Ano II - Nº 4 - Setembro/2014
PREMATUROS Bebês que nascem antes do tempo correm sérios riscos Pág . 10
Cinoterapia
Reabilitação com auxílio dos cães Pág.16
VALOR SUGERIDO
R$ 10,00 67399400
CORTESIA
Câncer de Mama A segunda maior causa de morte no mundo Pág. 06
Colecistolitíase: popular “pedra na vesícula” Felipe Camargo Ribeiro Cirurgião do Aparelho Digestivo
Popularmente conhecida como “pedra na vesícula”, a Colecistolitíase é um problema de saúde que afeta milhões de brasileiros nos dias atuais. Seu aparecimento tem estreita relação, principalmente, com o tipo de alimentação, mas também com fatores genéticos e outras doenças. Seu descobrimento, em virtude do quadro clínico compatível ou mesmo ocasional, em exames de rotina, traduz a mesma finalidade – tratamento cirúrgico. Pode aparecer em qualquer idade e cursar desde quadros assintomáticos até cólicas abdominais intensas e aparecimento de outras doenças em decorrência da migração dos “cálculos” para canais biliares. O quadro em que existe cólicas biliares de repetição ou a associação com doenças como o diabete torna o tratamento mais delicado, pois quanto mais doenças coexistentes, maior a possibilidade de complicação do caso. Sabe-se que o tratamento de escolha é a cirurgia por vídeo e deve, em combinação médico-paciente, ser realizada assim que possível, pois é notório que as complicações da cirurgia são infinitamente menores do que as do tratamento sem cirurgia. Pedras de tamanho grande (maiores que 1cm) são responsáveis mais por quadros de cólicas de repetição; já as de tamanho menor são as que podem sair da vesícula e se abrigarem nos canais biliares,
causando, além de dores abdominais recorrentes, quadro de icterícia (cor amarela da pele) e pancreatite, cursando com importante aumento da mortalidade. Em resumo, logo que descoberto, o paciente deve procurar o tratamento cirúrgico com seu cirurgião de confiança e que consiga esclarecer eventuais dúvidas a respeito do caso, do tipo de tratamento e investigação diagnóstica individualizada. Postergar o tratamento é aumentar o risco de complicações.
Felipe Camargo Ribeiro
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EDITORIAL O nascimento de uma criança é um momento de muita alegria para todas as famílias. Há um processo de desenvolvimento do bebê que chega e também de preparação da mãe. Esse processo é chamado de gestação. A gestação, também chamada de gravidez, é um período de tempo em que uma nova vida se forma dentro do útero materno. Durante todo esse período, nutrientes passam do corpo da mãe para o feto, fazendo com que haja a correta formação e desenvolvimento de órgãos, tecidos, músculos e complexos sistemas de manutenção da vida. Nos seres humanos esse período leva aproximadamente 40 semanas. Quando a gestação é interrompida por qualquer motivo e o nascimento acontece antes do tempo necessário para o desenvolvimento do bebê, dizemos que a criança nasce prematura. Muitas são as causas do nascimento prematuro de bebês e também suas consequências para a criança. Nesta edição da revista Corpo & Saúde, o pediatra Paulo Sérgio Peres aborda este tema, alertando para cuidados que podem e devem ser tomados para diminuir o risco de um parto prematuro. Neste número também trazemos um alerta do clínico geral Luiz Afonso dos Santos sobre os cuidados com as alergias que chegam junto com a estação das flores; o cirurgião do aparelho digestivo Felipe Ca-
EXPEDIENTE
margo Ribeiro fala de um problema que acomete milhões de brasileiros e que em alguns casos podem não apresentar nenhum sintoma: a pedra na vesícula; a ortopedista Aira Brandelero orienta sobre os cuidados com as articulações para evitar o desgaste da cartilagem articular, também conhecido como osteoartrose e a fisioterapeuta Elisa Zanella fala sobre as posturas corretas nas atividades mais corriqueiras do nosso dia a dia para evitar dores, agressões e deformidades no nosso corpo. Ainda na linha “cuidado com o corpo”, a preparadora física Claudia Barcarol dá dicas de como manter uma barriguinha lisinha para o verão que se aproxima. A ginecologista Rita Pezalli chama a atenção para o câncer de mama e fala sobre o Outubro Rosa, uma grande mobilização feita pela Rede Feminina de Combate ao Câncer em prol da conscientização para os cuidados que podem salvar vidas. Finalizando, a revista Corpo & Saúde traz uma matéria especial sobre Cinoterapia, uma parceria entre a Apae e o Corpo de Bombeiros na utilização de cães na terapia com pacientes portadores de necessidades especiais. Aproveitem a leitura.
