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RIVISTA
Arte, Design & Fotografia DECORAZIONE
Matrimonio BEN ACCOLTO
Hotel & Viaggi SAPORI
Stile & Moda
Stilo & Moda A Alquimia de Delfina Delettrez 12 Gianni We Love You 18 Signora Della Moda 34
Decorazione O Mundo dos Objetos Incríveis 42 Collezione Invernale 2018 54
Arte, Design & Fotografia Um Balé de Cores e Formas 26 Traço Contemporâneo 80
Hotel & Viaggi Toda a Beleza dos Alpes Italianos 86
Sapori Pier Paolo Picchi 96
Colunas Ben Accolto, por Thais Senna 08 Matrimonio, por Fernanda Suplicy 10 L' Ultima Parole 103 Indirizzo 104
CAPA E CONTRA-CAPA PAMELA KLUG, FOTOGRAFADA POR WALMOR DE OLIVEIRA, PRODUÇÃO CENOGRÁFICA DE FABIO TONBOLATO. CAMA: JOGO DE CAMA, CAPA DE DUVET E ALMOFADAS BELINI, MANTA E ALMOFADAS AMPEZZO E GÉNOVA
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CARTA da
EDITORA anos 120 N
este ano, a Trussardi completa 120 anos. São 120 anos participando das casas
e dos hotéis mais belos do Brasil, através de grandes profissionais do varejo, ar-
quitetura e design, divulgando o que há de melhor em têxteis de cama e banho. São 120 anos antecipando tendências e inspirando os amantes do bem-viver. E é na nos-
sa segunda revista que decidimos iniciar as comemorações. Teremos uma série de
ações, ainda top secret, para celebrar intensamente o nosso aniversário — as quais compartilharemos com vocês no decorrer dos próximos meses. Para esta linda edição, que abre as portas para o outono-inverno, a estação mais acolhedora do ano, queremos mostrar as inovações em design nos produtos que vocês já amam, mas também, possibilitar que a Trussardi esteja presente em todos os momentos da vida. Sendo assim, entramos de vez na decoração e participaremos de vários ambientes da casa. As fotos da nova coleção foram clicadas no nosso parceiro Felissimo Exclusive Hotel, que fica na Praia dos Amores, em Santa Catarina, o ambiente perfeito para retratar o nosso momento de celebração. Além disso, trouxemos conteúdos exclusivos de moda, design e gastronomia de grandes nomes italianos, além de um destino de viagem simplesmente encantador. Convido vocês a celebrarem conosco este aniversário tão especial. E que venham outros 120 anos!
Bianka Eickenberg
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Trussardi Team Gerente da Marca Bianka Eickenberg Coordenação Tamara Ambrosi Conteúdo e Projeto Gráfico Jussara Romão / Agência de Conteúdo e Consultoria de Moda Direção de Arte e Projeto Gráfico Iza Cabette Arte-Final Pedro Ishikawa Texto Rima Agência e Conteúdo Assessoria de Imprensa MktMIX Assessoria de Comunicação Colaboradores da Edição Daniel Tavares, Fabio Tonbolato, Fernanda Suplicy, Felissimo Exclusive Hotel, Gabriel Vanini, Julio Acevedo, Klaus Schlickmann, Mateo Troncoso, Mari Campos, Maria Eduarda Corbella, Mariana Payno, Michaela von Schmaedel, Pamela Klug, Regina Valadares, Thais Senna, Walmor de Oliveira
Fernanda Suplicy Quem assina a seção Matrimonio nesta edição é Fernanda Suplicy, fundadora do Yes Wedding, primeiro site de casamentos no Brasil. Empreendedora nata, Fernanda já trabalhou com de tudo um pouco, por ter começado a vida profissional muito cedo. Seu olhar criterioso facilitou seu trabalho na criação de estratégias de divulgação e como PR para clientes do segmento wedding. No paralelo toca o Gueri-Gueri, um carnaval criado pelo seu pai em 1986. E ainda é mãe presente. O segredo para conciliar tudo? Ser feliz!
Dipendenti
Daniel Tavares Colaborador de diversas revistas há 15 anos, o jornalista e ator Daniel Tavares costuma escrever sobre Cinema, Teatro, Moda, Décor e, sobretudo, sobre Gastronomia, seu assunto preferido no momento (e motivo pelo qual costuma praticar corrida pelo menos 3 vezes por semana). Para esta edição da Trussardi, bateu um papo com Pier Paolo Picchi, o talentoso chef do restaurante que leva seu sobrenome e criador de um dos melhores tiramisù da capital paulista (#ficaadica).
Mariana Payno Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (onde também estuda Línguas e Literatura), passou pela Editora Abril antes de se tornar freelancer e colaboradora de diversas
Thais Senna
publicações. Entre uma matéria e outra com
Receber virou vontade, que fez aparecer a paixão e
reunidos pela primeira vez em um em livro no
o nascimento do Vamos Receber. É assim que Thais Senna descreve a origem da plataforma que a fez deixar sua carreira de 10 anos no Direito e mudar sua vida profissional completamente. Hoje, Thais está à frente do
foco em Cultura e Lifestyle, escreve poemas — ano passado. Nesta edição da Trussardi, assina a entrevista com o arquiteto Gianfranco Vannucchi e a coletânea de estúdios italianos de design.
site Vamos Receber, tem um e-commerce de acessórios para mesa e acaba de lançar sua plataforma de Workshops Online. Nesta edição, ela assina a seção Ben Accolto e conta quais são os detalhes mais importantes para transformar seu jantar em uma experiência incrível.
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Ben Accolto Por Thais Senna
Onde mora a
gentileza D
e tudo que tenho vivido e testado nesses últimos 4 anos no
Vamos Receber, costumo dizer que abrir a casa é abrir o cora-
ção e que receber é um ato de carinho que fortalece vínculos e gera boas lembranças. Existe algo que nunca pode faltar numa boa recepção, seja ela como for. O ingrediente mais importante e que garante o sucesso de um anfitrião é, acima de tudo, o desejo de ver seu convidado realmente feliz e à vontade. É, então, a partir das perguntas “Quem vamos receber?” e “Como queremos receber?” que tudo começa! Se quero prestigiar um casal de amigos que ama gastronomia, posso fazer um jantar gourmet em casa com vinhos especiais. Se recebo a visita de sobrinhos, uma mesa no jardim com sanduíches variados pode ser ideal. Se não conheço muito bem todos os convidados para uma festa, aposto na diversidade com um menu cheio de opções para todos os gostos. Se a ocasião é uma pizzada, as flores dão lugar aos temperos e tomates. Para aquele grupo de amigos muito íntimos, que gostam de ouvir música, preparo aperitivos e drinks em um aparador com tudo o que precisam para se servir livremente. Em seguida, é o momento de definir a decoração. Para uma mesa posta, escolho primeiro a louça. Se ela for estampada, vou em busca de flores que podem combinar com seus tons. Quando a louça é branca, mas algum outro item da mesa é colorido, como jogos americanos ou taças, esses passam a ser o ponto de partida para decorar a mesa. As flores complemetam a cartela de cor e me ajudam a escolher os demais itens que vão compor a mesa, como jogos americanos, guardanapos, talheres, taças e porta-guadanapos. Para um almoço ou um jantar ao redor da mesa, sempre marco os lugares dos convidados para que eles se sintam ainda mais confortáveis. O principal objetivo de marcar lugar à mesa é promover de forma discreta uma interação natural entre todos. E quando os marcadores se transformam em lembranças da ocasião, como mini bolos persoSão nesses detalhes, mais do que nas regras de etiqueta, que moram a gentileza e a generosidade em receber de coração aberto.
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julio acevedo
nalizados ou arranjinhos florais, tudo fica ainda mais especial.
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Matrimonio Por Fernanda Suplicy
SPOSIAMOCI! A
envolve sensibilidade, experiência, entender como será o casamento
diversas vezes foi imaginado que casar sairia de moda ou se
e o vestido da noiva — para que as escolhas não fujam ou destoem de
tornaria cafona, mas a verdade é que não sai de moda nunca e
como ela estará —, entender como o noivo age, fala e qual a personali-
tudo de mais tradicional segue vivíssimo. E sabe por quê? O amor
dade dele. Tudo precisa ter a mesma linguagem”, explica ela.
instituição do casamento é antiga e cheia de tradições. Por
não cai em desuso! Amar é bom demais e dividir a vida com quem
Já Keiko Kamimura, decoradora, explica que tem ganhado destaque
se ama é maravilhoso. A diferença é que hoje existe também uma
pela personalização do atendimento e cuidado com cada minideta-
liberdade: a diversidade, formatos de cerimônias mil, decorações
lhe. Até louças para a ambientar as festas de suas clientes ela faz com
inovadoras, a mistura de gêneros, os novos serviços conforme no-
as próprias mãos. Já a Flor e Forma acredita que as flores brasileiras
vas demandas e novidades surgem o tempo todo. Cada vez — ain-
tropicais e exóticas estão arrasando e são muito chiques. “Não pre-
da bem — o distanciamento de qualquer pré-conceito é maior e
cisamos das tulipas, a nossa diversidade é maravilhosa”, afirma Carla
aumenta o respeito por cada estilo ou preferência.
