Docthos #1

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COMO USAR As Trending Topics do verão RICHARD THALER Conheça o mais recente ganhador do Prêmio Nobel de Economia LIFE ON THE ROAD Com o casal supercool Pedro e Marina OPINIÃO Uma análise do momento da moda masculina TECH NOW Os produtos que estão mudando o seu lifestyle

PRIMAVERA

VE RÃO

2019




JULIAN GALLASCH LINEA, acrílico e spray sobre tela

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E nasce a revista Docthos... Esta é a primeira edição de um projeto que busca trazer informação e entretenimento a você, leitor, sempre alinhado com moda e muita atitude, DNA da Docthos. A marca masculina, que completa 21 anos de história, inova com esta revista que traz algumas reflexões sobre mercado, marca, branding, futuro, comportamento e lifestyle. Com conteúdo amplo, abordando arte, tecnologia, experiências de vida, empreendedorismo, comportamento e moda, muita moda masculina. Com esse foco apresentamos, entre outras, a seção “Como Usar”, com dicas e construções de looks que fogem do óbvio e nos instigam a ousar na hora de compor nosso guarda-roupa. A coleção traz um questionamento sobre o que é verdade e o que é verdadeiro e dá o tom para a campanha Docthos, mesclando o mundo real com o mundo que buscamos de forma leve, descontraída e pronta para te surpreender.

Enjoy!!! EQUIPE DOCTHOS


EQUIPE DOCTHOS Comunicação e Branding GLOW Assessoria em Marketing e Publicidade Conteúdo e Projeto Gráfico Jussara Romão Agência Direção de Arte e Projeto Gráfico Iza Cabette Arte Final Pedro Ishikawa Texto Rima Agência de Conteúdo Assessoria de Imprensa MktMix Assessoria de Comunicação

ecommerce@docthos.com.br Rua Arthur Krindges,150 Ampére - PR

Tel. (46) 3547- 8000

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ARTE

JULIAN GALLASCH


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OPINIÃO

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UM OLHAR PARA AS RUAS E COMPORTAMENTO JOVEM

HOMENS QUE INSPIRAM

THALER RICHARD

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MODA E COMPORTAMENTO

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TECH NOW

O FUTURO É HOJE

38

MODA

ESTILO & ATITUDE

BENDITO PLANO B!

76

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TRENDING TOPICS

CHECK IT OUT

NEGÓCIOS

DAY ONE

90

ATITUDE DOCTHOS

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NOVEMBRO AZUL

MODA

COMO USAR

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LYFE STYLE

LIFE ON THE ROAD

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DESIGN

ZANINI DE ZANINE

94

LIVROS

O QUE VOCÊ PRECISA LER AGORA


COLABORADOES

JORGE GRIMBERG

N

osso colunista na seção Opnião foi eleito um dos homens mais elegantes do Brasil pela revista GQ em 2016 e 2017 e “a voz da sua geração para a moda brasileira” pelo portal Style.com em 2015. Seu estilo pessoal, em conteúdos em texto e vídeo, é reconhecido por falar de moda e comportamento de maneira simples, direta, elegante e sofisticada, que reflete a experiência de quem já viveu em Nova York, Barcelona e Londres e conheceu vários países. Paulistano, atuou 10 anos como diretor no Brasil do WGSN, maior portal de tendências do mundo, e durante esse período realizou palestras e eventos no Brasil, México, EUA, Argentina e Inglaterra. Recentemente lançou o seu primeiro livro, Vida Criativa, pela editora Estação das Letras.

Julian Gallasch É

nosso convidado para expor suas pinturas e desenhos em nossas páginas. Estudou design de produto, trabalhou com ilustração, estampa e grafitti. Da ilustração manual para o desenho digital, seu estilo foi incorporando elementos gráficos e geométricos. Suas obras atuais, executadas com técnica mista, une texturas, sobreposições e diferentes materiais. O resultado incrível de sua arte você conhece nesta edição.

ANDRÉ DO VAL P

ara assinar a seção Tech Now, convidamos André do Val, jornalista de moda e consultor de estilo masculino. Formado em Publicidade e Propaganda, participou do lançamento do primeiro site de moda brasileiro, o Chic, da consultora Gloria Kalil, em 2000. Escreveu para os cadernos Cotidiano e Ilustrada, da Folha de S.Paulo, e para os suplementos Revista da Folha e revista Moda. Implementou a versão online da revista Marie Claire no Brasil, foi editor no site Petiscos, além de assinar a coluna de moda masculina Pra Macho, e colaborou para Vogue Itália, site HintMag e InStyle Espanha.

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JONAS TUCCI J

á fotografou Kate Möss, Willem Dafoe, Dalai Lama e também importantes personalidades brasileiras da televisão, cinema, música, etc. Com exposições nacionais e internacionais, foi premiado pelo MIS, o que lhe rendeu um livro. Se destaca por sua linguagem autoral e original. Retratista de paixão, sempre inovando seja com ensaios documentais, fashion, fineart ou filmes, a força da imagem é o que move esse artista multi e autodidata. Colabora com os mais importantes veículos de comunicação do país.

T

THIAGO FERRAZ O

stylist dos editoriais desta edição da revista Docthos presta curadoria e consultoria para marcas e eventos. Trabalha em todo o processo criativo de seus projetos e clientes, ou simplesmente editando as campanhas/desfiles/editoriais. Atualmente é editor de moda do projeto independente FORT Magazine, voltado para a fotografia masculina e cultura jovem. Foi um dos diretores criativos e “curador”, entre 2009 e 2010, do Projeto Gudi, que nasceu do desejo de exercitar Arte Contemporânea e Moda, livre de pré-conceitos. O projeto teve 2 versões impressas e a exposição (A)nti, no Cartel 011 em São Paulo. O processo de curadoria artística, como parte de expressão do olhar, foi aplicado nas mostras Teenage Riot (Resfest 2007), na mostra ANT( I ) - Projeto Gudi 3 (2010), e na coletiva Recorte e Cole (2011).

rabalhou como repórter e editora em diversas revistas femininas da Editora Abril e em sites como O Estado de São Paulo e IG. Em 2013, deixou o cargo de editora de cultura e lifestyle da Elle Brasil para abrir a agência Rima (www. rimaconteudo.com.br), que elabora conteúdo para revistas, livros e sites. Apaixonada por literatura, poesia e viagem, cuidou da edição dos textos deste primeiro número da Docthos e fez a reportagem sobre os lançamentos de livros e a do modo de viver e trabalhar de Pedro e Marina Beck.

Michaela von Schmaedel

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ARTE

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POR JULIAN GALLASCH

HEART, acrílico e spray sobre tela


IOLANDA, acrĂ­lico e spray sobre tela

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Trichar HA HOMENS QUE INSPIRAM

N

o primeiro episódio da série original fictícias que povoam os modelos econômicos”, Star Trek, quando Sr. Spock, oficial de substituindo os Homo sapiens. Ou seja, a teoria ciências da nave Enterprise, é avisado econômica idealiza que nós, humanos, fazemos de que um dos tripulantes morreu numa missão, escolhas imparciais, baseadas em expectativas ele responde apenas “entendido”. Chocada racionais – mas não é bem assim que funcionacom a resposta indiferente do colega, Srta. mos. Em comparação com o esperado, nós nos Uhura, oficial de comunicações, diz a Sr. comportamos mal. “As premissas em que a teoria Spock que acha um absurdo que ele, ao econômica se baseia são falhas”, escreve Thaler. receber uma notícia daquele tipo, permaneça O principal problema disso é que os modelos sentado e não faça nada a respeito. “Tenente, econômicos acabam, muitas vezes, fazendo minha demonstração de pesar não muda o que previsões erradas, que podem ter consequências aconteceu”, responde ele. sérias para o mundo. Na série, Sr. Spock é originário do planeta Por exemplo, um econ (a criatura considerada Vulcano, o que faz com que ele se comporte de nos modelos econômicos no lugar do humano) não uma maneira mais racional e desprendida de esperaria ganhar presentes de aniversário. “Que emoções do que os humanos – e cause estradiferença poderia fazer uma data?”, escreve Thaler. nhamento nos outros personagens. Da mesma “Na verdade, os econs ficariam perplexos com a forma agem os “Homo economicus”, ou própria ideia de presente.” De acordo com o autor, “econs”, figuras centrais do livro Misbehaving: se um econ precisasse mesmo aceitar um presente, The Making of Behavioral Economics (Comele preferiria receber dinheiro – assim, poderia comportamento Inadequado: A Construção da prar alguma coisa de fato necessária. No entanto, Economia Comportamental, ainda sem edição no mundo real, é difícil encontrar alguém que não no Brasil), escrito pelo americano Richard fique feliz em ganhar uma “lembrancinha” no dia Thaler, professor da The University of Chicago em que completa mais um ano de vida. Booth School of Business, um dos criadores da economia comportamental e o mais recente ganhador do Prêmio Nobel de Economia. Segundo Thaler, no livro de 2015 que reúne temas pesquisados por ele ao longo de sua carreira acadêmica, os Homo (NA COLUNA NO THE NEW YORK TIMES EM 4 DE JULHO DE 2009) economicus são “criaturas

“EU NÃO SOU O TIPO DE ECONOMISTA COM O QUAL VOCÊ ESTÁ HABITUADO.”

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DIVULGAÇÃO

rd L

O MAIS RECENTE GANHADOR DO PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA AFIRMA QUE A TEORIA ECONÔMICA NÃO CONSIDERA UMA COISA IMPORTANTE: QUE OS SERES HUMANOS SE COMPORTAM MAL.

ER POR CAMILLA GINESI

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O que o autor chama de “se comportar mal” é mais facilmente entendido por meio de exemplos. Logo no início de Misbehaving, Thaler usa uma história dos seus primeiros anos como professor de microeconomia, na década de 70, para explicar como seria essa “má conduta”. Ele conta que, certa vez, aplicou para uma turma uma prova que valia 100 pontos – e que a nota média foi de 72. “Quando os alunos receberam as notas, eles fizeram um escarcéu”, lembra. “A principal reclamação deles era que a nota média era de somente 72 pontos de possíveis 100.” Preocupado em manter o emprego e, ao mesmo tempo, o nível de dificuldade da prova, Thaler teve uma ideia – preparou a prova seguinte de modo que ela valesse 137 pontos em vez de 100. Suas motivações para a escolha do número 137 foram duas: a primeira foi que, se os alunos tivessem um desempenho parecido com o da prova anterior, a nota média da turma ficaria perto dos 90 pontos – e alguns alunos, inclusive, tirariam mais de 100. A segunda foi que, provavelmente, poucos estudantes converteriam suas notas em porcentagem, pois 137 é um número difícil para fazer uma conta de cabeça. Depois da mudança, Thaler nunca mais recebeu reclamações de que suas provas eram difíceis

Richard Thaler recebendo o prêmio Nobel de Economia em 2017

demais. Os alunos ficaram satisfeitos com as notas, em geral, na casa dos 90 pontos. Para não parecer que estava ludibriando os estudantes, para as próximas turmas, o professor colocou um aviso no programa de estudos da matéria: “As provas terão um total de 137 pontos em vez de 100. Esse sistema de pontuação não tem efeito na nota que vocês tiram, mas parece fazê-los mais felizes.” Thaler escreve que, do ponto de vista de um economista, seus alunos estavam “se comportando inadequadamente”. “Ninguém deveria ficar mais feliz por tirar 96 de 137 (70%) do que por tirar 72 de 100, mas meus alunos ficaram. E, percebendo isso, pude fazer o tipo de prova que queria sem que eles reclamassem”, explica. Mesmo antes de receber o Prêmio Nobel pela sua contribuição à economia comportamental, em 2017, Thaler já era reconhecido pela cultura pop. No filme “A Grande Aposta”, sobre a crise econômica de 2007-2008, ele é apresentado como “o pai da economia comportamental” pelo narrador-personagem Jared Vennett, vivido por Ryan Gosling. Sim, o próprio Thaler aparece no filme. Numa cena de quase dois minutos em que contracena com a cantora Selena Gomez, ele explica que, se um jogador de basquete (ou qualquer outro esporte) faz muitos pontos seguidos numa mesma partida, a torcida tende a acreditar que ele vai continuar pontuando. Porém, isso é um erro – segundo ele, uma coisa não quer dizer a outra. No longa, o exemplo do

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FOTOS: JONAS EKSTROMER, TT NEWS AGENCY

“A ECONOMIA COMPORTAMENTAL É MAIS INTERESSANTE E MAIS DIVERTIDA DO QUE A ECONOMIA REGULAR. É UMA CIÊNCIA NÃO SOMBRIA.


