em
jb folhas o jornal do jardim botânico
15 ANOS
Fevereiro/ Março 2020 | ano 17 | nº85
distribuição gratuita
Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá
Foliões de plantão Histórias, personagens, fantasias, agenda de blocos e muito trabalho envolvido no carnaval da região.
Passeio guiado A filósofa Kátia Rosendo revela lugares e segredos do Parque Lage. (Página 14)
Clima de comunidade O jornalista Chico Regueira curte a mistura de classes que encontra no Horto. (Página 17)
EDITORIAL Tudo que a rua nos dá
Cuidar do lixo que o carnaval produz é um dever de todos, mas a verdade é que a Comlurb trabalha
Prezado leitor,
dobrado nessa época. Só no JB, são recolhidos 120 contêineres, depois do desfile do Suvaco. Maria Apa-
Há quem ache que o carnaval no
recida Santos, pri-
Jardim Botânico começou com o
meira representante
Suvaco do Cristo, em 1985. Nos
feminina na gerên-
anos 1920, porém, Haroldo Lo-
cia da Comlurb no
bo – coautor de clássicos como
JB, falou sobre as
“Alá-lá-ô” e “Índio quer apito”
mulheres que pe-
– já colocava o seu Bloco da Bi-
gam no pesado sem
charada na rua. Um século de-
perder o rebolado na
pois, os blocos se multiplicaram,
limpeza pós-blocos. FOTOS: CHRIS MARTINS
mas poucos têm a tal consciência ecológica. O Vagalume, O Verde, que em 2020 completa
O jornalista João Pimentel morou durante 15 anos aqui no JB. Foi para Laranjeiras, mas está sempre voltando,
15 anos, é um dos que
porque aqui é o seu lugar, co-
têm essa preocupação.
mo o samba “Voltei”, de Os-
Eles sonham com o ISO
valdo Nunes e Celso Castro. Na
20121, certificado in-
coluna Meu JB, Janjão relem-
ternacional de gestão
brou histórias, muitas delas no
de eventos sustentá-
Bar Rebouças. E fez questão
veis, e desfilam de olho no lixo, recolhendo-o e de ser fotografado lá, junto com seu Alberto e Jortransformando-o em arte. Eu e a redatora Betina ginho, na véspera do início das tradicionais férias Dowsley fomos até o Galpão das Artes da Comlurb coletivas do bar. conhecer o trabalho do bloco e fizemos a selfie ao
Aproveite o carnaval e, se beber, não dirija. Em
lado. Esse foi o ponto de partida para a matéria de abril a gente volta. capa e outras colunas desta edição, que vão deixar
Christina Martins
seu carnaval animado.
EXPEDIENTE
Fotos da capa: Chris Martins, Acervo Suvaco (aeromoças)
O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.
e-mail: jbemfolhas03@gmail.com
Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá | designjungle.com.br Revisão: Carla Paes Leme Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Tiragem: 5.000 exemplares 2
Editora
Telefone: 98128-6104 www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico instagram/jbefolhas www.issuu.com/jbemfolhas
Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea, Lagoa e do Humaitá.
CARA DO JB Kátia Rosendo Não é novidade que o Parque Lage é cheio de histórias, mas elas vão muito além do palacete remodelado pelo arquiteto italiano Mario Vodret e do jardim projetado pelo paisagista inglês John Tyndale. E cabe a KáCHRIS MARTINS
tia Rosendo, 58 anos, contá-las. Mestre em filosofia, ela coordena as visitas guiadas que a Escola de Artes Visuais promove desde 2017. Kátia
está
à
frente de uma equipe de quatro pessoas do Centro de Documentação e Pesquisa da instituição e é a responsável por organizar o roteiro dos passeios, que, segundo ela, são sempre diferentes em função do público presente. As visitas guiadas são uma oportunidade para explicar o que é a Escola de Artes Visuais, sua origem e o que ela representa hoje. “Tenho cerca de 40 minutos para tocar e encantar crianças e adultos com a história deste espaço mágico”, observa Kátia, que elege a lavanderia dos escravizados como seu lugar preferido: “Tem uma carga emotiva muito forte ali”, confidencia. Os passeios acontecem de terça a sábado e custam R$ 30 por pessoa. É possível fechar um pacote para grupos, com preço e horário diferenciados. Mais informações no site www.eavparquelage.rj.gov.br. O agendamento deve ser feito por e-mail: visitas.eavparquelage@gmail.com. 3
Folhas do Jardim
Carvalho, do JoJo Bistrô, está com um novo empreendimento gastronômico: o Proa Cozinha e Bar, com
Noite de ideias
especialidade em frutos do mar. Estão previstas ain-
O Salão Nobre do Palacete do Parque Lage foi pe- da a abertura de uma loja de açaí, no início da rua queno para o público que compareceu à primeira JB, e a inauguração de uma livraria, a Janela Livraria, Noite das Ideias no Brasil – quinta edição no mundo Vinho e Café, que vai suprir a falta da saudosa Ponte –, na última quinta-feira de janeiro. Organizado pela de Tábuas, fechada em 2013. Embaixada da França no Brasil, o evento – que acon-
Outra novidade no JB é a Jimmy Pets, que chegou
teceu simultaneamente também em Brasília e São com novos cuidados no atendimento dos animais. Paulo – teve como objetivo convocar o público para Fora os serviços básicos, a loja trabalha com todos os uma reflexão sobre a floresta e seus desafios con- tipos de ração e conta com veterinário de plantão e
CHRIS MARTINS
temporâneos. A programação contou com palestras e farmácia completa, aberta, inclusive, aos domingos. Entre os estabelecimentos que fecharam as porexibição de filmes com o tema “Ser vivo e floresta”. Pelas mesas de debate, passaram o antropólogo da tas estão a farmácia de manipulação Magna e a padaria Gávea Shop.
