Revista Corpo & Saúde - Junho 2013 - 2ª Ed

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Ano 1 - Nº 2 - Junho2013

HPV:

adolescentes em perigo. Pág. 08

Osteopatia:

uma nova visão sobre antigas doenças. Pág. 20

TRANSTORNO ALIMENTAR Anorexia, Bulimia e Vigorexia são as formas mais comuns de transtorno alimentar

EDIÇÃO DE LANÇAMENTO

CORTESIA PREÇO SUGERIDO R$ 10,00

Os cuidados com a pele em dias frios. Pág. 03


Pele bonita e hidratada As baixas temperaturas não são desculpa! É possível manter a pele bonita e hidratada, apenas são necessários alguns cuidados como utilizar sabonetes mais suaves e cremes com maior poder de lubrificação Nileiza Durand

Os dias frios de outono chegaram e a pele sofre com essa alteração de temperatura. Segundo a esteticista Celestina Tacca, uma das consequências mais frequentes é o ressecamento da pele, que pode piorar ainda mais com a combinação de banhos longos e muito quentes. Celestina recomenda aproveitar a estação para tratar da pele, cabelos e pés. “A pele parece pedir hidratação, sabonetes mais suaves, cremes com maior poder de lubrificação e proteção. Nos lábios é indicado aplicar algo que os deixem macios para evitar que rachem. Nas mãos, principalmente para quem precisa lavá-las com frequência, além de sabonetes líquidos hidratantes, o indicado é aplicar cremes especiais após as lavagens. Essa prática dá sensação de conforto e bem-estar”. A esteticista salienta que é importante ter cuidado na hora da escolha dos produtos. Mesmo durante o outono ou inverno, os hidratantes utilizados durante o dia devem conter filtro solar para a proteção ser completa. “O sol pode contribuir para o envelhecimento precoce da pele, por isso, a presença de silicone, uréia, alantoina, pantenol e ceramidas nas formulas confere a proteção extra contra o ressecamento e a aspereza”. Para proteger os lábios, Celestina orienta protetor em forma de batom incolor que contenha óleo umectante e silicone. “A boca fica bonita, saudável e bem natural”. A esteticista diz ainda que é importante não esquecer que a radiação ultravioleta continua agindo no inverno, por isso, os lábios também devem ser protegidos com filtro solar FPS 12 no dia a dia, em forma de hidratantes leves. Sobre o banho quente, muito comum em dias frios, Celestina indica cuidado especial através de sabonetes, preferindo aqueles a base de glicerina e óleo lubri-

ficante. Outra dica da especialista é usar hidratante a base de uréia e silicone, principalmente, nas pernas e braços, logo após o banho. “Isso resolve grande parte do problema de ressecamento no inverno”. Para os homens que não são adeptos ao uso de cremes, Celestina sugere o uso de óleo de banho no corpo antes de entrar no chuveiro. “É possível aplicar o óleo antes de entrar no chuveiro e, depois, tomar o banho normalmente. Um pouco desse óleo permanecerá, evitando assim o ressecamento”. A aplicação de produtos com silicone ou similares formam uma película protetora que impede a excessiva perda de água da pele. Ingredientes ativos de hidratantes para o corpo como: óleo de avelã, macadâmia e germe de trigo são potentes e causam uma sensação agradável. Os cremes para mãos e pés com ácido glicólico hidratam e tiram as asperezas e calosidades. Eles também podem ser usados em joelhos e cotovelos ásperos. Tipos de pele Peles normais e secas requerem sabonetes e cremes de limpeza suaves, cremes hidratantes de dia e nutritivos à noite. Neste caso, a principal característica é a pele lisa, que apresenta poros fechados, sem cravos e nem espinhas, e a tendência é ressecar ainda mais com o frio. Peles oleosas devem receber produtos livres de alguns tipos de óleos. Peles com poros dilatados, com tendência a cravos e espinhas podem piorar com cremes oleosos. Nesses casos, a limpeza diária deve ser caprichada com sabonetes e loções adstringentes. Logo após, a pele pode receber a aplicação de hidratante suave e cremes noturnos a base de vitamina C e ácidos suaves. • Junho 2013 • 3


EDITORIAL

OPINIÃO DO LEITOR

Auxiliar na divulgação de algumas doenças graves e das formas de prevenção foi o principal objetivo da segunda edição da revista mensal Corpo & Saúde. A matéria “Vírus HPV: a importância da prevenção precoce”, realizada com a ginecologista Iara Maria Raasch De Bortoli, é um exemplo importante de uma situação que se for tratada com seriedade e livre de preconceitos poderá ser prevenida. Hoje em dia, a mídia e o acesso à internet significam um verdadeiro bombardeio de informações que nos faz muito mais preparados para enfrentarmos os problemas e situações do dia a dia, mas e quando todo esse conhecimento esbarra no preconceito? Quando a doutora Iara relatou que em seu consultório ela chega a atender uma paciente a cada dois dia com os sintomas do HPV, geralmente mulheres jovens, confesso que fiquei espantada e amedrontada. A doutora Iara relatou ainda que são inúmeras as situações de mães aconselhadas a vacinar as filhas contra o vírus, mas que por acharem que ainda é cedo para se pensar no assunto, deixam de protegê-las e, após dois ou três anos, essas mesmas meninas voltam ao consultório com os sintomas do HPV.

Olá, gostaria de parabenizar a equipe da Corpo&Saúde pela primeira edição muito bem produzida e informativa, inclusive tratando de assuntos que não são comuns no cotidiano de muita gente ou que passam despercebidos. Além disso, a edição trouxe uma bela reportagem sobre uma nova forma de fisioterapia que se preocupa em tratar o paciente por completo A Reabilitação através do método Bobath. Abraços e já estou ansiosa pela segunda edição.

Outro assunto de suma relevância e que por isso foi escolhido como matéria de capa desta edição é o transtorno alimentar, outra doença que geralmente acomete mulheres jovens. A causa do problema ainda é motivo de estudo para a medicina, mas sabese que as pessoas que sofrem deste mal buscam de forma obsessiva um determinado padrão de beleza. A psicóloga Tenille Toazza Comachio e a médica endocrinologista Melissa Derossi abordam o assunto e definem as principais maneiras que se apresenta o transtorno alimentar, sendo elas: Anorexia, Bulimia e Vigorexia. Essa é uma doença que se a família estiver atenta poderá ser detectada precocemente diminuindo assim as complicações clínicas. Outros temas com a opinião de vários profissionais aqui da nossa região podem ser encontrados nesta edição. Fique totalmente a vontade, a revista Corpo & Saúde é toda sua. Boa leitura!!! Nileiza Durand - jornalista

Joimara dos Santos Camilotti - jornalista De forma clara e objetiva a revista Corpo & Saúde aborda temas interessantes sobre os mais diversos assuntos voltados à saúde e bem estar. Parabéns pela iniciativa! Desejo a toda equipe da Revista Corpo & Saúde muito sucesso.

