em
jb folhas 10
ANOS
o informativo do jardim botânico
março/abril 2014 | ano 11 | nº53 distribuição gratuita
Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá
Época de Pitanga Para ilustre moradora, o Jardim Botânico é seu quintal! (Páginas 18 e 19)
Adoção de praças no JB Empresas investem na renovação e na manutenção das praças Pio XI e dos Jacarandás. (Página 4)
O engarrafamento nosso de todo dia Moradores do bairro e AMA-JB sugerem medidas para amenizar o tráfego intenso da região. (Páginas 8 a 11)
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Editorial Novo formato celebra os 10 anos do JB em Folhas Caro Leitor,
rantes e bares na região, convidamos o jornalista Pedro Landim (foto) – autor do blog www.bocadomundo.
O ano de 2014 promete ser bem movimentado e
com.br e repórter de gastronomia do jornal O Dia –,
com muitas novidades. Ano de Copa do Mundo e de
para escrever a coluna Sabores do Jardim, na qual vai
eleições. Da nossa parte, também temos boas novas.
falar sobre suas andanças por aqui, onde mora há 23
Ainda nas comemorações dos 10 anos de circulação
anos. Em sua estreia no jornal, Pedro discorre sobre a
do jornal, apresentamos o novo formato do JB em
recente invasão de – boas – padarias na região. Sabo-
Folhas, com mais páginas, mais informação e mais
reie o texto da página 12 sem moderação.
comodidade para carregá-lo.
Apesar das novidades, certas coisas não mudam,
FOTOS: CHRIS MARTINS
por mais que a gente queira. Uma delas é o trânsito na rua Jardim Botânico que, a cada dia que passa, está mais caótico. Se há dez anos a gente podia assinalar a pior hora para circular na via principal do bairro, hoje, toda hora é hora de tráfego intenso. Mas autoridades e moradores continuam tentando – e sonhando – com ruas menos engarrafadas, como você pode ler, em nossa matéria principal, a partir da página 8. Com isso, antigas colunas ganharam mais espaço, como a Folhas do Jardim, que agora ocupa as páginas 4 e 5. Entre as notas, destaque para a reforma da Pio XI, que vai ganhar brinquedos de madeira padronizados pela prefeitura (foto). Também abrimos espaço para uma conversa com a presidente do Jardim Botânico, Samyra Crespo, que fez um balanço sobre os seus dez meses à frente do parque e sobre o que pretende implantar ainda este ano, como você vai ler na página 6. A cereja – ou melhor, a pitanga – do bolo desta edição é a entrevista com a atriz Camila Pitanga (foto),
Dani Lima, falando sobre seus points preferidos no
que está em cartaz no Espaço Tom Jobim com a peça
bairro, na página 15. E, como há cada vez mais restau-
“O duelo”. Moradora do Horto há sete anos, Camila
OSCAR DAUDT
O informativo também oferece novas seções, como Meu JB, que estreia com a coreógrafa (e moradora)
lembrou dos tempos em que estudava no Tablado e tinha de pegar três ônibus para vir de Jacarepaguá, onde morava com o pai Antônio Pitanga. Mais curiosidades na coluna Ilustre Morador, nas páginas 18 e 19. Até maio, Christina Martins Editora
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CHRIS MARTINS
Cara do JB Valdirene Comemora-se o dia do garçom em 11 de agosto, mas, para Valdirene Jorge de Souza, de 36 anos, todo dia é dia de festejar sua profissão. Garçonete do Jóia Carioca há quase dois anos, Val é o nome mais ouvido no bar da rua Jardim Botânico a partir das 17h. Simpática e atenciosa com seus clientes, a jovem cearense – que já foi bartender –, chama atenção pela agilidade no atendimento. “Eu adoro o que faço. Tem cliente que me procura porque sabe que eu vou trazer a cerveja gelada do jeito que ele gosta”, afirma sorridente.
Expediente
Foto da Capa: Chris Martins
O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.
