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No século XVI, dois importantes acontecimentos históricos abalaram o extenso domínio e influencia que a Igreja Católica exercia sobre a sociedade europeia, o que também englobou o papel da instituição sobre as universidades. Os referidos eventos foram a Reforma – que se deu com o surgimento das igrejas anglicanas, luteranas, calvinistas, entre outras - e a Contrarreforma – conjunto de medidas que a Igreja Católica tomou para conter o avanço do protestantismo – dando início a mudanças significativas na esfera educacional do período e possibilitando que mais tarde em 1694, fosse fundada a Universidade de Hall, na Alemanha, qual ficou conhecida como a primeira universidade aberta, ou seja, livre de influências religiosas de qualquer tipo. Com esse rompimento entre a Igreja e a universidade, o conceito de liberdade cátedra foi introduzido, tornando possível que em 1809 a Universidade Berlim realizasse experimentos científicos que iam completamente contra aos princípios religiosos, o que garantiu aos professores e alunos a busca por conhecimento sem restrições ideológicas.
REFERENCIAL TEÓRICO DO TEMA
Segundo CASTELNOU (2005), as universidades de Santo Domingo (1538), com sede na cidade de mesmo nome na República Dominicana; San Marcos (1551) em Lima, no Peru; México (1554); e Córdoba (1613), na Argentina, como as primeiras universidades latino-americanas. Posteriormente, surgiram as primeiras norte-americanas: Harvard (1636) em Cambridge Massachusetts e Yale (1701) em New Haven Connecticut.
1.1 HISTÓRICO DAS UNIVERSIDADES
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universidade como conceito que conhecemos hoje, provavelmente se iniciou na Europa durante o final dos séculos XI e começo do século XII, período historicamente conhecido como Idade Média, onde apesar da grande influência da Igreja Católica sobre a produção intelectual, direcionadas em sua maioria a estudos teológicos, foi uma fase de fomentação do conhecimento científico precedendo o Renascimento. Sendo a criação da Universidade de Bolonha, fundada em 1088, na Itália, a primeira instituição ocidental a se aproximar do formato hoje empregados como “universidade”, seguida pela Universidade Sorbonne, na França, em 1150. TEIXEIRA (1998)
1.2 UNIVERSIDADES NO BRASIL O panorama da universidade brasileira teve início com a vinda da coroa portuguesa para o Brasil, entre 1807 e 1808, com a família real vieram milhares de cortesãos, com isso surge a necessidade da criação de instituições e escolas focadas no ensino superior para a nova corte agora instalada em terras brasileiras. Dentre os cursos oferecidos estavam medicina, direito e engenharia, as instituições não se caracterizavam como universidades.
Precedendo Bolonha ou Sorbonne, é conhecido que a Igreja Católica e a monarquia, instituições magnas do período, conferiam aos monastérios o título de Studium Generale, o que indicava que estas instituições apresentavam renome mundial. Acadêmicos de um Studium Generale podiam ministrar seus conhecimentos em outros institutos, prática muito semelhante ao conceito de intercambio, que enriquece a formação do indivíduo a partir de sua imersão em uma cultura heterogênea à sua.
Na República do século XX houve uma unificação das faculdades do território o que ocasionou o surgimento das primeiras universidades brasileiras. Historicamente podemos considerar a Universidade do Rio de Janeiro em 1920 como a primeira do Brasil de acordo com TEIXEIRA (1998). Figura 1 - Universidade de Bolonha
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TFG 2021 - CAMPINAS
Figura 3 - Universidade de Berlim
Figura 2 - Universidade de Sorbonne
DOM NERY - MORADIA ESTUDANTIL
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