JBemFolhas 55

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em

jb folhas 10

ANOS

o informativo do jardim botânico

julho/agosto 2014 | ano 11 | nº55 distribuição gratuita

Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá

Aleias inspiradoras  Ilustre cidadão  Roberto Frejat circula da Fonte da Saudade ao Humaitá e JB a pé ou de bicicleta.  (Página 22)

A coluna Alamedas do Jardim destaca os endereços onde medalhões da MPB moraram no bairro.  (Página 21)

Alma musical

O Jardim Botânico é lar e “escritório” de inúmeros cantores, compositores e instrumentistas.  (Páginas 10 a 14)


Editorial  A música está no ar e nas ruas Caro Leitor,

13 de julho, respectivamente) para embarcar numa viagem sonora ao longo dessa edição, com destaque

Apesar de ser mais associado ao mundo da televisão,

para a matéria de capa, a partir da página 10.

por conta da Rede Globo, o Jardim Botânico é fértil

A música também está presente nas seções “Meu

em música. O bairro é o habitat de talentos como os

bairro”, “Ilustre Morador”, “JBF Indica” e “Alamedas”.

de Jards Macalé, Fernanda Abreu, Lulu Santos e Rodri-

Nessa última (página 21), estão os endereços musi-

go Santos. É onde ficam o Instituto Tom Jobim – com

cais que poucos

seus arquivos sobre a vida do maestro – e o Espaço

conhecem,

Tom Jobim, palco de shows de todos os gêneros. De

mo a casa on-

1972 a 1999, o Teatro Fênix funcionou na rua Lineu

de Tom Jobim

de Paula Machado, onde, na década de 1980, era

morou de 1983

gravado o programa de auditório “Cassino do Chacri-

até seu faleci-

nha”, passagem

mento, em 1994

obrigatória para

(foto ao lado).

os músicos rumo

a

ao estrelato, na-

arte como tema,

queles tempos

apresentamos, na página 6, a entrevista com o ar-

pré-internet. O

tista plástico Marcio Botner, que, desde março, es-

Jardim Botânico

tá à frente da administração do Parque Lage. Ele e

abre alas tam-

Marcus Wagner, responsável pelos eventos, conver-

bém a anima-

saram com Betina Dowsley (foto ao lado) sobre os

dos blocos car-

projetos que pretendem implantar ainda esse ano.

navalescos – desde o tempo do “Bicharada”, com

Pesquisas feitas no mundo inteiro comprovam que

as marchinhas de Haroldo Lobo – e tem uma

a música faz bem para o corpo. Então, escolha sua

tradição em estúdios de gravação – incluindo o

trilha sonora ideal e deixe-se levar pelo ritmo e pela

nosso “Abbey Road”, o Nas Nuvens, testemu-

melodia que as páginas a seguir sugerem.

nha de registros antológicos da música brasileira.

Até setembro,

São tantas as referências musicais que aprovei-

Christina Martins

tamos os dias da Música e do Rock (11 de junho e

Editora

Expediente

Capa: Paulo Pelá (Ilustração), Chris Martins (fotos)

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

Telefone: 3874-7111/ 98128-6104

www.armazemcomunica.com.br Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br Revisão: Carla Paes Leme Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Estagiária de Redação: Sheila Gomes 2

Mantendo

co-

Tiragem: 5.000 exemplares e-mail: jbemfolhas@armazemcomunica.com.br www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico site: www.jbemfolhas.com.br

Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea e do Humaitá.


FOTOS: CHRIS MARTINS

Cara do JB  Antonio Polide Família e tradição são palavras-chave para Antônio Polide, dono da Lavanderia Santa Helena. Sua história confunde-se com a do estabelecimento, fundado em 1956, por seu tio. Ainda menino, Toninho, como ficou conhecido, trabalhou por dois anos, de 1963 a 1965, ajudando nas lavagens a seco e nas entregas. Voltou em 1974, quando seu pai estava à frente da lavanderia, e nunca mais largou. Atualmente, passa o ofício de tintureiro – comemorado no dia 3 de agosto – para seus filhos, Alessandra e Antônio. - Antigamente era mais simples, havia poucos tecidos. A maior parte do que vinha para a lavanderia era de linho e casimira inglesa. Hoje há uma variedade enorme de cores e tecidos, o que exige mais conhecimento e cuidado na lavagem, explica o Antônio, que se prepara para receber uma máquina nova para tecidos delicados e que não encolhe a roupa. Para o tintureiro, o segredo da longevidade e do crescimento da empresa familiar está na eficiência do trabalho e no carinho com os clientes. “Já estamos atendendo a terceira geração. A confiança é muito importante neste trabalho”, completa. Não fosse assim, não seria responsável pela lavagem dos jalecos do

chef Claude Troisgros e dos vestidos de festa e de noiva da loja Martu. 3


Folhas do Jardim

no Horto. Apesar de manifestação contrária de moradores da região, o local foi reintegrado ao Jardim

Reabertura do Museu do Meio Ambiente

Botânico do Rio de Janeiro. Segundo Samyra Crespo, presidente da instituição, no lugar do clube, em breve, será instalada uma nova estufa de orquídeas e, em médio prazo, será feita a recomposição paisagística do Aqueduto da Levada, construído em 1853.