Como controlar o peso comendo? O friozinho já chegou e nesta época do ano bom é ficar no aconchego do lar curtindo a família e saboreando delícias como: café, chocolate quente, pinhão, batata doce, entre outros alimentos calóricos que acabam se tornando verdadeiros vilões no controle do peso Nileiza Durand

Luciane Sartori

EXPEDIENTE REVISTA CORPO & SAÚDE

VSD Consultoria Empresarial Ltda ME CNPJ 15.401.901/0001-62 Inscrição Estadual: Isenta Rua Coronel Passos Maia, 1103 cj 303 – Xanxerê-SC Telefone (49) 3433-4596 Editora / Jornalista Responsável Nileiza Durand (49) 8835-1684 - vsdcomunicacao@yahoo.com.br Marketing / Comercial Ivan Durand Junior (49) 8825-0721 – vsdconsultoria@yahoo.com.br Diagramação João Pedro Vasconcelos (JP) (49) 8839-7235 - falajotape@gmail.com Projeto Gráfico UAU Propaganda (49) 3433-4977 Tiragem: 1.500 exemplares Distribuição: Xanxerê, Xaxim, Faxinal dos Guedes e Bom Jesus Os artigos e opiniões aqui veiculados são de responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Corpo & Saúde e de seus diretores. As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Todos os anos, quando chega o inverno, a preocupação com a possibilidade de ganhar indesejáveis quilos a mais é sempre a mesma. Uma combinação perigosa de alimentos mais calóricos, friozinho que propicia ficar mais tempo em casa e, consequentemente, maior número de refeições gostosas, além da diminuição da prática de exercícios físicos, também culpa da falta de disposição causada pelas baixas temperaturas, podem contribuir para esse temeroso resultado. A nutricionista e personal diet, Karine Finatto, argumenta que o ato de se alimentar produz calor. “Por isso, no inverno comemos mais vezes e em maior quantidade. Outro fator importante é a presença de alimentos quentes, utilizados com o intuito de aquecer. Muitos alimentos desta época, como os cafés, chocolates quentes, pinhão, batata doce, entre outros, são calóricos e acabam sendo consumidos em grandes quantidades o que os torna verdadeiros vilões no controle do peso”. Karine ainda salienta que os dias mais gelados deixam as pessoas mais preguiçosas, o que em geral diminui o nível de exercícios, aumentando a dificuldade de controlar o peso. Karine concorda que nesta época do ano é difícil ficar sem as delícias do inverno, por isso, a ordem é controlar a quantidade e a frequência do consumo. “Além disso, não se deve abandonar a rotina de exercícios, uma vez que ela auxilia a aquecer e nos manter mais dispostos para realizar as atividades do dia a dia”. Frutas também têm calorias. “Vale lembrar que elas são menos calóricas que outros alimentos, o que não significa que quanto mais forem consumidas, melhor será o controle do peso. O ideal é que em todas as épocas do ano sejam escolhidas as frutas da estação, pois são mais nutritivas e saborosas”. Uma dica importante repassada pela nutricionista

é referente aos lanches feitos entre as principais refeições. “Uma porção de frutas como: caqui, laranja, tangerina ou kiwi, entre outras são uma boa pedida”. Sobre o suco de laranja, Karine lembra que é rico em vitamina C, muito utilizado para melhorar a imunidade. No entanto, para ingeri-lo sem culpa é preciso ter cautela. “Geralmente para um copo de suco são utilizadas mais frutas e muitas pessoas ainda acrescentam açúcar. Esta combinação acaba se tornando calórica se comparada a comer a fruta in natura, pois nesta versão conseguimos manter uma maior quantidade de fibras, que auxiliam na saciedade, aliada ao menor teor calórico”. Como sugestão de alimentos próprios para o frio que podem ser consumidos sem culpa, a nutricionista Karine sugere os chás. “Os chás são uma boa opção, desde que sejam levemente adoçados ou que seja utilizado adoçante. Acompanham tranquilamente os bolos e lanches quentes, substituindo os cafés e achocolatados, mais calóricos”. Outra opção valiosa são as sopas. Ideais para o almoço ou jantar. “As sopas com legumes e carne contribuem para maior saciedade e também aquecem o organismo. Mas atenção! Cuidado com o consumo exagerado de pão e queijo para acompanhar o prato”. Karine ainda recomenda cuidado com os finais de semana. “Com certeza, o final de semana é um vilão. Nesses dias nos permitimos extrapolar em função da companhia e do tempo mais disponível. Por isso, é importante pensar em adaptar pratos saborosos, substituindo alguns ingredientes quando possível. Pode-se utilizar menos gordura no preparo, substituir açúcar por adoçante e alguns ingredientes pela versão diet e light (com cautela, pois nem sempre eles são menos calóricos), são alguns exemplos de como podemos controlar o peso, comendo!”. • Junho 2013 • 5


Densitometria óssea. O que devemos saber? Informe publicitário

Com o passar dos anos, o envelhecimento natural do corpo humano traz diversas consequências, deixando o indivíduo sujeito a doenças que podem ser tratadas e seus efeitos minimizados se diagnosticadas a tempo. Dentre as doenças mais comuns do sistema esquelético, podemos citar a osteopinia e a osteoporose, que consistem na diminuição da densidade mineral dos ossos, principalmente de cálcio e fósforo. Essa perda de massa óssea desenvolve ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, muito mais sujeitos a fraturas. Os ossos mais afetados pela osteoporose são o fêmur e a coluna, sítios preferenciais para avaliação densitométrica; em crianças, a análise de corpo inteiro é também indicada. O exame de densitometria óssea é um método diagnóstico médico eficiente, simples, rápido e seguro para a medição da densidade mineral óssea (DMO), permitindo comparar os dados obtidos com os padrões para a idade e sexo, bem como comparar as medidas do mesmo indivíduo com o avançar da idade, informando o comportamento do metabolismo ósseo com o envelhecimento, diagnosticando e determinan-