“ESTÁ NA HORA DE PARARMOS DE ARRANJAR DESCULPAS. PRECISAMOS DE UMA MELHOR ABORDAGEM PARA AS PESQUISAS ECONÔMICAS, QUE RECONHEÇA A EXISTÊNCIA E A RELEVÂNCIA DOS HUMANOS.” (NO LIVRO MISBEHAVING)

Em seu discurso de aceitação do Prêmio Nobel, Thaler disse que a teoria econômica considera que muitos fatores podem ser deixados de lado num experimento. “Eu os chamo de fatores supostamente irrelevantes. E a minha pesquisa pode ser realmente resumida no fato de que há muitos desses fatores supostamente irrelevantes que não são irrelevantes, eles importam”, afirmou ele. Esses fatores podem ser tanto cognitivos quanto emocionais.

jogo de basquete serve para explicar a bolha imobiliária que deu origem à crise. Em Misbehaving, o próprio autor se coloca como um dos criadores da economia comportamental. “Embora eu não tenha feito toda a pesquisa sozinho, fiz parte do movimento que criou este campo”, afirma. O interesse de Thaler pelo assunto surgiu quando ele ainda era estudante – e continua até os dias atuais. “No começo eu listava comportamentos estranhos que não pareciam se adequar aos modelos que estava aprendendo nas aulas”, conta. Segundo Renato Azevedo, professor do curso de introdução à economia comportamental da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a Fipe, a economia comportamental foi criada para explicar fenômenos que a teoria econômica não consegue desvendar. “Antes, as anomalias eram tratadas como erro, eram excluídas dos modelos econômicos. Mas, se essas anomalias não são exceções, os resultados aos quais os economistas chegam são afetados”, explica ele.

“NÓS NÃO SEREMOS CAPAZES DE NOS PROTEGER CONTRA CRISES FUTURAS SE PROTESTARMOS CONTRA A GANÂNCIA, A CORRUPÇÃO E AS IRREGULARIDADES SEM OLHAR NO ESPELHO E ENTENDER OS EFEITOS POTENCIALMENTE DEVASTADORES DA RACIONALIDADE LIMITADA, DOS PROBLEMAS DE AUTOCONTROLE E DAS INFLUÊNCIAS SOCIAIS.” (NO LIVRO NUDGE)

O autor explica em Misbehaving quais são as duas principais premissas da teoria econômica – e por que a segunda delas é falha. A primeira é o equilíbrio de mercado, que acontece quando a oferta de um bem é igual à sua demanda. A segunda é a otimização. De acordo com ela, uma pessoa escolhe, entre todos os produtos e serviços que

pode comprar, o melhor entre os quais ela pode pagar. “Até uma ida a um mercado de tamanho médio oferece ao cliente milhões de combinações de itens que estão dentro do seu orçamento. Mas ele realmente escolhe a combinação melhor?”, escreve ele. Apesar de “Misbehaving” reunir muitos dos temas inseridos na economia comportamental e ser a obra que antecedeu o Prêmio Nobel de Thaler, o livro Nudge: O Empurrão para a Escolha Certa (Editora Elsevier, atualmente esgotado no Brasil) é provavelmente o maior sucesso comercial do autor. Pelo menos, essa é a opinião de Azevedo, da Fipe. “O conceito de nudge talvez seja mais fácil de ser aplicado, por exemplo, na indústria e nas políticas públicas”, explica ele. O termo nugde não tem uma palavra equivalente no português, mas pode ser traduzido como “empurrãozinho”, como sugere o título. O livro de autoria de Thaler e Cass Sunstein trata de como melhorar a tomada de decisão em assuntos como saúde, felicidade e sustentabilidade. Um restaurante que só dá canudinhos se os clientes pedirem (num esforço para reduzir o desperdício) é um exemplo de “nudge para o bem”. Não surpreendentemente, também nesse livro, os autores partem de um pressuposto: nós tomamos decisões ruins.

AFINAL DE CONTAS, SOMOS HUMANOS.

“NÓS LIDAMOS COM HUMANOS. SUPONHAMOS QUE ESSES HUMANOS NÃO SEJAM TÃO INTELIGENTES QUANTO EINSTEIN E NÃO TENHAM UM AUTOCONTROLE PERFEITO.” (NO DISCURSO DE ACEITAÇÃO DO PRÊMIO NOBEL)

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MODA E COMPORTAMENTO

O T I D N E B ANO L P

! B ES VAR L TA E I CI TUC DAN AS N POR JO OS FOT

OS EMPRESÁRIOS ALEXANDRE FERREIRA E HENRIQUE CONTAM COMO TROCARAM SUAS CARREIRAS JÁ

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SAPONI, DONOS DA LOJA DE OBJETOS DE DESIGN MOD, NA CAPITAL PAULISTA, ESTABELECIDAS POR UM EMPREENDIMENTO — E UM SONHO — PRÓPRIO 17


MODA E COMPORTAMENTO

“ACREDITAMOS QUE UMA DAS RAZÕ TRABALHAMOS COM UM UNIVERSO C

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ÕES DO NOSSO NEGÓCIO ESTAR PROSPERANDO É QUE COM O QUAL NOS IDENTIFICAMOS E QUE NOS DÁ PRAZER.” No coração de Higienópolis, bairro nobre da capital paulista, bem de frente para o arborizado Parque Buenos Aires, fica a MOD, umas das lojas mais legais da cidade quando o assunto são objetos de décor. Nos 60m2 do salão com fachada envidraçada há uma grande diversidade de itens, que vão de xícaras de café, livros infantis, almofadas, vasos e luminárias até estantes. Nada é setorizado, e o minimalismo não dá o tom. Os objetos estão propositalmente posicionados sem uma ordem certa, harmoniosamente misturados. A ideia é deixar o cliente fazer suas próprias descobertas nos cantinhos do lugar. Por trás dessa multimarcas com curadoria de objetos pra lá de esperta estão os empresários Alexandre Ferreira, 43, e Henrique Saponi, 43, que antes de se lançarem no empreendedorismo fizeram carreira bem longe do comércio. O primeiro estudou comunicação social e achou que seria publicitário. Logo de cara, se desencantou com a profissão e ficou em dúvida entre o design gráfico e a fotografia. Ele se candidatou, então, para as duas áreas no conhecido Curso Abril, da editora de mesmo nome. “Acho que não gostaram das fotos de cadáveres que eu mandei

e acabei ficando com a outra opção”, brinca o goiano radicado em São Paulo há 22 anos e que ocupou diversos cargos importantes na empresa. Foi diretor de arte de revistas como Playboy e ELLE, e diretor de redação de títulos como Casa Claudia e Arquitetura & Construção. Saponi também começou sua vida profissional como designer gráfico a convite de um amigo e aprendeu toda a arte dessa atividade colocando a mão na massa. Ele passou por algumas editoras e foi justamente na redação de uma revista que o caminho dos futuros sócios se cruzou. Os dois trabalharam juntos no projeto gráfico da versão brasileira da internacional InStyle, que por aqui foi batizada de Estilo (fechada no final do ano passado). “Nessa época, a gente já sentiu muita afinidade estética e uma sintonia muito boa no dia a dia, o que é importante na criação visual de um produto”, relembra Saponi, que depois de um tempo resolveu montar um estúdio de design. “Estruturei essa primeira empresa, que não deu tão certo, e em 200, me juntei ao Alê e a Nika Santos em uma nova sociedade, a FAZFAZFAZ, para produzir catálogos, revistas, sites, etc”, conta. 19


Nessa época, segundo eles contam, já começavam a aparecer as primeiras conversas sobre um caminho profissional diferente e a vontade de trabalhar em um negócio ligado a design e vendas. Mas, afinal, quando a loja começou? Henrique fez uma viagem em 2010 para a França e trouxe na mala diversos itens para casa com pegada moderninha garimpados por lá. Resolveu montar uma loja online despretensiosa só para testar. Essa primeira curadoria de objetos recebeu elogios e os objetos rapidamente foram vendidos. “A partir daí, no meu tempo livre comecei a procurar importadores e fornecedores para movimentar a MOD, cujo nome une as palavras mobília e design”, conta o empresário, que na época estava sentindo uma diminuição nos trabalhos de design gráfico decorrente da crise que a mídia impressa já enfrentava. Quase dois anos depois, foi a hora de Ferreira entrar na sociedade e ajudar naquele segundo passo bem importante: a criação da loja física, que aconteceu no ano seguinte. O espaço que abriga a loja, os dois amigos acharam por acaso em uma caminhada pelo bairro. Lá funcionava uma loja de produtos para banho que Henrique já conhecia e até se recordava de já achar aquele endereço bom para montar um negócio. Quando viu que a sala estava desocupada, tratou de ligar e depois de várias negociações ficou acertado que seria montada a MOD. E nada de chamar arquitetos.

Com a falta de dinheiro, idealizaram sozinhos o layout e disposição das peças. “Nessa época, já tinha saído do nosso estúdio fazia um bom tempo e ocupava o cargo de diretor de arte da revista Playboy, por isso nesse momento entrei mais com o investimento, e o Henrique ficou mais presente do que eu no dia a dia”, explica Ferreira, que é casado com a jornalista Maria Rita Alonso, com quem tem dois filhos, Pedro, 14, e Tomás, 8. Segundo os sócios, a primeira fase da loja foi bem complicada, porque não fizeram exatamente uma pesquisa de mercado nem entendiam muito de capital de giro, impostos, taxas, muito menos quanto deveriam ter de estoque. “Apesar das dificuldades e de bater muito a cabeça, e de todas as crises que o país enfrentou desde a nossa inauguração, apresentamos crescimento considerável ano a ano, de 15% a 20%”, contam. Apostar em produtos acessíveis, com uma gama bem diversa, e o olhar certeiro para selecionar itens bonitos e funcionais têm sido a principal fórmula de sucesso. Nesse mix cheio de bossa, os objetos importados, com preços mais competitivos, correspondem a mais da metade das 1500 peças disponíveis no momento. Entre as marcas estrangeiras, destacam-se Bodum, Hario, Umbra e Joseph Joseph, e entre as brasileiras, Estúdio Manus, Wet and Wood, Così, Mercatto Casa e Vela Made in SP. O ticket médio de venda lá por cliente é de 200 reais, e há opções de 2 reais (um copo) a 7 mil reais (uma prateleira).

“FOMOS UM POUCO INCONSEQUENTES NA ÉPOCA DA AB PRATICAMENTE NADA SOBRE A GESTÃO. MAS, POR OUTRO PRECISARÍAMOS FAZER PARA TOCAR UMA EMPRESA, TALVE INCONSEQUÊNCIA TALVEZ NÃO SEJA TÃO RUIM ASSIM.” 20


BERTURA DA LOJA, PORQUE NÃO SABÍAMOS O LADO, SE ESTIVÉSSEMOS A PAR DE TUDO QUE EZ TIVÉSSEMOS DESISTIDO. OU SEJA, UM POUCO DE

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VALE A PENA MUDAR? As renomadas faculdades de Harvard e Stanford, nos Estados Unidos, possuem programas que ajudam profissionais experientes a fazer uma transição bem-sucedida de carreira. O número de candidatos interessados tem sido cada vez maior que o de vagas disponíveis, e Philip Pizzo, diretor do programa Distinguished Careers Institute, de Stanford, diz que há um número cada vez maior de pessoas interessadas nesse tipo de mudança de rumo. O motivo principal? Segundo ele, é o desejo de investir em um trabalho que se conecte com quem elas realmente são e de essa atividade tenha um verdadeiro significado e propósito na vida delas.

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Em 2016, com a empresa mais estabelecida, Ferreira também deixou o dia a dia nos impressos para dedicar mais tempo ao seu negócio. “Foi uma decisão extremamente difícil, porque ocupava um cargo importante, o de diretor de redação de uma revista e de um portal, e troquei um salário certo por um caminho mais instável, mas que tinha uma grande vantagem: ser meu próprio chefe, e ter liberdade total de escolhas”, conta ele. Na divisão de tarefas, atualmente Henrique está mais focado em fazer o site, que ficou um pouco de lado, crescer novamente (hoje somente 20% das vendas são online), e Alexandre está de olho no espaço físico da marca. A escolha das mercadorias é uma tarefa conjunta. E claro que a vida dos dois não se resume à empresa. Ferreira, por exemplo, desde que deixou a editora, consegue ter mais disposição para ler, consegue se dedicar com mais afinco aos estudos da psicanálise — e tem reservado alguns horários para atender pacientes. Henrique cita que com seu lifestyle atual consegue passar mais tempo com a mulher, Roberta D´Albuquer-

que, e as duas filhas, Sofia, 9, e Lara, 11. “Ter mais tempo para fazer mais de uma atividade ou para ficar com a família não quer dizer que trabalhamos pouco, pelo contrário, mas o prazer de se dedicar ao que a gente realmente tem vontade de fazer é tão grande que o dia a dia fica mais leve e acaba sendo relativamente fácil ter uma agenda mais flexível”, esclarece Ferreira. Sobre ter um segundo endereço da MOD, os empresários dizem que essa ideia existe e está bem próxima de ser concretizada — ainda neste ano e, provavelmente, já neste primeiro semestre. “O espaço que temos hoje é pequeno para tudo o que queremos vender”, comentam eles, que estão procurando um lugar no mesmo bairro que acolheu a MOD. Sobre o conceito desta novidade, preferem não revelar muitos detalhes, mas deixam escapar que não se trata de uma réplica da loja e sim um espaço dedicado a vender peças maiores de mobiliário, com direito à venda de alimentos também. E os preços? “Nesse novo negócio, continuamos focados em oferecer valores justos e acessíveis”, completam.