Mudanças nas linhas de ônibus Desde o início de junho, a linha 569 (Largo do Machado – Leblon) não passa mais pela rua Maria Angélica. Ao sair do túnel Rebouças, os ônibus descem direto pela Jardim Botânico. Já a linha 463 (São Cristóvão – Copacabana) aguarda a criação de um novo ponto, ao lado da Praça Tamoyo e do campinho de futebol, na Lagoa, para alterar seu trajeto. As mudanças foram solicitadas à CET-Rio pela AMA-JB, visando

Julia Guttler

a desafogar o tráfego na rua Maria Angélica.

Praça Pio XI renovada Desde o final de maio, a Praça Pio XI está de cara noInaugurado em 2008, mas fechado por longas tempo- va, totalmente remodelada. A inauguração das obras radas para reformas, o Museu do Meio Ambiente foi contou com recreação, água de coco, brincadeiras e reaberto, em junho, com a exposição O Jardim Verde e as presenças do Secretário Municipal de Conservação, Amarelo. A mostra é composta por 36 fotos que parti- Marcus Belchior, e de membros da Diretoria da AMAciparam do 15º Concurso de Fotografias do Jardim Bo- JB, entre outros. Uma das novidades do lugar é o distânico, promovido pela Associação de Amigos do Jar- tribuidor de sacos plásticos para recolher fezes de cadas “Fantasia aquática” (1º lugar na categoria Fauna & Flora), de Laizer Fishenfeld, na foto com a presidente do Jardim Botânico, Samyra Crespo; e “Fonte da vida”, de J. Cassio (1º lugar na categoria Paisagem). O júri foi formado por João Quental, Lena Trindade, Gustavo Pedro, Príamo Melo e Zeca Guimarães, profissionais especializados em registros de natureza, que também têm algumas de suas obras expostas no local. A mostra fica em cartaz até 2 de agosto.

Desocupação do Caxinguelê Em cumprimento à determinação da Justiça, em 4

maio, ocorreu a desocupaçcão do Clube Caxinguelê,

CHRIS MARTINS

dim Botânico, com destaque para as primeiras coloca- chorro, instalado pela Pedigree, que adotou a praça.


De Jardim Imperial a Virtual Já Já está no ar Botanic, a nova plataforma virtual do Jardim Botânico com aplicativo para celular e tablet, em português e inglês, que pode ser baixado para os sistemas operacionais IOS e Android. A ferramenta, gratuita, disponibiliza roteiros de visitação e informações sobre o parque.

Novo site da AMA-JB Está no ar o novo site da AMA-JB (www.amajb.org.br). O objetivo é estabelecer mais um canal de comunicação com os moradores, divulgando o que acontece no bairro com fotos e textos informativos, em parceria com o JB em Folhas. Além de notícias e galeria de fotos, haverá espaço para colaboração dos associados e moradores e um link para o pagamento da anuidade da associação online.

Comércio, comida e cultura Aberta temporada de inaugurações no Jardim Botânico. Na galeria da Maria Angélica, destaque para loja It Fit, de roupas esportivas; ali pertinho, na Jardim Botânico, contamos agora com a JB Móveis, Decorações e Reformas, dedicada especialmente ao mobiliário para varandas e terraços, com estrutura de alumínio, fibras sintéticas e estofamento impermeável. Outra novidade em decoração é o Espaço Lud Contemporâneo, na galeria em frente aos Correios, que, a cada temporada, vende objetos temáticos. A partir de julho, a loja estará focada no Dia dos Pais. No setor gastronômico, o bar em frente à banca de jornais da Professor Saldanha passou por reforma e aproveitou para mudar seu perfil. Agora, além de suas famosas quentinhas, o Tempero Tropical oferece sucos, sanduíches e pizzas para lanches e café da manhã.

Bibi em reforma A casa de sucos fecha as portas dia 1 de agosto para uma reforma de ampliação e deve permanecer fechada até dezembro. Durante esse período, não haverá entrega no bairro.

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Entrevista Marcio Botner

a realização de eventos que aproximam cultura e natureza. Bons exemplos são a festa de lança-

Novos ares pairam sobre a Escola de Artes Visuais

mento da Oca Lage e o programa Parquinho Lage,

do Parque Lage. O artista plástico Marcio Botner

em que artistas são convidados a interagir tam-

– então vice-presidente da Associação de Amigos

bém com as crianças que frequentam o local, com

do Parque Lage (AAPL) – foi escolhido para ser

novidades a cada estação.

presidente da Organização Social Oca Lage, criada

- Meu objetivo é trazer os vizinhos para dentro

pela Secretaria de Estado de Cultura no final de

do parque. Dentre eles, os que mais aproveitam o

2013 para administrar o casarão da escola (e tam-

espaço são as crianças, por isso começamos com o

bém a Casa França-Brasil). Analisando tudo o que

Parquinho Lage. Mas os adultos podem contar com

ele fez em sete anos de associação, sua escolha

eventos para eles também, adianta o novo gestor.

para o cargo foi um processo natural.

