias da parede. O produto tem baixo nível de emissão de voláteis compostos orgânicos (VOC). São 2 mil cores diferentes no sistema tintométrico, além de 18 tonalidades prontas.

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espaço aberto

O Espaço Aberto traz o artigo das engenheiras Cláudia Coutinho Nóbrega e Karla Simone da Cunha Lima Viana, que apresenta um diagnóstico dos resíduos das construções verticais por incorporação no município de João Pessoa. O artigo será dividido em duas edições e pode ser visto na íntegra no site www.construirnordeste.com.br

DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA SIMPLIFICADA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM CANTEIRO DE OBRAS.* Resumo O artigo objetiva a apresentação de um diagnóstico dos resíduos das construções verticais por incorporação no município de João Pessoa e o desenvolvimento de uma metodologia simplificada de gestão desses resíduos em canteiros de obras, com vistas a adequar as empresas às legislações e resoluções vigentes. A geração de resíduos desse tipo de empreendimento é alta (2.373,93 t/mês) e sua composição é formada por resíduos potencialmente recicláveis. Este fato confirma a importância da implantação de uma metodologia de gestão desses resíduos em canteiros. A metodologia desenvolvida buscou adotar uma simplicidade com vistas a uma maior facilidade na sua adoção e aplicação pelas empresas, como também para não haver grandes custos em sua implantação, adequando-se aos instrumentos públicos e privados disponíveis na região.

Palavras-chave Resíduos de Construção. Diagnóstico. Gerenciamento. Metodologia.

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espaço aberto

espaço aberto

1. INTRODUÇÃO O setor da construção civil tem uma importância fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. Isso é fato comprovado, pois, segundo Leitão (2005), no Brasil, o setor da construção civil responde por 15,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e garante cerca de 15 milhões de empregos diretos, sendo considerado o maior consumidor de matérias-primas da economia brasileira e um dos maiores geradores de resíduos: estima-se que cerca de 80 milhões de toneladas de rejeitos da construção sejam movimentados no País, superando o volume de lixo doméstico. Dados nacionais revelam que, para cada tonelada de lixo urbano recolhido, são coletadas duas toneladas de entulhos oriundos da atividade de construção civil (BIDONE, 2001). Tam (2007), após pesquisa de diversos autores, concluiu que no Reino Unido mais de 50% do aterro provém dos resíduos de construção, na Austrália esse percentual é de 44%. Nos Estados Unidos da América 29% do total dos resíduos correspondem aos resíduos da indústria da construção, enquanto que em Hong Kong esse valor corresponde a 38%. Carneiro (2005) afirma que no caso do Brasil, a participação média fica em torno de 59%. Viana, et al (2008) afirmam que, além dessa produção com números elevados, existe também o problema da ausência de tratamento adequado para tais resíduos, gerando graves problemas ambientais, sobretudo nas cidades em processo mais dinâmico de expansão ou renovação urbana, como é o caso da cidade de João Pessoa (capital da Paraíba/Brasil). Segundo Pinto e González (2005), a Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado, comporta-se, ainda, como grande geradora de impactos ambientais, seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos. A quantidade de resíduos de construção civil gerada nas cidades brasileiras demonstra um desperdício irracional de material desde a sua extração, passando pelo transporte e chegando a sua utilização. Os custos desta irracionalidade são distribuídos por toda sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também por aqueles referentes à remoção e tratamento dos mesmos, e os custos da degradação ambiental. Já se tem conhecimento de algumas iniciativas no sentido de solucionar esses problemas através de ações rápidas e eficazes, a exemplo dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos nos municípios de Guarulhos, Piracicaba, Belo Horizonte e São Paulo. Entretanto, segundo Meira (2007), na maioria dos municípios brasileiros, a Resolução nº 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA não tem atingido os seus objetivos de forma satisfatória. Silva (2000) afirma que um enfoque logístico, levando-se em conta as atividades de conversão e de fluxo, aumenta as possibilidades de racionalização da produção na construção de edifícios. Essa racionalização reduz o resíduo gerado, e com a redução do resíduo gerado a empresa ganha através da economia na aquisição de material, pois com uma quantidade menor de matéria prima é possível a realização de uma mesma atividade. Reduz-se também os custos de remoção e tratamento desses resíduos, o que leva a um ganho ambiental, pois diminui a quantidade de resíduo a ser depositado no meio ambiente. Shen e Tam (2001), mostram que, após investigação na construção civil da Austrália, a boa utilização de um plano de gestão de resíduos durante a fase de construção é muito eficaz na redução dos resíduos gerados: menos 15% de resíduos foram gerados no local antes da reciclagem; 43% a menos de resíduos foram depositados em aterros; e 50% das despesas de manuseio de resíduos foram reduzidas. Trabalho semelhante foi realizado por Souza (2007) na cidade de Recife – Pernambuco, estado vizinho à Paraíba, onde concluiu, através da análise de custo/benefício da implantação de um Sistema de Gestão de Resíduos em canteiros de obras, que durante os meses de implantação e monitoramento, os custos iniciais foram compensados financeiramente, por exemplo, pela economia do número de caçambas contratadas na obra, e que, algumas obras avaliadas superaram, em poucos meses, o valor investido em até 3 vezes para implantação do sistema.

2. METODOLOGIA De acordo com Viana, et al (2008), foi realizado o levantamento junto ao Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (SINDUSCON-JP) da quantidade de empresas cadastradas e atuantes no município. Foi retirada uma amostra representativa dessas empresas que, de acordo com as normas de amostragem (NBR 5426 - Planos de Amostragem e Procedimentos na Inspeção por Atributos e NBR 5427 – Guia para utilização da norma 5427 - Planos de Amostragem e Procedimentos na Inspeção por Atributos), são treze as empresas a serem pesquisadas. A partir de então, foi elaborado um questionário para avaliar a adequação das empresas à legislação vigente e estimar a produção de resíduos de construção da obra pesquisada.

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As visitas foram realizadas em um canteiro para cada empresa, abrangendo, assim, treze empresas diferentes, com o objetivo de aplicar o questionário anteriormente elaborado e coletar amostras dos resíduos produzidos nestes. Foram coletadas quatro amostras de aproximadamente 13,0 kg para cada canteiro, adotando-se esses valores de acordo com trabalho realizado anteriormente por Carneiro (2005). Ainda de acordo com o trabalho da referida autora, as amostras devem ser recolhidas de pontos distintos de uma mesma caçamba ou do local onde são armazenados esses resíduos, com vistas a evitar o recolhimento de apenas alguns dos resíduos provenientes da construção em questão, isto é, procurou-se recolher amostras homogêneas para uma posterior segregação, classificação e pesagem, para determinação do percentual de material encontrado para cada etapa construtiva. Foram consideradas quatro etapas construtivas distintas, a saber: fundação, estrutura, alvenaria e acabamento. Para realizar o levantamento da quantidade de resíduos produzidos nas construções verticais por incorporações na cidade de João Pessoa foram coletados, na Prefeitura Municipal, dados relativos às áreas (em m²) licenciadas nos anos de 2005, 2006 e 2007 de uso R5 (uso residencial multifamiliar) e R6 (construções residenciais multifamiliares), segundo o código de obras do município. Com os dados referentes a esses três anos obteve-se, então, a média anual, em m² de edificações por incorporações construídas por ano. Fazendo uso dos questionários respondidos pelas empresas construtoras, obteve-se a área construída de cada canteiro, em m², e uma estimativa de volume anual de resíduos produzidos em cada canteiro, em m³ (unidade de volume). Este volume em m³ foi transformado em peso através da multiplicação pelo peso específico do entulho, valor de 1500 kg.m³-1 (RESOLUÇÃO 01, 2005) e obteve-se o peso da geração de resíduos anual para cada empreendimento. Dividiu-se o peso do resíduo de cada empresa pelo número de meses em um ano, obtendo-se a geração mensal em kg.m²-1, transformou-se em toneladas, obteve-se a estimativa mensal em t/m² para cada obra. Efetuou-se, então, a média aritmética desses valores e obteve-se uma estimativa mensal, em peso, da produção de resíduos de construção em obras de construções verticais por incorporação. Através da multiplicação desse valor pela média de áreas licenciadas no ano (dado já obtido com as informações fornecidas pela Prefeitura Municipal), tem-se uma produção anual de resíduos de construções verticais por incorporações. Viana, et al (2008), afirmam que, em uma segunda etapa foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema abordado. Nessa pesquisa o foco principal foi identificar bibliografias que dessem suporte à elaboração dessa metodologia simplificada de gestão de resíduos em canteiros de obras com base na legislação em vigor. De posse desses suportes técnicos e legais, foram realizadas análises e reflexões para, por fim, partir-se para a elaboração da metodologia simplificada de gerenciamento dos resíduos em canteiros de obras.

3. RESULTADOS Através da aplicação dos questionários observou-se que: 69,23% das empresas não sabem o que a legislação e resolução vigentes exigem; 41,15% sabem o destino dos resíduos e estes são locais irregulares, tais como no caminho para o aterro sanitário, terrenos não edificados, entre outros; e 100% das empresas não possuem um plano de gerenciamento para os seus resíduos como efetivamente exigido em lei. Verificou-se que em João Pessoa tem-se, em média, 136.282,50 m² de áreas de construções verticais por incorporação construídos a cada ano. A partir desse dado e dos dados recolhidos nos questionários, pode-se chegar a estimativa de uma geração de resíduos de construções verticais por incorporação de 2.373,93 T.mês-1. Essa quantidade de resíduos corresponde a 64,59% de todos os resíduos gerados pelas construções novas no município, segundo dados constantes no Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Demolição do Município de João Pessoa, mostrando a importância fundamental da realização de um Plano de Gerenciamento de Resíduos para as empresas construtoras, com vistas a reduzir, reutilizar e reciclar esses resíduos. A metodologia proposta é composta de algumas etapas essenciais para que a legislação seja atendida e as perdas existentes durante a produção sejam minimizadas. Será buscada a redução, através do melhor reaproveitamento do uso da matéria prima, com vistas a minimizar o consumo; a reutilização, através do reaproveitamento daquilo que está definido como perda inerente ao processo de produção; e a reciclagem dos materiais restantes os quais não puderam ser utilizados no canteiro de obras. Em linhas gerais, essas etapas podem ser assim divididas:

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3.1 Planejamento e implantação de ações de sensibilização. Tem como finalidade criar a conscientização da importância das atividades a serem desenvolvidas dentro da empresa. De início esse programa deve abranger o nível estratégico, expandindo-se para os níveis táticos e operacionais. Devem constar de atividades tais como palestras, debates, sinalizações, caixa de sugestões, etc. Sugere-se a elaboração de um Plano de Sensibilização que deverá conter, para cada ação estabelecida, a sua periodicidade e duração, o responsável pela ação, onde e como cada ação será realizada e, por fim, quais os custos e recursos necessários para a sua adequada realização. Essas atividades do Plano devem ser listadas e dispostas no tempo através de um Cronograma de Sensibilização para o adequado acompanhamento dos prazos de realização estabelecidos. Todas as ações realizadas devem ser registradas através de uma lista de presença. 3.2 Elaboração e implantação de ações para reduzir a geração de resíduos. Sabe-se que os problemas que geram desperdícios vêm desde a concepção dos projetos, o processo de gestão destes e seguindo durante toda a produção, até mesmo na pós entrega da obra, porém, a metodologia se diz simplificada por abordar apenas alguns problemas advindos da logística e da produção em si nos canteiros, através de ações simples de gerenciamento que trarão grandes resultados em termos de redução de desperdícios e, em conseqüência, de redução de resíduos. Estas ações podem ser assim descritas: 3.2.1 Realização do projeto do canteiro para cada etapa construtiva. Todas as interferências e barreiras devem ser identificadas, a fim de que não impeça a correta armazenagem e o bom fluxo de materiais, pessoas e equipamentos. Deve ser elaborado um layout para agilizar as atividades, evitar desperdício e garantir segurança aos funcionários. Este layout deve ser um documento vivo, que modifique efetivamente o canteiro em função da etapa e necessita ser realizado desde a etapa de fundação e modificado nas etapas de estrutura, alvenaria, instalações, acabamento e fachadas, que produzem maiores mudanças no canteiro. 3.2.2 Especificação e planejamento de necessidades de recursos materiais. Deve haver um planejamento (semanal ou quinzenal) das necessidades de materiais a serem utilizados para que estes não faltem, fazendo com que a produção apresente atrasos, ou evitar o improviso com o uso de outros materiais inadequados ao processo produtivo, ou, até mesmo, o uso de materiais sem qualidade. Por outro lado, nenhum material ou produto em processo deve chegar ao local de processamento ou montagem sem que ele seja necessário para aquele momento. Os materiais passam a chegar ao canteiro mais próximo do momento da utilização e, em vez de serem estocados temporariamente, são levados ao ponto de aplicação, evitando o excesso de transporte interno, o alto volume de estoque no canteiro, perdas excessivas e furtos. 3.2.3 Escolha dos materiais considerados críticos para a produção com vistas a serem inspecionados no momento do recebimento. Devem ser escolhidos materiais representativos dos maiores volumes de resíduos e também em termos de qualidade final do produto para evitar demolições e consequente geração de resíduos. Esses materiais serão inspecionados no seu recebimento de acordo com procedimento elaborado. 3.2.4 Emissão de pedidos de compra para os materiais considerados críticos. Os materiais a serem controlados devem ser adquiridos após a emissão de um pedido de compras, onde constará a quantidade do material pedido, a especificação para cada material (de acordo com o procedimento de especificação de materiais a ser descrito na próxima ação), o prazo de entrega, e outras informações que a empresa considerar necessária, com vistas a adquirir o produto realmente necessário à obra e de acordo com as especificações, para um posterior recebimento e aplicação adequados.

(continua na próxima edição)

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AVALIAÇÃO DE CONSUMO DE ÁGUA EM CANTEIROS DE OBRA Camila Pires dos Santos e Simone Rosa da Silva

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a construção civil, a água é um insumo fundamental, sendo inviável realizar atividades básicas, como preparar a argamassa, sem sua utilização. Conforme o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS (2009), a construção civil é responsável por boa parte do consumo de água potável no mundo, sendo que, em áreas urbanizadas, o consumo é de cerca de 50% da água potável fornecida à região. Medidas para redução do consumo de água na utilização da edificação após sua conclusão são frequentes, como o uso de equipamentos com vazões reduzidas. Nos canteiros de obras, o uso racional de água também é de extrema importância, pois ela é um bem finito e ao aplicar medidas para a sua racionalização, os custos deste insumo podem ser reduzidos de maneira significativa, além de contribuir para a conscientização ambiental dos cidadãos. Entretanto, não se verifica um investimento maior em medidas para redução do consumo de água durante a execução da edificação, talvez pela característica temporária do canteiro de obras. Pessarelo (2008) indica que o custo com o consumo de água em um edifício em construção representa 0,7% do custo total da obra. Mas, apesar da importância do tema, pesquisas sobre o assunto são raras. Não há dados oficiais sobre o consumo de água em canteiros de obra no Brasil. O levantamento desse tipo de informação necessita de um detalhamento da tipologia da obra, uma vez que o consumo pode variar bastante em função disso, já que serviços de alvenaria, revestimentos e pisos exigem um maior consumo de água. As formas de utilização deste recurso em uma construção podem ser divididas em humanas e serviços. No primeiro caso, está relacionada basicamente às demandas essenciais dos funcionários do canteiro. Para o segundo caso, a água é utilizada em

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atividades como limpeza, fabricação e cura do concreto, diluição de tintas, testes de impermeabilização e funcionamento das instalações hidrossanitárias, entre outras. Embora não haja comprovação, acredita-se que o maior consumo de água no canteiro de obras seja na área de vivência. Para ter certeza do resultado, seria necessária uma medição setorizada do consumo desse canteiro. Encontra-se em andamento uma pesquisa, tema de dissertação de mestrado no PEC, para obter indicadores de consumo de água em canteiros de obras no município do Recife. Foram obtidos dados relativos a 10 canteiros de obra de uma única construtora, a partir do ano de 2010. Adotou-se a metodologia de levantamento de dados mensais do consumo de água, número médio de funcionários na obra e área construída no período. As obras selecionadas foram caracterizadas pelas tipologias em residenciais, flats residenciais e empresariais. Foi constatado que a fonte de abastecimento de água de todas as obras é provida pelo serviço de caminhão-pipa. Os dados coletados possibilitaram relacionar o consumo de água com o número de trabalhadores. Entretanto, os resultados preliminares obtidos apresentam uma grande variação, devido às diferenças de tipologias dos edifícios estudados e às fases em que as obras encontravam-se. A relação entre área construída e consumo de água necessita de um acompanhamento mais detalhado, a fim de apurar precisamente a área construída em cada período. A meta é que nos resultados finais da pesquisa, previstos para 2013, sejam apresentados indicadores diferenciados por tipologia de obra e em cada uma das principais fases da obra, contribuindo para o uso mais eficiente da água na construção civil.

Engenheira Camila Pires dos Santos Mestranda da Escola Politécnica da UPE (cps@poli.br) Dra. Simone Rosa da Silva Professora adjunta da Escola Politécnica de Pernambuco e membro do corpo docente permanente do mestrado em Engenharia Civil da POLI/UPE (simonerosa@poli.br)

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CERTIFICADO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Para conseguir o selo verde de construção, os empreendimentos precisam reduzir o consumo de água e energia, diminuir os resíduos e a emissão de carbono e ainda garantir o conforto das pessoas que utilizam as edificações, entre outras exigências

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por Marianne Brito

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AQUA

O Breeam International foi criado para aplicação fora da Inglaterra, onde são considerados os aspectos, as regulamentações e as características de desenvolvimento local, efetivamente reconhecendo a sustentabilidade no seu contexto regional. Os critérios avaliados são organizados em nove categorias: gerenciamento; energia; água; transporte; materiais; poluição; saúde e bem-estar; uso da terra; e ecologia e resíduos. Mas cada país dispõe de um modelo próprio, feito sob medida para atender suas demandas. No Brasil, o condomínio Movimento Terras, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, conquistou o selo utilizando inovações sustentáveis em oito casas, como estrutura metálica (com percentual de aço reciclado); telhado verde; madeira certificada; aquecimento solar; captação de água da chuva e integração com iluminação; e ventilação naturais.

A certificação Alta Qualidade Ambiental (Aqua) é baseada no processo francês Démarche Haute Qualité Environmentale (HQE), e foi desenvolvida e adaptada à cultura, às normas técnicas e à regulamentação brasileira pela Fundação Vanzolini, em 2008. A certificação Aqua para edificações baseia-se em 14 objetivos de desempenho que devem ser atingidos em níveis bom, superior ou excelente, ultrapassando as exigências que correspondem à regulamentação vigente ou à prática corrente, distribuídas em quatro grandes temas: ecoconstrução, ecogestão, conforto e saúde. As soluções arquitetônicas e técnicas consideram o programa de necessidades, o contexto local; a estratégia ambiental do empreendedor; a análise econômica global; o usuário e as demais partes interessadas; e a regulamentação. A certificação é concedida por meio de processo de auditorias presenciais em três fases estratégicas

do empreendimento: planejamento, projeto e construção. Os referenciais técnicos abrangem empreendimentos comerciais, residenciais, centros de comércio e galpões industriais. A certificação Aqua também se aplica a bairros, loteamentos e condomínios. Nesse caso, considera 17 categorias de desempenho de qualidade ambiental, distribuídas em três grandes temas: integração e coerência com o tecido urbano e o território; preservação dos recursos naturais e promoção da qualidade ambiental e sanitária; promoção na vida social e fortalecimento das dinâmicas econômicas. Tal como acontece para edificações, é requerido um sistema de gestão do bairro, com requisitos de ações e produtos documentados nas fases de lançamento, análise inicial, definição e comprometimento com os objetivos, concepção do projeto e das ações, realização e balanço.

da localização; eficiência no uso da água; eficiência energética e cuidados com as emissões na atmosfera; otimização do uso de materiais e recursos; qualidade ambiental no interior da edificação. Para cada critério, é dada uma determinada pontuação, que varia de acordo com o tipo de edifício, totalizando 100 pontos. Além disso, há 10 pontos de bônus distribuídos em dois critérios: uso de novas e inovadoras tecnologias que melhorem o desempenho do edifício e edificações que dão prioridade às preocupações ambientais regionais.

