JB em FOLHAS 79

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em

jb folhas o jornal do jardim botânico

15 ANOS

Fevereiro | Março 2019 | ano 17 | nº79 distribuição gratuita

Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá

Mata adentro Trilhas, cachoeiras e mirantes – vale a pena explorar a imensa área verde que nos cerca.  (Página 8)

Caia na folia

Chama o Douglas!

Dicas e agenda completa para aproveitar o carnaval na região.  (Páginas 4, 14 e 16)

Administrador regional garante apoio a diversas iniciativas do bairro.  (Página 6)


EDITORIAL  Em busca de sombra e água fresca

mente. Leia mais e refresque-se em nossa matéria de capa, a partir da página 8. Dentro das comemorações dos 15 anos do JB em Folhas, vamos promover

Prezado leitor,

um passeio nessa vibe verde. Leia mais na página 13.

O Rio de Janeiro ferve

de cachoeira e sente-se abençoada por morar cercada

neste começo de 2019.

de tanto verde. Mas o seu hobby preferido atualmen-

Mesmo em nosso mun-

te é explorar os points gastronômicos da região, como

dinho verde do Jardim

ela conta na coluna Meu JB, na página 13.

A produtora de cinema Clélia Bessa também gosta

não sofrer com o calor. Mas não é todo mora-

O ano começou com três moradores queridos a

ACERVO PESSOAL

Botânico, está difícil

menos, lembrados na coluna Memória, na página 12. Entre eles, o fotógra-

a região oferece. Por isso, aproveitamos esta edição

fo Cafi, que tinha trocado

para desbravar o verde que nos cerca e ir em busca

Recife pelo Jardim Botâni-

de sombra e água fresca. A redatora Betina Dowsley e

co havia mais de 30 anos.

o designer Paulo Pelá percorreram as trilhas do Parque Lage às Paineiras e de lá até a cachoeira dos Primatas,

CHRIS MARTINS

dor que conhece as inúmeras trilhas e cachoeiras que

Cafi era amigo de Jards Macalé, que volta a ser

acompanhados por Horácio Ragucci (foto), coordena- entrevistado para o Ilustre Morador, depois de exatos dor geral da Transcarioca. Depois de cerca de quatro 14 anos (edição 7, de feveiro/março de 2005). Antes horas de caminhada, eles voltaram extasiados com a do ocorrido, o cantor e compositor divertiu-se contanbeleza da nossa fauna e flora, e certos de que é bom do histórias com o vizinho e parceiro, quando recebeu ter preparo físico e levar bastante água.

a equipe do jornal para a entrevista (foto). Cafi, incluO bairro é bem servido de cachoeiras. Além das sive, assinou a capa do seu novo CD. Leia mais nas mais conhecidas (do Horto e dos Primatas), há outras páginas 18 e 19. bem escondidas. Quem sabe o caminho não revela,

Não me leve a mal, mas é carnaval. Em abril, es-

para mantê-las preservadas. De qualquer maneira, é taremos de volta com mais novidades. preciso cuidado e não se arriscar a ir sozinho, sempre Até 2019! de olho no volume do rio, para não ser surpreendido

Christina Martins

por trombas d’água, que podem surgir inesperada-

Editora

EXPEDIENTE

Foto da capa: Paulo Pelá

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

e-mail: jbemfolhas03@gmail.com

Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá | designjungle.com.br Revisão: Carla Paes Leme Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Tiragem: 5.000 exemplares 2

Telefone: 98128-6104 www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico instagram/jbefolhas www.issuu.com/jbemfolhas

Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea, Lagoa e do Humaitá.


CARA DO JB Kakau Höfke Ela é carioca sangue bom, apaixonada por sua cidade. Uma paixão que está presente na linha de produtos Kakau Höfke (www.kakauhofke. com), marcada pelo relevo das montanhas e do Cristo. Neste verão, surge mais um item em sua coleção: a camiseta do Bloco Suvaco do Cristo de 2019. Moradora há 20 anos do bairro, Kakau garante que já foi uma foliã animada, mas hoje restringe seu carnaval ao desfile do Suvaco. “Faço todo um ritual. Subo a rua Faro, fico na concentração e acompanho o bloco até a entrada do Jardim Botânico”, relata. A camiseta pode ser comprada na Venda em Garagem

CHRIS MARTINS

e na filial do Subway do bairro.

Formada em design gráfico, Kakau trabalhou em várias agências até decidir mudar seu rumo profissional. “Fui fazer um curso no Parque Lage e, quando dei por mim, estava vendendo meus próprios quadros”, conta ela que hoje trabalha com criação de produtos. Sua grife está presente na programação visual do Bibi Sucos e estampou as sacolas da Macy’s, quando a loja de departamentos norte-americana fez uma homenagem ao Brasil, em 2012. 3


Folhas do Jardim

será lançado, no mesmo período, um edifício com 20 unidades, na rua Marquês de São Vicente, pró-

Vagalume, o bloco, na Lagoa

ximo ao Planetário.