O aumento da responsabilidade e do trabalho

Inicialmente, Botner buscou entender o po-

não assusta o também galerista, ex-aluno e pro-

tencial de gestão das duas casas públicas, sendo

fessor da EAV. Botner sabe bem que “o importante

que a parte pedagógica da EAV continua sob os

é fazer” e sente-se como um polvo, com muitos

cuidados de Cláudia Saldanha. Com o apoio de

braços para botar a mão na massa e abraçar boas

um conselho formado por 20 integrantes, presi-

e novas ideias. - Minha maneira de trabalhar é colaborativa. É

a nova gestão assumiu a direção do casarão em

preciso acreditar na afetividade e na coletivida-

abril deste ano e já tem dado o que falar com

de para que a arte contamine a sociedade. Meu CHRIS MARTINS

dido pelo advogado e colecionador Paulo Vieira,

desejo é que ela invada o parque, afirma Botner, que, para isso, conta com a colaboração, entre outros, de Marcus Wagner, designer e agitador carioca – um dos fundadores do réveillon do Arpoador, do Baile do Sarongue e do coletivo Alalaô –, como gerente de eventos. A empolgação de Botner é mesmo contagiante. Prometendo uma gestão ágil e transparente, ele deixa claro seu principal objetivo: “tornar público o que já é público”. Pode parecer redundante, mas o propósito das OSs é justamente gerir instituições que continuam pertencendo ao Estado, ainda que administradas por entidades civis. - As OSs visam a garantir a continuidade de gestão e estabilidade, mesmo com mudanças de governo. Vamos manter os compromissos já assumidos pela escola e implementar outros, uma vez que temos a possibilidade de buscar mais recursos financeiros por meio de novas parcerias - explica.

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Sabores do Jardim  Invasão japonesa

e sushis, como o de atum afrodisíaco, com molho teriyaki e amendoim.

A onda oriental bateu forte na Lagoa e inva-

Curtiu? Então levante o copo quadrado para o

diu, pela Maria Angélica, o Jardim Botânico,

brinde de saquê: “Kampai! Nao Hara está entre

bairro onde a cena gastronômica floresce a

nós”. O chef - que é pioneiro na injeção de cria-

olhos vistos e puxados. Com 2014, vieram três

tividade em cardápios japoneses, nome à frente

meninos do Japão: Okawari, Tadashi e Seidô.

do Shin Miura (maravilha no Edifício Avenida Cen-

Balcões nascidos para o sushi, como o do ‘chef

tral) - move suas facas no ponto onde o Caroline

tropicalista’ Nao Hara, recebem pinceladas de

Café cumpriu sua história.

frutas e pétalas, que lembram nossos mais belos canteiros. Pequenino, porém completo, o Okawari abre

em lista de 20, um resumo de sua trajetória: in-

de segunda a sábado para almoço e jantar, com

venções como o espeto de sushi de atum com

rodízio, menus executivos e especialidades como

foie gras e sorvete de shoyu e mel; o lagostim

o makimono de salmão à milanesa com cream

confitado no saquê com sorbet de damasco e chá

cheese e nirá e o haru hot de atum apimentado,

verde; ou a tempura de vieira no coco, com terri-

cream cheese e cebolinha. O restaurante aposta

ne de laranja e ganache de missô.

no delivery e leva à porta de casa combinados

Além dos sushis e sashimis, em bossas como o

como o JB: 14 unidades com direito a sashimis

salmão com maracujá ‘brûlée’, todos os itens tra-

de haddock, sushis de camarão e salmão lemon

dicionais estão na carta, sejam quentes ou frios.

tartare com raspas de limão (foto).

Um mundo para se degustar em diversas visitas.

Quem circula pela área, por sinal, já reparou

PEDRO LANDIM

Nas belezuras dos ‘esqueminhas’ do cozinheiro, degustações de um a quatro pratos escolhidos

Escrever já me deixou com água na boca!

na bonita réplica de cerejeira em flor, árvore

O Seidô vem fazer companhia ao Yumê, onde

cor-de-rosa acesa que anuncia, na calçada, o

uma jovem senhora chamada Madonna costuma

Tadashi. A casa, com dois andares e claraboia

se esbaldar quando está no Rio. A cantora aban-

sob a folhagem, acena com rodízio de 60 itens

dona a ‘material girl’ para curtir uma onda zen,

para o almoço em dias de semana, 15 combos

passeando sobre as carpas do aquário no chão e beliscando o Sakura Mango Sushi, lâminas crocantes de manga com ovas de salmão. Para o inverno, o restaurante sugere receitas como o Niwatori Maki (trouxinha de frango e gengibre no vapor) e o Karee Niwatori (frango ao curry com banana). Novidade recente: a bela casa do Horto está abrindo para o almoço, a partir de meio dia. No bairro verde, modéstia à parte, já dá para arriscar: os nossos japoneses são mais criativos do que os outros. Pedro Landim Jornalista e editor do blog www.bocanomundo.com

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das, como o músico Wilson das Neves e a Orquestra Imperial. Atualmente, Geraldinho produz também a série “Brasil adentro”, junto com o ex-Titã Charles Gavin. Como morador, o empresário circula bastante e tem suas preferências, embora tenha se decepcionado com o preço e a qualidade de algumas coisas no bairro. 1_Feira da Lineu – O domingo só começa com o café da manhã em família, na feira, com bolo de aipim e caldo de cana na barraca de tapioca da Vanessa. 2_Boxe - Faço boxe no Carioca desde que o clube pasCHRIS MARTINS

sou a oferecer esta atividade. A vantagem de ser veterano é que posso frequentar em qualquer horário. 3_Lagoa – Quando estou no Rio, não abro mão de

Meu JB  Geraldo Magalhães Para Geraldo Magalhães, o Jardim Botânico é uma bolha: a sua bolha! O empresário e produtor musical de 47 anos veio para o Rio em 1992 e escolheu o bairro para morar. Pernambucano de nascimento e carioca por adoração, Geraldinho – que já morou em três endereços diferentes no JB ao longo desse tempo – é apaixonado pelo bairro e acha que aqui encontra tudo o que é necessário para viver bem.

andar de bicicleta e caminhar na Lagoa. 4_Bares - Tenho orgulho de conhecer todos os bares do bairro. Do antigo Rebouças ao novato Gente Bem. Gosto muito do Belmonte, mas depois da reforma ele ficou $urreal. 5_Mercadinho Afonso Celso - É parada obrigatória para jogar uma conversa fora com os amigos. 6_Mil Frutas – Eu chamo de Mil Reais, porque é caro. Mas um sorvete, de vez quando, é bem-vindo.