A busca pela excelência nas fases de projeto, execução da obra e uso do equipamento só faz aumentar. Os certificados de construção sustentável têm despertado o interesse do setor

LEED A certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) é concedida pelo Green Building Council Brasil, que faz parte da World Green Building Council, união dos Conselhos Nacionais de Edifícios Verdes do mundo. O selo de origem norte-americana indica que, no empreendimento, há redução no consumo de energia em 30%, redução de até 50% no consumo de água e a quantidade de resíduos eliminados cai em até 80%. Esse sistema de certificação, que está no Brasil desde 2007, avalia e pontua critérios específicos do edifício: sustentabilidade

e operação de edificações. Entre as principais ferramentas de certificação, estão o Leed (EUA), Breeam (Reino Unido), Aqua (Brasil), Procel Edifica (Brasil) e o recente Selo Azul (da Caixa Econômica Federal). O número de construções que estão em busca da excelência nas fases de projeto, execução da obra e uso do equipamento só faz aumentar.

Divulgação/RIOMAR

O

processo em que uma obra é projetada, executada e utilizada atesta o quanto ela é sustentável, um conceito que vem ganhando força no Brasil. Há cerca de seis anos, chegaram ao País alguns dos principais certificados de construção sustentável do mundo, que têm despertado o interesse dos segmentos de materiais de reforma, decoração, construção

BREEAM

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BRASIL, O 4° DO MUNDO

gente entende que, uma vez dentro do processo, a ideia é utilizar estas práticas junto aos nossos empreendimentos convencionais, nas outras áreas da empresa. Estamos fazendo um investimento em aprendizado, em consultoria, em profissionais especializados para que a gente possa depois transpor esse conhecimento para os outros empreendimentos”, diz o engenheiro Celso Guerra, gerente de tecnologia da construtora e responsável pela obra.

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De acordo com o Green Building Council — órgão internacional de certificação, o Brasil é o quarto país do mundo que mais certifica empreendimentos que reduzem a quantidade de resíduos, economizam água e energia e ainda oferecem conforto e segurança para quem mora ou trabalha nesses imóveis. Até junho de 2012, havia 574 construções sustentáveis no País. É pouco, um número setenta e duas vezes menor do que o registrado pelo país que lidera este ranking. Os Estados Unidos foram os primeiros a certificar empreendimentos ecologicamente corretos e, em 15 anos, já possuem 41.857 construções com certificação Leed. Bem atrás dos americanos também estão a China, que ocupa a segunda colocação com 996 certificações, e os Emirados Árabes, com 791. Os resultados obtidos no Brasil são mais expressivos do que os da Índia (348), Canadá (318), México (287), Alemanha (261), Coreia do Sul (171) e Qtar (164). Na Região Nordeste, o número de

empreendimentos em fase de certificação tem aumentado nos últimos anos, de acordo com Marcos Casado, gerente técnico do Green Building Council. “A região é hoje a terceira com mais projetos buscando a certificação Leed no Brasil, ficando atrás apenas do Sudeste e Sul”, assegura Casado. Encontrar fornecedores que atendam ao conceito de sustentabilidade é o maior desafio. “A obtenção de pontos na categoria créditos regionais está condicionada à compra de materiais próximo ao local da obra para evitar a poluição gerada pelo transporte. Nesta região a falta de empresas de materiais e tecnologias locais dificulta um pouco a obtenção desses créditos. Porém, com o crescimento da demanda na região, estão surgindo novas empresas para atender esse mercado”, explica o gerente técnico do GBC. O Processo Aqua já certificou 53 empreendimentos no Brasil, alguns com mais de uma torre, totalizando 72 edifícios — sendo sete no Nordeste. Foram

emitidos 106 certificados, uma vez que requer a certificação em todas as fases essenciais: Programa (correspondente ao planejamento do produto), Concepção (correspondente aos projetos executivos de arquitetura, complementares e de sistemas e instalações prediais) e Realização (correspondente à execução e entrega da obra). “Dentro da missão da Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, que é contribuir para o desenvolvimento econômico, ambiental e social do Brasil por meio dos serviços de avaliação da conformidade e certificação, temos interesse em desenvolver a certificação da Alta Qualidade Ambiental (Processo Aqua) em todos os estados do Nordeste. Para tanto, estamos mantendo contato com esses e outros empreendedores da região, esperando também que os primeiros projetos tenham um efeito de demonstração para o empresariado e para o público”, informa o professor Manuel Martins, coordenador executivo do Processo Aqua.

O Shopping Riomar Recife passou pela auditoria Aqua das fases Programa e Concepção, tendo já recebido os certificados correspondentes. Assim que a obra for concluída e entregue, será realizada a missão de auditoria da fase Realização, e, se constatada conformidade, será emitido o correspondente certificado e direito de uso do selo Aqua. Fazer do canteiro de obra uma área sustentável é o maior desafio, segundo Francisco Bacelar, diretor da Divisão Imobiliária do Grupo JCPM. “Na fase de execução, os maiores desafios se encontram na categoria 3, canteiro com baixo impacto ambiental. Nela, temos o compromisso de reduzir e gerenciar os resíduos gerados; monitorar o consumo de água e energia; manter os níveis de ruídos em conformidade com a legislação municipal;

DIVULGAÇÃO/RIOMAR

PROGRAMA, CONCEPÇÃO E REALIZAÇÃO

Divulgação/Suape

Os chamados selos verdes trazem, no seu conceito, o desafio de reduzir os impactos provocados pela construção civil ao meio ambiente. De acordo com o Worldwatch Institute, o setor consome 40% das pedras e da areia e 25% da madeira extraída em todo o planeta, além de ser responsável por 40% das emissões de CO2, 40% da energia e por 16% da água consumida em todo o mundo. Existem ainda outros impactos provocados pelas operações de urbanização, construção e operação de edifícios: impermeabilização e ocupação de solos, incluindo a pressão sobre a biodiversidade e os habitats; produção de resíduos, poeiras e ruído na fase de construção; consumo de energia, água e materiais na fase de ocupação e a emissão cargas poluentes, também na fase de ocupação. Quando a construção civil adota soluções sustentáveis, os principais benefícios são: melhora da saúde e bem-estar de quem utiliza o espaço; otimização da relação das pessoas com o ambiente, o que provoca um efeito positivo em questões como a prevenção da criminalidade; aumento da qualidade do ambiente interior e exterior, com o controle contínuo do grau de ventilação, de temperatura, umidade e acústica (no interior) e com a otimização

do tráfego e redução de ruído (no exterior); redução dos estragos progressivos ocasionados pela contaminação, oxidação e deterioração dos materiais. Após decidir pela construção sustentável, os incorporadores precisam mobilizar profissionais com experiência nessa área. “Esta é a principal dificuldade que atualmente se sente na implementação de projetos sustentáveis: a falta de conhecimento e de meios técnicos que ainda existe sobre o que é e como implementar a sustentabilidade no edificado, e a necessidade de garantir o envolvimento de todos os intervenientes, em todas as fases de processo”, explica Isabel Santos, da Ecochoice, empresa com maior número de certificações efetuadas em Portugal e que começa a operar no Brasil. É uma nova forma de se construir, que provoca mudanças importantes nos canteiros de obras. O novo centro administrativo de Suape tem como desafio seguir as normas para conseguir a certificação com selo Gold da Leed. É a primeira vez que a construtora Queiroz Galvão participa de um empreendimento que precisa seguir normas internacionais de sustentabilidade. “Depois que entramos neste processo, entendemos que a empresa não vai mais ser a mesma e nem os profissionais que trabalham nela. Então a

Divulgação/Suape

Reduzindo impactos

controlar os impactos visuais e do ar causados por poeira; limpeza do canteiro e do entorno; e minimizar os impactos causados pela circulação de veículos no empreendimento. A limpeza e organização do canteiro devem ser mantidas diariamente do tapume às áreas de descartes. O projeto é rico em soluções técnicas que atendem às 14 categorias do Aqua com alta tecnologia e ações sustentáveis. Com todas essas medidas, o shopping deve ter uma redução considerável no consumo de água e energia. “Os estudos apontam a redução de até 50% do consumo de água e de 34,5% de energia. Elegemos o sistema de refrigeração como o maior contribuinte na redução desses consumos pela sua eficiência energética e soluções inovadoras ao utilizar vigas frias no forro e piso frio no mall do G1”, explica Francisco Bacelar.

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BAHIA, CEARÁ E PERNAMBUCO

Segundo dados do GBC Brasil, o primeiro colocado em certificações é o Estado de São Paulo, com 47 empreendimentos sustentáveis e 308 em processo, seguido pelo Rio de Janeiro, com 10 certificações e 83 em andamento, e o Paraná na terceira posição, com dois empreendimentos certificados e 35 em processo. No Nordeste, a Bahia é o estado que mais se destaca em empreendimentos com selo sustentável. São cinco construções em processo de certificação e um prédio certificado pelo sistema Leed. O auditório da sede da construtora Odebrecht recebeu o selo na categoria silver em junho de 2011. Estão em processo de certificação o estádio Arena Fonte Nova, a fábrica da Pepsico Feira de Santana e o Syene Corporate, além de outros dois empreendimentos que são confidenciais. O Syene Corporate já é considerado o primeiro edifício comercial Green Building do Norte e Nordeste. O empreendimento conquistou o Selo de Alta Qualidade Ambiental – Aqua na fase de projeto, após ser avaliado em 14 categorias. Projetado pelo arquiteto Antonio Caramelo e construído pela MCC Engenharia, o prédio vai ter

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telhas termoacústicas e vidros que reduzem o calor na fachada do edifício. Também foi prevista a captação e reaproveitamento de águas das chuvas, a instalação de unidades coletoras de descartes recicláveis em todos os andares das torres, uso de piso elevado e forros modulados 100% reciclados e recicláveis, além da utilização de sanitários a vácuo. As áreas comuns e de circulação da torre têm iluminação natural; sensores de presença; e uso de barramento blindado do tipo bus-way, evitando perdas de energia no sistema e redução nas quedas de tensão. O Ceará ocupa a sétima posição entre os estados brasileiros, com 14 construções em processo de certificação. Entre eles, o Paço das Águas, LC Corporate Green Tower, blocos do empreendimento Wai Wai (oito no total), agência Messejana do Banco do Brasil, Consórcio Castelão, Hotel Plathô e Sebrae Fortaleza Building. O estádio Castelão será a maior arena esportiva do Nordeste e terá capacidade para 67.037 espectadores, sendo o único da Região apto para receber uma semifinal. Uma das exigências da Fifa é que a obra

siga o modelo de construção sustentável, como a reciclagem de todo o concreto obtido das demolições. Ao fim do processo, o material reciclado será usado na pavimentação de todo o estacionamento da obra. Além disso, tudo que for possível será doado para órgãos públicos. Isso inclui as 59.700 cadeiras do estádio, o gramado (será doado para a nova Academia Estadual de Segurança Pública), as lâmpadas e a coberta metálica. Já Pernambuco aparece na 11a posição, com seis construções em processo de certificação. A sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que está sendo construído no Recife, pode ser o primeiro Green building com certificação Leed do Recife. O projeto prevê uma redução da ordem de 15 a 20% do consumo de energia elétrica, quando comparado com um prédio tradicional. “O investimento é da ordem de 5 a 6% do custo total da obra, quando relacionado com um empreendimento tradicional. O retorno se dará tanto financeiramente como para o meio-ambiente, ao longo dos anos de uso pelo usuário”, assegura Lucian Fragoso de Andrade – CEO da Conic. Ele também explica que, durante a fase de projeto, foram feitas várias modelagens de incidência de iluminação interna e externa, gradientes de calor interno e externo, fazendo com que os sistemas tivessem o máximo de eficiência possível. Os materiais especificados obedeceram premissas da certificação Leed, como: menor geração de resíduos, proteção térmico/acústica do prédio e preferência a fornecedores locais. Como exemplo, a estrutura foi toda em concreto pré-moldado, evitando resíduos de madeira, e a fachada do prédio foi executada em painéis isotérmicos e vidros especiais, que protegem a edificação da incidência do calor externo e raios ultravioleta. Durante a obra, foram implementados procedimentos visando não causar agressão ao ambiente externo da obra nem ao meio ambiente. Todos os resíduos de óleos dos equipamentos utilizados na obra, por exemplo, foram coletados e não contaminaram o meio ambiente.

AQUA

Os números, referentes ao 1º semestre deste ano, divulgados pela Inteligência Empresarial da Construção, mostram que, no segmento residencial, são 3.729 obras em andamento; no comercial, 2.341, e no industrial, 1.460, que contabilizam 83.877.422 m2 em construção e somam por volta de US$ 27,6 bilhões em investimentos. “Fica evidente que o crescimento de prédios verdes não acompanha todo o potencial do segmento da construção civil nacional. Muito há para ser feito quando falamos em sustentabilidade de empreendimentos, inclusive no que diz respeito às empresas, desde a gestão do próprio negócio, aos canteiros

de obras e até no desenvolvimento e na fabricação de produtos sustentáveis”, comenta o presidente do Grupo Sustentax, Newton Figueiredo. “A nosso ver, trata-se de um processo cumulativo: quanto mais pessoas adquirem consciência e passam a exigir a certificação Processo Aqua como demonstração inequívoca da Alta Qualidade Ambiental do seu imóvel, mais os empreendedores se sensibilizam para desenvolver seus projetos dessa forma. Assim, se a procura ainda representa uma proporção pequena dos lançamentos, esperamos uma aceleração nos próximos anos”, é a opinião do professor Manuel Martins.

O Processo Alta Qualidade Ambiental (Aqua), é um certificado internacional da construção sustentável que tem como base o processo francês Démarche Haute Qualité Environmentale. Lançado em 2008 no Brasil, o selo Aqua foi desenvolvido e adaptado à cultura, às normas técnicas e à regulamentação brasileira pela Fundação Vanzonlini. São 14 critérios do Processo Aqua para edifícios e 17 critérios para bairros e loteamentos. A certificação ocorre ao final de cada uma das três etapas essenciais do empreendimento – Programa, Concepção e Realização. Ao final de cada uma dessas avaliações, caso seja constatada conformidade ao referencial técnico, o certificado é emitido em até 30 dias. A certificação de um empreendimento com 10.000 m2 de construção tem um valor total de cerca de R$ 36.000,00.

Divulgação/SUAPE

Divulgação/SYENE CORPORATE

MUITO A FAZER

Ranking muncial - Leed* Refere-se ao número de empreendimentos registrados ­(certificados + em processo de certificação) no sistema de certificação Leed

PaÍs 1º

EUA

Registros

PaÍs

Registro

41.857

Canadá

318

China

996

México

287

Emirados Árabes Unidos

791

Alemanha

264

Brasil

574

Coreia do Sul

171

Índia

348

10º

Qtar

164

* Registrados no US GBC. Esses países já iniciaram registros diretos nos GBCs locais. M ­ as o ranking leva em conta apenas os registros recebidos pelo US GBC até junho de 2012.

Green Building Council Brasil Estado

CERTIFICAÇÕES

NO PROCESSO

São Paulo

47

308

Rio de Janeiro

10

83

Paraná

2

35

Bahia

1

5

Ceará

-

14

11º

Pernambuco

-

6

O Green Building Council Brasil é uma organização não governamental, em operação desde 2007, que visa fomentar a indústria de construção sustentável no Brasil, desde 2011. Há cinco anos, existiam apenas oito empresas com certificado de construção ecologicamente correta em andamento. Hoje são 511, segundo dados do Green Building Council Brasil. Destaque para o desempenho da Região Nordeste no ranking nacional.

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movimento em João Pessoa

Home & Grill Seletos convidados da área de arquitetura e decoração prestigiaram na tarde de sábado, 04 de agosto, a recepção promovida pelos empresários Marcelo Monteiro e Daniel Arruda, na loja especializada em churrasqueiras a gás Home & Grill. Marcelo e Daniel acompanharam cada convidado para conhecer de perto todos os detalhes de seus produtos. O churrascogourmet, acompanhado de música ao vivo, foi uma verdadeira demonstração de como ficam O decorador Alain Moszkowicz ainda mais saborosas as carnes e a arquiteta Viviane preparadas nas churrasqueiras Sanguinetti prestigiando evento na loja Home & Grill à gás by Home & Grill.

Mariana Santos e Emanuelle Oliveira são parceiras da loja Evviva Bertolini de João Pessoa

Fotos RC Vips

Ricardo Castro

Empresária Luciana Rocha com Felipe Rock e Thiago Nascimento, arquitetos que assinam projeto de ambientação estrelada na capa da nova edição da revista digital D&A

Nova edição Super prestigiado o coquetel de lançamento das luminárias Scatto Lampadário e da edição 11ª da revista digital D&A (www.revistadea.com.br), na noite de quarta-feira, 15 de agosto, na loja Trianon Iluminação de João Pessoa. A empresária Luciana Rocha, em parceria com este editor, recebeu convidados especiais em grande estilo e no melhor clima de festa.

Parceria Evviva Requinte, arrojo e modernidade a loja Evviva Bertolini possibilita ambientes personalizados onde móveis criam espaços para interação entre família e amigos. A franquia de João Pessoa, que tem à frente o dinâmico Alfredo Resende, ultrapassa limites e chega no interior do Estado através de parceria com arquitetos, permitindo mobilidade e conforto para os clientes que não moram na Capital. As jovens e talentosas arquitetas Mariana Santos e Emanuelle Oliveira, com escritório próprio há cinco anos na cidade de Souza e com projetos espalhados no interior da Paraíba e Ceará, são ótimos exemplos dessa parceria e já trabalham com a Evviva há dois anos, firmando uma troca de respeito e confiança.

Nova geração As jovens promessas da arquitetura paraibana, Georgeana Buriti e Keylla Garcia, trazem novos ares e experiências para o mercado pessoense. Atuando desde 2010 e com escritório próprio há um ano, inicialmente, elas desenvolvem projetos de ambientação, em que traduzem os desejos dos clientes em espaços harmônicos e, em breve, pretendem expandir para os projetos arquitetônicos. A dupla, que se conheceu nos últimos períodos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de João Pessoa (Unipe) formou sociedade pela afinidade de ideias, montou o escritório próprio, foi crescendo o número de projetos e a partir daí não parou mais.