Telefone: 3874-7111/ 98128-6104
www.armazemcomunica.com.br Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br Revisão: Carla Paes Leme Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Estagiária de Redação: Sheila Gomes
Tiragem: 5.000 exemplares e-mail: jbemfolhas@armazemcomunica.com.br www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico site: www.jbemfolhas.com.br
Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea e do Humaitá. 3
Folhas do Jardim
número de vagas compatível com o de suas unidades e evitar a circulação desnecessária de carros na praça
Pracinhas do JB em ritmo de adoção
Pio XI, com entrada da garagem pela rua Conde Afonso
Com apoio da Secretaria Municipal de Conservação
Celso e saída pela Oliveira Rocha. A manifestação foi
e da AMA-JB, as pracinhas do Jardim Botânico estão
logo no início de janeiro e contou com a participação
prestes a ser adotadas. Enquanto a praça Dag Ham-
de integrantes do bloco Último Gole, na Praça Pio XI.
marskjoeld está sob os cuidados da Associação dos Moradores do Alto JB, a Pio XI está fechando a adoção
Foco no Pilates
pela Pedigree. A marca de ração para animais domés-
Com vista privilegiada para o Corcovado, em pouco
ticos, porém, não pretende criar área restrita para cães
tempo, o novo espaço do Studio Foco Pilates vem
no local. Já a praça dos Jacarandás deve ser adotada
atraindo muitos alunos no bairro. Em breve, o estúdio
pela Red Bull, instalada na casa onde funcionou o Jui-
oferecerá também aulas de Pilates aéreo, em que o
zado Especial Cível. O La Carioca e o Le Pain du Lapin
aluno faz os exercícios suspenso em tecidos, e Sliding
estão interessados em adotar a praça Sagrada Família
Pilates, praticado sobre uma plataforma deslizante.
e o PlayGym quer cuidar da Praça do Tablado.
Apesar de técnicas inovadoras, as novas modalidades respeitam os princípios e os fundamentos básicos que
Concurso de fotografia
regem o método.
“O Jardim Verde e Amarelo” é o tema do XV Concurso de Fotografia do JBRJ, organizado pela Associação de
Reforma da praça Pio XI
Amigos do Jardim Botânico há 15 anos. As inscrições
A praça Pio XI vai passar por obras de conservação
serão abertas em março no site www.amigosdojb.org.
logo depois do carnaval. Os aparelhos de musculação
br, e as fotos premiadas serão expostas durante a Co-
serão deslocados para um canto sombreado da praça,
pa do Mundo em local a ser definido.
aumentando a área do campinho de futebol, que, por sinal, ganhará novas traves. Além disso, será colocado mais saibro na praça para cobrir as raízes das árvores,
Cerca de 100 moradores do Jardim Botânico participaram
a fim de aumentar a segurança das crianças no local.
de mais um manifesto para garantir a preservação do
E por falar em segurança, foram instalados dois holo-
entorno do prédio que a João Fortes Engenharia preten-
fotes na parte inferior da escadaria e um terceiro no
de construir no terreno do antigo posto Shell, em frente
alto, na Rua Benjamin Batista. Além disso, a RioLuz
ao Hospital da Lagoa (foto). Entre as solicitações, estão
instalou novos postes na praça, em substituição aos
respeitar o gabarito de 14m das ruas laterais, oferecer
que não estavam em bom estado de conservação.
CHRIS MARTINS
JB que queremos
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CHRIS MARTINS
ROBERTO GARZON
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Folia no JB
tetônica do prédio histórico, datado de 1576, o projeto
O carnaval no bairro começou cedo. No dia 16 de fe-
de revitalização do Centro de Visitantes prevê instala-
vereiro, o bloco “Me esquece” abriu os trabalhos mo-
ção de painéis e totens multimídias e monitores de
mescos, interditando a rua Jardim Botânico, na altura
alta definição para ajudar os visitantes na organização
do parque. No final de semana seguinte, dias 22 e 23,
de roteiros de passeios. O espaço contará também
foi a vez, respectivamente, do Bloco da Pracinha e do
com maquete interativa e mais facilidades para pes-
Suvaco do Cristo (foto 1) movimentarem a região, que
soas com deficiências, tudo obedecendo a critérios de
ainda contou com o Vagalume e o Último Gole, que
sustentabilidade, como a instalação de painéis solares
ocuparam, na terça-feira gorda, a Jardim Botânico e o
e de um sistema de reutilização de águas.