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O Papo de mulher desta edição responde a dois questionamentos muito comuns entre as mulheres: coceira nas mamas e dúvidas sobre corrimento vaginal. A médica ginecologista, Iara De Bortoli, explana sobre os temas, esclarecendo as características que podem ser consideradas normais e as que precisam de atenção e avaliação médica. Cara leitora, lembramos ainda que caso tenha algum questionamento, envie e-mail para papo_de_mulher@ yahoo.com.br. Sua pergunta será respondida e sua identidade preservada. Leitora: Em determinados períodos do mês, costumo sentir coceira nas mamas. Essa é uma característica normal em todas as mulheres? Dra. Iara De Bortoli: Sim, é uma característica normal nas mulheres, pois muitas já sentiram ou irão sentir prurido nas mamas, em algum momento da vida. Em uma questão semelhante de outra leitora do Papo de Mulher, orientei que coceira nas mamas pode estar relacionada com o edema das mamas, quando a pele estica, causando prurido em algum período do ciclo menstrual. Entretanto, outros problemas podem causar coceira nos seios e mamilos como pele seca, micoses de pele, banhos quentes, picada de insetos, alergia alimentar e exposição ao sol. Uma das principais causas de prurido nas mamas é a dermatite de contato, quando ocorre exposição da pele a algum agente irritante utilizado na higiene das roupas ou cremes para o corpo. É importante lembrar que, se você tem uma doença que afete a pele do corpo, é provável que ela afete a pele dos seios também. Toda vez que você notar qualquer alteração em suas mamas, que seja persistente com sinais de descamação, dor e inflamação na pele e mamilo e principalmente se for unilateral, deverá procurar seu médico para avaliação.
Por isso, é preciso sempre diferenciar o corrimento patológico da secreção vaginal normal. As mulheres têm uma tendência muito grande em associar a secreção vaginal como uma doença, mas nem sempre isso é correto. A umidade natural na região genital é representada por uma secreção esbranquiçada, sem cheiro, sem dor e, muitas vezes, aumentada com aspecto de muco transparente, no período ovulatório. Esta umidade e o muco ovulatório são absolutamente normais. Diferente disso, há o corrimento patológico, que chamamos de leucorreia e, em geral, é resultado de uma vulvovaginite (processo inflamatório que acomete o trato genital inferior, sobretudo as regiões da vulva e da vagina), que se caracteriza por secreção aumentada, dor, prurido, dor na relação sexual e dor pélvica. Na infância e adolescência, 75% das causas são inespecíficas, ou seja, contaminação pela flora bacteriana do trato gastrointestinal. E, nas mulheres sexualmente ativas, é muito comum infecção por cândida, gardnerella e outras bactérias.
Leitora: Durante todo o período do meu ciclo menstrual, tenho corrimento vaginal, que, às vezes, apresenta características diferentes, dependendo do dia, como cor e cheiro. Isso pode ser considerado normal?
Dra. Iara De Bortoli: O seu questionamento é uma das queixas mais frequentes em consultórios ginecológicos. Sempre explico que o conceito de corrimento genital é a anormalidade da quantidade ou do aspecto físico do conteúdo vaginal que se exterioriza pelos órgãos genitais externos.
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Câncer de mama: segunda maior causa de morte no mundo Nileiza Durand
A médica ginecologista e presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Xanxerê (RFCC), Rita Pezalli, alerta que, atualmente, o câncer passou a ser a segunda maior causa de morte no mundo e a previsão é que em 2030 seja a primeira. “Antigamente, eram doenças cardiovasculares e mortes violentas, como acidentes e assassinatos, e, em terceiro lugar, o câncer. Mas, do ano passado para cá, já passou a ser a segunda causa de morte no mundo e, em breve, será a primeira”. A ginecologista lamenta o fato de que os países não estão se preparando para essa realidade. “O câncer é uma doença crônica, se for diagnosticado a tempo, não levará a morte, mas demanda tratamentos, e hoje em dia, ainda são caros”. A importância dos bons hábitos de vida A especialista ressalta que há uma tendência genética para o câncer, no entanto, uma boa qualidade de vida pode mudar a história natural de uma família. “Somente 3% dos cânceres têm histórico fami• Julho 2014 • 06
liar. A maioria dos casos é uma infeliz coincidência, a maioria é genética pessoal, nasce com a mulher a pré-disposição se vai desenvolver o câncer ou não e isso vale não só para o de mama, mas para outros cânceres, então, vai depender da vida que essa pessoa vai levar”.
Recomendações O autoexame mamário deve iniciar na adolescência, junto com o nascimento da mama. “Nessa etapa, não está indicado
nenhum exame secundário. É importante que as mães ensinem isso para suas filhas, não necessariamente ir ao médico, mas, se surgir alguma dúvida, o profissional deve ser acionado para fazer um exame mais preciso e, se necessário, pedir exames secundário. A partir de 13, 14 anos, a menina já deve cuidar da mama. O caso mais precoce de câncer de mama que tivemos na Rede Feminina foi de uma adolescente, de 15 anos”. A partir dos 40 anos, além do autoexame, a mulher deve fazer a mamo-
grafia anual. “Existe uma lei que obriga o Sistema Único de Saúde a pagar esse exame. No ano passado, veio o questionamento da necessidade de fazer esse exame a partir dos 40 anos, e não a partir dos 50 anos, quando o câncer parece ser mais incidente, mas acontece que a mamografia diagnosticará o câncer muito antes de ser palpável, por isso, é importante que o controle comece a ser feito bem antes”. Segundo a especialista, a verdadeira prevenção do câncer de mama ocorre quando é realizado um exame de rotina ou uma mamografia, que é possível detectar uma lesão que ainda não é palpável. “Porque quando é palpável, é porque ele já está crescendo ali, em torno de seis a oito meses, então, quando é possível detectar na
fase pré-nódulo, é muito melhor para a paciente. Quanto mais precoce o diagnóstico do câncer, mais o tratamento será efetivo, menos mutilante e com menos efeitos colaterais”. A médica Rita ressalta a importância do diagnóstico precoce e, também, considera relevante estimular bons hábitos de vida, alimentação saudável, evitando assim o sobrepeso. “O câncer de mama, assim como a maioria dos outros cânceres, está relacionado ao sobrepeso, por isso, é importante evitar o sedentarismo”.