As arquitetas Georgeana Buriti e Keylla Garcia renovam mercado pessoense

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como se faz

como se faz

RECUPERAÇÃO DE FACHADA

“O laudo técnico garante que o serviço contratado não esteja aquém nem além daquele que o condomínio precisa e serve para padronizar as propostas das construtoras”

Para descobrir o que precisa ser reformado e como isso deve ser feito, condomínios devem contar com o auxílio de empresas especializadas nesse tipo de consultoria por Ingrid Melo

Luiz Fernando Bernhoeft uando o filósofo inglês Francis Bacon escreveu, em um dos seus ensaios, que as casas são construídas para que se viva nelas, e não para serem admiradas, ele mal poderia imaginar a importância que essa contemplação nutriria alguns séculos depois. Uma simples restauração na fachada de um imóvel é capaz de aumentar até 40% o seu valor, pois ela protege e embeleza o patrimônio. Contudo, antes de contratar operários para a reforma, o síndico de um condomínio precisa conhecer o que é necessário ser feito para que a obra ocorra com segurança. Afinal, embora a estética seja relevante, Bacon estava certo: a utilidade fundamental de uma casa é abrigar pessoas e é necessário estar sempre atento ao estado de conservação da sua infraestrutura. A principal medida para evitar desastres é contratar para a restauração um engenheiro credenciado no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). Entretanto, o registro não é suficiente para a escolha. “No mercado, intencionalmente ou não, a gana de ganhar obras torna comum às construtoras oferecerem um preço baixo para um serviço e, no meio do trabalho, informarem ao cliente que é necessário um aditivo. Nesse momento é difícil negociar”, alerta Luiz Fernando Bernhoeft, da Petrus Engenharia, companhia especializada em evitar esse tipo de transtorno. A Petrus é pioneira em um novo segmento de empresas de consultoria, cuja função é realizar um diagnóstico que aponta, por meio da análise das causas e efeitos do problema, o que precisa ser corrigido em um edifício. No relatório, também é possível sugerir como fazer essa correção. “O laudo técnico garante que o serviço contratado não esteja aquém nem

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fotos: guilherme veríssimo

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Prédio patrimônio do IPHAN passa por sua primeira reforma em quase 50 anos

além daquele que o condomínio precisa, evitando gastos desnecessários. Além disso, ele serve como um termo de referência para a padronização das propostas das construtoras, já que especifica e quantifica detalhadamente o material a ser usado na obra, bem como a técnica adequada para o trabalho”, explica Bernhoeft. Com a uniformidade dos

orçamentos, o diferencial para a escolha da empresa que fará o restauro geralmente fica relacionado às facilidades de pagamento e à credibilidade da construtora. Isso simplifica bastante a decisão das assembleias de condôminos e ainda garante que o atrativo de um orçamento baixo não resulte em uma reforma ineficiente e perigosa.

Foi exatamente esse o processo no Condomínio Barão de Rio Branco, localizado no bairro da Boa Vista, no Recife. O prédio, que tem quase 50 anos, é uma das 73edificações reconhecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Pernambuco, e passa por sua primeira restauração. Antes de realizar as reuniões para decidir construtora, forma de pagamento e rateios, o síndico do edifício, Gilberto Gomes Leal, resolveu contratar o serviço da Tecomat, empresa que também realiza consultoria para construção civil. “Eu sabia que o prédio estava em um estado ruim e precisava de uma reforma. Mas sou contador aposentado e não entendo nada de engenharia, não poderia dizer o que precisava ser consertado. Paguei três mil reais pelo laudo e só na posse dos resultados solicitei os orçamentos”, conta. A empresa informou o que careceria ser feito, quais materiais seriam necessários e agora está acompanhando a reforma, que está no segundo andar da fachada. Serão 20 meses de obras, com troca de pastilhas, limpeza e repintura. “Nós pagamos 3 mil reais por mês para esse acompanhamento, mas é ótimo. O engenheiro vai na obra três vezes por semana e diz se está tudo sendo feito a contento, coisa que eu não poderia mensurar”, explica o síndico. A fiscalização ainda será importante para determinar o valor a ser pago por mês à construtora, uma estratégia para evitar atrasos no serviço. “A gente deu uma entrada para o começo da obra, mas o restante só será pago a partir do que for feito. Por exemplo, estava

previsto para aquele mês um trabalho que valeria 15 mil, mas se eles só fizerem um avanço que vale 5 mil, eles só vão receber 5 mil. Me sinto seguro com isso e até consigo dormir bem, apesar do barulho infernal da reforma”, expõe. Luiz Fernando Bernhoeft considera fundamental que a empresa que realizou o diagnóstico realize o acompanhamento da obra, embora o cliente possa optar por não adquirir o serviço. Ele ressalta que, devido a isso, uma especialista em consultoria não deve ser, também, construtora. “Ao fiscalizar uma obra, a firma não estará fiscalizando um concorrente. Isso é crucial

para a imparcialidade do serviço. Além do que essa limitação do trabalho garante que a consultora não tenha interesse em deixar para si mesma a reforma”, afiança. Acompanhamento, aliás, é a palavra chave quando se fala em construção civil. A lei estadual 13.032, de 14 de junho de 2006, sugere uma inspeção a cada cinco anos até o prédio completar 15 anos e, depois disso, vistorias a cada três anos. “Não dá para achar que a restauração da fachada é eterna. Nada é perene numa edificação. Ações preventivas não são apenas mais seguras, como são também mais econômicas”, afirma o engenheiro.

Como reparar as anomalias que acometem habitualmente as fachadas As fachadas devem ser restauradas quando existir uma necessidade estética ou funcional. Segundo Luiz Fernando Bernhoeft, no segundo caso, o problema é quase sempre a estanqueidade (falta de capacidade de conter infiltrações) ou a queda dos revestimentos. Veja abaixo qual procedimento deve ser usado para recuperar fachadas com essa anomalia, de acordo com o tipo de material com o qual elas são constituídas. Alvenaria com revestimento tradicional: hidrojateamento (limpeza); tratamento da armadura e alvenaria; aplicação de um fundo preparador; aplicação de impermeabilizantes; aplicação de tinta látex acrílico. Alvenaria com revestimento de argamassa travertino: hidrojateamento e remoção das placas ou painéis por inteiro; tratamento da estrutura. Cerâmica (pastilhas): hidrojateamento; remoção das placas cerâmicas soltas ou pastilhas para o tratamento do substrato; colocação de novas pastilhas recortadas em placas. Concreto aparente: hidrojateamento; lixamento mecânico para remoção de verniz ou resina acrílica; tratamento da estrutura.

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SOLUÇÕES NO GREENBUILDING BRASIL Em sua terceira edição, a conferência Greenbuilding Brasil ofereceu qualificação para profissionais da construção Por Gabriela Bezerra

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(Jundiaí), CARN (Centro Administrativo Rio Negro) e BASF (São Paulo). Nesta terceira edição, o Greenbuilding Brasil ocorreu no Pavilhão Transamérica Expo Center. Foram mais de 6 mil m² de área de exposição e 65 palestrantes nacionais e internacionais. Cerca de 7 mil visitantes e compradores compareceram à conferência, além de 1400 congressistas. Em 2011, a conferência recebeu mais de mil visitantes das principais capitais do Brasil e de países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Costa Rica e Itália.

“Foi uma oportunidade para conferir detalhes da concepção dos projetos” Marcia Coimbra

divulgação

A

indústria de construção funciona como um termômetro do desenvolvimento. Essencial para o crescimento urbano, esse setor se mostra aquecido conforme determinada região se desenvolve, já que grandes obras passam a ser demandadas. Hoje, em ascensão no Brasil, a construção civil é responsável por 40% do consumo de energia mundial, e investir em medidas sustentáveis para a construção tem sido um desafio para o setor. Mais do que um espaço para apresentação de projetos e soluções sustentáveis na indústria da construção, a conferência internacional Greenbuilding Brasil – realizada de 11 a 13 de setembro, em São Paulo – se apresentou como uma oportunidade de qualificação profissional nesse mercado. “Sessões plenárias foram realizadas no primeiro dia do evento com especialistas nacionais e internacionais debatendo questões como práticas sustentáveis, normas e certificações ambientais, além de estudos de cases que foram destaque no setor”, contou Marcia Coimbra, gerente da Unidade de Negócios e Conferência da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora do evento. Além de sessões plenárias e palestras, o Greenbuilding Brasil ofereceu aos participantes visitas técnicas em empreendimentos certificados com o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), criado pela Greenbuilding estadunidense. “Foi uma oportunidade para conferir detalhes da concepção dos projetos, aplicações de tecnologias, desafios de implantação e resultados obtidos”, comentou. Entre os pontos visitados, SofitelJequitimar (Guarujá), CETEC BR Foods


Construir com sustentabilidade Ideias sustentáveis para construção são destaques na terceira edição do SIACS FOTOS: DIVULGAÇÃO

por Gabriela Bezerra

Profissionais da construção prestigiam projetos inovadores que privilegiam a questão ambiental

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tilizar uma área localizada sob um aquífero para projetar uma intervenção de 3 milhões de m², à primeira vista, não parece ser uma ideia muito sustentável. Mas o desafio de aliar urbanismo e sustentabilidade para garantir um espaço verde e funcional em Rio Branco (AC) foi assumido pelo arquiteto Eiji Hayakawa, resultando no Master Plan de Arquitetura. O projeto consiste na criação de um parque a partir do qual foi traçada a estrutura da cidade. Tudo sem comprometer o Aquífero do Rio Branco. Durante anos, técnicos e políticos discutiram sobre o impacto que a urbanização daquele espaço causaria no aquífero. “Chegamos à conclusão que era possível sim urbanizar a área, mas com certos cuidados, como garantir o mínimo de permeabilidade do solo. Por isso a criação de uma área verde com ciclovias e não de

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uma via para veículos”, explicou. Hoje, o projeto está em processo de aprovação. Segundo Hayakawa, há, no mercado imobiliário, levantamentos que apontam para uma valorização dos imóveis da região em até três vezes após a construção do parque. Levar aos profissionais da arquitetura e da construção esse e outros cases sobre as novas ações e tecnologias aplicadas ao desenvolvimento sustentável é o objetivo do Simpósio Internacional de Arquitetura e Construção Sustentável (SIACS), que realizou a sua terceira edição anual, iniciada em setembro. “O projeto do aquífero lança a mensagem de que não é necessária uma grande parafernália tecnológica para construir um espaço sustentável”, destacou Hayakawa, que foi um dos palestrantes do SIACS. Cerca de 1200 pessoas, entre conferencistas, arquitetos, engenheiros e estudantes, compareceram ao evento.

O SIACS 2012 percorre cinco cidades do País: Salvador (14/9), Recife (17/9). Fortaleza (20/9), Belém (30/10) e Rio de Janeiro (9/11). “Como nos outros anos, o simpósio mantém o seu foco na arquitetura sustentável, o que muda são os palestrantes e os cases”, comentou Amarildo Leal, organizador do evento. A programação inclui palestras, workshops e uma mostra conceitual de produtos e equipamentos já disponíveis no mercado. Ao todo, 40 palestras serão proferidas durante o simpósio. Outro case de destaque na programação do SIACS é o primeiro shopping sustentável de Salvador. Projeto do arquiteto Camilo Baiardi, o Salvador Prime foi projetado com atenção às questões ambientais. “A obra sai 6% mais cara, mas os investimentos em sustentabilidade logo dão resultados de economia”, comentou Baiardi.


Construir Bahia supera expectativas Perspectiva de crescimento econômico na Bahia estimula participação em feiras de construção civil por Gabriela Bezerra

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Reunindo num só lugar os principais elementos da cadeia produtiva da construção, a 12ª edição da Construir Bahia promoveu um verdadeiro balcão de negócios e troca de informações sobre o setor. O evento ocorreu de 12 a 15 de setembro no Centro de Convenções da Bahia e contou com a participação de importantes fabricantes do Brasil e de outros países, como China, Argentina e Inglaterra. Este ano, a feira apresentou crescimento de cerca de 10% em relação a 2011. Em parceria com a Construir Bahia desde o ano passado, a Expo Máquina e Equipamentos trouxe as principais novidades de maquinários para a construção pesada. A diversificação dos produtos em exposição este ano superou a edição do ano passado, com destaque para máquinas de grande porte. “Em 2011, atingimos R$ 20 milhões em volume de negócios. Estimo um crescimento de 20% para este ano”, apostou Arthur Vieira, presidente da Associação Baiana das Empresas Locadoras de Máquinas e Equipamentos (Abelme), durante o evento. Ele também tem boas expectativas para o setor de equipamentos: “Acredito que o PIB em relação à comercialização de máquinas da linha amarela

(equipamentos de terraplanagem) crescerá o dobro do PIB do Brasil”. Entre as principais novidades de maquinários para o setor da construção, está a CargoMix 260, da Continental SRL — uma transportadora e misturadora pneumática de massas pesadas de tanque à pressão, que possui armadura interna substituível para facilitar o trabalho do misturador na preparação da massa. Também merece destaque uma máquina de projeção de concreto desenvolvida para projeção úmida com fibra de aço, com capacidade para projetar tanto via seca como úmida, manualmente ou robotizada: a AL 236, da Asserc Representações. Para além da mostra de materiais e equipamentos, outra aposta do setor é a questão da sustentabilidade na construção. “A sustentabilidade é uma exigência da sociedade e está sendo amplamente enfatizada nesta edição da feira, seja na proposta dos estandes, nos fóruns ou produtos. Mostra que o setor está engajado nessa tendência”, comentou o Sinduscon-BA, Carlos Alberto Vieira Lima. Como nos anos anteriores, a Construir Bahia também cedeu espaço à 3º edição do Simpósio de Arquitetura e Construção Sustentável (SIACS). fotos: divulgação

pesar do decréscimo que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil da Bahia sofreu em 2011, este ano o setor voltou a dar sinais de melhoria. O anúncio, no último mês de junho, de mais de R$ 8 milhões para a indústria, por meio do PAC Equipamentos, tem estimulado ainda mais o setor. Pelo PAC Equipamentos, anunciado pela presidente Dilma Rousseff, um montante de R$ 8,4 bilhões será destinado para agilizar as compras governamentais para aquisição de produtos da indústria nacional. As obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 também estão servindo como impulso para a o setor da construção, sobretudo na região Nordeste, mais necessitada dessas obras. Somente no primeiro trimestre de 2012, o PIB da construção da Bahia registrou um aumento de 8,9%. Se comparado com o percentual atingido no ano anterior, 6%, o número é animador. A expectativa de crescimento do setor é bastante positiva e os negócios no Estado não param. A grande movimentação em duas grandes feiras de construção na Bahia são provas incontestes desse otimismo.

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Cimento para o Brasil crescer As novas obras de infraestrutura no Brasil têm ampliado o crescimento no setor do concreto por Gabriela Bezerra

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om a necessidade de obras de infraestrutura para atender a demanda do crescimento urbano, o setor do concreto tem se mostrado bastante aquecido. A iminência da Copa do Mundo e das Olímpiadas de 2016 é, sem dúvida, o grande propulsor desse boom na construção civil. Entre os dias 29 e 31 de agosto, expositores de 550 empresas nacionais e internacionais se reuniram em São Paulo, no Concrete Show, para discutir os rumos do setor e realizar negócios. Cerca de R$ 880 milhões foram negociados durante o evento, com venda de maquinários, equipamentos, sistemas construtivos, novas soluções e tecnologias. Hoje, a indústria brasileira de cimento ocupa o sétimo lugar no ranking dos maiores produtores mundiais, com um parque produtor composto por 79 unidades (51 fábricas e 28 unidades de

moagem). “O setor está em ascensão. Muitas empresas estão investindo em equipamentos. A expectativa é de que, este ano, se alcance um aumento de 10% no consumo do cimento em relação a 2011”, apostou Eduardo Moraes, gerente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) regional Nordeste. Em sua sexta edição, o Concrete Show é o maior evento da cadeia produtiva do cimento e da construção civil da América Latina e o segundo maior do mundo. “O Concrete Show cresceu 500% desde a sua primeira edição, há seis anos. Consolidou-se como uma catalisadora de negócios e fortaleceu ainda mais o segmento”, avaliou Cláudia Godoy, diretora-geral da UBM Sienna, organizadora do evento. Este ano, 29 mil visitantes conferiram mais de 60.000 m² de exposição indoor e outdoor, além de 150 palestras sobre tecnologias e avanços para o setor.

Material imprescindível para o desenvolvimento do País pela contribuição que oferece à construção civil, o cimento teve 63 milhões de toneladas produzidas no Brasil somente em 2011, de acordo com o relatório apresentado na Rio+20. Esse número é animador e tem atraído cada vez mais investidores para o segmento. Com a difusão de tendências e inovações mundiais em sistemas e métodos construtivos à base de concreto e soluções para aumentar a produtividade, a qualidade e a velocidade de execução da obra, a 6ª edição do Concrete Show Brasil atraiu expositores da Europa, Ásia, América do Norte e América Latina. “O número de investimentos estrangeiros no País cresceu muito nos últimos cinco anos e a construção civil está absorvendo uma boa parte destes negócios”, declarou Sergio Watanabe, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).

fotos: divulgação

Concret Show contou com 550 empresas e 29 mil visitantes

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Modernidade planejada Ceará tem novo Centro de Eventos com tecnologia de ponta e integração viária fotos: secretaria de turismo do ceará

por Juliana Outtes

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ara comportar os investimentos que fazem a Região crescer, o Nordeste vem recebendo novas obras de infraestrutura em todos os seus estados. A construção de hotéis e estruturas para realização de eventos não só alavanca o setor do turismo como atrai novos investidores. Um exemplo disso é o que acontece no Ceará, onde o turismo de negócios cresce anualmente, gerando ainda mais renda para a economia do Estado. Pensando em expandir a realização de eventos na capital cearense, foi inaugurado, em agosto, o Centro de Eventos do Ceará (CEC). O novo equipamento da Secretaria de Turismo do Ceará (Setur-CE) é o segundo maior espaço para realização de feiras e eventos do Brasil e o primeiro do Nordeste. Com capacidade para abrigar até 30 mil pessoas em um único evento, o empreendimento foi projetado para ser multiuso, podendo sediar feiras, exposições, congressos

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nacionais e internacionais. A planta, considerada a mais moderna da América Latina, foi construída numa área de 152.694 m² e inclui dois pavilhões, o Leste e o Oeste, com dimensões de aproximadamente 300 m² e 14 mil m². Segundo a Setur, a versatilidade da construção fica por conta das diversas maneiras de dividir o espaço. Cada um desses blocos está equipado com um salão de exposição (com até 13,6 mil m²) e dois mezaninos, com 18 salas cada um, todas interligáveis. Assim, pode-se formar até 44 espaços diferentes, potencializando a realização de pequenos eventos simultâneos ou grandes eventos com estrutura mais complexa. Essa plasticidade espacial é possível graças ao uso de divisórias dobráveis de 13,65 metros de altura, que, quando não acionadas, ficam recolhidas em um nicho na parede. O projeto arquitetônico do Centro de Eventos foi inspirado em aspectos

A construção do empreendimento utilizou técnicas de aproveitamento de luz natural e reuso de água , além de prezar pela eficiência energética

típicos da paisagem e do artesanato do Estado. Um dos elementos naturais utilizado para compor a construção foi a formação das falésias do litoral leste cearense, retratada no tom de terra e nas formas da fachada do equipamento. Realizada pelo Consórcio entre as construtoras Galvão Andrade Mendonça, a construção do empreendimento recebeu investimentos de R$ 580 milhões e levou 38 meses para ser concluída. Com o objetivo de acelerar a confecção do equipamento, a técnica construtiva empregada contou com estruturas pré-fabricadas de concreto armado. Por serem produzidas em escala industrial, as pré-fabricadas são mais ágeis que as estruturas convencionais, que, além de serem moldadas na própria obra, dependem do uso de formas e escoramento. Com as pré-moldadas, ganhou-se tempo na montagem, feita através de guindastes diretamente no canteiro. De acordo com o gerente de contrato da obra do CEC, Sílvio Andrade,

da Galvão Construtora, o projeto foi concebido para atender aos padrões de construção sustentável, como sistema de esgotamento sanitário a vácuo, semelhante ao utilizado em aeronaves, que garante uma economia de 90% no consumo de água das descargas. Além disso, o Centro de Eventos possui estação de tratamento de esgoto própria, pois a área ocupada não contava com rede de esgoto, e era necessário garantir que a água utilizada no prédio fosse tratada para não contaminar o Rio Cocó. Ainda pensando em economia, o sistema de ar condicionado do Centro de Eventos do Ceará utiliza a técnica de termoacumulação, que consiste na refrigeração a partir de uma central de água gelada. Com isso, não só há a redução das despesas com energia elétrica, como também a diminuição de custos de manutenção, uma vez que esse tipo de sistema — muito empregado em shoppings centers — consegue prolongar a vida útil dos equipamentos de ar condicionado.