Projeto Ciclofaixa JB O projeto de uma ciclofaixa para o bairro do Jardim Botânico, elaborado pela AMAJB em parceria com a empresa Ifluxo, está pronto. Seu traçado passará pela principal via do bairro, com pontos de conexão com os vizinhos Lagoa, Gávea e Humaitá. Apesar de ter prometido apoio à iniciativa, a prefeitura não CHRIS MARTINS

tem capital para investir. Por isso, a associação de moradores está em busca de patrocínio.

Raridade no JBRJ

O Vagalume, O Verde levou seus ensaios para a Lagoa. Desde o começo de janeiro, o bloco ocupa

Há mais de 10

o Quiosque Jamaica – ao lado do heliponto –, com

anos sem flores-

ensaios da bateria às segundas, das 20h às 22h,

cer no Jardim Bo-

com entrada franca. Até o carnaval, o bloco promo-

tânico do Rio de

ve roda de samba e feijoada, aos domingos, com

Janeiro, uma flor

ingresso a R$ 20.

de lótus rosa (Nelumbo nucifera), desabrochou

A diretoria de Gestão de Espaços e Ambiental da TV

arboreto, perto da

Globo – com a orientação do Setor de Arborização Ur-

estufa das insen-

bana da Fundação Parques e Jardins – elaborou um projeto de arborização para a calçada na esquina das

LENA TRINDADE

Sombra e beleza

no

tívoras, na última semana de janei-

ruas Jardim Botânico e Saturnino de Brito, em frente ro. O registro é da moradora e fotógrafa Lena Trindade. ao novo prédio da empresa. Ao todo, foram plantadas No budismo, a flor está associada à pureza do corpo e quatro árvores: três babosas brancas e uma sibipuruna. da mente e à figura de Buda.

Mercado imobiliário em alta

Meditação no Jardim

Novos empreendimentos imobiliários vão movi- O Jardim Botânico do Rio de Janeiro inaugurou, em mentar a região. Com previsão de inauguração em dezembro, uma área especialmente reservada padois anos, o terreno situado no número 211 da rua ra a prática de meditação. O espaço de cerca de Jardim Botânico abrigará um prédio residencial, 200m2 fica atrás do bromeliário, tem muita somcom 24 apartamentos (quatro por andar) e área bra de árvores frondosas e também alguns bancos de lazer. A casa original, que fazia parte da Cháca- de madeira. Único lugar onde é permitido sentar ra do Algodão, será preservada e transformada em ou deitar no chão no JBRJ usando canga ou tapete bistrô com terraço voltado para a rua. Já na Gávea, de yoga, o espaço não é exclusivo para meditação, 4

que não tinha novos prédios residenciais há anos, porém todos devem fazer silêncio para favorecer a


prática. Não há necessidade de fazer reserva ou cre- de roupas. O Studio 512, que ficava na esquina da rua Nina Rodrigues, se mudou para Ipanema. Outro que endenciamento de alunos e/ou professores. cerrou suas atividades foi o restaurante Borogodoó, em

Abraço à Lagoa

janeiro. Fechado no início de novembro para obras de

A morte de quase 90 toneladas de peixes na Lagoa modernização, o Posto Ipiranga, no começo da Rua Jardim Botânico, reabriu após substituir os tanques de armazenamento antigos por novos equipamentos menos poluentes. Outro estabelecimento que passou por reforma foi o tradicional Salão Karícia, que reabriu no final de janeiro com a mesma direção, mas nova decoração. CARLA BELLETTI

A vizinhança também está movimentada. A Gávea ganhou uma nova unidade da academia SmartFit, no Jockey Club; enquanto, no Humaitá, foi aberta uma Rodrigo de Freitas, em dezembro, motivou um abraço filial da Parceria Carioca. Na Fonte da Saudade, o ressimbólico ao “coração da Zona Sul” no primeiro sába- taurante Guy fechou as portas no final de 2018, após do de janeiro. O biólogo Mário Moscatelli, organizador dez anos de atividade. do evento, aponta – além do clima, cada vez mais

Yoga para todos

quente – dois principais fatores para a crítica situação: entupimento do canal do Jardim de Alah e lançamen-

O Espaço Gestos co-

tos de esgoto clandestinos, denunciados com frequên-

meça o ano com uma

cia por Moscatelli e moradores da região.

nova grade para a prática de yoga, com

Abre e fecha Dela, que funcionava numa vila no início da rua Lo-

DIVULGAÇÃO

mais professores e

O ano de 2019 chega com novidades. O brechó Era

horários. E, durante os meses de feverei-

pes Quintas, mudou para o terceiro piso do Shopping ro e março, tem promoção para alunos novos, que da Gávea. Em seu lugar, abriu um espaço comum às podem fazer uma aula experimental gratuita e ainmarcas Yliá Moda Praia e SA acessórios, com biquínis, da contam com 15% de desconto e isenção da taxa maiôs e bijuterias finas. Já no número 719 da rua JB, de matrícula. Contato pelo WhatsApp 99711-4814 está funcionando a loja Tudo em Costura, de conserto ou pelo e-mail contato@gestosdocorpo.com.br.