“TER UM NEGÓCIO PRÓPRIO TRAZ MUITO AMADURECIMENTO, PORQUE VOCÊ REALMENTE TEM QUE ASSUMIR UMA RESPONSABILIDADE ENORME SOBRE TUDO. AMADURECER MUITAS VEZES É UM PROCESSO DOLORIDO, MAS É UMA EXPERIÊNCIA MUITO RICA E TRANSFORMADORA.” 23


NEGÓCIOS

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DA Y

ONE


A ENDEAVOR FOI FUNDADA HÁ 20 ANOS PARA APOIAR EMPREENDEDORES EM MERCADOS EMERGENTES. HOJE, A ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS ESTÁ PRESENTE EM 28 PAÍSES, INCLUSIVE NO BRASIL

E

POR CAMILLA GINESI

A

ntes de fundar a Endeavor, organização global de apoio ao empreendedorismo, a americana Linda Rottenberg foi uma recém-formada sem planos definidos – como aconteceu com muitos de nós quando terminamos a faculdade. Em 1993, ela se graduou em Direito na Universidade de Yale com uma única certeza: nunca exerceria a profissão. Então, em vez de procurar um emprego na área nos Estados Unidos, decidiu se mudar para a América do Sul em busca de inspiração. Certo dia, Linda estava num táxi em Buenos Aires, batendo papo com o motorista, quando ele disse que era formado em Engenharia. Segundo ele, as grandes companhias não estavam contratando engenheiros – e ele não se interessava em ser funcionário público. Por isso, trabalhava como taxista. Linda quis saber por que o motorista não se tornava empreendedor. “Empresário?”, perguntou ele, em espanhol. Ela, então, percebeu que o conceito de empreendedor (entrepreneur, em inglês), de alguém que cria um negócio do zero mesmo sem ter dinheiro, ainda não era difundido na Argentina – nem em outros países da América Latina. Linda chama o dia em que teve essa conversa de “day one”, pois foi quando ela teve o primeiro lampejo do que faria a seguir: ajudar a construir um movimento para encontrar e apoiar empreendedores em mercados emergentes. Hoje, Day 1 é o nome de um evento anual da Endeavor Brasil, em que empreendedores contam qual foi a ocasião em que tiveram o insight do que viriam a ser seus negócios. Linda narrou

essa história, inclusive, num Day 1 realizado no Rio de Janeiro em abril de 2013. No mesmo evento, ela contou que seu momento preferido na sua “jornada empreendedora” aconteceu quando o editor de um dicionário de português ligou para a equipe da Endeavor Brasil para dizer que, “em parte por causa do trabalho da organização, as palavras empreendedor e empreendedorismo estavam sendo adicionadas ao dicionário”. “Hoje, há palavras para empreendedor e empreendedorismo em árabe, turco, em quase todos os idiomas. Mas, 15 ou 20 anos atrás, esses termos não só não existiam como pareciam impossíveis de existir”, afirmou Linda. No Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Editora Verbo, um dos significados de empreendedor é “pessoa que toma a seu cargo um empreendimento ou ousa fazer alguma coisa difícil”. O exemplo dado pelo livro é: “Todos o recordam como um grande empreendedor e um homem que fez avançar a indústria hoteleira.” Já empreender quer dizer “levar a cabo ou a efeito qualquer ação ou empreendimento”, de acordo com o dicionário. A Endeavor foi fundada em 1997, nos Estados Unidos, por Linda e seu sócio, Peter Kellner – e foi lançada no ano seguinte na Argentina e no Chile. No Brasil, a organização chegou três anos mais tarde, pelas mãos de Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira, dois dos homens mais ricos do mundo e sócios da empresa de private equity 3G Capital, junto com Marcel Herrmann Telles.

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Segundo o site da Endeavor Brasil, o objetivo do braço brasileiro da entidade é fazer com que o país “seja reconhecido não apenas pela quantidade de empreendedores, mas pela qualidade e impacto deles no mundo”. Luis Felipe Franco, gerente de aceleração da Endeavor Brasil, diz que o que a organização faz é “encontrar grandes empreendedores enquanto eles ainda são pequenos”. “Buscamos empreendedores que estejam atacando grandes mercados, tenham grandes planos, mas ainda estejam no começo da trajetória. O que oferecemos a eles é a conexão com nossos mentores, que já passaram por desafios parecidos”, conta ele. Atualmente, a Endeavor Brasil conta com mais de 400 mentores – executivos, investidores, consultores e empreendedores experientes responsáveis por dar palestras, cursos e (claro) mentorias para empreendedores que estão começando. “Essas pessoas doam seu tempo para a causa do empreendedorismo”, afirma Franco.

“NÃO TEM NADA DE GRANDE E RELEVANTE NO MUNDO QUE A GENTE CONSIGA REALIZAR SOZINHO.”

José Renato Hopf - fundador da GetNet

“O MUNDO FOI DESENHADO PARA TIRAR O NOSSO FOCO! PRECISAMOS, ALGUMAS VEZES, COLOCÁ-LO NO MUDO PARA OUVIR NOSSAS PRÓPRIAS IDEIAS.” Adam Gazzaley - fundador da Neuroscapelab

Além do grupo de mentores, há um grupo de embaixadores que apoiam o movimento, composto por grandes nomes dos negócios. Alguns exemplos são Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do varejista Magazine Luiza, Sonia Hess de Souza, ex-presidente da confecção de roupas Dudalina, e Laércio Cosentino, CEO da empresa de software Totvs. Já os empreendedores escolhidos pela entidade, chamados de “empreendedores Endeavor”, somam mais de 170. Uma delas é a pernambucana Iliane Alencar, cofundadora da empresa de engenharia hospitalar TecSaúde, que tem sede em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife. De acordo com ela, fazer parte da organização traz segurança e esclarecimento no dia a dia do negócio. “Uma das ações da Endeavor Brasil para a nossa empresa foi viabilizar um conselho consultivo, um órgão formado por mentores para nos aconselhar”, conta ela. Também são exemplos de “empreendedores Endeavor” Wagner Ruiz, cofundador da fintech Ebanx, Zica de Assis, fundadora da rede de salões de beleza Beleza Natural, e Wilson Poit, fundador da empresa de soluções

energéticas Poit Energia. “Juntos, os mentores, embaixadores e empreendedores formam uma rede de quase 600 pessoas, que ajuda a organização, inclusive, na busca por novos participantes”, conta Franco. TECNOLOGIA QUE APROXIMA Outra maneira de encontrar novos empreendedores, de acordo com Franco, é por meio do portal da Endeavor Brasil. “Mais de 10 milhões de pessoas acessam o site todo ano. É por meio da Internet que fazemos com que o nosso conhecimento chegue para mais pessoas. Também é por meio da escala possibilitada pela tecnologia que encontramos empreendedores onde nem tínhamos pensado em procurar”, afirma ele. Franco conta que foi por meio do portal que a organização encontrou o cearense José Roberto Nogueira, fundador da empresa de telecomunicações Brisanet, que tem sede em Pereiro, no interior do Ceará. “Quando conhecemos Nogueira, ele já tinha o maior parque de fibra ótica do Nordeste. Se não fosse por ele utilizar o site, nunca o teríamos achado”, afirma Franco. O que a Brisanet faz é levar internet de fibra ótica a municípios nordestinos onde outros provedores não chegam. Recentemente, Nogueira ganhou o Prêmio Empreendedor do Ano 2018 da EY Brasil numa categoria que reconhece empreendedores inovadores.

“APRENDI QUE AS MAIORES BARREIRA

ESTRUTURAIS OU CULTURAIS — SÃO P

ASSUMIR RISCOS E PARA, EVENTUALMENTE, E

CONVENCIONAL. SE A PESSOA ESTIV

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Muitas vezes, durante os processos seletivos de “empreendedores Endeavor”, acontece de a entidade encontrar empresas que apresentem alto crescimento, mas ainda não estejam preparadas para serem escolhidas. Para não as perder de vista, a Endeavor Brasil criou um programa de aceleração, o Scale-Up. “Anualmente, mais de 300 empresas passam pelo programa, que dura cerca de sete meses. No final, selecionamos as que mais crescem para integrar a nossa lista”, conta Franco.

países - na Nigéria, no Peru e na Tunísia, por exemplo. “Também operamos em países desenvolvidos, como Japão, Itália e Estados Unidos.

“MUITAS COISAS NÃO OUSAMOS EMPREENDER POR PARECEREM DIFÍCEIS; ENTRETANTO,SÃO DIFÍCEIS PORQUE NÃO OUSAMOS EMPREENDÊ-LAS.” Sêneca

“QUANDO AS COISAS DÃO ERRADO, NÃO OLHE NA JANELA, OLHE NO ESPELHO.”

Jim Collins - escritor e consultor de negócios

Além das atividades já listadas, a Endeavor Brasil organiza eventos, disponibiliza eBooks e cria conteúdos em texto e vídeo, tudo sobre empreendedorismo - só no site endeavor.org.br há mais de 20 cursos online disponíveis. A organização, que não tem fins lucrativos, tem três fontes de receita: doações de pessoas físicas (dos embaixadores, por exemplo), contribuições dos empreendedores que participam dos programas (como o de aceleração) e parcerias institucionais (com o banco Santander e a empresa de hardware Dell, por exemplo). Atualmente, a entidade está presente em 28

Já não somos uma organização exclusiva de países emergentes, mas de ecossistemas que estão precisando de uma injeção de empreendedorismo”, afirma Franco. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Endeavor possui escritórios em Atlanta, Detroit, Louisville e Miami. No Brasil, os “empreendedores Endeavor” já geraram mais de 36 000 empregos e faturam, juntos, 4 bilhões de reais por ano, segundo o site da entidade. Para o futuro, a Endeavor Brasil pretende continuar apoiando os empreendedores e ajudar a diminuir as barreiras para o crescimento dos negócios. A principal responsável por isso deve ser Camilla Junqueira, a nova diretora-geral do braço brasileiro da organização. “Uma das nossas bandeiras atuais é a diminuição da burocracia que o empreendedor brasileiro enfrenta”, afirma Franco.

AS PARA O ESPÍRITO EMPREENDEDOR NÃO SÃO FINANCEIRAS,

PSICOLÓGICAS. O MAIOR DESAFIO É ESTAR PREPARADO PARA

ESCUTAR QUE ESTÁ LOUCO POR INVESTIR NUMA IDEIA POUCO

VER DISPOSTA A SE LIVRAR DESSE MEDO, NADA A IMPEDIRÁ.” Linda Rottenberg, presidente da Endeavor

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LYFE STYLE

Life

ON 30


COMO MARINA E PEDRO BECK CONSEGUIRAM UNIR AMOR, TRABALHO E VIAGEM NUM MOTORHOME

T H E

POR MICHAELA VON SCHMAEDEL

S

abe aquela cena de filme norte-americano rodado na estrada, em que aparece um casal lindo e estiloso viajando em um motorhome e passando pelas paisagens mais incríveis? Pois isso existe: trata-se da viagem mais cool que você já ouviu falar, a do casal Marina, 30, e Pedro Beck, 31, que há mais de dois anos estão na estrada e já passaram por países como Estados Unidos, Canadá, México, Cuba, Belize, El Salvador, Honduras, entre outros, dirigindo e vivendo no Giuseppe, apelido carinhoso do motorhome ano 1988 comprado pela dupla. Tudo começou quando o casal teve a ideia de fundar a agência We are Alive, em 2014, e pensou num jeito novo de trabalhar. “Tínhamos esse sonho, e desde quando criamos a agência foi no intuito de um dia poder produzir de qualquer lugar. A ideia foi crescendo e amadurecendo, fomos criando projetos em volta disso, e com o tempo conseguimos vender nosso sonho para os clientes, que hoje viajam com a gente”, conta Pedro.

