Corpo e Saúde - Edição 17

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Ano II - Nº 5 - outubro/2014

EBOLA

A luta contra o tempo na busca da cura Pág . 18

Reabilitação linfática Qualidade de vida é possível Pág.10

VALOR SUGERIDO

R$ 10,00 67399400

CORTESIA

Reconstrução mamária

Devolvendo a autoestima feminina Pág. 06



Cuidados com as crianças com a chegada do verão

Luciano De Bortoli - Pediatra

O verão é uma estação caracterizada por altas temperaturas. Por isso, os cuidados com as crianças devem ser redobrados: alimentação, hidratação, picadas de insetos e exposição ao sol, entre outras, precisam estar na lista de prioridades. Alimentação: os alimentos naturais e frescos devem ser os de preferência, mas certifique-se que folhas, verduras e legumes foram bem higienizados. Frutas como melancia, melão, abacaxi, manga, laranja e uva são uma boa pedida, nesta estação. Tente evitar produtos industrializados, comidas gordurosas ou compradas fora de casa devem ter atenção redobrada. Nem sempre o processo de preparação, conservação e refrigeração é conhecido, o que pode oferecer riscos a saúde.

Hidratação: o consumo de água deve ser reforçado, embora não exista uma quantidade extra ideal. Os pais devem oferecer água e sucos regularmente durante todo o dia, principalmente quando os pequenos estiverem expostos ao sol. É importante não esperar a criança pedir água, porque quando ela sente sede, já pode estar desidratada. Crianças em amamentação exclusiva não necessitam ingerir água, exceto em dias que a temperatura exceda os 30º. Picadas de insetos: Até seis meses não está indicado

o uso de repelentes na pele do bebê. Após essa idade use os produtos a base de gel. O uso de sapatos, calça e blusa de manga comprida em regiões muito infestadas também ajuda a prevenir as picadas Se por ventura ela for picada, procure o médico para que ele possa orientar o melhor tratamento.

Proteção solar: até o sexto mês nenhuma proteção solar pode ser usada, a não ser ficar longe do sol. Após essa idade, fazer o uso a cada duas horas de protetores solares fator 30 ou mais, evitando queimaduras ou consequências futuras para a pele. Os bebês com menos de um ano de idade merecem cuidados extras. Devem ser expostos ao sol até às 10 horas. Sempre usar chapéu ou boné.

Luciano De Bortoli

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EDITORIAL Na minha infância, um dos meus autores favoritos era Julio Verne. Nascido na França em 1828, Julio Verne é considerado pelos críticos como um dos percursores do gênero de ficção científica, por tratar em seus livros do aparecimento de avanços científicos como o submarino, máquinas voadoras e viagens espaciais. Dentre suas obras, as minhas prediletas são: Viagem ao centro da Terra, Vinte mil léguas submarinas, Cinco semanas em um balão, A volta ao mundo em oitenta dias e Da Terra a Lua. Muitas coisas descritas nos livros de Julio Verne, consideradas visionárias para a época, hoje fazem parte do nosso cotidiano. Recentemente, a partir dos anos 80, muitos livros e filmes de ficção científica retratam a luta da humanidade para combater epidemias provocadas pelos mais diversos tipos de vírus e guerras biológicas que podem destruir o homem. Da mesma forma, vimos o surgimento de vírus que trouxeram medo e morte para a humanidade como o HIV (AIDS), Influenza H1N1 (Gripe Espanhola) e agora, o mais mortal de todos: o Ebola. Este mês, a revista Corpo & Saúde traz uma matéria feita com o infectologista Hugo Noal, que recentemente fez uma palestra para profissionais da saúde,

EXPEDIENTE

falando sobre o Ebola, alertando sobre os sintomas, cuidados e as rápidas ações que devem ser tomadas para evitar que o vírus se alastre. Outro assunto de grande relevância e que pode beneficiar milhares de mulheres é a reconstrução mamária, realizada principalmente após a cirurgia de câncer de mama, assunto abordado pela ginecologista Mara Kurtz Gritti. Um tema de interessante, que abordamos neste número, é o linfedema, mal que afeta a vida de muita gente. O cirurgião vascular Eduardo S. Da Matta esclarece sobre os cuidados e tratamento indicado para o problema. Ainda nesta edição, o pediatra Luciano De Bortoli escreve sobre os cuidados com as crianças no verão, a nutricionista Karlla Filappi explica que alguns alimentos podem ajudar a combater diversos tipos de dores e a psicóloga Eliandra Solivo alerta sobre doenças relacionadas com o estilo de vida das pessoas. Aproveite a leitura! Ivan Durand Junior Corpo & Saúde

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A edição deste mês da Revista Corpo & Saúde oferece aos seus leitores uma novidade na coluna Papo de Mulher. A partir de agora, as perguntas das leitoras passam a ser respondidas pela ginecologista Mara Kurtz Gritti.

