Folha de Portugal | Edição 22 | 2021

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Sociedade

RACISMO,

um gatilho que leva ao

SUICÍDIO

Histórias trágicas de racismo não são de agora. Baseado numa crença de superioridade foram cometidas as maiores atrocidades, mas, o pior é quando a própria vítima vira a arma contra si mesma

T

em sido uma constante o tema do racismo pelo mundo, evidenciado após a polémica entrevista dos duques de Sussex (Harry e Meghan Markle) concedida a um programa de Tv norte-americano. A ex-atriz acusou ser vítima de racismo dentro do palácio de Buckingham, além da infelicidade e opressão que sofria no seu convívio, por várias restrições acerca do seu comportamento. O interessante é que a grande maioria das queixas de Meghan também foram queixas da sua sogra, Lady Diana Spencer, mesmo sendo caucasiana e de origem nobre, no período em que viveu no palácio. TRANSMISSÃO. Há injustiças e rótulos implantados na sociedade já de longa data. Não podemos negar o racismo que existe, porém, viver de ideias de um passado injusto não mudará o futuro. Nem se ater a opiniões alheias de

O Criador através do Seu Filho, enviado a esta terra, provou nunca olhar à aparência das pessoas, mas sim, ao interior menosprezo o mudará também. O ser humano não nasce com opiniões de fracasso e derrota, nem isso poderá ser atribuído às circunstâncias. Isso é resultado de todo um processo que é adquirido ao longo da vida. Muitas das vezes, o primeiro contacto com esse processo de degradação emocional, surge dentro do âmbito familiar, através de comentários e comportamentos de progenitores que transmitem isso aos seus filhos, de forma consciente ou não.

Chegaram mesmo a bater-me”

“O

meu nome é Júnior, pertenço à FJU de Carnaxide e já fui vítima de racismo. Quando tinha por volta de 9 anos, fui vítima de bullying, que se foi agravando a cada dia que passava, até aos meus 13 anos de idade. Chamavam-me de macaco, gozavam comigo e também me chamavam de preto, entre outras coisas... Até que, um dia, quando tinha 13 anos, chegaram mesmo a bater-me. Nesse dia, fui até ao diretor da escola e contei tudo o que se passava ao longo de todos aqueles anos. Depois, a minha

família toda soube o motivo de me esconder durante todo aquele tempo com medo dos meus supostos ‘amigos’.” Júnior Carnaxide

Black Lives Matter (Vidas Negras Contam)

É

um movimento ativista internacional, com origem na comunidade afro-americana, que campanha contra a violência direcionada às pessoas negras. O BLM regularmente organiza protestos em torno da morte de negros causada por polícias, e questões mais amplas de discriminação racial, brutalidade policial, e a desigualdade racial no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos. Em 2013, o movimento começou, com o uso da hashtag #BlackLivesMatter nas redes sociais, após a absolvição de George Zimmerman na morte do ado-

mericanos: Michael Brown e Eric Garner. Em final de Maio de 2020, as manifestações em nome do valor das vidas negras alcançaram inédita visibilidade internacional na sequência da circulação do vídeo do assassinato de George Floyd, sufocado na via pública sob o joelho de um agente da polícia local. lescente afro-americano Trayvon Martin. O movimento tornou-se reconhecido nacionalmente pelas suas manifestações de rua após a morte, em 2014, de dois afro-a-

ATRIBUTOS VENCEDORES. Está mais do que provado que cor, raça, sexo, idade ou etnia, não definem o sucesso. A humanidade está repleta de grandes exemplos. Mas, todas as pessoas que compõem a galeria dos vencedores, têm um aspeto em comum: não se permitiram mergulhar nos pensamentos da maioria. É evidente que foi exigido delas maior disposição e trabalho, mas não ficaram presos às ideias de injustiça. Ideias negativas e partidarismos não podem guiar a vida de ninguém, pois cada indivíduo é exclusivo. Conhecimento, disciplina, inteligência, honestidade e perseverança, atributos dos vencedores, são características de personalidade, e não do seu aspeto ou condição social. COMO DEUS VÊ. O melhor exemplo a ser seguido é o do Criador que, através do Seu Filho, enviado a esta terra, provou nunca olhar à aparência das pessoas, mas sim, ao interior. Todo o ser humano nasce com os pensamentos puros e não tem culpa de adquirir negativismo na sua formação. Mas, da mesma forma que se adquire, pode ser removido. Portanto, não há desculpas para os fracassos na vida. Por mais que as marcas do menosprezo sejam profundas, temos o maior incentivo para que possamos nos refazer, incentivos estes que vêm do Alto.

“Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” (I Samuel 16.7)


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