- O Jardim Botânico tem uma atmosfera provinciana, uma proximidade com o verde e a Lagoa. Tenho orgulho de dizer que minha filha Alice, de 15 anos, nasceu e cresceu entre a pracinha Pio XI e a feirinha da rua Lineu de Paula Machado – declara ele, que 5

chega a ficar incomodado quando, por causa do trabalho, é obrigado a sair da “bolha” para uma reunião em outra região.

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Geraldinho e a mulher, Paola Vieira, são sócios da Diversão e Arte, produtora que agencia artistas e ban-

Telefones úteis Atendimento ao cidadão Bombeiros Cedae (água e esgoto) CEG Defesa Civil Disque-Denúncia

1746 193 / 3399-1234 195 / 2297-0195 0800-240197 199 / 2576-5665 2253-1177

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6 3

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Guarda Municipal Light 15ª DP Polícia Civil Polícia Militar Procon Subprefeitura da Zona Sul Vigilância Sanitária

153 0800-282-0120 2332-2900 197 190 151 2521-5540 2503-2280 9


FOTOS: CHRIS MARTINS

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Ares musicais

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Copacabana tem a Bossa Nova; Ipanema, a sua garo-

Kid Abelha, Titãs, Lulu Santos e o de estreia de Chico

ta. O Jardim Botânico é polígamo em matéria musical.

Science & Nação Zumbi. Atualmente, Liminha segue

Aqui, moraram Vinícius de Moraes e Tom Jobim; vive

à frente do Nas Nuvens ao lado de Vitor Farias.

Lizzie Bravo, a “moça” que tocou com os Beatles (fo-

Sem tempo para entrevistas, Liminha não pôde

tos 2); tem blocos de Carnaval como Suvaco do Cristo

contar pessoalmente ao JB em Folhas as várias his-

e Último Gole (foto 1), cada um no seu tamanho; e

tórias que viraram lenda entre os músicos e artistas.

estão localizados estúdios de gravação que marcaram

Roberto Frejat, que gravou ali vários álbuns do Barão

época, como o Nas Nuvens.

Vermelho na década de 1990, diverte-se ao lembrar

O estúdio foi o primeiro a aportar no bairro, em

“da senhora que corria para a janela para reclamar do

1984, e teve entre seus sócios Gilberto Gil, o músico

barulho a cada vez que a porta se abria para alguém

e produtor Liminha – primeiro baixista do grupo Os

entrar ou sair a qualquer hora do dia ou da noite”.

Mutantes –, além dos engenheiros de som Ricardo

No rastro do Nas Nuvens, outros estúdios foram

Garcia e Vitor Farias. Por um tempo, a sociedade con-

se instalando no bairro, como o Estúdio 304, de Chi-

tou com a participação de André Midani, na época

co Neves, onde foram forjados discos de Lenine,

presidente da Warner, e funcionou como extensão

Skank e O Rappa; o Discover Digital Studio; e os ain-

da gravadora, cuja sede ficava na rua Itaipava. No

da em atividade Jam House, palco de ensaio para

estúdio, foram gravados álbuns marcantes do pop

inúmeros shows e artistas, e Órbita Music, de Carlos

rock nacional, como os de Paralamas do Sucesso,

Trilha, Dudu Chermont e Fernando Morello.


A tendência atual é de os artistas buscarem espaço para seus próprios “escritórios” perto de casa. É o caso de Dado Villa-Lobos (foto 3), no Horto; de Marcelinho Da Lua, no Alto Jardim Botânico; e de Roberto Frejat, na Fonte da Saudade. Inaugurado em 2008, o cantinho do guitarrista da Legião Urbana pode ser visto no “Estúdio do Dado”, programa do canal a cabo BIS, cuja primeira temporada vai até o final de julho e com participações de Gilberto Gil, Paralamas, Ney Matogrosso e Baby do Brasil, entre outros artistas. O local serve também de abrigo para suas próprias viagens sonoras, como as de seu novo grupo Panamericana, formado com ex-integrantes de outras bandas do BRock: Dé Palmeira (Barão Vermelho), Charles Gavin (Titãs) e Toni Platão (Hojerizah). Dado divide o espaço com Duda Mello, que mantém um estúdio de mixagem no local, além de alugar suas instalações para gravações de Vanessa da Matta e Adriana Calcanhoto. Mas adaptar uma casa antiga e tombada para funcionar como um estúdio de gravação com boa solução de aúdio não é tarefa das mais fáceis. Dado que o diga:

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- Os primeiros testes que fizemos aqui não deram

