TFG | Complexo Gastrônomico - A Nova Quituart

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COMPLEXO GASTRONÔMICO

A NOVA QUITUART



COMPLEXO GASTRONÔMICO A NOVA QUITUART

ISABELLA GOULART

Universidade de Brasília | UnB Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | FAU

Trabalho Final de Graduação

ORIENTADOR Ivan Manoel Rezende do Valle

BANCA AVALIADORA Luciana Saboia Fonseca Cruz Orlando Vinicius Rangel Nunes

BRASÍLIA | 2019


SUMÁRIO

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introdução

referencial teórico

• contexto

• a história da gastronomia no mundo

• justificativa | objetivos

• a história da gastronomia no Brasil • gastronomia como patrimônio cultural e turístico • tendências de alimentação

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local de intervenção

diagnóstico do local

referências de projeto

• justificativa da intervenção

• uso e ocupação

• Boxpark

• Lago Norte - RA XVIII

• zoneamento da APA

• Vila Butantan

• histórico do local escolhido

• hierarquia viária e acessos

• referências indiretas

• o projeto Orla Livre

• condicionantes ambientais

• parcelamento urbano - Polo 1

• equipamentos existentes

• masterplan orla do Lago Paranoá

• visuais • legislaçao relativa ao projeto | plano de manejo


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objeto de estudo • a Quituart

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proposta de intervenção

referências bibliográficas

• programa de necessidades

• embasamento teórico

• diretrizes projetuais

• legislação

• conexão intermodal hidroviária • partido arquitetônico e implantação • análise bioclimática • o projeto



INTRODUÇÃO


RESUMO

O presente trabalho se refere à concepção de um complexo gastronômico para Brasília com o intuito de abrigar a sede da Quituart (Cooperativa dos Artesãos Moradores do Lago Norte) e de ocupar uma área ociosa da cidade além de oferecer aos moradores mais uma opção de alimentação, entretenimento e cultura.

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Brasília - Banho no Museu da República. Sérgio Ulisses Jatobá


CONTEXTO “Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordernar e organizar o espaço para determinada finalidade e intenção ” Lucio Costa

Planejada sob viés urbano modernista, Brasília foi fundada em 1960 e logo se tornou patrimônio histórico da humanidade. Ao idealizar a cidade, Lucio Costa propôs a ocupação das atividades através de 4 escalas urbanas (monumental, residencial, gregária e bucólica). Todas essas escalas são facilmente distinguíveis quando vistas de cima, com helicópteros e aviões. Mas e a escala do pedestre, do observador - a escala humana? Foi a pergunta que o arquiteto Jean Gehl fez e que o levou a criar o termo “Síndrome de Brasília” para descrever a inexistência ou a desconsideração do que ele conceitua como a escala humana no planejamento urbano modernista, tomando a capital do Brasil como seu mais destacado exemplo. Em seu livro “Cidade para Pessoas”, publicado em 2013, Gehl admite que “vista do alto, Brasília é uma bela composição”, mas “a cidade é uma catástrofe ao nível dos olhos”, acrescenta. “Os espaços urbanos são muito grandes e amorfos, as ruas muito largas, e as calçadas e passagens muito longas e retas” (JATOBÁ, 2017). O uso intensivo do automóvel desestimulou o hábito de caminhar e condicionou a expansão horizontalizada da cidade, a chamada dispersão urbana (urban sprawl). Esta, por sua vez, encorajou o uso do transporte particular e tornou cada vez mais desafiador o transporte coletivo e a distribuição dos serviços urbanos de água, esgoto e energia. O urbanismo modernista, pretendendo criar uma cidade mais verde e mais saudável, acabou por produzir o seu contrário: uma cidade perdulária em gastos energéticos e consumidora de espaço natural, ou seja, insustentável (JATOBÁ, 2017). Não é a toa que muitos consideram Brasília uma cidade fria, sem esquinas, convivência e aconchego. Visando compensar esse cenário e suprir a demanda do brasiliense por alternativas de interação, lazer, comércio e alimentação, são constantemente lançados empreendimentos na cidade, voltados para a criação de espaços acolhedores, que promovam intercâmbio e interação entre as pessoas. Escalas de Brasília. Joana França.

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JUSTIFICATIVA | OBJETIVOS “A arquitetura só é considerada completa com a intervenção do ser humano que a experimenta” Tadao Ando

A construção de Brasília promoveu uma onda imigratória com destaque para paulistas, mineiros, nordestinos e até estrangeiros rumo ao centro do País. Os novos moradores se misturaram com o povoado nativo do centrooeste que já vivia no local antes da construção da cidade. Estima-se que cerca de 30% da população residente em Brasília é imigrante, o que faz da cidade uma mistura muito rica de cultura, costumes e culinária (Hplus, Hotelaria). Apesar disso, Brasília é conhecida por ser uma cidade onde as pessoas não se encontram, não conversam e até evitam dar um simples “bom dia” umas às outras. Cabe questionar como a arquitetura contribui para a construção de uma sociedade que sofre com o isolamento. Como uma cidade de 3 milhões de habitantes pode ter mais de 6% de adultos diagnosticados com depressão? (MARQUES, 2017).

nascido em Brasília a 28 anos atrás chamado Quituart. A Quituart cresceu significantemente ao longo desses anos e para que possa continuar porsperando torna-se claro a necessidade de um bom projeto arquitetônico e urbanístico. Portanto, o projeto da Nova Quituart tem como objetivo criar um espaço que celebre a cultura multifacetada de Brasília e que utilize a gastronomia como uma ferramenta de inclusão, incentivando o convívio das pessoas, além de estimular novos empreendimentos, o turismo e a economia da cidade.

“As cidades tem a capacidade de dar algo a seus habitantes somente quando são criadas para eles”. Jane Jacobs, 1961

Em contraponto, o brasiliense esta a todo momento inventando novos empreendimentos que valorizem o convívio entre as pessoas e a troca de experiências. O problema é que os empreendimentos voltados para comida e festas tem um ciclo de vida. Eles nascem, fazem sucesso e depois de algum tempo desaparecem, dando lugar a um novo empreendimento. E o ciclo de repete. A carência de espaços bem localizados com aluguéis e preços acessíveis está ligada à grande demanda por locais capazes de oferecer aos novos empreendimentos a oportunidade de prosperar através de aluguéis justos e incentivo turístico e econômico. Nesse sentido, o presente trabalho retrata um empreendimento

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REFERENCIAL TEÓRICO


A HISTÓRIA DA GASTRONOMIA NO MUNDO

A origem da palavra gastronomia vem do grego antigo “gastros”, que quer dizer estômago e “nomia” que quer dizer conhecimento. É uma arte que engloba a culinária, a maneira de preparar os alimentos, as bebidas que combinam com estes alimentos, a matéria-prima que os profissionais usam para a elaboração dos pratos, os materiais necessários e, também, todos os conhecimentos culturais ligados a esta criação. A gastronomia teve início na pré-história com o homem primitivo que se dedicava exclusivamente à caça e que posteriormente descobriu que os alimentos poderiam ser modificados pelo fogo. No período neolítico, o homem se fixou em regiões ribeirinhas, quando deu inicio à agricultura e a criação de animais além do armazenamento e conservação dos alimentos, bem como a invenção do forno de barro (FURTADO et al, 2010 apud ROCHA, 2016). Séculos depois, os gregos passaram a fazer banquetes em que eram realizadas discussões intelectuais durante a refeição. Neles havia música, canto, jogos, acrobacia e dança. Nessa época, já existia a figura do cozinheiro, escravo que após alguns anos de dedicação podia ser libertado e promovido a archimangeiro, considerado um mestre em sua arte, como um chef de cozinha, com uma equipe de trabalho e muito prestígio (FREIXA; CHAVES, 2008 apud ROCHA, 2016). Na Roma Antiga, a população era composta basicamente por camponeses e guerreiros. Durante o período de ascensão e grandes conquistas, a opulência se refletia à mesa, onde a ostentação era palavra de ordem e grande parte da comida era desperdiçada nos vomitórios, angariando crescente insatisfação popular camponesa (FREIXA; CHAVES, 2008, apud ROCHA, 2016) Em 395 d.C. o Império Romano foi dividido entre o Oriente e o Ocidente. O Império Romano do Oriente, conhecido como Bizâncio, desenvolvia o comércio e a distribuição de insumos dos mais variados, favorecendo o desenvolvimento da cozinha dos povos por ele abastecidos. O ocidente,

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por sua vez, vivenciou a Idade Média e a criação de mosteiros, conventos e abadias - locais que favoreceram a produção de diversos tipos de doces e bebidas alcoólicas, em especial a cerveja e o vinho. O final da Idade Média foi marcado pela criação das tabernas e estalagens, que serviam refeições aos viajantes. O início da Idade Moderna presenciou o crescimento das cidades graças ao comércio e vivenciou o Renascimento (FLANDRIN; MONTANARI, 1998 apud ROCHA, 2016). Nesse período, a Itália passou a ser símbolo de requinte no mundo ocidental mediante a criação de diversos manuais de etiqueta à mesa e a utilização de porcelanas, toalhas, objetos de ouro e prata e copos de cristal. Tais costumes foram levados à França pela florentina Catarina de Médici quando casou-se com Henrique II, e foram então absorvidos pela cultura parisiense (FREIXA; CHAVES, 2008 apud ROCHA, 2016). No século XIX a França passou pela Belle Époque, que marcou de forma definitiva a supremacia francesa e instituiu Paris como centro cultural e gastronômico do mundo. (LEAL, 2006 apud ROCHA, 2016).

ingredientes regionais que se perderam com a globalização (FREIXA; CHAVES, 2008 apud ROCHA, 2016). É nesse panorama atual que se desenvolve a comensalidade e, por consequência, a Gastronomia, como área do conhecimento. Hoje a compreensão que se tem da produção alimentícia é resultado de todo o contexto acima apresentado e na culinária há “vestígios das trocas culturais entre os povos. As cozinhas são produtos de miscigenação cultural” (FRANCO, 2001, p. 249).

A internacionalização da cozinha que aconteceu a partir dos anos 1960 no mundo e 1970 no Brasil, provocou o fenômeno da globalização da alimentação, em que hoje se tem acesso a insumos e alimentos oriundos de diferentes locais do mundo (FREIXA; CHAVES, 2008 apud ROCHA, 2016). A partir do final da Segunda Guerra Mundial o American Way of Life (estilo de vida americano) se proliferou pelo mundo, modificando os parâmetros franceses de alimentação até aquele momento, cujo foco se concentrava em preparações muito elaboradas e de difícil execução. E isso trouxe o fenômeno da McDonaldização, um conceito que se tornou um paradigma do processo de maximização da produtividade no âmbito comercial alimentar, e é um derivativo imediato da alimentação rápida, conhecida como Fast Food. Na contramão dessa tendência surgiu o Slow Food, movimento criado na Itália em 1986 para retomar a importância do cuidado com a alimentação. A proposta é resgatar a essência do convívio à mesa, do comer e beber devagar, e preservar as tradições de receitas e

One of The Family. Frederick George Cotman. 1880. Reprodução da vida familiar rural no final do século XIX na Inglaterra. Nesta cena, um fazendeiro volta para casa de sua labuta diária para uma refeição, com o cavalo seguindo de perto, enfiando a cabeça pela janela compartilhando com a família o momento de jantar.


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A HISTÓRIA DA GASTRONOMIA NO BRASIL

Os primeiros registros sobre costumes alimentícios encontrados no território brasileiro durante o desembarque dos português evidenciam que os índios não criavam animais, vivendo apenas do que extraíam do solo, da colheita, da caça, da pesca e de pequenas plantações. Cerca de trinta anos após o descobrimento do Brasil, os nativos da terra somaram-se aos portugueses e aos negros africanos trazidos na condição de escravos. Dessa mistura, originou-se o brasileiro e consigo a cozinha brasileira, decorrente da combinação da culinária portuguesa, indígena e africana (LEAL, 2018, apud BRITO, 2018). Por volta do século XVIII, a cultura da cana-de-açúcar perdeu competitividade no exterior, razão pela qual o café foi alçado à condição de principal produto de exportação brasileiro quase que simultaneamente à instalação da corte portuguesa no Brasil que buscava refúgio em terras coloniais contra a iminente ameaça de invasão pela potência estrangeira. Da chegada da corte a nossas terras decorreram mudanças gastronômicas importantes, em especial o consumo de pão feito do trigo, a exemplo do consumo do azeito doce. Desta sorte, as famílias mais abastadas modificaram seus cardápios para adequar-se aos costumes da nobreza recém chegada passando a incluir em sua dieta as saladas e vinhos, além de enorme variedade de sobremesas, preparadas ao estilo português, ainda que, em muitas oportunidades, com ingredientes locais, sendo este o marco inaugural da moderna doceria brasileira (LEAL, 2018).

O Jantar. Jean Batist Debret. 1827. Reprodução da vida de uma família abastada no Rio de Janeiro no início do século XIX. Destaque para os escravos domésticos e para as crianças escravas ao pé da mesa.

A maciça imigração portuguesa repercutiu no panorama geográfico local, muito em razão do advento da pecuária. Buscando recriar por aqui o seu ambiente familiar, os portugueses importaram bois, vacas, touros, ovelhas, carneiros, cabras, porcos, galinhas, patos e gansos, estabelecendo-os nos quintais de suas casas e em pequenos currais nas primeiras propriedades rurais aqui estabelecidas fundando, em termos práticos, a pecuária brasileira, ao passo que, em paralelo, sedimentavam a agricultura, somando aos gêneros que eram conhecidos pelos índios, as frutas, legumes, vegetais, cereais e temperos trazidos da além-mar. Com a comida vieram também os festejos, a exemplo do Carnaval, Quaresma, São João e Natal, suas músicas e peculiaridades (LEAL, 2018, apud BRITO, 2018). Até 1930 o Brasil era um país essencialmente agrícola, com uma enorme produção interna voltada à exportação. O cenário gastronômico brasileiro passou a modernizar-se ao final da década de 1970, quando começaram a chegar ao nosso país as grandes redes hoteleiras e com elas restaurantes comandados por Chefs franceses para coordenar suas operações. (CASTELLI, 2005 apud BRITO, 2018). Até a década de 1990 o Brasil tinha pouco contato com a alta cozinha europeia, que somente aqui se estabeleceu de forma definitiva com a abertura de mercado e a redução de impostos sobre alimentos importados, fazendo com que a produção de insumos até então inacessíveis aportassem no mercado brasileiro (FREIXA; CHAVES, 2008 apud ROCHA, 2016).