Desmistificando A especialista desmistifica a ideia de que o uso da pílula anticoncepcional ou a reposição hormonal podem provocar o aparecimento do câncer de mama. “O uso da pí-
lula, relacionado ao aparecimento do câncer, é um mito. Sabemos que a pílula, ao adiar a gestação de nove meses, ela adia o completo amadurecimento das células mamárias, o que poderia ser um fator de risco, mas não um fator causador. Sobre a reposição hormonal, a paciente precisa ter exames preventivos, mostrando que não existe um câncer inicial, cujo crescimento seria estimulado pela reposição hormonal, mas jamais a reposição hormonal, diretamente, causará ou provocará o surgimento de um câncer. Tanto a pílula, quanto a reposição hormonal, elas devem ser utilizadas com orientação médica e com exames de acompanhamento adequados”.
Fatores de risco para o câncer de mama Para a ginecologista, ser do sexo feminino é um dos fatores de risco para o aparecimento do câncer de mama. “Temos um homem para 100 mulheres com câncer de mama, mas homem também tem câncer de mama. O diagnóstico nos homens é pelo autoexame, a mama é atrofiada porque eles não têm o hormônio feminino, mas mesmo uma mama atrofiada pode ter um laudo de câncer”. Outro fator é a história de câncer de mama prévio. “É o maior risco para um novo câncer. Além disso, a idade, aqui vamos ter 45 a 55, como a idade de maior incidência de diagnóstico, mas se fizer a mamografia antes, será diagnosticado”.
Outros sintomas são retração ou desvio do mamilo, perda de sangue pelo mamilo, às vezes, nódulo na axila ou na clavícula antes de palpar na mama.
Sinais e sintomas Nódulo na mama, secreção mamilar ou eczema no mamilo, coceira, lesões de pele descamativas, que nem sempre são cânceres, mas é preciso investigar. • Julho 2014 • 08
Diagnóstico e tratamento Dependendo do que foi palpado, o diagnóstico deve passar por biópsia. “Ultrassom e mamografia não dão diagnóstico, apenas indicam biópsia ou não”, explica a médica. A partir da biópsia, o médico vai estadiar se a lesão está restrita à mama ou se já passou para outras partes do corpo, dependendo do estadiamento do câncer será feito o tratamento. Entre as opções, a ginecologista cita a cirurgia com a retirada somente do nódulo, retirada de uma parte da mama ou da mama toda, esvaziamento da axila, além de radioterapia complementar, quimioterapia complementar e hormonioterapia.
Novas esperanças A médica explica que a quimioterapia de ambulatório, que surgiu há pouco tempo, são aperfeiçoamentos de exames baseados na genética e que deve mudar a história do câncer. “Pode ser que a pessoa não se cure, mas ela ficará portadora de uma doença crônica como diabetes ou hipertensão, tomando os quimioterápicos de tempos em tempos, ou todos os dias, ainda não se sabe, mas o caminho é esse, entretanto, demanda custo, são remédios de última geração, caros”.
Rita Pezalli
Outubro Rosa: o alerta que pode salvar vidas A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Xanxerê se prepara para realizar o Outubro Rosa. Conforme a presidente da RFCC, Rita Pezalli, neste ano, a Campanha iniciará no dia 28 de setembro e prosseguirá até 19 de outubro, como data oficial, devido ao período eleitoral, entretanto, a instituição manterá algumas ações após esse período. A presidente ressalta como principais atividades neste período a venda de produtos da Campanha, produzidos pelas voluntárias da Rede Feminina, que auxiliarão na manutenção das atividades com as pacientes; a realização da Caminhada Rosa (19/10), com a parceria do Sesc; o coquetel no Centro Comunitário da Igreja Matriz (28/09), nos mesmos moldes do último ano; e a apresentação das pacientes com o lançamento do calendário das “Vitoriosas”, mulheres que venceram o câncer. “Cada mês
é a foto de uma delas, com uma mini-história contando quem é ela, idade que está, qual o câncer que teve e quando teve, para alertar sobre os diversos tipos de cânceres, independente da faixa etária, e que todas aquelas mulheres, apesar da doença, estão ali, vivas”. De acordo com a presidente da Rede Feminina, o Bazar do Outubro Rosa, que neste ano ficará localizado em uma sala comercial, em frente à Biblioteca Pública, abrirá as porta ao público no dia 20 de setembro, das 13 às 18 horas, e sábados de manhã, com a venda dos itens da Campanha. Neste ano, o foco da Campanha é promover um trabalho educativo para que as mulheres sejam estimuladas, e as famílias também apoiem a buscar exames preventivos. “No Outubro Rosa, basicamente, vamos fazer o alerta para o câncer de mama, que continua sendo o
que mais mata”.