Comece o ano anunciando no veículo certo:

em

jb folhas

15 ANOS

o jornal do jardim botânico

Há 15 anos circulando informação no bairro.

jbemfolhas jbemfolhas 5


ENTREVISTA  Douglas Pereira Administrador Regional

Desde que Douglas Silva Pereira assumiu a função de Administrador Regional da VI Região Administrativa – que abrange Gávea, Jardim Botânico, Lagoa, Leblon, São Conrado e Vidigal –, há um ano e meio, o Jardim Botânico vem recebendo atenção especial. Douglas trabalhou sete anos na Seconserva e um ano na Secretaria de Ciência e Tecnologia, além de um período na Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal. A experiência na administração pública lhe ensinou que ficar sentado atrás de uma mesa não resolve os problemas: “A rua grita”,

CHRIS MARTINS

como gosta de lembrar. JB em Folhas | Quais são, na sua opinião, os principais problemas do Jardim Botânico? Douglas Silva Pereira | O Jardim Botânico é o orgulho JBF | Como está o projeto de adoção das praças da região. Aqui não tem muito problema de barulho. do bairro? Minha maior preocupação é com a conservação dos Douglas | A adoção mais adiantada é a da Pio XI pelogradouros. No Horto, por exemplo, melhoramos a ilu- la rede de lojas American Pet, mas ainda estamos em minação das ruas até o Clube dos Macacos e fizemos negociação. Nesta época de crise, estamos bastante limitados, mas temos feito muitos contatos com as emserviços de manutenção da rua Pacheco Leão. presas da região. JBF | Como você fica sabendo do que acontece na região?

JBF | Você está a par do projeto de uma ciclofaixa

Douglas | Além de estar sempre nas ruas, tenho um no Jardim Botânico? grupo de WhatsApp com os integrantes da AMAJB e, Douglas | O projeto da ciclovia ainda não chegou para sempre que há algum problema, fico logo sabendo. mim, mas vejo que aumentou muito o uso de bicicleta, Atualmente, tenho recebido reclamações quanto à inclusive para trabalho. Acho boa a iniciativa, e saibam presença de moradores de rua e de camelôs, especial- que podem contar com meu apoio na busca de parceimente em frente ao número 700 da rua JB. Mesmo ros para a realização do projeto. O que for para ajudar quando o problema é de outro órgão ou concessionária, o bairro, eu tô dentro. estou sempre pronto a ajudar, como em recente caso de falta de água, quando fiz contato com a Cedae para Os moradores podem entrar em contato por e-mail 6

resolver a questão.

(6admregional@gmail.com) ou telefone (2294-8130).


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PAULO PELÁ

Verde que te quero fresco

8

A proximidade da natureza é um fator determi-

-Paineiras/Corcovado e Paineiras/Corcovado-Parque

nante para muita gente que escolhe o Jardim Bo-

Lage. A exceção é o trecho Mesa do Imperador-Vista

tânico para morar. Apesar disso, poucos usufruem

Chinesa, de apenas 1,6 km e nível leve de dificuldade.

realmente a imensa área verde que nos cerca, seja

Coordenador Geral da Transcarioca e Vice-Presiden-

para fazer uma caminhada, seja para se refrescar

te da Federação de Esportes de Montanha do Estado

em uma das muitas cachoeiras escondidas na mata

do Rio de Janeiro (Femerj), Horácio Ragucci levou 15

ou para admirar a Cidade Maravilhosa de um ponto

dias para percorrer toda a trilha quando ela foi inau-

de vista diferente.

gurada. Foi ele que acompanhou a equipe do JB em

A partir de 2016, esse panorama começou a mudar

Folhas nos trechos entre o Parque Lage e as Painei-

com a criação da Trilha Transcarioca, que cruza todo

ras/Corcovado, e, de lá, até a Cachoeira dos Primatas.

o Rio de Janeiro, com um percurso de aproximada-

Argentino radicado no Rio de Janeiro, Horácio aponta

mente 180 quilômetros – saindo da Barra de Guara-

o primeiro trecho como um dos mais procurados da

tiba até o Morro da Urca –, divididos em 25 trechos,

cidade, especialmente por turistas.

com o objetivo de facilitar a visita, de acordo com o

- A trilha foi modificada para receber melhor o flu-

interesse, a aptidão e a disponibilidade de tempo dos

xo de visitantes e se adequar às normas de conser-

visitantes. Desse total, seis passam ou têm início no

vação recomendadas. Com a alteração de traçado, o

Jardim Botânico/Horto e possuem nível de dificulda-

percurso ficou um pouco mais extenso, porém mais

de moderado: Portão da Floresta-Mesa do Imperador,

suave para quem caminha – explica Horácio, desta-

Vista Chinesa-Dona Castorina (+ Circuito Parque da Ci-

cando que, atualmente, é comum cruzar com grupos

dade), Dona Castorina (Jequitibá)-Primatas, Primatas-

ou duplas de corredores nas trilhas.