“O projeto foi concebido para atender aos padrões de construção sustentável, como sistema de esgotamento sanitário a vácuo, que garante uma economia de 90% no consumo de água das descargas” Sílvio Andrade

divulgação

infraestrutura


infraestrutura

infraestrutura houve dificuldades. “Encontrar mão de obra qualificada foi um desafio. A obra exigia especialistas em montagem de andaimes, trabalhos em altura e alvenaria estruturada, por isso precisamos buscar profissionais em outros estados”, revela. Paralelamente às contratações feitas fora do Ceará, o consórcio capacitou e treinou seus funcionários, empregando, ao todo, 70% de mão de obra local nos trabalhos do equipamento.

Mudanças no trânsito garantem mobilidade aos usuários Receber um equipamento do porte do CEC sem observar se as vias de acesso comportam o fluxo de veículos pode comprometer o trabalho e a utilização das instalações. Junto com o planejamento da construção, a Setur precisou pensar na infraestrutura do entorno. As obras para modificação do trânsito na região da Washington Soares foram essenciais para tornar o projeto viável. Entre as mudanças, está a construção de quatro túneis, cada um com

9,5 metros de largura, que eliminaram dois outros já existentes na avenida de acesso e tiveram investimento de R$ 94,6 milhões. Dois mil metros de túneis passam sob a Avenida Washington Soares e as ruas perpendiculares a ela, sendo mil metros em túnel fechado e mil metros em túnel aberto (trincheira), ambos com duas faixas de rolamento. A estrutura, projetada de maneira integrada com o Centro de Eventos, permite que os usuários trafeguem com mais tranquilidade pelo entorno, integrando o equipamento à cidade. Para Sílvio Andrade, foi uma realização importante. “Com os túneis, foi possível eliminar dois semáforos, melhorando significativamente a condição de tráfego no local”, comemora o gerente da Galvão construtora. Além dos novos acessos para quem chega ao CEC de carro ou ônibus, o equipamento será interligado à malha metroviária de Fortaleza. Uma estação da Linha Leste, que irá interligar bairros como Centro, Aldeota-Meireles e Varjota à região onde está o empreendimento. secretaria de turismo do ceará

Outro recurso inteligente foi o aproveitamento da luz natural na maior área de convivência do equipamento, a praça de alimentação. O local é coberto por um grande domo, feito de metal e acrílico transparente de alta resistência. Quando o assunto é acessibilidade, o CEC também atende aos requisitos para receber pessoas portadoras de deficiência. Rampas com guarda-corpo, elevadores, escadas rolantes e pisos táteis fazem parte das soluções para possibilitar que todos os públicos frequentem as instalações. A preocupação com o uso dos materiais se estendeu por toda a fase de construção. Na fabricação do isolamento acústico das salas, dos pavilhões e mezaninos, a matéria-prima foi extraída de garrafas PET, barateando a despesa com insumos. Já a enorme quantidade de resíduo gerada pela obra passou por etapas de controle, sendo depois encaminhada para depósitos licenciados. Embora a construção do Centro de Eventos tenha sido um sucesso no Ceará, Sílvio Andrade conta que também

Fachada do Centro de Eventos do Ceará foi inspirada na formação de falésias das praias do Estado

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tecnologia

A nova aposta da construção civil Eficiente e sustentável, o aglomerado composto de cortiça é escolha certeira para revestimentos e isolamentos por Ingrid Melo

cortiça não é apenas matéria-prima para confeccionar rolhas e vedar garrafas. Com o crescente avanço tecnológico, a utilização dessa substância e dos seus derivados para além da indústria rolheira tem aumentado de modo exponencial, sobretudo na construção civil. Aplicada sob a forma de aglomerados em revestimentos, pavimentações e isolamentos, ela vem se mostrando mais competente do que qualquer outro material com maior tradição de uso, como madeira e cerâmica. Isso porque a cortiça é nobre, maleável, natural, ecologicamente correta, fácil de ser instalada e ainda possui um conjunto de propriedades sem equivalente no mercado. Entre as características mais exploradas do produto, estão suas possibilidades de isolamento térmico e acústico. “O aglomerado composto de cortiça é capaz de proteger o imóvel tanto do calor como do frio, o que economiza energia. Ele também detém uma excelente resistência à condução do ruído e de vibrações, sendo ideal para isolar os pavimentos de prédios”, explica o engenheiro Hugo Borrego, da empresa portuguesa Amorim Cork Composites, do Grupo Amorim, líder mundial na indústria corticeira. Todavia, segundo ele, as vantagens da escolha da cortiça para as edificações vêm principalmente de suas particularidades pouco conhecidas, como a durabilidade que ela tem, por exemplo, no formato de manta acústica para isolamento de pavimentos. “Pessoas alérgicas podem se beneficiar bastante com revestimentos em cortiça, pois eles não acumulam sujidades, pó ou bactérias. Uma limpeza simples e regular é suficiente para promover um ambiente interior saudável, sem mofos ou ácaros. Também é possível citar

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Fotos: Divulgação

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“A cortiça extraída é fonte para a indústria de rolhas e com seus desperdícios são produzidos os aglomerados compostos que darão origem ao material usado pela engenharia civil. Ou seja, o aproveitamento da casca do sobreiro é completo, tudo é reciclado. Isso significa uma redução de resíduos para aterro e um prolongamento da fixação do carbono”, esclarece Hugo Borrego. A casca do sobreiro pode ser extraída pela primeira vez quando ele completa 25 anos de idade. Então, ela se renova e pode ser retirada novamente após nove anos. Um único sobreiro é capaz de renovar sua casca 16 vezes.

AMORIM NO NORDESTE

características como a boa capacidade de absorção de impacto, sua impermeabilidade e resiliência, como ainda o retardo do alastramento do fogo e a nula libertação de gases tóxicos decorrentes de um produto químico chamado suberina, que a compõe”, completa. De acordo com a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor), a construção civil já ocupa a segunda posição no destino do produto extraído em Portugal, responsável por metade da comercialização de cortiça do mundo. A tendência é esse número aumentar ainda mais, em uma época em que os problemas ambientais já não podem ser ignorados e a construção sustentável é estimulada em todos os países. A cortiça é um dos poucos materiais à altura das exigências contemporâneas. O sobreiro, árvore da qual ela é originada, combate a desertificação e o aquecimento global, serve de alimento para os animais, protege a biodiversidade e depende da extração de sua casca (a cortiça) para crescer saudável.

“A cortiça não acumula sujidades e tem boa capacidade de absorção e impermeabilidade” Hugo Borrego

Mais recorrente em revestimentos internos, a cortiça está em franca expansão pela Europa também no revestimento de fachadas. Já no Brasil, ainda é raro se deparar com o produto. No entanto, Hugo Borrego informa que essa realidade está prestes a mudar. O Grupo Amorim, que já estava investindo na cortiça para construção civil em países chave há algum tempo, agora volta sua atenção para o Brasil, mais especificamente

Particularidades da cortiça APLICAÇÃO Os aglomerados compostos de cortiça podem ser instalados acima ou abaixo do nível do solo, sob o formato de rolos, mantas ou pranchas. O alojamento pode ser com cola ou flutuante, a depender do material da superfície em que eles serão colocados. A cortiça também pode ser usada para revestir paredes, tetos e fachadas e preencher paredes duplas, juntas e divisórias para isolar.

MANUTENÇÃO A manutenção é a básica de qualquer revestimento. O cuidado especial deve ser com o sol, que, se incidente por muito tempo, pode gerar mudanças de tonalidade no material. No caso de isolamentos, manutenções não são necessárias.

ACABAMENTO Os aglomerados como revestimento podem ser rematados com verniz, PVC ou cera.

para o Nordeste do País, depois de já ter dado os primeiros passos no Estado de São Paulo. A empresa já possui negócios por aqui, enfaticamente na indústria de rolhas e calçado, mas pretende alastrar sua atuação. “Nós estamos investindo em novas geografias também devido à crise que ocorre atualmente na Europa e o Brasil é sempre uma primeira opção, devido à relação quem tem com Portugal e ao compartilhamento da língua portuguesa. O Nordeste, por sua vez, está crescendo bastante e acreditamos que a engenharia civil vai encontrar nessa região um grande destaque, juntamente com o foco da sustentabilidade, que é o ponto alto do nosso produto”, conta Hugo Borrego. O grupo está realizando um estudo de mercado e em outubro, na 8° Feira Internacional de Materiais e Equipamentos de Construção (Ficons), que ocorre em Pernambuco, começa a divulgar o aglomerado composto de cortiça. Em seguida, serão realizadas ações junto com construtoras, arquitetos e gabinetes de projeto. A projeção é de que no ano que vem os isolamentos e revestimentos já estejam bem mais populares.


Construir direito

Time Sharing a Propriedade Imobiliária Compartilhada pelo Fracionamento do Espaço de Tempo. Rafael Accioly

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copropriedade de um mesmo imóvel é algo antigo no direito, inicialmente verificada com a existência de um condomínio comum (também chamado de indiviso ou geral), ou seja, aquele em que cada pessoa é proprietária de uma fração ideal do bem, sem definição concreta de que parte do imóvel aquela fração se refere, possuindo todos os proprietários o direito de usufruir o bem como um todo, concorrendo, porém, de forma proporcional à sua fração ideal com as dívidas e frutos daquele. Por conseguinte, no ordenamento jurídico brasileiro, apesar de observamos a existência de outras normas no início do século 20 que já desenhavam uma forma especial de condomínio (como o Decreto nº. 5.481/1928), foi com a promulgação da Lei Federal nº. 4.591/64 que tivemos o nascimento do chamado condomínio edilício. Através deste instituto (que, nos termos do art. 1.331 do Código Civil, deverá ser instituído em imóveis com edificações) os coproprietários de um mesmo imóvel estipulam, de comum acordo, a instituição de um condomínio de caráter pró-diviso, ou seja, dispõem que naquele imóvel haverá partes que serão de uso comum e partes que serão de uso exclusivo de cada um dos condôminos, havendo, desta forma, através de uma ficção jurídica, o fracionamento da propriedade em partes, e mantendo-se o imóvel como um todo ainda em condomínio entre eles. Neste caso, há uma divisão da propriedade em partes de uso exclusivo e de uso comum. Outrossim, nos últimos anos vem se tornando recorrente a utilização de um novo modelo de copropriedade, diferente daquelas indicadas acima, é o chamado time sharing. Aqui, se observa que multipropriedade sobre determinado imóvel fica dividida em razão do tempo. Neste caso, a propriedade imobiliária é

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compartilhada pelos condôminos estabelecendo-se o uso em períodos definidos e divididos no tempo, seja por dias, meses ou anos, abrangendo não apenas o imóvel, mas todos os móveis e utensílios que lhes são inerentes. O time sharing não encontra previsão no Código Civil, sendo implementado, na prática, com a instituição de um condomínio indiviso (geral), e, através de um instrumento firmado entre as partes, na forma de convenção ou regimento interno, se estipula que a divisão na utilização do imóvel se dará em razão do tempo, atendendo à disponibilidade e interesse de cada um, evitando-se a ociosidade do bem. O referido regimento deverá estabelecer também as regras de uso e manutenção do imóvel. Neste tipo de condomínio, haverá tantos condôminos quantas forem as frações de tempo divididas no ano, da mesma forma que, no condomínio edilício, a quantidade de condôminos se dá em razão do número de unidades autônomas (apartamentos ou casas) existentes. Este tipo de multipropriedade pode ter por finalidade a racionalização dos custos de uma empresa, através da divisão da propriedade de determinado bem em razão do horário, turnos ou épocas do ano. Já é comum o compartilhamento, por

exemplo, da propriedade de escritórios e consultórios ou de galpões e depósitos de acordo com certas épocas do ano, podendo ocorrer o mesmo em relação a bens móveis, como máquinas e veículos. Esta nova forma de divisão da propriedade pode atender também àqueles que buscam a oportunidade de desfrutar, com um custo mais acessível, de itens de luxo ou destinados ao lazer, como casas de praia ou de campo, helicópteros, aviões particulares, sendo, na prática, proprietário daquele bem apenas por determinado período do ano, do mês ou da semana, rateando, assim, os custos de aquisição e manutenção com os demais coproprietários, que se servirão do bem durante os outros períodos, maximizando, desta forma, a utilização do mesmo. Sendo assim, apesar de não encontrar regramento próprio no Código Civil ou leis esparsas, o compartilhamento da propriedade através do time sharing, além de atender a função social da propriedade, pode ser uma excelente alternativa para àqueles que buscam a máxima eficiência em relação a seus custos, seja pessoal, no caso do time sharing de imóveis de lazer e artigos de luxo, ou em relação à atividade comercial, com a divisão de parques industriais, depósitos, máquinas etc., de acordo com a necessidade do uso.


ano III | nº 13 | setembro/outubro 2012

Entrevista

O agrônomo Antônio José Chagas fala sobre as plantas em ambientes internos

Visto de Portugal

O colunista Renato Leal comenta sobre o momento de buscar tecnologia

Lei de resíduos sólidos O que falta para ela pegar?


SUMÁRIO 72 COLUNA EU DIGO

82 BOAS PRÁTICAS

74 COLUNA VISTO DE PORTUGAL

78 Fórum

76 ENTREVISTA

80 CAPA

Para o colunista Renato Leal, chegou a hora de buscar tecnologia de produto, processo e gestão

O agrônomo Antônio José da Cunha Chagas diz que ter plantas em ambientes internos melhora a qualidade do ar

Cobertura do Fórum Pernambucano de Construção Sustentável de agosto e setembro apresentou tecnologias que reduzem custos na obra

A maioria dos municípios ainda não cumpre a Lei dos Resíduos Sólidos

Caro leitor, A Lei nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi discutida durante duas décadas até entrar em vigor em agosto de 2012. Entre a aprovação da lei e sua entrada em vigor, foram dados dois anos de prazo para que os municípios se adaptassem às novas exigências, mas, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, apenas 488 das 5.565 prefeituras estão aptas a receber verba federal para manejo do lixo. O que as empresas de construção estão fazendo para seguir a nova legislação você confere na reportagem de Aline Franceschini, que começa na página 80. Na cobertura das edições de agosto e setembro do Fórum Pernambucano de Construção Sustentável, parte integrante do Movimento Vida Sustentável, foram apresentadas tecnologias que permitem reduzir custos na obra, tanto por gerenciar as etapas do processo construtivo como por racionalizar o uso da energia na produção de água e refrigeração do ar, como mostra a repórter Juliana Outtes nas páginas 78 e 79. A editora de conteúdo, Marianne Brito, conversou com o agrônomo Antônio José Chagas, um dos maiores conhecedores de plantas do Brasil. Nas páginas 76 e 77 está o resultado deste bate-papo, onde ele defende que a melhoria da qualidade do ar passa pela escolha das plantas certas, inclusive nos ambientes internos. O agrônomo ainda dá as dicas das plantas que se adaptam melhor a cada ambiente.

agenda Fórum pernambucano de construção sustentável www.movimentovidasustentavel.com.br projeto bRE – laboratório de casa com sistemas sustentáveis (londres) Data: 04/10/2012 Local: Recife/PE avaliação do ciclo de vida do produto cerâmico – Projeto retrofit da secretaria de recursos hídrícos e energéticos Data: 07/11/2012 Local: Recife/PE programa de coleta seletiva da administração do estado Data: 05/12/2012 Local: Recife/PE XIV FIMAI / SIMAI - Feira E SEMINÁRIO Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade Data: 06/11/2012 a 08/11/2012 Local: São Paulo/SP

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eu digo

Biodiversidade e áreas verdes sustentáveis Ricardo Cricci

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mercado da construção civil sustentável no Brasil cresce rapidamente, e, com ele, uma série de normas e premissas para edificações de menor impacto ambiental. Já são centenas de projetos certificados ou em busca pela certificação LEED, por exemplo, uma das mais requisitados no país. Itens como economia de energia, obras limpas e um menor consumo de água são observados atentamente. Entretanto, um item importante para a sustentabilidade dentro da realidade brasileira precisa receber mais atenção: as áreas verdes dos projetos. O Brasil é considerado o país de maior biodiversidade do planeta, um patrimônio ambiental único. Os locais onde as cidades brasileiras foram construídas também possuíam essa biodiversidade, com grande riqueza de fauna e flora que praticamente desapareceram com a rápida urbanização do último século. Para piorar, a vegetação escolhida nas cidades para enverdecê-las foi trazida de locais distantes e desconectada da riqueza natural herdada. Hoje, estima-se que 80% das plantas usadas no paisagismo e arborização urbana sejam de origem estrangeira, ou seja, exóticas. O motivo de tais escolhas é cultural. Remete aos primeiros cultivadores imigrantes europeus, que desconheciam jardins com a nossa flora e relegaram o nativo ao “mato” no mau sentido, o que causou historicamente sérios problemas ambientais como espécies invasoras, o desconhecimento da flora nativa pela população e a extinção de toda uma fauna especializada e interdependente há milênios. Resgatar as espécies nativas locais – que ocorriam originalmente na região – deve ser considerada uma premissa básica para a sustentabilidade ecológica de edificações verdes, com ao menos um percentual do projeto contemplando a biodiversidade autóctone e promovendo nichos

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ecológicos para a fauna e maior equilíbrio ambiental urbano. Áreas verdes sustentáveis ecologicamente têm uma maior capacidade de serviços ambientais – os benefícios da vegetação para a população urbana – e, atreladas ao uso de plantas com porte maiores, privilegiando arbustos e árvores e não somente forrações, podem fazer a diferença. Pesquisando a Mata Atlântica e o Cerrado foi possível, após diversos estudos, adaptar essas plantas para nossa tecnologia de telhados verdes SkyGarden e criar o conceito de “Pocket Forests”, com espessuras de substrato de 7 a 20 centímetros. A ideia se baseia em trazer pequenos fragmentos de vegetação original e promotora de biodiversidade com tecnologia de leveza e durabilidade para coberturas e lajes em edificações inseridas junto ao paisagismo convencional. Aliar a estética do paisagismo com a recriação da biodiversidade nativa local nas cidades brasileiras. Esse deve ser o norte das áreas verdes de edificações sustentáveis. Ricardo Cardim é diretor da SkyGarden ­Telhados e Paredes Verdes