DJ e produtor consagrado, Marcelinho Da Lua trou-

bons resultados. Aconselhado pelo produtor Carlo

xe seu estúdio para a região há pouco tempo. O

Bartolini, convidei o engenheiro de som Jeff Forbes

“Quartinho”, de Laranjeiras, agora ocupa a garagem

para resolver a acústica desta antiga casa, com pare-

de sua sogra no Jardim Botânico, com direito à vista

des de pedra. O americano mandou o projeto arqui-

para o verde. Ali, Da Lua e seu sócio Bruno LT (foto 4)

tetônico e o manual para sua instalação sem nunca

pretendem tocar o selo Tranquilo Soundz, com lan-

ter feito uma visita ao local, conta, ainda surpreso, o

çamentos próprios e de artistas que tenham astral

guitarrista que acaba de fazer as trilhas sonoras do

semelhante ao deles: - A ideia é abarcar nossas produções e os remixes

eu sou vingativa”, do Multishow, estrelada por Ca-

que fazemos para fora do Brasil, além de apoiar ar-

mila Morgado.

tistas que não têm estrutura básica para ingressar no 4

FOTOS: CHRIS MARTINS

filme “Muitos homens num só” e da série “Por isso

mercado digital, explica Da Lua. Já o estúdio ACR, de Alfredo Sertã (foto 5) e Ronaldo Cotrim, oferece serviços variados: de trilhas sonoras de vídeos institucionais a sonorização de documentários e curtas-metragens, além de produções para a TV a cabo. Entre seus trabalhos autorais, os destaques são o CD “Fábulas cantadas de Leonardo Da Vinci” e o projeto ainda inédito “Música animada”, no qual músicos executarão, ao vivo, a trilha sonora de curtas-metragens brasileiros de animação. Só um bairro com tanta tradição musical, poderia abrigar uma backing vocal dos Beatles. Fã incondicional dos Fab4, Lizzie Bravo ganhou como presente de 15 anos uma viagem para Londres. A banda estava gravando o álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” no mítico estúdio da Abbey Road, e a adolescente, logo em seu primeiro dia na cidade, conseguiu ver seus ídolos de perto e passou a “bater ponto” no local. - Quase um ano depois, Paul McCartney saiu e perguntou aos fãs que estavam ali se alguém conseguia sustentar uma nota aguda. Como eu sempre cantei no coral do colégio, fui uma das escolhidas para dividir os vocais com ele e John

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Lennon na música “Across the universe”. Apesar de

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Não são só as recordações que fazem a música

a música constar no disco “Let it Be”, a versão com pulsar no Jardim Botânico. Pelo menos três escolas meus vocais só foi incluída nos álbuns “No One’s atendem os moradores da região: o Centro de MúGonna Change Our World” (1969), “Rarities” (1978) sica e Tecnologia Luciano Alves, a Oficina da Bateria e “Past Masters” (1988), lembra Lizzie, que estendeu Rui Motta (ambos na Fonte da Saudade), e a Escola o período da viagem, inicialmente de dois meses, de Músicos do Jardim Botânico. Em todas elas, o púpara dois anos.

blico é formado, principalmente, por crianças e ado-

Sua carreira de backing vocals teve continuidade lescentes, que podem escolher entre aulas de piano, no Brasil, onde trabalhou com artistas como Joyce, teclado, bateria, canto, percussão, guitarra, baixo, Egberto Gismonti, Milton Nascimento e Zé Rodrix, violão e até home studio e apoio para formacão de com quem ela viria a se casar e ter uma filha. Lizzie bandas, com estúdio para ensaios. participou do coro de “Casa no campo”, no Festi-

Carolina Vanni, de 19 anos, estuda na Escola de

val Internacional da Canção, no Maracanãzinho, em Músicos há um ano e meio. Faz aulas de violão, ba1971: “Eu sou a ‘esperança de óculos’ da música”, teria e canto. Neta de Walter Nogueira, baterista da lembra ela, emocionada.

Orquestra Tabajara, e filha de Di Lutgards, professor

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CHRIS MARTINS

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de bateria e percussão, ela pretende fazer faculda- pequeno para tanta gente. Moradores conscientes, de de música: “Gosto de tocar Beto Guedes e Lô a solução do grupo foi transferir, em 2013, o bloco Borges”, confessa.

para o Parque dos Patins, onde reúnem cerca de

Outro aluno da Escola de Músicos que traz a mú- cinco mil pessoas. Mas o objetivo não é crescer. sica no sangue é João Pedro de Oliveira, de 17 anos, Como explica Carlos Lisboa, um dos fundadores do filho do cantor Zé Renato. Ele tem aula de guitarra há grupo, “cada um tem sua profissão, e a música é três anos e gosta mesmo é de tocar Van Halen.

apenas prazer”. Para matar a saudade do formato

Um bom exemplo dessa nova geração de músicos pequeno, a roda de samba instala-se, informamelque circula pela região é a banda Neorônios. Formado mente, ao longo do ano, em frente ao Mercado por Rafael Frejat (guitarra), Ricardo Kaplan (baixo), Pe- Afonso Celso, no restaurante Tocão e na pracinha dro Masset (vocais) e Léo Israel e Pedro Calloni (que onde tudo começou, claro! se revezam na bateria), o quarteto(na foto acima em

Para aqueles que gostam se planejar, a melhor

posições trocadas) costuma ocupar o estúdio de Frejat opção é o Espaço Tom Jobim, que funciona dentro nos finais de semana, no pouco tempo livre que dois do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na pauta do de seus integrantes, vestibulandos, dispõem.

