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Brincadeiras Tradicionais Portuguesas
Berlindes É uma pequena bola de vidro maciço, pedra ou metal, que pode ser translúcida, manchada ou intensamente colorida, de tamanho variável, usada em jogos infantis. As modalidades são tão variadas quanto os nomes que o berlinde recebe. Uma das brincadeiras mais popularizadas consiste em um círculo desenhado no chão, onde os jogadores devem, com um impulso do polegar, jogar a bolinha. Os jogadores seguintes devem acertar a bolinha, e se conseguirem retirá-la do círculo, elas se tornam suas. Vence aquele que ficar com as bolinhas de seus companheiros.
Jogo do pião O jogo do pião era praticado em todo o país e podia ser jogado individualmente, por vários jogadores ou em equipas. Na Madeira, entre os jogos do pião mais populares, registam-se a roda, a malhada, a malha e o quinau, praticados em equipas, cujo objetivo era acertar com o seu pião, no pião dos adversários. As regras eram idênticas, mas, na roda e na malha, traçava-se um círculo no chão para demarcar a área do lançamento dos piões, enquanto na malhada e no quinau se colocava um pião, ou vários, num determinado local previamente acordado entre os participantes.
Jogo da macaca Joga-se atirando a pedra para a primeira casa e quando se começar a jogar salta-se ao pé-coxinho, saltando a casa onde está a pedra. Faz-se o mesmo para todas as casas até ao fim da macaca. Depois começa outro jogador. Quando a pedra sair fora muda-se de jogador. Este jogo tem como objectivo deitar a pedra dentro de cada casa, saltar a casa onde está a pedra sem a pisar, saltar as casas ao pé-coxinho e apanhar a pedra sem cair e não pisar as riscas. Remonta ao tempo das nossas avós.
Puxar do cabo No Natal, havia um jogo tradicional que servia para medir forças, denominado “o puxar do cabo”, muito popular no concelho do Porto Moniz. O puxar do cabo consistia no confronto de duas equipas colocadas em lados opostos que, através da utilização da força em grupo, puxavam uma corda, cada equipa para o seu lado, com o objetivo de arrastar os adversários para fora do seu campo, assinalado previamente com uma marca no chão.
Gangorra Na freguesia de Ponta Delgada, concelho de São Vicente, no domingo de Páscoa e na primeira oitava do Natal, realizava-se o jogo da gangorra, que era uma espécie de baloiço feito com um pau de louro. Apesar de envolver toda a comunidade local, promovendo-se um ambiente de festa em torno da construção da gangorra, foi um jogo exclusivo de homens até 1994, data em que a participação naquela atividade lúdica deixou de ser interdita às mulheres.
Corrida do Pneu Quanto às corridas, os moços colocavam água e sabão dentro de pneus usados, conduzindo os mesmos com dois paus, um de cada lado. Também se desafiavam com tábuas de madeira untadas com um bocado de sebo (usavam normalmente a banha de porco, guardada após a matança para usos culinários). Os caminhos íngremes da ilha da Madeira e a ausência ou o pouco tráfego rodoviário facilitavam as corridas, durante as quais cada participante, sentado na sua tábua, deslizava pela encosta abaixo, tentando chegar em primeiro lugar.
Carro de cana Os brinquedos de fabrico artesanal, muitas vezes construídos pelos próprios, os carros de cana, ocupavam os tempos livres da rapaziada madeirense. Os carros de cana eram estruturados com arame e canas, tendo duas ou mais rodas numa ponta e, na outra, um guiador. Os rapazes divertiam-se durante largas horas em competições ou simples folias, ostentando os seus carros de cana e comparando as suas criações.
Jogo das argolas No jogo das argolas, um grupo de jogadores, cada um à vez, tentava acertar com as suas argolas em pregos fixados numa tábua, previamente colocada numa parede ou numa árvore a uma certa distância. Ganhava aquele que conseguisse pendurar todos os seus arcos. O jogo do passa-volante era disputado entre dois jogadores, cada um possuindo cinco a seis argolas e um cajado. As argolas necessárias para jogar eram feitas com vimes, um material provindo dos vimeiros. Também usavam as cascas dos vimes, com as quais penduravam a corda a uma árvore para se balançar.
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