O enigma da energia escura

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O Enigma da Energia Escura

Por: J.R. Silva Bittencourt


O Enigma da Energia Escura Segundo a visão cosmológica mais aceita atualmente, o universo seria composto por 4% de matéria normal ou comum (também chamada “iluminada”); 23% de matéria escura e 73% (!) de energia escura. Os estudiosos do assunto também conseguem definir, em termos gerais, o papel de cada uma destas variáveis. Por exemplo, tanto a matéria escura quanto a normal seriam capazes de desviar a luz, embora a matéria escura fosse fria e não interagisse com ela. A matéria escura, também chamada “faltante”, formaria o arcabouço ou o esqueleto, em cujo campo gravitacional a matéria iluminada poderia se acumular. A energia escura, por sua vez, não interage com as duas formas conhecidas de matéria e, por isso, não pode ser detectada ou medida. Tal como um oscilador no seu estado estacionário, a energia escura não emite ou absorve luz, permanecendo no que seria um estado de quantização ou de empacotamento que nunca se completará, ou que permanecerá suspenso até o final dos tempos. Novamente, tive a minha atenção chamada para o detalhe de que, ao se avaliar essas três variáveis, costuma-se esquecer que elas dependem diretamente do nosso “ponto de vista”.


Se existe uma matéria escura, isso não é problema do universo. O problema está na impossibilidade que demonstramos ter para medi-la diretamente, o que se estende ao conceito de energia escura. Outra curiosidade, é que a matéria dita “iluminada” depende da nossa memória para existir. Isso torna o acesso à luz espalhada por essa matéria contínuo e defasado. Isto é, para nós somente existe o que pode ser submetido ao julgamento da nossa memória. O que não pode ser lembrado, não existe. Está mais que na hora de incluirmos o observador isolado no contexto do universo. Sem o observador, o universo continuaria na sua rotina. No entanto, será que haveria alguma outra forma de vida inteligente, além da que se conhece, que pudesse dar sentido aos eventos que o universo abriga? Para que serviria um universo, se não houvesse alguém para admirá-lo? Seria um desperdício de tempo! Esta última frase não foi colocada por acaso. É a dependência que o observador demonstra ter, em relação à mensurabilidade direta do tempo, que justificaria a necessária separação entre a luz e o espaço. Vou enumerar, a seguir, algumas conclusões a que os físicos chegaram e que, embora eles não assinem embaixo, atestam que o espaço não teria nenhum poder para nos comunicar diretamente


quaisquer eventos, ou possíveis alterações na sua geometria: -“O efeito repulsivo da energia escura domina a gravidade”; -“A energia escura criaria espaços, levando as galáxias com ela”; -“Tanto a matéria escura (23% da matéria total) quanto a normal (4%) desviam a luz”; -“A energia escura (73%) é uniforme: obtém-se a mesma aceleração em qualquer direção no vácuo”; -“A energia do vácuo (escura) aceleração do universo expansionário”.

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(Extratos oriundos do documentário do The History channel “Dark matter/Dark energy”, de 2008). Quando decidimos voluntariamente nos submeter ao jugo da radiação eletromagnética (inclua-se a faixa de luz visível) e ao Doppler, para tentarmos descrever diretamente o espaço como se ele formasse um todo com ela, esquecemo-nos de atentar para alguns detalhes referentes ao comportamento da própria luz. Haveria dois momentos distintos, relacionados ao movimento harmônico executado por todas as formas de


irradiação. Num deles, a luz seria “empacotada” ou quantizada. Isso se traduziria na afirmação de que, sem ser notada, “a energia escura criaria espaços, levando as galáxias com ela”. Essa 1ª. Fase do movimento harmônico da luz seria fictícia desde que, até os dias de hoje, ninguém conseguiu medir um lapso de tempo qualquer que pudesse ser destinado à quantização da luz. Sem tempo mensurável, não se pode medir movimento de qualquer espécie. Sem poderem ser lembradas (a nossa memória depende do tempo) as coisas deixam de existir, mesmo continuando por aí. O mais importante, neste caso, é notar que a afirmação “a energia do vácuo move a aceleração do universo expansionário” transformar-se-ia num erro interpretativo. Isso se deve ao fato de que já está amplamente demonstrado que a energia do vácuo (se existisse) seria negativa. Mesmo assim, vale repetir, não se pode medir diretamente o movimento na ausência do tempo. Podem-se fazer suposições, sem demonstração prática. A “energia escura”, ao criar espaços, estaria retendo a luz e estabelecendo o que seria a primeira fase do seu movimento harmônico. Ela nos diz que, ao se esticar, o espaço reteria a luz, promovendo um aumento da energia potencial elástica. Tal como aconteceria quando