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do o grau de osteopenia e osteoporose. O exame é útil ao predizer o risco de fratura, bem como no acompanhamento da resposta ao tratamento que o paciente está realizando, e se está de acordo com o esperado, ao aumentar ou reduzir a perda da massa óssea. A densitometria óssea está indicada para mulheres a partir da pré-menopausa, e em pessoas com doenças crônicas, como insuficiência renal, baixo peso ou redução rápida de peso, baixa ingestão de cálcio, alcoolismo, tabagismo, sedentarismo, pacientes imobilizados, ou em uso de alguma medicação contínua, como anticonvulsivantes ou corticoesteróides, pessoas com história de múltiplas fraturas ou fraturas de baixo impacto, ou com história familiar de osteoporose. Nos últimos anos, os aparelhos de densitometria óssea agregaram tecnologia avançada, permitindo informações sobre o tecido muscular e gorduroso. As informações acerca do sobrepeso, grau de obesidade e índice de massa corporal (IMC), relação de gordura andróide/ginóide e massa muscular podem ser obtidas através do exame de corpo inteiro. Surgiram os conceitos de sarcopenia, ou seja, redução da massa muscular em relação ao esperado para a idade, com relação direta sobre a força muscular do indivíduo, bem como o percentual de gordura corporal, que, mesmo em indivíduos dentro de um IMC normal, pode estar elevado. Tais informações possibilitam a comparação direta com os fatores de risco cardiovascular,

como dislipidemia, hipertensão arterial, diabete tipo 2, além da síndrome de fragilidade do idoso. Também na medicina esportiva, o rendimento e capacitação física dos atletas podem ser obtidos com a ajuda de dados objetivos comparáveis. A Clínica Viaimagem, reconhecida como referência de qualidade em ultrassonografia, radiologia e diagnósticos por imagem, e fundamentada em seu compromisso de confiança com clientes e médicos de Xanxerê e região, acaba de adquirir novo aparelho de última geração para exames de densitometria óssea, disponibilizando o que há de mais moderno nessa área diagnóstica, que traz informações importantes para diversas especialidades médicas, como ortopedia, reumatologia, ginecologia, endocrinologia, geriatria, cardiologia , entre outras.


Vírus HPV: a importância da prevenção precoce Uma média de uma paciente a cada dois dias procura o consultório médico com os principais sintomas do vírus HPV. E, apesar da doença possuir alta prevalência na adolescência, atualmente, começa a aparecer na faixa dos 40 anos, idade que muitos casamentos acabam, e homens e mulheres retomam a busca por novos parceiros sexuais Nileiza Durand

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Uma doença de alta prevalência na adolescência, o Papilomavírus Humano (HPV) abrange uma gama de mais de cem tipos diferentes de vírus, que são classificados por números. O HPV é um vírus que possui predileção por mucosa e por pele, causando processos inflamatórios e infecções. A transmissão ocorre, principalmente, na relação sexual e no contato pele a pele. Os tipos mais estudados são: 16 e 18, e 45 e 31, que possuem potencial oncogênico. “Esses tipos são os grandes vilões na história do câncer do colo do útero, principalmente, o 16 e o 18”, alerta a médica ginecologista, especializada em adolescentes, Iara Maria Raasch De Bortoli. Os tipos 6 e 11 podem provocar lesões em pele e mucosa, principalmente, na região genital, tanto em homens como em mulheres. “Esses causam aquelas verrugas genitais que antigamente eram chamadas de crista de galo, com aspecto vegetante”. O HPV pode ser identificado no

exame preventivo de câncer do colo uterino. “O preventivo não é o exame que pesquisa o HPV, mas ele pode mostrar alterações celulares que são sugestivas de uma infecção por HPV. Por isso a importância da prevenção do câncer que se deve fazer em todas as mulheres sexualmente ativas”. Após detectar que existe um tipo de alteração celular, através do preventivo, o paciente é submetido a uma colposcopia, um exame que mostra com detalhes o colo uterino, ou biópsia, que é a retirada de uma parte do tecido. “Muitas vezes, a pessoa procura o médico para fazer um simples exame de rotina ou, em outras situações, ela já procura o atendimento médico com o sintoma, principalmente adolescentes notam na região genital o crescimento de algumas bolinhas e na avaliação percebe-se uma verruguinha”. Conforme a médica Iara, o HPV também pode apresentar sintomas de dor ou prurido (coceira ou comichão) local e ainda pode estar as-

sociado a outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e apresentar uma secreção vaginal purulenta, odor e, até mesmo, dor na relação sexual. “A lesão típica do condiloma pode vir sozinha ou acompanhada”. A doutora Iara ressalta que existe um exame específico para a pesquisa do vírus que é a captura hibrida para HPV. “Não é um exame que se faça na população em geral, esse exame é feito em uma determinada fase para saber qual a persistência do vírus no organismo”. Para o tratamento de uma paciente que apresenta a verruga, a indicação poderá ser a retirada da lesão com um eletrocautério ou com a aplicação local de medicação química. Também pode ser orientado um tratamento mais agressivo como é o caso de lesões pré-malignas no colo do útero, que muitas vezes exigem a retirada do local afetado do colo do útero para evitar a evolução. “Muitas pessoas possuem o HPV e nem sabem que têm e também não sabem em que época da vida contraíram”. Desmistificação X Transtorno conjugal Conforme a médica Iara, uma mulher pode consultar o seu ginecologista, fazer o exame e obter o resultado sugestivo de HPV. Essa situação pode causar um transtorno conjugal. “A primeira coisa que passa pela cabeça de uma mulher que está em um relacionamento estável é a questão da infidelidade. Então, é importante frisar que o fato de aparecer no exame não significa que ela contraiu naquele momento. O vírus possui um comportamento muito incerto, a pessoa pode ter adquirido há anos e ficar latente no organismo. Em algum período da vida que a pessoa apresentou baixa de imunidade por estresse ou doenças crônicas, diabetes, ou alguma intercorrência, diminui a imunidade e o vírus