O resgate tecnológico de espécies nativas locais em edificações verdes promove equilíbrio ambiental urbano e retoma a identidade brasileira


visto de portugal

O momento dA virada Renato Leal

echado o primeiro ciclo de crescimento do setor da construção no Nordeste do Brasil, temos alguns sinais e informações que merecem alguma atenção. Os preços já estão no seu teto ou muito próximo dele, na maior parte do segmentos. As vendas já não são como dantes, apesar de haver ainda um grande déficit habitacional, e alguma apetência em algumas cidades. A lucratividade, em função do aumento de preços de praticamente todos os insumos, vem se reduzindo. Especificamente nas habitações populares, esta questão é mais acentuada. Já tenho ouvido falar entre os empresários do setor, que chegou a hora de buscar tecnologia – de produto, processo e gestão – e de diferenciar os seu produtos no mercado. Está tudo a mexer. Abaixo, um conjunto de perguntas que sugiro passem a fazer parte do dia a dia das empresas da construção:

1. Novos materiais: Os materiais utlizados na construção são os mais adequados ao nosso clima? Atendem à tendência mundial de construção no sentido de melhorar o conforto térmico e o custo de energia para o usuário final? Quando se disseminarão os estudos de ciclo de vida de produto, de maneira a não mais edificarmos utilizando produtos danosos ao meio ambiente? Estes novos materiais são racionalizadores do uso de mão de obra? 2. Sistemas construtivos: Será que ainda é rentável se construir casas populares de uma forma semi-artesanal, ou teremos que saltar para a montagem de casas fabricadas em indústrias, com grandes economias de escala e velocidade de produção, e montadas nas obras? Os custos, a escassez e a pouca especialização de mão de obra não serão suficientes para ser adotado um modelo construtivo mais industrial; intensivo em equipamento e tecnologia, mais

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divulgação

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previsível em termos de custos e prazos; e que não dependa tanto da mão de obra local? Em algumas cidades, encontrar mão de obra qualificada tem sido tarefa quase impossível por parte das empresas. 3. Melhora no sistema de gestão: O BIM – recentemente apresentado num dos Fóruns do Movimento Vida Sustentável – já está sendo amplamente utilizado pelo mundo desenvolvido, agregando à atividade da construção mais planejamento de obra econômico-financeiro, modelagem, integração e fiabilidade nas informações. Será que a reação será a mesma, quando começaram a ser instalados os primeiros ERPs nas empresas industriais e comerciais? Haverá críticas quanto às dificuldades de implementação? E reações às inovações? Dirão que não funcionará no Brasil? Que aqui é diferente? Que só funciona em grandes empresas? A realidade nos mostra hoje que é quase universal a utilização dos ERPs nas empresas industriais e comerciais. Mesmo em médias empresas. 4. A renovação nos projetos ­arquitetônicos: Muitos dos

projetos arquitetônicos mais arrojados simplesmente não consideram as características ambientais do nosso país. Será possível compatibilizar a estética com o nosso clima? Poderemos desenvovlver um modelo arquitetônico mais adequado. 5. Preparação da mão de obra para esta nova realidade: Como andam os programas de formação de mão de obra nas empresas, para adequá-la a um padrão contruitivo com mais produtividade e qualidade? E as universidades e escolas técnicas? Na verdade, poderíamos chegar facilmente a dez ou mais perguntas, sendo estas, talvez, as mais relevantes. O que importa aqui é evidenciar a ideia de que o setor da construção está no momento mais propício a acelerar esta “revolução industrial da construção civil”. E não pode perdê-lo.

Renato Leal estrutura negócios, atuando no Brasil e em Portugal. renato.leal@b4.com.pt


entrevista

entrevista

Antônio José Chagas

das plantas é mínima. Você nunca ouviu dizer que alguém dentro de uma floresta fechada passou mal por falta de ar. Pode haver uma restrição a planta de flores no quarto por questão de alergia apenas.

O BEM QUE A PLANTA FAZ guilherme veríssimo

por Marianne Brito

O agrônomo Antônio José Chagas dedicou a vida ao estudo das plantas. Costuma lembrar que a planta é que nos dá a condição de respirar, o que garante a vida. Autor do livro Características das Flores Tropicais na Zona da Mata de Pernambuco, José Antônio Chagas é um defensor do uso de plantas dentro das residências, não só para embelezar os ambientes, mas principalmente para melhorar a qualidade do ar que respiramos. A qualidade do ar em ambientes internos é considerada um dos cinco problemas de saúde pública do mundo. Onde as plantas podem ajudar a combater os gases tóxicos? Quando a nave Skylab voltou de órbita, no ano de 1979, os cientistas da Nasa detectaram muitos gases tóxicos dentro dela. Foi quando o William Wolverson resolveu pesquisar as plantas que mais purificam o ar. Ele mandou fazer uma casa fechada no Centro Espacial da Nasa e colocou dentro dela cem tipos diferentes de plantas. Todo dia, eram injetados gases tóxicos para medir quatro variáveis: a planta que conseguia viver sem ver o sol, mas recebendo luminosidade indireta; a planta que, neste ambiente fechado e com gases, resistia a pragas e doenças; a planta que era fácil de cultivar; e a que ajudava a melhorar a qualidade do ar.

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Qual o resultado desta pesquisa? Foram selecionadas cinquenta plantas que deram melhor resultado. A que tirou a nota mais alta a gente chama de Areca bambu. É uma planta muito comum, mas ela tirou nota 8,5 e chega a transpirar um litro de água em 24 horas. Era uma planta para se ter dentro de todas as casas, principalmente em lugares secos como Brasília. Dentro de casa, ela ficaria bem em que ambiente? Perto de uma janela, onde a luminosidade entrasse com mais intensidade; pode ser no quarto ou na sala. Que outras descobertas foram feitas para melhorar a qualidade do ar? A Ficus elastica, por exemplo, é a planta que mais absorve formaldeído dentro de casa. Ela já foi considerada a melhor

planta da Era Vitoriana. Em absorção de gás tóxico, que é o mais importante que a gente quer, ela teve nota 9. Só em transpiração ela tirou 7, uma nota relativamente baixa. Essa eu colocaria até um pouco afastada da luminosidade. Por que as árvores caem nas ruas com mais frequência a cada inverno? Por idade e por maus-tratos. Então o que acontece: toda água que entra para ela vem pelo seu próprio tronco e cai tudo ali no lugar onde ela vai respirar. A tendência no futuro é substituirmos essas árvores por palmeiras, que só precisam de um metro quadrado de espaço para crescer e têm uma função de purificadoras do ar. Dizem que não se deve ter plantas dentro do quarto, é verdade? A quantidade de gás carbônico que sai

Existe um limite máximo de plantas para se ter em ambientes fechados? Para mais não, mas de acordo com a Organização Mundial da Saúde o ideal é que você tenha 12 m³ de plantas para cada habitante. Aqui, no Recife, calculo que não chega a 1,5 m³ de plantas por habitante. Sabemos que uma planta a cada 9 m³ já é suficiente para purificar o ar. Os imóveis estão sendo planejados para ter plantas em quantidade suficiente? No Recife existe uma lei de uso do solo que determina que ¼ da área de construção ao redor do edifício deve ser livre para se ter plantas. Eu não encontro

nenhum prédio que tenha deixado a área circunvizinha em terra viva, com plantas. Isso permitiria a infiltração da água.

“Gostaria de ver Suape arborizado com palmeiras. Elas têm uma capacidade de purificação do ar fantástica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o ideal é que você tenha 12 m³ de plantas para cada habitante”

O que o senhor acha dos chamados prédios verdes? Eu acho muito mais fácil plantar em toda a parede, em todo o muro, porque a planta tem uma força vital fantástica. Ela, além de purificar o ar e liberar oxigênio para a gente, também absorve o ruído e o calor. Que cuidados se deve ter com as plantas? Não molhar demais. Deixar secar um pouquinho pra molhar de novo. Deve-se colocar o dedo no extrato e se vier limpo pode molhar, mas, se vier sujo, não. A planta respira pela raiz e pode afogar. Qual um sonho seu? Gostaria de ver Suape arborizado com palmeiras, porque ela é de tronco único, não toma espaço, tem uma capacidade de purificação do ar fantástica e embeleza o local. Das 2.500 espécies de palmeiras, eu tenho 85 plantadas na minha chácara.


FÓRUM divulgação

FÓRUM

ECONOMIzar sempre Fórum Pernambucano apresentou, nas edições de agosto e setembro, tecnologias que permitem reduzir custos na obra, tanto por gerenciar as etapas do processo construtivo como por racionalizar o uso da energia na produção de água e refrigeração do ar por Juliana Outtes

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ovas tecnologias construtivas estão em constante desenvolvimento. Entretanto, algumas não tão recentes começam a ganhar destaque no cenário da construção civil. É o caso da plataforma Building Information Modelling (BIM), que foi tema do Fórum Pernambucano de Construção Sustentável do mês de agosto. O BIM surgiu na década de 1980, através da empresa húngara Graphisoft, pioneira no sistema integrado de gerenciamento de obras. Segundo Max Andrade, arquiteto e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que apresentou a primeira

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palestra sobre o tema, o BIM é mais que uma ferramenta computacional. “A plataforma BIM reúne, num só sistema de gestão e compartilhamento de informação, os conceitos de políticas, procedimentos e tecnologias empregados no decorrer da obra”, definiu. Como pontos positivos da utilização dessa plataforma, Andrade destacou que o BIM permite centralizar todas as informações no mesmo lugar, que podem ser compartilhadas com facilidade e gerenciadas no próprio sistema. Outro ponto positivo da plataforma abordado no Fórum foi a melhoria da

construtibilidade, uma vez que o BIM possibilita a construção de protótipos em 3D do projeto. Também é possível simular o término da construção gerenciada pelo BIM com condições de tempo, materiais e pessoal diferentes. Isso faz com que os profissionais que supervisionam o projeto possam acompanhar detalhadamente cada processo. O palestrante Miguel Krippahl, gerente de desenvolvimento de negócios da Graphisoft, apresentou a situação do uso da plataforma no Brasil e no mundo. “O momento atual é favorável para a

construção civil, embora ainda seja baixo o percentual de empresas no mundo que utilizam o BIM.” De acordo com Krippahl, há uma procura crescente pela plataforma no Brasil, pois as construtoras estão conseguindo reduzir seus custos e acelerar as obras com a tecnologia. No entanto, ele destacou que, para o BIM ser bem-sucedido, é preciso haver uma modificação gradual envolvendo toda a equipe. Entre os clientes da Graphisoft que já utilizam a plataforma, estão desde arquitetos autônomos a fábricas japonesas com mais de 1.500 funcionários, obtendo bons resultados com o sistema. A edição de setembro do Fórum trouxe aos participantes, presentes no auditório do Sinduscon-PE, soluções para economizar energia com o uso de sistemas de pressurização de bombas. Na ocasião, Bruno César Beltrão, da Grundfos Brasil, analisou o uso de bombas nas edificações e seus reflexos nos gastos com energia

elétrica. “Dos 10 anos de operação de uma bomba, 85% é gasto com energia. Esses equipamentos consomem cerca de 10% da energia mundial”, afirmou. Uma das alternativas para atingir a eficiência energética é a utilização de bombas de alta eficiência. Elas funcionam com o uso de um pressurizador, com bombas em paralelo, que diferem das comuns por terem menor potência, o que lhes confere rendimentos melhores e velocidade variável. A redução de energia acontece porque esse sistema não opera na vazão máxima como as bombas comuns, mas se adapta de acordo com a demanda por água. Como esse sistema dispensa a construção de reservatório de água na parte superior da obra, diminuem os riscos de contaminação. A eficiência energética também foi tema da palestra de Francisco Dantas, da Interplan. O engenheiro detalhou o funcionamento do sistema de ar condicionado RioMar Shopping, no Recife.

Para o empreendimento, foi implantado um sistema híbrido de refrigeração, com partes trabalhando em diferentes temperaturas e 25% do equipamento destinado a tratar o ar externo, que é recuperado e tem a umidade retirada. Em sua apresentação, Dantas destacou ainda a utilização de dois tanques de termoacumulação no sistema de ar condicionado do RioMar. Os reservatórios mantêm a água em temperaturas entre 16°C e 18°C, facilitando o resfriamento do ar. Para otimizar a refrigeração do centro de compras, o projeto prevê também a instalação de microdutos de refrigeração em todo o piso. Segundo o engenheiro da Interplan, essa tecnologia se reflete na economia de energia do shopping, que tem previsão de inauguração no fim de outubro e já recebeu certificação. “O RioMar conseguiu o selo AQUA e deve receber o selo Procel, o que prova que a construção foi feita de maneira sustentável”, contou.


capa

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A LEI DOS RESÍDUOS AINDA VAI PEGAR Prazo teve de sobra para as prefeituras se prepararem para a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, mas a maioria dos municípios ainda não estão preparados para cumprir a lei por Aline Franceschini omeçou a vigorar no último mês de agosto, a Lei nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Sancionada em 2010, após quase duas décadas de discussões, a lei criou um marco regulatório para o setor no Brasil. Ela faz a distinção entre resíduo (material que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não pode ser reutilizado). Fica proibido lançar qualquer um dos dois a céu aberto – com exceção para os resíduos provenientes da mineração –, em praias, no mar ou em rios. Também está proibida a queima de materiais a céu aberto ou em instalações não licenciadas. Com essas medidas, espera-se alcançar um dos principais objetivos da PNRS: “não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. Entre a aprovação da lei e sua entrada em vigor, foram dados dois anos de prazo para que os municípios se adaptassem às novas exigências. As prefeituras deveriam elaborar planos de gestão de resíduos sólidos que incluíssem coleta seletiva, reciclagem, destinação em aterro sanitário, desativação de lixões e implantação de logística reversa, entre outros ítens. A lei prevê que os repasses federais destinados a essa área só poderão ser feitos para cidades que apresentarem seus projetos. Mesmo assim, no início de agosto, mais de 90% dos municípios brasileiros ainda não haviam concluído seus planos de resíduos sólidos. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente divulgados naquele mês, apenas 291 cidades tinham projetos aprovados, enquanto outros 197 estavam em aprovação. Ou seja, 488 das 5.565 prefeituras estão aptas a receber verba federal para manejo do lixo.

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Tomo Jesenicnik/shutterstock

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Por outro lado, mesmo antes da aprovação da lei, o setor empresarial já contava com alguns exemplos de iniciativas para reduzir a geração de resíduos. “Algumas empresas, multinacionais principalmente, já se preocupavam com o ciclo de vida do produto. Mas, como não havia a obrigatoriedade de estruturar a logística reversa, ou o que alguns chamam de responsabilidade pós-consumo, elas estavam focadas no produto em si, e não na sua disposição final ambientalmente adequada”, afirma Fabricio Soler, coordenador do Departamento de Meio Ambiente e Sustentabilidade do escritório Felsberg e Associados. A logística reversa, um dos principais pontos do PNRS, corresponde a um conjunto de procedimentos encadeados entre poder público, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores, com o objetivo de viabilizar a coleta do resíduo e o retorno do mesmo ao setor empresarial. Com esse sistema, as empresas não podem mais se preocupar apenas com a maneira de colocar o produto no mercado – elas também devem recolher o

resíduo resultante, seja a embalagem ou o próprio produto descartado após uso. De acordo com Soler, cada setor possui uma obrigação específica dentro desse processo. “Os comerciantes e distribuidores têm a obrigação de receber os resíduos dos consumidores e devolvê-los aos fabricantes e importadores. Estes, por sua vez, têm a obrigação de dar uma destinação ambientalmente adequada aos resíduos. A prefeitura tem o papel de estruturar o sistema”, explica Soler. Caso a prefeitura adote medidas que são de responsabilidade da esfera privada, ela poderá ser remunerada pelo serviço prestado. No setor da construção civil, as empresas vêm tratando seus resíduos sólidos de acordo com a Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), estabelecida em 2002. Segundo o engenheiro Serapião Bispo, diretor de Ciência e Tecnologia do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE), a resolução criou um caminho para a gestão dos resíduos do setor em todo o país. “A resolução do

Conama começou a estabelecer objetivos, métodos, práticas, requisitos e atribuições para os municípios e para os geradores de resíduos. Então, essa resolução, até agora, é o grande direcionador do setor da construção no Brasil”, afirma. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) vem, desde 2002, trabalhando na aplicação da resolução do Conama. Os três estados onde esse processo está mais adiantado são Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais, com destaque para este último, onde o poder público está mais atuante, criando parcerias com as empresas do setor. Em Pernambuco, o Sinduscon estadual não recebe apoio adequado do poder público. “Não conseguimos colocar a resolução para funcionar em sua plenitude porque os municípios não fizeram a sua parte. É impossível colocar uma gestão de resíduos para rodar dentro de seu ciclo virtuoso sem o governo estar presente. A Lei nº 12.305 precisava ser aprovada para que

A lei prevê que os repasses federais destinados ao setor dos resíduos sólidos só poderão ser feitos para cidades que apresentarem seus projetos os municípios criassem suas gestões de resíduos”, critica Bispo. De acordo com Fabricio Soler, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos está em fase de implantação, apesar do prazo de dois anos estipulado pelo governo já estar terminado. “Hoje, a parte mais importante desse processo no setor público é a obrigação que as prefeituras têm de implantar sistemas de coleta seletiva. Isso é o passo fundamental”, ressalta o advogado. Enquanto isso, as empresas estão estruturando o sistema de logística reversa, que entrará em funcionamento a partir da assinatura do acordo setorial, que está prevista para o primeiro semestre de 2013. “Eu, particularmente, entendo que será um impacto não só positivo para o setor

industrial, mas principalmente para a sociedade, que terá que enxergar uma nova forma de gerenciar seus resíduos dentro de casa. Trata-se de uma revolução que é cultural, traz uma nova postura do cidadão”, acrescenta Soler. Segundo Serapião Bispo, o PNRS é importante também para o meio ambiente, pois mostra aos setores industriais, inclusive o da construção civil, que o resíduo gerado pode ser um coproduto. “Não existe cidade sustentável sem o tripé gestão de resíduo, sistema viário e assistência dos seus equipamentos. E a gestão de resíduos, em qualquer lugar do mundo, não busca só organizar o setor, mas reduzir a geração e transformar o que foi gerado em coproduto”, afirma o engenheiro. Atualmente, o setor da construção civil é um dos que mais conseguem reaproveitar resíduos, com uma taxa superior a 95%.


fotos: GUILHERME VERÍSSIMO

Boas práticas

UMA CASA ESPECIAL A construção de uma casa sustentável marcou o V Seminário Pernambucano de Construção Sustentável, promovido pelo Sinduscon/ PE, em conjunto com a Revista Construir Nordeste e a Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos por Yuri Assis

A

quinta edição do Seminário Pernambucano de Construção Sustentável teve como principal objetivo conscientizar a cadeia produtiva da construção civil para as vantagens da utilização de materiais de menor impacto ambiental, bem como o emprego de medidas e soluções de reaproveitamento de resíduos e gestão dos recursos usados nas obras, e as certificações energéticas. Uma casa de 35 m² foi construída na sede do Sindicato da Indústria de Construção Civil, no Recife, usando os princípios da sustentabilidade. “Estamos lidando com materiais que estão no mercado há mais de 10 anos, ou seja, que não são exatamente novidade. Contudo, falta conhecimento, apesar do potencial e do interesse de investir”, afirma Serapião Bispo, diretor de Ciência e Tecnologia do Sinduscon/PE. “O mercado da construção civil tem plena

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capacidade de alçar um nível superior de execução, com o qual são beneficiados construtor e cliente”, conclui. A casa levou seis dias para ficar pronta, usando os elementos da sustentabilidade: planejamento, construção, operação e manutenção eficientes e de baixo custo. Além disso, quando a casa for destruída, todos os materiais poderão ser reaproveitados. Foram usados apenas sistemas construtivos industrializados. As portas são de madeira certificada, com fabricação controlada do plantio até a instalação, e chegam prontas com as ferragens, para serem instaladas. Para fazer o isolamento térmico e acústico, foi usado um material à base de plástico. Para cada metro quadrado, foram necessárias setenta garrafas PET. Toda a estrutura da casa tem perfis leves, chapa cimentícia e acartonado. A obra

não utilizou água nem produziu resíduos, seguindo o método de construção a seco. Quatro placas fotovoltaicas produzem energia suficiente para o imóvel, que tem sala, cozinha, um quarto e um banheiro. A energia solar esquenta a água do banho, que é responsável por cerca de 40% da conta de energia elétrica. A água esquentada na cozinha pode ser usada para lavar louça, o que reduz o uso de detergente e aumenta a vida útil das tubulações. O sistema de refrigeração, outro vilão do consumo de energia, ganhou atenção especial. Foi feito o isolamento da tubulação do ar-condicionado, o que garante de 8 a 10% de redução no consumo. O ar-condicionado utiliza gás ecológico, que não produz o efeito estufa, além de utilizar o sistema invert – que atinge rapidamente a temperatura desejada, que é mantida com pouca oscilação.