teatro, há sempre apresentações de Bossa Nova,

Para os integrantes do Último Gole, a música MPB, jazz ou música clássica. Outra opção é acomtambém não é uma prioridade, mas um hobby. panhar os eventos da escola de percussão Tambor O grupo teve início há 15 anos como um aqueci- Carioca (foto 6), que acontecem uma vez por mês mento para o desfile do Suvaco do Cristo e, no ano no Parque dos Patins, desde 2005, e durante o Cirseguinte, esquentou os tambores antes do Mono- cuito das Artes do Jardim Botânico, do qual particibloco. O primeiro ensaio na Praça Pio XI, onde cos- pam há três edições. tuma se reunir até hoje, aconteceu em 2002. O que

No mais, é deixar o mato crescer, o vento soprar,

era uma brincadeira de amigos, sem divulgação, a rosa se abrir e “passarim” cantar. A natureza, por 14

cresceu com o boca a boca e o espaço original ficou si só, dá samba!


CHRIS MARTINS

Ecodica  Zona Sul aposta nos três “R”s Difícil imaginar a quantidade de lixo produzida por um supermercado. Foi pensando nisso que, há cinco anos, a rede Zona Sul adotou o conceito de sustentabilidade e seus três “R”s (reduzir, reutilizar e reciclar). Desde então, as duas lojas do Jardim Botânico – assim como as outras 31 espalhadas pela cidade – passaram a separar o lixo orgânico do lixo seco.

para produzir composto orgânico utilizado em praças

Com isso, somente em 2013, o Zona Sul direcionou

e encostas. Como o objetivo do Zona Sul é participar

mais de 16 mil toneladas de resíduos sólidos para a

de todas as etapas, a produção de cultivos orgânicos

reciclagem e cerca de três mil toneladas de resíduos

fecha o ciclo com a primeira safra de pimentas desse

orgânicos para a compostagem.

projeto, já à venda nas lojas da rede.

Ao todo, o processo mobiliza 150 funcionários.

Porém, como esse tipo de iniciativa ainda não se

Parte da compostagem é feita por uma empresa

paga, o atual desafio da direção do Zona Sul é tornar

parceira, que transforma o material em adubo, pos-

essa produção autossustentável. Por enquanto, trata-

teriormente colocado à venda em embalagens de

se de uma questão de consciência ecológica e desejo

dois quilos nas próprias lojas da rede. Outra parte

de diminuir a descarga de resíduos nos aterros sani-

dos resíduos é vendida à Comlurb, que compra o lixo

tários. Sem dúvida, um bom exemplo!

Cinema em outra praça O projeto Cinema na Praça vai voltar ao Jardim Botânico só que em outro endereço. Depois do sucesso da primeira edição na Praça Pio XI durante as comemorações dos 10 anos do JB em Folhas, em outubro de 2013, a lona de projeção será montada na área externa da Igreja São José da Lagoa. A nova sessão acontecerá no dia 23 de agosto, sábado, a partir das 20h, com exibição de filme, seguida de uma apresentação musical. Antes disso, às 19h, padre André celebrará, pela primeira vez, a missa do lado de fora da igreja. 15


PUBLIEDITORIAL

INFORME AMA-JB

Participe, apoie, associe-se!!

A AMAJB é uma importante ferramenta de pro-

No dia 7 de junho, a diretoria da AMAJB foi re-

construções comerciais e residenciais, poluição

eleita para mais um ano de intensas ações em

sonora, desmatamento, ocupações irregulares,

benefício do bairro do Jardim Botânico, seus

excesso de veículos e planejamento viário de-

moradores e usuários. Agradecemos a todos

ficiente. Tudo isso, claro, acarretando impactos

aqueles que acreditaram em nosso trabalho e

sociais e ambientais.

teção e preservação da identidade, da estética e das riquezas do nosso bairro, especialmente neste momento em que a cidade do Rio de Janeiro vem sofrendo profundas alterações, com obras públicas, aumento da violência urbana, deterioração da segurança, pressão por novas

confiaram sua energia para mais um mandato. Nós, moradores do bairro, sabemos que o Jar-

Vamos continuar a trabalhar fortemente dim Botânico é um lugar único por suas caraterísticas físicas e geográficas, ruas bucólicas, focados em nossos quatro pilares: comércio, empresas e pessoas, além do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, do Parque Segurança | Mobilidade Urbana Meio Ambiente | Qualidade de Vida Lage, da Floresta da Tijuca, da Lagoa... Mas nem tudo são flores, e não faltam problemas e desafios a serem resolvidos.

Uma AMAJB forte e atuante é resultado da participação de seus moradores. Para se associar, o investimento é de R$ 80 (oitenta reais) por ano. Basta fazer um DOC DIVULGAÇÃO/AMA-JB

ou TED com seu CPF para ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DO JARDIM BOTANICO Banco Bradesco Agência: 1444 Conta: 042737-3 CNPJ:30499941/0001-82.

As reuniões da AMA-JB acontecem nas segundas terças-feiras do mês, a partir das 20h, no Colégio Divina Providência, na rua Lopes Quintas, 274. 16


Flagrantes

Flagrante 2 Passada a Copa do Mundo, é tempo de nos preocuparmos com as Olimpíadas. Quem sai do Túnel Rebouças dá de cara com o péssimo estado de conservação do deck de largada do remo, em frente ao Baixo Bebê, na Lagoa. O local foi destruído nas chuvas de 2012 e até hoje não foi consertado, deixando uma péssima impressão em quem chega a um dos cartões postais da cidade.