se manifesta”. Proteção A médica ressalta que o preservativo não protege completamente contra a transmissão do HPV. “Protege contra Aids, gonococos, sífilis, outras DSTs, mas contra o HPV, infelizmente não. O preservativo protege a parte que recobre o pênis, mas a pele do períneo do homem e da mulher que fica em contato durante o ato sexual fica desprotegido”. A proteção contra o HPV pode acontecer através de uma vacina antes do início do contato sexual. “Quem fez a vacina antes do contato sexual tem uma proteção quase que completa”. A vacina é prevenção, não liberação sexual De acordo com a médica Iara, a prevalência na adolescência é muito alta, pois atualmente, os jovens iniciam a vida sexual cada vez mais cedo e costumam trocar muito rápido de parceiros. Ainda nos dias de hoje, o preconceito é uma questão difícil. Muitas jovens que são encaminhadas para as primeiras consultas após o início da menstruação, quando o médico indica uma série de vacinas, entre elas, a vacina contra o HPV, as mães preferem não fazer, acreditando que ainda é cedo para pensar na prevenção antes do início da vida sexual das filhas. “Muita mães ainda possuem o preconceito de que ‘se estou indicando parece que estou liberando’ e essa mesma filha, depois de dois ou três anos, volta no consultório com a lesão. É importante ter a conscientização que isso é prevenção e não liberação sexual”. O HPV é um vírus de comportamento incerto e não existe um remédio que elimine do organismo. A medicina tenta tratar a consequência do HPV, o que ele causa, por isso, a importância da preven-

ção precoce, antes do contato sexual para meninos e meninas. Vacina A vacina deve ser aplicada dos nove aos 26 anos de idade. No mercado há duas vacinas de laboratórios diferentes: a quadrivalente, que protege contra quatro tipos de vírus – 6 e 11, que causam as verrugas- e 16 e 18- que podem levar ao câncer- e a vacina bivalente que protege contra o vírus 16 e 18- protegendo contra o câncer do colo do útero. A indicação é fazer uma primeira dose, dois meses depois, a segunda dose; e seis meses depois, a última dose. A doutora Iara explica que a aplicação da vacina dificilmente apresenta reações. Em alguns casos, pode acontecer dor local. “Não existem relatos de efeitos colaterais. As pessoas que têm alergia a componente com fungo a recomendação é não fazer a vacina, e, além disso, a única vacina que pode ser aplicar junto é da Hepatite B”. Outra questão importante ressaltada pela médica, é que quando uma pessoa tem interesse na vacinação precisa saber qual a vacina que está fazendo, porque a sequência das aplicações deve ser com a mesma.

Dra. Iara de Bortoli

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Ginástica laboral: uma proposta de qualidade de vida

O trabalhar é essencial para o sustento de cada um e, com o passar do tempo, exige cada vez mais das pessoas. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos seus funcionários e para que isso se reverta em boa produtividade, muitas empresas buscam na ginástica laboral uma alternativa, que vem ganhando espaço tanto em grandes empresas como também nas pequenas. O Sesc Xanxerê, que oferece o serviço de ginástica laboral, desenvolve hoje um trabalho mais amplo, chamado programa Bem-estar. Atualmente, sete empresas, de segmentos diferentes, utilizam o serviço. A técnica de lazer, Cleidi Bertan, conta que o Sesc passou por uma reformulação após realizar um estudo com Markus Nahas, um especialista em qualidade de vida. Hoje a atividade trabalha com cinco pilares: controle do estresse, comportamento preventivo, nutrição, atividade física e o relacionamento interpessoal. “Hoje não se pensa mais somente na laboral, hoje envolvemos um pacote de qualidade de vida para o funcionário. Somente ir até a empresa e fazer alongamento, duas vezes por semana, durante 15 minutos, é bom, porque prepara o funcionário para a atividade, mas se o funcionário não se envolver nisso e não agregar valores a gente não sabe até onde isso vai mudar alguma coisa na qualidade de vida dessa pessoa, então, hoje oferecemos um pacote de bem-estar para a empresa”. Para cada empresa que contrata o programa Bem-estar, é desenvolvido um método diferente de trabalho. Inicialmente, a equipe faz um levantamento do perfil da empresa, através da aplicação de questionários para conhecer os hábitos e a rotina dos funcionários. Em algumas empresas, dependendo do investimento, também é oferecida a quick massage, conhecida como massagem rápida que visa aliviar as tensões musculares e dores em geral. Entre os resultados mais significativos da aplicação do programa, a técnica Cledi destaca a integração dos funcionários. “Nós usamos a laboral para fazer com que os funcionários também interajam um com o outro. Hoje trabalhamos a parte física, mas também trabalhamos com brincadeiras, dinâmica ou algo que

faça com que eles se integrem. Isso melhora o relacionamento na empresa”. Outro pilar importante da pirâmide que baseia o programa de Bem-estar é a orientação nutricional. Segundo a Cleidi, para os casos graves de má nutrição encontrados em empresa, é oferecido assistência. “Durante a laboral fazemos um levantamento para depois oferecer orientação nutricional para esses funcionários, dando dicas básicas como: mudanças para o dia a dia, orientamos sobre a importância de realizar um número maior de refeições durante o dia, comer a fruta da época, substituir um lanche calórico ou uma bolacha recheada por uma fruta”. Para o controle do estresse dos funcionários, são aplicados jogos. “Levamos para a empresa jogos cognitivos que não tomam tempo e são jogos que com cinco minutos a pessoa já consegue dar uma respirada e depois voltar para o trabalho com a cabeça mais descansada”. No comportamento preventivo, em alguns casos, o programa trabalha com a realização de exames de colesterol, triglicerídeos e aferição de pressão. Um exemplo lembrado por Cleidi foi de uma empresa em que foi constatado através de exames médicos que 70% dos funcionários apresentavam colesterol alto. Então, a equipe levou até a empresa uma cesta de frutas para promover a mudança de hábitos alimentares. “Era de praxe no lanche da tarde os funcionários tomarem café e, aos poucos, oferecemos a proposta de substituir esse café por uma fruta. Inicialmente, essa substituição foi sugerida para acontecer uma vez por mês, depois, passou para uma vez por semana. No momento, ainda estamos nessa escala”. Cleidi explica ainda que o desenvolvimento da laboral, propriamente dito, que é o exercício físico na empresa, é dividido em preparatório e compensatório. A preparatória acontece antes do início do trabalho e a compensatória após o horário do funcionário. “A atividade de laboral prepara o corpo para a sobrecarga recebida durante o dia. Além disso, os 15 minutos de laboral é uma sementinha que plantamos para que o funcionário multiplique esse tempo de laboral e faça a atividade em outros horários, quando o educador físico não estiver na empresa”.