Com a abolição do escravagismo no Brasil, os cafeicultores encontraram-se diante de uma crise de mão de obra. A saída foi trazer para o país trabalhadores estrangeiros, especialmente italianos e japoneses. Desta forma, a cozinha brasileira, nascida da amálgama entre portugueses, índios e negros africanos, passou a sofrer a influência das ricas culinárias italiana e japonesa, com maior destaque para a primeira, uma vez que coube ao imigrante italiano introduzir em nosso país o consumo de massas, sobretudo o macarrão.

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GASTRONOMIA COMO PATRIMÔNIO CULTURAL E TURÍSTICO

Apesar da globalização que contribui para um processo de padronização das culturas, a gastronomia de um povo representa suas tradições culturais e guarda em suas receitas valioso patrimônio que deve ser preservado como qualquer obra de arte ou monumento (MOURA, 2005). Com a gastronomia é possível revitalizar as tradições locais, elevar a autoestima da comunidade e resgatar receitas originais vindas com o processo de imigração, enaltecendo a identidade cultural local. Complexos e eventos gastronômicos têm sua importância por serem capazes de integrar uma cadeia de valor complexa que pode envolver desde os pequenos produtores, os prestadores de serviços, o varejo e até mesmo a indústria de alimentos. Quando promovidos de forma estratégica, possibilitam a valorização da cultura local, os saberes e os fazeres populares característicos de uma região, do comércio e do próprio destino turístico, configurando-se em um diferencial competitivo para a região, para os empresários e os profissionais da gastronomia envolvidos. (SEBRAE, 2016). O turista, independente do tipo de turismo que está praticando, seja negócios, política ou lazer, está sempre em busca do exótico, do original. Nesse sentido, o proposta estratégica de um complexo gastronômico que congregue a identidade das culinárias regionais e internacionais, tende a ser um empreendimento promissor. “O jovem brasileiro já entendeu que para ter trabalho a melhor alternativa é criar o próprio emprego, é empreender, inovar e gerar novas vagas. Eles estão de olho nas oportunidades do mercado, estão atendendo demandas sociais e movimentando a economia” destaca o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

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Enquanto isso, em Brasília... A constante busca dos brasiliense por novos espaços de lazer, gastronomia e comércio vem aumentando cada vez mais o número de empreendimentos voltados para esse setor. É comum observar a todo momento novos negócios surgindo em Brasília, voltados majoritariamente para alimentação, moda e festas. No entanto, grande parte dos empreendimentos comercias abrem e após um curto período costumam fechar, deixando diversos pontos de interesse da cidade ociosos e subutilizados por longos períodos. Por que isso acontece? Há vários motivos, como endividamento, incerteza do cenário politico, crise econômica, elevação de tributos, inflação, etc. Em Brasília especificamente, um dos principais motivos é o valor exorbitante dos aluguéis de espaços comerciais em toda a cidade.


TENDÊNCIAS DE ALIMENTAÇÃO

Nossa sociedade não mais segue o ritmo de vida de nossos antepassados, quando dedicar duas horas ao almoço diário, por exemplo, era algo comum. Ao mesmo tempo, a sociedade não parece se conformar com o que se convencionou chamar de junk food ou, ainda, fast food. Em decorrência dessa dicotomia entre o comer bem e o ritmo de vida atual, surgem novas tendências gastronômicas, como o “Street Food”, o “Slow Food” e o “Farm to Table” (BRITO, 2018).

• Street Food: O hábito de comer fora de casa em razão do

modo de vida urbano contemporâneo, mormente da inerente escassez de tempo para preparo e consumo de alimentos em ambiente domiciliar, pela crescente oferta de refeições rápidas e variadas. Como resposta aos anseios daqueles que buscam uma alimentação mais qualificada, ainda que não necessariamente mais saudável, surgiu o movimento Street Food moderno que nada mais é do que a comercialização de pratos anteriormente vistos apenas em restaurantes da alta gastronomia e que agora passam a ser vendidos nas ruas das grandes cidades. Atrelado à renovação do cenário da comida de rua, surgiu uma nova ferramenta, os Food Trucks, verdadeiras cozinhas sobre rodas cujas vantagens competitivas em relação aos tradicionais restaurantes não podem ser ignoradas, pois trata-se de uma nova roupagem dada a um fenômeno já conhecido. No Brasil, não foi necessária a superveniência de uma crise econômica, uma vez que bastou, para atrair diversos empreendedores, a possibilidade de praticar alta cozinha a custos reduzidos. Em nosso país, os Food Trucks ganharam ar gourmet e, ao contrário de sua contraparte americana, não visam atingir a população de baixa renda, mas, em seu lugar, as classes mais abastadas, sedentas por novas experiências gastronômicas.

• Farm to Table: Em reação aos excessos da cadeia produtiva norteamericana, o conceito Farm-to-Table ou Da Fazenda Para Mesa tem como principal objetivo reduzir o número de intermediários entre o produtor e o consumidor final, de maneira que os alimentos chegassem à mesa deste último em prazo reduzido, a custos mais baixos e, sobretudo, com sabor diferenciado, pois, na gastronomia moderna, prevalece o ditame: fresh is always better (fresco é sempre melhor) (BRITO, 2018). Portanto, uma cadeia produtiva enxuta resultaria no resgate da confiança do consumidor final ao tornar mais simples o ato de consultar a procedência dos insumos e assegurar, destarte, sua qualidade (BRITO, 2018 apud Prado 2014). Consequência direta deste novo fenômeno foi a proliferação de mercados especializados em venda de alimentos produzidos nas redondezas para consumidores locais. Tais estabelecimentos apostavam no interesse do consumidor comum por ingredientes frescos e cultivados com extremo cuidado, quase sempre orgânicos.

• Slow Food: Em um mundo que exige agilidade para realizar várias tarefas simultâneas, a agenda lotada de compromissos impede que haja tempo apropriado para cuidar da alimentação. Essa foi a brecha que as cadeias de fast food encontraram para ganhar seu público. De um lado, ofertam facilidade e praticidade para comer. Do outro, produtos ultraprocessados e cheios de gorduras, açucares e aditivos (BARROS, 2017). Na contramão dessa tendência está o Slow Food, movimento criado na Itália em 1986 para retomar a importância do cuidado com a alimentação. A proposta é resgatar a essência do convívio à mesa, do comer e beber devagar, e preservar as tradições de receitas e ingredientes regionais que se perderam com a globalização (FREIXA; CHAVES, 2008 apud ROCHA, 2016).

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OBJETO DE ESTUDO


A QUITUART

A Quituart - Cooperativa dos Artesãos Moradores do Lago Norte - é uma iniciativa que reúne diversidade gastronômica e cultural. Ela existe há 28 anos e começou com algumas senhoras que montavam suas barraquinhas no canteiro central da pista principal do Lago Norte para vender pães caseiros, biscoitos, sanduíches e artesanato aos moradores que ali passavam. A cooperativa cresceu, saiu nos jornais e logo os moradores do Lago Norte e do entorno do bairro passaram a procurar por ela. Foi aí que surgiu a necessidade de ser construída uma sede, com a finalidade de abrigar os cooperados e receber o público. A sede começou a ser construída em um terreno no meio da pista principal do Lago Norte, ao lado do supermercado Big Box, no entanto, logo após o início das construções, a obra foi embargada por falta de documentação. Diante da situação, os cooperados decidiram contratar um arquiteto para elaboração de um projeto que pudesse ser de fato aprovado e construído. Enquanto o projeto estava em andamento, a Quituart se instalou em uma sede provisória em um terreno ao lado do local onde a obra original foi embargada. Quem visita o espaço pode desfrutar da culinária japonesa, alemã, italiana, árabe, indiana, paulista, capixaba, paraense, mineira, etc., além de ouvir boa música, encontrar vizinhos e conhecer pessoas novas. Hoje, a Quituart representa um ponto de lazer corriqueiro para os moradores de Brasília, principalmente do Lago Norte.

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Localização Quituart, Brasília. Isabella Goulart


A Quituart tem como objetivo difundir a arte, a cultura e a gastronomia de seus cooperados. Todo o espaço para recepção dos clientes como mesas, palco e banheiros são compartilhados entre os cooperados que possuem empreendimentos no local. Apesar de dividirem o local, os lucros dos cooperados são unitários e a Quituart em si, não possui fins lucrativos. Hoje, a Quituart é um centro gastronômico que conta com 30 boxes lado a lado em um pequeno galpão com capacidade para 600 pessoas. Desse 30 boxes, 29 são voltados para a gastronomia e 1 para o artesanato. Os boxes são dispostos em duas fileiras, delimitando o acesso ao galpão. Cada fileira possui 15 boxes e entre elas, ficam as mesas, compartilhadas por todos os boxes além de um palco utilizado para shows de musica ao vivo. Cada box mede 560cm de comprimento por 285 de largura, totalizando uma área de 14,0 m² internamente. No centro do galpão fica a praça de alimentação que ocupa uma área de 720 m². Cada box tem, pelo menos, quatro funcionários, que normalmente são da mesma família, responsáveis por cozinhar e servir seus respectivos clientes. O serviço de limpeza da Quituart é feito por uma empresa terceirizada 2 vezes por dia em dias alternados. Todas as contas (luz, internet, água, etc.) são divididas entre os cooperados. Não há um caixa geral, portanto, ao consumir em algum dos boxes, o cliente faz o pagamento diretamente com os funcionários do box em questão. Ocasionalmente, a Quituart recebe eventos, bazares e estandes que alugam o espaço. Cabe ressaltar que a sede atual da Quituart é provisória. Já se passaram 14 anos desde a elaboração projeto da sede oficial feito pelo arquiteto Tony Malheiros, no entanto, o projeto ainda não foi aprovado pela CAP (Central de Aprovação de Projetos). No projeto elaborado pelo arquiteto Tony Malheiros, o número de boxes passa de 30 para 50, no entanto a capacidade para 600 pessoas se manteve a mesma. Outro ponto é que o projeto reflete o viés sustentável da cooperativa e conta com artifícios como: construção com tijolo ecológico, tratamento de esgoto com enzima bioativa, reaproveitamento de água da chuva e energia fotovoltaica.

• Endereço: situada entre a QI 09 e a QI10 do Lago Norte, no canteiro central da via arterial. • Horário de funcionamento: Segunda – Quarta – fechado Quinta / Sexta (happy hour) – 18:00 – 00:00 Sábado / Domingo (almoço) – 11:30 – 18:00

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Local da sede atual (provisória) Planta Baixa Quituart. Isabella Goulart

Local da sede oficial


A Quituart. Isabella Goulart

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LOCAL DE INTERVENÇÃO


JUSTIFICATIVA DA INTERVENÇÃO “A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem” Oscar Niemeyer

O presente trabalho propõe o projeto de um píer gastronômico visando abrigar a Quituart, atualmente sediada em um local provisório entre a QI 09 e a QI 10 do Lago Norte. O projeto manterá a logística da Quituart já existente, em que todos os empreendimentos atuam cooperativamente e os restaurantes são estruturados em boxes. Considerando o público já consolidado da Quituart e sua origem no Lago Norte, a proposta visa ocupar uma área ociosa do bairro, próxima ao local onde a Quituart se situa hoje. O local escolhido localiza-se na península do Lago Norte, ao lado do Parque das Garças e do Clube do Congresso.

Localização da proposta de intervenção

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Localização da proposta e parâmetros urbanísticos. Isabella Goulart


LAGO NORTE - RA XVIII

O início da ocupação da Península Norte ocorreu entre 1960 e 1965, a partir do projeto urbanístico elaborado pela NOVACAP, para o Setor Habitacional Individual Norte – SHIN e o Setor de Mansões do Lago Norte – SML. As primeiras edificações foram o Clube do Congresso, a QL 16, e as QI 2, 4 e 6. Na década de 1970, a Fundação Educacional disponibilizou aos professores o financiamento de lotes, pouco valorizados pela falta de atrativos no SHIN. Assim, entre 1975 a 1982 a ocupação da Península Norte se consolidou. O Lago Norte é uma região já consolidada, sendo uma das primeiras ocupações do Distrito Federal com tipologia de uso predominantemente residencial. Segundo os dados da PDAD 2016, a população urbana estimada do Lago Norte é de 37.455 habitantes. Desse total, 50,78% estão na faixa etária de 25 a 59 anos. Os idosos, acima de 60 anos, são 25,07%. A população de zero a 14 anos totaliza 12,79%.

Número médio de moradores por domicílio: 3,08

Porcentagem de moradores analfabetos: 0,32%

Porcentagem de domicílios com automóvel: 90%

Renda Domiciliar Mensal (em salários mínimos): 14,32

Porcentagem de moradores com nível superior completo: 55,99%

Porcentagem de postos de trabalho na própria região: 18,77%

No Lago Norte, o fornecimento de energia elétrica pela rede geral, de água e serviço de coleta de lixo está praticamente universalizado na quase totalidade dos domicílios, cujo número estimado é de 12.161. Quanto ao nível de escolaridade, a população concentra-se na categoria dos que têm superior completo, incluindo especialização, mestrado e doutorado, com 55,99%, seguido pelo fundamental incompleto, 13,96%. Os que possuem nível médio completo: 10,84%. Analfabetos na região representam 0,32%. Quanto à ocupação remunerada, o setor que mais se destacou na cidade foi a Administração Pública, 34,15%, seguidos pelo Comércio, 20,56% e Comunicação e Informação, 10,07%. Do contingente de trabalhadores, segundo a posição na ocupação, predominam os empregados: 46,12%. Em seguida, encontra-se a categoria de Serviço Público e Militar que representa 23,27%, e autônomo, com 17,82%. A renda domiciliar média apurada foi da ordem de R$ 12.598,00, o que corresponde a 14,32 Salários Mínimos (SM), e a renda per capita foi de R$ 4.736,75 (5,38 SM).

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HISTÓRICO DO LOCAL ESCOLHIDO

1992

2002

O Plano de Ordenamento e Estruturação Turística de Brasília, denominado Projeto Orla Livre, iniciado em 1992, definiu polos de atividades voltadas para a integração urbana, junto à orla do Lago Paranoá, dentre eles, o Polo 1 – equivalente a área de estudo.

2009

2014

2018

Em dezembro de 2017 foi realizado o concurso para o Masterplan da Orla do Lago Paranoá, promovido pela secretaria de Gestão do Território e Habitação do DF – SEGETH. Dentre as áreas de projeto, destaca-se o Polo 1.

A proposta do Projeto de Urbanismo – URB 058/2009 alterou a área do Projeto do Polo 1 ao deslocar os lotes originalmente dispostos no Parque das Garças para o lado oposto do Pontão do Lago Norte, até então ocupado irregularmente pelo Clube do Congresso.

O Parque das Garças, foi criado pelo Decreto nº23.316 de 25 de Outubro de 2002. Junto ao parque - localizado no Polo 1, foram criados dois lotes dentro dele, destinados ao uso comercial, prestação de serviços, institucional e industrial.