Parque dos Patins, respectivamente. O Bloco da Pracinha reuniu mais de mil pessoas – entre adultos e crianças – na Praça Pio XI. Em sua oitava
A parceria garante até 2015 a continuidade do projeto de manutenção do arboreto, que a Vale patrocina desde 2009.
edição, o evento contou com a participação das Meninas do Rio e da cantora Barbara Lau. Quem não quis
Pelas ruas do JB
saber de samba, divertiu-se na oficina de customização
A maior novidade do Jardim Botânico são os recém-
de fantasias do Gato Mia. A surpresa ficou por conta
inaugurados albergues, um na Lagoa, perto do Pira-
do mestre Wellington Alves, que apresentou o Tropa
quê, e outro na principal via do bairro, perto do Parque
do batuque (foto 2), projeto social de Brás de Pina,
Lage, que trouxeram mais turistas à região. Pertinho
formado por crianças entre 6 e 12 anos, que tocaram
dali, a loja de luminárias Pró-Light dá lugar, em breve,
instrumentos de percussão feitos de lata. O bloco foi
ao espaço cultural Studio 512. Desde o início do ano,
realizado a partir de edital da Secretaria de Estado de
os clientes do Citibank precisam se deslocar um pou-
Cultura e teve apoio do supermercado Pão de Açúcar,
co mais para ter atendimento presencial. A agência ao
do Mercado Afonso Celso, do Braseiro da Gávea, do Jóia
lado da ABBR mudou-se para a Gávea. O Ponto Frio
Carioca, do Boteco Belmonte, do Bibi Sucos e da Villa
também fechou suas portas no bairro.
Ipanema – Centro de Convivência.
E a famosa esquina da rua Visconde da Graça com Jardim Botânico, onde funcionava a sorveteria Itália,
Vale renova parceria com o JBRJ
vai ter um destino mais nobre. Em vez da agência da
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Vale renova-
Santa Casa Misericórdia – conforme nós informamos
ram contrato de patrocínio para apoio à manutenção
ano passado –, o espaço será alugado pela lanchonete
do arboreto, incluindo a reformulação do Centro de
Bibi Sucos, que ampliará seu espaço. As obras come-
Visitantes. Sem alterar nenhuma característica arqui-
çam depois da Copa do Mundo. 5
CHRIS MARTINS
três novas medidas. A primeira é o fechamento do parque às segundas-feiras pela manhã para limpeza e manutenção do arboreto, com reabertura às 12h. A segunda envolve a implantação do Programa de Excelência no Atendimento ao Público para cerca de 400 profissionais (conclusão até o final do ano), com aulas de capacitação e aprimoramento técnico sobre a história e a organização do parque, inglês e até alfabetização e letramento, quando necessários. Já a terceira medida, a criação do
Entrevista Samyra Crespo
Programa de Gênero, estabelece ações concretas para melhoria das condições de trabalho para as
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Um jardim para todos
mulheres – explica Samyra, ela mesma a primeira
Completando dez meses à frente do Jardim Botâni-
mulher a presidir a instituição em seus 200 anos
co do Rio de Janeiro, Samyra Crespo já tem uma vi-
de existência.
são mais concreta da situação do parque e de suas
O sexo feminino, aliás, receberá atenção es-
prioridades. Suas ações estão baseadas em dois
pecial neste mês de março, em que se celebra o
princípios: transparência e consideração pelo pen-
Dia Internacional da Mulher. Do dia 11 ao dia 14,
samento das pessoas de dentro e de fora do JBRJ.
acontece a I Semana da Mulher, cujos destaques
Samyra recebeu faxineiros, seguranças e jardinei-
são as palestras de abertura e encerramento, que
ros em cafés da manhã, além de ter encomenda-
contarão, respectivamente, com as presenças de
do uma pesquisa interna junto a esse público para
Simone Schaffer, da Secretaria de Políticas para as
saber como eles veem o parque e o que gostariam
Mulheres do Governo Federal, e de Nilcéa Freire,
que fosse mudado. Os visitantes também foram
da Fundação Ford.
convidados a fazer uma avaliação dos serviços e
Em curto prazo, a jornalista e historiadora vai fo-
da infraestrutura do JBRJ. O objetivo da presidente
car suas ações na manutenção dos equipamentos já
é melhorar o atendimento e a satisfação de todos
existentes, como a recém-reabertura do orquidário,
os seus públicos, visando a um Jardim Botânico
que passou um ano fechado: “Vamos buscar apoios
para todos: idosos, crianças e seus responsáveis,
e patrocínios para equilibrar as contas da instituição
que frequentam o parque logo no início da manhã;
e tratar da recomposição das áreas degradadas”. Já
grupos escolares, que chegam por volta das 10h;
em longo prazo, o objetivo é tornar o Jardim Botâ-
famílias com seus isopores aos finais de semana;
nico do Rio de Janeiro o mais sustentável do Brasil,
sem falar nos turistas – do Brasil e do mundo –, que
adequando-o ao Plano de Logística Sustentável fe-
visitam o jardim mesmo em dias de chuva.
deral, que passa pela redução do consumo de ener-
- A visibilidade e a atração do parque não pa-
gia, reutilização das águas das chuvas e utilização
ram de crescer. Em 2013, recebemos 1,2 milhão
de uma frota de veículos ‘flex’: “Temos de olhar pa-
de visitantes – cerca de 3 mil por final de sema-
ra frente e encontrar alternativas sustentáveis mais
na. Tal aumento de circulação levou-nos a adotar
modernas”, completa a gestora.