Hoje em dia, a ginástica laboral é uma proposta que vai além dos exercícios físicos de alongamento do corpo, é um projeto de bemestar que resulta em qualidade de vida Nileiza Durand

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Estresse Marcos Antonio Brandelero*

O estresse é uma reação emocional que tem componentes físicos e psicológicos que podem surgir diante de qualquer mudança da vida que amedronte ou confunda a pessoa. É um verdadeiro vilão do nosso organismo. Pode prejudicar o coração, o estômago, levar à depressão e provocar a sensação de eterno cansaço e frustração. Geralmente a pessoa estressada vive em permanente estado de apreensão, ansiedade e irritação. É como se estivesse sempre pronta para uma explosão. Em princípio, o estresse, não é uma doença. É uma reação natural do organismo a situações de tensão física e psicológica. Na vida moderna, os principais fatores de estresse são o excesso de trabalho, o medo do desemprego, a violência e a própria vida nas grandes cidades.

Sinais de alerta do estresse: - Diminuição da capacidade de concentração; - Queda da produtividade – cansaço exagerado; - Perda do entusiasmo em praticar atividades antes prazerosas; - Distúrbios do sono (insônia ou muito sono); - Esquecimento de compromissos e coisas importantes; - Suor frio (mãos e pés), tontura, taquicardia, mal-estar recorrente e tensão muscular. O que faz a diferença é a maneira de encarar o estresse. Se a pessoa sabe administrá-lo, vai viver em equilíbrio. Ao contrário, se o sente como um

problema, aos poucos será tomado por sentimentos de impotência e frustração. O estressado não sabe relaxar, está sempre em estado de alerta e se irrita com tudo e todos. Para vencer esse mal, é preciso alterar o ritmo de vida e a maneira de lidar com problemas e situações que geram tensão, angústia e frustração. O grande perigo é que o estresse, além de causar inúmeras doenças e prejudicar a qualidade de vida das pessoas, pode levá-las à morte. Para quem tem problemas de coração e pressão alta, o estresse pode agravar a doença e dificultar o tratamento. Por isso, é importante saber administrá-lo, diminuindo seu impacto sobre o organismo. Algumas dicas são importantes: aprenda a desligar o permanente “estado de alerta”, aprenda a reconhecer seus próprios limites e não deixe que eles sejam invadidos por ninguém,

nem mesmo por você. Administre seu dia a dia. Tenha objetivos na vida, mas não seja sufocado por eles. É importante ter horário para começar e parar de trabalhar, sempre reservando tempo para as refeições. Alimentação saudável tem tudo a ver com qualidade de vida e saúde. Não descuide do lazer e preserve uma hora diária para prática de atividade física. Provavelmente, essas atitudes não resolvam seu problema financeiro, profissional ou emocional, mas certamente o ajudarão a ter tranquilidade e energia para lidar com essas questões. E para obter uma orientação adequada para cada caso é importante procurar ajuda profissional de um médico ou psicoterapeuta, pois em alguns casos será necessário o uso de medicação específica para controlar o estresse. *Dr. Marcos Antonio BrandeleroCardiologia e Clinica Médica


Transtorno alimentar Anorexia, Bulimia e Vigorexia são as formas mais comuns de transtorno alimentar e, geralmente, acometem jovens que apresentam excessiva preocupação com a boa forma do corpo Nileiza Durand

A causa do transtorno alimentar ainda é desconhecida para a medicina. Conforme a médica endocrinologista, Melissa Derossi, existem pesquisas que estudam os fatores genéticos, ambientais e os emocionais, entretanto, o real motivo que leva um indivíduo a ter o transtorno alimentar ainda não é conhecido. Os casos mais frequentes são: Anorexia, Bulimia e Vigorexia. A psicóloga Tenille Toazza Comachio explica que a Anorexia e a Bulimia atingem na maioria das vezes jovens do sexo feminino, de 15 a 25 anos de idade, enquanto a Vigorexia é mais frequente no sexo masculino. “Desencadeados muitas vezes como uma forma adaptativa à sociedade caracterizada pela ‘perfeição’ do corpo”, avalia a psicóloga Tenille. A endocrinologista Melissa ressalta que para a pessoa apresentar transtorno alimentar existem fatores de risco. “Pessoas ansiosas, deprimidas e com história familiar de transtorno alimentar, ou ainda, pessoas que fizeram dietas excessivas, que se preocupam muito com a aparência e com a forma física têm uma tendência maior de ter um transtorno alimentar, seja ele Anorexia ou Bulimia”. De acordo com a psicóloga Tenille, as pessoas mais suscetíveis a desenvolver Bulimia ou Anorexia são meninas adolescentes e adultas jovens de classe média e média alta; meninas que ambicionam trabalhar em atividades que enfatizam o estado de magreza do corpo (atores, modelos, bailarinas e desportistas); “ex-gordas” ou com excesso de peso que se tornam obsessivas por práticas frequentes de dietas; pessoas com baixa autoestima; expectativa de grandes desempenhos; perfeccionismo, pessoas com insegurança no relacionamento social; preocupação e cautela em excesso; e dificuldade em identificar e expressar sentimentos.

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Anorexia A psicóloga Tenille define como Anorexia a perda deliberada do peso e pavor de engordar mesmo estando muito abaixo do peso. É uma doença muito grave e, às vezes, mortal. Os sintomas são: medo intenso de ganhar peso, pouca ingestão de alimentos ou dietas severas, significativa perda de peso (frequentemente em um período breve de tempo), sentimento de culpa ou depreciação por ter comido, hiperatividade e exercício físico excessivo, perda da menstruação, queda de cabelo, excessiva sensibilidade ao frio, mudanças no caráter (irritabilidade, tristeza, insônia, entre outros) e imagem corporal distorcida. “Como características ou indícios da Anorexia podemos citar atitudes como a prática de pesar os alimentos, medir a quantidade de líquido e, a pessoa pode ainda, apresentar fortes dores estomacais”, descreve Tenille. Como traço da personalidade, a psicóloga define a pessoa com Anorexia como alguém que possui preocupação e cautela em excesso, medo de mudanças, hipersensibilidade e gosto pela ordem.