Campos. E Luciana Gelfi, da Bossanova Festas, aposta em não osten-
Ao mesmo tempo, por haver tanta liberdade, é preciso cuidado
tar, ser consciente e não ter medo de ser autêntica.
para não se empolgar demais com as possibilidades e misturas, e
Nos vestidos, então, fica cada vez mais difícil a noiva ter certeza do
acabar perdendo a harmonia. Que esteja cada um dentro do seu
que quer, devido a tantas referências, e a maioria quer um vestido para
caminho, mas com elegância. Sim, seja qual for o seu estilo. Você e
chamar de “só seu”. Carla Gaspar conta que até rendas e desenhos ela
todo o ambiente criado para a festa, seja rock & roll, hippie, princesa,
desenvolve à mão e que prefere partir do zero em cada criação, para
bo-ho ou qualquer outro, podem ser elegantes. A elegância está liga-
que seja única. Nanna Martinez, estilista por trás da WhiteHall, comenta
da ao equilíbrio. E para atingir esse caminho, além de pesquisas para
que acredita na tendência dos desenhos geométricos: “É minha mar-
entender o caminho que cada casal busca, é importante estar com
ca registrada. Amo porque adiciona modernidade ao look romântico e
bons profissionais por perto.
possibilita usarmos a geometria para valorizar a silhueta do corpo”.
Resolvi trazer alguns inputs de pessoas com quem conversei recen-
Enfim, eu diria que o hit do momento é personalização respeitan-
temente. O primeiro é que os homens ganharam mais espaço. Vide a
do os gostos de cada casal. Fora isso, não esquecer que o essencial
consultora de moda masculina Deborah Cattani, que criou um serviço
mesmo é o astral e sintonia dos noivos, a energia, pessoas amadas na
especialmente para atendê-los e vai muito bem, obrigada. “O que faço
comemoração, boa música, comida e bebida.
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FOTO JACOB RANK/UNSPLASH
AD Stile & Moda
ALQU DE
DELE
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IM A
elfina Ela podia reinar confortavelmente na Fendi,
mas preferiu seguir seu instinto e criar joias tĂŁo surpreendentes que viraram um hit cult Por Regina Valadares
TTREZ
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reprodução
Stile & Moda
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Stile & Moda
A
neta dos fundadores da Fendi fez questão de fugir dos negócios da família. Apesar de não ter a menor ideia do que
queria fazer, buscava um caminho só seu. O estalo aconteceu aos 19 anos, quando estava grávida de Emma, sua filha, hoje com dez anos. Delfina queria um amuleto, algo que protegesse ela e o bebê que estava a caminho. Foi atrás de um ourives e ficou fascinada com a possibilidade de dar forma, de forjar no metal suas ideias, seus sonhos. Quando viu, tinha cinquenta peças desenhadas. Batizou a coleção com o sugestivo nome de Original Sin (pecado original) e fez o lançamento na Colette, a incensada loja parisiense que fechou as portas em dezembro, depois de 20 anos como referência fashion. Uma década depois, duas lojas, uma em Roma e outra em Lonrânea e, principalmente, de sucesso. Suas peças são surpreendentes como ela. Uma alquimia de referências subversivas, divertidas, curiosas, de uma originalidade deliciosa. Sua inspiração vem da observação da natureza e do ser humano. Olhos, lábios, abelhas, mãos, insetos se metamorfoseiam anatomicamente. Há leveza nos traços, sutileza nas formas. Na coleção 360°, as pedras parecem flutuar. Na Portrait, os anéis são carinhas, emoticons, estranhamente belos. A Earclipse brinca com os movimentos da Lua. A HANDroid, traz peças que vestem as mãos acompanhando seus movimentos.
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divulgação e reprodução do instagram
dres, Delfina Delettrez é uma marca surreal, sensacional, contempo-
A Marry Me é uma reinterpretação das alianças de casamento, lançando a pergunta: “Por que uma mulher que recusa um amor padrão aceita um anel padrão?” E tem muito mais. As cantoras Kate Perry e Rihanna adotaram o MultiEye Piercing Earring. As atrizes Emma Watson e Alicia Vikan-
pai, também joalheiro, morava e onde ela e o irmão passavam férias de pés no chão, em contato com a natureza. Tudo que essa romana toca é puro ouro — seu metal favorito por ser imutável. “É como se fosse feito de moléculas de persistência”, justifica. A pedra preferida? O diamante branco. “Ele é romântico
der, o Diamond Dots Ring. Ano passado, criou o broche Golden Eye
e forte. É pura luz e mais nada.” E para dar mais corpo a esses dez
para a Wallpaper, a icônica revista inglesa especializada em estilo.
anos de sucesso, ela criou em parceria com a Fendi uma coleção
Aos 29 anos, Delfina Delettrez é a mais jovem designer de joias a ter
de relógios, a Policromia Fendi Timepieces, invadindo uma praia
seu trabalho incluído na coleção permanente de fina joalheria do
tradicionalmente masculina.
Musée des Arts Décoratifs do Louvre. É a garota-propaganda da
Inspirada na arquitetura do Palazzo Della Civiltà Italiana, a sede da
própria marca, com seus cabelos muito pretos colados na cabeça,
Fendi, em Roma, Delfina desenhou relógios — disponíveis em 20
olhar de mormaço e figura exótica. Delfina pode vestir um hábito
modelos — que podem ser personalizados com pedras como ma-
de freira, ajustado ao corpo, criando um estilo carregado de per-
laquita, olho de tigre, obsidiana e lápis-lazúli. As sofisticadas cama-
sonalidade. Ou pode ser um pássaro tropical com penas coloridas
das de esferas dão a ilusão de movimento. A pulseira é de couro de
sobre o corpo. Ou montar um look trompe-l’oeil, se camuflando
jacaré, feita à mão na Fendi, com fivela de ouro 18K. ”Gosto de joias
com a mesma estampa nas roupas e nos acessórios. “Não tenho
que se mexem e se adaptam. Que mudam. Gosto de subverter a
medo de usar nada. Gosto de me desafiar”, declara.
ordem.” E Delfina Delettrez faz isso com muito charme.
Delfina cresceu entre a sofisticação de Roma — ao lado de amigos da família, como Luciano Pavarotti, além de fazer as lições de casa no atelier da Fendi, vendo Karl Lagerfeld em ação — e os verões nas praias de Búzios, balneário do Rio de Janeiro onde seu
www.delfinadelettrez.com
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Stile & Moda
christophe thorimbert/ getty images
we lov
GIANNI
“Esta coleção é um tributo à vida e ao trabalho de Gianni. Nós homenageamos e, acima de tudo, como meu irmão. Gianni era uma pessoa excepcional pela
como encarava a vida sempre com um sorriso nos lábios. Cada ano que viveu,
até hoje consideradas uma referência cultural e inspiração para muitos. Seria coleção. Por isso, decidi honrar seu legado com suas adoradas estampas e sua
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ove you Donatella Versace faz uma homenagem ao irmão, morto há vinte anos, ao celebrar os maiores ícones criados pelo estilista Por Regina Valadares
não só o seu gênio artístico mas quem ele era como homem
forma como celebrava cada dia como se fosse extraordinário,
viveu intensamente. Durante sua carreira, criou coleções que são impossível comemorar o mundo inteiro de Gianni numa só
deslumbrante malha metalizada. Thank you, Gianni.” Donatella Versace 19
Stile & Moda
N
ão havia tristeza, mas muita emoção. No lugar do luto, um explosão de
cores. Em vez de lamentos, declarações de amor. Foi assim que Donatella Versace homenageou o irmão: desfilando no Museu Triennale, em Milão, o verão mais vibrante e sensacional da temporada italiana.