FOTOS: CHRIS MARTINS
Flagrante As cenas acima foram uma constante no verão deste ano no Horto Florestal. Turistas nacionais e estrangeiros, além de moradores de todas as partes da cidade, amontoaram-se nas cachoeiras da região e no mirante da Vista Chinesa. Tudo por um pouco de frescor e uma bela paisagem. O espaço ficou pequeno para tanta gente e carro! Imagina na Copa…
Cidadania Contra preços surreais, uma jarra d’água! Um exército de Brancaleone anda fazendo barulho na
de pagar, quando já é tarde demais.
cidade por meio das comunidades no facebook “Rio
O “Rio $urreal – não pague” está com a campanha
$urreal – Não pague” e “Se vira no Rio”. Enquanto a
“Jarra d’água”, que visa a estimular os restaurantes da
primeira – que já soma 200 mil seguidores – divulga
cidade a oferecer uma jarra d’água gelada e filtrada
e boicota preços extorsivos praticados na Cidade Ma-
a seu clientes, como acontece na Europa e nos EUA.
ravilhosa; a segunda – com 20 mil curtidas – é um
Restaurantes do bairro, habilitem-se!
ponto de encontro para compartilhar opções boas e baratas no Rio. Em ambos os casos, a cidadania fala mais alto e encoraja o carioca a não se conformar e a buscar melhores alternativas, pacificamente. Aqui no bairro, por exemplo, a taxa de entrega cobrada pelos estabelecimentos varia muito. Vai desde os R$ 3 cobrados pelo Le Pain du Lapin (apenas para entregas no entorno); passa pelos 10% do valor da REPRODUÇÃO
compra, sugeridos por bares como Belmonte e Jóia Carioca; até os abusivos R$ 12 praticados pelo Talho Café, da Gávea. Esse valor corresponde a quatro passagens de ônibus, embora a entrega seja feita de
www.facebook.com/riosurreal/
bicicleta! O pior é não informar ao cliente o valor da
e-mail: riosurrealnaopague@gmail.com
taxa na hora da encomenda. A supresa vem na hora
www.facebook.com/SeViraNoRio 7
FOTOS: CHRIS MARTINS
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Basta de engarrafamentos! Tensão, irritação, desânimo, depressão, desespero.
de cerca de 30 linhas de ônibus; a Copa do Mundo está
Quem enfrenta o trânsito diariamente conhece bem
chegando; e as Olimpíadas estão logo ali.
esses males. O tráfego pesado e as horas desperdi-
Muitas são as ideias para melhorar a fluidez do
çadas em intermináveis engarrafamentos não são
trânsito. Algumas das principais metrópoles do mundo
privilégio do Jardim Botânico, muito menos do Rio
cobram um pedágio urbano para circulação de carros
de Janeiro, mas, muitas vezes, a sensação que se
no centro da cidade. Em São Paulo, há anos, funciona
tem é de que ninguém, nem mesmo o Redentor,
o sistema – duvidoso – de rodízio de placas. Aqui no
está olhando por nós!
Rio, há forte campanha para o uso de bicicletas como
Há mais de dez anos, em nossa primeira edição,
meio de transporte. Apesar de o prefeito afirmar que a
apontávamos a linha 4 do metrô como possível palia-
cidade possui a maior rede de ciclovias do país, aqui no
tivo para os engarrafamentos. A maior esperança era
Jardim Botânico ainda sofremos com a falta de espa-
a realização dos Jogos Panamericanos de 2007, que
ços exclusivos, tanto quando somos pedestres quanto
teria a maior parte das competições na Barra da Tijuca.
quando somos ciclistas.