ROAD 31


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Do sonho à realidade, a dupla se esforçou muito. Falaram com muitos conhecidos, deram inúmeros telefonemas, mandaram centenas de emails. “É assim que acontece: você manda 300 emails, dos 300, 280 nunca vão te responder. Dos 20 que sobram, 10 vão te falar não. Nos 10 restantes, você tem alguma chance, então foco neles! O importante é trabalho, não emprego. Mas primeiro você tem que acreditar. Se você não acreditar, ninguém mais vai”, diz Pedro. Mas como funciona, na prática, a vida deste casal, que desce as Américas desde dezembro de 2015? Os dois passam os dias curtindo os lugares novos pelo caminho e fazendo trabalho para marcas de moda, bebida e lifestyle. Pedro explica de maneira resumida e didática: “Somos fotógrafos, produtores de conteúdo on the road para clientes e patrocinadores. O que cada um vai encomendar, depende da marca. Algumas querem criar um conteúdo na estrada, outras nos patrocinar de alguma forma”, diz. Para acontecer um ensaio para alguma marca, por exemplo, eles recebem o briefing do cliente e as roupas pelo correio — que demoram de dois a sete dias para chegar — , fazem as fotos (muitas vezes são eles mesmos os modelos), os textos e os vídeos, se for o caso. O foco dos clientes normalmente é a divulgação nas redes sociais, campo que a dupla domina bastante. Os dois mantêm contas da We are Alive no Instagram (que hoje tem cerca de 34 mil segui-

dors), no Twitter, um site, um canal no Youtube (que tem mais de 90 vídeos) e ainda mais duas contas pessoais e uma do motorhome Giuseppe no Instagram (veja endereços abaixo). São nesses lugares todos que eles contam os bastidores da viagem e divulgam seus patrocinadores e os trabalhos feitos para as marcas. Sobre produzir assim, “on the road”, Pedro conta que no dia a dia as coisas não são tão diferentes de um trabalho convencional. “A vantagem é poder viver onde quisermos, ficar num lugar se gostamos, ir embora se não curtimos. De resto, é igual a outros trabalhos freelancers. Temos nossos dias produtivos, os não muito, os dias de entrega, os dias de produção. E bem de vez em quando, uma folga.” Um dia básico da dupla na estrada passa em geral por acordar com calma, tomar café da manhã, passear com os cachorros (Sofia veio com eles do Brasil, Anthony foi adotado em Los Angeles e Baja, no México), ir à praia ou fazer alguma trilha. Depois, Pedro e Marina almoçam, trabalham um pouco, seja editando o vlog, tratando fotos ou produzindo imagens novas. “À noite, às vezes trabalhamos noite adentro, às vezes fazemos uma fogueira, outras assistimos a um filme”, conta. Em dias de pegar a estrada — Pedro dirige sempre (até hoje foram 65 mil kms, o equivalente a percorrer Rio de Janeiro-SP 144 vezes) e Marina copilota — o casal acorda mais cedo para conseguir dar conta de tudo.

WE ARE ALIVE NAS REDES o Instagram é a principal ferramenta do projeto, mas o canal do youtube é a favorita deles. O site We Are Alive Agency também vale a visita, porque lá dá para ver em tamanho grande as fotos lindas produzidas pela dupla. Eles também usam o Twitter pra contar os bastidores, detalhes, perrengues e pequenas alegrias do dia a dia. Acompanhe a dupla em: www.wearealive.today Youtube: We are Alive na estrada Twitter: we are alive agency

@wearealivenaestrada @pedrobeck @mrnbeck @giuseppenaestrada

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Mas nem só de praias paradisíacas, amor e cerveja no fim do dia vive a dupla. Os problemas aparecem o tempo todo, já que eles precisam passar fronteiras de países — algo sempre estressante —, dormir diversas vezes em locais não muito seguros e enfrentar adversidade climáticas. “Já passamos alguns apertos: uma nevasca no Canadá a caminho do Alasca, um tornado em Paris, no Texas, e uma quebra repentina do motorhome no meio de uma nevasca em um National Park, na divisa dos Estados Unidos com o Canadá, sem sinal de telefone”, lembra. As maiores alegrias deste tempo na estrada também estão bem presentes na memória do casal: a chegada da placa do motorhome, um mês depois que eles o compraram, a volta dos dois para o motorhome, depois de seis meses de reuniões no Brasil entre outubro de 2016 e abril de 2017, e quando eles cruzaram a fronteira dos Estados Unidos para o México, fugindo da zona de conforto que era a vida de motorhome somente nos Estados Unidos. Planos para o futuro? “Talvez fixar residência em alguma praia das Américas no final de 2018, mas nada ainda muito certo. Algum outro

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sonho para realizar? “Antes meu sonho era casar com a Marina. Casamos. Agora é ter filhos com ela e quem sabe, um dia, fazer uma viagem ao espaço. Se não der pra ir ao espaço, ficaria feliz em viajar a América do Sul com meus filhos. Se conseguir qualquer um desses sonhos, serei um cara agradecido e realizado”, conta ele. Marina e Pedro parecem mesmo ter a vida mais legal do mundo, mas será que às vezes não dá um arrependimento ou um cansaço de viver assim na estrada o tempo todo? Ele não parece ter dúvidas de que escolheram o caminho certo. “Estamos juntos há 4 anos, e casados há 6 meses. Então tudo teve seu tempo. O #vanlife é um movimento que cresce muito no mundo todo, mas, por algum motivo, no Brasil não muito. O brasileiro acha que o que fazemos é coisa de doido, enquanto todos os dias cruzamos com famílias americanas, canadenses, chilenas, argentinas, francesas viajando de kombi. Às vezes um casal com um, dois ou três filhos. A gente costuma corrigir quem diz que não temos uma casa fixa. Ela é fixa. Só que ela também anda e podemos morar onde quisermos”, finaliza.


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AS CINCO COISAS MAIS LEGAIS DE ESTAR NA ESTRADA: 1. Uma vida mais simples

2. Poder mudar nossa casa de lugar todos os dias 3. Poder fixar residência por um tempo onde quisermos 4. Estar sempre perto da natureza 5. Poder produzir para marcas que acreditam na gente

TRILHA SONORA Eles ouvem de tudo. E Pedro ainda complementa: “Moramos na estrada e um gênero só nos mataria de tédio em menos de uma semana.” Os dois têm uma playlist aberta no spotify para quem quiser acompanhar o som on the road Spotify: “we are alive na estrada”

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WE ARE ALIVE ABRE O JOGO Praia mais linda: Dificil. Provavelmente Tulum, no Mexico.

Parque nacional mais impressionante: Meu favorito é Yellowstone, e o da Marina é o Joshua Tree. Mas concordamos que o mais impressionante é Yellowstone. Por ser o mais antigo, por ser um vulcão, por ter centenas de geysers e hot springs, pela quantidade de fauna e flora. Em Yellowstone vimos cervos, alces, bisões, ursos… Um pouco de tudo.

Cidade mais inusitada: Marfa, no Texas, pela estética e galerias de arte perdidas no deserto; Bisbee, na fronteira do Arizona com o México, cidade parada no tempo; com uma mina abandonada, lotada de hippies do país inteiro, Slab City, na Califórnia, a cidade onde dinheiro não entra e todos vivem de escambo.

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OPNIÃO

POR JORGE GRIMBERG

um olhar para as

A RU S

e comportamento jovem

NOSSO COLUNISTA CONVIDADO FAZ UMA ANÁLISE DO MOMENTO DA MODA MASCULINA E EXPLICA COMO MONTAR UM BOM GUARDA-ROUPAS 01 38

JULIAN GALLASCH LUCKY, acrílico e spray sobre tela


C

aminhando pelas ruas das cidades do Brasil e do mundo podemos notar que o homem está cada vez mais interessado em moda. E não estou falando aqui de moda inatingível vista nas passarelas, o jovem hoje usa a roupa como símbolo da sua tribo, do seu esporte, da música que escuta e das marcas que fazem com que ele se sinta incluído, como se a moda para o homem fosse uma espécie de clube.

Estamos falando aqui, antes de mais nada, sobre lifestyle (ou “estilo de vida”, em português bem claro). Com a velocidade do mundo digital, os códigos de moda ficam mais facilmente reconhecíveis e novos ícones surgem no mundo inteiro para disseminar essas tendências e criar as “bandeiras” de cada clube. Existe uma liberdade muito maior na hora de vestir. O homem seguia muito segmentado com roupas e acessórios. Ternos e sapatos sociais para trabalhar, roupas de ginástica e tênis esportivo para a academia, jeans, estampas e camisaria leve para o fim de semana.

Hoje os estilos se fundem para definir a verdadeira moda de comunidades, grupos e cidades com mais verdade, que liberta o homem de ter que se vestir de certa forma para cumprir certos compromissos com a sociedade. A moda esportiva invadiu a cidade e os tênis passaram a ser usados com alfaiataria e, olhando por outro ângulo, as calças de alfaiataria passaram a ter detalhes do mundo atlético, como faixas laterais nas calças e elásticos na cintura. O moletom foi para a balada, o jeans para o trabalho e a moda vem antes da rua e depois para a passarela. Vemos grandes marcas de luxo copiando réplicas idênticas de marcas de esporte e trazendo novamente para o mercado peças esquecidas, como as jaquetas de nylon que nossos pais usavam no domingo. Existe uma conversa muito interessante entre o novo e o antigo, o urbano e o casual. O gosto pessoal é cada vez mais levado em conta e os homens começam a sentir uma liberdade muito maior para se vestir, algo que o mercado feminino já aplica há algumas décadas.

E NESSE UNIVERSO EM TRANSIÇÃO, COMO MONTAR UM BOM ARMÁRIO? Começando com boas peças básicas é a melhor maneira. Um bom jeans azul tradicional e também um preto, com modelagem reta ou skinny, dependendo do seu típo físico ou gosto pessoal. Camisetas e camisas lisas em tons neutros, como preto e branco, que combinam bem com tudo. É importante para o homem, não importa a tribo, ter um armário com bons básicos. É assim que começa a construção do estilo. Vale também ajustar e trabalhar as peças para deixar elas do seu jeito, sem esperar que a marca tenha tudo correto para sua altura. Faça a barra do jeans se curte o estilo mais curto ou compre um número maior se gosta que ele fique mais folgado. Deixe suas roupas com a sua cara. As estampas e peças especiais entram depois, para mostrar os seus gostos e cultura. Aí vale a pena investir no que você curte e sua turma usa. Se for música, camisetas de banda. Uma boa jaqueta militar e uma clássica de couro preto nunca saem de moda. Peças com detalhes esportivos também podem ser cômodas e dar muito estilo aos básicos. O importante é começar simples e ir crescendo com o seu estilo pessoal de acordo com aquilo que faz sentido para você.

A MODA MUDA CADA VEZ MAIS RÁPIDO E, AO MESMO TEMPO QUE ISSO GERA UMA ANSIEDADE GENERALIZADA PELA TENDÊNCIA DO MOMENTO, O CLÁSSICO E ATEMPORAL TAMBÉM SE TORNA ESSENCIAL PARA SOBREVIVER COM TANTA INFORMAÇÃO E DAR SEGURANÇA PARA O NOSSO DIA A DIA. 01 39


MODA

ES TILO & ATITUDE, CONFORTO E PRATICIDADE PARA O HOMEM CONTEMPORÂNEO NESSA ESTAÇÃO SE APRESENTA EM CORES FRESCAS COMO O VERDE MENTA, AZUL SERENITE E ROSA QUARTZO, MESCLADOS COM CORES FORTES COMO CAMELO E VERMELHO HIBISCO QUE SE HARMONIZAM COM A PALETA DE AZUIS EM TODAS AS SUAS NUANCES. LINHOS, ACETINADOS, TEXTURIZADOS E ELASTIZADOS SÃO OS PRINCIPAIS TECIDOS QUE SE COMPLETAM COM BASES ULTRA LEVES EM CAMISAS 100% ALGODAO. PREPARE-SE PARA UMA EXPLOSÃO DE ESTAMPAS MEDIAS E MAX PARA LOOKS FUN E ORIGINAIS. ATUALIZE O GUARDA-ROUPA DO TRABALHO, GARANTA CONFORTO NOS FINAIS DE SEMANA OU CURTA A NOITE COM A COLEÇÃO DOCTHOS PARA COMPOR O SEU ESTILO.