A conscientização através da informação Durante o mês de outubro, o setor educacional da Rede Feminina ficará disponível para realizar encontros educativos com informações sobre alta incidência do câncer de mama; como as mulheres devem fazer para obter o diagnóstico precoce; hábito de vida que as mulheres devem aprender e também ensinar para suas filhas, evitando assim o câncer; cuidados básicos; importância da atividade física e da alimentação saudável na prevenção do câncer de mama. “A mensagem que a Rede procura passar é que o câncer não é sinônimo de morte, que a vida pode ser muito melhor depois dele, e isso as pessoas vão poder ver através das histórias das vitoriosas no calendário Rosa”, argumenta a médica.
Os riscos do nascimento prematuro
Número de cesarianas programadas é um dos motivos que faz o nascimento de prematuros crescer Nileiza Durand
A prematuridade, especialmente no caso de ser extrema, é a causa principal dos problemas e inclusive da morte após o parto. Alguns dos órgãos internos do bebê podem não se ter desenvolvido completamente, o que o expõe a um risco maior de sofrer determinadas doenças. O pediatra Paulo Sérgio Peres alerta para as principais causas da prematuridade: gestação indesejada, geralmente na adolescência; pré-natal feito de forma incorreta, sem realizar as devidas consultas
orientadas; infecções maternas; hipertensão e doenças maternas; uso de drogas licitas ou ilícitas; diabetes gestacional; má formação congênita; gravidez gemelar. “A gravidez na adolescência está relacionada diretamente à falta de escolaridade e falta de orientação sobre gravidez precoce”. Como consequências, o pediatra Paulo Sérgio ressalta a mortalidade elevada ou sequelas. “O tratamento para essas crianças está em nível de hospital com
suporte básico e avançado. Uma boa sala de parto, com pediatra e também ter uma boa UTI, bem equipada, com suporte ventilatório, uso de drogas que são os surfactantes pulmonares, aplicados para abrir o alvéolo, porque o prematuro não tem o pulmão bem desenvolvido”. O médico explica que, no pré-natal, é feito corticoide materno para evitar o risco de problemas pulmonares na criança. Entretanto, é essencial que a UTI do hospital conte com um conjunto multidisciplinar de profissionais, incluindo neurolo-
gista, oftalmologista para fazer o acompanhamento ocular, pediatra e enfermeira especializada, além de fisioterapeuta e fonoaudióloga. Sobre a parte neurológica dos prematuros, o especialista relata que eles podem ter hemorragias cerebrais, pois os vasos sanguíneos são muito frágeis, podendo ocorrer um rompimento e, consequentemente, ter uma lesão cerebral, levando à paralisia cerebral. Nos olhos, pode ocorrer lesão na retina, por excesso de formação de vasos em nível da retina, levando à cegueira. Em relação ao problema pulmonar, considerado pelo médico o mais grave deles, pode deixar sequelas pulmonares, como insuficiência respiratória, e em algumas vezes, levando ao óbito. “E, além disso,
as infecções que podem levar à septicemia e, consequentemente, à morte”. O pediatra alerta que o número de cesarianas programadas também faz o número de prematuros crescer. De acordo com ele, existe o risco de erro na hora de contar a idade gestacional. Qualquer erro pode fazer os médicos tirarem o bebê ainda prematuro de dentro da barriga. Hoje, no Brasil, o índice de cesáreas está acima de 35%, enquanto a Organização Mundial da Saúde considera 15% o máximo. “O melhor é que seja parto vaginal do que cesárea. O ideal seria a pessoa esperar romper a bolsa, após entrar em trabalho de parto, então, decidir com o médico se será parto normal ou cesárea”.