Pesquisa de opinião no JBRJ O Jardim Botânico do Rio de Janeiro quer saber qual é o perfil de seu público e, para isso, aplicará uma pesquisa de opinião a seus visitantes ao longo do ano de 2020. Na primeira semana de cada mês, os frequentadores serão convidados a preencher um formulário em um tablet na saída do parque. A avaliação dos serviços oferecidos, sinalização, atendimento e conservação do jardim levará cerca de dois minutos, sendo oferecida em português, inglês e espanhol.
Água na boca Chega ao bairro a primeira loja Pizza Hut, que será inaugurada no final de fevereiro, com entregas tamIlha da Reunião Dénètem Touam Bona; Mãe Celina bém em partes de Botafogo, Humaitá, Lagoa, Gávea e do Xangô, diretora do Centro Cultural Pequena Áfri- Leblon. A famosa pizza de massa pan é o destaque da ca; Ailton Krenak, líder indígena e ambientalista; a filial na esquina da rua Oliveira Rocha com rua Jardim editora Anna Dantes; e o artista plástico Luiz Zerbini. Botanico*, que terá horário funcionamento das 17h à meia-noite e promoções especiais para a happy hour.
Vaivém comercial
Quem já provou aprovou os dotes culinários de
Ano novo, novos negócios. No Jardim Botânico, en- Adriana Calderon, do buffet Dri, que prepara bolos, tre as ruas Faro e Lopes Quintas, abriu a Temakeria, tortas, docinhos, salgados, e congelados sob encoa Nhoqueria e uma farmácia da rede InnovaMed. menda. Ela já está recebendo pedidos para o carnaNo Humaitá, está funcionando a Régus, rede de co- val da turma que não gosta de cozinhar. Já a Grano e 4
working, e a Petisqueria da Rosa. Já na Gávea, Joana Farina vai funcionar normalmente durante a folia, fe-
chando suas portas somente na hora em que o Suvaco enquanto a turma da pelada ganhou novas traves. do Cristo passar na sua frente, no dia 16. A padaria e Ficou faltando ainda consertar as grades dos candelicatessen está investindo em novos tipos de pães teiros, que, assim como estavam as do parquinho, e petiscos para os que gostam de receber em casa.
estão soltas e enferrujadas.
AMAJB em ação
Fim da Associação de Amigos do PNT
Janeiro foi agitado para os associados da AMAJB. Após duas décadas, a Associação de Amigos do Eles pintaram a laje do canal da avenida Lineu de Parque Nacional da Tijuca encerra suas atividades em março. Ao longo desse período, a AAPNT destinou sua verba para elaboração de laudos técnicos, visando à preservação e à restauração do patrimônio histórico; para projetos voltados para a conscientização das comunidades do entorno do parque sobre a importância da unidade de conservação para a cidade. Além disso, a equipe da AAPNT produziu um novo site para o parque, mapas para visitantes e conteúdo para as redes sociais. O anúncio do fim CHRIS MARTINS
da AAPNT coincide com exoneração da analista ambiental Sonia Kinker do cargo de chefe da unidade de conservação. Paula Machado, que vai receber quatro brinquedos móveis, voltados para crianças com deficiência.
Linha Maria da Penha
Outro lugar que passou por melhorias foi a pra- Além do 190, as moradoras do Jardim Botânico vítiça Pio XI, adotada recentemente pela associação. mas de violência doméstica contam com um númeEm parceria com a João Fortes Engenharia, o par- ro de telefone especial para fazer uma denúncia ou quinho teve suas grades trocadas e vai receber pedir socorro. A ideia é do 23º Batalhão da PM, que também um brinquedo para crianças especiais, criou uma linha exclusiva na região: 97568-8703.
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MEU JB João Pimentel
afirma. Paralelamente, ele está terminando um livro sobre a censura musical no Brasil.