Bulimia Assim como na Anorexia, a Bulimia é uma síndrome causada por vários fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais, porém a doença é o contrário da Anorexia. A pessoa que sofre de Bulimia ingere grande quantidade de alimentos se tornando compulsiva e, depois, utiliza métodos compensatórios, como: vômitos induzidos, uso de laxantes e diuréticos e prática de exercícios acentuados como forma de evitar o ganho de peso pelo medo de engordar. “Mas, diferente da Anorexia, na Bulimia não há perda de peso, assim dificultando a detecção da doença”, explica a psicóloga. Os sintomas são: comer compulsivamente em forma de ataques de fome e as escondidas; preocupação constante em torno da comida e do peso; condutas inapropriadas para compensar a ingestão excessiva com a finalidade de não ganhar peso, tais como o uso excessivo de medicamentos, laxantes, diuréticos e vômitos provocados; erosão do esmalte dentário, podendo levar à perda dos dentes; mudanças no estado emocional, tais como: depressão, tristeza, sentimentos de culpa e ódio de si mesma. “Essas pessoas geralmente evitam comer em público, evitam lugares que precisam mostrar o corpo e demonstram interesse em assuntos relacionados à comida, peso e forma corporal”, identifica Tenille. Pessoas que sofrem de Bulimia apresentam como traços de personalidade a impulsividade, desorganização, preferência pelo novo, fácil desmotivação e extroversão.

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Vigorexia Indivíduos que apresentam a Vigorexia possuem como característica principal a excessiva preocupação em ter o corpo forte. “Nessa busca incontrolada apelam para os esteroides e anabolizantes que prejudicam a saúde”, ressalta a psicóloga. Além da preocupação com o próprio corpo, os outros sintomas são: distorção da imagem corporal; baixa autoestima; personalidade introvertida; tendência à automedicação e modificações da dieta; uso contínuo de anabolizantes; exercícios físicos exagerados em busca de resultados imediatos.

Tratamento Para o tratamento dos transtornos a ação deve ser multidisciplinar com a atuação de uma equipe de médicos, nutricionista e psicólogo. O tratamento deverá ser medicamentoso e psicoterápico com o paciente e acompanhamento da família. “O que melhor funciona para o tratamento do transtorno alimentar é terapia comportamental, com psiquiatra e psicólogo, e alguns medicamentos. E o papel do endocrinologista e do clínico é tentar resolver as complicações clínicas que geralmente já existem” afirma a endocrinologista Melissa. As complicações mais comuns são a amenorréia (parada da menstruação), infertilidade, osteoporose, complicação cardíaca, com diminuição do músculo cardíaco. “Por exemplo, na Anorexia as meninas perdem muito peso e como elas perdem massa muscular magra elas também perdem massa muscular cardíaca. O coração fica menor e a função dele também fica menor. O comprometimento é de todos os órgãos, existem as complicações gástricas, constipação, estufamento gástrico, complicações hematológicas, até uma anemia mais severa. Alem disso, podem acontecer casos de pacientes que não conseguem caminhar, porque possuem uma fraqueza generalizada. Casos de Anorexia são casos extremamente graves”, especifica a endocrinologista. A complicação orgânica de longo prazo dependerá do estado em que o paciente é encontrado. “Se o paciente é encontrado num estágio mais avançado, por exemplo, ele já terá a osteoporose, que é uma complicação metabólica”, relata a médica Melissa.

o fator genético e o ambiental, além de algumas síndromes, doenças genéticas que levam ao ganho de peso, mas nada impede que um indivíduo obeso tenha um transtorno alimentar. É importante esclarecer que a obesidade não é considerada uma doença psíquica”. A Organização Nacional da Saúde divide em categorias: o indivíduo desnutrido é o que apresenta o índice corporal abaixo de 18 (o índice é calculado pelo peso dividido pela altura ao quadrado). Esse indivíduo tem medo de ganhar peso, apresenta distúrbio da imagem corporal e precisa ser investigado para um transtorno alimentar do tipo Anorexia. O indivíduo saudável, com peso normal, deve ter um índice corporal de 18 até 24.9 ou 25. O indivíduo sobrepeso tem de 25 a 29.9. A partir disso, começa a obesidade que é dividida em três categorias: grau um (índice de massa de 30 a 35), grau dois (35 a 40) e grau três (acima de 40). “Isso é estudado conforme o risco metabólico e risco cardiovascular que o indivíduo terá. Quanto maior o grau de obesidade, maior é o risco para o indivíduo e o risco de óbito por complicações”.

Dra. Melissa Derossi - Endocrinologista

Projeto “Dr. Postura” divulga o trabalho do fisioterapeuta Através da criação de uma caricatura, o objetivo é despertar o interesse da criança e do adolescente, público que receberá as informações sobre a função e a importância do trabalho do fisioterapeuta Nileiza Durand

Depois de perceber que as crianças e os adolescentes não possuem o entendimento da real função do profissional de fisioterapia e quais os benefícios que a atividade pode proporcionar à saúde, o fisioterapeuta Márcio Roberto Thomé teve a ideia de criar um projeto que tivesse a função de esclarecer e tornar conhecida a profissão. “A ideia do Dr. Postura surgiu após perceber que muitas crianças e adolescentes não tinham a consciência de como a Fisioterapia pode ajudar nos diversos problemas de saúde e quem é o profissional fisioterapeuta”. O fisioterapeuta Márcio argumenta que o profissional de fisioterapia pode, desde muito antes de instalada a patologia, perceber desvios mecânicos e identificar desordens de movimento, podendo atuar, assim, no tratamento e na prevenção. Por isso, segundo ele, a importância de desenvolver um trabalho de divulgação e esclarecimento sobre essa profissão. “As crianças, os adolescentes, os pais ou qualquer outra pessoa que precise de intervenção terapêutica, precisam saber o papel correto do profissional”.

O fisioterapeuta relata que o projeto será desenvolvido com o auxílio de uma caricatura denominada “Dr. Postura”. A linguagem gráfica e de conotação lúdica costuma chamar a atenção dos jovens e será uma ferramenta fundamental no trabalho de po-pularização da atividade. Com a caricatura, o fisioterapeuta pretende abordar temas relacionados à postura, orientando sobre maneiras corretas de postura e também tratando sobre problemas na coluna, joelhos e demais regiões do corpo. “O projeto abordará os erros mais comuns e métodos preventivos para evitá-los”. Para fazer com que a mensagem do “Dr. Postura” chegue até os jovens, o fisioterapeuta planeja desenvolver cartilhas e pôsteres que serão divulgados nas escolas do município de Xaxim. “O intuito é desenvolver um material com a proposta do lúdico, pois o público principal é a criança, mas também é importante que a informação chegue até os pais”.