“Esta é a celebração de um gênio, esta é a celebração de um ícone, esta é a celebração do meu irmão”, sua voz ecoava, em off, enquanto uma legião de modelos deslumbrava a plateia com o melhor do melhor já criado pelo estilista. “Como imaginar o mundo sem Gianni Versace?”, ela perguntava. Se o nome de Gianni volta a público na recém-lançada série de televisão American Crime Story, em que a terceira temporada explora o assassinato do estilista, a irmã e braço direito, Donatella Versace (na série interpretada por Penélope Cruz), preferiu focar na vida e no legado que ele deixou. Mergulhou nos arquivos da época mais emblemática de Versace, a de 1991 a 1995, se perguntando: O que Gianni faria hoje? Então, trouxe de volta as estampas exuberantes, os bordados e as coleções mais marcantes da grife: Vogue, Baroque, Warhol, Animalia, My Friend Elton, Native America, Tresor de Mer, Metal Mesh e Butterflies. Juntou tudo e deu seu toque, encurtando as saias, trazendo meias divertidas, incluindo bonés e as jaquetas, os espartilhos, minivestidos,
Na página anterior, Gianni e Donatella Versace em
maxissaias, cada grupo temático formando
1992. Naomi Campbell de Versace em campanha
uma coleção-cápsula completa.
da marca para a coleção Primavera 2018. Nesta página, fotos do desfile criado por Donatella em 2017 para homenagear os maiores ícones de Gianni entre 1991 e 1995
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divulgação
sportswear. Refez e reinterpretou as blusas,
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Stile & Moda
Anúncios da Versace que fizeram história: Madonna, Kate Moss, Gisele Bündchen, entre outras famosas, já estrelaram campanhas da marca. À direita, Lady Gaga
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reprodução
posa para a Versace em 2013
A Versace tem história. Criada há 40 anos por Gianni Versace — um calabrês filho de costureira e amante de História da Grécia Antiga, Arquitetura e Andy Warhol —, a marca sempre vendeu a imagem de uma mulher poderosa, exuberante, rica. Ele era moderno, fazia o link perfeito entre cultura pop, Hollywood, música e alta costura. Inventou as supermodels e a primeira fila de celebridades. Vestiu a maioria delas. Madonna era sua amiga. Lady Di, Elizabeth Taylor, Michael Jackson, Cher e uma lista interminável. Criou figurinos para balés. Povoou o tapete vermelho com looks sensuais, estampas fortes, muito dourado e o logo da Medusa, aquela dos cabelos de cobra, capaz de transformar em pedra todos que a olhassem. Gianni acreditava numa mulher forte, destemida. Tinha humor, cultura, arrogância e brilho.
“Por sua causa não temos mais medo”, repetia a voz de Donatella, durante o desfile.
manakin/istock
Stile & Moda
“Eu tinha apenas 11 anos de idade! Mas ele nos deu uma paixão incrível e, quando ele me mostrou o que criou para mim, isso fez com que eu me sentisse especial” Para coroar tantos momentos marcantes, tantas declarações de amor, sua irmã e atual diretora criativa da casa convidou as supermodels mais poderosas dos anos 1990 para fechar o desfile. Elas, as criaturas, homenageando o criador. Carla Bruni, ex-primeira dama da França, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Cindy Crawford e Helena Christensen, cada uma usando vestidos “metal mesh” — uma malha de metal inventada por Gianni e um dos seus grandes hits —, caminharam pela passarela ao som de Freedom!, de George Michael. Eram deusas. Junto com Donatella, simbolizaram a força, a beleza e a perseverança da marca que, honrando seu criador, só tem crescido e se multiplicado.
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david lees/getty images
Na página ao lado, fachada da Versace em Milão e as tops consagradas pela marca: Carla Bruni, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Cindy Crawford e Helena Christensen escoltam Donatella Versace. Acima, Gianni em seu ateliê em 1986
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Arte, design & fotografia
CORES eFORMAS Um balé de
Da fase figurativa à abstração, Arcangelo Ianelli, um dos maiores nomes da pintura brasileira,
percorreu um longo e consistente caminho, que resultou numa arte luminosa e à prova do tempo Por Michaela von Schmaedel
“P
or favor, entre. Faça o favor, entre.” Era assim, com a simpatia de quem parecia viver numa
cidadezinha do interior, que o pintor, desenhista e escultor Arcangelo Ianelli costumava receber as pessoas em seu ateliê, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. O imóvel lembrava uma vila italiana, com várias casas que serviam como ateliês para as suas diferentes técnicas de trabalho. O artista, que começou sua produção na pintura na década de 1940, retratando paisagens, pessoas e objetos, é lembrado por todos como uma pessoa gentil, generosa e tranquila. Não economizava tempo para explicar o desenvolvimento de sua trajetória a jovens artistas, contando com detalhes as diferentes fases de sua pintura. “Cézanne, pintor pós-impressionista francês, dizia muito bem: pintar não é uma profissão, é um destino”, costumava dizer Ianelli ao falar do amor que sentia por seu trabalho. A última retrospectiva do pintor aconteceu na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2002, com uma bela mostra dos 65 anos de produção do artista. Estavam na exposição obras das oitos fases de sua pintura, além de esculturas em mármore e relevos brancos e pintados, até então inéditos ao público.
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S/ Título, 1973, guache sobre papel, coleção particular
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Arte, design & fotografia
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A filha do artista, Katia Ianelli, ajudou a elaborar a retrospectiva durante dois anos — e trabalhou ao 03
lado do pai, como sua assistente pessoal, por mais de 30. “Desde que nasci, convivo com tintas, telas e
Das paisagens bucólicas, imagens à beira-mar e
pincéis. Estava sempre com ele, tanto nas incursões
retratos, Ianelli passou para cenas de natureza-morta
que meu pai fazia na época figurativa, pela represa
retratadas já de maneira mais geométrica. Depois
de São Paulo, no porto de Santos ou em cemitérios
foi caminhando para a abstração, com a fase da
e ruas de São José dos Campos, quando carrega-
matéria, do grafismo, da geometria propriamente
03. Retrato de Katia
va sua malinha com tintas, pincéis e o cavalete a
dita, com triângulos e quadrados flutuando nas telas
1956, óleo sobre tela,
tiracolo, quanto no interior do ateliê, posando para
(fase que ficou conhecida como Balé de Formas,
ele ou vendo as naturezas-mortas sendo criadas”,
nome dado pelo crítico Paulo Mendes de Almeida),
lembra. As obras Retratos de Katia, em que Ianelli
até chegar na vibração das cores, em que fazia mui-
pinta a filha durante a infância, estão quase todas
tas camadas de tintas, uma sobre a outra, para bus-
nas paredes de sua casa, assim como no ateliê onde
car a profundidade da cor e uma luz que parecesse
ela cuida do legado de seu pai e trabalha como
vir de dentro da tela. Sobre o trabalho desta época,
restauradora com especialização em pintura. “Eu os
seu último movimento na pintura, Ianelli declarou:
vejo diariamente, e de cada um tenho a lembrança
“Nada é tão difícil como a simplicidade.”
do momento em que posei”, diz. Ianelli pintava todos os dias, durante muitas horas,
02. Encontro e desencontro 1973, têmpera sobre tela, Coleção particular
Coleção particular
Durante o período em que teve que substituir a tinta óleo pela têmpera, nos anos 1970, devido a uma
até acabar a luz natural. Costumava fazer seus es-
intoxicação por chumbo, Ianelli encarou a fase como
boços primeiro com giz pastel. Da observação das
um importante aprendizado: “A têmpera me ensinou
paisagens, aprendeu a treinar o olhar, a perceber os
uma lição muito valiosa, que é a transparência das
diversos tons de uma mesma cor e a reinterpretar
cores”, disse. Para Katia, o que mais impressiona é
o que via nas telas. Katia conta que ele considera-
a coerência de sua pintura nas diversas fases. “A
va muito importante que a arte pudesse ser livre,
delicadeza de suas transparências, a profundidade
desvinculada de modismos, ligações panfletárias,
e a textura, que conseguem ser ao mesmo tempo
de cunho político ou religioso. Ele queria ser guiado
sutis e vibrantes. E também a simplicidade que ele
apenas por uma criação própria. “Meu pai admirava
conseguia elaborar com muito cuidado, criando uma
o trabalho constante e de boa qualidade, sem ruptu-
linguagem toda própria e de uma grande riqueza
ras repentinas”, diz Katia.
cromática, a marca de sua pintura.” 29
Arte, design & fotografia
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04. Natureza-morta 1960, óleo sobre tela Coleção particular. 05. Sem título 1987, óleo sobre tela Acervo MAB - FAAP.
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Arte, design & fotografia
tudo que acrescentasse culturalmente. Durante o inverno, ficávamos em apartamentos. Todo o resto do tempo, morávamos num trailer, eu, minha mãe 06
e meu irmão Rubens, uma experiência fascinante”, lembra Katia. Quando retornou ao Brasil em 1967, o artista participou de Bienais de São Paulo e no
06. S/ Título
Nascido no Brasil em 1922, filho de um casal vindo
exterior, e foi contemplado com o 1º Prêmio de duas
1971, óleo sobre tela,
de Caserta Vecchia, no sul da Itália, Arcangelo tinha
Bienais importantes: a do México, em 1978, e a do
Coleção particular.
muito do sangue italiano, principalmente na ma-
Equador, em 1989.
neira de se expressar. “Todos nós falávamos italiano
Na última grande mostra de Ianelli na Pinacoteca,
1957, óleo sobre tela
em casa e tínhamos esta forte ligação com a Itália”,
que ganhou o prêmio de melhor retrospectiva pela
Acervo MAB - FAAP.
lembra Katia. Ianelli era uma pessoa muito sociável,
Associação Paulista dos Críticos, o artista não con-
a casa dele estava sempre cheia de amigos artistas,
seguiu estar presente. Sofreu um acidente vascular
como Hermelindo Fiaminghi, Alfredo Volpi, Samson
cerebral (AVC) no dia da abertura. “Depois disso, ele
Flexor, Luiz Sacilotto, Tomie Ohtake e Emanoel de
ainda trabalhou, principalmente fazendo esculturas
Araújo, entre outros. Ele foi um dos fundadores do
em mármore, mas perdeu a capacidade de falar e
Grupo Guanabara, que se reunia no ateliê de Tikashi
também a destreza para pintar”, recorda Katia. Em
Fukushima, no largo Guanabara.