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Atitu FOTOS IVAN ERICK MENEZES /THINKERSMGT STYLIST THIAGO FERRAZ /THINKERSMGT GROOMING MARÍLIO BITARELLO /THINKERSMGT


ude Blazer 609.916.477 Calรงa 601.920.219 Camisa 605.929.502

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BONÉ 650.920.996 CAMISA 605.929.584 COLETE 651.916.489 CALÇA 601.920.209 42


POLO 640.936.817 CALÇA 601.920.204

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BLAZER 609.916.475 CAMISA 605.229.728 CALÇA 601.920.136

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BONÉ 650.920.995 BLAZER 609.916.493 CAMISA 605.229.731 45


CAMISA 605.229.729 CAMISETA 623.936.791 BERMUDA= 602.220.872


CAMISA 605.929.525 BERMUDA 602.920.860

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BLAZER 609.916.466 CAMISA 605.929.589 BERMUDA 602.920.815

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BATA 659.929.648 BLAZER 609.916.496 CALÇA 601.110.024 49


COSTUME 608.916.498 CAMISA 605.229.729 50


BONÉ 650.920.996 CAMISA 605.929.505 BERMUDA 602.202.801

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BLAZER 609.916.466 CAMISA 605.229.745 BERMUDA 602.920.815

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CAMISA 605.229.744 GRAVATA 650.119.024 COSTUME 608.916.498

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DIREÇÃO CRIATIVA EDINHO VASQUES /GLOW ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA RENATO GONÇALVES TOSO E DOUGLAS FELIPE DA SILVA SANSHES ASSISTENTES STYLING MÔNICA QUENTIN PRODUÇÃO EXECUTIVA ERIC CAGNASSI /GLOW TRATAMENTO DE IMAGEM PHILIPE MORTOSA CAMAREIRA EDINEUSA NAGY CENOGRAFIA JOÃO VITOR ARPIS HERNANDES


ARTE

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POR JULIAN GALLASCH

SKULL IS COOL, acrílico e spray sobre tela


ELEVEN, acrĂ­lico e spray sobre tela

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MODA

como

usar FOTOS IVAN ERICK MENEZES /THINKERSMGT STYLIST THIAGO FERRAZ /THINKERSMGT GROOMING MARÍLIO BITARELLO /THINKERSMGT

blazer e calça menta

A IDEIA É APROVEITAR AO MÁXIMO A COR DA ESTAÇÃO

NO VERÃO 19 A COR RENOVA O LINHO QUE COMBINADO COM CAMISA MAX FLORAL E CHINELO BIRKEN GARANTEM O CONFORTO NA ESTAÇÃO CAMISA: 605.929.525 BLAZER: 609.916.466 CALÇA: 601.920.179

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QUER SAIR DA SUA ZONA DE CONFORTO? ENTÃO VAI NA ONDA DO MENTA COM BATA E COMPLETE O LOOK COM TÊNIS BRANCO BATA: 659.929.648 BLAZER: 609.916.466 CALÇA: 601.920.179

TENDÊNCIA NOS ANOS 60/70 A ESTAMPA LIBERTY GANHA DESTAQUE NA COLEÇÃO DOCTHOS. INSPIRADA NA SIMPLICIDADE, LIBERDADE E NATURALIDADE, SE RENOVA AO SER USADA COM MENTA EM CONTRAPONTO COM O SAPATO DE CAMURÇA MARROM CAMISA: 604.929.668 BLAZER: 609.916.466 CALÇA: 601.920.179 3


estampas

A IDEIA É DAR UM PASSO ADIANTE E SE JOGAR NA PRINT, MUITA PRINT

SOBREPOR ESTAMPAS PARECE DIFÍCIL, NÉ? AQUI VAI A NOSSA DICA: ESCOLHA ESTAMPAS COM TONS PARECIDOS, ISSO DIFICULTA, E MUITO, A CHANCE DE ERROS. A OUSADIA VAI VALER A PENA, E AGREGAR ATITUDE CAMISA: 604.929.580 BLAZER: 609.916.486 BERMUDA: 602.220.821

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DICA FRESH: USE AS CORES DA ESTAMPA PARA TE ORIENTAR NA DECISÃO DA COR DA BERMUDA, USE UMA DAS CORES E GARANTA O SEU LOOK

CAMISETA: 623.936.878 CAMISA: 605.929.505 BERMUDA: 602.920.815

SUA AMADA CAMISA JEANS ENTROU NA JOGADA? TUDO BEM. AS ESTAMPAS COMBINAM PERFEITAMENTE COM ESTE CLÁSSICO UNIVERSAL. MAS ATENÇÃO: PROCURE USAR COM TÊNIS OU MOCASSINS DE CORES LEVES CAMISA: 605.929.541 BERMUDA: 602.220.821 5


calça camelo COMO UMA COR QUENTE PODE VIRAR O BÁSICO DA VEZ

OLHA AÍ A ESTAMPA XADREX FAZENDO UM MIX COM A COR TERROSA. O LOOK É PERFEITO PARA OS DIAS QUENTES QUE PEDEM LEVEZA, DAÍ DEIXAR A CAMISA POR FORA DA CALÇA É PERMITIDO. MAS COM UM DETALHE IMPORTANTE: O COMPRIMENTO DA CAMISA NÃO DEVE PASSAR DO CÓS DA CALÇA. CAMISA: 604.229.740 CALÇA: 601.920.211

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AS ESTAMPAS DOMINAM A ESTAÇÃO E VÃO APARECER AQUI E ALI NA HORA DE MONTAR SEU LOOK. NESTA PRODUÇÃO A CAMISA FLORAL CONSTROE UM ESTILO SURF USADA COM AS SANDÁLIAS ESTILO FRANCISCANA. MODERNIDADE IMPECÁVEL CAMISA: 605.229.729 CALÇA: 601.920.211

A MELHOR FORMA DE DAR CONTEMPORÂNEDADE A UM CLÁSSICO É ARRISCAR. ESTE VISUAL MOSTRA COMO OS BÁSICOS COM SHAPES DIFERENTES DO TRADICIONAL CRIAM UM ESTILO ALINHADO COM O NOSSO TEMPO POLO: 640.236.828 CALÇA: 601.920.211

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blazer vermelho hibisco A IDEIA É DESCOBRIR NOVAS POSSIBILIDADES PARA UMA PEÇA COLORIDA

SE O OBJETIVO É UM LOOK INFORMA COM ESTILO, APOSTE EM BLAZER VERMELHO + ESTAMPA TROPICAL + CLÁSSICO MARINHO CAMISA: 605.229.729 CALÇA: 601.920.211

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SE VOCÊ FAZ UM ESTILO BEM-HUMORADO VAI ENTENDER COMO AS CORES PODEM INFLUENCIAR UM MIX DE PEÇAS BÁSICAS. TUDO PARA MANTER A IRREVERÂNCIA ATÉ NA HORA DE USAR BLAZER E GRAVATA CAMISA: 605.929.639 GRAVATA: 650.119.024 BLAZER DO COSTUME: 608.916.498 CALÇA: 601.110.024

É ISSO MESMO, AS CORES VIVAS ENTRARAM DE CABEÇA NO REDUTO DA ALFAITARAIA. PORQUE ALÉM DE FAZER UM ESTILO MODERNO AS PEÇAS PODEM SER USADAS SEPARADAMENTE, CRIANDO NOVOS LOOKS

CAMISA: 605.929.530 GRAVATA: 650.119.024 COSTUME: 608.916.498

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jeans

A IDEIA É MOSTRAR COMO USAR HOJE O TECIDO MAIS DEMOCRÁTICO E ATEMPORAL DA MODA

A CALÇA VINTAGE COM RASGOS NAS PERNAS JÁ FAZ PARTE DO GUARDA-ROUPA DOS MODERNOS. NOSSA SUGESTÃO DE USO É ALL BLUE CAMISA: 604.229.708 CALÇA: 601.920.169

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CLÁSSICOS SÃO CLÁSSICOS. SEMPRE FÁCEIS DE USAR, MISTURAR E PERFEITOS PARA QUALQUER OCASIÃO. E O JEANS BLUE FAZ PARTE DO TOP LIST DESTA CATEGORIA.

DIREÇÃO CRIATIVA EDINHO VASQUES /GLOW ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA RENATO GONÇALVES TOSO E DOUGLAS FELIPE DA SILVA SANSHES ASSISTENTES STYLING MÔNICA QUENTIN PRODUÇÃO EXECUTIVA ERIC CAGNASSI /GLOW MODELOS ANDRÉ BONA, JORGE ALANO, ED SALDANHA ( WAY MODELS) TRATAMENTO DE IMAGEM PHILIPE MORTOSA CAMAREIRA EDINEUSA NAGY CENOGRAFIA JOÃO VITOR ARPIS HERNANDES

CAMISA: 605.229.716 BLAZER: 609.916.466 CALÇA: 601.920.184

BLAZER JEANS LAVADO? É A NOSSA DICA ESPERTA PARA MONTAR LOOKS CASUAIS SEM CAIR NA CHATICE. QUER FACILITAR AINDA MAIS? ESCOLHA UMA ÚNICA COR PARA AS OUTRAS PEÇAS DA PRODUCÃO. CAMISA: 605.929.515 BLAZER: 609.916.475 CALÇA: 601.110.014 11


DESIGN

ZANI

N

TRANSITANDO ENTRE O AUTORAL E O INDUSTRIAL COM UMA ESTÉTICA ÚNICA, O DESIGNER CARIOCA ZANINI DE ZANINE COMEMORA 15 ANOS DE CARREIRA POR MARIANA PAYNO

Cadeira Tiss, de tauari e palhinha

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ANINE

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N

a família do designer Zanini de Zanine, o velho ditado “casa de ferreiro, espeto de pau” nunca fez sentido. Ao contrário, ter como berço um ateliê frequentado por tipos como Oscar Niemeyer, Sergio Rodrigues, Lúcio Costa e Amílcar de Castro moldou seus passos. Nesse espaço quase sagrado, o escritório do pai – renomado arquiteto, paisagista, escultor e moveleiro Zanine Caldas (1919–2001) –, ele experimentou o gosto pelas formas e descobriu, desde cedo, o dom para o desenho. O jovem carioca não se intimida pelo sobrenome que carrega, não se diminui pelo estigma e nem se entedia com as repetitivas perguntas a respeito de seu primeiro mentor. Afinal, não demorou a aprender a medida certa entre a preservação do legado do pai e a busca pela própria identidade. “Apesar da diferença de 60 anos de idade entre nós, sempre tivemos uma conexão, uma sintonia muito intensa, e isso naturalmente me formou e me influenciou em todos os aspectos. A cada dia descubro coisas novas sobre a genialidade do meu pai e tento aplicar isso na vida e no trabalho, porém com adaptações à minha personalidade”, diz ele.

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No topo, à esq., poltrona e banqueta Serfa, inspirada nos trabalhos de Sergio Rodrigues e Ricardo Fasanello. No topo, à dir., poltrona Meka. Ao lado, cadeira Trez, criada para a marca italiana Cappellini

Saber equilibrar essa balança talvez tenha sido o segredo para chegar aos 40 anos de idade e 15 de uma carreira que deve muito à criação de uma estética própria a partir da técnica herdada no DNA, o uso da madeira. Foi com as peças de madeira maciça, exclusivas e produzidas em séries limitadas, que Zanini lançou seu nome ao mundo, mostrando que veio para honrá-lo. Os objetos espalhados pelo globo ao longo do caminho conquistaram lugar em acervos como o do Museu Histórico do Rio de Janeiro, do Museu do Design e da Moda de Lisboa e do Philadelphia Museum of Art, além de garantir importantes nomeações e prêmios nacionais e internacionais – a eleição como designer do ano pela Maison&Objet Américas em 2015 e os troféus IDEA Brasil e Museu da Casa Brasileira, para listar só alguns. A larga escala, porém, acabou atraindo o olhar original e as mãos inquietas de Zanini. Aos poucos, as produções autorais passaram a dividir espaço com coleções industriais, somando à madeira matérias-primas como plástico, metacrilato, vidro, metais e cerâmicas – que, na opinião do designer, de maneira nenhuma têm um valor menor. “Eu não saberia fazer de outra forma, já que uma coisa complementa a outra, ao meu ver. Uma me dá liberdade, e a outra me traz mais para o chão. Essa mistura faz com que o trabalho se lapide e amadureça”, explica. “Em grande parte, a maior diferença entre os dois tipos de produto é o compromisso. Enquanto o industrial tem que ser leve e de fácil produção, o autoral pode ser lento e pesado.” Mais do que uma tendência ou outra, os novos desafios são o verdadeiro catalisador da trajetória do carioca. Foi assim na experimentação simultânea do artesanal e do industrial, na criação do Studio Zanini, em 2011, e na abertura da Loft55 – loja no Rio de Janeiro que segue a todo vapor desde o ano passado, reunindo objetos dele, do pai e de colegas como Arthur Casas. Também em 2017, o designer se aventurou por peças nunca antes manuseadas: criou esculturas para exibir na galeria Luciana Caravello e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e se arriscou na invenção de um cobogó – o revestimento foi concebido para a marca brasileira Solarium e rendeu o consagrado prêmio alemão iF Design Award no início deste ano.