Obesidade não é considerada transtorno alimentar Conforme explica a endocrinologista Melissa, algumas pessoas podem apresentar a obesidade e o transtorno alimentar, mas são duas situações diferentes. “A obesidade tem os fatores conhecidos, sabemos que a genética é algo que influencia muito para um indivíduo ganhar peso, então, para ganhar peso precisa existir • Junho 2013 • 16

Dra. Tenille Toazza Comachio - Psicóloga

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Yôga para crianças O Yôga pode ser adotado como uma prática física normal ou como método de reabilitação, oferecendo benefícios como a melhor oxigenação do cérebro e a conquista do equilíbrio do corpo Nileiza Durand

O Yôga é uma das filosofias de vida mais praticadas no mundo, isso todo mundo já sabia, mas que também é indicado para crianças, principalmente, para a reabilitação de bebês com paralisia cerebral, pode ser uma informação nova e muito positiva para muitas pessoas. A instrutora Leandra de Oliveira lembra que existem várias classes de Yôga, entretanto, a atividade pode ser uma prática física normal, desenvolvida com as crianças. Segundo

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ela, o Yôga pode auxiliar no desenvolvimento da disciplina, da coordenação motora e na respiração correta, oxigenando melhor o cérebro. A instrutora salienta que a criança, a partir dos quatro anos de idade, já pode iniciar a prática do Yôga como atividade física. “A criança desenvolve o equilíbrio, além disso, terá o contato com o colega e assim poderá aprender o respeito, a convivência e também, terá a

consciência do ‘gastar energia’ para suprir uma necessidade do corpo”. Em crianças especiais como, por exemplo, as que apresentam paralisia cerebral, o ganho com o Yôga é a melhor oxigenação do cérebro conquistada, principalmente, com a movimentação do corpo. Como método de reabilitação, o Yôga poderá ser praticado por crianças menores que quatro anos. “Iniciamos com a movimentação dos braços, depois incluímos a movimentação das pernas, fazendo com que a cabeça fique mais para baixo, provocando a inversão sanguinea das crianças. Fazendo a inversão favorecemos a oxigenação. O nosso cérebro é muito inteligente e quanto mais novo melhor, porque ele cria outros caminhos de oxigenação, de reflexo e de equilíbrio”. Leandra explica que mesmo que a criança tenha limitações e não faça algum tipo de movimento, durante a prática do Yôga, o instrutor oferece a parte de iniciativa, pro-

vocando o movimento. “Iniciamos com as posições de permanências e depois passamos para as movimentações repetitivas. Com isso, o cérebro vai criando um caminho até que, naturalmente, a criança vai realizar o movimento”. O Yôga ensina o caminho e é através das reações do praticante que se comprova o aprendizado. “No Yôga provocamos posições que simulam o movimento para despertar a reação. A prática de reabilitação pode ser feita no Yôga através do estímulo e da reação”. Os resultados do Yôga dependerão do estágio de desenvolvimento do praticante, podendo apresentar ganhos nos três primeiros meses ou, em situações em que o praticante possua maiores seqüelas, até seis meses, um ano ou um ano e meio.

Yôga além da meditação A instrutora Leandra explica que o Yôga vai além das posições que buscam o relaxamento e a meditação, e argumenta que a prática completa se refere a todos os aspectos: o físico, psicológico, emocional, espiritual e social, levando ao entendimento e ao domínio da própria mente. “A criança, mesmo pequena, consegue captar a energia de bem-estar. A filosofia do Yôga é uma filosofia de vida estritamente prática”. Conforme Leandra, a particularidade do Yôga, e que o diferencia de outras formas de reabilitação, é que a prática oferece a base, o restante o praticante é que vai apresentar.

Leandra é formada na Uni-Yôga de Florianópolis, uma universidade que trabalha somente com o Yôga. Possui uma experiência que quase dez anos com o Yôga e uma de suas especializações que trabalha com a reabilitação de crianças foi realizada no Centro de Especialização Montanha Encantada, de Garopaba.

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Osteopatia pode diagnosticar e tratar doenças A Osteopatia, a partir de suas técnicas, pode ajudar a curar e prevenir diversas patologias, trazendo novamente o equilíbrio que o corpo necessita para proporcionar uma vida saudável, sem dores e incômodos ao paciente Nileiza Durand

Dores crônicas, torcicolos, bursites, dor de cabeça, enxaqueca, hérnia de disco, tendinite no ombro, muitas vezes essas dores se iniciam por traumas ou por atividades repetitivas e incomodam por muito tempo. Tratar o sintoma ajuda, mas não resolve o problema. A causa pode estar onde menos se espera. A Osteopatia é um método de diagnostico terapêutico, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, que trata as disfunções de mobilidade articular e tecidual. Criada pelo médico americano Dr. Andrew Taylor Stili, em 1984, a Osteopatia baseia-se no conhecimento profundo da anatomia, fisiologia e biomecânica do corpo e vem ganhando espaço e reconhecimento na sociedade, devido à eficácia e rapidez de seus resultados. O fisioterapeuta Clorivan José Zolet, especialista neste método, explica que os bons resultados alcançados pela Osteopatia devem-se ao fato de que o corpo é tratado como um todo. “Uma dor pode ter diversas causas e nós precisamos reconhecer que o corpo funciona como uma unidade composta de diferentes partes móveis, como os músculos e articulações, órgãos e vísceras, circulação sanguínea e as interações microscópicas entre as células. Conhecer esses caminhos pode ajudar a encontrar a causa de uma dor em outro ponto do corpo”. Clorivan explica que todas as partes do corpo funcionam juntas e de forma interligada. Se uma das partes