Economia & Negócio

A tarifa caiu O mercado avalia as novas perspectivas após a redução da tarifa de energia elétrica anunciada pela presidente Dilma Rousseff por Gabriela Bezerra

erca de 15% do valor dos imóveis residenciais são creditados a despesas com energia elétrica, utilizada durante o período de construção. O número é resultado de um levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que aponta a construção civil como um dos setores mais prejudicados pelo alto custo da energia no Brasil. O pacote de reajustes anunciado pela presidente Dilma Rousseff, no último mês, foi bem recebido por amortizar o impacto econômico nas indústrias de construção. Só não dá para dizer que tranquilizou o setor. Hoje, o Brasil tem a quarta tarifa de energia elétrica mais cara do mundo, atrás apenas da Itália, Turquia e República Tcheca, de acordo com estudo recente divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O consumidor brasileiro paga R$ 329 por cada KWh, mas nem todo o valor é referente ao custo de produção e distribuição da energia. “No Brasil, os componentes adicionados à conta de energia elétrica elevam significativamente seus custos. O consumidor paga aproximadamente 30% da tarifa pela energia, 6% pela transmissão e 25% pela distribuição, além de demais encargos e tributos”, explica Eduardo Jatobá, gerente da Divisão de Eficiência Energética e Desenvolvimento Tecnológico da Chesf. O pacote divulgado por Dilma garantiu aos consumidores industriais um benefício de até 28% na redução da conta de energia e 16,2% aos consumidores residenciais. “Nenhum dos dois cenários nos deixa próximo da média mundial. Hoje, o Brasil tem o valor da sua energia 53% acima dessa média.

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Dmitry Kalinovsky/shutterstock

C

O reajuste chegou em boa hora, mas temos espaço para maiores reduções. Ainda há muitos impostos e encargos”, avalia Carlos Faria, presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace). Hoje, a conta de energia elétrica está atrelada a 23 impostos e 13 encargos. A cobrança por um reajuste maior está em sintonia com a necessidade de melhorar a infraestrutura das cidades-sedes da Copa do Mundo, já que grandes obras estão previstas. Para atingir esse desconto médio de 20% foi necessária a eliminação de dois encargos das contas – a Reserva Global de Reversão (RGR) e a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) –, além da alteração no valor da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), responsável pelo subsídio de tarifas de energia dos consumidores de baixa

renda, que será reduzido a 25% do valor original. Essas alterações representam 7% do total do desconto. Os outros 13% serão atingidos após novos cálculos de tarifas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que devem ser realizados até março de 2013. “É necessário um desconto médio de 35% para alcançar a média mundial e colocar o Brasil em patamar de competitividade”, comenta Carlos. O alto custo energético tem um impacto negativo no setor da construção civil, conforme aponta Eduardo Jatobá: “A significativa participação dos tributos promove uma elevação dos preços dos produtos e por consequência alguns insumos são afetados de sobremaneira, comprometendo a competitividade e encarecendo o custo final das habitações”. E também tem reflexo no

mercado imobiliário, impedindo o seu crescimento. “Algumas contas pagas mensalmente têm o valor da ordem da parcela do financiamento da habitação. Isso concorre com a segurança na adimplência contratual, as expectativas de aquisições de novos imóveis e o consequente desenvolvimento de novos mercados”, completa. Apesar da redução só entrar em vigor em janeiro do próximo ano, os seus impactos no setor da construção já podem ser mensurados. “As medidas servirão de base para se ampliar a oferta de produtos para a construção civil, com preços mais atrativos e tendo como consequência o surgimento de novas e melhores oportunidades para esse setor da economia, o que contribui para a maior geração de postos de trabalho, a redução do déficit habitacional do Brasil, e a ampliação do mercado de novas moradias”, estima Eduardo. Também já são especuladas as consequências do reajuste na economia brasileira como um

Brian Guest/shutterstock

Economia & Negócio

todo. Pelo estudo da Fipe, se as tarifas caírem na média 10% – considerando as contas da indústria e das residências –, o Produto Interno Bruto (PIB) seria

5% maior até 2020, as exportações brasileiras aumentariam R$ 60 bilhões e seriam gerados 4,5 milhões de empregos nesse período.


informe publicitário

Economia & Negócio

Efeito dos encargos

Efeito da renovação dos contratos de transmissão e geração

A1

-10,8%

-17,2%

-28,0%

A2

-9,3%

-15,5%

-24,7%

A3

-6,9%

-14,5%

-21,5%

A3a

-7,4%

-12,6%

-20,0%

A4

-6,8%

-12,6%

-19,4%

As

-6,8%

-12,8%

-19,7%

BT

-5,4%

-10,8%

-16,2%

Efeito Médio

-7,0%

-13,2%

-20,2%

NÍVEL DE TENSÃO

Fonte: Aneel

Efeito da renovação dos contratos de geração

GRUPO ANDRADE BENEVIDES INVESTE EM PERNAMBUCO fotos: divulgação

Resumo dos Impactos sobre as Tarifas de Energia

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Grupo Andrade Benevides, distribuidor do cimento Campeão, investiu este ano em duas estratégias para o seu desenvolvimento; uma fábrica de telhas de cimento ABtelhas em Lagoa do Carro (PE) e uma fábrica de blocos e pisos intertravados (Pavers) a ABblocos em Arcoverde (PE). Ao instalar as duas fábricas em regiões diferentes, sua pretensão é atingir mais facilmente todo o estado de Pernambuco e regiões vizinhas na implantação de seus projetos em conjunto com a venda direta de seus produtos, pois, utilizando transportadora própria, otimiza seus fretes com cargas de ida e volta. Por que duas fábricas específicas? Inicialmente tem a ver com o que é ecologicamente recomendável e com a sustentabilidade, tendo em vista que o grupo busca o aprimoramento destes princípios como meta essencial do seu trabalho, não utilizando os produtos similares tradicionais feitos a base de argila, ou seja, telhas, tijolos e blocos por agredirem em demasia o meio ambiente, devido à queima da madeira, carvão e gás necessários a sua produção. Fora os dois empreendimentos, o grupo, através da Construtora Andrade Benevides, tem direcionado o foco no desenvolvimento habitacional com a utilização de pré-fabricados de cimento, visando conforto, tecnologia avançada e sustentabilidade em todas as etapas da construção.

Nelson Benevides - Diretor Comercial

ABTELHAS | COLORIDAS E ECOLÓGICAS As telhas de cimento definitivamente ganharam a preferência dos arquitetos e das construtoras, tendo em vista suas vantagens, dentre outras, praticidade na sua montagem; resistência; custo; design avançado; variação de cores com a utilização de pigmento; baixa absorção de água; perfeito encaixe; além de garantia de 20 anos. A ABtelhas possui um portfólio para atender todas as necessidades de projetos arquitetônicos, contando desde a telha tradicional à telha plana, com seus diversos complementos e variações de cores.

ABBLOCOS- QUALIDADE E GARANTIA Em pleno interior Pernambucano, mais precisamente em Arcoverde (PE), surgiu a primeira fábrica de blocos de concreto, meio-fio e blocos intertravados do sertão. Destinado a atender uma demanda crescente na busca pela melhor opção construtiva, alinhado a qualidade, a ABblocos com seu criterioso processo de fabricação vem suprir essa necessidade do mercado local.

Telefone 81 36211165 | sites www.abblocos.com.br e wwww.abtelhas.com.br

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Economia & Negócio

Alugar vale a pena A locação de equipamentos evita gastos com manutenção e armazenamento

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lugar em vez de comprar. A tendência que vem se desenvolvendo em diversos mercados está em consolidação no segmento da construção civil. É o que aponta o presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas de Pernambuco (Sindileq-PE), Reynaldo Fraiha. Segundo o executivo, o mercado de locação em Pernambuco crescerá em média superior à do mercado nacional até 2013, quando estabilizará e terá o mesmo porte. “Hoje percebemos que o mercado de construção funciona com nichos, com atuações de setor. A locação chega num momento propício, visto essa condição”, explica. Na verdade, alugar equipamentos poupa muitas “dores de cabeça”. Não é necessário, por exemplo, montar uma estrutura

física para manutenção e armazenamento, o que já implica em corte no orçamento. “Caso o equipamento quebre, o que ocorre é apenas a sua substituição, e os cuidados ficam por conta da locadora”, esclarece Reynaldo Fraiha. A locação ainda sai na frente quando se leva em conta o menor custo operacional, o fato de não ser necessária captação de recursos externos, além de evitar a formação de estoque de peças e equipe técnica voltada para os cuidados com o equipamento. Optar pela compra, contudo, pode ser vantajoso, caso seja considerado o ganho financeiro com o gerenciamento dos custos de manutenção, e a disponibilidade de crédito de baixo custo para aquisição. Fora isso, existem empresas especializadas no conserto dos equipamentos.

Racheal Grazias/shutterstock

por Yuri Assis


Construir Economia

Emprego na construção civil: a grande inclusão nos últimos CINCO anos Mônica Mercês

Estados do Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro) e dois do Nordeste (Pernambuco e Bahia), observamos que o emprego cresce em todas as direções. Entretanto, vale ressaltar a expansão de 186,2% na quantidade de empregos no setor construtivo em Pernambuco. Essa expansão, estatisticamente considerada gigantesca, é vista a olho nu por quem circula pelo Estado, atualmente caracterizado como um grande canteiro de obras. A inclusão social, vinda do emprego num dos setores mais importantes da economia, é um fato a celebrar, pois sabemos que esse tipo de crescimento é estruturante e gera possibilidades dignas de se viver nesse novo Brasil. Moradias, estradas, hospitais, escolas, escritórios, hotéis, por exemplo, todos erguidos por esses trabalhadores, são elementos agregadores de um bem viver.

shutterstock

A

s estatísticas recentes do desempenho da economia brasileira, medidas pelo PIB no 1º semestre de 2012, revelaram que a expansão nacional foi modesta (0,6%), comparada a igual período de 2011. Observando a contribuição dos diversos setores para esse resultado, verifica-se que houve recuo no Agropecuário (-3,0%) e no Industrial (-1,2%), com crescimento apenas no de Serviços (+1,5%). Mas mesmo com desempenho negativo no cômputo geral, o setor Industrial, quando desmembrado, revela que a atividade da construção civil teve elevação de 2,4%. Ou seja, se não fosse esse desempenho, o recuo de 1,2% teria sido ainda maior e, consequentemente, o PIB global de 0,6%, provavelmente, teria sido negativo. Analisando esses mesmos números, para um dos estados que mais cresce no país, Pernambuco, observamos que o PIB global no 1º semestre cresceu 2,8%, resultado acima do PIB Brasil. Setorialmente, temos a Agropecuária pernambucana com retração de 12,8%, Serviços com crescimento de 2,6% e a Indústria com elevação de 6,0%. E, da mesma forma, foi o comportamento da indústria da construção civil, com expansão de 10,2% no semestre, que fez a diferença no indicador final da economia de Pernambuco. Crescer é sempre muito bom, sobretudo, quando se tem a expansão do emprego para uma massa expressiva de trabalhadores. Isso é o retrato fiel do Brasil nos últimos anos! Os números coletados pelo Ministério do Trabalho e Emprego dão conta que de 2007 para 2012 (até julho) o contingente de trabalhadores na indústria da construção no Brasil cresceu 83,6% (tabela). Um número de encher os olhos de qualquer economia asiática! Fazendo um corte estadual nessa análise, e elegendo para exemplo dois

Mônica Mercês é economista, Assessora de Planejamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI).

Empregos na Construção Civil (2007-2012*) Locais selecionados

2007

2011

2012

2012*

2012*/ 2007 (%)

Pernambuco

54.190

122.908

144.169

155.091

186,2

Bahia

87.015

153.474

190.837

224.052

157,5

Rio de Janeiro

158.096

224.662

266.413

315.295

99,4

São Paulo

434.496

633.882

642.705

650.121

49,6

1.617.989

2.508.922

2.734.067

2.971.146

83,6

Brasil

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (*) 2012: Dados até julho

- RAIS 2007/2010 e CAGED 2011 e 2012

SET/OUT 2012 |

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Cub – Custo Unitário Básico da Construção

em AGOSTO de 2012 Projetos

Padrão De Acabamento

Projetos Padrões

Variação Percentual R$/ m²

Mensal

Acumulado No Ano

Acum. Em 12 Meses

RESIDENCIAIS R-1 (Residência Unifamiliar)

PP-4 (Prédio Popular)

R-8 (Residência Multifamiliar)

R-16 (Residência Multifamiliar)

Baixo

R-1-B

1.024,21

0,36%

3,52%

11,60%

Normal

R-1-N

1.239,80

0,38%

3,42%

11,18%

Alto

R-1-A

1.590,46

0,30%

3,58%

10,30%

Baixo

PP-4-B

949,23

0,34%

2,77%

10,15%

Normal

PP-4-N

1.166,65

0,32%

3,44%

11,57%

Baixo

R-8-B

898,07

0,31%

2,79%

10,33%

Normal

R-8-N

1.001,67

0,31%

2,91%

10,64%

Alto

R-8-A

1.279,67

0,29%

3,78%

11,03%

Normal

R-16-N

978,31

0,30%

2,89%

10,44%

Alto

R-16-A

1.262,47

0,54%

2,93%

10,42%

PIS

678,25

0,44%

3,27%

11,39%

RP1Q

967,66

0,62%

1,85%

10,82%

PIS (Projeto de Interesse Social) RP1Q (Residência Popular) COMERCIAIS CAL-8 (Comercial Andares Livres)

Normal

CAL-8-N

1.131,00

0,25%

2,80%

11,07%

Alto

CAL-8-A

1.245,89

0,25%

3,53%

11,59%

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)

Normal

CSL-8-N

960,29

0,31%

2,63%

10,88%

Alto

CSL-8-A

1.087,92

0,31%

3,81%

12,13%

CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)

Normal

CSL-16-N

1.279,99

0,32%

2,52%

10,66%

Alto

CSL-16-A

1.449,37

0,31%

3,68%

11,85%

GI

546,13

0,38%

2,04%

10,51%

GI (Galpão Industrial)

OBSERVAÇÕES: Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.”


indicadores ivv

Tendência das vendas é de imóveis residenciais menores Danyelle Monteiro*

C

oncluído o 1º semestre de 2012, os números apresentados pela pesquisa mensal do IVV (Índice de Velocidade de Vendas) de imóveis novos comercializados na Região Metropolitana de Recife não param de surpreender. Em junho de 2012 o índice fechou em 19,6%, maior índice para um mês de junho desde 2001, enquanto que em julho o mesmo computou 10,7%, apresentando uma média anual compatível com os resultados de 2010, melhor ano para o setor imobiliário de Pernambuco. Fatores como o desenvolvimento de Suape, projetos estruturadores e Copa do Mundo de 2014 são algumas das variáveis que explicam o desempenho do setor. A cada dia que passa, novas empresas se instalam no Estado, gerando mais emprego

e renda, além do efeito multiplicador na economia, impactando também no setor imobiliário e toda sua cadeia produtiva. Ao focarmos nossa análise no perfil dos imóveis comercializados, constatamos que o mercado de imóveis residenciais novos do Grande Recife está aquecido para imóveis em todas as segmentações, com um quarto social, dois, três e quatro quartos sociais ou mais. Ao avaliarmos o período de 2008 a julho de 2012, para os imóveis com apenas um quarto social, em termos percentuais, a curva das vendas se situou na maior parte do período acima da curva das ofertas, enquanto que os imóveis com dois quartos sociais oscilou mais e a partir de março de 2012, a curva das vendas situou-se acima da curva das ofertas em termos percentuais.

No que diz respeito aos apartamentos com três quartos sociais, desde agosto de 2011 que as vendas situam-se abaixo das ofertas ininterruptamente, enquanto que para os imóveis com quatro quartos sociais ou mais, o gráfico aponta para um maior equilíbrio entre as curvas de ofertas e de vendas, conforme os gráficos 1, 2, 3 e 4 (em %). Conforme apontado acima, a tendência de maior aquecimento permanece para imóveis menores, efeito da influência de famílias menores apresentada no último senso de 2010, além de maior quantidade de pessoas que moram sozinhas. Cabe frisar também que fatores como o aumento considerável no custo de alguns insumos da indústria da construção, como terrenos e concreto, também contribuem com esse perfil. Ver tabela abaixo.