Flagrante 1 O imóvel na esquina das ruas Lineu de Paula Machado e J J Seabra já abrigou restaurante mexicano e uma filial do Bar Devassa, mas, há alguns anos, FOTOS: CHRIS MARTINS

encontra-se fechado e em total estado de abandono. Uma pena que um endereço tão nobre seja tão mal aproveitado. Cadê a Prefeitura que não multa o proprietário pelo desleixo?

Cidadania  Instituto Rogério Steinberg

de outras empresas e instituições. Sem fins lucrativos, o IRS atua na identificação e desenvolvimento

Despertar e desenvolver novos talentos para trans-

de crianças e jovens com altas habilidades/superdo-

formar vidas – essa é a missão do Instituto Rogério

tação, em situação social vulnerável. Criado há 15

Steinberg, mantido pelo Grupo Servenco com apoio

anos, o instituto mudou-se, em janeiro deste ano, para o Jardim Botânico, onde funcionam oficinas de música, teatro, dança, criação e poesia, além de serem oferecidas aulas preparatórias para concursos para 6º ano do Ensino Fundamental II e 1º do Ensino Médio. Atualmente, o IRS atende a 275 participantes de 60 Instituições da cidade, sendo dez em nossa região: sete escolas na Gávea, três no Jardim Botânico e a Pequena Cruzada, na Lagoa. Entre os parceiros do IRS, estão o IBEU (Instituto Brasil Estados Unidos), o Conservatório Brasileiro de Música e a Escolinha de Vôlei do Betinho. Mais informações sobre participações, apoio e parcerias podem ser obtidas no site www.irs.org.br. 17


JBF indica

de nosso país e, por isso, voltam às letras das 14 faixas do 18º disco da banda. As crônicas ácidas de uma

Histórias secretas pré-BRock

“República das bananas” são narradas em “Mensagei-

O morador do ro da desgraça”, “Fardado”, “Pedofilia” ou “Cadáver Jardim Botânico sobre cadáver”. Diante de tal realidade, fica a dúvida: Nelio Rodrigues “Quem são os animais?”. acaba de lançar o livro Histórias

Roça in Rio

Secretas do Rock Brasileiro, sobre a cena roqueira do país, em geral, e do Rio de FOTOS: DIVULGAÇÃO

Janeiro, em particular, nos anos 1960 e 1970. Pesquisador e colecionador musical, Nelio resgatou histórias sobre os pioneiros do gênero, como as bandas The Brazilian Bitles, O Terço, Som Beat, Os Selvagens, A Bolha e Módulo 1000, que atraíam multidões a programas de TV, teatros, clubes e outros palcos da cidade. O livro traz fotos, reproduções de cartazes de shows e capas de discos. Chance para conhecer um pouco A Copa do Mundo empurrou o Arraial da Providênsobre essa galera que encarou as ditaduras política e cia para o final do mês de julho: dias 25, 26 e 27. O fonográfica da época.

evento está em sua 11ª edição no Jockey Club e já se tornou uma das mais populares e concorridas festas

Aumenta que isso aí é...

juninas da cidade. Serão três dias de música, brinca-

Outra dica para comemorar o Dia Internacional do Rock deiras, quadrilhas, comidas e bebidas típicas da roça. é curtir “Nheengatu”, novo álbum dos Titãs. A julgar O melhor é que, ao participar, você ajuda o próximo, pelos temas, poderíamos pensar se tratar de um disco pois toda a renda é revertida para os projetos sociais antigo da banda. Entretanto, quase 30 anos depois de do Banco da Providência, que atua em 70 comunida“Cabeça Dinos-

des promovendo oportunidades de geração de renda

sauro”, polícia,

para mais de 2 mil famílias anualmente.

política, violên-

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cia, Igreja, dro-

Sexo, drogas, violência e... corrupção

gas, discrimina-

O novo livro de Luis Erlanger, morador do Jardim

ção e miséria

Botânico e Diretor de Análise e Controle de Quali-

con­tinuam a ser

dade da Programação da TV Globo, traz tudo isso

encontradas em

em misterioso caso de homicídio, prostituição e

qualquer canto

corrupção política. Escrito a partir de anotações ale-


atórias reunidas por

Erlanger

desde

2009,

Antes que eu morra foge da realidade sempre

presente

no dia a dia profissional do autor, que mistura universos e

referências

literárias, mudando nomes de personagens históricos, época e profissão, sem compromisso. Tudo em favor da ficção.

Parquinho Lage Foi inaugurada, no início de junho, a instalação “Caminhando no caminho”, do artista plástico Ernesto Neto. A obra, interativa, consiste em um meio-fio de cimento, que circunda árvores e convida as crianças para uma divertida caminhada, aliando arte e natureza. É mais um esforço da recém-criada OS Oca Lage para falar também com o universo infantil. Os trabalhos do projeto “Parquinho Lage” ficarão três meses no local,

CHRIS MARTINS

acompanhando as quatro estações do ano.