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NOVOS HORIZONTES Além da conquista de mais um troféu internacional, esse modelo de cimento derrubou a fronteira entre a arquitetura e o design e iniciou Zanini nos projetos de espaços. “Tenho me sentido atraído em seguir por essa nova direção”, diz. O designer assinou os interiores de um prédio no Leblon e já tem outras plantas a caminho. Se isso o afasta de seu ofício original de criação de móveis e objetos? De jeito nenhum. “Sempre considerei a arquitetura e o design como parte do mesmo universo. Aprendi isso com meu pai desde pequeno, observando o trabalho dele e ouvindo essa máxima em sua rotina no escritório”, diz. Cada vez mais próximo do mundo arquitetado por Zanine Caldas – com ele, o filho compartilha a inclinação por navegar com fluidez entre o design, a arquitetura, a marcenaria e a escultura –, Zanini tem se dedicado a referenciar a memória do pai. “Todas as minhas forças estão concentradas para o centenário de José Zanine Caldas em 2019: um livro completíssimo, uma grande exposição em São Paulo e outra no exterior”, conta. Tamanha admiração não é mero encanto de rebento. “Quem conheceu o ser humano José Zanine Caldas foi, em algum grau, influenciado. Ele era um sábio intuitivo, tinha um nível de conhecimento que emanava em sua energia”, garante o filho. Um espírito tão forte, que se preservou no gênio da segunda geração. “Filho de peixe, peixinho é” parece, portanto, uma sabedoria popular mais do que apropriada para a família Zanine.

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À esq., cadeira Zina. Acima, cachepô Kony. À dir., poltrona Espécie, de madeira de demolição

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TECH NOW

POR ANDRÉ DO VAL

O

FU TURO

É

HOJE ilmes de ficçãocientífica sempre envolvem uma boa dose de fantasia. Tem uma grande diferença, contudo, na maneira como alguns filmes abordam ciência e realidade. Há os que rompem completamente com as leis da natureza, como são as produções de super-heróis ou sobre catástrofes do fim do mundo... Mas outros apoiam seus roteiros em premissas mais coerentes com o conhecimento científico, desde publicações impressas do século retrasado até séries recém-lançadas nos serviços de streaming. Respaldadas por um contato maior com a ciência, acabam por fazer previsões acertadas acerca de evoluções do comportamento humano e, consequentemente, do uso de tecnologia. PROFECIA EM FASCÍCULOS O escritor francês Júlio Verne buscava inspiração em bases sólidas de informação, para a partir dai inventar novos mundos para suas histórias. Como o submarino abastecido com um combustível praticamente inesgotável que descreve em Vinte Mil Léguas Submarinas (1869). Só em 1955 foi lançado nos EUA o primeiro submarino movido por propulsão nuclear, batizado em sua homenagem com o mesmo nome: Nautilus. 72

Em Da Terra à Lua (1865) e Viagem ao Redor da Lua (1869), Júlio Verne antecipou conceitos de viagens no espaço que foram confirmados no projeto norte-americano Apollo, quase um século depois: a forma cilíndrico-cônica do foguete, o tempo do trajeto e os efeitos da falta de gravidade. Os livros inspiraram depois o clássico Uma Viagem à Lua (1902), de George Méliès, o primeiro filme de ficção científica da história. SOB DEMANDA A diferença de tempo entre imaginar uma nova realidade para fins de entretenimento e ver essa ideia sendo aplicada na prática está cada vez menor. Seja pela evolução mais acelerada da pesquisa científica ou pela demanda de roteiros mais realistas... O melhor exemplo é Black Mirror, série distópica da Netflix que examina a sociedade moderna e sua relação com novas tecnologias, particularmente com consequências imprevistas de seu uso. Já virou um bordão na internet dizer que qualquer coisa “é muito Black Mirror”, ressaltando uma presença muito evidente da tecnologia em cenas cotidianas. Sistemas de vigilância via internet, tratamentos para longevidade e/ou manutenção da juventude, ou mesmo ambientes de realidade virtual ou sonho lúcido. #issoémuitoBlackMirror

Ricardo Gomez\ Unsplash

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Samuel Zeller\ Unsplash

E se smartwatches já parecem algo muito ordinário para você, espere pra ver o que as grandes marcas de relógios estão preparando, combinando tecnologia com o lado mecânico dos cronógrafos e acabamentos de luxo para deixar James Bond orgulhoso. É da Tag Heuer o mais caro deles, chamado Connected Modular 45, de titânio, ouro branco e diamantes, feito em parceria com Intel e Google. É totalmente desmontável e customizável, com conexões Bluetooth, Wi-Fi, GPS e NFC (para pagamentos).

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Joel Filipe\ Unsplash

A linha de óculos Safilo X é ligada a um app de leitura de ondas cerebrais, para trabalhar concentração e “mindfullness”. Une as armações de marcas conhecidas da empresa italiana, como Paul Smith, Carrera e Polaroid, com a tecnologia da Interaxon, que gera um programa de treinamento cognitivo, tanto para exercícios diários quanto para ajudar a gerenciar energia e atenção de atletas, minutos antes das provas. Soa como o treinamento de Neo em Matrix.

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Ashley Whitlatch\ Unsplash

Já virou um bordão na internet dizer que qualquer coisa “é muito Black Mirror”, ressaltando uma presença muito evidente da tecnologia em cenas cotidianas. Tecnologia não precisa ser necessariamente Sistemas de vigilância visível a olho nu. Os produtos de beleza trazem via internet, tratamentos inovações impercetíveis, mas de grande para longevidade e/ou impacto. Como uma linha de dermocosmétimanutenção da juventude, cos à base de um tipo de proteína chamada ou mesmo ambientes de citoquina, que estimula o crescimento dos fios realidade virtual ou sonho da barba e promete deixá-la mais cheia. lúcido. #issoémuitoBlackA cosmetóloga Joyce Rodrigues, da Mirror Mezzo Dermocosméticos, explica que o produto atua na comunicação celular, que quando ativada aumenta a vascularização na base do folículo capilar e regula a ação de hormônios masculinos na região para evitar queda. Só em Pequeno Grande Filme, novo filme em que Matt Damon vai viver em uma comunidade de seres humanos encolhidos, para ver de perto esse ativo funcionando.

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FILMES DE FICÇÃOCIENTÍFICA SEMPRE ENVOLVEM UMA BOA DOSE DE FANTASIA. TEM UMA GRANDE DIFERENÇA, CONTUDO, NA MANEIRA COMO ALGUNS FILMES ABORDAM CIÊNCIA E REALIDADE. HÁ OS QUE ROMPEM COMPLETAMENTE COM AS LEIS DA NATUREZA, COMO SÃO AS PRODUÇÕES DE SUPERHERÓIS OU SOBRE CATÁSTROFES DO FIM DO MUNDO...

de café de hoje, como a Nespresso Expert, podem ser acionadas via Bluetooth a partir de um aplicativo no celular, com muitas opções de personalização: medida, concentração ou temperatura. É possível também agendar a extração e gerenciar o estoque de cápsulas. Ou como a Cafeteira Expressionist, da Electrolux, que permite agendar um café com até 24 horas de antecedência, para deixar uma xícara pronta na hora que você acorda todos os dias. Conta ainda com um sistema de preparação personalizada, que regula a intensidade da bebida de acordo com o seu gosto. Quem diria que o futuro seria tão frugal?

Ricardo Gomez\ Unsplash

Na prática, já convivemos com muitas inovações em tudo o que fazemos, só que muitas vezes já fazem tão parte de nosso dia a dia que não causam mais tanta surpresa. Mas elas estão todas lá, como num episódio do desenho animado dos anos 1960 Os Jetsons, em plena corrida espacial, ou no filme De Volta Para o Futuro 2, em que robôs, aparelhos domésticos e meios de transporte do futuro faziam parte da ambientação como se fosse algo rotineiro. Viver em uma casa conectada é muito mais do que saber ligar a TV na internet. São muitas as maneiras de facilitar tarefas diárias, como preparar uma xícara de café à distância. As máquinas

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em sozinhos, com informações de localização e direção em tempo real. A outra corrente trata dos meios de produção, como o uso de nano ou biotecnologia na criação de fios mais resistentes, como uma seda produzida com teia de aranha. Ou fios condutores de eletricidade ou de informação já incorporados na trama dos tecidos, para evitar o uso de cabos nas roupas. Mesmo as máquinas estão passando por esse refinamento, como as impressoras 3D. O novo modelo Adidas FutureCraft tem entressola desenvolvida por meio de luz e oxigênio, feita com uma tecnologia de síntese de luz digital que demora 10 minutos pra ser impressa. Do ponto de vista industrial, a moda ainda é uma indústria muito suja e muito antiga, que trabalha com os mesmos materiais há milhares de anos (linho, algodão, seda...). Então é hora de ficar mais contemporânea e também mais limpa. Porém em se tratando de roupas, as tecnologias vestíveis vêm para resolver problemas pontuais, e não devemos esperar uma só peça que sirva a vários propósitos. Estamos ainda presos à estética. Mas como uma arte aplicada, a moda tem um limite de criação para o que será de fato usado pelas pessoas. Então talvez seja pelo conteúdo que venha essa renovação.

Ying\ Unsplash

Alexandra Farah, fundadora do festival WeAr, que investiga o futuro por meio das tecnologias vestíveis, conta as novidades que estão mudando os rumos da moda. Existem duas correntes hoje sobre o futuro das tecnologias vestíveis. A primeira é a de nos transformar em ciborgues, de misturar orgânico e inorgânico. A segunda é a de transformar a indústria de moda a partir de suas matérias-primas e seus processos, para reduzir danos sociais e ambientais. Fala-se de ciborgues como uma nova categoria, uma evolução do Homo Sapiens, não só por repor membros e órgãos com aparelhos biônicos, mas também pela integração de tecnologias sobre nosso corpo, em roupas ou acessórios. O primeiro grande movimento girou em torno dos relógios (medidores de batimentos cardíacos, contador de passos...) e o fato de ficarem no pulso é por ser uma região com muitos pontos biométricos de leitura. São também mais fáceis de tirar e fazer manutenção. O próximo movimento será em torno dos óculos, que deixaram de ser itens de lifestyle para se trans-formar em ferramentas profissionais, para médicos ou engenheiros atuarem em situações que exigem maior precisão, por exemplo. Ou para ajudar cegos a se deslocar-

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TRENDING TOPICS

CHECK IT

OUT

COLORFUL

FOTOS IVAN ERICK MENEZES /THINKERSMGT STYLIST THIAGO FERRAZ /THINKERSMGT GROOMING MARÍLIO BITARELLO /THINKERSMGT

SHAPES ATEMPORAIS E LOOKS MONOCROMÁTICOS DEFINEM A COLEÇÃO DE TERNOS DESENVOLVIDOS PELA DOCTHOS PARA COMBINAR COM SEU LIFESTYLE 2

Blazer 609.916.474 Camisa 605.929.625 Calça 601.920.203


Blazer 609.916.477 Camisa 605.229.717 Gravata 650.119.023 Calça 601.920.211

Costume 608.916.498 BonĂŠ 650.920.996 Camiseta 623.936.963

Costume 608.916.498 Camisa 605.929.593 3


Camisa 604.229.724 Bermuda 602.920.823

Camisa 605.929.584 Bermuda 639.920.859

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MIX & MATCH

DENTRE OS TREND APOSTAS DE VERÃO O MIX DE ESTAMPAS GANHA EM DISPARADO. O TEMA VIROU DESEJO INSTANTÂNEO ENTRE OS FASHIONISTAS E ESTÁ NO MOODBOARD DA MARCA COM INÚMERAS VARIAÇÕES

Camisa 605.929.502 Bermuda 602.920.826 5


CASUAL SUIT ENTRE NO CLIMA DOS COWORKINGS COM A SELEÇÃO DE LOOKS QUE COMBINAM COM A INFORMALIDADE E O CONFORTO QUE TÊM TUDO A VER COM O LUGAR E O MOMENTO 6