2017

Após atendimento às exigências e sugestões desta Secretaria, o projeto de urbanismo, constituído de URB 058/09, MDE 058/09 e NGB 058/09, foi entregue, em sua versão final, em janeiro de 2014.

Publicada em outubro de 2018 a revisão do projeto urbanístico do Polo 1 feita pela equipe vencedora junto à SEGETH, SEMOB e IBRAM.

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1975

30

1997

2004

2008


2010

2012

2016

2019

Evolução da ocupação urbana no terreno. Geoportal e Google Earth.

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O PROJETO ORLA LIVRE

O Projeto Orla Livre, projeto estratégico do Governo de Brasília, visa resgatar e recuperar espaços públicos localizados junto à orla do Lago Paranoá, conciliando o uso da população com o equilíbrio ecológico, concorrendo para um processo de ocupação sustentável do território (Termo de Referência – Masterplan – Concurso Orla Livre, 2017). A construção de uma nova paisagem, pela introdução de espécies nativas do bioma Cerrado, associada a ações de recuperação de áreas degradadas, ao aproveitamento de equipamentos e de infraestruturas já instaladas, à melhoria dos acessos, instalação de novas atividades de lazer, culturais, esportivas, turísticas e náuticas, irá viabilizar a apropriação social desse espaço privilegiado junto ao espelho d’água do Lago Paranoá, com um projeto que dará ênfase à estética da paisagem, aliada ao enfoque ambiental (Termo de Referência – Masterplan – Concurso Orla Livre, 2017). A primeira versão do Plano de Ordenamento e Estruturação Turística de Brasília, denominado Projeto Orla (1992-1998) – elaborado pela TCI Planejamento, Projeto e Consultoria Internacional Ltda. e contratado pelo GDF/DETUR e EMBRATUR, em 1992, com acompanhamento de diversos órgãos governamentais – propunha, numa primeira etapa, a definição de polos de atividades voltadas para a integração urbana, junto à orla do Lago Paranoá, resgatando-o à população de Brasília e ao turista em geral, promovendo o desenvolvimento social e econômico da cidade, juntamente com a recuperação e a preservação do meio ambiente. A proposta foi desenvolvida tendo como meta incentivar a iniciativa privada a assumir a responsabilidade pelos principais investimentos que viabilizassem sua implantação (Termo de Referência – Masterplan – Concurso Orla Livre, 2017). O Projeto Orla de 1992, previa a implantação de 10 polos de atividades. Atualizado em 1995, passou a ser composto por 11 polos e um calçadão, denominado alameda, que os interligaria. Nesses polos, estariam localizadas diversas atividades, que iriam de culturais, passando pelo comércio e pelo lazer. Em cada polo, seria

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permitido o máximo possível de atividades complementares, possibilitando maior dinâmica e variedade na sua utilização, que poderia ser diurna e noturna. Quatro sistemas de circulação ligariam os polos. A própria alameda para pedestres, uma ciclovia, um veículo de baixa velocidade circulando paralelamente ao calçadão e, para os polos à beira do lago, marinas públicas e pequenos atracadouros. O Polo 1, objeto de estudo deste trabalho, localizado na ponta da Península Norte, é área carente de infraestrutura e atividades (Termo de Referência – Masterplan – Concurso Orla Livre, 2017). Trata-se, de uma área de 162.573,07m² localizada na Região Administrativa do Lago Norte RA XVII, tendo como limites norte o Clube do Congresso e a QL 15, e nas outras direções o Lago Paranoá. Seu acesso é feito a partir da EPPN. Constitui o único trecho de área destinado a parcelamento do solo em toda a orla. Destina-se à criação de unidade Imobiliária para o Parque Ecológico das Garças, atendendo ao Decreto 23.316/2002, além da criação de 5 lotes comerciais, bem como de áreas de estacionamento e de áreas livres que devem se integrar ao parque. A ideia era que o Projeto Orla pudesse aproximar a cidade e a população do Lago Paranoá e, para consolidar sua vocação turística e de lazer extremamente atrativas, o projeto procurou identificar nos locais de interesse as particularidades a serem ressaltadas, criando espaços diferenciados, ricos e complementares entre si. São princípios e elementos que regem o Plano de Uso e Ocupação da Orla e devem estar presentes em toda a orla: • Integração de toda a orla dos Lagos Sul e Norte (SHIS, SHIN) a partir de trilhas para pedestres e ciclistas, com 4m de largura, articulada à rede geral do DF (cicloviária e de calçadas) e através de deques sobre a lâmina d’água, quando o terreno não permitir a continuidade da trilha por terra, respeitadas as áreas úmidas, os Planos de Manejo das Unidades de Conservação e os lotes escriturados, localizados ao longo da orla;

• Assegurar o uso pela comunidade com a implantação de, no mínimo, mobiliário urbano (lixeiras, sanitários, quiosques, bancos), estações de bicicletas de aluguel e iluminação pública da trilha; • Qualificação paisagística através de revegetação da orla com espécies nativas do Cerrado, pautada na estética da paisagem e na recuperação ambiental – APP ou ZPVS; ZCVS e ZOC –, valorizando a vocação do espelho d’água como atrativo da vida urbana, explorando a beleza e a amenidade do ambiente; • Assegurar, além da APP de 30m, faixa de 20m livre de construção a partir do limites dos lotes registrados junto à orla do Lago Sul e do Lago Norte (SHIS e SHIN), onde for possível; • Preservação da horizontalidade da paisagem além da manutenção da escala bucólica de Brasília; Dos principais objetivos do Projeto Orla, destacam-se: • Implantação de mirantes ao redor do lago, valorizando e explorando as belezas dos seus cenários paisagísticos; • Implantação de circuito gastronômico, incluindo restaurantes panorâmicos, para ampliar as possibilidades de uso por parte da população local e dos turistas; • Implantação efetiva dos parques ecológicos e de uso múltiplo, localizados na orla como alternativa de recreação, lazer e turismo ecológico; • Implantação de terminais turísticos para passeios em embarcações que ofereçam serviços, conforto e segurança para os seus usuários;


Polos do Projeto Orla de 1992-1995. Termo de ReferĂŞncia - Masterplan - Concurso Orla Livre, 2017.


PARCELAMENTO URBANO POLO 1

O projeto do Polo 1, consubstanciado pela planta URB 142/96, foi elaborado em prosseguimento a revitalização da orla do Lago Paranoá, tendo como objetivo dar tratamento urbanístico à área com a finalidade de incrementar o local com equipamentos de lazer, cultura e comércio. O Parque das Garças, localizado no extremo da península na QI 16 no Pontão do Lago Norte, foi criado pelo Decreto nº 23.316 de 25 de Outubro de 2002. A Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal (LUOS), complementando os princípios estabelecidos pelo PDOT e de acordo com a Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação (SEGETH) previu dois lotes dentro da área do Parque das Garças. Um deles, classificado como “CSII1”, destinado ao uso comercial, prestação de serviços, institucional e industrial; o outro, classificado como “INST”, destinado a uso institucional. Na área adjacente ao Parque das Garças, há um lote destinado para templo religioso, criado no projeto SHIN PR 7/1, que não foi licitado, e áreas públicas previstas no projeto SHIN PR165/1, onde até 2017 ocorreu instalações irregulares do Clube do Congresso. Considerando que a área prevista para constituição dos dois lotes supracitados localiza-se na Subzona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS) do Zoneamento da APA do Lago Paranoá (Parque das Garças), em 2009 foi feito uma proposição de readequação do projeto urbanístico da área em Questão. A proposta do Projeto de Urbanismo – URB 058/2009 alterou a área do Projeto do Polo 1 ao deslocar os lotes originalmente dispostos no Parque das Garças para o lado oposto do Pontão do Lago Norte, até então ocupado irregularmente pelo Clube do Congresso. A proposta de projeto de parcelamento referente ao Parque Ecológico das Garças e alteração do Polo 1 do Projeto Orla – Pontão do Lago Norte foi encaminhada à então Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SEDUMA pela TERRACAP, em maio de 2010, em sua primeira versão. Após atendimento às exigências e sugestões desta

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Secretaria, o projeto de urbanismo, constituído de URB 058/09, MDE 058/09 e NGB 058/09, foi entregue, em sua versão final, em janeiro de 2014. O projeto de parcelamento urbano para trecho identificado nos croquis, visa a criação de 5 lotes para comércio e serviços, como compensação à TERRACAP, pela desconstituição dos lotes 1 e 2 do Polo 1, no SHIN Trecho 15, com áreas de 17.421,70m² e 9.906,49m² respectivamente, conforme URBMDE 142/96, em razão da criação do Parque Ecológico das Garças pelo Dec. 23.316/2002, em área coincidente com o Polo 1. Desconstitui, também, o lote igreja, no SHIN Trecho 16, de 2.500m² (PR 7/1). A afetação dos três lotes perfaz uma área total de 29.828,19m². O projeto tem ainda como objetivo definir a poligonal da unidade imobiliária para o Parque. A proposta inclui a criação de cinco unidades imobiliárias de 1.260m² cada, totalizando 6.300m², destinadas aos usos comercial de bens e prestação de serviços e institucional, distribuídas em meio ao espaço público aberto, pensado como local para encontro. O projeto de paisagismo, a ser desenvolvido para a área, deverá tratar esse espaço público de modo a constituir espaços destinados à contemplação, praças, atividades esportivas, playgrounds, decks, áreas para shows e eventos artísticos-culturais e feiras temporárias. Na nova situação, a porção correspondente à área pública (SHIN PR 165/1) e lote de Igreja (SHIN 7/1) foi reservada à relocação do Polo 1 do Projeto Orla. Na tabela a seguir estão apresentados, de modo resumido, a NGB das unidades imobiliárias propostas: A proposta do Pier Gastronômico descrita no presente trabalho será feita com base nos Lotes das Áreas Especiais - AE 1, 2, 3, 4 e 5, destinados aos usos comerciais e coletivo ou institucional, totalizando uma área de 6.300m² (projeto aprovado pelo CONPLAN, lotes não registrados).

Projeto Orla-Polo 01 e Parque Ecológico das Garças. Fonte: URB 058/09.

Área da poligonal da URB-MDE 124/2018 Área do parcelamento

162.573,07 m² 54.106,88 m²

Área do Parque Ecológico das Garças

108.466,19 m²

Área total afetada (lotes desconstituídos) Área total desafetada (lotes criados)

29.828,19 m² 6.300 m²


UNIDADE

ÁREA (m²)

USOS ADMITIDOS

TAXA DE

TAXA DE

ALTURA

OCUPAÇÃO

CONSTRUÇÃO

MÁXIMA

80%

160%

8,5m

_

_

_

Institucional - entidades recreativas, culturais e Áreas Especiais

1.260,00 cada

1, 2, 3, 4, 5

6.300,00 total

desportivas; Comercial de Bens e Serviços comércio varejista, serviços de agências de viagens, serviços de alimentaçao, intermediação financeira e serviços pessoais

Parque Ecológico

108.466,19

Unidade de Conservação

Área Pública

47.806,88

_

TOTAL

162.573,07

Projeto Orla – Polo 1 – Pontão do Lago Norte. URB 142/96.

Projeto proposto – Deslocamento dos lotes para o terreno adjacente ao Parque das Garças. URB 058/09.

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MASTERPLAN ORLA DO LAGO PARANOÁ

O Plano Urbanístico de Uso e Ocupação da Orla do Lago ParanoáMasterplan, parte integrante do Projeto ORLA LIVRE, resulta do Concurso Público 001/2017 lançado pela Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação do Distrito Federal – SEGETH, em 15 de dezembro de 2017. O concurso tem o objetivo de tornar o Lago Paranoá um ponto de encontro mais acessível, organizado e com diversas opções de lazer, além de pensar em oportunidades de negócios pontuais que fomentem a economia. As sugestões dos brasilienses, por meio de enquete e consulta pública do Plano Orla Livre, foram consideradas na elaboração do edital. Os concorrentes deveriam elaborar projetos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos que indicassem usos, atividades e a configuração do espaço à margem do lago. O projeto que sugere o melhor uso de 38 dos 109 quilômetros de perímetro do Lago Paranoá foi escolhido por uma comissão composta por sete titulares e três suplentes com alto grau de conhecimento nas áreas exigidas pela competição. A proposta vencedora foi elaborada pelo escritório de arquitetura paranaense Estúdio 41 Arquitetura e definiu diretrizes urbanísticas e projetuais para a área em questão. O projeto unificou os lotes das áreas Especiais 1,2,3,4 e 5 em um único edifício com geometria linear, rente ao Lago Paranoá. Integrante da comissão julgadora do concurso, o arquiteto de Brasília Paulo Henrique Paranhos destacou que a proposta vencedora dá os caminhos que devem ser seguidos para a ocupação da orla. “É uma proposta que atende plenamente a expectativa de um masterplan para a orla do Lago Paranoá”, pontuou Paranhos.