Para aqueles que têm disposição de encarar duas horas de caminhada em aclive, o trecho tem boa parte do percurso sob a proteção da mata fechada, que, em determinados momentos, descortina mirantes incríveis, com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Morro dos Cabritos e o vale do rio Cabeça. Em uma parte mais íngreme, degraus metálicos foram instalados para dar mais segurança. Uma boa

Paineiras, pois o caminho até a entrada do Cristo Redentor é pelo asfalto, com tráfego de veículos. Na volta, uma opção é pegar a trilha Paineiras-Primatas, repleta de riachos e quedas d’água. O ponto alto é a cachoeira dos Primatas, que tem fácil aces-

ACERVO PESSOAL

covado (foto), instalado no antigo prédio do Hotel

FOTOS: PAULO PELÁ

dica é ir somente até o Centro de Visitantes do Cor-

so (20 minutos) a partir da rua Sara Vilela, no Alto Jardim Botânico, e é frequentada por gente como a estudante de psicologia Helena Tame e seus amigos, e por Deborah Lewkowicz (foto ao lado), sócia do Espaço Gestos, que gosta de “refrescar o couro cabeludo” inclusive nos finais de semana, quando o programa bomba. Mesmo quando não há bifurcações, a Trilha Transcarioca tem sinalizações frequentes, com objetivo de tranquilizar os visitantes. Se a pessoa não observar nenhuma placa ou pegada estampada em uma árvore por mais de cinco minutos, provavelmente pegou o caminho errado. O melhor a fazer é voltar até o último ponto em que viu uma indicação para reencontrar a rota correta. Com isso, o número de pessoas perdidas nas trilhas nos últimos 15 anos foi reduzido de 100 para menos de cinco por ano. Um dos motivos pelos quais muita gente não costuma percorrer as trilhas da região é a insegurança. Logo no início da trilha do Parque Lage, há uma guarita onde é preciso informar o número de pessoas que estão subindo e o horário. Depois de um ano e meio sem registrar ocorrências, logo na primeira semana de 2019, cerca de 30 pessoas foram assaltadas na trilha, ficando sem dinheiro, cartões de crédito, celulares, câmeras fotográficas e até alianças de casamento. 9


alguém sabe quantos fatos desse tipo ocorrem em Copacabana ao longo do ano – provoca o geógrafo. Na opinião de Chico, a Trilha Transcarioca, em parceria com a gestão de Ernesto Viveiros de Castro, à frente do Parque Nacional da Tijuca (PNT), trouxe muitas melhorias para a região, agregando o trabalho de voluntários (foto abaixo) para a manutenção e a aberFOTOS: DIVULGAÇÃO

tura de novas trilhas, além de gerar informação e sinalização para os visitantes. É o caso do designer Lula Hime, que se tornou voluntário do PNT há três meses, aproveitando um momento de transição em sua carreira: “Há voluntários de todas as idades e formações. Atualmente, o trabalho tem sido muito procurado por estrangeiros, em sua maior parte estudantes, que aproveitam o período de férias para ficar mais próximos da floresta,a fim de conhecê-la melhor”, observa ele, que é morador do JB desde a década de 1970. Lula lembra às pessoas que os animais domésticos não devem ser levados para o parque, por ser perigoso tanto para eles – que entrarão em contato com zoonoses diferentes, às quais não estão acostumados – como para os animais selvagens, que estão em seu habitat natural: “A pequena cuíca, por exemplo, pode ser facilmente atacada por um cachorro”, observa o - Infelizmente, o visitante nada pode fazer. Des- voluntário, que alerta também sobre a presença de

de agosto de 2017, não havia registro de inciden- caramujos africanos, uma espécie invasora que pode tes na área. Estamos pressionando as autoridades, ser vetor de várias doenças. o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas

A conscientização da importância do meio am-

(BPtur) e o Centro Preparatório de Admissão Mili- biente tem incrementado as atividades da Moleque tar (CPAM), para agirem novamente nesse trecho Mateiro, que realiza festas de aniversário e trabalho – avisou o coordenador da Transcarioca, cuja prin- de campo integrado com escolas, ambos para a faixa cipal recomendação é para que as pessoas nunca etária de 3 a 15 anos. façam as trilhas sozinhas.

- Organizamos atividades sob encomenda para

Este é um ponto importante também para Francisco escolas. O Caminho das Águas é uma atividade que Schnoor, que mora há 35 anos no Jardim Botânico e leva os estudantes até a Vista Chinesa, a fim de fundou a empresa Moleque Mateiro em 2005, com o mostrar a relação da água com a floresta, além de objetivo de promover educação ambiental.

coletar amostras do líquido para observarmos seus

- O ideal é nunca andar sozinho. É importante tam- cheiro e cor. Depois, descemos até a Lagoa, onde bém avisar algum familiar aonde está indo e quanto o rio dos Macacos deságua (foto acima) – explica tempo deve demorar o passeio. Sobre os pontuais Chico, completando o ciclo. casos de assalto nas trilhas, costumo questionar se