FOTOS: CHRIS MARTINS
Quartel-general | Dos 15 anos que morei no JB, passei 18 no Rebouças. Muito samba bom saiu daquelas mesas. Por isso, faço questão de brindar com Jorginho e Seu Alberto, que acompanharam tudo (foto). Suvaco | Foi o meu primeiro bloco, apresentado por meu pai, em 1989. Lembro de ter pensado: quero isso pra mim! Dali em diante, me joguei no carnaval de rua e fiz quatro sambas para o Suvaco. Macalé | A gente se esbarrava pela rua. Um dia tomei coragem e pedi pra ele me ensinar violão. Fui na casa dele,
da Tijuca, mas a Tijuca não sai dele”. A frase
que pegou o instrumento
pode ser aplicada ao jornalista João Pimentel,
e bateu a porta na minha
o Janjão, só que em relação ao Jardim Botânico.
cara. Depois ligou avisando
Embora more há 18 anos em Laranjeiras, ele
para eu pegar o violão de
MALU GASPAR
Tem uma expressão que diz que “o tijucano sai
está sempre por aqui, visitando a mãe e revendo os
amizade.
amigos. Janjão passou por
Tom Jobim | Fui ao velório dele no Jardim
vários endereços no bairro
Botânico e, quando saí, parei com um amigo
e, para cada um deles, tem
no bar da esquina da Pacheco Leão. Ali come-
uma história diferente. Co-
cei a compor “Um piano pro Infinito” (Mário
mo quando morou na anti-
Moura/Gallotti/Janjão/Pedro Cintra), samba
ga casa do tio Hélio Oiticica,
vencedor do bloco Simpatia É Quase Amor,
que, na época, estava deso-
em 1995, em homenagem ao maestro.
cupada e em mau estado.
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volta. Ali começou nossa
Jardim Botânico | Tenho frequentado muito
Ali aconteciam rodas de sambas memoráveis, reu-
o Instituto Tom Jobim (foto), por conta de uma parce-
nindo Zé Kéti e a Velha Guarda da Portela. “O lugar
ria que fechamos com eles. É bem interessante.
estava tão ruim, que um dia a cantora Teresa Cristina
Compras | Gosto da lojinha da AAJB. Sempre tem
comentou que, se a laje caísse, acabaria com o sam-
coisas bacanas e reverte parte do valor das vendas
ba carioca”, diverte-se Janjão.
para o próprio JBRJ.
Depois de 15 anos cobrindo música no jornal O
Ducha | Sou sócio do Clube dos Macacos e adoro
Globo e sete no Museu da Imagem do Som, João es-
caminhar até lá só para usar aquele chuveirão (foto).
tá experimentando um novo momento profissional,
Amigo da praça | Adoro pracinhas e, quando via-
cuidando da Comunicação da Maria Oiticica Biojoias.
jo, procuro conhecer praças diferentes. Lembro que,
“Nunca pensei em trabalhar com moda e muito
antes de ser cercada, sempre tinha acidente aqui
menos em negócio de família. Mas estou curtindo”,
na Sagrada Família.
FOTOS: CHRIS MARTINS
Flagrante
FURDÚNCIO. Substantivo masculino que serve para definir o movimento diário na entrada do Parque Lage. Além do grande fluxo de turistas e estudantes, motoristas de aplicativo e táxis resolveram fazer ponto em frente ao portão, piorando o trânsito na área. “Insuportável” é outra palavra que está sendo usada pelos moradores da região para definir a situação.
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CHRIS MARTINS
Alma carnavalesca
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Em fevereiro, o Rio de Janeiro gira em torno do car-
e valores. Mas o VOV foi muito além e destacou-se
naval. A festa popular cresceu e toma conta dos
por sua proposta sustentável, baseada no reaprovei-
bairros da cidade no início de cada ano. No Jardim
tamento de materiais para confecção de seus estan-
Botânico, no Horto, no Humaitá e na Gávea, as ru-
dartes e fantasias, além de promover o plantio de
as são tomadas por blocos, ensaios e gente alegre
mudas para neutralizar suas emissões de CO2. “A
fantasiada. Sem falar naqueles que veem na ocasião
questão ambiental sempre esteve presente, da or-
uma oportunidade para faturar um pouco mais. Tudo
ganização ao desfile, quando nossos integrantes pas-
é folia! A história do carnaval na região passa pelo
sam no final com sacolas recolhendo o lixo deixado
Botequim da Lili, pelo Carioca Esporte Clube, por
pelos foliões”, explica Hugo.