Boné 650.920.995 Blazer 609.916.467 Camiseta 623.936.791 Calça 601.920.185


Blazer 609.916.496 Camiseta 623.926.988 Calรงa 601.920.185

Blazer 609.916.466 Bata 659.929.493 Bermuda 602.920.815

Camiseta 623.936.878 Blazer 609.916.486 Bermuda 602.920.815 7


POLOANYTIME

Blazer 609.916.480 Polo 640.936.830 Calça 601.110.024

EM LOOKS FORMAIS, INFORMAIS, DESCONTRAÍDOS OU SOFISTICADOS. APOSTE NA VERSATILIDADE E PRATICIDADE PARA COMPÔR OS LOOKS 8

Polo 640.936.835 Calça do costume 608.916.497


ANYWHERE

Boné 650.920.996 Camiseta 623.936.963 Calça 601.920.143

POLO 640.236.857 BERMUDA 602.220.839

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PARTY SHIRT A CAMISA DO VERร O, COM MANGAS CURTAS, MODERNIZA O GUARDA-ROUPA MASCULINO E POSSIBILITA INOVAR SEUS LOOKS

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Camisa 604.229.732 Colete 651.916.491 Calรงa 601.110.024


Camisa 604.229.721 Bermuda 602.220.870

Camiseta 623.936.882 Camisa 604.929.583 Bermuda 602.920.865

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TARTAN

Camiseta 623.936.878 Camisa 605.929.573 Calรงa 601.920.191

Camisa 604.929.492 Bermuda 602.920.834


CHECK

PLAID

ESCOLHA TODAS AS PADRONAGENS DE XADREZ, QUE VOLTA COM FORÇA TOTAL NESTA ESTAÇÃO

Camisa 605.929.565 Calça 601.110.024

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DESTROYER JEANS

Camisa 605.929.525 Calça 601.920.169

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DIREÇÃO CRIATIVA EDINHO VASQUES /GLOW ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA RENATO GONÇALVES TOSO E DOUGLAS FELIPE DA SILVA SANSHES ASSISTENTE DE STYLING MÔNICA QUENTIN PRODUÇÃO EXECUTIVA ERIC CAGNASSI /GLOW MODELOS ANDRÉ BONA, JORGE ALANO, ED SALDANHA ( WAY MODELS) TRATAMENTO DE IMAGEM PHILIPE MORTOSA CAMAREIRA EDINEUSA NAGY

AS BARRAS SUBIRAM PARA O CALCANHAR, DANDO VIDA AO MODELO FIT CROPPED. ALIADO A RASGOS E ENVELHECIDOS. O JEANS GANHA UM AR VINTAGE DESCONTRAÍDO


Bata 659.929.490 Calรงa 601.920.137

Polo 640.236.806 Calรงa 601.920.136 15


ATITUDE DOCTHOS

novembro

AZ UL NO MÊS DE COMBATE AO CÂNCER DE PRÓSTATA , QUE É A SEGUNDA MAIOR CAUSA DE MORTES DE HOMENS NO BRASIL. A DOCTHOS ADERE À CAMPANHA PARA AJUDAR NO COMBATE À DOENÇA PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO POR PAULA BRAZÃO

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U

ma ideia, um grupo de amigos e alguns bigodes. Foi dessa maneira um tanto inusitada que, em 2003, trinta homens se uniram, na Austrália, com intuito de fazer um alerta sobre a saúde masculina. Eles deixaram então os bigodes crescerem e nasceu a Movember Foundation, uma organização que arrecada dinheiro para pesquisas e desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer de próstata e outras doenças que atingem os homens. O nome da instituição é uma junção de moustache – que em português significa bigode – e november – o mês de novembro. A ação se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil, em 2008, quando o Instituto Lado a Lado para Vida, em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia, criaram a campanha “Um toque um drible”. Durante todo o mês de novembro começaram a realizar exames gratuitos e eventos para orientar os homens sobre a importância da realização de um controle preventivo. Embora a informação seja cada vez maior, ainda restam algumas dúvidas sobre a importância de se fazer o exame e o alcance da doença (veja o box a seguir). Pelo segundo ano consecutivo, a Dochtos realiza uma ação para arrecadar fundos para a luta contra o câncer de próstata e ajudar na conscientização sobre a doença. Desta vez, o artista plástico Julian Gallasch (www.juliangallasch. com.br), paulistano radicado em Santa Catarina desde a infância, criou uma tela misturando técnicas e sobreposições em tons de azul — a cor da campanha — com um rosto masculino que personifica a luta no combate à doença. “Usei diversos materiais como spray, tinta acrílica e giz pastel, com padrões cheios de bigodes e frases de superação”, contou Gallasch. A obra será doada para o Hospital do Amor de Barretos (e, posteriormente, leiloada), que desde a década de 1960 é referência no tratamento e prevenção de diversos tipos de câncer no Brasil. Da tela de Gallasch, foram retirados elementos da pintura, como os bigodes e o laço azul da campanha, e produzida uma coleção com quatro modelos de camisetas em duas cores. Todas as peças estarão à venda pelo site www.dochtos.com.br e em todas as lojas da marca espalhadas pelo Brasil. Cada unidade vendida terá 30% do valor revertido ao Hospital do Amor de Barretos. Outras obras de Julian Gallasch podem ser vistas nas páginas desta edição.

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mitos

FIQUE LIGADO!

de próstata é uma doença 1Oquecâncer acomete apenas os idosos.

Wilson Busato, coordenador do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia, esclarece os mitos e as verdades sobre o câncer de próstata

Existe um aumento grande da incidência de câncer de próstata após os cinquenta anos de idade, mas isso não quer dizer que apenas homens acima dessa faixa etária podem desenvolver a doença. 40% dos casos ocorre entre os quarenta e cinquenta anos de idade. Por isso, é importante começar a realizar exames de prevenção a partir dos quarenta anos.

2PSA aumentado é sinal de câncer de próstata. 623.936.956

O PSA é uma glicoproteína produzida na próstata e secretada em altas concentrações no fluído seminal, sendo um marcador de alterações do tecido prostático. As concentrações variam com a idade e o tamanho da próstata. O PSA pode estar aumentado sem necessariamente significar que existe um câncer na região. Por isso é importante fazer tanto a avaliação médica quanto o toque retal para rastrear a doença.

câncer de próstata sempre 3Oapresenta sintomas.

Um grande erro é pensar que é necessário esperar algum sintoma para então procurar por tratamento. Em estágio inicial, a doença não apresenta nenhum sintoma e as chances de cura são de quase 90% dos casos. Se os sintomas aparecerem é porque o câncer já está em estágio mais avançado – e as chances de tratamento são reduzidas.

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os casos de câncer de próstata 4Todos precisam de tratamento.

Nem todos os casos de câncer de próstata precisam de tratamento. Existem casos em que os tumores não são muito agressivos e os pacientes podem passar pelo que os médicos chamam de vigilância ativa, que é um monitoramento da doença de tempos em tempos para ver se existe evolução.

hormonal pode causar 5Reposição câncer de próstata.

623.936.952 623.936.953

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Esse é um assunto polêmico, segundo Wilson Busato. Alguns estudos mostram que a reposição hormonal com testosterona não causa desenvolvimento de câncer de próstata. Pacientes que já tenham passado por tratamento bem sucedido precisam passar por avaliação para fazerem o uso de reposição hormonal. E nos casos de pacientes ainda em tratamento, a reposição não é recomendável.


verdades

Homens com parentes próximos que já tiveram 1desenvolver câncer de próstata têm maior chance de a doença. É verdade que homens com antecedentes familiares com câncer de próstata têm maior chance de ter a doença. O risco aumenta 2,2 vezes quando um parente de primeiro grau, como pai e irmão, foram acometidos, 4,9 vezes quando dois parentes já sofreram da doença e 10,9 vezes no caso de três familiares. Nestes casos, é preciso procurar um urologista a partir dos quarenta anos de idade e fazer exames preventivos duas vezes por ano.

têm maior chance de desenvolver 2Negros o câncer de próstata.

Estudos indicam que afrodescendentes norte-americanos têm índice de mortalidade duas vezes maior do que a população branca. Entre os negros, as chances de ter câncer de próstata é 60% e a mortalidade é três vezes mais alta – além do câncer ser mais precoce e mais agressivo.

aumenta as chances 3Sedentarismo de câncer de próstata.

A falta de atividade física está diretamente ligada à obesidade e ambas causam alterações do metabolismo, que podem levar a alterações moleculares, como o surgimento de tumores. Nesses casos, é possível dizer que o organismo está mais propenso a desenvolver um câncer de próstata até mais agressivo do que em pessoas que praticam atividade física regular.

tamanho da próstata aumenta 4Oquando o homem envelhece.

Com passar dos anos, a produção da testosterona, o hormônio masculino, começa a diminuir. Nesse momento, a próstata aumenta de tamanho naturalmente. Isso não é indicador de nenhuma doença, é apenas um aumento comum da glândula que acontece em quase todos os homens.

física ajuda na prevenção 5Atividade contra o câncer de próstata.

Atividades físicas vigorosas, como ciclismo, tênis, corrida e natação ajudam sim a diminuir os riscos de morte por câncer de próstata, segundo um estudo realizado pelo departamento de epidemiologia da Harvard School of Public em parceria com Channing Laboratory.

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LIVROS

O QUE VOCÊ

PRECISA

LER AGORA ESTÁ NA DÚVIDA DO QUE COMPRAR PARA 2018 E QUER LEITURAS QUE FAÇAM A DIFERENÇA? ENTÃO GUIE-SE PELAS NOSSAS SUGESTÕES POR MICHAELA VON SCHMAEDEL

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ORIGINAIS COMO OS INCONFORMISTAS MUDAMO MUNDO Adam Grant – Ed. Sextante A MENTALIDADE DO FUNDADOR Chris Zook e James Allen – Ed. Figurati

TED TALKS O guia oficial do TED para falar em público Chris Anderson – Ed. Intrínseca

Você já assistiu aos vídeos das conferências TED que estão disponíveis no Youtube, certo? Então sabe bem como as palestras, sempre de curta duração, conseguem atingir as pessoas e transmitir perfeitamente a ideia em questão. Pois este livro, que foi escrito pelo CEO das conferências TED, ensina como fazer palestras que atinjam o objetivo, ou seja, que consigam comunicar o que precisa ser dito da melhor forma possível. Segundo ele: “Feita da maneira certa, uma apresentação é capaz de eletrizar um auditório e transformar a visão de mundo da plateia — seu impacto pode ser mais poderoso que o de qualquer informação escrita. O livro é valioso para quem costuma fazer apresentações, dar aulas ou até mesmo em reuniões profissionais.” Conselhos e ferramentas — e itens do que evitar — permeiam o livro, que, como

Geralmente, quando há uma crise no crescimento de uma empresa, o principal culpado — ou apontado como culpado — é alguma razão externa. Mas segundo as pesquisas deste dois autores, o que faz uma empresa estagnar, em geral, são razões internas. E estas crises dentro da empresa são previsíveis e podem ser evitadas, se, como diz o título deste livro, o empresário ou executivo tiver a “mentalidade do fundador”. Basicamente, isso significa ter uma missão insurgente (rebelde, criando novos mercados, por exemplo), ter obsessão com a linha de frente (se preocupando sempre com o consumidor) e ter a “cabeça de dono” (dar autonomia aos funcionários). Tendo isso em mente, fica mais fácil lidar com as grandes crises que ameaçam toda empresa e evitar o famoso “paradoxo do crescimento”. Todos estes itens estão superbem esmiuçados no livro. Um bom caminho para empresários e também funcionários que queiram crescer numa companhia.

“Pesquisas recentes, insights que contrariam o senso comum, escrita cativante, ações claras para serem colocadas em prática. Adam Grant merece sua reputação de mente original.” Assim que o jornal The Financial Times descreve este livro, que trata principalmente de como qualquer pessoa pode desenvolver a criatividade e a originalidade — e colocá-las a favor do mundo. Com casos reais e muitas pesquisas, o autor discorre sobre como pessoas que remaram contra a maré conseguiram ter êxito em seus projetos. Há casos no livro como o de uma funcionária da Apple que desafiou Steve Jobs, o executivo de TV que fez com que a série Seinfeld não fosse cancelada logo no início, entre outros. O autor fala também como é possível estimular a criatividade em crianças e adolescentes. Quer mudar o mundo? Não faça mais do mesmo.

qualquer palestra TED, é facilmente absorvido.

PARA ALAVANCAR OS NEGÓCIOS PESQUISAS, CASES DE SUCESSO, EXEMPLOS DE QUEM SE DEU BEM: BOAS OPÇÕES DE LEITURA PARA AJUDAR NO DIA A DIA CORPORATIVO OU NA VIDA DE QUEM TEM UM NEGÓCIO PRÓPRIO.