“O Parque Ecológico das Garças é extensivamente utilizado pela população do Lago Norte. Seus espaços de escala paisagística típica da savana permitem visuais abertas também para as margens opostas do Paranoá, especialmente para a área da península que abriga o Palácio da Alvorada. Nessa extremidade da península, são preservadas as possibilidades de uso já existentes como as áreas de praia (1) e espaços para prática de kitesurf e futebol (2). Para dar suporte a essas atividades propõe-se a implantação de pavilhão de serviços com bares, lanchonetes, vestiários e sanitários (3). Na porção norte, uma via de serviços organiza e conecta os acessos de veículos aos estacionamentos (4), além de servir como acesso de carga e descarga aos serviços oferecidos. Na área a oeste são estabelecidos cinco lotes destinados ao uso comercial (5) – sugere-se atividades como restaurantes e bares – totalizando uma área parcelada de 6300 m2 conforme solicitação do edital. O principal elemento de articulação formal e identidade visual da península é um passeio constituído de duas vias que se conectam em dois pontos: na praça de chegada (6) – ao norte – e num deck sobre a água (7) – ao sul. O retângulo formado por esses elementos torna-se assim um novo articulador espacial do Parque Ecológico das Garças, setorizando atividades e organizando fluxos de acesso e permanência. Seguindo pela orla na direção norte temos na sequência: áreas esportivas (8), quiosque para piquenique e churrasqueiras (9). Na altura da SHIN QI 14 temos uma nova área de lazer com quadras poliesportivas (10) e uma área de comércio e serviços onde sugere-se a implantação de restaurante, sanitários e vestiários (11). Nesse trecho um deque de madeira avança sobre a água para permitir continuidade nos percursos peatonais além da possibilidade de acesso pela água (12). A intenção também é que desse elemento construído sejam possíveis visuais para locais como: Hospital Sarah Kubitschek, Ilha do Retiro e Prainha do Lago Norte. O acesso à orla nesse trecho é realizado a partir da Estrada Parque Península Norte (EPPN) onde desenha-se uma praça com paraciclos e equipamentos públicos (13). Na continuidade noroeste dessa área temos o sistema de ciclovia/passeio que conecta à área adjacente ao Hospital Sarah Kubitschek. Ao longo dessa linha sugere-se a ampliação da largura de passeio de forma a qualificar também os espaços públicos de acesso ao edifício (14). Chegando ao chamado Ponto de Interesse de Atração Norte temos uma praça (6) que aproveita a cota elevada da topografia em relação ao lago para gerar visuais sobre os componentes paisagísticos da região. O relevo desse trecho permite também visualizar adequadamente a prática de esportes que ocorrem nas elevações mais baixas: natação, cross triathlon e moutainboard (15), já existentes na região. No centro desse trecho a principal diretriz é a preservação dos remanescentes de cerrado (16), conjugada com a prática de esportes de baixo impacto. Junto à linha d’água, preservando a vegetação ciliar, propõe-se a implantação de deques que conformem uma área de treinamento para cross triathlon. É constituído de piscinas que comportam trechos de natação em águas abertas com 50 metros (17) e com 250 metros (18) de forma a permitir diferentes tipos de prática esportiva. Além disso esses espaços servem como área balneárias de lazer da população em geral, nos momentos em que os treinos não estejam acontecendo.” (Estúdio 41)

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A proposta vencedora elaborada pelo escritório de arquitetura paranaense Estúdio 41 foi revisada em outubro de 2018 junto à SEGETH, SEMOB e IBRAM e o projeto final segue na imagem à esquerda. O projeto urbanístico elaborado para o Masterplan da Orla do Lago da Área 3 (correspondente ao Polo 1), servirá como base para a elaboração do projeto da Nova Quituart. Importante ressaltar que a área de estudo da proposta em questão, compreende somente a porção esquerda da Área 3. Para isso, o deck foi utilizado como elemento divisor para o cercamento do terreno de estudo.

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Rediscutindo a Escala Bucólica O plano original de Lúcio Costa propunha de forma idealizada quatro grandes escalas de planejamento já bastante conhecidas: a monumental, a residencial, a gregária e a bucólica. Das quatro, percebe-se que a escala bucólica teve o desenho mais indefinido nos primeiros esboços do planejamento original. No plano piloto seria a escala bucólica aquela das praças, jardins, parques e da orla do Paranoá, acontecendo no interstício das demais escalas. De fato, a ideia tinha um potencial para configurar um sistema urbano de espaços livres rico e que contribuísse na construção da imagem da cidade. No entanto, com o crescimento das áreas residenciais no Lago Sul e no Lago Norte e a implantação dos clubes e áreas de comércio e serviços, a margem do lago não conseguiu realizar de forma consistente a desejada escala bucólica. Surgiram descontinuidades, rupturas, compartimentações e o percurso fruitivo de orla foi sendo interrompido ao longo dos anos. Ou seja, as áreas bucólicas aos poucos não se estruturaram de maneira que permitissem o deleite, o descanso e o devaneio como previa o plano original.

Retomando o Espaço Público A presente proposta de Masterplan tem uma significação fundamental dentro desse contexto: retomar os espaços públicos para oferecer aos cidadãos em geral a possibilidade de usufruir de seu lago, de suas paisagens, enfim, da escala bucólica. Não necessariamente uma escala bucólica com as mesmas características defendidas no plano original e sim um local de encontro e fruição da vida ao ar livre. De fato, os espaços livres da Orla do Paranoá carecem hoje de desenho e de usos que garantam vitalidade urbana. De certa forma, esses usos têm potencial para construir espaços gregários de uma forma distinta daquela prevista no plano original: espaços de encontro para atividades esportivas, culturais, educacionais e de serviços. Lugares de comtemplar e usufruir das paisagens e da qualidade de vida ao ar livre. Para isso, no entanto, o primeiro passo seria a retomada das áreas cercadas que deveriam ser, tão logo seja possível, transformadas em espaços públicos.

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DIAGNÓSTICO DO LOCAL


Mapa viรกrio Distrito Federal.

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USO E OCUPAÇÃO

Cerca de 2 anos atrás, o local de intervenção do presente trabalho encontrava-se ocupado irregularmente pelo Clube do Congresso. A proposta do projeto do complexo gastronômico visa a restituição da área pública e estabelecimento do polo gastronômico e cultural – proposta condizente com o uso sugerido pelo Termo de Referencia do Concurso para Masterplan da Orla do Lago Paranoá. Destaca-se, o Decreto nº 37.860, de 16 de dezembro de 2016, que institui o Plano Orla Livre, no âmbito da Administração Pública do Distrito Federal e dá outras providências, destinado o apoiar projetos de recuperação ambiental da orla do Lago Paranoá e torná-lo acessível aos cidadãos de Brasília e aos turistas, alavancando o desenvolvimento sustentável de suas potencialidades sociais, culturais e econômicas, com respeito aos serviços ecossistêmicos, à fauna, à flora, aos recursos hídricos e ao bem-estar das populações envolvidas. CONSULTAS AO INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL-IPHAN-DF: A Portaria 68/2012-IPHAN-DF, que dispõe sobre a delimitação e diretrizes para a área de entorno do Conjunto Urbanístico de Brasília, estabelece que: Art. 52 o Setor de Entorno 05 - Ocupação Controlada II, abrange a APA Gama Cabeça de Veado, Jardim Botânico, Fazenda Água Limpa (UnB), Reserva Ecológica do IBGE, Lago Sul e Lago Norte. Trecho 1 do Setor de Mansões Park Way e Regiões Administrativas do Taquari e do Paranoá. § 1 º Nas áreas urbanizadas deverá ser submetido ao IPHAN qualquer projeto que ultrapasse o limite de 9 (nove) metros de altura, contados a partir da cota de soleira do lote definida pela administração distrital. O projeto URB 124/2018, está inscrito em área urbanizada do Lago Norte. A altura das edificações, conforme NGB 124/2018, é de 8,5m. Não estão incluídas caixas d’água, casas de máquinas e similares, que podem atingir 2,5m, acima da altura máxima, o projeto, portanto, deve ser submetido ao IPHAN-DF.

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ZONEAMENTO DA APA

A área de projeto está inserida na APA do Lago Paranoá. Segundo o Zoneamento Ambiental da APA, o trecho oeste na Subzona de Ocupação Consolidada do Lago - ZOCL, o trecho leste (Parque das Garças) na Subzona de Conservação da Vida Silvestre - ZCVS e a APP - faixa de 30m paralela à linha d’água, correspondente à Subzona de Preservação da Vida SilvestreZPVS. As diretrizes previstas pelo Zoneamento são as seguintes: Na Subzona de Preservação da Vida Silvestre - ZPVS devem ser assegurados usos compatíveis com a preservação da biodiversidade dos ecossistemas naturais existentes e as seguintes diretrizes específicas de uso: (i) área prioritária para compensação ambiental, compensação florestal e reflorestamento com espécies nativas; (ii) incentivo à recuperação das áreas degradadas, por meio de parcerias entre a população e os órgãos ambientais competentes; (iii) recuperação de solos expostos por meio do plantio de espécies nativas. Na Subzona de Conservação da Vida Silvestre - ZCVS, são admitidos usos moderados e sustentáveis da biota, regulados de modo a assegurar a conservação dos ecossistemas naturais, segundo as seguintes diretrizes específicas: (i) quaisquer atividades que modifiquem o meio natural ficam condicionadas ao licenciamento ambiental pelo órgão competente; (ii) incentivo à implantação de infraestrutura básica para o turismo ecológico, educação ambiental e pesquisa, com a devida anuência dos órgãos ambientais competentes; (iii) Implantação, nos parques de uso múltiplo, de infraestrutura para o desenvolvimento de atividades recreativas, culturais, esportivas, educacionais e artísticas; (iv) recuperação das áreas por meio do plantio de espécies nativas. A Subzona de Ocupação Consolidada do Lago-ZOCL tem as seguintes diretrizes específicas de uso: (i) atividades e empreendimentos nessa Subzona devem favorecer a recarga natural e artificial de aqüíferos; (ii) resgate e recuperação ambiental da orla do Lago Paranoá, quando pública; (iii) disciplinamento do uso e ocupação privados das áreas públicas; (iv) desenvolvimento de atividades de lazer e turismo na orla do Lago Paranoá.

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HIERARQUIA VIÁRIA E ACESSOS

O principal acesso ao local se dá através da via EPPN. Além de um pequeno estacionamento público, há um ponto de ônibus logo na entrada do local, porém não há abrigo, fazendo com que as pessoas tenham que aguardar o ônibus sem qualquer tipo de proteção. Na RA do Lago Norte circulam atualmente 12 linhas de ônibus, porém somente 3 linhas possuem origem de embarque no Plano Piloto (ponto central do DF). No Lago Norte as ciclofaixas estão localizadas nas vias principais e seguem a mesma lógica de circulação do atual transporte público coletivo. Há também ciclovias circundando a orla norte do Lago, porém não possuem continuidade e só estão pavimentadas até a altura da quadra QL 4/1. A opção para esta situação seria a proposta do circuito orla livre, no qual consiste em manter a continuidade dessa ciclovia pela orla onde for possível até o final da península norte, correspondente ao terreno de estudo, com pequenos desvios nas áreas privadas como o Clube do Congresso e o Hospital da Rede Sarah. Em conjunto a essa ciclovia propõe-se um passeio para que pedestres e ciclistas possam conviver juntos e desfrutar de um percurso nas margens do Lago Paranoá. Os dois trajetos estariam localizados dentro da faixa de 30 metros até a margem e integrariam a área de projeto tanto pelas vias principais onde estão localizadas as ciclofaixas, como pela própria orla. Outra possibilidade de acesso ao local se faz via marítima, uma vez em que o mesmo possui grande potencial agregador da região norte do Lago Paranoá além de ser um local propicio para a implementaçao de um píer e atracadouro.

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CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Por ser um local aberto sem edificações ao redor, o projeto deverá considerar dispositivos de proteção solar e de entrada de ventilação natural, além de implantação de acordo com a topografia local, visando o mínimo impacto ambiental. Quanto a poluição sonora, apesar de o complexo estar próximo à zona residencial, a vegetação local assegura a contenção de sons, portanto as casas estarão resguardadas de quaisquer ruídos. Por ser um local de beleza natural exuberante, o projeto deverá garantir o aproveitamento visual da paisagem. Segundo os mapas de sensibilidade ambiental do diagnóstico do Zoneamento Ecológico Econômico, a área possui muito baixa sensibilidade à redução de recarga de aqüíferos, média sensibilidade do solo a erosão, sua geomorfologia é considerada um plano intermediário.

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EQUIPAMENTOS EXISTENTES

O Clube do Congresso ocupou a área de forma irregular por mais de 10 anos. Embora a área já tenha sido desocupada, há nela alguns resquícios dessa ocupação como campo de futebol, arquibancada, estacionamentos, etc. Mesmo que o local já tenha sido desocupado pelo Clube do Congresso há 2 anos atrás, as pessoas que frequentam o parque das garças tem receio de ir ao terreno ao lado pois os equipamentos locais dão a sensação de que o local é uma área privada, principalmente devido à barreira constituída pelo estacionamento de motohomes e pelo estacionamento que divide o local do Parque das Garças.

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VISUAIS

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LEGISLAÇÃO RELATIVA AO PROJETO Destaca-se, incialmente, o Decreto 37.860, de 16 de dezembro de 2016, que institui o Plano Orla Livre, no âmbito da Administração Pública do Distrito Federal e dá outras providências, destinado o apoiar projetos de recuperação ambiental da orla do Lago Paranoá e torná-lo acessível aos cidadãos de Brasília e aos turistas, alavancando o desenvolvimento sustentável de suas potencialidades sociais, culturais e econômicas, com respeito aos serviços ecossistêmicos, à fauna, à flora, aos recursos hídricos e ao bem-estar das populações envolvidas. • Lei n º 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e Lei n º 9.785, de 29 de janeiro de 1999, que altera a Lei n º 6.766; • Lei n º 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana. • Lei n º 12.587, de 3 de janeiro de 2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana que em seu art. 6 º define a prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado. • Lei n º 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. • Decreto n º 5.296, de 2 de dezembro de 2004, que regulamenta a Lei n º 10.098, de 19.12.2000. • Portaria n º 68, de 15 de fevereiro de 2012-IPHAN-DF, que dispõe sobre a delimitação e diretrizes para a área de entorno do Conjunto Urbanístico de Brasília, sede da capital da República Federativa do Brasil, situado no Distrito Federal, bem como objeto de tombamento federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. • ABNT - NBR 12255, de dezembro de 1990 - Passeios públicos. • ABNT - NBR 9050, de 11.09.2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. • ABNT - NBR 16537, de 27 de junho de 2016 - Acessibilidade Sinalização tátil no piso Diretrizes para elaboração de projetos e instalação.

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Foto aĂŠrea tirada com drone. Base concurso - Masterplan - Concurso Orla Livre, 2017.


Foto aĂŠrea tirada com drone. Base concurso - Masterplan - Concurso Orla Livre, 2017.


PLANO DE MANEJO O Plano de Manejo da APA do Lago Paranoá, que complementa o disposto no Zoneamento, no que se refere ao desenvolvimento e incremento das atividades turísticas e de lazer em seu território, estabelece o Subprograma de Desenvolvimento e Fomento das Áreas de Interesse Turístico e de Lazer, cujas maiores potencialidades estão relacionadas ao uso do espelho d’água para a prática de esportes, lazer e recreação, em função da sua beleza e paisagem. Dos principais objetivos e ações deste subprograma, que se aplicam a este projeto, destacam-se: • Propor novos projetos de lazer na forma de parques urbanos nas futuras ocupações e incentivar o desenvolvimento de atividades no Lago Paranoá, inclusive com incremento na utilização do espelho d’água como atrativo turístico; • Qualificar os espaços públicos, dotando-os de Infraestrutura para a prática de esportes, recreação e lazer com, no mínimo, via de acesso com estacionamento, abrigo para passageiros de ônibus, telefone público, iluminação pública, lixeiras, rampa para embarcações, bancos para repouso e, com a responsabilidade pela manutenção da área, quiosque de apoio; • Identificar e dar tratamento paisagístico às áreas públicas da orla, com a finalidade de potencializar a vocação do espelho d’água como atrativo para a vivência, explorando a beleza e a amenidade do ambiente e revitalizar as ciclovias existentes, integrando-as à malha viária do Lago Sul e do Lago Norte, com a definição de faixas de rolamento e sinalização adequadas; • Implantar efetivamente os parques ecológicos e de uso múltiplo, localizados na orla como alternativa de recreação, lazer e turismo ecológico além de mirantes ao redor do lago, valorizando e explorando as belezas dos seus cenários paisagísticos; • Implantar circuito gastronômico, incluindo restaurantes panorâmicos, para ampliar as possibilidades de uso da população local e dos turistas; O trecho oeste da área de projeto foi ocupado pelo Clube do Congresso de forma irregular, por muitos anos, atualmente retomado ao uso público. Ali foram instalados campo de futebol, área de banho junto ao lago e guarita de acesso do clube, assim como trilhas e via em asfalto, estacionamentos com arborização e pequenas estruturas de apoio. O trecho leste, destinado ao Parque das Graças, proporciona usufruto público. Esta área é usada hoje para passeios, banho e prática de kite surf, além do uso contemplativo. É cruzada por trilhas em terra batida e vegetação esparsa, com grupo mais denso de árvores no limite norte da poligonal.