Haroldo Lobo e seu Bloco da Bicharada, pela Força
Desde 2015, o Vagalume O Verde é parceiro do
Jovem, pelo Galo de Ouro, pelos blocos da Fábrica,
Galpão das Artes Urbanas da Comlurb, onde promo-
do Caxinguelê, da Tina e pelo Urubu Cheiroso, que
ve oficinas e exposições. Já as oficinas de percussão
virou Unidos do Jardim Botânico e chegou a desfilar
acontecem todas as segundas-feiras, das 20h às 22h,
na inauguração do Sambódromo, em 1984.
no quiosque Bamboo Green, ao lado do heliponto da
A tradição carnavalesca do Horto, que andava
Lagoa. A batucada – e seu propósito – vai além do
adormecida, reacendeu com a fundação do Vagalu-
Horto e conta com representantes internacionais. A
me O Verde há 15 anos (foto acima). Hugo Camara-
porto-riquenha Roscio Talavera (foto página ao lado)
te, nascido e criado no bairro, criou o bloco a partir
mora na Califórnia e chegou em janeiro para os en-
de suas lembranças dos antigos carnavais, com o
saios. Ela conheceu o Mestre Dudu Fuentes – que co-
intuito de celebrar a comunidade, seus personagens
manda a bateria – nos EUA e, desde o ano passado,
ENI ROSAS
completa a turma do surdo do VOV. “Tem mais 20 americanos chegando para integrar a bateria do bloco”, completa Roscio, que é dançarina profissional. A comunidade do Horto está mesmo disposta a relembrar os antigos carnavais. Um grupo de moradores (foto ao lado) – mobilizado por Pedro Maciel (fundador da TV Horto), Nélia Vasconcelos, Adriana Calderon, Fábio Dutra, Andreza Staiti e Priscila Perenha – está organizando a primeira edição do Hortofolia, que vai tocar só marchinhas e sambas antigos. O evento segue o modelo adotado pelo Arraiá do Horto realizado no ano passado, com música, comida e bebida sem custo para os moradores, graças a doações, venda de rifas e vaquinhas. Até o carnaval, eles esperam conseguir recursos ou prêmios para um
FOTOS: CHRIS MARTINS
concurso mirim de fantasias. - O principal objetivo é promover diversão para os moradores daqui, especialmente os mais velhos, que não podem ou não conseguem ir muito longe por questões de saúde ou financeiras – explica Pedro, de 58 anos. Com tantas iniciativas, ninguém duvida da alma carnavalesca de moradores e trabalhadores da região. Aqui ela está presente na figura do chaveiro Jaime Reis Filho, o Jaiminho (foto ao lado), que toca repinique na bateria do Suvaco do Cristo; da coreógrafa Deborah Colker, que por 20 anos comandou a comissão de frente de escolas de samba do Grupo Especial; da artesã Rosane Caetano, que cria e vende tiaras e viseiras para a folia; ou ainda dos jornalistas Aydano Motta, jurado do desfile das escolas de sam- antes de a prefeitura ameaçar transferir os desfiles ba, e Sidney Rezende, fundador do portal SRzd, que de todos os blocos na Zona Sul para a parte da mamantém um canal de notícias de carnaval o ano in- nhã, o Suvaco aderiu ao horário matutino, formando teiro, o https://www.srzd.com/carnaval. Nada, porém, representa melhor o carnaval na
um novo público. Para o antigo morador Guilherme Carvalho, car-
região do que o bloco Suvaco do Cristo, com seus naval, ou melhor, o Suvaco é coisa séria. Folião de sambas antológicos assinados por Lenine, Jards Ma- primeira, mesmo vivendo atualmente em São Paucalé, Xico Chaves, Chacal, Beto Brown e Mu Che- lo, ele guarda com carinho todas as 35 camisetas babi. Criado em 1985, o bloco virou o milênio no do bloco e, todos os anos, faz questão de se fantaauge e, mais recentemente, se ressignificou como siar como funcionário de algum estabelecimento do brincadeira e não como negócio. Em 2001, muito bairro. Assim, já foi sorveteiro do Mil Frutas, pizzaio-
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lo do Braz, entregador do Mercado Afonso Celso
Elisa sempre gostou de se fantasiar e, há dois
(foto abaixo) e churrasqueiro do Braseiro da Gávea, anos, criou a Disfarce 24 para vender as fantasias para citar algumas fantasias. Este ano não será di- que cria sob encomenda. No carnaval de 2019, monferente: “vou me fantasiar de um ícone da região, tou uma banca para venda de acessórios no Bloco que está nas ruas, mas não é do comércio. O resto da Pracinha, que costumava frequentar com a mãe é segredo. Aprendi com o presidente do bloco João quando criança. A experiência valeu a pena, mas não Avelleira a importância de guardar o suspense até compensou o investimento. Sua ideia é seguir com a hora do desfile!", afirma.
as vendas pela internet, em suas páginas do Face-
A mudança de horário da saída do Suvaco agra- book e Instagram, nas quais os itens mais vendidos dou à estudante de administração Elisa Crispun: “O são os tutus de carnaval que ela faz com uma amarSuvaco é meu bloco de coração, sai cedo e é bem ração especial, diferente dos comprados prontos. família. Não é fácil ser mulher e pequena no car-
FOTOS: CHRIS MARTINS
naval”, constata.