90,0

40,0

80,0

80,0

35,0

70,0

70,0

30,0

60,0

60,0

25,0

50,0

50,0

20,0

40,0

40,0

15,0

30,0

30,0

10,0

20,0

20,0

5,0

10,0

10,0

0,0

0,0

0,0

35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0

92 |

l/0 ja 8 n/ 0 ju 9 l/0 ja 9 n/ 1 ju 0 l/1 ja 0 n/ 1 ju 1 l/1 ja 1 n/ 1 ju 2 l/1 2

ju

ja

n/

08

0,0

| SET/OUT 2012

n/

ju

Tabela - Insumos

Insumos

40,0

ja

n/

ju

ja

n/

ju

ja

Gráfico IV - 4 quartos sociais ou mais 45,0

08 l/0 ja 8 n/ 0 ju 9 l/0 ja 9 n/ 1 ju 0 l/1 ja 0 n/ 1 ju 1 l/1 ja 1 n/ 1 ju 2 l/1 2

Gráfico III - 3 quartos sociais

90,0

08 l/0 ja 8 n/ 0 ju 9 l/0 ja 9 n/ 1 ju 0 l/1 ja 0 n/ 1 ju 1 l/1 ja 1 n/ 1 ju 2 l/1 2

Gráfico II - 2 quartos sociais

08 l/0 ja 8 n/ 0 ju 9 l/0 ja 9 n/ 1 ju 0 l/1 ja 0 n/ 1 ju 1 l/1 ja 1 n/ 1 ju 2 l/1 2

Gráfico I - 1 quarto social 45,0

Var. %

de 2006 a 2010

Concreto

192,2

Vergalhões

144,3

Cimento

130,9

Terrenos

191,0

*Economista, conselheira do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE), atua na Unidade de Pesquisas Técnicas da Fiepe.


insumos AGOSTO-2012 - Cotação no período de 01 a 23-08-2012. Esta seção contém a listagem de preços unitários de insumos para construção civil. Responsabilidade técnica do engenheiro Clelio Fonseca de Morais (CREA nº 041752. Titular da CM-Assessoria de Obras Ltda.) Fone: (81) 3236.2354 - 9108.1206 | cleliomorais.custodeobras@gmail.com | www.cleliomorais.com.br Assinantes da Revista Construir Nordeste têm desconto de 50% sobre o preço da assinatura anual da lista de preços de serviços, contendo a listagem resumida de preços unitários (com preços unitários de materiais e mão de obra separados); um quadro com diversos indicadores econômicos e setoriais dos últimos 13 meses, e mais outras informações interessantes para o setor. AGLOMERANTES Cal hidratado Calforte Narduk Cal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg) Cimento Portland

kg

0,59

sc

5,85

kg

0,410

Cimento Portland (saco c/ 50 kg)

sc

20,71

Cimento branco específico Narduk Cimento branco específico Narduk (saco com 40 kg) Gesso em pó de fundição (rápido) Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg) Gesso em pó para revestimento (lento) Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg) Gesso Cola

kg

1,02

sc

40,99

Gesso Cola (saco com 5kg)

kg sc

0,39 15,71

kg

0,31

sc

12,50

kg

1,27

sc

6,33

ARTEFATOS DE CIMENTO Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa) Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa) Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa) Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa) Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa) Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's aberta 60x40x40cm Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's fechada 60x40x50cm Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x50x40cm Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x45x60cm Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's fechada 70x45x60cm Elemento vazado de cimento AcinolCB2/L com 19x19x15cm Elemento vazado de cimento AcinolCB6/L/Veneziano 25x25x8cm Elemento vazado de cimento AcinolCB7/L/Colmeia com 25x25x10cm Elemento vazado de cimento AcinolCB/9/Boca de Lobo 39x18x9cm Lajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cm Lajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cm Meio fio de concreto pré-moldado de 100x30x12cm Nervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2 Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2) Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2) Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2) Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2) Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2) Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2) Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma) Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1

94 |

| SET/OUT 2012

un

1,55

un

1,75

un

2,07

un

2,40

un

3,05

un

56,33

un

71,97

un

74,83

un

86,33

un

73,00

un

2,80

un

4,20

un

4,90

un

4,20

m2

15,13

m2

16,10

un

15,50

m

8,17

m2

28,00

m2

30,50

m2

32,67

m2

35,50

m2

33,67

m2

37,33

m2

31,83

m

12,60

m

19,12

m

27,92

m

35,68

m

55,25

Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1 Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2 Verga de concreto armado de 10x10cm Vigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 4,00m Vigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 4,00m Vigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 6,00m Vigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 6,00m Vigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 7,00m Vigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 7,00m Vigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 8,00m Vigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 8,00m Vigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 9,00m Vigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m

105,30

m

154,60

m

230,00

m

45,00

m

56,15

m

73,00

m

106,00

m

187,25

m

249,50

m

469,00

m

12,45

m

8,13

m

8,72

m

7,32

m

7,91

m

7,38

m

12,97

m

7,62

m

14,53

m

8,12

m

8,91

Telha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m Brasilit

un

186,39

un

28,06

un

32,63

un

38,80

un

46,08

un

52,23

un

33,63

un

39,13

un

46,90

un

54,42

un

62,87

un

39,50

un

49,70

un

59,50

un

69,70

un

79,90

Areia fina

m3

42,50

Areia grossa

m3

45,00

Saibro

m3

36,67

Barro para aterro

m3

23,33

Barro para jardim

m3

32,50

Pó de pedra

m3

43,33

Brita 12

m3

75,00

ARTEFATOS DE FIBROCIMENTO

Brita 19

m3

75,00

Caixa d'água cônica CRFS de 250 litros c/ tampa Brasilit Caixa d'água cônica CRFS de 500 litros c/ tampa Brasilit Caixa d'água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa Brasilit Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior Brasilit Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior Brasilit Cumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS Brasilit Cumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS Brasilit Cumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m Brasilit Cumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m Brasilit Cumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m Brasilit Telha Kalheta 8mm de 3,00m Brasilit

Brita 25

m3

73,33

Brita 38

m3

66,67

AGREGADOS

un

79,02

un

142,95

Brita 50

m3

63,33

Brita 75

m3

64,00

un

257,17

Pedra rachão

m3

49,33

un

4,62

Paralelepípedo

un

0,38

Meio fio de pedra granítica

m

8,50

un

4,62

un

49,90

sc

5,47

un

49,90

un

34,07

un

34,07

un

34,07

un

126,18

Telha Kalheta 8mm de 4,00m Brasilit

un

163,72

Telha Kalheta 8mm de 5,50m Brasilit

un

220,99

Telha Kalheta 8mm de 6,00m Brasilit

un

239,94

Telha Kalheta 8mm de 6,50m Brasilit

un

254,74

Telha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS Brasilit

un

203,93

Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS Brasilit

un

456,09

Telha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS Brasilit

un

504,33

Telha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS Brasilit

un

557,78

Telha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS Brasilit Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m Brasilit Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m Brasilit Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m Brasilit Telha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m Brasilit Telha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m Brasilit

un

626,55

un

7,01

un

12,48

un

12,86

un

115,55

un

162,96

ARGAMASSA PRONTA Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg) Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg) Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo Argamassa Megaflex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg) Argamassa Megaflex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg) Massa para alvenaria (saco 40kg) Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg) Reboco externo pronto (saco 20kg)

kg

0,27

sc

10,08

kg

0,51

sc

21,93

sc

23,21

sc

12,22

sc

4,59

sc

6,02

Rejunte aditivado interno (saco 40kg)

sc

47,06

Rejunte aditivado interno Narduk Rejunte aditivado flexível externo (saco 40kg) Rejunte aditivado flexível externo Narduk

kg

1,18

sc

57,14

kg

1,43

Arame galvanizado nº 10 BWG liso 3.40mm

kg

5,60

Arame galvanizado nº 12 BWG liso 2.76mm

kg

5,77

Arame galvanizado nº 14 BWG liso 2.10mm

kg

6,34

Arame galvanizado nº 16 BWG liso 1.65mm

kg

6,71

Arame galvanizado nº 18 BWG liso 1.24mm

kg

8,19

Arame recozido 18 BWG preto Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm rolo com 250m

kg

6,41

un

119,06

ARAMES


insumos Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm rolo com 400m Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm rolo com 250m Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm rolo com 500m

un

190,53

un

98,56

un

182,94

BOMBAS CENTRÍFUGAS Bomba centrífuga trifásica de 1/2 CV Schneider Bomba centrífuga trifásica de 3/4 CV Schneider Bomba centrífuga trifásica de 1 CV Schneider Bomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV Schneider Bomba centrífuga trifásica de 2 CV Schneider Bomba centrífuga trifásica de 3 CV Schneider Bomba centrífuga trifásica de 5 CV Schneider Bomba centrífuga trifásica de 7,5 CV Schneider Bomba centrífuga monofásica de 1/4 CV Schneider Bomba centrífuga monofásica de 1/2 CV Schneider Bomba centrífuga monofásica de 3/4 CV Schneider Chave de proteção magnética trifásica até 5CV WEG Chave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEG Chave de proteção magnética trifásica até 10CV WEG Bóia para bomba com 10 amperes Bóia para bomba com 20 amperes

un

511,67

un

546,00

un

578,67

un

773,33

un

832,00

un

668,73

un

1.344,53

un

1.659,50

un

444,00

un

518,00

un

563,33

un un un

162,67 166,00 205,00

un

42,67

un

42,73

m2

11,23

m2

12,15

CARPETES

un

147,33

Ferro CA-60 de 4,2mm

kg

3,24

un

179,33

Ferro CA-60 de 5mm

kg

3,24

un

215,00

Ferro CA-60 de 6mm

kg

3,28

Ferro CA-60 de 7mm

kg

3,19

un

403,33

kg

2,61

un

957,50

kg

5,47

Porta corta fogo P90 de 0,90x2,10m

un

977,50

Registro Globo 45° de 2.1/2" Tampa de ferro fundido de 60x40cm "incêndio" Tampão cego de 1.1/2" T.70 articulado

un

136,50

Ferro CA-60 de 8mm Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2) Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2) Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2) Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

m2

5,45

kg

5,36

m2

8,21

kg

5,22

m2

9,39

un

225,67

un

60,12

un

60,85

ESQUADRIAS DE MADEIRA Porta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAI Porta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAI Porta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAI Porta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAI Porta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m Grade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte Grade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte Grade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

un

55,25

un

55,58

un

58,33

un

68,30

un

66,55

un

74,02

un

84,44

un

167,30

un

198,07

un

242,67

un

241,77

un

182,00

un

203,00

Bloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisória Placa de gesso lisa para forro com 65x65cm Rodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicado Rodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicado Rodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicado Junta de dilatação de gesso em "L" de 2x2cm aplicada Junta de dilatação de gesso em "L" de 3x3cm aplicada

12,00

mês

337,88

Compactador CM/13 elétrico

mês

363,33

ESQUADRIAS DE FERRO

Compactador CM/20 elétrico

mês

688,08

Gradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4" e barras de 1"x1/4" Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.) Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fio 12 Tubo de ferro preto de 2"

Cortadora de piso elétrica

mês

411,10

GRANITOS

Furadeira industrial Bosch ref. 1174

mês

201,67

Guincho de coluna (foguete)

mês

302,33

Mangote vibratório de 35mm

mês

75,33

Mangote vibratório de 45mm

mês

74,67

Motor elétrico para vibrador

mês

87,00

Pistola finca pinos

mês

170,00

Pontalete metálico regulável (1 peça)

mês

6,33

Serra elétrica circular de bancada

mês

190,22

Concreto usinado FCK=10MPa

m3

236,50

Concreto usinado FCK=15MPa

m3

240,50

Concreto usinado FCK=15MPa bombeável

m3

261,00

Concreto usinado FCK=20 MPa

m3

256,50

Concreto usinado FCK=20 MPa bombeável

m3

277,50

Concreto usinado FCK=25 MPa

m3

281,33

Concreto usinado FCK=25 MPa bombeável

m3

295,00

Concreto usinado FCK=30 MPa

m3

293,00

Concreto usinado FCK=30 MPa bombeável

m3

315,00

Concreto usinado FCK=35 MPa

m3

310,00

Concreto usinado FCK=35 MPa bombeável

m3

332,50

Taxa de bombeamento

m3

32,50

ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO Janela de alumínio com bandeira

m2

313,33

Janela de alumínio sem bandeira Janela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00m Porta de alumínio com saia e bandeira

m2

280,00

m2

306,67

m2

440,00

m2

235,00

m2

265,00

m2

170,00

m

18,37

Tubo de ferro preto de 4"

m

38,76

Tubo de ferro preto de 6"

m

90,87

Tubo de ferro galvanizado de 2"

m

31,12

Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2"

m

38,98

Tubo de ferro galvanizado de 4"

m

86,13

Adaptador de 2.1/2"x1.1/2"

un

56,07

Adaptador de 2.1/2"x2.1/2" Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predial Chave Storz

un

68,37

un

Esguicho Jato sólido de 1.1/2" Extintor de água pressurizada 10 litros

un

Extintor de CO2 de 6kg

un

219,25

un

154,26

un

160,26

un

185,67

un

216,00

un

45,33

un

106,33

un

55,00

EQUIPAMENTOS Retroescavadeira 580H, 4x4 (com operador) Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m) Betoneira elétrica de 400L sem carregador

h

75,83

FERROS Ferro CA-25 de 12,5mm

kg

2,95

Ferro CA-25 de 20mm

kg

3,26

Ferro CA-25 de 25mm

kg

3,21

Ferro CA-50 de 6,3mm

kg

3,47

245,33

Ferro CA-50 de 8mm

kg

3,35

un

17,67

Ferro CA-50 de 10mm

kg

3,34

un

54,33

Ferro CA-50 de 12,5mm

kg

3,14

120,00

Ferro CA-50 de 16mm

kg

3,14

un

461,00

Ferro CA-50 de 20mm

kg

3,34

Extintor de pó quimico 4kg

un

96,60

Ferro CA-50 de 25mm

kg

3,08

Extintor de pó quimico 6kg

un

112,27

Ferro CA-50 de 32mm

kg

3,05

EQUIPAMENTOS CONTRA-INCÊNDIO

| SET/OUT 2012

5,61 12,32

un

7,50

un

3,25

m

15,00

m

18,00

m

22,50

m

15,00

m

19,00

un

4,31

un

4,55

un

8,74

un

81,22

un

61,11

un

60,25

un

56,31

un

46,41

FERRAGENS DE PORTA

mês

CONCRETO USINADO

kg m2

FORROS, DIVISÓRIAS E SERVIÇOS DE GESSO

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1500 LaFonte Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1410 LaFonte Dobradiça em latão cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 90 LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 521 B-CR LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 436B-CR LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 2078 B-CR LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 608B-CR LaFonte

Carpete Flortex Tradition Grafite da Fademac com 3mm Carpete Reviflex Diloop Grafite da Fademac com 4mm

96 |

Extintor de pó quimico 8kg Extintor de pó quimico 12kg Mangueira predial de 1.1/2" x 15m com união Mangueira predial de 1.1/2" x 30m com união Porta corta fogo P90 de 0,80x2,10m

un

46,41

un

73,87

un

49,67

un

54,59

un

127,63

un

101,49

un

101,49

Granilha nº 02 (saco com 40kg)

sc

10,40

Granilha nº 02 Bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba,test.e esp. Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cm Soleira de granito cinza andorinha de 15x2 cm Rodapé de granito cinza andorinha com 7x2cm Lajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cm Lajota de granito preto tijuca de 50x50x2cm Lajota de granito preto tijuca de 15x30x2cm Bancada de granito preto tijuca de 60x2cm Divisória de box em granito preto tijuca 7x2 cm Soleira de granito preto tijuca de 15x2 cm

kg

0,17

m

163,30

m

19,93

m

24,95

m

16,70

m2

103,08

m2

118,30

m2

124,33

m

215,77

m

30,37

m

37,00

Rodapé de granito preto tijuca de 7x2cm Lajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cm

m

25,33

m2

115,17


insumos Lajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cm Bancada de granito verde ubatuba de 60x2cm Divisória de box em granito verde ubatuba 7x2cm Soleira de granito verde ubatuba de 15x2cm Rodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

m2 ml

132,75 174,34

ml

23,43

ml

29,17

ml

19,67

IMPERMEABILIZANTES Acquella (galão de 3,6 litros)

gl

66,41

Acquella (lata de 18 litros)

lata

295,11

Bianco (galão de 3,6 litros)

gl

32,11

Bianco (balde de 18 litros)

bd

140,05

Compound adesivo (A+B) (2 latas=1kg) Desmol CD - líquido desmoldante p/ concreto (galão de 3,6 litros) Desmol CD - líquido desmoldante p/ concreto (balde de 18 litros) Frioasfalto (galão de 3,9 kg)

kg

38,83

gl

32,52

bd

132,22

gl

23,60

bd

117,17

Frioasfalto (balde de 20kg) Neutrol (galão de 3,6 litros)

gl

55,71

Neutrol (lata de 18 litros)

lata

221,08

Vedacit (galão de 3,6 litros)

bd

16,35

Vedacit (balde de 18 litros)

bd

64,78

Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg)

gl

39,26

Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg)

bd

143,38

Vedaflex (cartucho com 310ml)

cart

25,70

Vedapren preto (galão de 3,6 litros)

gl

37,34

Vedapren preto (balde de 18kg)

bd

142,75

Vedapren branco (galão de 4,5 kg)

gl

68,93

Vedapren branco (balde de 18kg)

bd

213,08

Sika nº 1 (balde de 18 litros)

bd

57,66

Igol 2 (balde de 18kg)

bd

136,43

Igol A (balde de 18kg)

bd

201,48

Silicone (balde de 18 litros)

bd

170,01

MADEIRAS Assoalho de madeira em Ipê de 15x2cm

98 |

m2

71,74

Assoalho de madeira em Jatobá de 15x2cm

m2

78,05

Rodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cm Lambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cm Folha de "fórmica" texturizada branca de 3,08x1,25m Folha de "fórmica" brilhante branca de 3,08x1,25m Estronca roliça tipo litro

m

8,93

m2

29,50

un

47,97

un

43,47

m

1,80

Barrote de madeira mista de 6x6cm

m

5,82

Sarrafo de madeira mista de 10cm (1"x4")

m

2,87

Tábua de madeira mista de 15cm (1"x6")

m

4,25

Tábua de madeira mista de 22,5cm (1"x9")

m

5,61

Tábua de madeira mista de 30cm (1"x12") Madeira serrada para coberta (Massaranduba) Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cm Peça de massaranduba para coberta de 6x10cm Barrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cm Ripa de massaranduba para coberta de 4x1cm Prancha de massaranduba para escoramento de 3x15cm Prancha de massaranduba para escoramento de 5x15cm Chapa de madeira plastificada de 10mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 12mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 15mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 17mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 20mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20m Chapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m

m

8,09

m3

2.379,00

| SET/OUT 2012

m

26,93

m

18,39

m

9,53

m

4,74

m

14,88

m un

28,53 41,18

un

46,61

un

55,93

un

71,45

un un

81,88 17,72

un

25,98

un

30,12

un

36,26

un

41,99

MATERIAIS ELÉTRICOS E TELEFÔNICOS Eletroduto em PVC flexível corrugado de 1/2" Eletroduto em PVC flexível corrugado de 3/4" Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 1" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 2" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 3" (vara com 3m) Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3" Bucha de alumínio de 1/2"