2004, foi organizada uma mostra individual na FAAP:
07. Barcos a vela
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Este contato com artistas se ampliou mais ainda
Ianelli – Caminhos da Figuração. O Artista faleceu em
quando Arcangelo foi com a família passar dois anos
maio de 2009, mas sua obra continua atual, reverbe-
na Europa por conta do prêmio concedido ao artista
rando toda a paixão de Ianelli pelas formas e cores.
pelo Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de
“Agora que o inventário das obras foi concluído, meu
Janeiro, em 1964. “O roteiro da viagem, que abran-
projeto é fazer algumas mostras, sobretudo de obras
gia vários países, foi traçado por meu pai tendo em
ainda inéditas ao público, e também a catalogação e
mente um estudo da história da arte, passando por
autenticação de seu trabalho para um futuro Catalo-
pequenos vilarejos italianos, museus, galerias, igrejas,
gue Raisonné”, conclui Katia.
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Stile & Moda
SMODA ignora
Talentosa e polêmica, Franca Sozzani dirigiu a Vogue Itália por 28 anos, transformando a revista em uma das mais criativas e inovadoras do mercado. Durante esse tempo, surpreendeu com ousadias editoriais, lançou livros e engajou-se em trabalhos humanitários. Desde sua morte, seu nome tem sido reverenciado Por Regina Valadares
Franca Sozzani em setembro de 2016, no Festival de Veneza, para a pré-estreia do documentário Franca: Chaos and Creation. Dirigido pelo filho Francesco Carrozzini, o filme mostra um pouco da vida dessa mulher de talento infinito
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vittorio zunino celotto/getty images
DELLA
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vincenzo lombardo/getty images
Stile & Moda
“VOCÊ NÃO PODE AGRADAR A TODOS, E ACIMA DE TUDO VOCÊ NÃO DEVE” 36
Em sentido horário, Franca Sozzani na cidade de Monza (Itália) em 2004; alguns dos editoriais polêmicos: Rehab, com as modelos desnorteadas; Violência Doméstica, que mostrou a brutalidade entre quatro paredes; a Black Issue, uma revista inteira só com modelos negras que se esgotou em 72 horas. Em Extreme Makeover, estampou a loucura das cirurgias plásticas
A
figura frágil, quase angelical, de Franca Sozzani escondia uma mulher intangível e apaixonada por seu trabalho. “Não sobraram muitos sonhos, mas a moda é um deles”, declarou certa vez. A poderosa editora que revolucionou o conceito de revista de moda no mundo não se limitou a retratar belas modelos vestidas com
belas roupas dando pulinhos. Isso todos estavam fazendo. “Você tem que achar alguma coisa nova. E gosto de fazer isso usando imagens, porque são as imagens que falam.” Cercou-se de bons fotógrafos, deu a eles liberdade e, juntos, criaram editoriais históricos e inusitados. Numa crítica aos abusos das cirurgias plásticas, retratou modelos ultramaquiadas, com curativos e bandagens. As feministas gritaram que era um desrespeito às mulheres. Em Super Mods Enter Rehab, clicada por Steven Meisel, mirou a onda de celebridades sendo internadas em clínicas de reabilitação como se fossem para um spa. A Black Issue, um número inteiro só com modelos negras, esgotou em 72 horas e rendeu críticas que a editora já esperava. “Não ligo. Penso que não é problema meu não gostarem. É deles.” O mesmo aconteceu com o editorial sobre violência doméstica. Franca foi acusada de estar glamourizando um assunto sério. “Na Itália, a cada três dias uma mulher morre assassinada por um parente, pelo marido ou pelo namorado. A ferramenta que eu tenho [para falar disso] é uma revista de moda”, defendeu-se.
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Stile & Moda
Depois veio o vazamento de óleo no golfo do México, a capa da Vogue italiana estampou a chamada The Late Wave — a última onda — e mostrava uma modelo coberta de óleo, numa praia, a cabeça sobre uma pedra. A imprensa não perdoou e taxou a abordagem de sensacionalista e oportunista, ao que Franca rebateu afirmando que moda não é só sobre roupas, é sobre a vida. ”Sou uma pessoa que assume riscos”, escreveu em seu blog. “Não sou uma seguidora.” Franca desafiou a tradição. De família burguesa, foi criada para ter uma vida normal, casar, ter filhos, jogar golfe — embora seu pai fizesse questão que ela e sua irmã, Carla Sozzani, dona da incensada loja-conceito 10 Corso Como, em Milão, fizessem uma faculdade. Franca formou-se em filosofia e literatura. Para surpresa de todos, casou-se aos 20 anos de idade. Três meses depois, separou-se e viajou pelo mundo. Quando voltou, começou a trabalhar como assistente na Vogue Bambini, passou pela revista Lei e, em 1988, chegou à Vogue e lá fez história. Teve um único filho, Francesco Carrozzini, sem estar casada, e o criou sozinha. É dele o documentário Franca: Chaos and Creation, uma declaração de amor à mãe e um testemunho do talento e do carisma dessa mulher sempre tão surpreendente. “Sou uma vencedora, porque coloquei todas as minhas ideias em prática”, declara, sem falsa modéstia. Durante seis anos, Francesco Carrozzini entrevistou a mãe com paciência e carinho. E não foi uma tarefa fácil, ele conta. Discutiram sobre cores, música, o que entrar, o que ficar de fora e por algumas vezes a coisa quase desandou. Mas ele estava determinado. Desde a morte do pai, a quem quase não conheceu, decidiu que queria resgatar a relação com a mãe, conhecê-la de forma mais completa. Se conseguiu o seu intento, a resposta está nesses 79 minutos da vida de Franca.
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Por causa da capa e do editorial sobre o vazamento de óleo no golfo do México, Franca foi taxada de oportunista e sensacionalista
“NA CRISE SE APRENDE A DESCOBRIR O NOVO”
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Stile & Moda
“NÃO DIGO QUE TENHO A RAZÃO, DIGO O QUE PENSO” “Me orgulho de não seguir regras”, declara Franca. O filho brinca que não entende o sucesso dela. Ao que ela responde: “Meu talento é descobrir talentos e incentivá-los a fazer o melhor”. Steven Meisel, Bruce Weber, Peter Lindbergh, Paolo Roversi, entre outros fotógrafos, confirmam, em uníssono, com Valentino, Lagerfeld, Donatella e seus pares, muitos deles presentes no documentário. Carrozzini conta que no dia 2 de setembro de 2016, após a première de Franca: Chaos and Creation, no Festival de Veneza, sua mãe disse que estava orgulhosa dele. Esse foi o melhor troféu que poderia receber. E é assim que termina o filme. “This is our story”, ele arremata, em off. Autora de livros de fotografia e de moda, muita ativa nas mídias socias (como em seu instagram @francasozzani1), seu olhar certeiro traçou o destino de muitos profissionais. Foi condecorada, em 2012, pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, com a medalha da Legião de Honra. No mesmo ano, tornou-se Embaixadora da Boa Vontade da ONU para o projeto Moda para o Desenvolvimento (Fashion 4 Development), um trabalho profissionalizante com mulheres e crianças na África. Engajou-se em campanhas pela cura da Aids, preocupou-se com o meio ambiente, lançou um concurso na Vogue para descobrir e tutorear jovens promissores, foi nomeada presidente honorária do Instituto Europeu de Oncologia, enfim, não parou um minuto. Franca Sozzani morreu no dia 22 de dezembro de 2016, aos 66 anos, de câncer no pulmão. Nunca parou de trabalhar. Nunca falou sobre a doença. Em sua homenagem, criaram o prêmio Franca Sozzani, oferecido pela primeira vez no Festival de Veneza do ano passado, mesmo espaço onde aconteceu o lançamento do documentário. Quem ganhou foi a atriz Julianne Moore, pela sua excelência na arte e comprometimento social.