Antes do Tempo O nascimento antes do tempo pode causar problemas de saúde a longo prazo
20ª
32ª
37ª
40ª
Nascimento a Termo ABORTAMENTO Perda espontânea de gestação antes da 20ª semana completa, ou se a idade gestacional não é conhecida, a perda do embrião/feto com menos de 400g
PREMATURO EXTREMO PREMATURO Entre 37 e 40 semanas Com menos de 37 Com menos de 28 semanas semanas completas completas
Riscos para o Bebê Problemas neurológicos Como o desenvolvimento cerebral é incompleto, podem ocorrer hemorragias intracranianas, alterações motoras, cognitivas e até paralisia cerebral
Problemas pulmonares Há maior risco de o bebê ter lesão pulmonar causada pelo respirador artificial e infecções de repetição no futuro
Cegueira Na retinopatia do prematuro, os vasos sanguineos da retina se desenvolvem anormalmente, podendo levar a perda da visão
Números do Brasil
O índice de prematuridade no Brasil é de 10,5%, visto que no Sul do País aumenta para 12%. Esse fator está relacionado a 28% das mortes infantis até os sete dias de vida. Baseado em estudos realizados no mês de fevereiro de 2013, pelo Ministério da Saúde e coordenado pela Fiocruz, que constataram esses índices, o pediatra Paulo Sérgio Peres alerta sobre o problema vigente e explica que a • Julho 2014 • 12
prematuridade é caracterizada pelo nascimento antes de a gestação completar as 37 semanas. “Dentro dessa classificação, ainda existe o prematuro extremo, que é abaixo de 28 semanas. São aquelas crianças que nascem com 600 ou 700 gramas, com um risco muito alto de mortalidade. Mesmo em países mais desenvolvidos, o risco de mortalidade beira os 60%”.
No Brasil
10,5%
dos nascimentos são prematuros segundo a Fiocruz
O que aumenta o nascimento prematuro Hipertensão Mesmo que a pressão da gestante sempre tenha sido normal, ela pode se alterar durante a gravidez. Quando a máxima estiver acima de 140 e a mínima acima de 90, é motivo para preocupação e acompanhamento médico constante. Se controlada, não vai representar risco, e o seu filho vai nascer na hora certa. Além disso, outras doenças maternas que podem acarretar parto pré-termo são diabetes e problemas ligados à tireoide. Incidência alta de cesariana Com o parto programado, existe o risco de erro na hora de contar a idade gestacional. Qualquer erro pode fazer os médicos tirarem o seu bebê ainda prematuro de dentro da barriga. Hoje, no Brasil, o número de cesáreas está acima de 35% enquanto a Organização Mundial da Saúde considera 15% o máximo.
Pré-natal malfeito O ponto crucial para evitar a prematuridade é um bom acompanhamento médico. É nesta fase que é possível identificar os problemas que podem levar ao parto pré-termo. O mínimo são cinco consultas e dois exames de ultrassom, mas o ideal é um acompanhamento mensal.
Infecções maternas Uma infecção urinária pode até parecer simples, mas se não for tratada vai representar risco à gestação, assim como qualquer outra infecção vaginal. Além disso, as infecções sistêmicas (que afetam o organismo) são risco sério, que podem causar trabalho de parto prematuro. Gestação de múltiplos Hoje, com os tratamentos para engravidar, é mais fácil ficar grávida de não apenas dois, mas de três ou quatro embriões. É muito provável que a gravidez se antecipe. Para trigêmeos, por exemplo, a gestação é
interrompida geralmente antes de 33 semanas.
Idade materna Em geral, mulheres acima dos 35 anos já estão com a profissão estabelecida e, em muitos casos, ocupam cargos de alta responsabilidade. O estresse e os problemas do dia-a-dia estão associados ao baixo peso do bebê ou ao trabalho de parto prematuro. E as adolescentes, com útero imaturo e sem cuidados essenciais com a alimentação, também fazem parte do grupo de risco à prematuridade. Malformação fetal É o único fator que aparentemente vai determinar a prematuridade. E as complicações podem contribuir para um parto forçado antes do tempo.
Patologias do útero Miomas, malformação uterina, colo do útero curto e problemas no colo do útero são algumas causas de prematuridade. Se a questão é o colo do útero curto, por exemplo, a musculatura não consegue conter a gestação. A ultrassonografia transvaginal é a melhor forma de prever o risco de um bebê prematuro. Em casos relacionados ao útero, o médico provavelmente irá pedir repouso absoluto. Prematuridade anterior Gestantes que já tiveram outros casos de prematuridade têm três vezes mais chances de dar à luz a bebê prematuro novamente do que as mulheres que tiveram parto no tempo certo.
Paulo Sérgio Peres
Alergia à floração Os sintomas da renite são espirros, irritação nos olhos, nariz e garganta, coriza e congestão nasal
Nileiza Durand
A floração, que ocorre nesta época do ano, contribui para o aparecimento de alergias respiratórias. “Sabe-se que é grande a incidência de alergia respiratória, em especial a renite, devido à polinização que ocorre nesta época do ano, e que acomete um grande número de pessoas na nossa região”, confirma o médico, especialista em Clínica Geral, Luiz Afonso dos Santos. Segundo ele, são casos confirmados de alergia, devido à exposição à floração, que acomete pessoas com sensibilidade, e com os sintomas mais variados de renite, caracterizados por espirros, irritação nos olhos, nariz e garganta, coriza e congestão nasal. “Ocorre sempre nesta época do ano, entre fim de agosto e se estende até setembro e outubro, período da Primavera”. O médico ressalta que para o caso não existe cura, pois as pessoas são suscetíveis à enfermidade. “A reação alérgica é um exagero de reação à exposição a um elemento estranho, externo”. O especialista ainda exemplifica, relatando que quando uma pessoa abre uma gaveta ou um roupeiro, que está há muito tempo fechado, pode provocar um espirro, mas este pode ser um fato isolado, logo passa, entretanto, para pessoas que possuem uma pré-disposição alérgica é diferente, o que ocorre é uma reação exagerada, que causa sofrimento.