A coluna , que tem o objetivo de sanar dúvidas do universo feminino, teve a satisfação de iniciar com a ginecologista Iara De Bortoli, a quem a Revista agradece a parceria, pois aqui neste espaço foram respondidas várias perguntas, repassadas várias orientações e desfeitos vários equívocos, graças às informações repassadas pela profissional, sempre de forma cuidadosa e correta.

Então, para iniciar o trabalho com a ginecologista Mara, duas leitoras enviaram suas dúvidas. A primeira questiona sobre o uso do DIU, um dos vários métodos contraceptivos existentes no mercado. Ela quer saber se existe alguma contraindicação, se qualquer mulher pode utilizá-lo e se esse uso pode ocorrer em qualquer idade. O segundo questionamento é sobre a eficácia do uso dos sabonetes denominados íntimos. Confira os esclarecimentos e, não esqueça, suas perguntas podem ser encaminhadas para o e-mail papo_de_ mulher@yahoo.com.br. Sua pergunta será respondida e sua identidade preservada. A Revista Corpo & Saúde, mais uma vez, agradece a parceria com a média Iara De Bortoli e dá as boas vindas a ginecologista Mara Kurtz Gritti. Leitora: O uso do DIU (Dispositivo Intra Uterino)tem alguma contraindicação? Qualquer mulher, em qualquer idade, pode optar por este método contraceptivo?

Dra. Mara- O uso DIU tem algumas contraindicações. Pacientes com patologias intrauterina, miomatose ou septo uterino, podem ter contraindicação para inserção do DIU. Sobre a idade, não existe contraindicação, mas o ideal é que sejam colocados em mulheres que já tiveram filhos.

Leitora: Sabonetes comercializados com a denominação de “sabonetes íntimos” são mais eficientes do que sabonetes comuns na higiene íntima? Dra. Mara- O intuito dos sabonetes íntimos é tentar manter o PH da vagina dentro do normal. Além disso, esses produtos são hipoalergênicos, porque, geralmente, para a higiene íntima não se deve utilizar produtos que tenham perfumes e corantes. Então, ele é realmente um produto que serve de coadjuvante, não é tratamento, mas pode auxiliar na prevenção de algumas doenças. • Outubro 2014 • 5


A vida preservada através da reconstrução mamária Nileiza Durand


Muito além de um procedimento para reparar cirurgias feitas devido ao câncer de mama, traumas ou acidentes, a reconstrução mamária pode resgatar a autoestima da mulher. A ginecologista Mara Kurtz Gritti, especialista em reconstrução mamária, explica que a cirurgia pode ser realizada em dois momentos: de forma imediata ao tratamento cirúrgico primário, ou seja, quando a mama natural da paciente é retirada; ou em um novo procedimento, algum tempo depois de a mulher ter sido submetida à cirurgia.

A cirurgia de reconstrução mamária conta com várias técnicas que utilizam desde implantes de silicone até tecidos autólogos, quando é utilizado o tecido da própria paciente para a reconstrução. Segundo a especialista, devido a essas técnicas desenvolvidas hoje, que são definidas pelo profissional após uma avaliação do histórico de cada paciente, o resultado costuma ser considerado satisfatório, com volume, forma e consistência muito semelhantes ao da mama natural da paciente. “A definição da

técnica será feita pelo médico porque, em alguns casos, podem existir contraindicações de alguns procedimentos”, argumenta. De acordo com a médica, pacientes submetidas à radioterapia prévia podem ter mais dificuldades com a técnica de implantes com prótese. Outra situação que deve ser observada é quanto às condições clínicas da paciente para um procedimento de maior porte, quando a opção é utilizar tecidos autólogos. Sobre a escolha da técnica interferir no tratamento on-


cológico da paciente, a ginecologista Mara explica que, atualmente, está provado que a prótese não interfere no tratamento radioterápico e quimioterápico, porque os equipamentos de radioterapia estão cada vez mais avançados. “Eles são mais seletivos no tecido que será irradiado, então, se