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Franca em 2012, sendo condecorada pelo presidente da França, Nicolas Sarkosy, com a Legião de Honra pelo seu trabalho notável e engajamento social. Ao lado do seu único filho, Francesco, discutindo detalhes do seu documentário Franca: Chaos and Creation, disponível na Netflix. Na página ao lado, Franca poderosa, no seu trono, e entre amigos como o estilista Karl Lagerfeld, Anna Wintour, editora da Vogue América, e o
kenzo tribouillard/afp/getty images
fotógrafo Bruce Weber
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Arte, Design & Fotografia
O MUNDO DOS
OBJETOS INCRÍVEIS Conheça os talentos do design italiano —
os estúdios que mais crescem e aparecem em feiras, premiações e publicações especializadas Por Mariana Payno
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Pufes da coleção Chubby Chic (2010), em parceria com a Diesel
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Arte, Design & Fotografia
Cadeira Longwave (2013), em parceria com a Diesel
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Sofá Deco Futura (2017) e pufe Chubby Chic (2013), em parceria com a Diesel
STUDIO MOROSO Fundado em 1952, o Studio Moroso abriga dezenas de designers, de diferentes gerações, que assinam os sofás e poltronas distribuídos pelas várias lojas e representantes ao redor do mundo. A novidade da casa sexagenária, na verdade, está na capacidade de reinventar a tradição, e uma das fórmulas encontradas para isso foi a criação de uma coleção em parceria com a Diesel. “Trabalhamos com a equipe criativa da Diesel para representar dois aspectos diferentes de certas tendências contemporâneas: um mais escuro, inspirado no mundo subterrâneo e com uma estética mais agressiva e enigmática, e o outro mais leve, inspirado pela natureza, com um brilho visual e formas suaves e acolhedoras“, explica a diretora de arte Patrizia Moroso. O estúdio também aposta na combinação exata do trabalho artesanal com o processo industrial na busca por uma identidade moderna. www.moroso.it 45
Arte, Design & Fotografia
DIMORE STUDIO Inúmeras referências artísticas transbordam nos trabalhos de Emiliano Salci e Britt Moran, dupla ítalo-americana fundadora do Dimore Studio. Um mix de cores fortes, classicismo, formas modernas e art déco compõe a estética ousada do duo. “Nós misturamos eras e estilos, pegamos as coisas conforme vivemos. Podem vir de uma viagem, um filme, uma obra de arte, uma ópera, da moda ou de uma decoração antiga”, disse Emiliano Salci em entrevista à revista Forbes, que conferiu à marca da dupla a alcunha de “Prada do mundo do design”. A parceria de Emiliano e Britt começou em 2003, mas foi nos últimos anos que os dois passaram a se destacar em feiras, como a de Milão e a Scènes d’Intérieur, em Paris, onde eles levaram o prêmio de designers do ano em 2014. A revista especializada Architectural Digest, inclusive, colocou os dois entre as 100 personalidades da área para ficar de olho em 2018. Além das peças sofisticadas, os sócios assinam projetos de design de interiores em lojas, restaurantes e hotéis pelo mundo, colecionando em sua lista de clientes grifes como Hermès e Bottega Veneta. www.dimorestudio.eu
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Luminária Lampada 112, da coleção Progetto Non Finito
Tapetes da coleção Progetto Non Finito
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Arte, Design & Fotografia
FEDERICO PERI O segredo da autenticidade de Federico Peri está na busca de equilíbrio entre uma “identidade contemporânea, com algo de global”, e um “sentimento local“. Nascido em Montebelluna e formado pelo Instituto Europeu de Design, em Milão, onde também tem seu estúdio desde 2011, o designer carrega essa filosofia — e a preferência por objetos funcionais e materiais envelhecidos — na hora de criar seus móveis e instalações. “Meu principal interesse é a ligação entre o histórico e o contemporâneo. Por isso, trabalhar com matérias-primas autênticas não é simplesmente um padrão de beleza, mas representa um ideal de desenho do qual eu aproximo todos os tipos de projeto que faço”, diz. Os fortes princípios estéticos de Federico o têm levado longe: aos 34 anos, ele coleciona indicações em prêmios importantes da área, como o German Design Awards e o Salão do Móvel de Milão. Este ano, ele foi eleito um dos novos talentos do design italiano pela feira parisiense Maison & Objet. www.federicoperi.com
Banco Panchetta (2014)
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Lâmpada da coleção Galerie (2017), em parceria com a Fontana Arte
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Arte, Design & Fotografia
Projeto Metropolis (2014), composto de mesa de cafĂŠ, escrivaninha, guarda-roupa, console, estante e paredes horizontais e verticais
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GIACOMO MOOR Em 2016, então aos 34 anos, Giacomo Moor foi o primeiro a receber o título de melhor jovem designer na premiação inaugurada naquele ano pelo Salão Internacional do Móvel de Milão. Foi a capital do design, aliás, que o levou a explorar seu talento: lá ele nasceu, estudou na renomada Universidade Politécnica e trabalhou com artesãos antes de abrir seu próprio estúdio, em 2011. Desde cedo, Giacomo entregou-se ao amor pela madeira e aliou as habilidades manuais a um olhar preciso para o desenho. “Minha paixão pela madeira amadureceu durante a universidade, graças a uma oficina de carpintaria que fiz. Percebi que o aspecto artesanal poderia ser o bem do projeto”, diz. O resultado são peças como a estante multifuncional Metropolis, produzida em pequena escala e fruto de uma parceria com a consagrada Post Design/Memphis. Além de grandes marcas, Giacomo desenha para galerias e compradores particulares, sempre atento a todas as etapas do processo — desde os primeiros rascunhos até a finalização — e aberto a novos mundos. “Acredito que uma boa colaboração entre o cliente e o designer e o acompanhamento constante da evolução do produto são essenciais. Experimentar também é fundamental. Sempre tento usar essas oportunidades para me aproximar de técnicas que não conheço.” www.giacomoor.com
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Arte, Design & Fotografia
A Visita (2017), do Studio Pepe, para o Salão do Móvel de Milão
STUDIO PEPE Para Arianna Lelli Mami e Chiara Di Pinto, o design começa como uma tela em branco que elas, aos poucos e garimpando referências na arte e na tradição do desenho, preenchem. Foi com essa mentalidade e inspirações como o surrealista Giorgio de Chirico que elas fundaram, em 2006, o Studio Pepe, uma agência de consultoria em design. Alguns anos depois, o projeto acabou se transformando também em um estúdio de criação das próprias peças. Ali, a dupla formada pela Universidade Politécnica de Milão coloca em prática uma abordagem experimental do desenho, focada na pesquisa de texturas e cores, no jogo de contrastes, na valorização do trabalho manual e na relação do ser humano com as formas. “Estávamos procurando uma dimensão mais íntima, capaz de revelar o que somos e o que gostamos através de detalhes. Quando criamos nossos objetos, sempre pensamos em uma casa, em onde colocá-los e em que tipo de pessoa pode gostar deles. Como diretoras criativas, queremos que cada projeto conte uma história”, disse Arianna, em entrevista à revista de arte e decoração Cool Hunting, enquanto apresentava a instalação A Visita, durante o Salão do Móvel de Milão do ano passado. www.studiopepe.info
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Consultoria para a marca dinamarquesa Republic of Fritz Hansen (2012)
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Decorazione
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collezione INVERNALE 2018 55
Na pรกgina anterior: Jogo de Cama e Colcha Neoclassico, Almofadas Biancheria e Claviere, Manta Treccia MIKE WILSON/UNSPLASH
Ao lado: Manta e Almofadas Ampezzo
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Decorazione
Na cadeira: Manta Livigno Na pรกgina ao lado: Manta e Almofadas Claviere
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Almofadas e Colcha Spello, Manta Vellutato e Almofadas Siena
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ANNIE SPRAT/UNSPLASH
Na pรกgina ao lado: Jogo de Cama,
Decorazione
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Na página ao lado: Porta-Travesseiro e Almofadas Bari Nesta página: Jogo de Cama, Capa de Duvet e Almofadas Belini, Manta e Almofadas Ampezzo e Génova
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Decorazione
Na página ao lado: Jogo de Cama, Almofadas e Rolinho Belini, Colcha, CALEB WOODS/UNSPLASH
Porta-Travesseiro e Almofadas Impéria
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Decorazione
Nesta página: Porta-Travessiero, Colcha e Almofadas Siena Na página ao lado: Almofadas Gênova
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Na pรกgina ao lado: Porta-Travessiero, Colcha e Almofadas Revena Nesta pรกgina: Jogo de Cama, Almofada e Rolinho Bianca
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Na pรกgina ao lado: Manta e Almofada Dolomiti
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DOMINIK LANGE/UNSPLASH
Decorazione
Decorazione