Para o médico, todo o alérgico precisa ter cuidados ambientais, como evitar locais fechados, além de ter cuidados com a higiene de pisos e tecidos da casa, como cortinas e roupas de cama. “A pessoa alérgica, às vezes, possui sensibilidade a outros elementos como ácaros, fungos, produtos biológicos e químicos, mas, se a sensibilização é única e exclusiva em relação às plantas, não há muito que fazer, porque, na época da floração, todos estão muito expostos somente com o fato de sair de casa”. Luiz Afonso explica que, em alguns casos, há a necessidade do tratamento com medicamentos ou vacinas para aliviar sintomas. “As pessoas devem se tratar, entretanto, evitar a automedicação, por isso, é necessário procurar o atendimento médico. A medicação pode não curar, mas proporciona o controle dos sintomas e pode prevenir males futuros, uma doença respiratória mais grave, como a asma, a bronquite, como é popularmente chamada, ou até complicações próprias da renite, como sinusite e doenças infecciosas. As pessoas alérgicas têm maior propensão às complicações infecciosas próprias do inverno: sinusite, pneumonia e bronquites”.
Luiz Afonso dos Santos
Cinoterapia para reabilitar e estimular A terapia é assistida por cães e contribui para a melhoria da qualidade de vida de alunos que apresentam mobilidade reduzida e problemas de comportamento Nileiza Durand Com a finalidade de oferecer uma complementação no atendimento aos alunos da Apae de Xanxerê, iniciou, no mês de setembro, na instituição, a Cinoterapia, uma terapia assistida por cães, que tem como objetivos gerais o aprimoramento da reabilitação e a estimulação, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida de alunos da estimulação precoce, que apresentam mobilidade reduzida e problemas de comportamento. De acordo com a professora em educação especial, Márcia Filipini, autora do projeto apresentado ao Corpo de Bombeiros, que solicitava a utilização da técnica para os alunos da escola, de forma específica, a atividade auxilia no desenvolvimento da linguagem, equilíbrio, coordenação motora, noções de espaço e tempo, lateralidade e esquema corporal de pessoas com deficiência. “Aplicar a cinoterapia como recurso alternativo no tratamento e trabalho com pessoas com deficiência, utilizando o cão como mediador do trabalho e atividades com os alunos atendidos na
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estimulação precoce, PC (Paralisia Cerebral) e reabilitação possibilita desenvolver e ampliar o vocabulário e a capacidade de comunicação, além de facilitar o processo de socialização, interação e autocontrole deles”, explica a professora. Márcia argumenta ainda que a ideia do projeto surgiu da crença de que o ser humano necessite de motivação significativa para que desperte uma ação a partir de um desejo maior. “Por isso, formulamos uma proposta de utilização de cães adestrados para gerar essa motivação, despertando uma interação mais favorável na aquisição de novos aprendizados e inclusão social, melhorando, assim, sua qualidade de vida”. Para a realização do trabalho, é necessária uma parceria com o Corpo de Bombeiros, em que um bombeiro (especialista em cinoterapia) e o cão treinado para a atividade atuarão juntamente com um professor, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e um psicólogo, viabilizando o trabalho junto ao aluno. A professora ressalta que serão atendidos aproximadamente 50 alunos com deficiência intelectual, múltipla e condutas típicas, seguindo uma sequência de atividades a partir de uma avaliação pré-estabelecida, que inclua o aluno neste tipo de terapia. Em seguida, realiza-se o contato visual; depois, manual, de forma espontânea; e após são aplicadas abordagens multidisciplinares, visando sempre ao desenvolvimento neuropsicomotor do aluno. As sessões de cinoterapia serão realizadas duas vezes por semana: nas terças-feiras, com os alunos do período da manhã, e nas quintas-feiras, com os alunos que frequentam a instituição à tarde. Como resultado da técnica, a professora Márcia cita a possibilidade da mudança de atitudes e comportamentos dos alunos, apropriação de conceitos na área cognitiva, motora, interação social e linguagem.
Acompanhamento multidisciplinar Para a psicóloga GiseleMozer, uma das profissionais que acompanha a atividade de cinoterapia na Apae de Xanxerê, o tratamento facilitado por cães para fins terapêuticos ou educacionais é um processo empregado nas várias áreas da saúde e contribui, principalmente, para que sejam desenvolvidas capacidades físicas, cognitivas, sociais e funcionais necessárias para o desenvolvimento biopsicossocial. Segundo a psicóloga, durante o processo, pode-se trabalhar aspectos como a autoconfiança, liderança na condução e comandos ao cão, limites, cuidados e carinho, contribuindo assim para o bem-estar das pessoas tanto como função motivacional, educacional, lúdica e/ou terapêutica. “Por envolver o cão e ser um trabalho lúdico, a cinoterapia permite o equilíbrio entre o sentir, o pensar e o fazer”, avalia Gisele. A psicóloga ressalta que já é comprovado que, ao conviver com o cão, a pessoa estabelece um vínculo de afeto e desenvolve a sensibilidade, que são sentimentos de grande importância para o desenvolvimento psicológico de cada um. “A presença do animal desvia o foco da atenção de problemas, doença ou dificuldade em que a pessoa está passando no momento, focando a atenção em algo que lhe faz bem”, explica ela. No projeto de cinoterapia desenvolvido na Apae, a psicóloga Gisele afirma que já se pode perceber a evolução de crianças que possuíam medo do cão, pois agora elas conseguem ficar próximas do animal e, também,
percebe-se que ficam mais calmas após as atividades desenvolvidas, bem como alegres, satisfeitas e autoconfiantes.