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provou que não há prejuízo no tratamento oncológico”. Na avaliação da ginecologista, a reconstrução mamária é um procedimento que serve de estímulo para a paciente que durante todo o processo de tratamento da doença já acumulou várias perdas como: da mama, do cabelo, da autoestima, então, a reconstrução pode oferecer a ela um motivo para que continue feliz com a questão da estética e volte a ter uma vida normal. Hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece próteses para a reconstrução de mama. “Depois que começamos a realizar as reconstruções de mama pelo SUS, é impressionante como isso trouxe alegria para as pacientes. A cirurgia é algo que compensa a perda que elas tiveram”.

Com a reconstrução, a especialista ressalta que, em muitos casos, também é feita a simetrização das mamas. Por exemplo, pacientes que antes tinham o seio considerado grande, com a reconstrução, a mama saudável também é diminuída. “Elas podem usar sutiã, que antes não era possível, muitas querem usar vestido tomara-que-caia. Então, elas esquecem a doença para focar nessas questões. É algo que compensa a perda que elas tiveram. É muito legal, vale muito a pena porque vai muito além do que só colocar uma mama, serve de motivação para elas se sentirem melhor, ficarem felizes”, relata. Conforme a especialista, além dos benefícios para a autoestima, a reconstrução mamária também oferece à paciente uma simetria de todo o corpo, evitando assim, futuros problemas ortopédicos.


Pós-operatório A cirurgia de reconstrução mamária com tecidos autólogos é um procedimento de maior porte, por isso, a recuperação, geralmente, é um pouco mais demorada. As cirurgias em que são utilizadas as próteses, podem ser um pouco mais simples, com menor tempo cirúrgico. “Mesmo pacientes de mais idade toleram bem a cirurgia de reconstrução. Nós temos pacientes de 70 anos de idade que querem fazer a reconstrução”, argumenta. No processo de recuperação, durante o período de 30 a 60 dias, a paciente terá que ficar com os membros superiores imobilizados e, nos casos em que são utilizados tecidos do abdômen ou do dorso,

a paciente não poderá fazer atividade física pelo mesmo período. “São os mesmos cuidados de pós-operatório de qualquer outra intervenção cirúrgica”. Segundo a ginecologista Mara, a troca da prótese deve ocorrer a cada dez anos, salvo alguns casos de pacientes que podem apresentar contratura da prótese, ocasionando a necessidade da troca do material antes do prazo previsto. Em outros casos, há pacientes que podem ficar até 20 anos sem a necessidade de troca da prótese, dependerá do organismo de cada paciente. Questionada sobre qual a idade mínima para que uma paciente possa fazer a cirurgia de recons-

trução mamária, a médica explica que não existe idade mínima para a realização da cirurgia, entretanto, o ideal é que o procedimento seja feito somente quando o desenvolvimento corporal da paciente tenha se completado.

Mara Kurtz Gritti


Garantia na qualidade de vida através da reabilitação linfática Informe Publicitário As doenças do sistema linfático, principalmente o linfedema, em muitos casos, podem ser marginalizadas, talvez pela cronicidade e dificuldade no tratamento. De acordo com o cirurgião vascular, Eduardo Simões Da Matta, o linfedema, de forma geral, pode ser definido como um edema (inchaço) de origem linfática, decorrente do acúmulo anormal de líquidos e substâncias nos tecidos, resultante de uma falha do sistema linfático de drenagem. Conforme o especialista, os linfedemas podem ser classificados como: congênitos, primários e secundários. No caso do congênito, a criança nasce com o problema. Os primários ainda podem ser classificados como precoces e tardios, antes e após os 35 anos de idade, respectivamente. Os secundários, que são os mais comuns, podem ser ocasionados por várias situações, sendo as mais comuns: pós-cirúrgico, infecções bacterianas, por agentes químicos, pós-trauma, ou qualquer situação que irá deteriorar de forma secundária o sistema linfático. “O sistema linfático é um sistema muito sensível, então, uma pressão que se exerça sobre ele, acima de 30 a 40 milímetros de mercúrio, podem causar lesão do endotélio e do linfático”, explica. Quando o sistema linfático não está funcionando bem, o primeiro sintoma será o inchaço, mas também podem ocorrer as infecções de repetição, processo esse em que o paciente sentirá dor. Na região sul, a principal causa de linfedema são: as de infecções por repetição e os linfedemas pós-cirúrgicos oncológicos, quando são feitos os esvaziamentos dos gânglios, principalmente, nas cirurgias de retirada de mama. O cirurgião vascular, Eduardo Simões Da Matta, explica que o principal pilar para o tratamento dos linfedemas se encontra na drenagem linfática. Segundo ele, existem várias técnicas de drenagem linfática, • Outubro 2014 • 10