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Na pรกgina ao lado: Jogo de Cama e Almofada Lorenzo, Fronhas Avulsas Filetti, Colcha Giordana e Manta Vellutato Nesta pรกgina: Jogo de Cama e Almofada Luigi, Fronha Avulsa Filetti, Almofada Ampezzo e Cobertor Piemontesi
Decorazione
COLE KEISTER/UNSPLASH
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Decorazione
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Na pรกgina ao lado: Manta Vellutato Nesta pรกgina: Toalhas de Banho Ambra
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Na página ao lado: Toalhas de
Banho Egitto Splendore
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AUSTIN SCHMID/UNSPLASH
FOTÓGRAFO: WALMOR DE OLIVEIRA ASSISTENTES FOTOS: KLAUS SCHLICKMANN E GABRIEL VANINI VÍDEO MAKER: MATEO TRONCOSO PRODUÇÃO CENOGRÁFICA: FABIO TONBOLATO. LOCAL: FELISSIMO EXCLUSIVE HOTEL
Decorazione
Arte, design & fotografia
CON traço
TEM
PORÂ O premiado arquiteto
ítalo-brasileiro Gianfranco Vannucchi acredita em
projetos de qualidade, que acompanhem as mudanças da sociedade, e não se rende a modismos Por Mariana Payno
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NEO
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Arte, design & fotografia
N
ascer e crescer em Florença, na Itália, calibrou o olhar do arquiteto Gianfranco
Vannucchi, de 67 anos, para as formas belas. “Meu avô materno tinha um dos maiores antiquários da cidade, minha mãe pintava e eu desenhava desde cedo. Acho que tudo isso me ajudou a começar a entender de arquitetura e de escala”, conta. Premiado no Brasil e no exterior, com mais de 700 projetos realizados, referência em grandes empreendimentos comercias e residenciais — muitos deles ícones da cidade de São Paulo —, Gianfranco trabalha ao lado do amigo e sócio Jorge Königsberger desde 1972. “Foi uma carreira construída em conjunto e com bastante afinco.” Ao longo desses 45 anos, a dupla fez São Paulo crescer, mudou a cara de avenidas importantes, como a Luiz Carlos Berrini, construindo prédios como o Terra Brasilis, que inovou com a geminação de edifícios e conjuntos comerciais menores e criou os complexos multiusos, como o Brascan Century Plaza, no Itaim, com uma área verde aberta e serviços variados ao público — hoje há vários empreendimentos deste tipo na cidade. Avesso a modismos, enquanto a maioria criava grandes torres de vidro nos anos 80, atualmente famosas por esquentarem o ambiente interno e precisarem de um alto investimento em refrigeração, Gianfranco e Jorge desenhavam projetos que favoreciam a ventilação natural e a sustentabilidade. Os dois se conheceram na época em que Gianfranco cursava a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e fortaleceram a parceria desde então, defendendo um estilo autoral. “Sempre buscamos uma vertente mais contemporânea. Por exemplo, fomos um dos primeiros escritórios a quebrar o estilo neoclássico dos prédios de alto padrão”, diz. Em tantos anos de sociedade, a dupla colecionou uma série de prêmios importantes — como o italiano A’ Design Award & Competition, conquistado no ano passado pelo projeto do edifício MN15 Ibirapuera, com jardins verticais sobrepostos, que parecem flutuar no céu, e fachadas transparentes com o conceito endless view, que aproveitam 100% a luminosidade. A seguir, Gianfranco Vannucchi fala sobre a carreira, as inspirações e as apostas para a arquitetura brasileira.
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Arte, design & fotografia
Como é sua dinâmica de trabalho com Jorge Königsberger? Sempre trabalhamos a quatro mãos, até nos projetos mais simples. É uma profissão que pode gerar insegurança: será que é melhor ir por aqui ou por ali? Por isso, ter uma pessoa em quem você confia ajuda muito. Que tipo de projetos vocês têm feito? Nosso dia a dia é voltado para o mercado imobiliário, edifícios comerciais e residenciais. Agora estamos trabalhando no projeto da antiga Federação do Comércio, que vai abrigar uma unidade do Sesc na Avenida Paulista. Além de projetar, nós ensinamos os novos arquitetos no escritório. Passar a experiência é importante, porque quanto mais tempo de carreira você tem, melhor você fica. A arquitetura é lenta, um projeto de hoje fica pronto só daqui a três anos, então é demorado aprender com os próprios erros. Qual é seu tipo preferido de projeto? O projeto de um bom cliente. Não existe bom projeto sem um bom cliente, que fala sua língua e pensa em coisas interessantes. Na verdade, meu projeto preferido é sempre o próximo. Como é seu processo criativo? Tem muito do rabisco e de pensar o projeto fora da prancheta. A gente acaba desenvolvendo um olhar tridimensional, capaz de construir detalhes dentro da cabeça, e só depois vê se aquilo funciona.
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De onde vêm suas inspirações? Tudo é treino. Gosto das coisas bonitas, não só na arquitetura, de ler, ir ao cinema, viajar. Ter nascido e passado a infância em Florença estimulou esse olhar, porque é uma cidade incrível, com uma coisa fantástica a cada esquina. Qual é sua relação com a arquitetura italiana? São muitas arquiteturas italianas: a medieval, a do renascimento, a contemporânea. Gosto muito do Carlo Scarpa, que era um dos arquitetos contemporâneos mais interessantes da Itália. O Renzo Piano é o grande nome do momento, e também gosto do Massimiliano Fussas. Vou todo ano à feira de Milão dar uma reciclada nas ideias. Você vê muitas diferenças entre a arquitetura italiana e a brasileira? Na Itália tudo é tombado, então não dá para construir muita coisa. Por outro lado, tudo que eles fazem é muito bem-feito. É um outro jeito de fazer, outra velocidade, outra escala. Aqui é diferente. Já temos uma arquitetura brasileira muito bem-elaborada para residenciais de alto padrão, mas o que faz uma cidade ser agradável é ter uma boa arquitetura média. Não precisa ter grandes catedrais ou monumentos, só uma boa escala, um bom desenho, materiais que não se deterioram. Buenos Aires e Santiago, por exemplo, são assim.
Para onde a arquitetura do Brasil está caminhando? Dá para perceber algumas mudanças. Por exemplo, edifícios que ficam perto de estações de metrô têm as garagens vazias: os jovens não querem mais ter carro. É um novo estilo de vida, que valoriza outros tipos de experiência, não o consumo. Você sacrifica um apartamento maior para morar mais perto do trabalho, do lazer e da cultura. A tendência é criar espaços mais compactos, funcionais e racionais. As famílias são outras também, é difícil falar em uma classe média padrão. A arquitetura tem que ir acompanhando isso.
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Hotel & Viaggi
AL PES Toda a beleza dos
Italianos A região de cordilheiras da Europa, que passa pela Itália, é um paraíso para esportistas, amantes da natureza e para quem gosta de hotéis lindos e comida boa. Não é à toa que o destino está cada vez mais badalado, seja no inverno, seja no verão Por Mari Campos
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O contraste perfeito dos dias ensolarados, vegetação muito verde, águas esmeralda e cumes nevados no verão das Dolomitas
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Hotel & Viaggi
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P
icos nevados a perder de vista, dias ensolarados mesmo no
sejamos francos, pela beleza cênica e pela variedade do terreno, a
auge do inverno. Os Alpes italianos são um paraíso para os aven-
região das Dolomitas — patrimônio tombado pela Unesco, com picos
tureiros, com suas cordilheiras de altitudes impressionantes e seus
de calcário que formam imensos paredões brancos, acinzentados e
vilarejos encravados nas encostas e vales, compondo um cenário de
rosados — é mesmo imbatível.
tirar o fôlego — e com uma média de 300 dias de sol por ano.
É ali mesmo que fica a mítica Sella Ronda, uma rede circular de
Terra da cadeia montanhosa Dolomitas e dos glaciares do
lifts e pistas ao redor do gigantesco maciço homônimo. A região é
Montblanc, a região oferece um menu variadíssimo de esportes de
queridinha também dos fãs de via ferrata, um itinerário preparado nas
montanha o ano todo, spas naturais, gastronomia premiada e vinhos
cadeias rochosas das montanhas, que se embrenham ali nas redes
renomados, garantindo programa para qualquer perfil de turista.
de degraus, cabos e escadarias de metal. Peculiar, a região ainda
Democráticos, o Alpes italianos, que ficam ao norte do país, agradam
guarda resquícios da Segunda Guerra Mundial, como a interessante
até aos shopaholics, com boutiques de luxo vendendo das marcas
Strada delle Gallerie (estrada dos túneis), que até hoje conta com 52
mais famosas internacionalmente ao delicioso speck, o tradicionalíssi-
túneis construídos naquela época.
mo presunto curado e defumado típico da região. Afinal, estamos na Itália, mamma mia! Nos últimos tempos, esta região alpina se tornou uma das mais badaladas áreas para o turismo de alto padrão europeu, principal-
Os vilarejos de Bolzano e Castelrotto são duas boas bases para explorar a região, próximas dos mais famosos vales de resorts de esqui das Dolomitas: Val di Fassa, Val Gardena e Alpe di Siusi. A 75 km de Bolzano, em San Lorenzo di Sebato, fica uma das mais
mente durante os meses do inverno, agradando de grupos de jovens
exclusivas e luxuosas formas de hospedagem da região: o White Deer
amigos a famílias com crianças pequenas.