Osteoartrite ou osteoartrose: “desgaste da cartilagem articular” A prevalência das patologias é em articulações que suportam mais carga, como joelhos, quadris e coluna lombar Aira Brandelero - Ortopedista e Traumatologista
A osteoartrite é uma patologia degenerativa e inflamatória que acomete a cartilagem articular de determinada articulação. Resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma que ocorre equilibradamente durante toda a vida do indivíduo, mas, após determinada idade, começam a predominar a atividade catabólica (destruição da cartilagem hialina) sobre a atividade anabólica (formação de cartilagem hialina). A idade em que este desequilíbrio se desenvolve é variável, porém costuma acometer indivíduos do sexo feminino, acima de 55 anos, e do sexo masculino, acima de 60 anos. Todas as articulações do sistema musculoesquelético podem ser acometidas, mas existe uma prevalência nas que suportam mais carga, como joelhos, quadris e coluna lombar. A cartilagem articular normal é um tecido avascular (não tem vasos sanguíneos) que recobre as • Julho 2014 • 18
extremidades ósseas que estão em contato em uma articulação. A função primordial da cartilagem articular é diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas, outras estruturas também fazem parte da articulação, como o líquido sinovial, que tem função de lubrificação da articulação, e os ligamentos que ajudam a estabilizá-la. A osteoartrose pode ser classificada em dois grandes grupos: primária, relacionada principalmente a idade, gênero, etnia e genética, sendo estes fatores que independem da atuação do profissional da saúde; e secundária (ou biomelânicos) relacionados com obesidade, desvios angulares dos membros, sequelas de fraturas ou luxações, alterações hormonais específicas, sedentarismo, prática de esportes de desaceleração ou microtraumas de repetição. A principal sintomatologia da osteoartrose é a dor localizada na articulação acometida ou, às
vezes, a dor é referida nas proximidades da articulação, normalmente aos movimentos e aliviando ao repouso. Ao exame físico, a articulação com osteoartrose pode apresentar edema (inchaço), derrame articular (líquido em quantidade anormal intra-articular), alargamento das superfícies ósseas envolvidas, dor aos movimentos, diminuição em vários graus da mobilidade articular. Esta patologia alterna fases inflamatórias (períodos em que a doença está ativa) com fases de acalmia (doença inativa), esta última pode durar meses a vários anos, até que culmina com um agravamento da doença, em que o paciente pode ter dor intensa, inclusive ao repouso e grande perda da mobilidade articular. O diagnóstico é feito através de um Raio-X simples da região acometida. Exames mais sofisticados como a Ressonância Magnética são úteis para mostrar lesões pré-artrósicas, com lesões focais da cartilagem hialina que, normalmente, são assinto-
máticas, mas, quando não tratadas, podem evoluir rapidamente para osteoartrose. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo não só da fase da doença como também do local acometido, da idade e das condições clínicas do paciente. Quando se fala em tratamento conservador, logo se pensa em uma lista de medicamentos, o que não é verdadeiro para osteoartrose, principalmente, porque este paciente já está polimedicado devido à comorbidades associadas, como patologias renais, cardiocirculatórias e gástricas. Então, devem-se procurar alternativas não-medicamentosas para o problema, que, se não houver possibilidade de eliminar as medicações, pelo menos, restringi-las ao mínimo possível. Aqui, cabe ressaltar a importância da mudança no estilo de vida deste indivíduo, que deve iniciar atividade física leve a moderada (dependendo do grau de evolução
da doença), orientada por um profissional da área. Ao contrário do que muitas vezes é recomendado, o exercício controlado e assistido é a grande arma no tratamento da osteoartrose. Atividades esportivas sem impacto, como exercícios aquáticos e musculação leve, além da manutenção de um bom grau de mobilidade articular, desenvolvem boa força muscular, dando sustentação e proteção à articulação atingida. O controle do peso corporal é de extrema importância, pois a pressão mecânica sobre as articulações diminui à medida que perdemos peso. Isso pode ser conseguido com orientações de nutricionistas e/ou endocrinologista. Quanto ao tratamento medicamentoso, pode-se utilizar analgésicos e/ou anti-inflamatórios de forma criteriosa devido a seus paraefeitos; condroprotetores (glicosamina isolada ou associada a condroitina) e o uso de colágeno, estes necessitando de um estudo
mais prolongado para confirmação de sua eficácia. O tratamento cirúrgico fica reservado aos estágios mais avançados da osteoartrose, variam de acordo com a articulação acometida com a idade e a condição clínica do paciente, podem estar indicados osteotomias, artrodeses, próteses parciais ou totais, entre outras. É fundamental o paciente fazer um bom acompanhamento com o especialista na área assim que iniciar algum sintoma relacionado.