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REFERÊNCIAS DE PROJETO


01. BOXPARK SEDE DE CROYDON

Boxes de restaurantes e lojas dispostos lado a lado

O BOXPARK surgiu em 2011 em Londres, com a intenção de unir o conceito de comida de rua e marcas locais e globais, lado a lado, criando um destino inédito de compras, lazer e gastronomia. Se trata de um aglomerado de lojas, bares e restaurantes temporários, voltados para um publico jovem que busca novas opções de entretenimento. O uso de contêineres marítimos, permitiu alugueis acessíveis para novos empreendimentos além de atrair novos olhares. Hoje, o BOXPARK é uma referencia mundial desse segmento comercial. A sede de Croydon, conta com uma estrutura semi fechada, em que os empreendimentos cercam uma praça central, delimitando o espaço e marcando os múltiplos acessos e níveis.

Funcionamento com múltiplas atividades em horários variados

Boxes de restaurantes e lojas Espaço compartilhado por todos os boxes Áreas de serviços Hall de entrada

BOXPARK https://www.boxpark.co.uk/about/

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Grande praça central, comum a todos os boxes


02. VILA BUTANTAN

Praça central voltada para o convívio social e realização de shows

A Vila Butantan é um centro de convívio de lazer, que aposta na revitalização da cidade. Localizada no Butantã em São Paulo, o empreendimento é formado por contêineres marítimos reciclados, dispostos de uma maneira moderna e convidativa, para que o público se divirta em uma área sustentável e humanizada. Com foco em proporcionar qualidade de vida e bem-estar, a Vila Butantan oferece gastronomia, lojas diversificadas com produtos e serviços exclusivo, foodtrucks, além de eventos para toda a família. Inspirado em exemplos internacionais, o empreendimento tem como objetivo “humanizar a cidade” e oferecer opções de lazer que vão além dos tradicionais shoppings centers. O local é adaptado para acesso de deficientes, é pet friendly, possui bicicletário e serviço de vallet no prédio ao lado.

Layout inclusivo

Preocupação com a sustentabilidade

O espaço conta com uma grande variedade culinária, como, italiana, árabe, libanesa, vegana, mexicana, etc. Dentre as lojas, há estúdio de tatuagem, cabeleireiro, depilação a laser, roupas, papelaria, acessórios, decoração, etc. Eventualmente são realizados eventos que atraem grande número de pessoas.

Vila Butantan http://vilabutantan.com.br/sobre-nos/

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REFERÊNCIAS INDIRETAS

Projeto: Lascaux IV Arquiteto: Snøhetta + Duncan Lewis Localização: Montignac, França Ano: 2017 Aproveitamento das curvas de nível Destacamento da vista privilegiada

Projeto: Residência Cais Arquiteto: SAA arquitectura + territorio Localização: Pichicuy, Chile Ano: 2018

Preservação da permeabilidade do solo Sistema estrutural aparente

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Projeto: Casa de Vidro Arquiteto: Lina Bo Bardi Localização: São Paulo, Brasil Ano: 1951

Leveza Vista 360 graus

Partido Arquitetônico linear Rampas de acesso sobre o talude

Projeto: Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) Arquiteto: Affonso Eduardo Reidy Localização: Rio de Janeiro, Brasil Ano: 1947

Cobertura orgânica Eficiência bioclimática

Projeto: Hospital Sarah Kubitschek Salvador Arquiteto: João Filgueiras Lima (Lelé) Localização: Salvador, Brasil Ano: 1994

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Cobertura paramétrica mimetizando o bioma local Integração estrutural do conjunto de colunas - cobertura

Projeto: Hulunbuir Hailar Airport Arquiteto: United Design U10 Atelier Localização: Hailar, China Ano: 2018

Relação forro de madeira e conforto visual Estrutura orgânica

Projeto: Terminal do Aeroporto de Madri-Barajas Arquiteto: Estudio Lamela & Rogers Stirk Harbour + Partners Localização: Madrid, Espanha Ano: 2005

Projeto: Instituto Central de Ciências (ICC) Arquiteto: Oscar Niemeyer Localização: Brasília, Brasil Ano: 1971

Partido Arquitetönico linear Enquadramento de visuais

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Projeto: Biesbosch Museum Island Arquiteto: Studio Marco Vermeulen Localização: Werkendam, Países Baixos Ano: 2015

Natureza co-autora do projeto Arquitetura escultórica

Projeto: Village of Yorkville Park Arquiteto: Martha Schwartz Partners Localização: Toronto, Canada Ano: 1995

Uso de vegetação representante da flora local Resgate de raízes culturais Qualificação paisagística através de revegetação

Projeto: Sede do SEBRAE Arquiteto: gruposp + Luciano Margotto Localização: Brasília, Brasil Ano: 2010

Ponte de acesso sobre talude Permeabilidade visual

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO


PROGRAMA DE NECESSIDADES

ÁREA COMUNITÁRIA

ÁREA DE CIRCULAÇÃO (NÍVEL 0)

1 1 3 1 1 2 3 3 3 3

ÁREA DE PERMANENCIA (NÍVEL 0) HALL DOS BANHEIROS (NÍVEL 0) ÁREA DE CIRCULAÇÃO (NÍVEL 4) ÁREA DE PERMANENCIA (NÍVEL 4) CIRCULAÇÃO VERTICAL (4 ESCADAS) CIRCULAÇÃO VERTICAL (PLATAFORMAS) SANITÁRIO FEMININO (NÍVEL 4) SANITÁRIO MASCULINO (NÍVEL 4) SANITÁRIO FEMININO (NÍVEL 0) SANITÁRIO MASCULINO (NÍVEL 0)

O programa de necessidades foi elaborado com base na demanda da Quituart e nos estudos de caso analisados. A divisão do projeto em áreas serviu de base para o programa. Na área comunitária estão os espaços responsáveis por promover a conexão com o entorno,além de oferecer lazer, cultura e toda a infraestrutura de banheiros, mesas e cadeiras a ser compartilhada pelos restaurantes. A área comercial compreende os restaurantes, estruturados em boxes. Por fim, temos a área administrativa e a área de serviços, que compreendem os ambientes que darão apoio e suporte ao complexo.

ÁREA DE SERVIÇOS

ÁREA COMERCIAL

TOTAL:

ÁREA ADMINISTRATIVA EXTERNOS 64

1663 846 27 2194 733 886 22 48 48 48 48

6563

BOXES RESTAURANTES (NÍVEL 4)

23

16

368

BOXES RESTAURANTES (NÍVEL 0)

33

16

528

TOTAL:

896

GARAGEM

1

1170

1170

CARGA E DESCARGA ( DUAS VAGAS)

-

45

45

DOCA

1

191

191

ALMOXARIFADO

1

105

105

DEPÓSITO DE LIXO

1

17

17

SUBESTAÇÃO

1

17

17

GERADOR

1

17

17

D.M.L

1

17

17

CIRCULAÇÃO

1

353

353

TOTAL:

TOTAL GERAL:

1663 846 9 2194 733 886 11 16 16 16 16

1932

HALL DE ENTRADA

1

17

17

ADMINISTRAÇÃO

1

170

170

SALA DE REUNIÕES

1

38

38

VESTIÁRIOS FUNCIONÁRIOS

2

51

102

W.C. FUNCIONÁRIOS

2

10

20

SALA FUNCIONÁRIOS

1

35

35

COPA FUNCIONÁRIOS

1

17

17

TOTAL:

399

CASA DE GÁS

1

8

8

BIBICLETÁRIO

1

11

11

ESTACIONAMENTO EXTERNO

1

3710

3710

TOTAL:

3729 13519


DIRETRIZES PROJETUAIS

Diretrizes para Área Urbana Conservar a vegetação local e promover a recuperação de áreas degradadas e a sua revegetação, com espécies nativas. Estimular o desenvolvimento da educação ambiental e das atividades de recreação e lazer em contato harmônico com a natureza. Criar calçadas com sombreamento e iluminação adequada, proporcionando ao pedestre fluidez e segurança. Implementar estratégias de escoamento e infiltraçao de água no solo.

Diretrizes para Mobilidade Atualmente, o lago vem sendo utilizado apenas para a navegação de pequenas embarcações, com a finalidade de esporte e lazer. Entretanto, assim como ocorre em diversas cidades do mundo, como Paris, Amsterdam, Veneza, Rio de Janeiro e tantas outras que têm o privilégio de se localizar às margens de mares, rios ou canais, Brasília – localizada às margens do Lago Paranoá, com os seus braços envolvendo a área urbana – poderia beneficiar-se do transporte hidroviário, como alternativa de transporte público, para lazer e turismo. No caso de Brasília, o transporte hidroviário pode representar uma opção de transporte intermodal, propiciando a apropriação coletiva do lago e gerando alternativa de turismo náutico. Nos últimos anos, diversos restaurantes localizados na orla e diversos restaurantes de clubes náuticos abriram seus píeres no lago e recebem parte de sua clientela vinda de embarcações.

Diretrizes para Área Administrativa Administração cooperativa, ou seja, os cooperados, que no caso são os restaurantes, atuam conjuntamente em prol de interesses comuns. Portanto, é primordial que a gestão do complexo se faça de forma coletiva e harmoniosa visando obter lucratividade e qualidade de serviço. Cabe a Diretoria Geral da cooperativa planejar, coordenar, orientar e controlar todas as atividades administrativas do complexo e serviços terceirizados, de acordo com as deliberações de todo conjunto de cooperados.

Diretrizes para Área Comercial Restaurantes em conformidade com as regras de higiene, funcionalidade, operacionalização e boa climatização e luz além do uso de materiais condizentes com a atividade a ser desempenhada, como: - Piso antiderrapante, lavável, não absorvente e com alta resistência à abrasão (PEI 5), (ANVISA, 2004); cor branca nas paredes (ANVISA, 2004); desnível suficiente para que os líquidos drenem naturalmente em direção às saídas dotadas de ralos sanfonados e grelhas de recolhimento com tela de proteção, (ANVISA 2004); portas lisas e de material não absorvente, (ANVISA 2004); janelas e outras aberturas devem estar na parte superior da parede, gerando o chamado “efeito chaminé”, propiciando a troca de ar com mais facilidade, além de gerar boa iluminação natural de forma bem distribuída, sem gerar sombras e incidência direta de luz (ABERC, 2008).

Diretrizes para Área Comunitária Utilizar artifícios arquitetônicos que favoreçam a circulação de ar e dissipação de calor, em prol de ambientes agradáveis para o público além de criar espaços de lazer que estimulem a interatividade e a sociabilização. Posicionar estrategicamente áreas de permanência e áreas de circulação visando um espaço dinâmico e interativo.

Diretrizes Arquitetônicas Arquitetura que dialoga com a o terreno, tendo a natureza como co-autora do projeto. Ocupação do terreno de forma equilibrada, aproveitando o desnível existente para a criação de mirantes e valorização da flora e da fauna local. Uso das curvas de nível e do perímetro da orla para a determinação do traçado regulador do projeto. Layout integrado, com áreas de lazer voltadas para permanência e para circulação em equilíbrio. Boxes de restaurantes posicionados lado a lado visando a otimização do espaço. Circulações generosas para passagem de grande número de pessoas. Proteção do complexo contra ventos e intempéries. Implantação capaz de valorizar e explorar as vistas do Lago Paranoá e do Parque das Garças. Atenção às normas de acessibilidade referentes à sanitários, vagas especiais, rampas, escadas, etc. Bom desempenho termocústico e lumínico, garantido o bem estar dos visitantes.

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CONEXÃO INTERMODAL HIDROVIÁRIA

Diante da localização privilegiada do terreno estudado e do potencial que ele possui, convém considerar macro propostas que contribuam com o desenvolvimento urbano da cidade de Brasília a partir da valorização do entorno imediato e do entorno não imediato, correspondente à toda orla do Lago Paranoá. Considerando que o acesso ao local escolhido para a nova sede da Quituart é feito somente pela via EPPN e pela ciclovia que a acompanha e diante da intenção de tornar a região mais acessível, evitando-se grandes estacionamentos no local, propõe-se a elaboração de um sistema aquaviário de transporte com a possibilidade de conexões intermodais: bicicleta, ônibus, carro e embarcação. Para que o sistema de transporte aquaviário pudesse ser estabelecido, foi feita uma análise dos principais pontos de lazer disponíveis na orla do Lago Paranoá e partir dela foi possível mapear os pontos voltados para atividades públicas que contam com grande número de visitantes ao longo do dia e os pontos voltados para atividades privadas, com número de visitantes restrito.

Principais pontos de lazer disponíveis na orla do Lago Paranoá, tanto públicos (rosa) quanto privados (roxo)

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Considerando a posição estratégica de cada um dos locais mapeados no Lago Paranoá, número de visitantes, atividades e demanda por um sistema de transporte integrado, foram definidos pontos com potencial para a implementação de estações intermodais. Cada estação intermodal contará no mínimo com: ponto de parada de ônibus, estacionamento, bilheteria, sanitários, vestiários, paraciclos e bicicletários. Conexões entre modais na orla do Lago Paranoá

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PARTIDO ARQUITETÔNICO E IMPLANTAÇÃO

Com o intuito de valorizar a beleza local, possibilitar diversos ângulos de vistas e maior conforto bioclimático, o partido arquitetônico proposto é linear e acompanha o desenho da orla, com ângulos de 45 graus, permitindo várias possibilidades de vista para quem está no local. Ou seja, o terreno foi usado como traçado regulador do projeto e a implantação foi feita visando o aproveitamento máximo de todo o espaço. Foram criados “nós” a cada mudança de direção da linha. Esses nós foram utilizados para estabelecer espaços de respiro no complexo com passagens e jardins, conectando o projeto à natureza do local. Quanto as dimensões da linha, os comprimentos não foram definidos ao acaso. Foi criada uma malha de 6x6 e através dela foi possível estabelecer uma proporção com base na razão áurea ou sequência de Fibonacci. Dessa forma, o espectador pode ter visão de todo o entorno, tanto do Lago Paranoá quanto do Parque das Garças além de ter contato direto com a vegetação do cerrado presente no local. O acesso ao complexo se dá através de passarelas ligadas ao calçadão / pier que segue o mesmo desenho da via arterial que percorre todo o Lago Norte. De acordo com o Código de Edificações do DF, de acordo com a tipologia e com as dimensões do complexo, seriam necessárias 315 vagas de estacionamento para atender o público e os funcionários. Nesse sentido, foi criado um estacionamento ao lado da via e uma garagem no nível 0. Para estimular o uso de transporte público e evitar a construção de grandes estacionamentos (que por sua vez acarretariam a desarborização do local), foi projetada uma parada de ônibus no local para que as pessoas possam aguardá-lo com mais conforto e incentivar a criação de mais rotas de ônibus para o local. Além disso, o pier será um ponto de chegada de transporte público hidroviário.