Mountain Lodge, parte dos San Lorenzo Lodges, de Stefano Barbini. Instalado em uma casa do século XVI com vista para as Dolomitas e
A GRANDE VEDETE
a intersecção de três vales, ali a ideia de personalização em serviço é
É verdade que a Itália é abençoada com um extenso número de
elevada à máxima potência — com gastronomia digna de muitas es-
áreas esquiáveis gigantescas, rodeadas pela paisagem alpina. Mas,
trelas incluída, assim como traslados privativos para as pistas de esqui.
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02 Famosa entre os fãs de esportes de aventura e adrenalina, a região dos Alpes italianos é também propícia para base jumpers 03 03 O famoso pôr do sol rosado na região das Dolomitas 04 Infraestrutura completa para esqui e esportes de neve em geral também nos meses mais quentes do ano é mandatório em algumas estações alpinas 05 Esquiar em pleno auge do verão é um “must do” por lá
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Hotel & Viaggi
O encanto arrebatador do remoto Paso Giau, na regiĂŁo das Dolomitas
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Hotel & Viaggi
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10 07 A rica e farta gastronomia da Alta Badia é um dos destaques para quem explora a região 08 Moradores em trajes e instrumentos típicos da Alta Badia em festivais de verão 09 Castelos e vilarejos históricos são também marca registrada da paisagem dos Alpes italianos 10 Detalhe da sauna exclusiva de uma das suítes do luxuoso hotel Rosa Alpina
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UM TOQUE AUSTRÍACO A região do Tirol do Sul, antigamente parte da região homônima aus-
HOT POINT DE INVERNO As pistas alpinas têm espaços e opções para todos os níveis de
tríaca e hoje rebatizada de Alta Badia, fica entre 1.300 e 3.000 metros
esportistas durante o inverno. Para os iniciantes, o Passo Tonale é
acima do nível do mar, com uma natureza aparentemente intocada,
uma ótima opção: tem uma área de resort compacta, com lifts que
rodeada pelas Dolomitas. A herança dos autríacos está até hoje pre-
chegam até 3.088 m, e que é uma das poucas com garantia de neve
sente, seja nos sinais das ruas ou na literatura, sempre em ambos idio-
esquiável do final de outubro até meados de junho. Conta com duas
mas, ou mesmo nos hábitos cotidianos de muitos moradores, que
escolas de esqui e snowboard, e ali até quem não tem intimidade
não raro saúdam turistas primeiro em alemão nos menores vilarejos.
com os esportes pode usar a gôndola panorâmica que vai a Passo
A fusão do italiano com outras culturas resultou em uma mag-
Presena, a 3.000 m, simplesmente para ter uma vista arrebatadora
nífica e bem peculiar gastronomia, com destaque para excelentes
dos Alpes italianos. Vale também fazer uma refeição no peculiar
defumados — e renomados vinhos produzidos localmente.
restaurante do hotel La Mirandola, que data do século XII — à noite,
Além do esqui, da gastronomia caprichada e dos esportes de verão, os mirantes estrategicamente posicionados para contemplar montanhas, vales e vinhedos ficam abertos o ano todo. Na fronteira italiana com a França, o maior pico europeu, o Mont
os clientes chegam ali por animados percursos de snowmobile. Para os esportistas de nível intermediário, Corvara é a melhor escolha: além do ótimo circuito de pistas para quem está ganhando confiança, ainda reúne deliciosos restaurantes de montanha em sua
Blanc (ali Monte Bianco, com 4.810 metros de altitude), ganhou
área — como o Piz Boè Alpine Lounge, localizado na estação mais
recentemente um novo cable car, o Skyway Monte Bianco, cuja
alta da gôndola Boè. O après-ski ganha ali sabor especial com o
estrutura foi erguida em meio ao gelo perene da montanha.
panorama dos paredões das Dolomitas adquirindo impressionantes
Cada uma das cabines gira 360 graus durante a subida ao mirante
tons rosados conforme o sol se põe.
para que ninguém perca nem um segundo da estonteante paisa-
É na vizinha San Cassiano que fica o Rosa Alpina, o mais luxuoso
gem. A supergôndola conecta as estações de Courmayeur (1.300
hotel da região e membro da Leading Hotels of the World. Quartos
m), Pavillon du Mont Fréty (2.200 m) e Punta Helbronner (3.466 m),
individualmente decorados, spa de primeira linha, ski concierge,
que tem o mais impressionante terraço panorâmico e de onde é
mimos sem fim para os hóspedes todos os dias e quatro restauran-
possível sair para rotas de esqui off-piste. A estação intermediária
tes, incluindo o impecável e imperdível St. Hubertus, que conta com
conta com vinícola, dois restaurantes e um pequeno shopping.
preciosas três estrelas Michelin.
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Hotel & Viaggi 10
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E para os experts, Alagna Valsesia é puro desafio: um adorável
mesmo em clubs como Bandito, Moncrons e Osteria dei Vagabondi.
vilarejo em meio à gigantesca área de esqui do Monterosa, perfeita
Mas quem quer algo mais light também encontra diversas opções,
para fãs de off-piste em campos nevados que se convertem em um
do wine bar Enoteca Il Lampione ao clube de jazz The Cotton Club.
playground sem fim. Do topo do lift, a 3.275 m de altitude, a descida ao vilarejo, a 1.212 m, é uma vertiginosa free ride.
OS ALPES NO VERÃO
FORA DAS PISTAS
après-ski), no verão as opções de atividades na região alpina aumen-
Se durante o inverno o foco são as pistas nevadas (e a badalação E é claro que os Alpes italianos também são terreno fértil para
tam ainda mais: trekkings, pedaladas, golfe, cavalgadas, via ferrata e
quem busca entretenimento fora das pistas, dia e noite. Em Cortina
até caminhadas guiadas que terminam em wine tasting fazem parte
d’Ampezzo, muitos levam a sério também o esporte secundário das
dos programas.
compras na Corso Italia local, entrando e saindo de seus elegantes
De meados de julho a setembro, com a vegetação muito verde
antiquários e exclusivas boutiques com casacos de pele e skiwear
contrastando com os cumes nevados nos picos mais altos e o
de designers famosos. Apesar de internacionalmente famosa pela
azul cristalino dos lagos, absolutamente tudo fica aberto, de lifts de
variedade de opções après-ski, ali a vida noturna gira em torno de
montanhas a trilhas, de lojas a restaurantes, dos hotéis estrelados
wine bars e restaurantes estrelados.
às opções de camping e glamping no alto das montanhas. E avistar
Já Sauze d’Oulx sempre teve tradição em vida noturna e é comum encontrar suas pistas (mais de 400 km ligando as estações de esqui em Sansicario, Sestriere e até Montgenèvre, na França) vazias até o
a fauna local fica muito mais fácil, incluindo fartura em cervos, raposas e esquilos. Mas para quem não abre mão de aproveitar montanhas esquian-
meio-dia, com muita gente ainda se recuperando da noitada anterior.
do, Cervinia tem o glaciar aberto para esqui e snowboard mesmo
A cidade oferece também uma ótima seleção de restaurantes de
no auge do verão, ligando-se até a belíssima Zermatt, na Suíça, com
montanha e après-ski da melhor qualidade em lugares como Ca-
o paredão alpino, incluindo o incrível Matterhorn (a “montanha do
panna Mollino, Ghost Bar ou Paddy McGinty’s Pub. A noite pega fogo
Toblerone”, ali chamada de Il Cervino), sempre à vista.