Aira Brandelero
a a r a p s a t e a r r r o u t c u r s t a s r e u t s a o d P a i n o harm l a r o p r co A preocupação com a boa postura ajuda a proteger o organismo de dores, agressões e deformidades Elisa Zanella - Fisioterapeuta
A maioria das pessoas acredita que a postura se refere somente à coluna vertebral por ser a maior parte do corpo e onde estão ligados os membros superiores e inferiores, mas na verdade a postura é um conjunto das articulações que em um determinado momento atua fornecendo o equilíbrio no espaço juntamente com a ajuda dos sistemas nervoso e muscular. A postura pode ser classificada em estática (em pé, sentado, deitado) e dinâmica (em movimento). A postura correta é aquela na qual ocorre a har-
monia das estruturas corporais que engloba os ossos, articulações, tendões e músculos, que ajudam a proteger o organismo de dores, agressões e deformidades. Em contrapartida, a postura incorreta é aquela na qual há falta de equilíbrio entre as estruturas corporais, levando um segmento do corpo a sofrer uma sobrecarga podendo de início ocasionar dor. Além disso, permanecendo na postura incorreta, algumas estruturas do corpo podem começar a sofrer deformidades, evoluindo para contraturas.
O cuidado nas coisas mais simples
Alguns cuidados que se deve ter com o paciente no leito O posicionamento correto deve proporcionar ao paciente conforto, comodidade, segurança e liberdade aos movimentos para que ele consiga obter maior grau de independência no desempenho funcional. Além disso, o paciente deve estar em posições que facilitem o seu manuseio, evitando más posturas a ele próprio e ao cuidador. Uma boa dica é posicionar o paciente com cautela, se possível com a ajuda de outra pessoa e ir orientando o que será realizado.
Havendo deformidades na qual a pessoa ainda tenha movimentação e consegue se locomover sozinha ou com auxílio, é importante também manter a mobilidade das articulações para que não evolua para um quadro pior. No caso de pessoas com doenças crônicas, que já apresentam deformidades e ou contraturas, deve-se respeitar o limite da sua amplitude de movimento, oferecendo apoio, possibilitando maior conforto e evitando assim a evolução das deformidades já instaladas.
As principais consequências da postura incorreta • dores musculares, principalmente nas áreas do pescoço, coluna e braços; • sensação de rigidez muscular, fadiga, cansaço, irritação, tensão, estresse, dormência e formigamento; • existência de edemas; • ocorrência de doenças osteomusculares e deformação física.
Elisa Zanella
• Março 2013 • 21
Barriga lisinha para o verão O sonho da maioria das pessoas é exibir com orgulho aquela barriga delineada no verão. Será que é fácil conseguir um abdômen definido?
Claudia Bacarol - Preparadora física
A zona abdominal recebe cerca de 30% da gordura total do corpo, sabendo que o perímetro abdominal não deve ser superior a 88cm nas mulheres e 102cm nos homens. O estresse, a má alimentação e a falta de exercício físico contribuem para o acúmulo de gordura na zona abdominal. E bem sabemos que a barriga é a região do corpo mais difícil de firmar, pois é a área onde é mais
trabalhosa a formação de músculos. A gordura localizada é um grande problema na atualidade, principalmente na vida das mulheres, pois, com as mudanças hormonais, o corpo acaba sofrendo com o excesso de medidas. A gordura se aloja no organismo e, além de proporcionar ganho de peso, ainda fornece vários problemas para a saúde. Para eliminar esse mal, é necessário seguir uma dieta balanceada, com o con-
sumo de alimentos saudáveis. Mas, além disso, é importante também praticar exercícios físicos, que ajudem a perder a gordura localizada. Os exercícios são extremamente importantes para o desenvolvimento do corpo, para proporcionar força, saúde, rigidez, condicionamento físico, dentre outros vários benefícios que sempre proporcionam uma vida mais saudável. Para eliminar a gordura localizada, geralmente no abdômen, costas e cintura, é importante fazer um treino que propicie a queima de calorias, ou seja, exercícios aeróbicos
como corrida, natação, ciclismo, dança, luta, entre outras modalidades, e até mesmo a musculação. É importante saber que os exercícios abdominais não têm a capacidade de eliminar a gordura, eles definem e modelam a barriga, mas proporcionam uma maior intensidade na queima. Existem vários tipos de exercícios localizados para ajudar a acabar com esse mal, eliminar as gorduras localizadas, deixar a barriga chapada, lisinha e sem culotes, por isso, a orientação mais indicada é procurar um personal ou um ins-
trutor, que vai indicar os melhores exercícios para atingir a gordura de forma mais intensa.
Claudia Barcarol