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No verão, o movimento nas cachoeiras sempre au-


menta. Além da dos Primatas, há inúmeras outras, como a da Gruta, a do Jequitibá e a do Horto (ou do Chuveiro), com queda d’água de 20 metros de altura, que desce encravada entre duas rochas, formando uma piscina natural. Nascido e criado no Jardim Botânico, Paulo Raitzik Zonenschein, de 16 anos, é frequentador assíduo daquela área, mas prefere a cachoeira da Imperatriz, cuja trilha começa atrás do histórico solar de mesmo nome. Inicialmente, ia com os pais, mas, de uns tempos para cá, Paulo passou a ir com os amigos ou mesmo sozinho, apesar de saber que não é recomendado entrar na mata desacompanhado. - Às vezes, vou até lá só para ler, é mais fresco. Não acho perigoso, conheço bem o caminho, alguns amigos até me pedem para eu ir junto, de guia – comenta o estudante, que curte um banho de cachoeira em qualquer estação. Alice Melo, de 20 anos, é outra que nasceu e cresceu no JB e, desde cedo, incorporou o hábito de banhar-se com a água que brota na montanha. Sua cachoeira preferida é a do Santinho: “É pertinho de CHRIS MARTINS

casa e sempre encontro amigos por lá. De dois anos pra cá, aumentou bastante o número de pessoas, mas não vejo problema nenhum nisso. O importante é ter consciência e não deixar lixo e resíduos”, torina, o local é acessível de carro (embora seja difícil estacionar), de bicicleta ou mesmo a pé. Sem muidefende a jovem. Para aqueles que não se sentem seguros de ca- to esforço, dá para se refrescar e deixar as crianças minhar na mata, é possível aproveitar a cachoeira pequenas brincarem na área de brinquedos infantis, do Quebra, a mais conhecida da região, graças à sua e, quando tomar coragem, é só subir a trilha ali do localização. Situado às margens da Estrada Dona Cas- lado para conhecer por dentro as belezas da floresta!

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MEU JB  Clélia Bessa

3D, cuja história – criada por Maria Clara Machado e encenada centenas de vezes no palco do teatro

sa veio morar no Jardim Botânico há quase 30 anos, atraída pelos

O Tablado – tem forte

FOTOS: CHRIS MARTINS

A produtora Clélia Bes-

ligação com o JB. Só no JB | Qual outro

preços mais baratos e

bairro tem cachoeiras

pelo charme dos pré-

e duas grandes áreas

dios pequenos, sem

verdes, como o Jardim

elevador:

“Naquela

Botânico e o Parque

época, o JB era um

Lage? Este último, ali-

bairro de passagem,

ás, é meu refúgio.

havia pouco comércio

Novidade | Adorei a

e restaurantes, mas

abertura da Casas Pe-

muitos dos meus ami-

dro no bairro.

gos já viviam aqui”,

Gourmet | O programa

recorda.

gastronômico está cada vez mais interessante.

Desde 2003, quan-

Estou apaixonada pelo

empresa – a Rac-

português Santa Justa,

cord Produções –

honesto e agradável. Adoro a varanda

num dos prédios

do Venga!

comerciais da rua

Presentes | Compro 90% deles na

Jardim Botânico,

galeria dos Correios, seja na Bzzz,

Clélia resolve pra-

seja na Sollas.

ticamente

tudo

Falta | Se tivesse livraria e cinema,

na vizinhança, de

seria lindo. Cinema eu

médicos e dentista a compras, diversão e arte:

ACERVO PESSOAL

do instalou sua

entendo que é mais complicado, mas uma

“Às vezes, penso que seria bom

livraria faz muita falta.

trabalhar em outro lugar, mudar

Com os amigos | Gos-

de CEP. Mas é uma vontade que

to da cultura de bo-

dá e passa”, admite, se conten-

tequim, o Joia é um

tando em distanciar-se apenas

clássico.

o tempo necessário para reuni-

Fim de tarde | Adoro

ões e durante as produções. Este

tomar um drink na va-

ano, Clélia prepara o lançamento

randa da Casa Camole-

de três longas-metragens: “Correndo atrás”, de Je- se e, de quebra, ver os cavalinhos no prado. ferson Dê; “Missão cupido”, de Rodrigo Bittencourt; Cara do JB | O João Aveleira – que mora e trabalha e o aguardado “Pluft, o fantasminha”, projeto dela aqui, além de ser um dos fundadores do Suvaco do e de sua sócia Rosane Svartman com tecnologia Cristo – personifica muito bem o bairro.

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ANGELA TOSTES

Flagrante

De olho no muro  Em

setembro de 2018, a

moradora Angela Tostes enviou para a redação do JB em Folhas imagens do muro do Parque Lage, que, há tempos, está em péssimo estado e com diversos pontos rachados. O diretor do Parque Lage, Fabio Szwar­cwald, já entrou com vários recursos – todos sem sucesso até o fechamento desta edição. Segundo ele, são mais de cinco órgãos envolvidos para aprovar qualquer reforma, porém ele segue empenhado em resolver esse problema ainda no primeiro semestre. Vamos torcer e cobrar.