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N

01

50

00m

N

01

50

00m


N

01

50

00m

N

01

50

00m

N

01

50

00m

69


Para que haja conforto bioclimático dentro do complexo, é preciso permitir que o vento percorra a edificação sem no entanto criar uma situação em que haja vento de forma excessiva, o que poderia gerar desconforto. Supondo-se que fossem colocadas várias árvores na frente do complexo; além de criar uma barreira visual, a entrada do vento predominante leste e do vento secundário nordeste seriam prejudicada.

100%

100%

Portanto o ideal é manter as árvores existentes e posicionar as novas árvores de forma espaçada para equilibrar a situação e direcionar o vento para dentro do complexo. 100%

50% 50%

100%

100%

100%

50% 100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

N

70

01

50

00m

N

01

50

00m


Quanto às condicionantes bioclimáticas, a implantação contribui para que o complexo tenha uma boa circulação de ar e visual do por do sol. - Considerando que o trimestre que mais chove em Brasília é de novembro a janeiro e que a direção dos ventos nessa época é predominantemente noroeste, é necessário proteger essa fachada evitando a entrada de água. - A estação da seca vai de maio a setembro e chega a temperaturas elevadas de superiores a 33 graus. Para atenuar o calor, é necessário favorecer a entrada do vento, que durante esses meses vem predominantemente do Leste.

N

05

0

100m

N

01

50

00m

71


ANÁLISE BIOCLIMÁTICA

De acordo com o SEBRAE, o clima predominante de Brasília, segundo a classificação de Köppen é “tropical de Savana”, com a concentração da precipitação pluviométrica no Verão. A estação chuvosa começa em outubro e termina em abril, representando 84% do total anual. O trimestre mais chuvoso é de novembro a janeiro, sendo dezembro o mês de maior precipitação do ano. A estação seca vai de maio a setembro, sendo que, no trimestre mais seco (junho/julho/agosto), a precipitação representa somente 2% do total anual. Direção dos ventos predominantes: JAN NW

FEV NE

MAR E

ABR E

MAI E

JUN E

JUL E

AGO E

SET E

OUT NE

NOV NW

DEZ NW

A temperatura média anual varia de 18º a 22ºC, sendo os meses de setembro e outubro os mais quentes, com médias superiores a 22ºC. Considera-se o mês de julho o mais frio, com temperaturas médias que variam entre 16º e 18ºC. As temperaturas absolutas mínimas de até 2º C e máximas de 33ºC são registradas, respectivamente, no Inverno e no início do Verão. A umidade relativa do ar cai de valores superiores a 70%, no início da seca, para menos de 20%, no final do período. Coincidindo com o período mais quente, nos meses de agosto e setembro, a umidade pode chegar a 12%, secura típica de deserto. De acordo com esses dados, é possível determinar algumas diretrizes projetuais em relação a facilitação de entrada de ventos e dispositivos de proteção: • Durante a estação chuvosa (de novembro a janeiro) a predominância dos ventos é do quadrante Norte, com variação noroeste e nordeste, no período os ventos mais fortes vêm de noroeste, portanto é necessário proteger essa fachada evitando a entrada de água. • A estação da seca vai de maio a setembro e chega a temperaturas elevadas de superiores a 33 graus. Para atenuar o calor, é necessário favorecer a entrada do vento, que durante esses meses vem predominantemente do leste.

72


73


STORYBOARD

74


75


IMPLANTAÇÃO

VENTO ÚMIDO N

VENTO SECO

E

W

S

76


CLUBE DO CONGRESSO

5400

3000 AFAST m TO 30 AMEN

PROJEÇÃO COBERTURA

3600

LAGOA DE INFILTRAÇÃO

A = 6.300m²

E OJ PR

PARQUE DAS GARÇAS

ÇÃ O R BE CO RA TU

00 90

00 30 TA AS AF EN M TO

3600

m 30

1200

ME NTO

30m

3000

AFASTA

PLANTA BAIXA - IMPLANTAÇÃO 1:1500

77


PAISAGISMO

78


Mapa guia de zoneamento paisagístico

LEGENDA IPÊ BRANCO PAU-FERRO BARBATIMÃO AROEIRA IMBIRUÇU JATOBÁ DO CERRADO PATA DE VACA CICA CALIANDRA BROMÉLIA ODORATA BROMÉLIA IMPERIALIS AGAVE

PLANTA BAIXA - PAISAGISMO 1:1500

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ESTRUTURA

Estrutura compostas por pilares e vigas d MLC e cobertura com telha termoacĂşstica

Estrutura que separa os dois pavimentos composta por sistema de pilares, vigas e laje com nervuras bidirecionais

80


70

777

1200

1100

1000

973

Contraventamento das terças com peças de madeira

1000

Peça de madeira para sustentação da calha e do forro 6 X 10 cm Forro de madeira

Calha de zinco L = 30 cm Calha central visitável de zinco L = 70 cm

1000

Estrutura secundária - terças MLC composta - 3 peças 10 x 35 cm

900

Estrutura primária - par de vigas

1000

1000

Projeçao telhas termoacústicas TR-40 (comprimentos e larguras variados conforme as necessidades do projeto) Largura máxima = 10m Comprimento máximo = 12m

Cobertura translúcida de acrílico

0 90 00 10 00 10 00 10 00 10 00 10 00 10 00 10 00 10 0 60

PLANTA BAIXA - COBERTURA 1:700

81


A nova Quituart nada mais é do que um grande vão, completamente aberto em contato com o terreno. A estrutura passou a ter importância não só funcional, como também estética e bioclimática. A curva da cobertura reflete o desnível criado no terreno e auxilia a circulação de ar dentro do complexo. Os pilares acompanham o desenho da cobertura simbolizando a união, palavra tão presente na história da Quituart. Sob a estrutura, o complexo acontece de forma livre em dois níveis diferentes, dando ao espectador a visão total do Lago Paranoá e do Parque das Garças. A laje que separa os dois pavimentos é uma laje nervurada, permitindo que os pilares ficassem de 9m a 12m de distância uns dos outros, o que contribuiu para a planta livre do complexo, principalmente da garagem visto que assim foi possível acrescentar mais vagas. A estrutura da cobertura é composta por dois pares de pilares. Cada par sustenta um par de vigas. Acima das vigas está a estrutura secundãria, equivalente ao sistema de terças de um telhado convencional e por fim está a cobertura que varia entre opaca (telha termoacústica - TTR-40) e translúcida (telha de acrílico). O paisagismo do local foi projetado a partir de círculos concêntricos e raios. Para isso, foi feito um grid de círculos com o centro no ponto focal do projeto. Em seguida, os círculos foram interrompidos por segmentos imponentes do projeto e, por fim, foram divididas as áreas de determinada tipologia de vegetação ou pavimentação. Um mínimo de declividade do terreno é fundamental para o escoamento da água da chuva; se o declive for muito pequeno o terreno alaga facilmente, se for muito grande a água que o percorre adquire velocidade e produz erosão. Como a declividade é grande e as curvas de nível foram aproximadas umas das outras e concentradas no centro do terreno, criaram-se dois níveis principais (nível 0 e nível 4). Essa configuração topográfica pode gerar um veloz escoamento de água, podendo causar erosão. Para evitar que a água da chuva desça com muita força e velocidade do nível 4 para o nível 0, é necessário que haja mecanismos que facilitem a infiltração da água no solo. Nesse sentido, foi criada uma grande lagoa de infiltração no nível 4 em frente ao complexo, protegendo-o de possíveis alagamentos. Além disso, é possível implementar técnicas que reduzem o escoamento superficial, como o enriquecimento do solo com húmus e a manutenção da manta viva existente, contribuindo com o aumento da porosidade e consequentemente, diminuindo o risco de erosão.

82


83


PLANTA BAIXA NÍVEL 0

Visando enaltecer a beleza do local, criar mirantes e aproveitar o desnível que o terreno oferece, optou-se pela separação do programa de necessidades em dois pavimentos independentes, porém interligados pelos acessos e pela estrutura. Com a intenção de valorizar os boxes igualmente, foram definidos dois eixos destinados à área comercial. Cada um dos eixos está em um nível e a frente dos boxes está voltada para a direção oeste e sudoeste, fachadas com as vistas de maior destaque visual. Os boxes serão posicionados lado a lado estabelecendo uma unidade entre si, separados apenas pelas circulações que ligam o complexo à garagem no nível 0 e ao parque no nível 4. Em frente a eles estaram as áreas de estar com mesas e cadeiras que servirão de apoio à todos os restaurantes. Para otimizar a circulação de pessoas e veículos e diante da necessidade de haver uma área de carga e descarga capaz de suprir a demanda dos 56 boxes, ela foi posicionada no nível 0 equidistante dos extremos do complexo e de fácil acesso a todos os boxes. Foram disponibilizadas duas vagas, uma para veículos de carga leve e outra destinada à veículos utilitários além de uma doca paralela às vagas visando facilitar e agilizar a carga e a descarga dos itens. Diante presença da rampa de acesso que leva os veículos do nível 4 para o nível 0, do espaço ocioso no fundo dos boxes e da necessidade de mais vagas de estacionamento, a área livre atrás dos boxes do nível 0 foi aproveitada para a criação de uma garagem com vagas convencionais para o público e para os funcionários do complexo além da criação de vagas especiais que atendessem idosos e deficientes, totalizando 26 vagas. Posicionadas no nível 0, a área administrativa e a área de serviços têm acesso direto ao estacionamento, onde será feita a carga e descarga de itens e resíduos. Portanto, estão concentradas no nível 0 as áreas destinadas a atender as funções básicas do complexo como vestiários para os funcionários, almoxarifado, carga e descarga, subestação, gerador, deposito de lixo e administração.

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PLANTA BAIXA - NÍVEL 0 - EIXOS 1:500

85

11 12 13

15 16 17 18 19 20 21 22 23

10

10

14

9

9

8

7

7

12

6

6

8

5

5

11

4

4

G

3

F

3

E

2

D

2

C

1

B

1

A

24

13

25

14

D

E

F

G

27

33

26

33

C

25

32

24

32

23

31

B

22

31

21

30

20

30

19

29

A

18

29

17

28

16

28 26

27

15



PLANTA BAIXA - NÍVEL 0 - LAYOUT 1:500

87

PROJEÇÃO LAJE SUPERIOR

PROJEÇÃO COBERTURA

PLATAFORMA

A =16 m²

SANIT. FEM.

A =16 m²

SANIT. MASC.

A =16 m²

GALETERIA

A =16 m²

CREPERIA

A =16 m²

POKE

A =13 m²

VITAMINAS

A =16 m²

EMPADARIA

A =16 m²

VEGETARIANO

A =16 m²

SUSHI

A =16 m²

FRUTOS DO MAR

A =16 m²

MASSAS

A =16 m²

HAMBURGUERIA

P

FO TA LA

A RM

C. AS . M6 m² NIT A =1 SA

NITA =1 SA

ÇÃ

R

CO BE

R

Ô AZ6 m² AMA =1

LA JE

SU PE

A EN DÍG² INA =16 m

JE ÇÃ O

. ST

PR O

RE

CO NI

RT UR A

T. ES

NO TI ES RD6 m² NOA =1

O

T. ES

RAMPA GARAGEM i = 20%

PR OJ E

. EM . F6 m²

VA GA

PA RA L LEL

RIO

R

CA CH A A =16 Ç m² AR IA

R

RE

. ST

=1 91

CA m²

DO

HO ÚC² GA=16 m A

A

RE

. ST

A

EIR IN ² M=16 m

VA UT GA ILIT PA ÁR RAL IO EL S- A3.1 VE 0 ÍCU X 6 .0 LO S 0

NO IA BA6 m² T. A =1 ES

CA EVE - A - V 3 .1 EÍC RG 0 UL A X O E 9.0 S D A D =46 E 0 EC m² SC AR AR GA GA

O

RE

. ST

I

A

=1

NO LIA TA6 m²

RE

S NÊ HI ² . C 6m ST A =1

DE

RE

O LIX² DE 7 m P. A =1

A

=16

ST .

ÁR AB E m²

BE A =1 SU

RE

GE

A

=1

ST

R

RE

. ST

RE

NO DIA² IN=16 m A

. ST

A² OP7 m C A =1

L m² DAM=17

A =31 m²

CIRCULAÇÃO

O TIN EN² RG 6 m . A A =1

DO² RA 7 m

AO ADz ST 7 m

IC EX m² MA =16

DO IFA² AR04 m OXA =1 M L A

PR O

RE

O AN

JE ÇÃ O

LA JE

SU PE

GO RE² . G 6m ST A =1

R

BA LC

ÃO

²

=17

AT E A

R

T. ES

C W

A

VE

. EM . F m² STA =51

C. AS . M6 m² NIT A =1 SA

S

C. AS M=10 m²

E ND ILAm² TAA =16

ND IM EN TO

. M FE0 m²

C. A²S . M0 m ST A =5

C =1 W A

OS

Mm AAD=149

RI NÁ IOm² NC=35 FU A

RIO

LA SA

VE

. EM . F6 m² NITA =1 SA

LA SA

S

A =16 m²

A =11 m²

SUCOS

A =16 m²

ARTESANATO

A =16 m²

PRETZEL

A =16 m²

GELATERIA

A =16 m²

ARTESANATO

A =16 m²

CERVEJARIA

ARTESANATO

E IÕ UN RE7 m² DE A =3

SO TIU UL m² MA =196

LA SA

PROJEÇÃO LAJE SUPERIOR

A =16 m²

LANCHONETE


PLANTA BAIXA - NÍVEL 0 - FLUXOS 1:500

PLATAFORMA

A =16 m²

SANIT. FEM.