entretanto, a mais adequada dependerá da avaliação feita no paciente, pois será a que respeite a fisiologia do sistema linfático, direcionando o fluxo de linfa pelo trajeto anatômico correto, com uma pressão manual e velocidade adequada para que não agrida a fisiologia, sem quebrar o equilíbrio do organismo. Além da drenagem linfática, no tratamento do linfedema também é utilizada a orientação de exercícios linfomiocinéticos, que são exercícios musculares e articulares, que fazem o bombeamento do sistema linfático através de contração e relaxamento muscular, isso para pacientes que precisam apenas de drenagem. Para pacientes com quadro avançado de linfedema, além das drenagens manuais e dos exercícios linfomiocinéticos, também são aplicados os trabalhos contensivos do membro e a reeducação desse paciente frente às atividades diárias, além de orientação quanto à higiene. “As pessoas afetadas por linfedema, independente das causas, merecem um tratamento para que voltem a apresentar uma boa qualidade de vida”, conclui o especialista. Para entender melhor

O sistema circulatório tem como principal função assegurar o equilíbrio do meio interno, fornecendo tudo o que as células consomem e remover o que elas excretam. É composto por vasos sanguíneos (artérias e veias) e por vasos linfáticos. De uma forma sucinta, as artérias são vasos sanguíneos que carregam o sangue do coração (ventrículos) para todas as partes do corpo, enquanto as veias carregam sangue em direção ao coração (átrios). Já o sistema linfático tem funções importantes como filtração de partículas, imunológica, recoloca as proteínas na corrente sanguínea e também como reserva funcional para sobrecargas do sistema venoso.


O tratamento dos linfedemas compreende uma equipe multidisciplinar visando a recuperação do paciente bem como sua reabilitação e retorno ao convívio social. A terapia de um paciente com linfedema de grandes proporções requer dedicação da equipe e do paciente, de uma forma intensiva, levando algumas horas por dia, até alcançar os melhores resultados, podendo atingir o mesmo tamanho do membro não acometido pela doença. Quanto às pacientes com linfedemas de membros superiores pós cirurgias de câncer de mama, existe, além das téc-

nicas já citadas, um programa de adaptação às suas atividades laborais diárias, para que as mesmas não se prejudiquem com a piora do edema (inchaço) no dia a dia. É muito importante que se saiba que o tratamento dos linfedemas é possível de ser feito com resultados animadores contrariando, dessa forma, a opinião de muitos profissionais. As pessoas afetadas por linfedema, independente das causas, merecem um tratamento para que voltem a apresentar uma boa qualidade de vida.

A PRÓ CIRCULAÇÃO, sob a direção do Dr Eduardo S. Da Matta, desenvolve um serviço de excelência na reabilitação do sistema linfático com drenagens linfáticas supervisionadas pelo mesmo, tendo resultados semelhantes ao serviço do Dr Godoy, que apresenta os melhores resultados já publicados na literatura mundial. Importante enfatizar que a técnica de Godoy, a utilizada na PRÓ CIRCULAÇÃO e supervisionada pelo Dr Eduardo S. Da Matta, também apresenta resultados surpreendentes, publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, quando utilizadas no tratamento pós operatório de cirurgias ortopédicas, plásticas, gestantes e até mesmo no tratamento estético das celulites, o qual é assunto de um livro escrito por ele (Dr Godoy) e dedicado exclusivamente para este assunto. Tratamento este realizado de uma forma médica e baseado em resultados científicos. Também é objeto de estudo e já comprovado pelo seu serviço o enorme benefício quando utilizada em pacientes na vigência de artrites.