MINDSET - A nova psicologia do sucesso Carol Dweck – Ed. Objetiva

Lembra quando todo mundo falava em inteligência emocional? Então, agora é a vez do Mindset, que nada mais é do que a mentalidade que cada pessoa tem em relação à vida. Para a autora, que é psicóloga e professora da Universidade de Stanford, há dois tipos básicos de mentalidades possíveis: a fixa e a progressiva. No primeiro grupo estão as pessoas que têm pensamentos mais pré-estabelecidos e, por vezes, negativos. No outro, estão as pessoas que correm atrás para vencer suas limitações. Segundo a autora, o mindset define toda a relação que temos com o trabalho, com as pessoas e até a maneira como criamos os filhos. A forma como sua mente está programada para lidar com as coisas é resultado do que vivenciamos, vimos, ouvimos a aprendemos. Mas a boa notícia é que dá, segundo Carol, para mudar seu mindset, ou seja, torná-lo mais progressivo. Um livro que dá bons caminhos para a gente se livrar do que carregamos como crenças — e que muitas vezes nos atrapalha na hora de avançar.

MOSTRE SEU TRABALHO! Austin Kleon – Ed. Rocco

Neste trabalho, o escritor e artista gráfico americano, autor também de Roube Como um Artista — 10 dicas sobre criatividade, ensina como podemos mostrar de maneira eficaz o nosso trabalho na era digital. Ele divide o livro em 10 dicas para compartilhar — e ser descoberto — nas redes sociais. Com conselhos bem-humorados, Kleon traça um caminho em que acredita ser hoje mais importante dividir ideias durante o processo criativo do que ser um gênio solitário por medo de que alguém roube suas ideias. Ele acredita que compartilhar da maneira correta (mostrando os bastidores do trabalho, por exemplo) é uma maneira muito mais eficaz do que fazer networking com o trabalho já finalizado. Conte boas histórias, não se torne um spam humano, pense em processo, não em produto são alguns dos itens que o autor aborda com graça e inteligência neste livrinho simpático.

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PARA ENTENDER A HISTÓRIA BIOGRAFIAS QUE MISTURAM FICÇÃO, CRÔNICAS SOBRE LUGARES DIVERSOS NO MUNDO, A VIDA POLÊMICA DE DONALD TRUMP: PARA DAR CONTA DOS FATOS HISTÓRICOS, NADA MELHOR DO QUE LIVROS QUE PRENDEM A ATENÇÃO E NOS FAZEM PENSAR.

LINCOLN NO LIMBO George Saunder – Ed. Companhia das Letras

“Nunca antes eu havia lido um romance desse jeito, em permanente estado de eletrização, com os olhos marejados e um nó na garganta do começo ao fim. Lincoln no Limbo não dá trégua ao encanto do leitor. Uma preciosidade”, declarou o escritor Bernardo Carvalho. Com muita inovação, misturando documentos históricos, ficção e metafísica, a obra acompanha a trajetória do filho morto de Abraham Lincoln, ex-presidente dos Estados Unidos. O menino faleceu aos onze anos, em 1862, em meio à Guerra Civil Americana. Vencedor do famoso Man Booker Prize 2017, Lincoln no Limbo conta a história no estágio intermediário entre a morte e o renascimento, em que o menino Willie não consegue aceitar que está morto. Surpreendente, Saunders, conhecido por escrever contos, acerta a mão em seu primeiro romance.

FOGO E FÚRIA Michael Wolff – Ed. Objetiva

Um livro polêmico que fez o presidente Donald Trump subir pelas paredes. Isso porque o jornalista americano Michael Wolff, que teve acesso ao alto escalão da Casa Branca, revelou os bastidores do governo de Trump. Com mais de duzentas entrevistas, Wolff conseguiu revelar coisas sobre como os próprios assessores do presidente não achavam que ele venceria a eleição, como a equipe do presidente o acha totalmente despreparado para governar, como é o relacionamento com Melania, entre outros assuntos controversos. Trump tentou sem sucesso impedir a publicação do livro, que vendeu dois milhões de exemplares em quatro semanas. Em entrevista ao El País, o autor declara: “Trump vive o momento, e no momento seguinte tudo pode mudar. Literalmente, ele vive em uma bolha de instantaneidade. Na Casa Branca todos se referiam a ele como uma criança. Às vezes de 16 anos, outras de nove, outras de dois. Mas sempre uma criança que precisa de gratificação imediata.”

LUGARES DISTANTES Como viajar pode mudar o mundo Andrew Solomon – Ed. Companhia das Letras

Difícil achar um texto deste escritor que você consiga parar de ler. Ele pode falar sobre depressão (como no livro O Demônio do Meio-Dia, vencedor do National Book Award de 2001), política, artistas soviéticos, tudo o que Solomon resolve discutir ganha um interesse enorme — isso porque ele tem o tipo de escrita que aproxima o leitor, com um toque de humor, muitas informações e um tanto de opinião pessoal. Colaborador de veículos como o The New York Times, Travel and Leisure, entre outros, o lançamento do escritor americano é um livro que traz ensaios sobre 83 países, como África do Sul, Brasil, China, Romênia, Equador, Taiwan, Mongólia, Antártica e Líbia. Em comum, são países que sofreram algum abalo, seja político, seja religioso, natural ou cultural. Pessoas do povo — ex-prisioneiros políticos, vítimas de estupro, garçonetes — são as principais fontes do autor, que mostra como a história é modificada por indivíduos comuns.

PARA ACALMAR A MENTE EM ANO DE ELEIÇÃO, EM QUE OS ÂNIMOS FICAM AUTOMATICAMENTE ALTERADOS, NADA MELHOR DO QUE VARIAR A LEITURA DO JORNAL COM ALGO QUE FAÇA BEM AO ESPÍRITO. ALGUNS LIVROS PODEM INFORMAR E, DE QUEBRA, TER UM EFEITO CALMANTE.

A SORTE SEGUE A CORAGEM Mario Sergio Cortella – Ed. Planeta

E PARA FALAR EM ARTE… UM ÓTIMO LANÇAMENTO SERÁ O LIVRO QUE CONTA A TRAJETÓRIA DE CILDO MEIRELES. CILDO – ESTUDOS, ESPAÇOS, TEMPO (EDITORA UBU) FAZ UMA RETROSPECTIVA DA OBRA DESTE IMPORTANTE ARTISTA CARIOCA, FAMOSO PELO FORTE APELO SENSORIAL DE SUAS OBRAS. VALE CONFERIR.

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Autor do sucesso Por que Fazemos o que Fazemos?, o filósofo e escritor afirma que não se pode atribuir o sucesso apenas a eventos externos, como a sorte. Nos vinte capítulos do livro, ele explica alguns comportamentos comuns e mostra para onde a pessoa pode ir se cultivar a própria sorte. Sair da zona de conforto, mudar a atitude, enfim, ter coragem é o que atrairá sorte (ou oportunidades). Guimarães Rosa já escreveu no Grande Sertão: Veredas: “O que a vida quer da gente é coragem”. Mario Sergio Cortella vai bem neste caminho.


REACCIONÁRIO COM DOIS CÊS, Ricardo Araújo Pereira – Ed. Tinta-da-China

POEMA-PIADA Breve história da poesia engraçada Organizado por Gregório Duvivier – Ed. Ubu

Poeta, humorista, cronista. Na nova geração, Gregório Duvivier é uma das vozes — ao lado de Antonio Prata — mais divertidas e sensatas. Nesta obra, ele selecionou 25 poetas brasileiros, de estilos diferentes, mas com algo em comum: a poesia que anda de mãos dadas com o humor. Alice Ruiz, Mario Quintana, André Dahmer, Angélica Freitas, Cacaso, Francisco Alvim, Glauco Mattoso, Hilda Hilst, Chacal, Paulo Leminski, entre outros grandes nomes, estão nesta antologia que prova que poesia também pode fazer graça. Mas como seria um poema-piada, nesta seleção inusitada? Nas palavras de Gregório: “Tem poesia que nem conversa com o humor: do alto da torre de marfim, olha pro humor todo esfarrapado e finge que não vê. Tem humor que não quer saber de poesia: atropela a ingenuidade do poeta lírico com o trator do cinismo. Às vezes acontece da poesia e o humor se esbarrarem por aí e terem uma noite inesquecível. No Brasil, aconteceu tantas vezes que os dois gêneros se casaram – se é que se pode chamar de casamento uma união tão bem-sucedida. O matrimônio foi celebrado com um hífen, nascendo assim o ‘poema-piada’”, explica. Um exemplo? O poema de Millôr que está na antologia: “Tudo que eu digo, acreditem,/ Teria mais solidez/ Se, em vez de carioquinha,/ Eu fosse um velho chinês”.

O comediante português Ricardo Araújo Pereira já um sucesso há algum tempo em sua terra natal. Participa de programas de televisão, rádio e escreve crônicas para jornais e lança livros. No Brasil, tem ficado cada dia mais conhecido do público, principalmente por causa de sua coluna semanal na Folha de S. Paulo e seu livro A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar (Editora Tinta-da-China). O novo livro, Reaccionário com Dois Cês (ainda no Brasil só na edição importada), é também mais uma mostra da inteligência mordaz do rapaz. Dividido em quadro capítulos: Comente o Seguinte País, Admirável Facebook Novo, Então mas o Que É Isto?, Assim Como Nós Não Perdoamos a Quem Nos Tenha Ofendido, Ricardo faz rir comentando sobre selfies, justiceiros das redes sociais, língua portuguesa e até Shakespeare. O comediante tem um texto ágil, inteligente e muito engraçado. Vale começar por este livro e também dar uma espiada nos vídeos de entrevistas com ele disponíveis no Youtube.

COM A MATURIDADE FICA-SE MAIS JOVEM Hermann Hesse – Ed. Record

PARA DAR RISADA NÃO É FÁCIL ESCREVER TEXTOS ENGRAÇADOS. É MUITO COMUM O AUTOR FORÇAR A BARRA E O HUMOR IR PARA O RALO – E SÓ SOBRAR AQUELE DESCONFORTO PARA QUEM LÊ. MAS QUANDO BEM-FEITOS, TEXTOS BEMHUMORADOS SÃO IMPAGÁVEIS (E FICAM POR MUITO TEMPO NA MEMÓRIA).

TRÊFEGO E PERALTA 50 Textos Deliciosamente Incorretos Ruy Castro – Ed. Companhia das Letras

Lançado no final do ano passado, o livro é um apanhado de textos inéditos de Ruy Castro, uma comemoração dos 50 anos de carreira do autor. Há entrevistas, textos de lançamento de discos, crônicas, tudo com um humor politicamente correto que faria muita gente arrancar os cabelos hoje em dia. Sobre o politicamente incorreto, tão difundido atualmente, ele declara: “No momento, não vejo solução, mas tenho esperanças de que, como outras manias, essa também passe logo. Isso vai acontecer principalmente quando algumas pessoas começarem a se levantar contra ela. Esse livro tem a ver com isso. Vou levar umas porradas, mas levaria de qualquer maneira. Sempre apanho”, em entrevista ao jornal O Globo. A seleção é boa — e deve, claro, ser contextualizada com a época que foi escrita. Um livro divertido e informativo.

Em tempos em que a juventude é supervalorizada, nada melhor do que um grande autor enaltecendo também a maturidade. O escritor alemão (1877-1962), ganhador do Nobel e famoso pelo livro O Lobo das Estepes, entre outros clássicos, disseca aqui, com muito lirismo, como é possível aceitar a velhice e a proximidade da morte com leveza e sabedoria. Poemas, recordações, autoanálises e curtos tratados filosóficos clareiam o tema. Ele aborda a dicotomia entre espírito e corpo — e também faz um paralelo com a natureza, com os ciclos que sempre têm um fim e depois uma regeneração. Filosofia com literatura de primeira.

A PARTE QUE FALTA Shel Silverstein Ed. Companhia das Letrinhas

O livro seria para o público infantil, mas acabou caindo nas graças de uma multidão de fãs de todas as idades. A história é sobre um ser circular que não está completo. Ele, então, sai pelo mundo atrás da parte que lhe falta. A jornada deste simpático ser, que acaba descobrindo que a felicidade está dentro de cada um nós, virou um fenômeno de vendas no Brasil e no mundo. Isso porque é um livrinho simpático, que fala sobre algo importante e conta com uma ilustração minimalista que ajuda a dar ênfase à história. O sucesso foi tanto que no Brasil outro lançamento do autor, falecido em 1999, chegará às livrarias: A parte que falta encontra o grande O, previsto para abril. Dele, também há A árvore generosa, outro grande sucesso de público. 97 97


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