A loja Soma também apostou nas fantasias e adereços fashion para o carnaval. Tem de tudo um pouco, de adesivo para tampar o seio a saias de tule, vestidos de paetês, brincos e adornos para a cabeça. O crescimento do público é o termômetro que mede o sucesso do bloco. Em alguns casos, porém, isso acaba não sendo positivo. O Último Gole passou por esse problema e precisou tomar uma medida radical. Criado para ser uma roda de samba entre amigos, o formato agradou tanto que superlotou a praça Pio XI, obrigando seus integrantes – a maioria moradores da região – a mudarem o bloco para o Parque dos Patins. Mas, vez por outra, ainda é possível assistir ao UG em sua versão original, em rodas de samba pontuais em frente ao Mercado Afonso Celso. Caminho bem diferente foi adotado pelo Monobloco, cujo embrião foi uma oficina de percussão com integrantes do grupo Pedro Luís e a Parede,
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DIVULGAÇÃO JBEI
no Espaço Sérgio Porto, em 2000. Em janeiro do ano seguinte, o Monobloco “herdou” o local de ensaio do Suvaco, para o qual o Clube Condomínio havia ficado pequeno. - Há 20 anos, o Monobloco percorreu o caminho CRICA RICHTER
do Planetário até a praça Santos Dumont. O crescimento do público nos levou para outras paragens, mas o primeiro desfile a gente nunca esquece – afirma o cantor e compositor Pedro Luís, atualmen- famílias. Este ano, contaremos com a bateria da te morador do Humaitá, que, naquela época, residia escola de samba mirim Pimpolhos da Grande Rio”, na Gávea. O Jardim Botânico ganhou blocos para todos os
avisa o diretor da escola Hugo Mutzenbecher. Fora do ambiente escolar, o Bloco da Pracinha foi
gostos e idades. As crianças saíram ganhando com um dos primeiros eventos carnavalescos voltados essa diversidade. Há 21 anos, a Jardim Botânico Edu- para o público infantil. Desde 2006, ele concentra, cação Infantil promove um desfile discreto, no final mas não sai da praça Pio XI e, hoje, é considerado da rua Visconde da Graça, sempre na quarta-feira um dos mais importantes da agenda do pequeno anterior ao carnaval (foto acima).
folião, com oficina de percussão e customização de
- Nosso bloco começou pequenininho. Hoje, além fantasia. Há seis anos, a educadora musical e cantodos alunos e seus familiares, os vizinhos e ex-alunos ra Barbara Lau (foto acima) comanda a brincadeira já ficam esperando nosso desfile – destaca Andréa com repertório totalmente voltado para as crianças. Ferreira, diretora da JBEI.
- Eu vim uma vez para encontrar amigos e aca-
Já a Atchim Creche Escola escolheu outro cami- bei fazendo uma participação. Desde então, estanho. Em 2016, a instituição se uniu ao É Pequeno beleci uma parceria que encanta a mim e aos múMas Balança, que ocupava a rua Maria Angélica. Co- sicos que participam. É uma forma de resistência mo o bloco não saiu no ano passado, a instituição musical, e, ainda por cima, a gente passa para a criou o Atchimbalada, que não sai da rua Professor criançada o gosto pela música e pelo carnaval – Saldanha. “O bloco é uma forma de aproximar as observa Barbara. 11
ENTREVISTA Cida – Comlurb Maria Aparecida da Silva Santos foi a primeira mulher na gerência da Comlurb no JB, onde há cinco anos só havia banheiro e vestiário masculinos. Ela ingressou na empresa como gari há 10 anos e, atualmente, ocupa o cargo de Encarregada 1, sendo responsável por fiscalizar os agentes de limpeza e serviços urbanos que atuam na região. Cida garante que foi muito bem recebida pelos colegas e que não sofre qualquer tipo de discriminação por ser mulher. “Como encarregada, a responsabilidade aumentou muito, e falta tempo até pintar o cabelo”, observa.
CHRIS MARTINS
JB EM FOLHAS | O gênero é uma questão importante no universo da Comlurb? Cida | O trabalho de gari é igual para todos. Todo mundo pode varrer, limpar bueiro, capinar... Eu reciclagem. Os próprios foliões catam latas e papelões, considero como mais difícil o trabalho no caminhão de diminuindo o volume de lixo a ser recolhido por nós. coleta de lixo normal, que é muito braçal e exige muita disposição, especialmente nas ladeiras do bairro.
JBF | Qual é a dica da Comlurb para os foliões? CIDA | A principal é colaborar e respeitar o trabalho da
JBF | Você vê diferença no trabalho feito por homens Comlurb, que precisa passar varrendo e jogando água e mulheres?
logo após os desfiles. Não dá para o folião brincar com
CIDA | A mulher é mais detalhista. A qualidade do nossos instrumentos e equipamentos de trabalho. Subir serviço, muitas vezes, é melhor, porém, ela não tem nos caminhões é perigoso. Ao mesmo tempo, é muito as mesmas agilidade e força do homem. Isso acaba bom quando lembram de nos agradecer. influenciando a distribuição do trabalho. Na coleta de lixo seletiva, por exemplo, só tem mulher, pois é um JBF | O que vem sendo feito para prevenir alagamentos? lixo mais leve, com caminhões menores e mais limpos. CIDA | Passamos o ano inteiro pensando na limpeza No carnaval, como muitas trabalham em escolas do dos bueiros. Recentemente, formei uma dupla de município, elas acabam sendo redistribuídas, reforçando garis que percorre as ruas do bairro à tarde limpando as equipes nas ruas.