A =16 m²

SANIT. MASC.

A =16 m²

GALETERIA

A =16 m²

CREPERIA

A =16 m²

POKE

A =16 m²

A =16 m²

SUSHI

EMPADARIA

A =16 m²

VEGETARIANO

A =16 m²

VITAMINAS

A =16 m²

FRUTOS DO MAR

A =16 m²

MASSAS

A =16 m²

HAMBURGUERIA

O AF AT PL

A RM

M ² T. 6 m NI A =1 SA

C. AS

O

CO BE

NI Ô AZ m² AM =16 T. A

RT UR A

S RE

O TIN ES RD6 m² NO =1 T. A

ÇÃ

S RE

RAMPA GARAGEM i = 20%

PR OJ E

. M FE T. m² NI =16 SA A

CO

PR O

LA JE

SU PE

A EN DÍG ² IN 6 m T. A =1

JE ÇÃ O

S RE

RIO

R

A

E =46

CA RG A

DE m²

CA CH A AÇ =16 A m² RIA

SC AR GA

S RE

NO IA BA m² T. A =16

CA m²

DO =1 91

O CH AÚ m² .G 6 ST A =1 RE

A

S RE

O EIR IN ² M 6m T. A =1

NO LIA TA m² . I =16 ST A RE

S RE

ÊS IN CH m² T. A =16

P. DE

A

=1

XO LI ² DE 7 m

A

RE

=16

ÁR AB E m²

ST .

S 7 BE A =1 SU

RE

S RE

A

A

A

S RE

O AN IC EX m² M 6 T. A =1

O AD RIF m² XA=104

P A m² CO =17

L ² DM=17 m

O ÇÃ LA m² CUA =31

NO DIA ² IN 6 m T. A =1

CIR

O TIN EN ² RG 6 m . A =1 ST A

R DO ² RA 7 m GE A =1

O ÇA TA m²

O M AL

A

6 =1

JE ÇÃ O

T.

PR O

S RE

LA JE

S

SU PE RIO

RIO NÁ IO ² NC =35 m FU A

O EG GR m²

LA SA

R

A

BA LC ÃO

0m =1

F A

. EM ²

.

S RE

W

C

A

=1

C. AS M 0 m²

S VE

A

M FE ² T. =51 m

C. AS M ² T. 6 m NI A =1 SA

S DE AN IL m² TA 6 T. A =1

AT EN D m² IM EN TO =17

C

A

C AS M m² T. =50

W

S VE

.

A

. M FE T. m² NI =16 SA A

²

M m AD =149

A

ES

O US TI UL m² M =188

IÕ UN RE 7 m² DE A =3

LA SA

LA SA

PROJEÇÃO LAJE SUPERIOR

88 PROJEÇÃO LAJE SUPERIOR

PROJEÇÃO COBERTURA

A =16 m²

SUCOS

A =16 m²

CERVEJARIA

A =16 m²

ARTESANATO

A =16 m²

PRETZEL

A =16 m²

GELATERIA

A =16 m²

ARTESANATO

A =16 m²

LANCHONETE


PROJEÇÃO LAJE SUPERIOR

PROJEÇÃO COBERTURA

A =16 m²

PLATAFORMA

A =16 m²

SANIT. FEM.

A =16 m²

SANIT. MASC.

A =16 m²

GALETERIA

A =16 m²

CREPERIA

A =16 m²

POKE

A =16 m²

A =16 m²

SUSHI

EMPADARIA

A =16 m²

VEGETARIANO

A =16 m²

VITAMINAS

A =16 m²

FRUTOS DO MAR

A =16 m²

MASSAS

O AF AT PL

A RM

M ² T. 6 m NI A =1 SA

C. AS

O

CO BE

NI Ô AZ m² AM =16 T. A

RT UR A

S RE

O TIN ES RD6 m² NO =1 T. A

ÇÃ

S RE

RAMPA GARAGEM i = 20%

PR OJ E

. M FE T. m² NI =16 SA A

CO

PR O

LA JE

SU PE

A EN DÍG ² IN 6 m T. A =1

JE ÇÃ O

S RE

RIO

R

A

E =46

CA RG A

DE m²

CA CH A AÇ =16 A m² RIA

SC AR GA

S RE

NO IA BA m² T. A =16

CA m²

DO =1 91

O CH AÚ m² .G 6 ST A =1 RE

A

S RE

O EIR IN ² M 6m T. A =1

NO LIA TA m² . I =16 ST A RE

S RE

ÊS IN CH m² T. A =16

P. DE

A

=1

XO LI ² DE 7 m

A

RE

=16

ÁR AB E m²

ST .

S 7 BE A =1 SU

RE

S RE

A

A

A

S RE

O AN IC EX m² M 6 T. A =1

O AD RIF m² XA=104

P A m² CO =17

L ² DM=17 m

O ÇÃ LA m² CUA =31

NO DIA ² IN 6 m T. A =1

CIR

O TIN EN ² RG 6 m . A =1 ST A

R DO ² RA 7 m GE A =1

O ÇA TA m²

O M AL

A

6 =1

JE ÇÃ O

T.

PR O

S RE

LA JE

S

SU PE RIO

RIO NÁ IO ² NC =35 m FU A

O EG GR m²

LA SA

R

A

BA LC ÃO

0m =1

F A

. EM ²

.

S RE

W

C

A

=1

S VE

A

M FE ² T. =51 m

C. AS M ² T. 6 m NI A =1 SA

C. AS M 0 m²

S DE AN IL m² TA 6 T. A =1

AT EN D m² IM EN TO =17

C

A

C AS M m² T. =50

W

S VE

.

A

²

M m AD =149

. M FE T. m² NI =16 SA A

A

ES

O US TI UL m² M =196

IÕ UN RE 7 m² DE A =3

LA SA

LA SA

PROJEÇÃO LAJE SUPERIOR

HAMBURGUERIA

ÁREA DE CIRCULAÇÃO

ÁREA DE PERMANÊNCIA

CIRCULAÇÃO VERTICAL

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

BOXES

SANITÁRIOS

GARAGEM

CARGA E DESCARGA

DOCA

SERVIÇOS

SALA FUNCIONÁRIOS

ADMINISTRAÇÃO

SALA MULTIUSO

PLANTA BAIXA - NÍVEL 0 - ZONEAMENTO 1:500

89

A =16 m²

SUCOS

A =16 m²

CERVEJARIA

A =16 m²

ARTESANATO

A =16 m²

PRETZEL

A =16 m²

GELATERIA

A =16 m²

ARTESANATO

A =16 m²

LANCHONETE


PLANTA BAIXA NÍVEL 4

Considerando que 87% dos domicílios do plano piloto possuem veículo particular e 78% deles usa o veículo para as atividades do cotidiano como trabalho e lazer (PDAD, CODEPLAN, 2016), é necessário que haja um estacionamento público no complexo. Da mesma forma, é de suma importância preservar o preservar o caráter bucólico da área priorizando a revegetação dos locais degradados. Nesse sentido, foi criado um estacionamento arborizado com o mínimo de pavimentação possível e quando ela é necessária, o material utilizado é permeável. O acesso ao estacionamento é feito diretamente pela EPPN. Como previsto no Código de Edificações do Distrito Federal, das 175 vagas, 5% é destinada à idosos e 2% é destinada a pessoas com mobilidade reduzida. Os pedestres terão acesso ao complexo através de passagens que ligam o calçadão/píer ao estacionamento e ao edifício visando tornar o percurso o mais convidativo, seguro e dinâmico possível. Toda a área em torno do complexo contará com um projeto paisagístico voltado para o resgate da vegetação do cerrado e da constituição de áreas que estimulem o convívio social e valorização da área como um todo. A circulação entre os pavimentos será feita através de escadas e plataformas elevatórias, evitando criar obstáculos na vista. Já os sanitários serão posicionados no centro e nas extremidades do complexo, distando no máximo 50m entre si. Para conforto e segurança dos usuários, as dimensões dos degraus e dos patamares das escadas deve ser adequada à topografia do sítio onde se implementará. A altura dos degraus considerada como a mais adequada é de 14 a 16cm e a passada de 35 a 45cm (MASCARÓ,2008). As escadas dos edifícios são bem mais inclinadas que as urbanas, o passo das pessoas é diferente, o foco de atenção deve ser a própria escada; as escadas são mais estreitas e o corrimão estará sempre presente o que permite escadas mais inclinadas, ocupando, consequentemente menos espaço físico, quase sempre desejável no interior das edificações. Na escada

90

urbana tudo, ou quase tudo é diferente, pelo que as escadas também o são (MASCARÓ,2008). O emprego de diferentes materiais nas mais variadas combinações pode fazer das escadas um dos pontos atrativos de um jardim. É fundamental que seu traçado permita a circulação dos pedestres com conforto e segurança de forma que no seu percurso se abra para um visual bonito, que possa ser desfrutado. Será possível que se sintam seguros sem se preocupar com possíveis quedas. Por estarem inseridas no meio urbano e terem contato direto com o paisagismo local, escadas do complexo gastronômico da Nova Quituart são consideradas escadas urbanas. Com a fórmula de Blondel foi determinada a largura de 39cm para os degraus e 15cm para os espelhos.