Eduardo S. Da Matta


A alimentação correta como aliada no combate à dor Nileiza Durand

A solução para problemas como dores de cabeça, enxaquecas, dores de estômago ou desconfortos no período pré-menstrual podem estar mais próximos do que se imagina. A correta alimentação e a escolha por determinados alimentos podem auxiliar no controle desses males. A nutricionista Karlla Filappi explica que os alimentos que possuem na sua composição nutricional o ômega 3 favorecem a dilatação dos vasos sanguíneos e atuam como anti-inflamatório, assim como os antioxidantes (frutas, verduras e os integrais). “Muitas vezes, a correria do dia a dia acaba

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ocasionando dor de cabeça, que é agravada pelo hábito alimentar, pois, com essa correria, acaba-se ingerindo qualquer coisa, sem qualidade nutricional”. Os alimentos ricos em ômega 3 são o salmão, sardinha, arenque, atum e semente de linhaça. A recomendação diária para adultos é de 1 a 2g, que equivale a 100g de salmão. No período menstrual, conforme a nutricionista, os alimentos que mais auxiliam contra as dores são os ricos em magnésio e os antioxidantes. “O magnésio será obtido através das oleaginosas, que são as castanhas, amendoim, pistache, todas es-


sas sementes que são ricas em nutrientes, principalmente em minerais. Os antioxidantes são encontrados em frutas e verduras, entretanto, é importante lembrar que hoje as pessoas não mastigam corretamente, principalmente devido à pressa do dia a dia, então, o aproveitamento do alimento fica prejudicado”. Conforme a nutricionista, o magnésio também tem ação relaxante, o que pode amenizar a dor de cabeça quando a causa for por estresse, ansiedade e Tensão Pré-Menstrual (TPM). A recomendação diária é de 400mg para homens adultos e

350mg para mulheres adultas, o que equivale a aproximadamente três conchas cheias de feijão preto ou 300g de espinafre, por exemplo. A especialista lembra que o melhor aproveitamento de minerais e também de vitaminas, como exemplo a B12, para efeito fisiológico, ou seja, o melhor efeito no organismo, é conquistado através da sua forma mais natural possível, por meio dos alimentos, e não por cápsulas. “Eles ajudam, mas não são melhores do que o próprio alimento. E, hoje, a população está optando pelas cápsulas e, muitas

vezes, o que acontece é a irritação gástrica, porque nem todos se adaptam aos componentes da cápsula que reveste o principal produto que é, por exemplo, o ômega 3”. A nutricionista Karlla ressalta que a vitamina B12 é fundamental para o pleno funcionamento do sistema nervoso, evitando alterações de sensibilidade no corpo, que podem causar crises de enxaqueca. Como fontes de vitamina B12, a especialista cita o fígado de boi, mariscos, ostras cruas, atum, ovos e leite. A recomendação diária é de 2,4mcg em adultos.

Karlla Filappi recomenda aos que sofrem de dores de cabeça que façam um tratamento médico especializado para identificar a causa e, assim, tratar o sintoma da forma mais adequada possível. Ela ainda explica que os alimentos termogênicos podem intensificar a dor. Considerando as queixas mais comuns, cita como exemplo o café e o chá-mate como os principais vilões. “Mas existem pessoas que apresentam o efeito contrário, que sem ingerir esses alimentos queixam-se de dores de cabeça e, logo que suprem essa falta, a dor passa. Os alimentos que podem intensificar a dor são os mais condimentados. A fritura é um exemplo, porque exige muito da digestão orgânica”. De acordo com a nutricionista Karlla, o consumo, em excesso,

de alimentos como carboidratos refinados, gorduras e embutidos, provoca a produção de substâncias pró-inflamatórias, que causam a dilatação dos vasos e, consequentemente, a dor

de cabeça. Neste caso, ela recomenda a ingestão de alimentos ricos em ômega 3, pois eles têm ação anti-inflamatória, combatendo essas substâncias causadores de enxaqueca.

Alimentos que podem intensificar a dor


Alimentos que lideram o ranking de desencadeadores da dor de cabeça Aminas: estão presentes em alimentos como cerveja, queijos maturados, alimentos embutidos, molho à base de soja, repolho e chocolate. Cafeína: café, refrigerante, chá preto ou energético são ricos em cafeína. A dor de cabeça desencadeada por esta substância pode acontecer em duas situações: se combinada à alimentação com medicamentos que possuem cafeína em sua composição ou pela própria abstinência de cafeína.

Bebidas alcoólicas: o vinho e a cerveja possuem substâncias chamadas histamina e tiramina, que desencadeiam a piora do quadro de dor de cabeça.