os bueiros. O estacionamento em cima dos ralos atrapalha muito. Na rua Maria Angélica, é impossível
JBF | Na limpeza de que blocos é mais fácil trabalhar? limpar os bueiros pela manhã. Já na Von Martius, CIDA | A limpeza depois dos blocos que desfilam até de madrugada tem carro parado impedindo a somente entre a Pacheco Leão e a praça Santos limpeza. Outro problema são os saquinhos de fezes Dumont – onde não há ruas transversais – é mais fácil. de cachorro deixados nas calçadas, que acabam sendo Aqui no JB o público é mais consciente, especialmente arrastados pelas chuvas, entupindo os bueiros. As o que frequenta o Vagalume O Verde, que estimula a pessoas precisam ter mais consciência de seus atos.
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AGENDA MOMESCA 15/2 | Sábado 10h-13h | Bloco da Pracinha (infantil) | Praça Pio XI | JB 15h | Hortofolia | Caxinguelê | Horto
16/2 | Domingo 9h-13h | Bloco Atchimbalada (infantil) Rua Professor Saldanha | JB 9h | Suvaco do Cristo | Rua Jardim Botânico
cada dia um cardápio diferente; comida com gostinho caseiro; sempre uma opção vegetariana; Rua Jardim Botânico 635, loja 101. TEL: 2259-3098 /nutreresto
19/2 | Quarta-feira 17h-18h | Bloco da Jardim Botânico Educação Infantil | Rua Visconde da Graça | JB
22/2 | Sábado 8h | Escangalha | Rua Jardim Botânico 16h-20h | Baile do Clube Militar (infantil)
23/2 | Domingo MUTZMEDIA
16h-20h | Baile do Clube Piraquê (infantil)
24/2 | Segunda-feira 10h | Pede Passagem | Pç Santos Dumont | Gávea 16h | Bloco de Segunda | Rua Marques| Humaitá 16h-19h | Baile Minilabo | Rua Saturnino de Brito, 190 (Lagoa)
25/2 | Terça-feira 8h | Vagalume O Verde | rua Jardim Botânico 16h-20h | Baile do Clube Militar (infantil) 16h-20h | Baile do Clube Piraquê (infantil) 16h-22h | Último Gole | Parque dos Patins | Lagoa
1º/3 | Domingo 10h | Fofoqueiros de Plantão | rua Jardim Botânico 13
JBF indica
Curadoria de Arte (curso de especialização). As inscrições podem ser feitas na secretaria da EAV até
JBRJ à noite
4 de março, e as aulas vão de março a dezembro.
NALY DILLON
A concepção e supervisão dos cursos são do crítico Paulo Sérgio Duarte; e a coordenação acadêmica e pedagógica de Jorge Sayão. Dia 2 de março, haverá uma aula inaugural com o filósofo e professor da PUC-Rio Luiz Camillo Osório, das 19h30 às 21h30.
Lunático Dramático O teatro invadiu o Espaço Lunático neste verão. Depois da mostra “Solos”, o ciclo de leituras “Tramas”, abre sua segunda edição com o texto “Desertos”, Um dos passeios de maior sucesso no Jardim Botâ- do autor paraense Saulo Sisnando, no dia 15 de nico do Rio de Janeiro é realizado apenas uma vez por mês A Trilha Histórica Noturna percorre 18 pontos de interesse depois que o sol se põe, em cerca de duas horas. Os guias contam histórias e explicam os hábitos de alguns animais de hábitos noturnos. As próximas datas do passeio são 11 de março e 15 de abril, sempre das 19h às 21h. É necessário agenDIVULGAÇÃO
dar a visita pelos telefones 2239-9742 ou 22595026. Os ingressos custam R$ 30.
Pós-graduação na EAV
fevereiro, às 19h. Em março, estreia o espetáculo
A parceria da Universidade Cândido Mendes com “Pão”, com autoria e interpretação do ator Tiago Rea Escola de Artes Visuais do Parque Lage oferecerá ner. As apresentações acontecem aos domingos, de dois cursos com cursos de pós-graduação lato sensu 8 a 29, às 19h. Todos esses trabalhos fazem parte em 2020: Planejamento e Produção de Exposições do projeto Lunático Dramático, que visa a movimen(curso de extensão) e Especialização em Crítica e tar a cena cultural do bairro.