ALAMEDAS Planetário

de cúpula e, às quartas e sá-

feito Marcelo Crivella decre-

bados, ob-

tou o tombamento definitivo

servação

CHRIS MARTINS

Em dezembro de 2018, o pre-

do Planetário do Rio, na Gávea, como patrimônio cultural

do

céu

em

seu

da cidade. O decreto foi uma forma de proteger terraço, com orientação de astrônomos e com auxío Planetário de ir a leilão para sanar dívidas tra- lio de telescópios (a atividade é automaticamente balhistas da Companhia Estadual de Habitação cancelada em caso de tempo nublado ou chuvoso). (Cehab), proprietária do terreno localizado na rua Vice-Governador Rubens Berardo 100.

O Museu do Universo foi inaugurado em 2003 e oferece diferentes experimentos interativos, abor-

Criado há quase 50 anos a partir de projeto dos dando o Sistema Solar, a Cosmologia, a pesquisa arquitetos Renato e Ricardo Batalha Menescal, o espacial, as condições astronômicas para o surgiPlanetário é um dos mais importantes do Brasil, mento da vida no Universo, além de simular o peso graças à sua cúpula, a maior de projeção espacial do visitante em outros planetas. Atualmente, estão do país. Aberto diariamente das 14h30 às 17h, a em cartaz no museu as exposições “O Universo instituição promove cursos de Astronomia, sessões Deslumbrante” e “Expoluz”. 13


JBF indica

horário, por um período de 30 dias. É preciso apenas confirmar o comparecimento com um dia de antece-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A vida nas ruas em p x b

dência. Rua Visconde de Carandaí 6.

Infantil no Shopping da Gávea O Espaço Tápias – responsável pelo festival internacional Dança em Trânsito – apresenta o infantil “Creme do céu”, no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, aos sábados e domingos, às 17h, até o fim de fevereiro. Montado pela primeira vez na França, em 2017, o espetáculo ganha agora uma versão brasileira com elenco formado por Flávia Tápias, Guilherme Gomes, Paula Braun e Renata Versiani. Misturando teatro, dança e videoarte, “Creme do O espaço Templo, na rua Duque Estrada 41 (Gávea), céu” conta a história de uma estrela que caiu na abre a série Arte dos Comuns com a exposição fo- Terra e tenta voltar ao céu com a ajuda de um metográfica “A vida nas ruas”, de Guido Dowsley, gra- nino, uma astrônoma e sua aprendiz. duando em Ciências Sociais pela PUC-Rio. A mostra reúne 18 fotos PxB, com tamanhos variados e inspi-

Poesia luso-brasileira

ração na vida cotidiana, seja em fatos corriqueiros ou

Depois de Lisboa,

naqueles inesperados. As fotos estão à venda – com

chega às livrarias

preços que variam de R$ 200 a R$ 400 – e ficam em

brasileiras o livro

cartaz até 14 de fevereiro, de segunda a sexta, das

“Outono azul a sul”,

9h às 18h, com entrada franca.

da moradora Calí Boreaz. Editado pela

Jazz no La Carioca

Urutau, com ilustra-

A comemoração dos sete anos do restaurante La Ca-

ções de Edgar Duvi-

rioca atrasou e acabou ficando para o dia 12 de fe-

vier e António Mar-

vereiro, quando rolará uma jam session com o saxo- tins-Ferreira, o livro tem posfácio do imortal João Almifonista Raul Mascarenhas e a DJ Luluta. A comemora- no, da Academia Brasileira de Letras, e uma extensão ção começa a partir das x?h, na frente da cevicheria, fotonarrativa no instagram da autora @caliboreaz. na rua Maria Angélica.

Perfume no teatro Corpo, movimento e diversão

Sucesso no cinema, o romance “Perfume de mulher”

No Espaço Lunático, férias é sinônimo de liberdade. tem sua primeira montagem teatral com direção de Até 9 de março, crianças, adolescentes e adultos po- Walter Lima Jr e os atores Silvio Guindane e Gabriela dem escolher entre os combos Movimento e Diversão Duarte. A história de um homem cego e solitário que (com atividades de circo, aéreo e biodanza) e Corpo e deseja vivenciar momentos inesquecíveis antes de Movimento (yoga, aéreo, bungee dance, aerial yoga dar fim à sua vida fica em cartaz no teatro PetroRio e balé funcional). Há pacotes de 4, 8, 12 ou 16 au- das Artes, no Shopping da Gávea, até 24 de fevereilas, que podem ser feitas em qualquer modalidade e ro, de quinta a domingo.

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Evoé Bloco da Pracinha O Bloco da Pracinha fará sua tradicional concentração no sábado, dia 23 de fevereiro, na Praça Pio XI. A proFOTOS: CHRIS MARTINS

fessora de educação musical e cantora Barbara Lau

entra em cena para apresentar seu repertório 100% infantil, acompanhada por uma banda. O evento esse ano terá camiseta assinada pela ilustradora Mariana Massarani. Quem quiser contribuir com o bloco, é só entrar no site www.vakinha.com.br e procurar por Evoé Bloco da Pracinha 2019.