Lipídeos: os alimentos fontes de lipídeos e que são prejudiciais englobam a manteiga, margarina, frituras, doces, biscoitos recheados, carnes gordas, queijo amarelo, leite integral, requeijão e embutidos.

Frituras: são ricas nos ácidos graxos oléico e leonéico, substâncias que causam contração dos vasos sanguíneos cerebrais. As frituras também podem estar envolvidas no desencadeamento da cefaleia.

Aspartame: metaboliza no organismo substâncias como a amina e a fenilalanina, tornando-se assim um dos principais vilões desencadeantes da dor de cabeça.

Nitratos e nitritos: presente nos embutidos (como salame e presunto), peixes em conserva, patês e caviar. Essas substâncias também atuam em alguns casos como desencadeadores da dor de cabeça da mesma forma que as aminas. Elas alteram o calibre dos vasos sanguíneos do cérebro, favorecendo, assim, a cefaleia. (Fonte: www.minhavida.com.br) • Outubro 2014 • 14


A busca pelo equilíbrio

Na busca pelo equilíbrio, para que as pessoas consigam lidar com a correria do dia a dia, sem sofrer com as dores, a nutricionista Karlla Filappi recomenda uma alimentação mais leve. “A pessoa deve buscar uma alimentação que tenha, pelo menos, o componente necessário que o corpo precisa. A proteína (ovos, leite, carne) o corpo precisa para a manutenção, diferente do carboidrato, que é necessário a todo momento, porque a reserva orgânica é muito pequena, entretanto, é necessário escolher um carboidrato que tenha fibra, como uma farinha de milho,

Foto Zolet

de aveia, integral, uma quinoa, ou os alimentos energéticos, as leguminosas, que são lentilhas, ervilhas ou grão de bico, alimentos que processam lentamente”. A nutricionista recomenda que as pessoas avaliem o que estão ingerindo. “As dores têm que ser questionadas e, muitas vezes, é importante a pessoa analisar o que ela anda ingerindo para descobrir alimentos que aceleram um processo do organismo, causando a dor. Além disso, é importante ficar atento para o consumo da água, que é o condutor de todo o processo”.

Karlla Filappi


Minhas taxas de Diabetes não param de subir e minha Pressão Arterial está alterada

Eliandra Solivo- Psicóloga

Você está passando por isso? O que fazer quando tudo parece dar errado: os exames, os tratamentos, a alimentação? “Faço tudo que me falam, mas não resolve. Por que adoeço?” Há muito se vem estudando o processo saúde e doença, bem como a relação mente e corpo. Ao longo da história da humanidade e desde as antigas civiliza-

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ções, encontram-se estudos e explicações das mais diversas possíveis. Os povos mais remotos acreditavam que o adoecimento estava estreitamente relacionado às forças sobrenaturais ou forças do mal, enquanto a cura era buscada nos rituais religiosos. O ato de curar mesclou-se à figura do médico e a do sacerdote, ao mesmo tem-

po em que acreditavam nos poderes divinos e na magia. De fato, a medicina avança, assim como outras ciências, mas continuamos a nos deparar com as questões acima descritas. A Hipertensão Arterial (HA) e o Diabetes Mellitus (DM) são considerados dois dos principais fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Essas constituem, frente à população brasileira, a principal causa de morbimortalidade. Tanto o DM quanto a HA acometem grande parte dos indivíduos à invalidez total ou parcial, além das graves consequências para a família, o indivíduo de fato e a sociedade em geral. Para tanto, se faz urgente considerar a subjetividade das pessoas diante de seu estado de saúde. O que elas entendem com o que lhes acontece? Como elas significam o que sentem? O desafio é lançar possibilidades diferentes de entender o processo saúde-doença. Para avançar nos conceitos e compreender o ser humano na sua inte-


perpetuá-la. Ou seja, o estresse e o estado emocional acompanham a doença, agravando-a, podem não ser a causa, mas também não podem ser desconsiderados. Por isso, se você é daqueles que não dá atenção ao que ocorre em sua vida, ao estresse, às preocupações, à falta de autoestima, não sente prazer em fazer nada, está sempre cansado, sua saúde está péssima? PRESTE ATENÇÃO: você precisa olhar mais para você e entender o que está acontecendo. Você precisa se conhecer melhor! Foto Zolet