Qualquer semelhança é mera coincidência com o que
Qual é a saída para o trânsito? Antes de mais nada,
vemos hoje. A linha 4 mudou seu trajeto e não passará
é preciso respeitar as leis: não ultrapassar sinal verme-
por aqui; a rua Jardim Botânico continua no itinerário
lho, não estacionar sobre as calçadas, não fechar os
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cruzamentos e tantas outras coisas que fazemos sem
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nos dar conta do quanto elas podem atrapalhar a vida de todos nós. Em busca de soluções, acompanhamos, em fevereiro, a visita do engenheiro responsável pelos sinais de trânsito da Zona Sul ao bairro, ao lado do presidente da AMA-JB, Heitor Wegmann. Um dos motivos da visita era o cruzamento da rua JJ Seabra com a avenida Borges de Medeiros (foto3). O tempo durante o qual o sinal ficava aberto para os carros que vinham da JJ Seabra num dia de semana normal era suficiente para que apenas três veículos conseguissem cruzá-lo em direção ao túnel Rebouças. Outro ponto crítico indicado pela AMA-JB é o cruzamento das ruas Oliveira Rocha e Jardim Botânico (foto 1), em frente ao Hospital da Lagoa. Muitos moradores reclamam da falta de sincronia dos sinais da principal via do bairro. Em sua visita, o engenheiro da CET-Rio – que não quis ser identificado – concordou que é preciso fechar primeiro esse sinal e só depois o da JB com a Faro, dando tempo para que os veículos liberem o quarteirão. Segundo ele, os aparelhos controladores do trânsito, algumas vezes, não mandam o sinal para a central de operações e o tráfego local fica a cargo dos operadores da empresa nas ruas. Sem informação
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FOTOS: CHRIS MARTINS
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possíveis avanços de sinal especialmente em frente ao Clube Militar (foto 2) e na esquina de ruas como a Humaitá, na entrada do túnel Rebouças, e a Oliveira Rocha. Mas os sinais não são os únicos fatores a atrapalhar o famigerado trânsito. Convocados a colaborar, outros moradores fizeram sugestões para amenizar o impacto viário no bairro. O morador Cláudio Barbosa (foto 6) mudaria o ponto de ônibus da frente ao Clube Carioca para diante da agência do Bradesco, cuja calçada é 6
ampla e possibilitaria um recuo providencial para que os ônibus pudessem atender, com os devidos cuidado
de como está o trânsito nos outros pontos do bairro,
e atenção, os pacientes da ABBR. Tal recuo poderia se
eles mandam seguir ou parar de acordo apenas com
estender até a esquina da Lopes Quintas, criando uma
o que estão vendo.
terceira faixa para acesso ao Horto.
A instalação de semáforos inteligentes (que mudam
Outra medida simples, porém polêmica, é acabar
o tempo entre o vermelho e o verde eletronicamente,
com a mão dupla na rua Maria Angélica. Há duas pos-
de acordo com o fluxo momentâneo de veículos) e de
sibilidades: transformando a via em mão única, do alto
pardais ajudaria muito o trânsito a fluir. A medida inibiria
do morro até a rua Jardim Botânico; ou instituindo mão
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única direto da Lagoa até o alto do morro, tendo como opções para descer as ruas Eurico Cruz e J Carlos. Uma das defensoras da proposta é a moradora Vera Maurity, que já levou a ideia à assembleia da associação Jardim Humaitá (que reúne moradores da parte superior da rua Euclides Figueiredo), na qual foi aprovada com unanimidade. Outra defensora da ideia é a coreógrafa Márcia Rubin (foto 4), que está reunindo assinaturas pela mão única da via para enviar à prefeitura. E como o prefeito já adiantou que pretende racionalizar as linhas de ônibus no centro da cidade, poderia estender a decisão também até aqui, já que a rua Jardim Botânico está no itinerário de cerca de 30 linhas. Alguns moradores se anteciparam e gostariam de ver mudanças nos trajetos dos ônibus das linhas 463 (São Cristóvão – Copacabana) e 569 (Largo do Machado – Leblon) para liberação da rua Maria Angélica (foto 5). A sugestão é que os ônibus da linha 463 saiam do túnel direto para o Humaitá, via Lagoa, e sem paradas no JB – o que desagradou a moradores que costumam pegar o 463 para ir a Copacabana. A mudança seria menos significativa para o 569, que desceria direto pela Jardim Botânico, como já fazem o 416 e o 439 quando saem do túnel Rebouças. Ideias não faltam, e o debate é fundamental. Mas ações fazem-se necessárias e urgentes para que se possa praticar um dos direito garantidos na Constituição Federal: o de ir e vir. *Encaminhamos essas sugestões à Secretaria de Trans– portes do município, mas, infelizmente, até o fechamento desta edição não houve pronunciamento oficial.