PLANTA BAIXA - NÍVEL 4 - EIXOS 1:500

91

11 12 13

15 16 17 18 19 20 21 22 23

10

10

14

9

9

8

7

7

12

6

6

8

5

5

11

4

4

G

3

F

3

E

2

D

2

C

1

B

1

A

24

13

25

14

D

E

F

G

27

33

26

33

C

25

32

24

32

23

31

B

22

31

21

30

20

30

19

29

A

18

29

17

28

16

28 26

27

15



PLANTA BAIXA - NÍVEL 4 - LAYOUT 1:500

93

PROJEÇÃO COBERTURA

A =11 m²

PLATAFORMA

AT PL A

=1

A M OR² AF 1 m

A =16 m²

LAMÉN

A =10 m²

CONFEITARIA

A =16 m²

RAMPA GARAGEM i = 20%

BAR

A =16 m²

A =16 m²

CONVENIÊNCIA

A =16 m²

SANIT. MASC

A =16 m²

SANT. FEM

A =12 m²

QUEIJARIA

A =16 m²

FLORICULTURA

A =16 m²

SUPLEMENTOS

HAMBURGUERIA

ÇÃ

O

. EM . F6 m² NITA =1 SA

CO BE

RT UR A

A RI TO6 m² PEA =1 ES

C. AS . M6 m² NIT A =1 SA

PR OJ E

I UT IFRm² RTA =16 HO

IA AR AÇ4 m² CH A =1 CA

BOm² SEA =16

NO² GA=16 m VE A AIm² AÇA =16 A EG6 m² ADA =1

IA AR² CE 6 m ER A =1 M BR

A RI N6Em² OWA =1

CE

IA

A

AR EJ 5 m² RVA =1

RI CA6 m² PIOA =1 TA

BR

PIZ A

A R I² ZA=16 m

IA ER² AD6 m IG A =1

R SO

C. AS . M6 m² NIT A =1 SA

RIA TE ² VAE=16 m

. EM . F6 m² NITA =1 SA G D O² T =16 m HO A

LAGOA DE INFILTRAÇÃO


PLANTA BAIXA - NÍVEL 4 - FLUXOS 1:500

94 A =11 m²

PLATAFORMA

O ² AF 1 m AT A =1 PL

A RM

A =16 m²

LAMÉN

A =16 m²

CONFEITARIA

A =16 m²

BAR A =16 m²

A =16 m²

CONVENIÊNCIA

A =16 m²

SANIT. MASC

A =16 m²

A =16 m²

QUEIJARIA

A =16 m²

FLORICULTURA

A =16 m²

SUPLEMENTOS

SANT. FEM

HAMBURGUERIA

RAMPA GARAGEM i = 20%

PROJEÇÃO COBERTURA

TI RU IF m² RT =16 HO A

PR OJ E

ÇÃ

O

C. AS M ² T. 6 m NI A =1 SA

A

RT UR A

A RI O ² ET =16 m

CO BE

P ES

. M FE T. m² NI =16 SA A

IA AR AÇ 4 m² CH A =1 CA

A

BO m² SE =16

NO² GA 6 m VE A =1

A

AI ² AÇ =16 m A EG m² ADA =16

IA AR CE 6 m² ER =1 M A

O BR

A

RIA NE ² W =16 m

A

A RI JA ² VE =15 m

6 =1

RIA CA m² A

O

R CE

PI TA

IA AR ² ZZ 6 m PI A =1

IA ER AD m² IG =16 BR A

C. AS M ² T. 6 m NI A =1 SA

SO

ET m² RVA =16

IA ER

. M FE T. m² NI =16 SA A G DO ² T 6m HO A =1

LAGOA DE INFILTRAÇÃO


ÁREA DE CIRCULAÇÃO

ÁREA DE PERMANÊNCIA

CIRCULAÇÃO VERTICAL

BOXES

PLANTA BAIXA - NÍVEL 4 - ZONEAMENTO 1:500

95

PROJEÇÃO COBERTURA

A =11 m²

PLATAFORMA

O ² AF 1 m AT A =1 PL

A RM

A =16 m²

LAMÉN

A =16 m²

CONFEITARIA

A =16 m²

BAR A =16 m²

A =16 m²

CONVENIÊNCIA

A =16 m²

SANIT. MASC

A =16 m²

A =16 m²

QUEIJARIA

A =16 m²

FLORICULTURA

A =16 m²

SUPLEMENTOS

SANT. FEM

HAMBURGUERIA

RAMPA GARAGEM i = 20%

TI RU IF m² RT =16 HO A

PR OJ E

ÇÃ

O

C. AS M ² T. 6 m NI A =1 SA

A

RT UR A

A RI O ² ET =16 m

CO BE

P ES

. M FE T. m² NI =16 SA A

IA AR AÇ 4 m² CH =1 CA A

A

BO m² SE =16

NO² GA 6 m VE A =1

A

AI ² AÇ =16 m A EG m² ADA =16

IA AR CE 6 m² ER =1 M A

O BR

A

RIA NE ² W =16 m

A

A RI JA ² VE =15 m

6 =1

RIA CA m² A

O

R CE

PI TA

IA AR ² ZZ 6 m PI A =1

IA ER AD m² IG =16 BR A

C. AS M ² T. 6 m NI A =1 SA

SO

ET m² RVA =16

IA ER

. M FE T. m² NI =16 SA A G DO ² T 6m HO A =1

LAGOA DE INFILTRAÇÃO


BOXES - NÍVEL 0 600 570

600

CREPERIA A =16 m²

315 315

CREPERIA 16 m²

285

285

570

PLANTA BAIXA - CREPERIA 1:50

608

CERVEJARIA 16 m² CERVEJARIA

338

608

338

A =16 m²

PLANTA BAIXA - CERVEJARIA 1:50

PLANTA BAIXA - NÍVEL 0 1:750

96


97


BOXES - NÍVEL 4

600

315

HAMBURGUERIA 16 m²

285

570

HAMBURGUERIA A =16 m²

PLANTA BAIXA - HAMBURGUERIA 1:50

600

A =16 m²

PLANTA BAIXA - PIZZARIA 1:50

PLANTA BAIXA - NÍVEL 4 1:750

98

315

PIZZARIA 16 m²

PIZZARIA

285

570


99


CORTES E DETALHES

100


G

F

E

D

C

B

A

DET.14

DET.13

DET.15

DET.2

4.00 3.50 DET.7

DET.8

0.00

0.00

DET.10

CORTE AA 1:150

PINGADEIRA METÁLICA OU EM GRANITO VEGETAÇÃO - 5cm SUBSTRATO - 15cm ARGAMASSA COM TELA DE GALINHEIRO

ACABAMENTO EXTERNO - CHAPISCO / REBOCO / MASSA ACRÍLICA / PINTURA OU REVESTIMENTO

MANTA ASFÁLTICA OU ELASTOMÉRICA - COM COBERTURA DE FILME POLIETIRENO OU PAPEL KRAFT

ALVENARIA DE EMBASAMENTO - COM CAPA DE CIMENTO POLIMÉRICO

CAMADA FILTRANTE - PALHA DE ARROZ - 5cm CAMADA DRENANTE - BIDIM - 5cm

ACABAMENTO INTERNO - CHAPISCO / REBOCO / MASSA PVA OU PINTURA

MASTIQUE

MATERIAL PISO

ESTRUTURA EM CONCRETO

CONTRAPISO CAMADA DE REGULARIZAÇÃO COM IMPERMEABILIZANTE SOLO COMPACTADO

DET. 1 - IMPERMEABILIZAÇÃO DE BASE 1:5

APOIOS DE CONCRETO

FUNDAÇÃO

MATERIAL PISO

CAMADA IMPERMEABILIZANTE APLICADA SOBRE A FUNDAÇÃO

CONTRAPISO CAMADA DE REGULARIZAÇÃO REGULARIZAÇÃO LAJE

DET. 2 - BANCO - JARDINEIRA 1:10

101


E

D

C

4.00 DET.3

0.00

CORTE CC 1:150

GUARDA-CORPO

PINGADEIRA METÁLICA OU EM GRANITO MANTA ASFÁLTICA OU ELASTOMÉRICA - COM COBERTURA DE FILME POLIETIRENO OU PAPEL KRAFT

VEGETAÇÃO - 5cm SUBSTRATO - 15cm

ARGAMASSA COM TELA DE GALINHEIRO

CAMADA FILTRANTE PALHA DE ARROZ - 5cm

ALVENARIA MASTIQUE

CAMADA DRENANTE BIDIM - 5cm

LAJE EM CONCRETO

REGULARIZAÇÃO COM VERMICULITA VIGA

DET. 3 - TELHADO VERDE 1:10

DET. LAJE VERDE

102


11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

DET.4 DET.5

39 39 39 39 39 39 46 40

89

39 39 39 39 39 39

VISTA 1 1:450

313

39

78

39

335

39 39 39 39 39 39 39

216

39 39 39

78

39

345

39 39 39 39 39 39 39

564

400.00

39

994

933

39 39

315.00

34

39

5

39 39

210.00 9 28

105.00

53

39

7 39 55 39 39

0.00

5 33

400.00 62

315.00

39 39

3 39

39 39

4

39

385

40

2 24

46 89

230

365

39

0.00

39

99

105.00

39

39 39 39 39

39

39

39 39

8 13

39 39

39

39

DET. 4 - ESCADARIA CENTRAL - CORTE 1:150

DET. 5 - ESCADARIA CENTRAL - PLANTA BAIXA 1:150

103


4100 200

3600

200

900

200

300

300

1200 600

900

900 300

300

900 600

600

300

DET.14

370

DET.13

413

375

1145

630

DET.15

775

DET.7

255 110

400

DET.8

DET. 6 - ESTRUTURA PRINCIPAL 1:125

DET.10


COBRIMENTO DE CONCRETO OU MESA

VIGAS PRINCIPAIS 40 x 40 cm

ESTRUTURA DE VIGOTAS BIDIRECIONAIS FORMANDO AS NERVURAS 6 x 20 cm

PILARES 40 x 40 cm

DET. 7 - LAJE NERVURADA 1:50

PILAR 40 x 40 cm CAPITEL PILAR VIGA PRINCIPAL

ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO COBRIMENTO DE CONCRETO OU MESA ESTRUTURA DE VIGOTAS BIDIRECIOANIS

VIGA PRINCIPAL 40 x 40 cm

DET. 8 - LAJE NERVURADA - CORTE 1:25

105


TUBO CERÂMICO OU PCV PARA ESCOAMENTO D`ÁGUA

PAR DE PILARES - MLC

ESTRUTURA PRIMÁRIA PAR DE VIGAS MLC 20 x 80 cm

DET. 10 - BASE PILAR 1:20

PAR DE PILARES - MLC

60 50

20

LIGAÇÕES COM CHAPAS METÁLICAS

BASE EM CONCRETO

70

TUBO CERÂMICO OU PCV PARA ESCOAMENTO D`ÁGUA

20

20

SHAFT

DET. 9 - PILAR 1:75

PAR DE PILARES - MLC PAR DE PILARES - MLC

FIXAÇÃO COM PARAFUSOS

CHAPA INTERNA METÁLICA BASE EM CONCRETO

106

DET. 11 - PILAR - PLANTA BAIXA 1:15


CALHA VISITÁVEL

PILAR EM MLC

TUBO CERÂMICO OU DE PVC PARA ESCOAMENTO D`ÁGUA

CAIXA DE INSPEÇÃO

SAÍDA D`ÁGUA

DET. 12 - CALHA - VISTA 1:50

DET. CALHA 107


TELHA TERMOACÚSTICA - TR-40

FORRO DE MADEIRA CALHA VISITÁVEL DE ZINCO

PEÇA DE MADEIRA 6 x 10 cm ESTRUTURA SECUNDÁRIA -TERÇA MLC COMPOSTA - 3 PEÇAS 10 x 35 cm

ESTRUTURA PRIMÁRIA - PAR DE VIGAS MLC 20 x 80 cm

PAR DE PILARES - MLC

DET. 13 - ESTRUTURA COBERTURA 1:75

108


PEÇA DE MADEIRA 6 x 10 cm CANTONEIRA METÁLICA

TELHA TERMOACÚSTICA - TR-40

FORRO DE MADEIRA

ESTRUTURA SECUNDÁRIA - TERÇA MLC COMPOSTA - 3 PEÇAS 10 x 35 cm

ESTRUTURA PRIMÁRIA - PAR DE VIGAS MLC 20 x 80 cm

DET. 14 - ESTRUTURA COBERTURA 1:25

PEÇA DE MADEIRA 6 x 10 cm FORRO DE MADEIRA

CALHA VISITÁVEL DE ZINCO CHAPAS DE MADEIRA APOIO CALHA 10 x 2 cm

TELHA TERMOACÚSTICA -TR-40

ESTRUTURA SECUNDÁRIA -TERÇA MLC COMPOSTA -3 PEÇAS 10 x 35 cm CANTONEIRA METÁLICA

ESTRUTURA PRIMÁRIA -PAR DE VIGAS MLC 20 x 80 cm

DET. 15 - ESTRUTURA COBERTURA - CORTE 1:25

109


De acordo com Mascaró, a forma dos taludes, exceto aqueles realizados em terrenos rochosos, deve ter os cantos arredondados, inclusive os que se encontram com o terrapleno; terão melhor aspecto quando predominantemente côncavos. A regra dos dois terços se aplica bem a este caso, determinando que pelo menos 2/3 da curva seja côncava, podendo ser convexo o terço restante. O uso da forma côncava tem as seguintes vantagens: • É mais fácil de controlar a erosão

38° C

43° C

• Os usuários se sentirão melhor por enxergarão o fundo do talude o que torna a visual mais agradável.

35° C

Quanto ao paisagismo da praça frente ao complexo no nível 4, se fossem colocadas várias árvores na frente do edifício, além de criar uma barreira visual, o vento predominante (leste) estaria sendo impedido de entrar. Sendo assim, o ideal é colocar espaçadamente árvores de copa alta visando para equilibrar a situação e direcionar o vento.

30° C

110

38° C

32° C

35° C

Da mesma forma, é importante que a área em frente ao complexo no nível 0 seja arborizada de forma equilibrada sem criar obstáculos visuais, permitindo que o observador veja o lago e formando uma área sombreada o que por sua vez contribui para que a temperatura dentro do complexo seja amenizada.


JARDINEIRA

CALHA VISITÁVEL

VEGETAÇÃO

i = 2%

TALUDE i = 30%

i = 2%

TERRA (15cm) CAMADA FILTRANTE - PALHA DE ARROZ (4cm) CAMADA DRENANTE - BODIM (0.5cm) CAMADA IMPERMEÁVEL - MANTA ASFÁLTICA (0.5cm)

i = 2%

i = 2%

BASE PILAR

LAJE NERVURADA CALHA

111


IMAGENS REALÍSTICAS

112


113


114


115


116


117


118


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A história da Quituart começou há 28 anos atrás com algumas senhoras que vendiam comidinhas e artesanato para os moradores do Lago Norte. Elas resolveram se ajudar e então se juntaram para formar uma cooperativa. A cooperativa cresceu, cada vez mais pessoas queriam participar. A Quituart tomou forma e ficou conhecida na cidade. Quando as pessoas se unem com um mesmo objetivo todos em volta são tomados pela causa. Hoje a Quituart não cabe no espaço em que se encontra. Ficou claro para os cooperados e para os clientes que é preciso expandir para continuar crescendo. Sustentabilidade é construir pensando no futuro. Por essa razão o presente projeto foi desenvolvido em um local que precisa ser ocupado para se tornar realmente público e para ser desfrutado pelas pessoas. Certas belezas e oportunidades não podem ser ignoradas e o terreno escolhido é uma delas.

“Antes de pensar em mais ruas, ciclovias, transporte público ou mesmo na escala humana, é preciso pensar: que cidade queremos? E aí, o que importa não são os elementos do planejamento urbano, mas as coisas que nos fazem viver melhor” Jan Gehl

119


120


121



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, Tatiana. “Slow Food: “Movimento para uma alimentação mais consciente“, 2017. Disponível em: https://www.jasminealimentos.com/ alimentacao/slow-food-alimentacao-consciente/. Acedido em 07 de abril de 2019.

Biesbosch Museum Island / Studio Marco Vermeulen, https://www. archdaily.com

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• Lei nº 3.835 de 27 de março de 2006, que dispõe sobre pavimentação de estacionamentos no âmbito do Distrito Federal e dá outras providências.

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especifica, política de mobilidade urbana cicloviária de incentivo ao uso de bicicleta no Distrito Federal e dá outras providências. • Decreto nº 29.879, de 22 de dezembro de 2008, que dispõe sobre a acessibilidade em pontos de parada de transporte coletivo e dá outras providências. • Lei nº 258, de 05 de maio de 1992, que determina a inclusão em edifícios e logradouros de uso público de medidas para assegurar o acesso de pessoas portadoras de deficiências físicas e dá outras providências. • Decreto nº 27.365, de 1º de novembro de 2006, altera o decreto 19.577/1998, que fixa as faixas de domínio das rodovias do sistema rodoviário do DF - SRDF. • Decreto nº 38.247, de 1º de junho de 2017, dispõe sobre os procedimentos para apresentação de Projetos de Urbanismo. • Decreto nº 32.575 de 10 de dezembro de 2010 - Aprova a alteração do referencial geodésico do Projeto do Sistema Cartográfico do Distrito Federal - SICAD Astro Datum Chuá para o Sistema Geodésico Brasileiro - SGB SIRGAS-2000,4.

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• Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente e suas alterações. • Decreto nº 97.632, de 10 de abril de 1989, que regulamenta o art. 29, inciso VIII da Lei 6.938/1981. • Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) e Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2007, que o regulamenta. • Lei nº 5.197, de 13 de janeiro de 1967 e suas alterações. • Lei de Proteção à Fauna.

DISTRITAL • Lei Orgânica do DF, de 09 de junho de 1993, no Capítulo do Meio Ambiente, art. 301 estabelece que são Áreas de Preservação Permanente - APP, lagos e lagoas, nascentes, remanescentes de matas ciliares ou de galerias, mananciais de bacias hidrográficas e faixas marginais de proteção de águas superficiais, conforme definidas pelo órgão ambiental do Distrito Federal; áreas que abriguem exemplares da fauna e da flora ameaçados de extinção, vulneráveis, raros, ou menos conhecidos, bem como aquelas que sirvam como local de pouso, alimentação ou reprodução; áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisagístico e cultural.

• Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 e suas alterações, disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente.

• Lei nº 41, de 13 de setembro de 1989, dispõe sobre a Política Ambiental do Distrito Federal, regulamentada pelo Decreto nº 12.960, de 28 de dezembro de 1990.

• Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Estabelece normas de Licenciamento Ambiental e discrimina atividades sujeitas ao licenciamento.

• Decreto nº 24.449, de 30 de março de 2004, que dispõe sobre o uso e ocupação do Lago Paranoá, de sua área de preservação permanente e entorno e dá outras providências.

• Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente - APP.

• Decreto nº 14.783, de 17 de junho de 1993, sobre o Tombamento de Espécies Arbóreo-arbustivas, como copaíba, pequi, buriti, peroba, ipê e outras, alterado pelo Decreto nº 23.585, de 5 de fevereiro de 2003.

• Resolução CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006, que dispõe sobre casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP.

• Lei nº 827, de 22 de julho de 2010 - Sistema Distrital de Unidades de Conservação SDUC, regulamenta o art 279, incisos I, III, IV, XIV, XIX, XX! e XXII e o art. 281 da LODF.

• Resolução CONAMA nº396, de 3 de abril de 2008, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. • Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e suas alterações, que dispõe sobre sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

• Decreto nº 33.537, de 14 de fevereiro de 2012, republicado em 23 de novembro de 2012, que dispõe sobre o zoneamento ambiental da Área de Proteção Ambiental - APA do Lago Paranoá. • Instrução Normativa nº 181, de 17.10.2012, emitida pelo IBRAM/DF, que aprova o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental - APA do Lago Paranoá. • Zoneamento de Usos do Espelho d’Água do Lago Paranoá Deliberação nº 01, de 10 de março de 2014, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranoá.

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“Arquitetura é a vontade de uma época traduzida em um espaço” Mies Van der rohe


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