gralidade, uma das possibilidades é entender a relação recíproca estabelecida entre mente-corpo. Faça a si mesmo essas perguntas: como lido com minhas emoções e sentimentos? Elas têm alguma relação com meu adoecimento? Já é certo que a forma como cada pessoa vai processar as emoções vai depender da história de vida e experiências passadas. E, assim, a mesma situação pode mobilizar emoções diversas entre as pessoas. Existem várias teorias que estudam como as emoções se processam e como estão diretamente relacionadas com a alteração das taxas de HA e/ou DM. Fato esse que demonstra a interconexão mente-corpo, emoção e sentimentos e alteração das taxas. A psicossomática, contribuindo com a compreensão da recíproca interação entre mente-corpo, destaca a HA e o DM como doenças que são acompanhadas durante todo o seu curso por componentes psicológicos que contribuem para iniciar a doença, assim como para agravá-la ou

Eliandra Solivo


Vírus Ebola:

uma ameaça cada vez mais próxima Nileiza Durand

Através de uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Xanxerê, profissionais da área de saúde de todos os municípios que fazem parte da regional participaram, no último mês, de uma reunião com o médico infectologista, Hugo Noal. O objetivo foi esclarecer sobre o vírus Ebola e, principalmente, os cuidados que os médicos e enfermeiros precisam ter para lidar com a situação. Noal salientou em sua palestra que Santa Catarina é um dos Estados brasileiros que já criou um protocolo de procedimento para os possíveis casos de transmissão e em caso de qualquer suspeita é necessário que os profissionais da saúde sigam as orientações descritas no site da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Além da preocupação com a seriedade da doença, principalmente porque ainda não existe uma medicação es-

pecífica ou uma vacina para combatê-la, Noal alerta para os perigos de contaminação entre os profissionais de saúde, que estarão diretamente em contato com os pacientes contaminados.


O que é o Ebola? O vírus Ebola, causador da Febre Hemorrágica Ebola, é uma doença grave, altamente infecciosa, em que a taxa de fatalidade do vírus varia entre 25 e 90%, dependendo da cepa, causando pânico nas populações infectadas. Morcegos frutívoros são considerados os hospedeiros naturais do vírus Ebola. A primeira vez que o vírus apareceu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença. Estima-se que, até janeiro de 2013, mais de 1.800 casos de Ebola tenham sido diagnosticados e quase 1.300 mortes registradas. Primeiramente, o vírus Ebola foi associado a um surto de 318 casos de uma doença hemorrágica no Zaire (hoje República Democrática do Congo), em 1976. Dos 318 casos, 280 pessoas morreram rapidamente. No mesmo

ano, 284 pessoas no Sudão também foram infectadas com o vírus e 156 morreram. Há cinco espécies do vírus Ebola: Bundibugyo, Costa do Marfim, Reston, Sudão e Zaire, nomes dados a partir dos locais de seus locais de origem. Quatro dessas cinco cepas causaram a doença em humanos. Mesmo que o vírus Reston possa infectar humanos, nenhuma enfermidade ou morte foi relatada. Quando um indivíduo é contaminado com um tipo de vírus Ebola e sobrevive, passa a estar imune contra essa estirpe da doença, no entanto não está imune aos outros quatro tipos, podendo contrair Ebola novamente. O que causa o Ebola? O vírus é transmitido através do contato com sangue, vômito, urina, fezes e secreções íntimas da pessoa infectada ou através do consumo da carne de animais infectados, como morcegos frutíferos e “carnes de caça”.


Agentes de saúde frequentemente são infectados enquanto tratam pacientes com Ebola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção apropriados. Em algumas áreas da África, a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical. Enterros onde as pessoas têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a transmissão por meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica.

Sintomas No início, os sintomas não são específicos, o que dificulta o diagnóstico. A doença é frequentemente caracterizada pelo início repentino de febre alta, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta. Isso é seguido por vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas funções hepáticas e renais e, em alguns casos, sangramentos interno e externo e falência múltipla dos órgãos. Os sintomas podem aparecer de dois a 21 dias após a exposição ao vírus. Alguns pacientes podem ainda apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade para respirar e engolir. Diagnóstico Diagnosticar o Ebola é difícil porque os primeiros sintomas, como olhos avermelhados e erupções cutâneas, são comuns. Infecções por Ebola só podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de

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cinco diferentes testes, que são de grande risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. O número de transmissões de humano para humano ocorreu devido à falta de vestimentas de proteção.