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CHRIS MARTINS (Arquivo JBeF)
Eduardo Coutinho Ficou difícil cruzar com Eduardo Coutinho no bairro no último ano. Primeiro, foi o Caroline Café que fechou; em seguida, a Ponte de Tábuas encerrou suas atividades. Os dois endereços eram portos seguros para o documentarista, sempre interessado em conciliar leitura, café e cigarro. Foi justamente numa mesa da livraria que o entrevistamos em outubro de 2011 para a coluna Ilustre Morador de nossa edição 43. Na época, ele declarou: “estou fazendo fisioterapia para fumar até morrer”. Apesar de um enfisema, não foi isso que o levou. Quem quiser poderá encontrá-lo no filme “Sete visitas”, previsto para chegar aos cinemas em março. No mesmo mês, serão lançados em DVD seu último documentário, “Palavra”, e uma edição comemorativa dos 30 anos de “Cabra marcado para morrer”. Para nós, moradores do bairro, fica a lembrança daquele senhorzinho grisalho, encurvado em uma mesa e aparentemente distraído, desligado do que acontecia à sua volta.
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Sabores do Jardim Entre mangueiras e palmeiras-imperiais, pairam invísiveis organismos criadores, benditas leveduras que alimentam fornadas cheirosas. Se é verdade que os fermentos naturais incorporam traços do local de criação, por que não dedicar um olhar poético ao terroir do Jardim Botânico, inspirador dos melhores pães do Rio? PEDRO LANDIM
De raízes ou formação francesa, há padeiros prendados a serviço dos cafés da manhã e dos piqueniques. “Quem manda é o pão, não somos nós”, me falava outro dia o francês Dominique Guerin, sobre a fermentação natural que é regra no bairro.
recheio, há joias como os queijos mineiros da Canastra e do Serro. Ali pertinho, com lojas dentro e fora do jardim
Em sua Boulangerie Guerin, o pão de passas e no-
tramado por Dom João VI, a La Bicyclette faz crois-
zes é um desbunde, com farinhas integral e de cen-
sants com textura de nuvem, assa pães na pedra e
teio. Novidade, o patê de campanha faz no balcão
traz versões de croque-monsieur como o Dijonnai-
companhia a quiches perfeitas como a de bacalhau.
se: tomate, béchamel, mostarda de Dijon e queijo
Ainda na área do Parque Lage, onde basta chegar
gruyère. Obras do casal franco-brasileiro Ana Gen-
cedo e se acomodar com amigos e víveres, o Le Pain
til e Henri Forcellino.
du Lapin conquista as bocas com baguetes e sandu-
Se a natureza arrebata, podemos também curtir
bas. Prove o de salmão defumado e cream cheese.
um café da manhã de cinema na casa dos anos
Macios, os pães de queijo de ovelha são obriga-
1930 que foi do escritor José Lins do Rego. É onde
tórios, e a nova linha sem glúten inclui pães de forma e australianos. Nos fornos, está Zelmar Riccetto, formado pela Lenôtre, em Paris. Na vizinhança do Jardim Botânico, a Casa Caran-
funciona a Escola do Pão, da família Casagrande. E assim caminhamos no ritmo do ‘levain’, a fermentação que pede calma. Conjugando, no bairro verde, um verbo da moda: desestressar.
daí, de Janjão Garcia, tirou o pessoal do sério com linha hipnotizante de importados e baguetes dou-
Pedro Landim
radas e crocantes, feitas com farinha belga. Para o
Jornalista e editor do blog www.bocanomundo.com.br
Ecodica
o lixo gerado pelo consumo de bebidas, transforman-
ECOTAMPAS – Se beber, recicle!
do as tampinhas em ímãs de geladeira, por exemplo.
A partir de março e até o final do ano, nas últimas quin-
O local abriga também, até 8 de maio, uma exposição
tas-feiras de cada mês, o artista plástico Alfredo Borret
do artista, com trabalhos que reproduzem paisagens
promove oficina gratuita de Ecotampas (chapinhas de
cariocas e obras de grandes mestres. Cada quadro utili-
metal) no Galpão das Artes Urbanas Hélio Pellegrino,
za, em média, 700 chapinhas. Inscrições e informações:
na Gávea. A ideia é ensinar aos participantes a reduzir
3874-5148 / galpaodasartes@gmail.com. 13
CONSUMO
A temporada está cheia de ofertas no bairro, mas, se puder, aproveite
Livro “Retratos” – Pedro Garrido R$ 100 Gabinete Duílio Sartori - Tel: 3173-8828 CRISTINA LACERDA/ DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
para dar-se alguns luxos também.