você esticasse um elástico, a força apontaria no sentido contrário ao do seu esticamento. Isso deveria ser acompanhado de desaceleração do movimento das galáxias, na mesma medida em que mais espaço fosse sendo criado pela energia escura. Não é o que se vê na prática. Isso decorre de se considerar que a luz e o espaço seriam uma coisa só, desprezando a quantização da radiação eletromagnética, manifesta na incerteza da posição ou da velocidade das fontes de luz. Resumidamente, pode-se dizer que o “antes” e o “depois” do espalhamento da luz das estrelas, junto a cada um de nós, teriam tido misturados os efeitos finais das fases distintas do movimento harmônico simples da luz. Isto é, a geração de espaços pela energia escura (expansão) teria incorporado a aceleração do movimento das galáxias apenas na fase posterior, de espalhamento da luz. O relaxamento do elástico (com aceleração) estaria expondo a fase do seu esticamento anterior, de forma defasada no tempo. Isso se tornou possível devido à contração do tempo na fase expansionária. Ao reter a luz, a expansão teria atuado à semelhança de um imenso apagador de informações, mesmo que elas continuassem lá. O desaparecimento da 1ª fase do MHS da luz teria


tornado ambas contínuas, devido a um princípio de exclusão de acesso direto. Tanto a 1ª quanto a 2ª fase do movimento harmônico passaram a serem tendências que teriam ficado suspensas na direção do infinito. Na 2ª fase do movimento harmônico da luz (espalhamento dos fótons), o observador teria passado a conviver com a contração do espaço e com a dilatação do tempo, mas isso seria encoberto pelas informações abruptamente expostas, que dariam conta da expansão do espaço como se ela estivesse ocorrendo em tempo real, ou no “aqui e agora”. Se a energia escura estivesse criando espaços de forma imperceptível, afastando diretamente as galáxias entre si, a velocidade limitada da luz, que utilizamos para rastrear o evento, teria que nos dizer que os espaços teriam sido criados num momento anterior (cone de luz futuro do evento). No entanto, como somente existe o que pode ser lembrado, temos a tendência de concluir que esses espaços teriam ficado no nosso passado e que a luz, obrigatoriamente, estaria chegando de lá. Finalmente, nesta visão alternativa, baseada no acesso defasado das informações disponibilizadas


pela radiação eletromagnética, seríamos obrigados a reavaliar o conceito de “energia escura” atuando de forma absoluta no passado, pois, se não podemos medir diretamente o tempo no futuro não há, também, como descrevermos qualquer tipo de movimento naquele sentido da sua seta. O movimento somente poderá ser medido quando a dissociação entre a matéria e a energia já estiver completa, efeito que acompanha o espalhamento contínuo dos fótons de luz junto ao observador. Pode ser que apenas a luz que ocupa uma estreita faixa seja visível diretamente no pós-big bang, mas a informação contida em todas as faixas do espectro de Maxwell se tornou potencialmente acessível ao rastreamento remoto quando o jato de matéria “se projetou” no passado. Não poderia haver, nesse caso, uma “energia escura” atuando diretamente no espaço-tempo, porque toda a energia está ligada a algum tipo de movimento e é este movimento que, basicamente, permite concluirmos pela existência da matéria escura. Santa Maria, RS, 20/12/2017.


O enigma da Energia Escura Apesar de todos os esforços realizados pela comunidade científica, até hoje a suposta existência da energia escura não pôde ser confirmada. Como toda a forma de energia está ligada a algum tipo de movimento, e o movimento não poderia existir na ausência de tempo mensurável, é fácil deduzir que a energia escura jamais será detectada. Para vermos uma partícula precisamos que alguma energia detectável seja encontrada, depois de ser espalhada por essa partícula. Quando isso acontece, a energia deixa de ser escura e o movimento da partícula se torna contínuo e relativo. Acompanhe os raciocínios desenvolvidos no artigo que se segue, e você perceberá a importância que a sua memória tem para o nosso universo. Acredito que o próprio universo esteja tomando consciência da sua existência por nosso intermédio. Não se envaideça por isso, mas passe a acreditar mais em si mesmo. Boa leitura J.R. Silva Bittencourt


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