ECODICA E-lixo
Nos dias de hoje, cresce coletor de lixo eletrônico. Além dos itens já cia preocupação com o tados, o local recebe impressoras, celulares, ta-
descarte correto do lixo eletrônico, cujos com- blets, equipamentos de áudio, monitores e DVDs. ponentes podem contaminar o meio ambiente. Pilhas, baterias e lâmpadas NÃO são aceitas. Computador velho, TV quebrada, impressora que não funciona, tudo isso pode ser levado para o Galpão das Artes Urbanas da Columrb Galpão das Artes Urbanas da Comlurb, na Gávea, Av Padre Leonel Franca s/n onde a empresa Tech Trash mantém um cesto (embaixo da Autoestrada Lagoa-Barra) 14
Gestos de portas abertas
tafogo para contar histórias curiosas, que tiveram como cenário o tradicional bairro. Lá viveram famosos como Carlota Joaquina, Rui Barbosa, Vinícius de Moraes e a Família Guinle. Vale lembrar que o Humaitá fez parte do bairro até o início da década de 1980. São mais de quatro séculos nas páginas do livro, que está à venda na Travessa de Botafogo e no site da livraria.
Rio Open 2020 O Espaço Gestos abre suas portas com eventos gratuitos. Em março, as opções são a palestra da psicóloga Viviane Fukugawa sobre meditação mindfulness e a aula aberta de dança e expressão corporal com a bailarina, performer e pesquisadora Fernanda Nicolini. A palestra está marcada para o dia 2 de março, das 19h30 às 20h30. Já a aula de dança oferece duas opções: 5/3 (quinta-feira), das 7h às FOTOS: DIVULGAÇÃO
8h, ou 6/3 (sexta), das 11h40 às 12h40.
Curtindo a vizinhança Acaba de ser lançado o livro "Histórias de Bota-
A sétima edição do Rio Open será realizada de 15
fogo". O jornalista An-
a 23 de fevereiro, no Jockey Club. Ao todo, o even-
tonio Augusto Brito –
to contará com nove quadras de saibro, incluindo a
um dos editores do site
Quadra Guga Kuerten, com capacidade para 6.200
Curta Botafogo – buscou
pessoas. Além dos jogos, o público encontrará es-
inspiração em fatos e
tandes, lojas, praça de alimentação, shows e o Rio
personagens que dão
Open Arte, com exposição de obras de jovens ar-
nome às ruas de Bo-
tistas brasileiros.
15
Alamedas
e parte do fluxo do rio Rainha, da Gávea. Tudo isso chega ao canal da rua General Garzon, que,
ÁGUAS DE MARÇO... E DE ABRIL
além de pequeno, funciona com um sistema de
FOTOS: CHRIS MARTINS
comporta, que regula, manualmente, o nível da água e o fluxo de escoamento. O sistema – que ninguém sabe ao certo como e por quem é controlado – mostrou-se especialmente ineficaz em abril do ano passado, quando a comporta não foi aberta a tempo. O temporal inundou ruas e imóveis vizinhos ao canal, provocando o primeiro alagamento total da Vila Hípica, no Jockey. Desde o final do ano passado, está sendo construída uma galeria subterrânea para recolher as águas da chuva. A obra deve durar quatro meses e será suspensa durante o carnaval para não atrapalhar os desfiles dos blocos. Cantadas por Tom Jobim e Elis Regina, as águas de março continuam preocupando os moradores do Jardim Botânico e redondezas com o risco de enchentes provocadas pelos temporais, que já não ficam restritos ao referido mês. Há pelo menos 100 anos, uma das áreas da cidade mais afetadas por alagamentos está situada onde hoje ficam as ruas Jardim Botânico, Pacheco Leão, Lineu de Paula Machado e General Garzon. As primeiras tentativas para resolver o problema foram do prefeito Carlos Sampaio. Durante seu mandato, entre 1920 e 1922, os engenheiros Saturnino de Brito e Alfredo Duarte canalizaram, até a Lagoa Rodrigo de Freitas, as águas pluviais e dos rios da região: Cabeça, dos Macacos
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CIDADANIA Espaço Médico Jardim Botânico Foi inaugurado, no final do ano passado, o Espaço
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Médico Jardim Botânico, sob o comando da pedia-
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tra Mariana Sochaczewski. Formada há 13 anos, a médica sempre trabalhou com medicina popular e atendeu, por quatro anos, no Ambulatório Praia do Pinto. Foi lá que percebeu a necessidade de lugares semelhantes, voltados para quem não tem plano de
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saúde e que o SUS não consegue atender. As especialidades do novo espaço são clínica médica, pediatria, ginecologia e pré-natal, mas Mariana pretende fechar parcerias com laboratórios de análises clínicas e empresas farmacêuticas, com o objetivo de oferecer um pacote completo de serviços. O valor das consultas varia entre R$ 60 e R$ 100. Espaço Médico Jardim Botânico Rua Jardim Botânico 700 sala 214 Tel: 3529-3435 / celular: 96575-3434
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CHICO REGUEIRA
CHRIS MARTINS
Ilustre Morador O repórter da TV Globo Francisco Regueira – com sua nascente, em São Paulo, até o rio Guandu, para o passagens pelo “Fantástico” e pelo “Bom Dia Brasil”, qual 40% de sua vazão são desviados para abastecer atualmente na editoria Rio, onde começou na emis- as estações de tratamento da Cedae. sora em 2004 – é mineiro de nascimento e morador
Ao longo de uma semana, Chico testemunhou inú-
do Horto por adoção. Há 20 anos no Rio de Janeiro, meros crimes ambientais e denunciou o descaso das instalou-se primeiro na Lagoa, com os pais. Assim autoridades. Nem precisava ir tão longe. Vizinho do que começou a trabalhar, escolheu a região que, na Rio dos Macacos, Chico segue intrigado com a colorasua opinião, tem clima de comunidade e é o único ção suspeita que invade suas águas com frequência. lugar do bairro em que há mistura de classes: “É qua- Embora saiba que envolvimento e proximidade com se uma cidade cenográfica”, observa.