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CONSUMO

Para presentear os pais no próximo dia 10 de agosto, nem é preciso sair do bairro:

Camiseta “Acima de tudo Braseiro”, design de Gustavo Nogueira R$ 40 Braseiro da Gávea – www.braseirodagavea.com.br

Camisetas Circuito Rio R$ 86 It Fit – Tel: 3359-1559

Posters variados A partir de R$ 70 Oba! Arquitetura – Tel: 2249-5876

Bombom ou palito de chocolate com licor Jack Daniels

FOTOS: CHRIS MARTINS/ DIVULGAÇÃO

A partir de R$ 60 Casa Carandaí - Tel: 2259-8765

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Livros “Pelé – Minha vida em imagens” e “Recados da bola” Entre R$ 100 e R$ 150 DC Lá em Cima - Tel: 3322-1176


Alamedas do Jardim Endereços musicais

anos. Frequentador assíduo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Tom cantou suas belezas em muitas de suas músicas. Hoje, tem sua obra reu-

Muito antes da Vênus Platinada, o Jardim Botâni-

nida e acessível para consulta no próprio parque,

co já encantava a alma dos artistas. Vinícius de

no Instittuto Tom Jobim, e foi homenageado com

Moraes ainda não era o Poetinha, mas já circula-

um monumento em frente ao Chafariz das Musas,

va pelo Jardim Botânico, mais precisamente pela

pertinho de sua árvore favorita.

esquina das ruas Lopes Quintas e Corcovoado ,

Até Chico Buarque encantou-se com o Jardim

onde nasceu. Como lembrança desse período,

Botânico. O cantor e compositor, que completou

resta apenas uma placa alusiva ao artista, que, já

70 anos em junho, passou um período no bairro,

famoso, residiu em outros pontos do bairro.

em 1996, quando se separou da atriz Marieta Se-

Parcerio de Vinícius, o maestro Tom Jobim morou na rua Peri antes de construir sua própria

vero. Ele morou em um apartamento na esquina das ruas Itaipava e Faro.

casa, na rua Sara Vilela. A obra teve início em 1979, mas só em 1983 ficou pronta. Foi ali que o maestro reuniu seus livros, seus discos, sua

CHRIS MARTINS

família e seus amigos até falecer, há quase 20

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Ilustre Morador

Pudera, na mesma área, fica seu estúdio, local de trabalho e de lazer para ele, e agora também para seu

O nome também é poético e algumas ruas da região filho, Rafael, e sua banda Neorônios. Mas não são só são tão bucólicas quanto as do Jardim Botânico. Esta- os moradores da Fonte da Saudade que estão acostumos falando da Fonte da Saudade, local escolhido por mados a cruzar com o músico nas ruas. Do Humaitá Roberto Frejat para morar desde 1992, região vizinha ao Jardim Botânico, ele é figurinha fácil: costuma dar a nosso bairro por onde o guitarrista, cantor e compo- a volta na Lagoa a pé ou de bike; toda semana, faz sitor circula, tranquilo, a pé, de bicicleta e – cada vez massagem na Lopes Quintas; vez por outra, confere as mais raramente – de carro.

acrobacias aéreas da filha Júlia, no Lunático Café; e, na hora de comprar materiais de construção para algum reparo necessário, apela para as lojas especializadas da região. Atento e atuante em tudo o que envolve música e direitos autorais, Frejat também tem opinião formada sobre a questão fundiária do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Para ele, o ex-presidente do parque, Liszt Vieira, desenvolveu um trabalho sério, preparando o terreno para a atual reconquista das propriedades localizadas dentro da área do arboreto. - Estive recentemente no Jardim Botânico e constatei as melhorias que vêm sendo implantadas ao longo dos anos. O parque é de todos, e é fundamental preservá-lo. Voltarei em breve para conferir a recuperação do aqueduto histórico, que ficava na área ocupada pelo clube Caxinguelê, destaca. Já ao Parque Lage, Frejat não vai há muito tempo, mas acredita que a gestão de Marcio Botner – seu primo e artista bastante atuante – trará “uma lufada de ar fresco à instituição”.

CHRIS MARTINS

Dentre as mazelas da região, o trânsito fica em primeiro lugar. Em sua opinião, o ponto crítico do bairro é o sinal da Oliveira Rocha com a Jardim Botânico: “uma ver-

ROBERTO FREJAT 22

gonha a falta de educação dos motoristas que sempre fecham o cruzamento”, exclama. Em contraposição, aponta o senti-


CRISTINA GRANATO

do Gávea-Humaitá, da rua Jardim Botânico, como o de maior fluidez por aqui. A única vantagem do trânsito intenso é que, graças a ele, Frejat aumentou a utilização de bicicleta não só para passear, mas também como meio de transporte para ir a compromissos em Ipanema ou no Leblon. Frejat gosta de prestigiar os estabelecimentos dos arredores, mas confessa que, com sua rotina de viagens frequentes, acaba muitas vezes preferindo o conforto do lar: “Do que sinto mais falta quando estou em turnê é mesmo da minha casa!” O ”problema” é resolvido pelos serviços de entrega em domicílio de restaurantes como o La Carioca e o Bráz, sem falar no japonês Ki, na Fonte da Saudade, o mais acionado. - Costumava ir muito à livraria Ponte de Tábuas. Atualmente, posso dizer que o endereço comercial que mais frequento no bairro é o Mundo Verde. A loja do Jardim Botânico é a mais completa e com melhor atendimento da rede, destaca o músico, que gosta muito também da seleção de filmes da Cavídeo, na Cobal do Humaitá. A turnê de “O amor é quente” segue firme até 2015. Ao longo do ano que vem, certamente, novas músicas serão lançadas: “Só não sei ainda em qual formato, se em CD ou apenas digital”, adianta o músico. Mas uma coisa é certa, vamos continuar a vê-lo circulando por aqui.

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