Cabo flexível de 10mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 16mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 25mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 35mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 4mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 6mm2 com isolamento plástico Fita isolante de 19mm (rolo com 20m)

un

9,95

Disjuntor monopolar de 10A Pial

un

8,63

m

3,60

m

6,63

m

11,44

m

13,65

m

0,54

m

0,83

m

1,42

m

2,17

m

1,12

m

1,53

vara

4,00

vara

5,35

vara

7,85

vara

10,83

vara

13,53

vara

17,30

vara

36,58

Disjuntor monopolar de 15A Pial

un

6,92

vara

44,20

Disjuntor monopolar de 20A Pial

un

7,60

Disjuntor monopolar de 25A Pial

un

8,63

un

1,05

Disjuntor monopolar de 30A Pial

un

7,25

un

1,18

Disjuntor tripolar de 10A Pial

un

47,45

Disjuntor tripolar de 25A Pial

un

46,68

un

1,78

Disjuntor tripolar de 50A Pial

un

49,14

Disjuntor tripolar de 70A Pial

un

67,32

un

2,65

Disjuntor tripolar de 90A Pial

un

68,53

Disjuntor tripolar de 100A Pial

un

68,26

Disjuntor monopolar de 10A GE

un

5,38

Disjuntor monopolar de 15A GE

un

5,25

un

3,08

un

5,10

un

12,40

un

14,33

un

0,43

un

0,67

un

0,89

un

1,40

un

1,78

un

2,80

un

8,00

un

9,68

un

0,30

Bucha de alumínio de 3/4"

un

0,43

Bucha de alumínio de 1"

un

0,62

Bucha de alumínio de 1.1/4"

un

0,84

Bucha de alumínio de 1.1/2"

un

1,01

Bucha de alumínio de 2"

un

1,89

Bucha de alumínio de 2.1/2"

un

2,40

Bucha de alumínio de 3"

un

2,93

Arruela de alumínio de 1/2"

un

0,19

Arruela de alumínio de 3/4"

un

0,28

Arruela de alumínio de 1"

un

0,48

Arruela de alumínio de 1.1/4"

un

0,64

Arruela de alumínio de 1.1/2"

un

0,80

Arruela de alumínio de 2"

un

1,02

Arruela de alumínio de 2.1/2"

un

1,24

Arruela de alumínio de 3"

un

2,36

Caixa de passagem em PVC de 4"x4"

un

3,06

Caixa de passagem em PVC de 4"x2" Caixa de passagem sextavada em PVC de 3"X3" Caixa de passagem octogonal em PVC de 4"X4" Soquete para lâmpada (bocal) com rabicho

un

1,79

un

2,82

un

3,00

un

1,60

Soquete para lâmpada (bocal) sem rabicho

un

1,79

Cabo de cobre nú de 10mm2

m

4,07

Cabo de cobre nú de 16mm2

m

5,63

Cabo de cobre nú de 25mm2

m

7,84

Cabo de cobre nú de 35mm2 Cabo flexível de 1,5mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 2,5mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 4mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 6mm2 com isolamento plástico

m

11,24

m

0,50

m

0,77

m

1,44

m

1,94

Disjuntor monopolar de 20A GE

un

5,50

Disjuntor monopolar de 25A GE

un

5,50

Disjuntor monopolar de 30A GE

un

5,50

Disjuntor tripolar de 10A GE

un

45,00

Disjuntor tripolar de 25A GE

un

41,25

Disjuntor tripolar de 50A GE

un

42,00

Disjuntor tripolar de 70A GE

un

69,35

Disjuntor tripolar de 90A GE

un

60,00

Disjuntor tripolar de 100A GE Quadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntores Quadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntores Quadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntores Quadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntores Quadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntores Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntores Quadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntores Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntores Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de embutir Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de sobrepor Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Pratis

un

60,00

un

12,43

un

39,83

un

70,85

un

119,99

un

37,73

un

123,50

un

46,33

un

181,95

un

66,10

un

28,90

un

29,35

cj

5,65

cj

9,97

cj

13,41

cj

7,37

cj

13,40

cj

12,38

cj

11,30

cj

14,55

cj

5,97

cj

12,55

cj

7,85

cj

8,90

cj

10,55

cj

5,68


insumos Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Pratis Suporte padrão 4"x2" Pial Pratis

cj

6,10

cj

12,20

un

0,61

Suporte padrão 4"x4" Pial

un

1,23

Placa cega 4"x2" Pial Pratis

un

2,05

Placa cega 4"x4" Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Plus Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Plus Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Plus Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Plus Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Plus Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Plus Suporte padrão 4"x2" Pial Plus

un

5,04

cj

8,75

cj

15,16

Placa cega 4"x2" Pial Plus

un

2,20

Placa cega 4"x4" Pial Plus Haste de aterramento Copperweld de 5/8"X2,40m com conectores Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Plus Cabo telefônico CCI 50 - 1 par

un

5,43

cj

21,40

cj

11,38

cj

21,45

cj

18,90

cj

16,26

cj

18,75

cj

7,24

cj

16,13

cj

13,68

cj

11,03

cj

10,50

cj

8,23

cj

8,46

cj

13,59

un

1,00

un

22,35

cj

10,40

cj

16,80

cj

14,65

cj

22,38

m

0,33

Cabo telefônico CCI 50 - 2 pares

m

0,47

Cabo telefônico CCI 50 - 3 pares

m

0,78

Cabo telefônico CCI 50 - 4 pares

m

1,12

Cabo telefônico CCI 50 - 5 pares

m

1,31

Cabo telefônico CCI 50 - 6 pares Quadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

m

1,69

un

51,30

un

81,56

un

119,85

un

144,44

un

212,33

un

356,38

un

895,48

MATERIAIS HIDRÁULICOS Caixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redonda Caixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redonda Caixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redonda Caixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redonda Ralo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelha Adaptador de PVC para válvula de pia e lavatório Bucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mm Curva de PVC soldável para água de 20mm Curva de PVC soldável para água de 25mm

un

1,34

un

7,46

un

10,55

un

17,38

un

17,83

un

4,64

un

1,31

un

1,25

un

1,08

Curva de PVC soldável para água de 32mm

un

3,07

Curva de PVC soldável para água de 40mm Joelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4" Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2" Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4" Joelho 90° de PVC roscável para água de 1" Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4" Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2" Joelho 90° de PVC roscável para água de 2" Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mm Joelho 90° de PVC soldável para água de 25mm Joelho 90° de PVC soldável para água de 32mm Joelho 90° de PVC soldável para água de 40mm Joelho 90° de PVC soldável para água de 50mm Joelho 90° de PVC soldável para água de 65mm Joelho 90° de PVC soldável para água de 75mm Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mm Joelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mm Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mm Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mm Joelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mm Junção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mm Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4" CR/CR Deca Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2" CR/CR Deca Registro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1" Deca Registro de gaveta Bruto B1510 de 1.1/2" Fabrimar Registro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4" CR/CR Deca Tê de PVC roscável de 1/2" Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre Tê de PVC roscável de 3/4" Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre Tê de PVC roscável de 1" Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre Tê de PVC roscável de 1.1/4" Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre Tê de PVC roscável de 1.1/2" Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre Tê de PVC roscável de 2" Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre Tê de PVC soldável de 25mm Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre Tê de PVC soldável de 60mm Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre Tê de PVC soldável de 75mm Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre Tê de PVC soldável de 85mm Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre Tubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco Astra Tubo de PVC roscável de 1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 3/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 1" CL15 Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 1.1/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 1.1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 2" CL15 Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

un

6,00

un

1,80

un

0,87

un

1,55

un

2,33

un

5,90

un

6,93

un

13,70

un

0,29

un

0,43

un

1,25

un

2,77

un

3,02

un

13,74

un

46,08

un

56,33

un

8,78

un

0,98

un

1,57

un

2,00

un

9,68

un

61,20

un un un

96,18 43,12 48,33

un

64,65

un

1,23

un

1,72

un

4,31

un un un

9,13 11,50 18,80

un

0,63

un

17,00

un

31,80

un

50,10

un

4,52

vara

18,57

vara

24,36

vara

51,80

vara

65,46

vara

78,92

vara

121,13

vara

8,03

vara

11,56

vara

25,06

Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m) Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2" Docol Vedação para saída de vaso sanitário Adesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro) Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

vara

40,00

vara

48,45

vara

78,73

vara

118,33

vara

132,29

vara

21,15

vara

33,92

vara

41,78

vara vara un

54,75 127,01 145,50

un

5,21

litro

25,83

litro

24,46

MATERIAIS DE INOX Pia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat Pia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat Pia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat Pia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat Pia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat Pia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat Cuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke Douat Tanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke Douat Mictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke Douat Válvula para pia de aço inox, de 3 1/2"x1 1/2", Franke Douat MÁRMORES Bancada de mármore branco rajado de 60x2cm Bancada de mármore branco extra de 60x2cm Bancada de mármore travertino de 60x2cm Lajota de mármore branco extra de 30x30x2cm Lajota de mármore branco rajado de 15x30x2cm Lajota de mármore branco rajado de 30x30x2cm Lajota de mármore travertino de 30x30x2cm Lajota de mármore travertino de 15x30x2cm Rodapé em mármore branco rajado de 7x2cm Rodapé em mármore travertino de 7x2cm Soleira em mármore branco extra de 15x2cm Soleira em mármore branco rajado de 15x2cm Soleira em mármore travertino de 15x2cm

un

144,25

un

185,15

un

266,75

un

454,30

un

290,83

un

473,65

un

122,95

un

402,90

un un

m

619,25 12,68

130,20

m

416,53

m

197,47

m2

116,40

m2

62,67

m2

58,33

m2

101,67

m2

96,67

m

14,00

m

21,33

m

48,33

m

21,33

m

31,00

MATERIAIS DE PINTURA Fundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão) Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão) Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros) Selador acrílico para parede externa (galão) Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros) Massa corrida PVA (galão) Massa corrida PVA (lata c/18 litros)

gl

23,20

Massa acrílica (galão) Massa acrílica (lata c/18 litros)

gl

65,30

gl

25,90

lata

113,63

gl

23,00

lata

96,90

gl

11,23

lata

31,23

lata

90,40

Massa à óleo (galão)

gl

43,53

Solvente Aguarrás (galão c/5 litros)

gl

56,80

Tinta latex fosca para interior (galão) Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros) Tinta latex para exterior (galão)

gl

23,90

lata

104,93

gl

38,47

Tinta latex para exterior (lata c/18 litros)

lata

164,97

Líquido para brilho regulador (galão) Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros) Tinta acrílica fosca (galão)

gl

45,47

lata

225,70

gl

47,43

Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros)

lata

199,60

Textura acrílica (galão) Textura acrílica (lata c/18 litros) Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão) Verniz marítimo à base de poliuretano (galão) Tinta antiferruginosa Zarcão (galão)

gl

21,93

lata

95,80

gl

59,75

gl

41,27

gl

68,23

Esmalte sintético acetinado (galão)

gl

66,07

Esmalte sintético brilhante (galão)

gl

52,77

Tinta à óleo (galão)

gl

41,64

Tinta à óleo para cerâmica (galão)

gl

64,50

Tinta acrílica especial para piso (galão) Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros) Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão)

gl

31,63

lata

144,00

gl

130,07

l

16,30

Lixa para parede

un

0,45

Lixa para madeira

un

0,38

Diluente epoxi (litro)

Lixa d'água

un

0,96

Lixa para ferro

un

1,87

Estopa para limpeza

kg

5,12

Ácido muriático (litro)

l

4,30

Cal para pintura

kg

0,76

Tinta Hidracor (saco com 2kg) Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas)

sc

3,16

lata

5,80

MATERIAIS PARA INSTALAÇÃO DE ÁGUA QUENTE Tubo de cobre classe "E" de 15mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 22mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 28mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 35mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 54mm (vara com 5,00m)

un

60,37

un

96,25

un

113,61

un

202,20

un

374,76

MATERIAIS SANITÁRIOS Assento sanitário Village em polipropileno AP30 Deca Assento sanitário almofadado branco TPK/A5 BR1 Astra

un

75,95

un

40,73

Assento convencional branco macio TPR BR1 em plástico Astra Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo Celite Conjunto bacia com caixa Saveiro branco Celite Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real Deca Bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite Bacia sanitária convencional Targa branco gelo Deca Bacia sanitária convencional Izy branco gelo Deca Bacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca Bacia sanitária convencional Ravena cinza real Deca Bacia sanitária convencional Village branco gelo Deca Bacia sanitária convencional Village cinza real Deca Cuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo Deca Cuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo Deca Cuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo Deca Lavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo Deca Lavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo Deca Lavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo Deca Lavatório de canto Izy L101 branco gelo Deca Lavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco Celite Bolsa de ligação para bacia sanitária BS1 de 1.1/2" Astra Caixa de descarga sobrepor 8 lts. c/ engate e tubo ligação Fortilit/Akros/Tigre Chicote plástico flexível de 1/2"x30cm Fortilit/Akros/Amanco/Luconi Chicote plástico flexível de 1/2"x40cm Fortilit/Akros/Luconi Chuveiro de PVC de 1/2" com braço Chuveiro cromado de luxo ref. 1989102 Deca Parafuso de fixação para bacia de 5,5x65mm em latão B-8 Sigma (par) Parafuso de fixação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par) Parafuso de fixação para lavatório Esteves (par) Sifão de alumínio fundido de 1" x 1.1/2" Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1"x1.1/2" Esteves Sifão de PVC de 1" x 1.1/2" Fita veda rosca em Teflon Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m) Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo Deca Coluna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo Deca Tanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo Deca Coluna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo Deca Tanque de louça sem fixação de 18 litros de 53x48cm branco Celite Tanque em resina simples de 59x54cm marmorizado Resinam Tanque em resina simples de 60x60cm granitado Marnol

SET/OUT 2012 |

un

22,06

un

244,57

un

163,90

un

273,46

un

277,45

un

120,40

un

236,83

un

67,68

un

123,95

un

125,95

un

185,00

un

191,80

un

48,73

un

48,30

un

76,00

un

71,90

un

58,70

un

135,43

un

73,73

un

49,45

un

2,03

un

17,22

un

2,38

un

3,00

un

7,80

un

203,30

par

5,95

par

13,25

par

11,20

un

46,95

un

71,50

un

6,52

un

2,08

un

276,00

un

73,95

un

183,08

un

71,00

un

163,45

un

45,70

un

45,88

| 101


insumos

Balcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba marmorizado Marnol Balcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba granitado Marnol Misturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR Deca Misturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR Deca Misturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR Deca Torneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 Deca Torneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) Deca Torneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR Deca Torneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 Deca Torneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 Deca Torneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) Deca Ducha manual Evidence cromada 1984C CR Deca Válvula de descarga Hydra Max de 1.1/2" ref. 2550504 Deca Válvula cromada para lavatório ref.1602500 Deca Válvula cromada para lavanderia ref. 1605502 Deca Válvula de PVC para lavatório Válvula de PVC para tanque ou pia de cozinha

un

54,90

un

65,85

un

240,10

un

372,30

un

359,60

un

56,50

un

52,12

un

86,85

un

55,50

un

180,75

un

184,00

un un

96,83 153,10

un

120,30

un

25,25

un

37,85

un

1,94

un

2,33

Corda de nylon de 3/8"

kg

15,68

Tela de nylon para proteção de fachada Bucha para fixação de arame no forro de gesso Pino metálico para fixação à pistola com cartucho Cola Norcola (galão com 2,85kg)

m2

3,38

kg

4,00

un

0,59

gl

31,71

OUTROS

Cola branca (pote de 1 kg)

kg

6,92

Bloco de EPS para laje treliçada

m3

208,75

PRODUTOS CERÂMICOS

102 |

PREGOS E PARAFUSOS Prego com cabeça de 1.1/4"x14

kg

5,96

Prego com cabeça de 2.1/2"x10 Parafuso de 5/16"x300mm em alumínio para fixação de telhas Arruela de alumínio para parafuso de 5/16" Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16" Porca de alumínio para parafuso de 5/16" Parafuso de 1/4"x100mm em alumínio para fixação de telhas Parafuso de 1/4"x150mm em alumínio para fixação de telhas Parafuso de 1/4"x250mm em alumínio para fixação de telhas Parafuso de 1/4"x300mm em alumínio para fixação de telhas Arruela de alumínio para parafuso de 1/4" Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4" Porca de alumínio para parafuso de 1/4"

kg

5,98

un

1,28

un

0,16

TELHAS METÁLICAS

un

0,17

un

0,15

un

0,31

Telha de alumínio trapezoidal com 0,5mm Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mm Telha de alumínio trapezoidal com 0,4mm Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm

un

0,52

un

0,71

un

0,92

un

0,17

un

0,12

un

0,10

REVESTIMENTOS CERÂMICOS Cerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo "A" Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo "A" PEI4 Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cm Porcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cm Cerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722 Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041 Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073 Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo "A"

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm com flash Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm sem flash Piso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar

m2

17,52

m2

38,83

m2

43,32

m2

20,50

m2

29,27

un

111,07

m2

24,29

un

92,18

m2

26,72

VIDROS Vidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado) Vidro Canelado incolor (cortado)

m2

29,82

Vidro aramado incolor de 7mm (cortado)

m2

115,63

Vidro anti-reflexo (cortado)

m2

30,40

Vidro liso incolor de 3mm (cortado)

m2

25,53

Vidro liso incolor de 4mm (cortado)

m2

31,73

Vidro liso incolor de 5mm (cortado)

m2

40,43

Vidro liso incolor de 6mm (cortado)

m2

44,73

Vidro liso incolor de 8mm (cortado)

m2

67,92

Vidro liso incolor de 10mm (cortado)

m2

77,15

Vidro laminado incolor 3+3 (cortado)

m2

135,65

m2

14,45

m2

36,24

Vidro laminado incolor 4+4 (cortado)

m2

159,20

m2

31,66

Vidro laminado incolor 5+5 (cortado)

m2

209,52

Vidro bronze de 4mm (cortado)

m2

45,12

m2

23,65

Vidro bronze de 6mm (cortado)

m2

70,49

m2

28,73

Vidro bronze de 8mm (cortado)

m2

109,50

Vidro bronze de 10mm (cortado)

m2

139,59

m2

21,65

Vidro cinza de 4mm (cortado)

m2

38,34

Vidro cinza de 6mm (cortado)

m2

65,86

m2

17,17

Vidro cinza de 8mm (cortado)

m2

89,81

Vidro cinza de 10mm (cortado)

m2

109,16

Espelho prata cristal de 3mm (cortado)

m2

57,66

Espelho prata cristal de 4mm (cortado)

m2

82,93

Espelho prata cristal de 6mm (cortado) Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado) Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado) Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado) Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado

m2

130,39

m2

102,60

m2

126,31

m2

134,71

un

10,01

Junta de vidro para piso

m

0,40

Massa para vidro

kg

1,30

m2

16,41

REVESTIMENTOS DE PEDRAS NATURAIS Pedra Ardósia cinza de 20x20cm

m2

12,33

Pedra Ardósia cinza de 20x40cm

m2

13,33

Pedra Ardósia cinza de 40x40cm

m2

14,67

Pedra Ardósia verde de 20x20cm

m2

20,03

Tijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cm

mil

393,33

Pedra Ardósia verde de 20x40cm

m2

26,00

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm

mil

186,50

Pedra Ardósia verde de 40x40cm

m2

26,42

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cm

mil

318,72

Pedra Itacolomy do Norte irregular

m2

20,67

m2

27,34

Tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm

mil

421,39

Pedra Itacolomy do Norte serrada

Tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cm Tijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cm Tijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cm Tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm Telha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2 Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2 Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2 Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (Bahia) - 28un/m2 Telha em cerâmica tipo colonial Barro Forte (Maranhão) - 25un/m2 Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cm Massa refratária seca Taxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro) Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje pré-moldada

mil

474,39

Pedra São Thomé Cavaco

m2

33,00

Pedra Cariri serrada de 30x30cm

m2

17,34

MÃO DE OBRA

Pedra Cariri serrada de 40x40cm

m2

17,67

Armador

h

5,06

Pedra Cariri serrada de 50x50cm

m2

18,00

Azulejista

h

5,06

Pedra sinwalita de corte manual

m2

21,00

Calceteiro

h

5,06

Pedra Sinwalita serrada

m2

27,67

Carpinteiro

h

5,06

Pedra portuguesa (2 latas/m2)

m2

15,33

Eletricista

h

5,06

Pedra Itamotinga Cavaco

m2

15,67

Encanador

h

5,06

Pedra Itamotinga almofada

m2

18,33

Gesseiro

h

5,06

Pedra Itamotinga Corte Manual

m2

20,67

Graniteiro

h

5,06

Pedra Itamotinga Serrada

m2

26,67

Ladrilheiro

h

5,06

Pedra granítica tipo Canjicão Almofada Pedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cm Solvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros) Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros)

m2

32,00

Marceneiro

h

5,06

m2

27,00

Marmorista

h

5,06

lata

33,00

gl

38,80

| SET/OUT 2012

mil

605,00

mil

400,00

mil

417,50

mil

420,00

mil

770,00

mil

950,00

mil

2.250,00

mil

1.640,00

mil

1.285,80

kg

0,72

mil

50,00

mil

720,00

REVESTIMENTOS VINÍLICOS E DE BORRACHA Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flash

m2

33,65

Pastilheiro

h

5,06

Pintor

h

5,06

Serralheiro

h

5,06

Telhadista

h

5,06

Vidraceiro

h

5,06

Pedreiro

h

4,11

Servente

h

3,09


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