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QUEM LEVA Não precisa quebrar a cabeça para montar seu roteiro para os Alpes italianos: a região é ampla, mas
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diversas agências e operadoras de luxo brasileiras montam itinerários exclusivos para lá com toda a infraestrutura necessária e muitos mimos
A Superviagem criou o roteiro “Just The Two of Us”, com cinco noites de hospedagem no Rosa Alpina (incluindo café da manhã, jantar degustação no restaurante St. Hubertus e Dolomiti Superski Pass) combinadas com duas noites em Veneza, no hotel Aman (com café da manhã, sunset aperitivo privativo em barco pelos canais e massagem para o casal). superviagem.com.br 12 A Next2Travel sugere roteiro de oito noites na região das Dolomitas, com três noites no refúgio San Lorenzo Mountain Lodge (com café da manhã, chá da tarde, jantar e transfer privativo para as pistas) e cinco noites no hotel Rosa Alpina (com café da manhã, skipass, fondue para dois, jantar com menu degustação no restaurante St. Hubertus e crédito para bar e spa). next2travel.com.br A Magariblu tem roteiros personalizados de 7 noites nas Dolomitas, com hospedagem no Hotel & Spa Rosa Alpina (com café da manhã, traslados privativos, Dolomitas Superski Pass, traslados de helicóptero entre as estações e jantar no restaurante St. Hubertus). magariblu.com
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11 Vista do amanhecer de frente para as Dolomitas 12 Clima nostálgico na praça da cidade de Bressanone 13 Living do hotel San Lorenzo no melhor estilo rústico-chique 14 O clássico São Bernardo esperando turistas para posarem juntos na região das Dolomitas, para fotos com os Alpes nevados ao fundo
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Sapori
PIER PAOLO PICCHI Estrelado pelo guia Michelin e destaque das revistas especializadas, o chef encanta cada vez mais paulistanos com suas criações autênticas e deliciosas da culinária italiana Por Daniel Tavares
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Fotos Tadeu Brunelli
Na pรกgina ao lado: Caprese Picchi. Nesta pรกgina: Mil Folhas de Taioba e Queijo Pardinho
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Sapori
Tempurá de Salsão, Tartar de Atum e Ovas de Aliche
U
ma estrela no prestigiado Guia
teve uma presença muito forte no meu
Michelin do Brasil e o segundo lugar
cotidiano, mas meu início na área foi quase
na mais recente edição da Veja Comer &
por acaso. Quando estava com 17 anos, meu
Beber nas categorias Chef do Ano e Me-
pai começou a me pressionar para arrumar
lhor Restaurante Italiano da capital paulista.
alguma atividade remunerada. Depois de
Esses foram alguns dos reconhecimentos
um tempo, cansou de esperar por alguma
que ajudaram a colocar o paulistano Pier
atitude e ele mesmo acabou conseguindo
Paolo Picchi, dono da casa que leva o seu
para mim um estágio em um restaurante.
sobrenome, entre os maiores destaques
No caso, era o Filomena, chefiado por Atala”,
da cena gastronômica de 2017. “Fico muito
relembra. Bastaram poucos meses para o
feliz com essas conquistas, porque sinto
jovem perceber que sua jornada profissional
que tanto os críticos quanto os clientes
seria dentro daquele universo e, ouvindo os
vêm percebendo a evolução do meu tra-
conselhos do mestre, fez as malas e partiu
balho. Estou sempre aprimorando minhas
para Europa para ganhar experiência em
técnicas, melhorando as receitas, e minha
casas de prestígio internacional.
busca por ingredientes de qualidade não para”, diz o expert, que começou sua história na cozinha ao lado de Alex Atala, o
e, quando viu, nove anos tinham se pas-
chef brasileiro responsável por projetar a
sado. Grande parte desse tempo ficou na
cozinha nacional para o mundo.
Itália, mas também morou por um período
“Minha família é italiana e a comida sempre 98
Porém, a previsão inicial de ficar naquele continente apenas uma temporada falhou
na Espanha. Casa Vissani, em Baschi, Balzi
Rossi, em Ventimiglia, e Guido, em Serralun-
De volta a São Paulo, chefiou alguns res-
ga d´Alba, foram alguns dos restaurantes
taurantes como o Emiliano e o Café Antiqüe,
celebrados por onde passou. Apesar de ter
até que sentiu que era a vez de seguir carreira
tido contato com diversos tipos de culinárias,
solo e ter um lugar para chamar de seu, onde
a italiana sempre foi o seu foco. “É incrível
tudo partiria de suas ideias e conceitos. Abriu
como eles valorizam as matérias-primas, as
o Picchi em 2007 em um endereço no Itaim,
técnicas artesanais e a tradição. Isso sempre
e, em 2011, criou uma trattoria e rotisseria bem
me tocou muito”, conta ele, que resolveu
descontraída no mesmo bairro, e que tam-
voltar para o Brasil para ficar mais próximo
bém levava seu sobrenome. As duas casas
da família e construir uma trajetória no país.
chegaram a funcionar ao mesmo tempo,
“Sentia que as coisas estava mais interes-
mas, mesmo fazendo sucesso, acabaram
santes para a gastronomia no Brasil e, aliás, a
fechando as portas. Mas Pier não desistiu e,
cada ano que passa a gente tem melhorado,
em 2014, resolveu fazer uma outra tentativa
principalmente no que diz respeito à quali-
com seu Picchi, no térreo do hotel Regent
dade dos ingredientes nacionais e também
Park, bem no coração dos Jardins. Ali, ele se-
em relação ao preparo dos profissionais que
gue investindo em uma cozinha marcada por
chegam ao mercado.”
um mix de pratos bem tradicionais, criações
“MEU OBJETIVO É CONTINUAR ME DESAFIANDO NA COZINHA DO PICCHI”
Zabaione de Cenoura com Caviar de Trufas
99
Sapori
Abobrinha e Presunto de Peixe
que promovem o encontro entre a antiga e
e Brotos, e o Funghi Trifolati com Espuma
moderna culinária italiana, releituras com um
de Grana Padano. Mas é claro que os hits
toque de ousadia, e, claro, também se vale de
da casa não saem do cardápio, como o
ingredientes brasileiros (frutas, raízes, folhas,
Tiramisù, o Raviolone de Gema Caipira
temperos) para dar aquela bossa às receitas.
Trufado, e o Pici com Molho de Linguiça
“Tenho essas mesmas premissas desde que
Calabresa (que foi, inclusive, apontado
abri meu negócio há dez anos, e vejo que são
como o grande destaque da casa pelo
pilares que me dão um norte e ao mesmo
Guia Michelin).
tempo muita liberdade, porque há um leque
O que vem pela frente agora? “Meu obje-
grande de possibilidades dentro deles”,
tivo é continuar me desafiando na cozinha
ressalta o chef, que em 2015 figurou no guia
do Picchi, trazendo sempre boas novidades
Identità Golose – Ristoranti di Italia, onde são
para as pessoas e mantendo a casa como
listados os melhores restaurantes italianos do
uma referência de uma boa gastronomia em
mundo. Detalhe: o Picchi era o único de São
São Paulo”, diz o chef, que concedeu essa
Paulo a fazer parte deste seleto grupo.
entrevista depois de uma viagem de doze
Outra característica importante de seu
dias pela Itália para fazer suas pesquisas
trabalho é o respeito à sazonalidade dos
anuais. Dessa vez, passou por Piemonte,
ingredientes, promovendo mudanças em
Lombardia, Roma, Vêneto, entre outras loca-
seu cardápio de acordo com as estações.
lidades. Na bagagem, trouxe muitas ideias
Ele costuma alterar pelo menos 20% dos
para novos pratos. Ou seja, logo teremos
pratos nessas ocasiões. No mais recente
criações inéditas, com sabores marcantes
menu de verão, por exemplo, lançou novi-
e muita leveza. “Isso não pode faltar de jeito
dades como o Tartar de Cordeiro, Berinjela
nenhum em minhas receitas.”
100
PINGUE-PONGUE COM O CHEF Último assalto à geladeira... Já assaltei muito a geladeira para comer o que estivesse ali à disposição. Hoje, já consigo me controlar e evito fazer isso. Restaurantes preferidos da Itália: Adoro vários, das trattorias aos mais sofisticados. Mas posso citar alguns mais conhecidos: Arnolfo, na Toscana, Osteria Cera, em Veneza, Seta, em Milão, Osteria Francescana, em Módena... Essa lista pode realmente ficar enorme! Ingrediente vetado: Não tenho preconceito com nenhum produto. Ingredientes que adora: Azeite, ervas aromáticas, molho de tomate e pão. O que costuma fazer quando não está no restaurante? Gosto de nadar, de ler, de ir à praia, de curtir minha casa, meus cachorros e de cozinhar para os amigos. O que cozinha em casa? Massas, claro, mas também faço
“NÃO SOU BRAVO, MAS SOU FIRME E EXIGENTE COM QUEM TRABALHA COMIGO.”
churrasco, moqueca, feijoada. Como é o seu temperamento Banana com Sorbet de Chocolate
chefiando a equipe? Não sou bravo, mas sou firme e exigente com quem trabalha comigo. O que te tira do sério dentro da cozinha? Quando alguém erra algo de um prato, mas isso não acontece com frequência. Você se cansa da sua rotina de trabalho? Olha, posso dizer que fica cada vez melhor o dia a dia na cozinha. É um trabalho que faço com paixão e que me traz muitas alegrias. Qual região da Itália que mais te inspira em seu trabalho? Gosto da comida feita em todos os lugares da Itália, por isso em meu menu há referências do extremo sul ao norte do país.
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L’ultima parole
“Sou uma
vencedora, porque coloquei todas as minhas ideias em prática” Franca Sozzani
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