está limitada, as restantes deverão sofrer adaptações e compensações, eventualmente levando a inflamação, dor, rigidez e a outros problemas de saúde. “Quando o paciente tem um torcicolo, por exemplo, tem dificuldade de girar a cabeça, pois o ombro e pescoço ficam naturalmente imobilizados pela dor. Para olhar lateralmente o corpo gira boa parte do tórax, o que não é normal. Esse movimento pode causar uma dor ou lesão na coluna”. Uma das vantagens do tratamento é a não utilização de medicamentos, o que evita efeitos colaterais conhecidos, como a dor de estômago no caso de tomar anti-inflamatórios por muito tempo. O tratamento também apresenta benefícios em relação ao tempo, pois costuma ter resultados bons em curto espaço de tempo. Entretanto, Clorivan orienta que a terapia deve complementar o tratamento aplicado por outras especialidades. Por exemplo, no caso de uma dor no peito, depois que o cardiologista não identificou outra causa senão o estresse e a tensão, a Osteopatia pode ser o tratamento mais indicado para diagnosticar a causa e curar o problema. “Várias podem ser as causas da dor no peito, a tensão de alguns músculos, em especial do peitoral menor, que pode estar inflamado e comprimindo uma artéria ou nervo, pode ser uma pressão na coluna cervical, nas vértebras C1, C2, C3, C6 ou C7. A origem pode ser traumatismos no ombro, exercícios repetitivos no trabalho ou na atividade física, especialmente se asso-

ciada ao estresse por excesso de responsabilidade e pressão”. O tratamento com a Osteopatia é realizado com sessões com intervalos de uma semana entre elas. A primeira sessão demora mais, porque é preciso fazer toda a avaliação do paciente, mas as sessões seguintes duram em média 50 minutos. O tempo de duração do tratamento depende de cada caso, mas em média leva de cinco a oito sessões.

OS QUATRO PRINCÍPIOS DA OSTEOPATIA Primeiro Princípio – A Estrutura Governa a Função Existe uma relação entre estruturas e funções. As estruturas são os ossos, músculos, tendões, nervos, e as funções são de sustentação, contração e transmissão de força, que estão intimamente relacionadas. Um problema em uma estrutura afeta outras estruturas e consequentemente suas funções. Segundo Princípio – A Unidade do Corpo Todas as partes do corpo estão interligadas anatômica e fisiologicamente, sendo impossível qualquer tipo de separação Terceiro Princípio – A Autocura O corpo tem todos os elementos para eliminar ou reprimir as suas enfermidades.

Clorivan José Zolet - Fisoterapeuta

Quarto Princípio – A Lei da Artéria O sangue é fundamental para todos os elementos do corpo, sendo que a sua perturbação pode levar a má nutrição das estruturas corporais.

AS DIVISÕES DA OSTEOPATIA Estrutural Relacionada à estrutura músculo-esquelética, atua com foco na manutenção da mobilidade tecidual. A maior procura dos pacientes nos consultórios são lombalgias, dores irradiadas, sequelas de traumas, pubalgias (dor na região do púbis), entorses, entre outros, para a qual a Osteopatia conta com um grande arsenal de técnicas para tratar. Craniana Baseada na existência de um micromovimento rítmico craniano, que quando está em desarmonia pode gerar disfunções que afetam o sistema nervoso. Neste caso, a Osteopatia é indicada para: cefaleias, dores crônicas, disfunções do sono e dores na ATM (Disfunção da Articulação Temporo-Mandibular). Visceral (órgãos internos) Assim como os ossos do crânio, as vísceras também têm mobilidade própria e quando estão deficientes podem gerar desconforto. A grande causa é a fixação dos órgãos após uma cirurgia, onde a cicatriz causa esse déficit de movimento.

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Células-tronco: uma janela para o futuro Dr. Paulo Sérgio Peres

Nosso corpo é formado por vários sistemas, e cada sistema tem seus órgãos. As células de cada um desses órgãos tem funções altamente diferenciadas, e essa diferenciação é que permite que tenhamos um funcionamento tão perfeito! Porém ao iniciar o processo de formação de nosso corpo, as células são ainda pouco diferenciadas, e ao nascermos já estamos prontinhos para funcionar de forma perfeita, harmoniosa, e crescer diariamente, desde que nos alimentemos da forma correta e tenhamos cuidados com nossa saúde. Pois bem, essas pequenas células que dão início ao processo de formação do corpo humano e depois sofrem gradativamente diferenciação são estruturas microscópicas, bastante complexas, e dentro delas existem organelas que lhes possibilitam respirar, alimentar, proteger de agressões ambientais, etc. E o que são as células-tronco? Células-tronco são também ditas células mãe, ou células estaminais, e são um tipo celular indiferenciado, que possui uma característica especial: podem evoluir para transformar-se em qualquer outro tipo de célula do nosso corpo. Pode agregar-se aos tecidos e multiplicar-se em mais células iguais a ele, permitindo a recuperação de áreas danificadas dele através de novas células sadias. As células tronco são encontradas em vários locais do nosso corpo. Três possibilidades de extração destas células na atualidade são: Células adultas – presentes na medula óssea, fígado, cordão umbilical, placenta e outros. São chamadas de adultas por já apresentarem menor poder de diferenciação em relação às embrionárias. Células embrionárias – encontradas no embrião humano e classificadas como pluripotentes devido a seu alto poder de diferenciação em outros tecidos. Seu uso é bastante restrito devido questões envolvendo ética, • Junho 2013 • 22

pois são retiradas de embriões humanos. Células mesenquimais – dotadas de significativa capacidade imunossupressora, podem diferenciar-se em vários tecidos e auxiliam na reparação dos tecidos danificados. Residem na medula óssea e no tecido adiposo. Atualmente já se propõe o tratamento de diversas doenças com o uso de células-tronco. Estudos sobre o Mal de Parkinson, diabete, alguns tipos de câncer, doenças cardíacas, doenças hematológicas e outras já tem horizontes apontando a terapia com células-tronco como uma possibilidade de cura. As mais utilizadas, por serem mais fáceis de manipular, são as células da medula óssea e as células do sangue do cordão umbilical. As células do cordão umbilical são as mais fáceis de serem obtidas, pois são obtidas do cordão umbilical, o qual será descartado no momento do nascimento do bebê, e são enviadas em segurança para armazenamento em centros credenciados, permanecendo disponíveis por tempo indeterminado para que aquele indivíduo, em qualquer época de sua vida, possa fazer uso delas para buscar a cura de doenças que possa vir a apresentar e cuja terapia com células-tronco possa ser indicada. Tem a vantagem de ser obtidas por método não invasivo sem risco para a mãe ou para o bebê. No Brasil o Governo Federal incentiva as pesquisas. O Ministério da Saúde mantem a Rede Nacional de Terapia Celular, formada por oito centros de Tecnologia Celular e já investe em vários centros de pesquisa para projetos que aplicarão as células tronco em diferentes pesquisas. Enfim, as células-tronco podem significar uma nova esperança de vida para doenças que hoje nos parecem incuráveis. A pesquisas em andamento abrem uma janela para o futuro.



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