Tratamento Ainda não há tratamento ou vacina específicos para o Ebola. O tratamento padrão para a doença limita-se à terapia de apoio, que consiste em hidratar o paciente, manter seus níveis de oxigênio e pressão sanguínea e tratar quaisquer infecções. Apesar das dificuldades para diagnosticar o Ebola, nos estágios iniciais da doença, aqueles que apresentam os sintomas devem ser isolados e os profissionais de saúde pública notificados. A terapia de apoio pode continuar, desde que sejam utilizadas as vestimentas de proteção apropriadas até que amostras do paciente sejam testadas para confirmar a infecção. Medidas de Prevenção do vírus Ebola • Lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia; • Ficar afastado dos doentes com Ebola e também dos mortos pelo vírus porque eles também podem transmitir a doença; • Não comer “carne de caça” e morcegos, porque elas podem estar contaminadas com o vírus, pois são reservatórios naturais; • Não tocar nos fluidos corporais de um infectado, como sangue, vômito, fezes ou diarreia, urina, secreções da tosse e espirros e das partes íntimas; • Usar luvas, roupa de borracha e máscara quando entrar em contato com um contaminado, não tocando nesta pessoa e desinfetar todo este material após


Como a infecção com o Ebola pode demorar até 21 dias para ser descoberta, durante um surto de Ebola, recomenda-se evitar viajar para os locais afetados e também locais que fazem fronteiras com estes países. Outra medida que pode ser útil é evitar locais públicos com grandes concentrações de pessoas, porque nem sempre se sabe quem pode estar infectado e a transmissão do vírus é fácil.

O que fazer se ficar doente com Ebola O que se recomenda fazer em caso de infecção pelo Ebola é manter a distância de todas as pessoas e procurar um centro de tratamento o mais rápido possí-

vel porque, quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances de recuperação. Tenha especial cuidado com vômito e diarreia. Foto Carol Debiasi

o uso; • Queimar todas as roupas da pessoa que morreu por conta do Ebola.

Hugo Noal


Trajetória do Ebola no mundo

Fonte: Folha de São Paulo/UOL - 10/10/2014

1.

Em 1976 uma epidemia de febre hemorrágica causada por um vírus até então desconhecido mata 151 pessoas no Sudão. Um subtipo mais agressivo mata 280 pessoas na República do Congo, Às margens do rio Ebola;

2. 1989 macacos importados das Filipinas para um centro próximo de Washington (EUA) morrem infectados com uma variante mais fraca do Ebola, a Reston;

3. Em 2005 no Gabão, biólogos

encontram a primeira evidência de que a espécie reservatório da doença são os morcegos que comem frutas, que abrigam o vírus sem adoecer;

4. Em 2010, tratamentos gené-

ticos sofisticados tem primeiro resultado experimental positivo em macacos infectados com Ebola nos EUA;

5. Em 6 de dezembro de 2013, na

vila de Meliandou, na Guiné, morre uma família com os sintomas da doença. Pessoas infectadas pelo vírus, que tiveram contato com a família, espalham a doença por outras vilas. Em março, o ministro da saúde da Guiné informa um surto de uma febre hemorrágica desconhecida que havia infectado 35 pessoas e matado 23. A doença se espalhou pela Libéria e Serra Leoa, com 442 casos suspeitos ou confirmados ;


6. Em agosto o ministro da saúde

de Senegal informou o primeiro caso naquele país. O paciente foi identificado como um cidadão da Guiné que viajou portando o vírus para Dakar. O paciente se recuperou e em 22 de setembro, a OMS anunciou que todos os contatos haviam completado os 21 dias de observação, sem novos casos registrados;

7.

A doença teve seu primeiro caso fora do continente africano

em 30 de setembro, quando um homem voltou da Libéria para os EUA, sendo o caso identificado em Dallas;

8. Em outubro surge um caso de infecção em Madri, na Espanha, onde uma enfermeira foi contagiada, mesmo utilizando roupa especial de proteção;

9. No Brasil, dois casos suspeitos aconteceram na região sul. Um ho-

mem vindo da Guiné foi identificado em Cascavel, no Paraná, como suspeito de ter a doença por apresentar os sintomas, mas exames realizados pela Fiocruz negara a presença do vírus. Também no Paraná, na cidade de Foz do Iguaçu, outro homem, que esteve em Serra Leoa, foi atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e ficou internado para exames, mas da mesma forma os exames mostraram que o paciente não havia contraído o vírus.



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