determinados assuntos nem sempre são ideais para
A tranquilidade e a sensação de conhecer todo uma boa matéria, ele aproveitou para abordar o temundo são contrapontos para sua rotina agitada. Jor- ma quando precisou cobrir os estragos causados pelo nalista premiado, Chico é conhecido na TV por suas temporal de abril do ano passado. Emergências à parmatérias investigativas. Em plena crise hídrica na ci- te, Chico nunca deixa de lado seu faro jornalístico, e dade, ele apresentou a “Expedição Água”, uma série costuma sugerir pautas como as perdas comerciais do de reportagens que percorreu o rio Paraíba do Sul, de Horto com o fechamento da Estrada Dona Castorina. 18
- Nos meus dias de folga, gosto de correr na La- elétricas de aluguel. Para ele, a grande questão do Jargoa, dar um mergulho no mar e fechar o circuito ti- dim Botânico é resolver seus problemas de mobilidade. rando o sal na Cachoeira da Imperatriz, que fica bem
- Do que mais sinto falta aqui é o metrô, única so-
pertinho de casa. Uma tristeza ver o descuido geral lução para o trânsito insuportável da rua Jardim Botâcom a cidade e o prejuízo dos comerciantes de uma nico. Tirando isso, o bairro é o melhor do Rio – atesta área turística como a nossa – lamenta.
ele, lembrando que, inicialmente, havia previsão de
Além das denúncias e crises, o repórter tem inte- uma linha do sistema passando por aqui. resse por personagens pitorescos, como os garçons
Além de andar a pé ou de patinete, ele acha que
do Braseiro da Gávea e o Jorginho, dublê de garçom, uma opção para fugir do trânsito é ocupar as ruas e cozinheiro e entregador do bar Rebouças, cuja rotina praças da vizinhança. Quando quer bater papo sem deve virar documentário em breve.
ir muito longe, Chico vai ao Bar dos Amigos ou à
- Gostaria de colocar um daqueles contadores de padaria Mercato Mix. Os dois estabelecimentos ofepassos no pulso do Jorginho para ver o quanto ele recem uma churrasqueira comunitária, para a qual anda por dia. Ele não para! – diverte-se.
cada um pode levar sua própria carne para assar:
O bar Rebouças, aliás, é um dos lugares onde costu- “Já fiz muito churrasco ali. Dá até para reservar com ma encontrar amigos como o cantor Toni Platão, com antecedência e chamar os amigos. É muito legal, quem já dividiu a bancada de um programa na rádio mantém o bairro vivo”, indica. Roquette Pinto. Quando sai tarde do trabalho, a opção
Chico foi pioneiro na cobertura do carnaval de rua
é o bar Joia Carioca, que é mais perto e também fica do Rio de Janeiro, mas atualmente anda desanimado. aberto até de madrugada. Como gosta de cozinhar, Chi- Sua maior expectativa é com a estreia, em breve, da co vai muito à Casas Pedro e conhece todos os vende- nova temporada do programa “A Roda”. Exibido aos dores. Na hora de comer fora, diz-se “órfão do Borogo- sábados, logo após o jornal “Hoje”, o programa reúdó”: “Agora meu borogodó é o Venga. Também gosto ne, em lajes de comunidades, jovens de diferentes muito do Filé de Ouro, que junta o clima descontraído localidades para falar sobre dinheiro, oportunidades, do Rio ao bom atendimento de São Paulo”, admite.
família e outras questões que os preocupam. Chico
Bom de papo, Chico gosta também de bater perna é o mediador da roda de conversa, que conta ainpelo bairro. Ele corta o cabelo com Bruno Donatti, faz a da com comentários de Marcelo Faustini, criador da barba com o Joel, do salão Globo, e costuma ir andando agência Redes para a Juventude. de casa até a BodyTech. De lá para o trabalho, para não
- “A Roda” mostra o Rio de Janeiro de verdade, não
se atrasar e chegar suado, costuma utilizar as patinetes essa Ilha da Fantasia em que a gente vive – provoca.
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