Caia na Folia  Anote na agenda a data dos blocos do bairro e do entorno:

Caminhada e cachoeira

16/02 | 00h | D esliga da Justiça – Praça Santos Dumont

O jornal vai promover um passeio à Cacho-

23/02 | 11h | C ordão de São José – Igreja São José

eira da Imperatriz, no Horto, com o volun-

24/02 | 08h | Suvaco do Cristo

tário do PNT, Lula Hime.

02/03 | 09h | Escangalha – Pacheco com JB

Será no dia 30 de março, com encontro será às 9h, no Solar da Imperatriz. O passeio terá caminhada leve e duração de até 3 horas.

17/02 | 09h | Me Esquece – Pacheco com JB

05/03 | 08h | A Rocha da Gávea – Praça Santos Dumont 05/03 | 09h | Vagalume O Verde – Pacheco Leão 05/03 | 14h | Último gole - Parque dos Patins 05/03 | 17h | Bicho solto, desculpa pra beber – Humaitá

É importante ir de tênis e levar água, lanche

06/03 | 14h | filhos da PUC – Lagoa

e repelente.

10/03 | 10h | Fofoqueiros de Plantão 15


Memória  O ano começou com algumas perdas na região Walter | Era o camelô oficial do bairro. Ele se Cafi | O Bar Rebouças, na rua Maria Angélica, “virava nos 30” e estava sempre acompanhando ficou pequeno para lembrar o fotógrafo Cafi. as datas festivas. Vendia de fantasias de carna- No dia 3 de janeiro, amigos reuniram-se em seu point favorito no bairro para “beber o mor-

tes natalinos,

to” e prestar-lhe as últimas homenagens. Tam-

passando por

bém artista plástico, Carlos Filho faleceu de in-

itens temáti-

farto exatamente na virada do ano, na praia do

cos, relacio-

Arpoador, aos 68 anos. O pernambucano mo-

nados a Co-

rava no JB havia mais de 30 anos e foi um dos

pa do Mundo,

fundadores do bloco Suvaco do Cristo. Respon-

Olímpiadas e

sável por mais de

festas

juni-

300 capas de ar-

nas. Quando

tistas nacionais –

CHRIS MARTINS

val a enfei-

o tempo mudava, ainda

incluindo Milton Nascimento, Al-

quebrava o galho com guarda-chuvas a postos. ceu Valença, Edu Walter sofreu um infarto fulminante em casa, no Lobo e Francis Hidia 23 de dezembro.

me –, Cafi estava

me à pessoa, mas ela faz parte da história do bairro. Maria Coeli Magalhães

MAURÍCIO VALLADARES

dando os últimos Maria Coeli | Você pode não ligar o no- retoques na capa

faleceu no dia 5 de janeiro, aos 92 anos. Sua rotina incluía

conver-

sa com amigas de sua idade na CHRIS MARTINS

Venda em GaraACERVO PESSOAL

gem e o desfile anual do Suvaco do Cristo, presti- do novo álbum de Jards Macalé, seu amigo giando o filho Ro- pessoal. O fotógrafo Maurício Valladares fez o gério Emerson Magalhães, professor da EAV e último registro do artista plástico no Bar Reum dos fundadores do bloco. 16

bouças um dia antes de sua morte.


ECODICA Rodando com Tampinhas

Cidadania

O projeto Rodando com Tampinhas, que trans-

Favelivros

forma tampinhas plásticas em cadeiras de ro-

Depois de anos trabalhando como livreiro em

das para pacientes da ABBR, ganhou novo pon-

várias editoras, Demésio Batista da Silva, de 49

to de coleta no bairro. Além da Paróquia São Jo-

anos, criou seu

sé da Lagoa, o Bloco Vagalume está recolhendo

próprio

tampinhas de garrafas de suco ou refrigerante

to. Primeiro, foi

para a causa, durante seus ensaios e desfile,

a “Hora do Co-

nos meses de fevereiro e março (informações

me Livro”, que

na página 4). Vale lembrar que a coleta desse

atua em escolas

tipo de resíduo ajuda a proteger o meio am-

municipais. Há

biente de seu descarte indevido.

quatro anos, ele

proje-

criou o “Faveli-

Livros escolares

vros”, que reco-

Todo início de ano é aquela correria para con-

lhe livros de to-

ciliar a lista de material escolar com o orça-

dos os gêneros,

mento familiar. Para driblar o custo sem pre-

em

judicar o aprendizado, os pais aprendem rápi-

canto da cida-

do a lição: recorrer a livros usados. Além de

de, e os distri-

sebos e sites como o Estante Virtual, algumas

bui em comuni-

escolas promovem troca de livros entre seus

dades carentes.

alunos. Se ainda assim não for possível encon-

Isso quando ele mesmo não monta a biblioteca,

trar todos os títulos necessários, uma maneira

como fez em algumas áreas do Complexo do Ale-

ecológica e econômica de completar a lista é

mão. É só ligar e avisar que tem livro disponível,

apelar para grupos no Facebook que promo-

que Demésio e sua equipe aparecem para fazer a

vem venda, troca ou doação de publicações

coleta na sua casa, na maior simpatia.