Camisetas com fotos do Rio R$ 128 Le Pain du Lapin - Tel: 2527-1503
FOTOS: CHRIS MARTINS
Mochila Jansport R$129 Griffos Papelaria – Tel: 2294-5846
Vestidos de criança R$ 49 Parceira Carioca - Tel: 2259-1437
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FOTOS: CHRIS MARTINS
Meu JB Dani Lima A bailarina e coreógrafa Dani Lima nasceu na Gávea, mas passou a infância e a adolescência num condomínio da Pacheco Leão. Viveu outros 15 anos na rua Eurico Cruz e, depois de um período no Humaitá, está de volta ao bairro. “Estava com saudades da sensação
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de que é mais fresco em casa do que na rua”, obser1
va. Como anda muito a pé, sente falta de um comércio de bairro, aquele das papelarias, armarinhos, pequenas lojas e livrarias, motivo que a leva constantemente ao
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Humaitá. No Jardim Botânico, ela destaca alguns endereços que costuma frequentar: 1_Gestos – Já fiz de tudo, pilates, pilates solo, yoga... É um ótimo lugar para me manter em forma. Atualmente, sou responsável pelas dicas para o corpo no
de coloração por conta dos profissionais do Werner.
facebook deles.
4_Feira orgânica – para tomar café da manhã aos sá-
2_Gabinete Duílio Sartori – para comprar um pre-
bados, com direito a tapioca rosa e suco verde, detox.
sente mais caprichado.
5_Café do Parque Lage – para pequenas reuniões,
3_Salões de beleza – há mais de 20 anos, faço depi-
almoço e um simples café durante a semana. Aos sá-
lação no Pretty Face, mas, atualmente, deixo o serviço
bados e domingos, fica muito cheio.
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CHRIS MARTINS
Alamedas do Jardim Bloco da Bicharada O lendário Bloco da Bicharada foi criado no início da década de 1940 e desfilou pelo Jardim Botânico por mais de dez anos. Um de seus fundadores foi o compositor e morador do bairro Haroldo Lobo, autor de algumas das marchinhas mais tocadas no carnaval – de rua e de salões – no Brasil, como “Alá-lá-ô” e “Índio quer apito”. A turma do Carioca Esporte Clube, ponto de partida e chegada do bloco, conheceu muitos desses sucessos em primeira mão. O bloco desfilava uma semana antes e durante o Carnaval, quando a rua Lopes Quintas era fechada e transformada num grande baile a céu aberto. O Bloco da Bicharada contava com cerca de 30 diretores, que conduziam milhares de foliões fantasiados de animais. Os gigantescos King Kong, o Urso Branco, a Girafa e o Dragão eram acompanhados por pequenas alegorias de animais, confeccionados em arame, pano, tinta e papel. As fantasias e alegorias eram guardadas na casa 750, da rua Jardim Botânico, uma das poucas que ainda resistem no bairro (foto). A apoteose do bloco deu-se em 1951, nas festividades de posse do Presidente Getúlio Vargas, durante um dos maiores desfiles pré-carnavalescos que o Rio já viu. 16
JBF indica
como o cineasta Walter Carvalho e os atores José de Abreu e Malvino Salvador contam causos divertidos
FOTOS; DIVULGAÇÃO
“O lugar do passado” na Casa da Gávea
e indicam suas fórmulas mágicas.
“Enredo” em família Martinho da Vila tira do forno da Biscoito Fino o CD e o DVD “Enredo”, com sambas-enredo de sua autoria, muitos dos quais andavam esquecidos pelo próprio autor. As 24 composições inéditas, distribuídas em 14 faixas, foram feitas originalmente para a extinta escola de samba Aprendizes da Boca do Mato e para a Unidos de Vila Isabel. Martinho contou com a participação, nos vocais, dos filhos Mart’nália, Analimar, Martinho Tonho, Tunico da Vila, Juju Ferreira e Maíra Freitas. Tudo sob a batuta de outro membro da famí-
A peça “O lugar do passado”, estrelada por Wilmar
lia, o produtor Martinho Filho.
Amaral e dirigida por Daniel Archangelo, reúne dois contos brasileiros: “Noite de Almirante”, de Machado de Assis, e “Viagem aos seios de Duília”, de Aníbal Machado. Os textos falam de dois apaixonados em busca das amadas, tentando vencer o tempo, procurando um lugar do passado que não mais existe. Histórias simples, das quais os autores extraem temas profundamente humanos e tocantes. O espetáculo fica em cartaz até 27 de abril, na Casa da Gávea, de sexta a domingo.
Cozinhando de ressaca Pesquisas científicas, entrevistas com médicos e especialistas do assunto, além da experiência própria do autor, são os ingre-
JBRJ na palma da mão
dientes básicos de “Be-
Uma parceria entre o Laboratório VISGRAF, do Institu-
ber, comer, sobreviver –
to de Matemática Pura e Aplicada, e o Instituto An-
Cozinhando de ressaca”,
tônio Carlos Jobim acaba de dar seu primeiro fruto:
do cineasta e amante da
o aplicativo para celular “Botanic”, que explora tri-
gastronomia Pedro As-
lhas e conteúdos de mídia diversos dentro do Jardim
beg. O livro reúne dicas
Botânico, permitindo ao visitante saber exatamente
e receitas práticas para
onde está pisando. O aplicativo pode ser baixado
amenizar os efeitos da
gratuitamente na Apple Store: https://itunes.apple.
ressaca. Personalidades
com/br/app/botanic/id659911476?mt=8 17
CHRIS MARTINS RENATO MANGOLIN
Camila Pitanga Ilustre Morador Há sete anos, Camila Pitanga escolheu o Horto para morar. A tranquilidade e o bucolismo tiveram peso nessa escolha, mas a proximidade do Jardim Botânico do Rio de Janeiro foi determinante. Camila faz parte da Associação de Amigos do Jardim Botânico desde 2002 e já gostava de caminhar pelo parque quando ainda morava na Gávea: “Brinco que o Jardim Botânico é o meu quintal”, diverte-se a atriz. A relação de Camila com o bairro é muito mais antiga. Costumava acompanhar seu pai, Antônio Pitanga, ao clube Caxinguelê, onde ele jogava pelada. Adolescente, Camila foi aluna de Cacá Mourthé e Guida Vianna no Tablado. Naquela época, ela morava em
Caminhar no Jardim Botânico é um de seus pro-
Jacarepaguá e precisava pegar três ônibus para chegar
gramas favoritos. Quando tem tempo, aproveita para
aqui – sinal de que queria mesmo seguir a profissão
meditar próximo à mangueira plantada por ela no
do pai. O esforço valeu a pena e seus primeiros traba-
parque em 2007. Quatro anos depois, ela teve opor-
lhos como atriz – a minissérie “Sex Appel” e a novela
tunidade de plantar outra muda – dessa vez de cravo-
“Fera ferida” – trouxeram-na de volta ao bairro, numa
da-índia – com sua filha no Dia do Meio Ambiente,
época pré-Projac.
durante o evento “Eu neutralizo”.
18
- É emocionante, muito especial plantar uma árvore e vê-la crescer, afirma a atriz. Até o final de março, Camila estará em cartaz no Espaço Tom Jobim com a peça “O duelo”, que marca sua volta aos palcos depois de dez anos afastada. O espetáculo da mundana companhia percorreu dez cidades de norte a sul do país em 2013, obrigando-a atriz a uma vida cigana, na qual incluiu, em alguns momentos, as filhas Antônia e Maria Luísa – esta última, na verdade, filha do primeiro casamento de seu ex-marido. De volta ao Rio, Camila aproveita o que resta de bucolismo na região. “Aqui não tem assédio nas ruas, né?”, observa a atriz que curte a simplicidade de levar seu cachorro para passear ao lado da filha em sua bicicleta e frequentar os restaurantes da vizinhança. O ritmo calmo, porém, está com os dias contados. Este ano, a atriz poderá ser vista na série “Sessão de terapia”, no GNT, e, no cinema, num dos episódios do filme “Rio, eu te amo”. Mas, certamente, o que lhe tomará mais tempo é a codireção de um documentário sobre o pai. Integrante do Movimento Humanos Direitos e colaboradora do projeto Gota D’Água e do WWF, Camila gostaria muito de ver a questão fundiária do Jardim Botânico resolvida com respeito e solidariedade de ambas as partes. Ativismo à parte, perguntamos a Camila: “Você plantou mangueira, cravo-da-índia, mas e a pitangueira?” - Tenho uma no quintal de minha casa, além de admirar uma outra linda num jardim vizinho!
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