didáticas e paradidáticas no Rio de Janeiro,

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CHRIS MARTINS

JARDS MACALÉ Ilustre Morador

Se fosse para apontar um personagem das últimas considerado um artista inquieto, de uma geração diquatro décadas na freguesia da rua Maria Angélica, ta maldita, Macalé não imagina se mudar para outro o nome de Jards Macalé encabeçaria a lista. “Sou lugar, nem mesmo diante da atual dificuldade em amigo de todo mundo. Se perguntar qual é o prédio subir ladeiras: “Daqui não saio, daqui ninguém me do Macalé, todo mundo sabe”, diz orgulhoso. Seu tira! Pago R$ 10 para os taxistas que fazem ponto primeiro pouso ao sair da casa da mãe foi na rua na esquina da JB para subir a rua, me deixando na Getúlio das Neves. Depois morou um tempo em San- descida, que é mais fácil para desembarcar”, explica. ta Teresa, no Bairro Peixoto e em Penedo, mas não

Apesar do discurso bairrista, o autor de “Vapor ba-

demorou a voltar para o Jardim Botânico, passando rato” (com Waly Salomão) – sucesso de Gal Costa e, por diversos endereços no entorno da Praça dos Ja- mais recentemente, da banda O Rappa – define seu carandás e no Alto Maria Angélica.

novo trabalho como “paulioca”. Primeiro álbum com

Figura mítica da região, o músico, cantor e com- músicas inéditas de Macalé em 20 anos, “Bestafera” positor circula com desenvoltura no cinema – como foi gravado em São Paulo com músicos paulistanos, ator, autor de trilhas sonoras e até tema de dois do- como Kiko Dinucci e Rômulo Fróes, e tem lançamencumentários – e nas artes plásticas. Mesmo sendo to previsto pelo selo Natura Musical até março. O so-

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taque carioca foi reforçado pela participação dos vi- amanhece, por volta das 6 horas, Macao – como é zinhos e fotógrafos Leo Aversa e Cafi, que faleceu na conhecido – liga para o vizinho Xico e marca o café virada de 2019 (vide a coluna Memória, na página da manhã na padaria mais antiga da região. Dali, es16). A dupla ficou responsável pelas fotos de divul- tica para o La Patte du Lapin, aproveitando para ler gação do disco, feitas no Jardim Botânico. Ao lado do artista plástico Xico Chaves, Cafi foi um

os jornais diários – “de graça”, enfatiza. Macalé gosta de resolver as principais coisas do

de seus amigos mais próximos. O trio costumava cotidiano perto de casa. A banca de jornais na esqui“abrir” a Panificação Lagoa após suas noitadas nos na das ruas Maria Angélica e JB é parada obrigatória. anos 1980 e até o final de 2018 podia ser visto jun- Quando está calor, ele gosta de ir até a barraquinha to na região. Outra figura da qual Macalé sente sau- em frente à sede náutica do Vasco, na Lagoa, para dades é do Seu Américo, dono do pequeno bar que tomar uma água de coco geladinha. Seu dermatoficava entre o resistente Bar Rebouças e o Frontera.

logista é o amigo João Aveleira, um dos fundado-

- Ele era um anarquista. Os frequentadores pega- res – como ele – do Suvaco do Cristo, que, além de vam a cerveja direto na geladeira e tinham que anotar morador, tem consultório no bairro. Macao é cliente o que consumiam. O bar não tinha mesas ou cadeiras, ainda do Leyde’s Cabeleireiro, em que é atendido mas havia um banco na calçada que passou a ser cha- pela Isabel. Da barba, ele mesmo se encarrega: “Famado de “Bank of Américo”. Até criamos uma cédula ço rapidinho. Onde já se viu cobrar R$ 55 pra isso?”. para o tal banco – diverte-se, apontando o pôster com uma foto sua no centro de uma nota de dólar.

A rotina semanal inclui, às quartas-feiras, um cafezinho, acompanhado de uma partida de xadrez com

Muitas coisas mudaram no bairro desde que Jards o “Mr Bruce”, amigo americano e professor da UFRJ. Macalé chegou por aqui. Ele destaca o crescimento Já o sábado é dia de feira na Frei Leandro, ali compra do setor gastronômico, especialmente na rua Maria frutas, caldo de cana e um girassol, para alegrar a Angélica, onde é o rei do pedaço e conhece todos os casa. Para fechar o dia “à la Macalé”, nada como um estabelecimentos, exceto o Mr Lam, pelo qual não bate-papo no final de tarde no Bar Rebouças. tem simpatia. Fã do clima de cidade do interior, ele

- O melhor horário é entre 17h e 19h. O problema

não gostou do atual excesso de luminosidade na Praça é o barulho das buzinas. Aí eu saco meu apito e comdos Jacarandás: “Não dá mais pra namorar”, reclama.

pleto a sinfonia. Na dúvida se há guarda de trânsito

De uns tempos para cá, outra coisa que mudou foi ou não por perto, os motoristas dão uma maneirao fuso horário do artista. Apesar de varar a madru- da – diverte-se com pinta de super-herói do JB, para gada fazendo música, lendo ou vendo filme, quando quem o que precisa mudar no bairro “são os chatos”!

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